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Prof: Michelle Gomes

Resumo Teoria comportamental

BEHAVIORISMO - Estudo do comportamento, o termo Behaviorismo foi inaugurado pelo americano John
B. Watson em um artigo no ano de 1913. O termo inglês "behavior" significa comportamento. Watson,
postulando o comportamento como objeto da Psicologia, dava a esta ciência a consistência que os
psicólogos da época vinham buscando , um objeto observável, mensurável, cujos experimentos poderiam
ser reproduzidos em diferentes condições e sujeitos.

Essas características foram importantes para que a Psicologia alcançasse o status de ciência, rompendo
definitivamente com a tradição filosófica. Watson também defendia uma perspectiva funcionalista para a
Psicologia, isto é, o comportamento deveria ser estudado como função de certas variáveis do meio.
Certos estímulos levam o organismo a dar determinadas respostas e isso ocorre porque os organismos
se ajustam aos seus ambientes por meio de equipamentos hereditários e pela formação de hábitos.
Watson buscava a construção de uma Psicologia sem alma e sem mente, livre de conceitos mentalistas e
de métodos subjetivos, e que tivesse a capacidade de prever e controlar.

Behavioristas veem o comportamento como objeto de estudo da Psicologia, sendo ele


caracterizado como algo observável, mensurável, cujos experimentos poderiam ser reproduzidos em
diferentes condições e sujeitos. O homem é estudado a partir de uma interação com o ambiente, sendo
tomado como produto e produtor dessas interações. Ou seja: o comportamento não se trata de uma ação
isolada, ele é consequência do ambiente em que o sujeito a pratica.

O mais importante teórico behaviorista foi Burrhus Frederic Skinner, tem influenciado muitos psicólogos
americanos e de vários países onde a Psicologia americana tem grande penetração, como o Brasil. Esta
linha de estudo ficou conhecida por Behaviorismo radical, termo cunhado pelo próprio Skinner, em 1945,
para designar uma filosofia da Ciência do Comportamento (que ele se propôs defender) por meio da
análise experimental do comportamento.

Causa do Comportamento:

Se uma ideia não causa um comportamento, o que o causa? Como explicar a raiva, a paixão, o ódio?...
Para o Behaviorismo Radical, a paixão, a raiva, o ódio, etc., são os próprios comportamentos. Tal
explicação tende a ser preliminarmente rejeitada e descartada, sem o devido aprofundamento, uma vez
que ela é bem diferente e até destoante da que se aprende na cultura mentalista, para a qual a emoção
causa o comportamento.

Para melhor esclarecimento, será feita uma tentativa de explicar um sistema causal anti-mentalista como
o do Behaviorismo Radical. Para isso, é necessário esclarecer a questão abaixo: Suponha-se que um
sujeito qualquer apresente alucinações auditivas, visuais, delírios e que esteja incapacitado para o
convívio social, por ser muito agressivo e se sentir ameaçado por quase todo mundo, devido às suas
ideias delirantes. Diante de tais sintomas comportamentais, seria possível dizer que o sujeito é psicótico.
Pergunta-se, então: o referido indivíduo é psicótico porque tem alucinações e ideias delirantes, ou tem
ideias delirantes e alucinações porque é psicótico? Nota-se, aí, que a escolha de qualquer uma destas
alternativas remeterá a uma explicação circular sem fim.

Um outro exemplo, mais perto da realidade: imagine que você esteja dirigindo seu carro novo,
tranquilamente, quando um motorista embriagado acaba batendo nele, deixando-o extremamente irritado
e nervoso. Suponha que, nesta situação, você saia do carro e dê um soco no rosto do referido motorista.
Pergunta-se, então: você bateu no motorista porque estava com raiva dele? Se você responder
positivamente a esta pergunta, estará incorrendo em erro, pois na verdade, você bateu nele porque ele
bateu no seu carro novo, um estímulo ambiental externo ao indivíduo, e não porque uma "entidade"
chamada raiva fez você bater no motorista.

Em outras palavras, o comportamento publicamente observável de dar um soco em alguém ou de gritar,


juntamente com alterações corporais em todos os níveis - hormonais, musculares, gástricos, etc. - é a
raiva. Esta problemática na atribuição causal aconteceu quando o homem começou a adquirir a fala.
Pensando na evolução filogenética do homem, chega-se à conclusão de que em algum momento o
homem, enquanto espécie construiu e adquiriu o comportamento verbal. Pois bem, neste processo de
aquisição e construção do comportamento verbal, o homem nomeou certos tipos de comportamentos,
como, por exemplo, o comportamento de comer desesperadamente, sem mastigar direito a comida, sem
lavá-la nem prepará-la adequadamente, etc., dando-lhe o nome de fome, ou seja, construiu-se um
símbolo, neste caso a palavra FOME, para representar tais comportamentos na fala. Portanto, quando
alguém se comporta desta maneira, diz-se que este alguém "está com fome".

O problema, então, surgiu quando a ordem dos fatos foi invertida e o homem começou a usar as palavras
como causa destes mesmos comportamentos. Dito de outra maneira, não se come desesperadamente
porque se está com fome, mas isso é a própria fome. Não se bate em ninguém porque se está com raiva,
isso é a própria raiva. O indivíduo come porque ficou privado de alimento por tempo suficiente para
causar um desequilíbrio na homeostase do seu organismo. Um sujeito bate em alguém porque houve
algum acontecimento externo que o desagradou, e não porque exista nele uma entidade chamada raiva,
que o tenha impulsionado à ação, ao comportamento, mesmo porque a raiva, o ódio e a fome são apenas
palavras, nada mais.

É necessário tornar claro que o Behaviorismo Radical não nega sentimentos, emoções ou a importância
da significação de uma experiência para um indivíduo, simplesmente não toma emoções, sentimentos,
nem a significação deles como causa dos comportamentos, e sim como maneiras de se comportar.

"A análise do comportamento edifica-se como uma modalidade de discurso psicológico que é crítico
dessa visão de homem e da correspondente sobrevalorização do que ocorre privadamente ao indivíduo.
Não porque ignora a chamada "experiência subjetiva", ou deixa de reconhecê-la como constitutiva de
instâncias do fenômeno comportamental, mas porque não atribui a esses eventos uma centralidade na
explicação do comportamento humano; diferente disso, busca na relação do homem com o mundo uma
explicação tanto para sua experiência subjetiva quanto para seu comportamento publicamente
partilhado". (Tourinho, 2001, p.4)

No início do século XX o trabalho de Pavlov colocou em evidência um conceito que veio a marcar a
história da psicologia. No reflexo cada estímulo estava ligado a cada resposta pelo sistema nervoso.

Os estudos iniciais de Pavlov exploravam o papel do ambiente como instigador de respostas preparadas
para aquela espécie por uma herança genética, resultado de milhões de anos de interações de seus
antepassados com ambientes variáveis.

O trabalho de experimentação revelou logo seus limites. Na aprendizagem, na aquisição de novos


reflexos, o novo era a ampliação de aspectos do ambiente com poder de eliciar a resposta, mas a
resposta em si não mudava. Um som previamente neutro passa a eliciar salivação, anteriormente
provocada apenas pelo alimento. O repertório do indivíduo foi aumentado, na medida em que podemos
falar agora de dois reflexos, um incondicionado, ou inato, outro condicionado, ou aprendido; a salivação,
contudo, é a mesma.

Reflexos tratam da economia interna do organismo. Nenhum outro é tão simples, ou pelo menos tão fácil
de ser estudado, quanto o da salivação. Todos, porém, tratam da adaptação do organismo, da adaptação
de seu funcionamento enquanto ser biológico, a mudanças no ambiente.

Ivan P. Pavlov (1849-1936) e o condicionamento clássico: o processo de aprendizagem consistia na


formação de uma associação entre um estímulo e uma resposta aprendida por meio de contiguidade
(lembrança de algo que no passado foi experimentado junto com alguma outra coisa). Estudo de
secreções gástricas em cães.

John B. Watson (1878-1958) e o behaviorismo – psicologia como ciência de comportamento objetiva, com
a finalidade de prever e controlar o comportamento dos indivíduos. Aceitou o condicionamento clássico
como explicação para toda aprendizagem.
B. F. Skinner e o condicionamento operante – um dos principais behavioristas, com a publicação de
“Behavior of Organisms”, em 1938. Estudou o comportamento manifesto ou mensurável. O
condicionamento operante relaciona o comportamento às consequências, é controlado pelos estímulos
que se seguem à resposta. Comportamento operante é aquele que tem efeito sobre ou faz algo ao mundo
em redor, operando direta ou indiretamente. A ação de falar, por exemplo, em que o movimento muscular
é voluntário, ocorre em função de uma necessidade a ser preenchida e executada: comunicar ou
expressar. O comportamento operante pode ser condicionado através não só da repetição, mas também
de reforços, punição, etc. No tratamento de certos ‘vícios’, por exemplo, os comportamentalistas
acreditavam que se podia fazer um alcoólatra ter horror à bebida através de reforços negativos. Há
também as aplicações positivas, como a reeducação da criança bagunceira ou do ensino no controle da
micção infantil.

O reforço é toda consequência que, segundo uma resposta, altera a probabilidade futura de ocorrência
dessa resposta. Eles podem ser positivos (que atuam no aumento dessa probabilidade) ou negativos (que
atenuam ou removem a probabilidade). Dar alimento a um cachorro que busca a bolinha lançada e a traz
de volta é um exemplo de reforço positivo. Um doente que toma analgésicos para evitar sentir dor é um
exemplo de reforço negativo.

A experiência mais famosa de Ivan Pavlov sustenta a teoria: um cão, ao ver e cheirar um pedaço de
carne, começa a salivar. Se tocarmos uma campainha e mostrarmos a carne junto à mesma, o cão, ao
olhar em direção ao estímulo sonoro, fará a associação do som à comida. Repetida a ação várias vezes,
o cão passará a salivar apenas ao ouvir a campainha. Ou seja, um estímulo sonoro desencadeará
modificações digestivas.

A avaliação comportamental praticada pelos psicólogos do comportamento possui quatro características


fundamentais.

A primeira baseia se nos acontecimentos observáveis, isto é, para o terapeuta interessa saber
especificamente o que o paciente faz, como e quando o faz. O comportamento deve ser identificado,
observado e definido e finalmente analisado quanto à forma, frequência e intensidade.

Uma segunda característica da avaliação comportamental consiste em encarar o comportamento como


uma amostra. Ele é uma amostra que pode ser representativa do funcionamento global do indivíduo.

A terceira característica baseia-se nas relações funcionais, ou seja, para o terapeuta o comportamento
dos indivíduos varia em função dos estímulos externos que o rodeiam e, deste modo, tem-se que recolher
informação acerca das relações entre o meio ambiente e o comportamento.

Por último, temos a ligação entre a avaliação e o tratamento, ou seja, após o terapeuta obter a informação
da avaliação comportamental, mencionada nas características atrás citadas, está-se em condições de
elaborar a estratégia terapêutica adequada ao indivíduo e acompanhar devidamente os efeitos do
tratamento.

Habitualmente, para a seleção do tratamento, segue-se um modelo, no qual são avaliadas três tipos de
variáveis: as do indivíduo (por exemplo, a motivação); as do meio (por exemplo, a existência de apoio
social); e as variáveis do próprio terapeuta (sua experiência, competência e valores).

As técnicas comportamentais mais conhecidas são as técnicas de exposição, que consistem em colocar o
doente num contacto prolongado com as situações ou objetos que lhe provocam mal estar e desconforto,
criando-se uma hierarquia mental das referidas situações ou objetos durante um completo e profundo
relaxamento físico, provocado pelo terapeuta. Por exemplo, duas destas técnicas são: a dessensibilização
sistemática que submete os doentes a um relaxamento físico até que possam identificar a situação ou
objeto que lhes provoca os sintomas ansiosos, à qual serão expostos de uma forma repetida. É muito
utilizada em perturbações sexuais ou distúrbios que ocasionam medos, fobias ou descontrolo da
ansiedade; que, em fantasia, os doentes imaginam a situação ou objeto temido, durante um largo período
de tempo (uma hora ou mais) até que eles se sintam bem melhorem relação a tais situações ou objetos.

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