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ISBN 978-85-9502-373-4
Introdução
Neste capítulo, você vai aprender sobre como surgiu o estudo do com-
portamento, vai conhecer as experiências que alguns dos principais
autores desenvolveram para explicar as suas teorias e vai refletir sobre a
relevância dessas contribuições para a psicologia.
Comportamento: emergência de
um novo campo de estudos
O behaviorismo ou estudo do comportamento marcou uma nova fase na
psicologia por estabelecer parâmetros diferentes dos que existiam até então,
definindo o comportamento observável como campo de estudo e que pode
ser medido, treinado e mudado. Esse estudo deveria ser objetivo, racional e
com rigor científico (WATSON, 1913), e, por isso, tornou-se um movimento
contrário às concepções predominantes que, até então, trabalhavam com
questões relacionadas aos fenômenos subjetivos e introspectivos.
A escola comportamental foi estabelecida por John B. Watson (1913) a partir
do trabalho intitulado “A psicologia como os Behavioristas veem”, publicado
em 1913. Segundo Matos (1995, p. 2):
32 O surgimento do estudo do comportamento
(S reforça R)
Existem 4 tipos de contingências operantes:
34 O surgimento do estudo do comportamento
https://goo.gl/Ykqhrz
Pavlov
A experiência que elucidou a existência do condicionamento clássico envolveu
a salivação dos animais. Cães salivam naturalmente por comida, pois a comida
O surgimento do estudo do comportamento 35
Watson
Aprofundando e ampliando os conceitos de Pavlov, Watson propõe a “expe-
riência com o pequeno Albert”, uma criança de 11 meses, para demonstrar
os processos de condicionamento. Na experiência, Watson e sua assistente
condicionaram a pequena criança a ter medo de um rato branco (ele não tinha
medo antes de ser submetido ao condicionamento). Para estabelecer essa
relação de medo, apresentavam à criança, repetidas vezes, um rato branco
na presença de um ruído alto. Aos poucos, a simples visualização do animal
produzia sinais de medo na criança. Os cientistas perceberam, também, que
outros estímulos semelhantes ao do rato branco também produziam medo,
como, por exemplo, um coelho branco (WATSON; RAYNER, 1920).
Generalização da Resposta
O surgimento do estudo do comportamento 37
Skinner
Para Skinner, o sujeito age em função das consequências do seu comporta-
mento. Se essa consequência for agradável, a frequência do comportamento
irá aumentar, o que chamamos de reforço (pode ser positivo ou negativo).
Se a consequência desse comportamento for desagradável, a frequência do
comportamento diminui, o que chamamos de punição (pode ser positiva ou
negativa). Para explicar melhor, o cientista propôs um experimento conhecido
como “caixa de Skinner”, na qual se colocou um rato faminto. Essa caixa
continha uma barra que, quando acionada, liberava comida. Após um certo
tempo de exploração, por acaso, o animal acionou a barra, que liberou certa
quantidade de comida. Após algumas tentativas bem-sucedidas, o ratinho
passou a pressionar a barra para receber comida. Esse experimento demonstrou
a aprendizagem do rato a partir de reforço positivo.
Você sabia que as cores são muito utilizadas para chamar a atenção para algum aspecto
que o profissional do marketing deseja passar aos clientes?
Quando você percebe uma cor, você capta um estímulo e faz uma associação com
as suas vivências e experiências. Na percepção, sempre se identifica um fenômeno
relacionado a outro já vivido.
Em relação às cores, existem pesquisas que são feitas cuidadosamente para a criação
de logotipos, embalagens, que são responsáveis pela primeira impressão do produto
nas vitrines. A embalagem, por exemplo, tem a capacidade de chamar a atenção
do consumidor e impulsioná-lo para a fidelização da marca. As cores aplicadas à
embalagem devem estar relacionadas com o consumidor e com as características
do produto (FUJISAWA, 2006).
Alguns estudos relacionam cores com certos significados: por exemplo, as marcas que
oferecem segurança deveriam utilizar o azul escuro, enquanto aquelas que prometem
uma melhora deveriam utilizar embalagens vermelhas. A cor vermelha chama a atenção
do consumidor nos pontos de venda, pois é relacionada a promoções (FUJISAWA, 2006).
Segundo Parramón (1982 apud FUJISAWA, 2006), a maior parte das embalagens em
“oferta” ou “novidade” é vermelha e, algumas vezes, amarela. As combinações dessas
cores, algumas vezes agregadas ao azul, empregam-se invariavelmente nos produtos
de limpeza, pois criam uma impressão de um alto poder de limpeza. As cores primárias
e as cores naturais atraem as crianças.
A exploração das cores é muito utilizada como forma de estimular o consumo e tem
sido utilizada pela indústria da comunicação (agências de comunicação, propaganda,
publicidade, etc.). Estar no pensamento e nos sentidos do consumidor é uma forma
das marcas ganharem espaço na sua preferência, tendo em vista a saturação e as
alternativas que o mercado consumidor oferece (FUJISAWA, 2006).
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O behaviorismo radical, por sua vez, contribuiu para que a psicologia supe-
rasse as noções de causa e efeito e de determinismo absoluto dos fenômenos,
passando a considerar as múltiplas relações funcionais que alteram a proba-
bilidade de ocorrência do comportamento.
Leituras recomendadas
BALHS, S. C.; NAVOLAR, A. B. B. Terapia cognitivo-comportamental: conceitos e pres-
supostos teóricos. Psicologia UTP On-line, Curitiba, v. 4, p. 1-11, 2004.
SKINNER, B. F. Verbal behavior. New Jersey: Prentice Hall, 1957.
WATSON, J. B. Clássico traduzido: a psicologia como o behaviorista a vê. Temas em
Psicologia, Ribeirão Preto, v. 16, n. 2, p. 289-301, 2008. Disponível em: <http://pepsic.
bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2008000200011&lng=pt
&nrm=iso>. Acesso em: 19 fev. 2018.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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