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INTRODUÇÃO

O comportamentalismo surgiu no início do século XX, principalmente nos Estados Unidos, em


oposição ao mentalismo que dominava a psicologia Européia na época. A ideia dessa tendência
está vinculada a uma possível ciência do comportamento. “A principal ideia da teoria
comportamentalista é o processo Estímulo-Resposta, e através deste princípio, os pensadores
desenvolveram suas teorias” (SOARES, 2013, p.01). Baseiam-se nos comportamentos
observáveis e mensuráveis dos sujeitos, e nas respostas que eles dão aos estímulos externos.
O estudo do comportamentalismo acontece dentro da psicologia na linha teórica do
Behaviorismo, que possui três tendências: Behaviorismo Cognitivo, Behaviorismo
Metodológico e Behaviorismo Radical. O criador do behaviorismo metodológico (também
denominado como comportamentalismo), matéria de interesse desse estudo, é John B.
Watson (1878-1958). Para ele o behaviorismo metodológico tem caráter empirista, onde
rejeita os processos mentais como objeto de pesquisa. A introspecção não poderia ser aceita
como prática científica, assim relata Sério (2005 citado por OSTERMANN; CAVALCANTI, 2011).

O Behaviorismo Metodológico apresenta também um caráter determinista. “Sendo uma teoria


baseada em estímulo-resposta (E-R), nela há uma indicação de que o comportamento humano
é previsível. Se um antecedente X ocorre, o evento Y ocorrerá como consequência” (PRIMO,
2009; OSTERMANN; CAVALCANTI, 2011, p.13).

Watson, assim como outros, foram influenciado pelo trabalho de Ivan Pavlov (1849-1936), no
qual seus estudos com cachorros possibilitaram descobertas no âmbito da fisiologia e mais
tarde, interpretadas no âmbito da psicologia. Para Pavlov, tudo que aprendemos é explicado
através do modo em que os estímulos (ambientais e internos) produzem as respostas (SOARES,
2013). Moreira (1999) enfatiza que essas teorias trouxeram um grande enfoque tecnológico
para a instrução, que durante as décadas de sessenta e setenta, dominaram as atividades
didáticas nas mais variadas matérias de ensino. A ação docente era pautada em apresentar
estímulos na quantidade e momentos certos, com intuito de aumentar ou diminuir a
frequência de certos comportamentos nos alunos.

Watson colocava que cabe ao professor promover o maior número de vezes possível a
associação de uma resposta (desejada) a um estímulo para que o aprendiz adquira
conhecimentos, isso explicado através do Princípio da Frequência. Já o Princípio da
Recentidade coloca que o professor deverá proporcionar ao estudante o vínculo mais rápido
possível entre a resposta que ele quer que o aluno aprenda e o estímulo a ela relacionado
(OSTERMANN; CAVALCANTI, 2011). Estas ideias não são recentes e estão associadas a uma
pedagogia tecnicista que é muito criticada atualmente. A partir desta breve discussão nos foi
suscitado o seguinte questionamento: como as principais características do behaviorismo se
apresentam no processo de aprendizagem na educação profissional?

Comportamentalismo/Behaviorismo

O estudo do comportamento acontece dentro da psicologia na linha teórica do


comportamentalismo. Este estudo é chamado de Behaviorismo, possuindo três tendências:
Behaviorismo Cognitivo, Behaviorismo Metodológico e Behaviorismo Radical.

No Behaviorismo Cognitivo se pressupõe que existe uma relação entre o mundo, como
ambiente externo ao indivíduo, que desencadeia neste pensamentos e sentimentos que irão
determinar seu comportamento no ambiente (KAHHALE, 2011). No Behaviorismo
Metodológico há uma ênfase aos procedimentos de medida do comportamento em sua
relação com o ambiente ficando conhecido como a Psicologia do S-R onde S operacionaliza o
ambiente e R o comportamento (MATOS, 1997 citado por KAHHALE, 2011). O Behaviorismo
Radical entende que o ambiente que se encontra o homem determina e constrói as
características que são particulares a cada um (KAHHALE, 2011).

O surgimento do comportamentalismo/Behaviorismo aconteceu nos Estados Unidos da


América e muitos autores apresentam John Broadus Watson (1878-1958) como o seu
fundador, pois o mesmo se dedicou a fundar uma nova escola de pensamento para a
Psicologia. Schultz (2012) lembra que:

(...) não foi Watson quem deu origem a essas ideias básicas do movimento behaviorista; elas já
vinham sendo desenvolvidas há algum tempo, tanto na psicologia como na biologia. Como
qualquer outro fundador, Watson organizou e promoveu as ideias e as questões já aceitáveis
para o Zeitgeist intelectual. Assim, são estes alguns dos principais conceitos reunidos pro
Watson para formar seu sistema de psicologia behaviorista: a tradição filosófica objetivista e
mecanicista; a psicologia animal; e a psicologia funcional.(SCHULTZ, 2012, p. 230).

Outra influência importante para Watson foi a de Ivan Petrovitch Pavlov (1849-1936) , pois o
seu método auxiliou nos estudos de controle e modificação do comportamento por Watson.
Pavlov trabalhou com três questões centrais: a função dos nervos cardíacos, as glândulas
digestivas primárias e o estudo dos reflexos condicionados que lhe rendeu lugar de muito
destaque na História da Psicologia. O reflexo condicionado ocorreu de uma descoberta
acidental: em um trabalho com as glândulas digestivas dos cães, Pavlov percebeu que os
cachorros salivavam também antes de receberam a comida, isto acontecia com o som dos
passos dos homens que geralmente os alimentavam. Esta reação de salivação se condicionou
ao estímulo que antes era associado ao recebimento da comida. As experiências iniciais de
Pavlov com os cães foram simples conforme explica Schultz e Schultz (2012):

Ele segurava um pedaço de pão e o mostrava ao cachorro antes de dá-lo para comer. Com o
tempo, o cachorro começava a salivar assim que via o pão. A resposta de salivação do cachorro
quando a comida era colocada na sua boca era uma reação natural de reflexo do sistema
digestivo e não envolvia a aprendizagem. Pavlov denominou essa reação de reflexo inato ou
não-condicionado. (SCHULTZ, 2012, p. 245).

A este acontecimento Pavlov chamou de reflexo psíquico. Já a salivação que ocorria pela visão
da comida devia ser aprendida, logo ele denominou este acontecimento de reflexo
condicionado ou dependente que ocorria na formação de uma associação ou ligação entre o
estímulo e a resposta (SCHULTZ e SCHULTZ, 2012). O experimento de condicionamento ocorria
da seguinte maneira: primeiro se apresentava o estímulo condicionado e imediatamente o
incondicionado. Schultz e Schultz (2012) citam o exemplo em que o estimulo condicionado é a
luz, e o incondiconado a comida. O pesquisador acendia a luz e imediatamente apresentava a
comida. Após várias repetições do acendimento da luz e entrega imediata da comida, os cães
passavam a salivar com a simples visão da luz. Criando, assim, uma associação da luz e a
comida, isto permitia que o animal ficasse condicionado a responder mediante a apresentação
do estímulo. Pavlov percebeu que a aprendizagem ou condicionamento só ocorreria se este
processo ocorresse um número de vezes suficiente. Assim, o reforço é necessário para que a
aprendizagem ocorra.
Behaviorismo Metodológico de Watson

A cristalização das ideias já emergentes do behaviorismo ocorreram por meio dos esforços de
Watson que se propôs a construir esta escola de pensamento. Watson no início da carreira se
propôs a estudar sobre os efeitos do álcool e dos filmes de educação sexual nos adolescentes,
os efeitos positivos e negativos caso houvesse. A instituição onde o mesmo trabalhava não
aceitou muito bem a ideia deste estudo e solicitou que o Watson parasse. Em 1913 ele lançou
um artigo na Revista Psychologic al Review fato este que lançou oficialmente o Behaviorismo.
Após isto Watson publicou o livro Behavior: an introduction to comparative psychology (1914)
que versava sobre as vantagens da utilização do uso de animais nas pesquisas psicológicas. Em
1928 ele discorreu sobre as práticas da Educação Infantil no livro Psychological care of the
infantand child onde ele propôs um ensino não permissivo e segundo ele os pais nunca
deveriam:

(...) abraçar e beijar, jamais as deixem sentar no colo. Quando estritamente necessário, beijem
mas apenas uma vez na testa ao lhes dar boa noite. Pela manhã, cumprimentem-nas com um
aperto de mão. Afaguem-lhes a cabeça, caso realizem mito bem uma tarefa extremamente
difícil. (...) vocês perceberão como é fácil serem perfeitamente objetivos com os filhos e ao
mesmo tempo gentis. Vocês se sentirão totalmente envergonhados da forma sentimental e
insípida de como os estavam tratando. (WATSON, 1928, p.81-82; SCHULTZ, 2012, p.262).

Para Watson a psicologia devia se limitar ao estudo objetivo do comportamento e alguns


métodos deviam ser adotados nos laboratórios dos behavioristas como por exemplo: a
observação com e sem instrumentos, métodos de teste, de relato verbal e do reflexo
condicionado. A observação foi a base fundamental para os outros métodos; métodos de
teste, ele sugeriu tratar os resultados dos testes como amostragens do comportamento e não
como indicadores de qualidades mentais; no relato verbal ele considerou as reações orais
significativas para o behaviorismo, bem como qualquer resposta motora e considerou que
falar é um comportamento tão objetivo quanto jogar beisebol; o reflexo condicionado foi
amplamente divulgado por Watson, nele a resposta tornava-se condicionada quando
associada ou conectada a um estímulo diferente, este método permitia que os psicólogos
conduzissem as investigações sobre o comportamento humano em laboratórios.

O behaviorismo de Watson foi uma tentativa de construir uma ciência livre de noções e
métodos subjetivos, uma ciência tão objetiva quanto a física (SCHULTZ e SCHULTZ, 2012). Para
Watson o instinto, a emoção e o pensamento eram temas principais. No livro Behavior: na
introduction to comparative psychology (1914) ele descreveu 11 instintos, mas depois
eliminou o conceito de instinto alegando que os comportamentos que antes ele entendia
serem intuitivos eram na verdade respostas condicionadas socialmente. Adotando a visão da
aprendizagem, ele negou qualquer tipo de talento, temperamento ou capacidade herdado.
Logo ele se tornou um ambientalista, pois acreditava que não havia nada herdado e que os
comportamentos estavam relacionados com os estímulos recebidos na primeira infância. Para
ele uma criança poderia ser treinada para ser o que quiserem, mediante do incentivo e reforço
do comportamento adequado.

As emoções não passavam de simples respostas fisiológicas a estímulos específicos,


provocando mudanças físicas internas com um padrão particular. Dessa forma a emoção é
expressa por meio de manifestações físicas como por exemplo o aumento dos batimentos
cardíacos. Watson inspirou uma pesquisa muito importante sobre a terapia do
comportamento (aplicação dos princípios de aprendizagem para alterar o comportamento
desajustado) (SCHULTZ e SCHULTZ, 2012). Esta pesquisa foi desenvolvida com uma criança de
três anos que possuía medo de coelhos. No momento em que Peter comia era trazido para
perto dele um coelho branco e cada vez o aproximavam até que em um dado momento Peter
o tocou. Não ocorrendo assim a resposta de medo que sempre era produzida nesta
circunstância.

Para Watson, o comportamento compunha-se inteiramente de


impulsos fisiológicos. Devido à influência de Pavlov, focalizou seu estudo muito mais nos
estímulos do que nas consequências e, assim, encarou a aprendizagem na forma do
condicionamento clássico: o estímulo condicionado, depois de ser emparelhado um número
suficiente de vezes com o estímulo incondicionado, passa a eliciar a mesma resposta e pode
substituí-lo. OSTERMANN; CAVALCANTI, 2011, p.18).

Quanto aos processos do pensamento, Watson acreditava que não eram passíveis de
observação e experimentação, pois ocorria na ausência de movimentos musculares. Para ele
este processo do pensamento que faz parte do comportamento implícito está concentrado no
músculo da língua e da laringe, expressando-o por meio de gestos como o movimento dos
ombros e franzir da testa. Mas com o tempo vamos deixando de externalizar estes
comportamentos implícitos do pensamento, pois vamos sendo reprimidos por pais e
professores a pensar com hábitos musculares invisíveis. As ideias de Watson geraram grande
entusiasmo a época no efeito da criação e do ambiente infantil:

John Broadus Watson foi uma figura importante na história da psicologia como um todo e teve
especial importância na história do behaviorismo. Descrito por um dos seus biógrafos como
tendo “provavelmente influenciado a psicologia [norte americana] tanto quanto, ou mesmo
mais, que Freud” (Cohen, 1979, p.1), Watson é frequentemente referenciado como o fundador
do movimento behaviorista, grande defensor da psicologia como ciência natural e da
necessidade de a psicologia se tornar uma disciplina aplicada. Apesar de sua grande
importância histórica (ver Korn, Davis, & Davis, 1991), as caracterizações da obra de Watson
têm apresentado inúmeras incorreções (Todd, 1994, Strapasson & Carrara, 2008). O presente
texto pretende explorar possíveis causas de uma dessas incorreções presente especialmente
na literatura brasileira, a saber, a caracterização do behaviorismo watsoniano como
Behaviorismo Metodológico.

A denominação mais comum para o behaviorismo de Watson na história do behaviorismo é


“Behaviorismo Clássico”. Entretanto, no Brasil, Watson tem sido frequentemente indicado
como o proponente de uma forma de behaviorismo conhecida como “Behaviorismo
Metodológico”. Como a maioria das classificações de teorias em psicologia, a expressão
“Behaviorismo Metodológico” (doravante BM) tem sido usada para designar diferentes
conjuntos de características (ver Strapasson & Carrara, 2008). Originalmente, BM foi uma
denominação usada para indicar teorias que pudessem ser representadas pela seguinte
afirmação: “fatos da experiência consciente existem, mas não servem a nenhuma forma de
tratamento científico” (Lashley, 1923, p. 238)1 . A compreensão de BM utilizada na literatura
brasileira é coerente com essa concepção (e.g. Matos, 1997a) e pode ser caracterizada por
duas asserções, a saber: (1) a mente, enquanto substância imaterial existe (2), mas a
observação direta do comportamento é o único método seguro para se produzir
conhecimento científico em psicologia. A primeira afirmação tem um caráter ontológico na
medida em que supõe qual é a natureza da mente. A segunda tem caráter epistemológico na
medida em que versa sobre o modo mais seguro de se conhecer o objeto de estudo. Em
conjunto, as afirmações 1 e 2 levam à conclusão de que a mente, enquanto matéria
inobservável, não deve ser objeto de estudo da ciência psicológica e esta, por razões
metodológicas, deve se restringir ao comportamento observável.

VIDA E OBRA DE John Broadus Watson

John Broadus Watson nasceu em Greenville (Carolina do Sul,


Estados Unidos) em 1878 e morreu em Nova York em 1958..

Ele estudou na Universidade de Chicago e se formou em 1903.


Ele escreveu muitos artigos científicos, um dos primeiros
chamados "Educação Animal: um estudo experimental sobre o
desenvolvimento psíquico de um rato branco, em correlação com
o crescimento do seu sistema nervoso". Neste artigo descreve a
relação entre mielinização cerebral e capacidade de
aprendizagem em roedores.

Watson trabalhou na John Hopkins University por 14 anos, e lá


ele fez muitas experiências em aprender pássaros. Em 1920 ele
deixou seu emprego na Universidade por causa de alguns
rumores sobre um relacionamento com sua assistente Rosalie
Reyner, com quem ele fez sua famosa experiência com o
"pequeno Albert". Ele passou a trabalhar como psicólogo na
empresa Thompson, e tornou-se interessado no campo da
publicidade.

A psicologia é uma área do conhecimento humano bastante vasta.


Dentre as diversas linhas teóricas e terapêuticas, existe
o Behaviorismo – uma psicologia comportamental – que estuda
o comportamento humano a partir das manifestações públicas
observáveis.

Behaviorismo: a psicologia
comportamental de Watson
O que é Behaviorismo?
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Agora vamos ao conteúdo...

O termo “Behaviorismo” se origina do termo em inglês “Behavior”,


que significa “comportamento”.

O Behaviorismo, também chamado de Psicologia


Comportamental, é uma teoria que estuda a psicologia através da
observação do comportamento humano.
Sua metodologia é objetiva e científica, fundamentada na
comprovação experimental, e não através de conceitos subjetivos
e teóricos da mente (como por exemplo o inconsciente
psicanalítico).

Em resumo, o grande alvo do behaviorismo é prever e


controlar o comportamento humano.

Bebaviorismo - John Watson (1878 - 1958)

John Watson é considerado o pai da psicologia científica pois demarcou-se de forma radical te
toda a psicologia tradicional, que tinha por objectivo o estudo da consciência e por método a
introspecção. Não nega a existência da consciência nem a possibilidade do indivíduo se auto-
observar, mas considera que os estados de espírito bem como a procura das suas causas só
podem interessar ao sujeito no âmbito da sua vida pessoal.

Watson considera que com Wundt a psicologia teve uma falsa partida pois este não foi
capaz de romper com as concepções tradicionais. Para se constituir como ciência, a psicologia
teve de cortar com todo o passado e constituir-se como ramo objectivo e experimental da
ciência. Watson pretendia para a psicologia o mesmo estatuto da biologia. Logo para se
constituir como ciência rigorosa e objectiva, o psicólogo terá de assumir a atitude do cientista,
trabalhando com dados que resultam de observações objectivas e acessíveis a qualquer outro
observador. O psicólogo terá de renunciar à introspecção e limitar-se à observação externa, à
semelhança das outras ciências.

Segundo ele, só se pode estudar directamente o comportamento observável, isto é, a


resposta do indivíduo (R) a m dado estimulo (E) do ambiente. E, tal como em qualquer outra
ciência, cabe ao psicólogo decompor o seu objecto – o comportamento – nos seus elementos e
explicá-los de forma objectiva, recorrendo ao método experimental.

É importante salientar que, para os behavioristas, estímulo é o conjunto de excitações que


agem sobre o organismo. O estímulo pode ser assim qualquer elemento ou objecto do meio ou
ainda qualquer manifestação interna do organismo (exemplo: a picada de um agulha;
contracções do estômago…). Para os behavioristas, a resposta é tudo o que o animal ou o ser
humano faz (exemplo: afastar a mão, saltar, chorar…). O comportamento é o conjunto de
respostas objectivamente observáveis activadas por um conjunto complexo de estímulos,
provenientes do meio físico ou social em que o organismo se insere.

Watson chegou mesmo a estabelecer uma fórmula que prevê o comportamento: R =f(s), isto
é, a resposta (R) depende da situação (S). O estabelecimento de leis do comportamento
resulta do estudo das variações das respostas em função da situação. O Psicólogo deverá ser
capaz de, conhecendo o estímulo, prever a respostas e, inversamente, conhecendo a resposta,
deverá identificar o estímulo ou situação (conjunto de estímulos) que provocou essa resposta.
Para Watson, nós somos o que fazemos, e o que nós fazemos é o que o meio nos faz fazer.
Neste sentido, os indivíduos não são pessoalmente responsáveis pelos seus actos, dado que
são produto do meio em que vivem.

Ler mais: https://caminhodapsicologia.webnode.com.pt/behaviorismo-watson/

Behaviorismo como oposição ao Internalismo


Para se compreender melhor a proposta do behaviorismo, é
necessário fazer o contraponto com as linhas teóricas pautadas
pelo chamado internalismo.
Internalismo é como chamamos o entendimento de outras linhas
teóricas da psicologia sobre as causas do comportamento. Para os
internalistas, essas causas estão sediadas no interior do homem –
seja em seu organismo, em sua mente, no inconsciente, nas
memórias ou nas emoções.
O behaviorismo opõe-se de maneira enfática a essa visão
internalista, e responsabiliza os condicionantes ambientais pelas
causas do comportamento humano, e não algo em seu interior.
Como o Behaviorismo entende o comportamento
humano
Para estudar o comportamento, os behavioristas se baseiam nos
pressupostos:

1. O comportamento deve ser estudado por si mesmo.

Sua causa não se deriva de processos introspectivos, nem de uma


suposta alma ou da mente,
2. Oposição ao mentalismo e à concepção dualista do
ser humano.

Para o behaviorismo, o corpo é o que compõe todo o indivíduo,


não havendo portanto uma divisão entre o corpo e a mente, ou
entre o corpo e a alma.

3. Adesão ao evolucionismo biológico.

Leva-se em conta as condições filogenéticas herdadas da espécie.


Possui também uma estreita relação com a psicologia
evolucionista, que explica o comportamento a partir da
necessidade de sobrevivência das espécies.
4. Adoção do determinismo materialístico.

O que chamamos de “mente” é apenas o fruto de ligações entre


circuitos de sinapses neuronais, para os behavioristas. Essa
modelagem neurológica ocorreria ao longo do desenvolvimento
ontológico do ser humano em interação com o ambiente (como a
sua história de vida), compondo a “personalidade” ou, na
linguagem behaviorista, o “repertório comportamental” do
indivíduo.

Dessa forma, não seria preciso usar propriedades não físicas para
explicar o funcionamento do comportamento.

5. Adoção da metodologia científica de base


positivista.

Os behavoristas utilizam procedimentos objetivos na coleta de


dados para análise do comportamento, rejeitando a introspecção.
Eles possuem como base epistemológica (o fundamento de sua
teoria) a ciência Positivista, mensurando, realizando
experimentações e testes de hipótese com grupo controle.
6.Evitam interpretações particulares sobre o
comportamento.

A busca é por uma observação consensual do comportamento, ou


seja, o que é observável também por qualquer indivíduo. Evitando
interpretações subjetivas da realidade.

Diferenças entre Behaviorismo e


Psicanálise
Apesar de ambas as linhas teóricas serem respeitadíssimas, e
possuírem um vastíssimo campo de pesquisa, podemos afirmar
que elas são como água e óleo em se tratando de compreender a
psicologia humana.

Suas bases teóricas são diversas tanto na interpretação do


fenômeno psicológico humano, quanto na forma de intervenção
nessas estruturas psíquicas.

Exemplo de diferenças na compreensão de


comportamentos entre as linhas teóricas
Uma forma de vermos a diferença entre essas duas linhas teóricas
é na compreensão do que a psicanálise chama de ato falho.
Ato falho é um equívoco na fala ou na memória.
Por exemplo: comete-se um ato falho ao se dizer “bem-vindos
ao último dia desse evento” ao invés de “bem-vindos ao primeiro
dia desse evento”.
Para a psicanálise, o ato falho é provocado pelos desejos ocultos
do inconsciente que são manifestos na falha da linguagem, e
sempre possuem uma razão subjetiva escondida no inconsciente.

Para o behaviorismo, o ato falho é somente uma consequência de


um estímulo ou reforçador de comportamentos.

Para entender melhor essa diferença, podemos analisar a fala do


presidente Jair Bolsonaro em 2020 em relação à pandemia do
COVID-19.

Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar. (Jair
Bolsonaro, 2020)

Bolsonaro negava que estava infectado, porém acaba falando a


frase em primeira pessoa, indicando que poderia estar com a
doença.

Interpretação psicanalítica:

Para um psicanalista, o presidente poderia estar escondendo a


verdade sobre o seu estado de saúde, e sua infecção do
coronavírus ao cometer esse ato falho. Porém o inconsciente de
alguma forma se manifestou nesta fala quando ele fala em
primeira pessoa a existência do coronavirus, indicando o conflito
de narrativas entre o que se diz e o que se sabe internamente.

Interpretação behaviorista:

Para os behavioristas, os jornalistas poderiam ser estímulos


aversivos para Bolsonaro, condicionando-o a emitir respostas não
verídicas, para fugir ou se esquivar de uma pergunta.
Como vemos, a forma de compreensão do comportamento é
diametralmente oposta entre analistas e comportamentalistas.

Tipos de behaviorismo
Apesar de haver diversas outras ramificações, há duas grandes
vertentes behavioristas principais estudadas:

BEHAVIORISMO CLÁSSICO
John B. Watson
O estadunidense John B. Watson foi o primeiro psicólogo a utilizar
o termo behaviorismo. Em 1913, publica o artigo Psychology as the
Behaviorist views it, inaugurando essa vertente.

O comportamento para Watson é um fenômeno observável,


passível de mensuração e concordância entre todos os
observadores.

Esse comportamento surge a partir de um estimulo presente no


ambiente externo ao indivíduo, ou seja, os estímulos ambientais
são as causas dos comportamentos.

No behaviorismo clássico se adota o estímulo (representado pela


letra S) e a resposta (representada pela letra R) como partes
integrantes do comportamento.
BEHAVIORISMO RADICAL
B. F. Skinner
A publicação do livro Science and Human Behavior por B. F. Skinner
em 1953 inaugura essa vertente comportamentalista chamada de
radical.
Em linhas gerais, enquanto que para Watson a compreensão da
realidade se dava por meio de consenso social, como na frase “a
verdade é observável à todos”, Skinner baseia suas pesquisas nas
respostas que o indivíduo analisado apresenta. Ou seja, o que o
indivíduo diz ou responde deve ser analisado individualmente.

Diferente do Behaviorismo Classico, que tenta universalizar as


causas do comportamento usando a observação consensual, o
Behaviorismo Radical se interessa pela influencia que o
comportamento exerce na experiência de um determinado
sujeito.

O que exatamente é o comportamento?


Para entender o behaviorismo, é necessário definir o que
exatamente é o Comportamento.

Comportamento é a interação entre um organismo e seu ambiente


imediato.
Conclusão
Como podemos notar no artigo, a psicologia comportamental é
uma grande linha teórica desenvolvida nos séculos XIX e XX que
ainda hoje influencia a compreensão da psicologia humana.

Dela advém a Terapia Cognitiva Comportamental, amplamente


detalhada aqui no Saúde Interior para tratamento de transtornos
como depressão, ansiedade e síndrome do pânico.

Behaviorismo: a psicologia comportamental de Watson e Skinner (saudeinterior.org)

Conclusão

Muitos terapeutas usam os princípios do behaviorismo que foram inicialmente


desenvolvidos e popularizou b y John B. Watson. No entanto, muitos psicólogos também
reconhecem que as visões de aprendizagem avançadas por Ivan Pavlov e John B. Watson
subestimaram a importância do pensamento ou da cognição.

A terapia cognitivo-comportamental ou TCC é um dos métodos de terapia mais pesquisados


em usa e mostra sucesso com todos os tipos de problemas. O CBT foi desenvolvido por
Aaron Beck, que incorporou elementos do behaviorismo. A CBT examina as ligações entre
eventos ou circunstâncias externas, pensamentos ou significados derivados deles e o
comportamento resultante para ajudar as pessoas a gerenciar o comportamento e as
emoções.

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