Você está na página 1de 6

Bom dia, no âmbito da disciplina de Psicologia foi-nos proposta a realização de uma

apresentação sobre um tema à nossa escolha, e o tema que escolhemos abordar foi Skinner.

Primeiramente iremos falar-vos um pouco sobre Skinner e apresentar-vos uma pequena


biografia sobre o mesmo.

Biografia:
Nasceu em 20 de março de 1904, na Pensilvânia e faleceu a 18 de agosto de 1990. Skinner
relata que durante a sua infância nunca lhe faltou afeto e que o ambiente em que vivia era
estável. Foi um psicólogo behaviorista, inventor e filósofo norte americano. Formou-se na
Universidade de Harvard, onde mais tarde viria a ser professor. Mais tarde retirou-se e foi-lhe
diagnosticada uma leucemia terminal que iria ditar a sua morte.

A sua vida foi marcada pelo avanço que deu a teorias sobre a psicologia e, devido aos seus
trabalhos recebeu alguns prémios, como por exemplo, Humanista do ano, Golden Medal
Award, Prémio William James, entre outros. Uma revista, em 2002, considerou mesmo Skinner
o psicólogo mais influente do século XX, o que dá para perceber um pouco da importância que
ele teve.

Behaviorismo:
Skinner foi um marco importante para a evolução da psicologia, mais especificamente do
behaviorismo. Iremos assim começar por explicar um pouco em que é que consiste o mesmo.

O behaviorismo é um ramo da psicologia que, como o próprio nome indica, se baseia na


observação do comportamento e análise do mesmo. Percebemos assim que o objeto de
estudo de Skinner foi o comportamento. O behaviorismo surgiu como uma contraposição à
psicanálise e tinha como objetivo proporcionar uma base científica, demonstrável e
mensurável à psicologia.

Pioneiros como Watson ou Pavlov começaram a realizar experimentos com vários animais,
lançando deste modo as bases do behaviorismo e condicionamento. Alguns anos mais tarde
surgiu Skinner que veio complementar as teorias apresentadas até ao momento e adicionou
uma grande descoberta a este ramo da psicologia: o condicionamento operante.

Tanto os autores referidos, como Skinner estudam a psicologia comportamental que segue
quatro princípios básicos:

1. A psicologia é uma ciência, portanto utilizará uma metodologia empírica e


demonstrável;
2. Essa metodologia é caracterizada pelo uso de variáveis que podem ser medidas, como
por exemplo medir a ansiedade pelo número de batimentos cardíacos por minuto;
3. Os resultados experimentais realizados em laboratório podem ser utilizados para a
vida real;
4. O comportamento é aprendido, não existe nenhuma forma de inatismo, rejeitando
totalmente outros ramos da psicologia.
Não podemos falar sobre Skinner sem primeiro falar sobre os autores que deram o impulso
para a teoria que mais tarde este veio a desenvolver. Assim, iremos agora resumir um pouco
das teorias de John Watson e Ivan Pavlov.

Como referido antes a psicologia comportamental nasceu antes de Skinner publicar os seus
estudos. Dois grandes pioneiros deste ramo da psicologia, John Watson e Ivan Pavlov,
estudaram o que hoje conhecemos como condicionamento clássico.

O condicionamento clássico diz respeito às relações entre estímulos e repostas e envolve a


colocação de um sinal neutro antes de um reflexo que ocorre naturalmente.

Existem três fases básicas deste processo:

Primeiramente, requer um estímulo que ocorre naturalmente que vai provocar


automaticamente uma resposta. Salivar em resposta ao cheiro da comida é um bom exemplo
de um estímulo que ocorre naturalmente. Durante esta fase o estímulo condicionado resulta
numa resposta incondicionada. Existe também um estímulo neutro que não produz nenhum
efeito, não até que este seja emparelhado com o estímulo incondicionado.

Estímulo incondicionado – é aquele que provoca naturalmente e automaticamente uma


resposta. Por exemplo, quando sentimos o cheiro a comida, podemos sentir fome. Neste caso,
o cheiro a comida é o estímulo não condicionado.

Resposta não condicionada – é a resposta que ocorre naturalmente em resposta ao estímulo


não condicionado. Seguindo o outro exemplo a sensação de fome em resposta ao cheiro da
comida é a resposta não condicionada.

Durante a segunda fase o estímulo neutro é repetidamente emparelhado com o estímulo não
condicionado. Como resultado deste emparelhamento, uma associação entre o estímulo
anteriormente neutro e o estímulo incondicionado é formada. Neste ponto, o estímulo neutro,
torna-se conhecido como estímulo condicionado. O sujeito já foi condicionado a responder a
este estímulo. Para se perceber melhor, sempre que sentirmos o cheiro da comida,
ouvíssemos um apito, esse som acabaria por desencadear a resposta condicionada. Neste
caso, o som do apito é o estímulo condicionado.

Uma vez que a associação tenha sido feita entre o estímulo incondicionado e o condicionado,
apresentar o estímulo condicionado vai evocar uma resposta, mesmo sem o estímulo
incondicionado. A resposta resultante é conhecida como a resposta condicionada. Esta seria o
facto de sentir fome ao ouvir o apito.
No entanto, como o objetivo da nossa apresentação não é falar sobre estes dois autores,
iremos de seguida falar e apresentar o foco da nossa apresentação: Skinner.

A teoria de Skinner pode ser denominada como Teoria do Reforço e está diretamente
relacionada com a motivação humana. Neste sentido achamos importante falar um pouco
sobre a motivação, de modo a introduzir o tema.

A motivação é uma força interna, que se encontra dentro de cada um de nós e nasce dos
nossos desejos e necessidades. Pode ser definida como aquilo que é suscetível de mover o
indivíduo numa direção. É o que faz o indivíduo agir para atingir algo que ele considere
importante para ele ou para a causa que el defende. Os estudos desta área procuram
compreender como se dá o desencadeamento de determinados comportamentos nas pessoas
e, que fatores iniciam e potencializam esses comportamentos.

Teoria do Reforço
Esta é uma das teorias da motivação e defende que o comportamento das pessoas pode ser
influenciado e controlado através do reforço (recompensa) dos comportamentos desejados e
ignorando as ações não desejadas.

Pressupõe que a motivação vem de estímulos externos, com os quais seria possível moldar o
comportamento do indivíduo. A ideia é de que a pessoa é movida por incentivos externos,
onde comportamentos que geram resultados positivos são mantidos e aqueles que geram
resultados negativos são evitados. As ações com consequências positivas sobre o indivíduo
fazem com que as práticas tendem a ser repetidas no futuro, enquanto o comportamento que
é punido tende a ser eliminado. As consequências são positivas sempre que as pessoas sentem
prazer com a sua própria performance.

Uma das principais diferenças que Skinner aplicou na sua teoria foi o condicionamento
operante, diferenciando-se assim do condicionamento clássico de Pavlov.

Condicionamento operante
O condicionamento operante descreve uma relação onde uma resposta que gera uma
consequência tem uma maior probabilidade de ocorrer novamente num contexto semelhante
modificado pelo efeito dessa consequência, ou seja, no condicionamento operante, um
mecanismo é fortalecido no sentido de tornar uma resposta mais provável, ou melhor, mais
frequente. Para além disto é também um mecanismo de aprendizagem que defende que
comportamentos inicialmente aleatórios vão dando lugar a comportamentos mais frequentes
e previsíveis por via do reforço desses mesmo comportamentos. A este processo Skinner
chamou de modelagem.

O instrumento fundamental da modelagem é o reforço, ou seja, é a consequência de uma ação


quando ela é percebida por aquele que a pratica.

Caixa de Skinner
A caixa de Skinner foi uma experiência que o mesmo usou e que permite explicar melhor
alguns conceitos.
Esta foi criada com o objetivo de demonstrar que se poderia induzir e modificar o
comportamento de um animal através de estímulos externos. A caixa tinha diversos
elementos, sendo eles duas luzes, um altifalante, um botão, um piso eletrificado e um
dispensador de comida.

Funcionamento:

1. Um rato era introduzido dentro da caixa. Geralmente era privado de comida antes,
para que a sua motivação por se alimentar fosse maior.
2. O rato experimentava o seu novo ambiente até descobrir o botão e pressioná-lo.
Automaticamente saía uma unidade de comida do dispensador depois do botão ser
pressionado.
3. O rato, motivado por conseguir mais comida, mudava seu comportamento e aprendia
rapidamente a pressionar o botão para receber comida (associação de
comportamento-estímulo e reforço positivo).
4. O condicionamento também poderia ocorrer por omissão de um estímulo negativo,
reforço negativo. Neste caso, o rato era introduzido na caixa com o piso eletrificado, se
o botão fosse pressionado, a corrente deixava de passar pelo piso. Deste modo, o rato
aprendia a pressionar o botão para deixar de sentir dor.

Podemos então perceber que podem ser usados quatro tipos de reforços para aumentar a
probabilidade de ocorrência de alguns comportamentos e enfraquecer outros:

1. Reforço positivo: proporcionar uma recompensa quando se verifica o comportamento


pretendido. Quando o alcance de um objetivo é recompensado com um bónus, prémio
ou benefício, aumenta a probabilidade de ocorrência de comportamentos orientados
nesse sentido.
2. Reforço negativo: refere-se à suspensão de um comportamento indesejado em prol de
um desejado.
3. Extinção: proporcionar a retirada de um reforço positivo de modo a enfraquecer o
comportamento indesejado.
4. Punição: consiste em atribuir consequências negativas a um comportamento
indesejado, de modo a desencorajar a frequência desse comportamento. No entanto,
a punição deve ser usada com especial cautela porque tende a gerar comportamentos
emocionais face ao agente da punição, pode transformar esse agente, num estímulo
aversivo. Pode ser uma fonte de informação incompleta, indicando o que não se deve
fazer, mas não demonstrando qual o comportamento desejado e pode provocar uma
rejeição total do comportamento em causa, mesmo em circunstâncias que possa ser
adequado de forma a evitar punição.
Técnica da modificação do comportamento
Segundo a Teoria do Reforço, o comportamento das pessoas pode ser influenciado e
controlado através do reforço (recompensa) dos comportamentos desejados e ignorando as
ações não desejadas (o castigo do comportamento não desejado deve ser evitado na medida
em que tal contribuiria para o desenvolvimento de sentimentos de constrangimento ou
mesmo de revolta).

Skinner defende mesmo que o comportamento das pessoas pode ser controlado e informado
por longos períodos de tempo sem que estas se apercebam disso, inclusivamente sentindo-se
livres.

Uma técnica defendida por Skinner é a técnica da modificação do comportamento


organizacional que consiste na aplicação da Teoria do Reforço aos esforços para a mudança
nas organizações e assenta em dois princípios: as pessoas atuam da forma que acham mais
gratificante e recompensadora; o comportamento pode ser influenciado e determinado pela
gestão das recompensas a ele associadas.

Para implementar um programa de modificação do comportamento organizacional é


necessário identificar o desempenho desejado, identificar as recompensas que constituem o
reforço do comportamento desejado e fazer com que a recompensa seja uma consequência
direta do comportamento.
Aprendizagem

Um exemplo da utilidade da obra de Skinner é na aprendizagem. Para ele, a aprendizagem era


fulcral na mudança do comportamento.

A repetição como forma de ensino:

Uma proposta indicada por Skinner é o incentivo da repetição mecânica em sala de aula. A
prática envolvendo atividades quotidianas ajuda na absorção de como executá-las
adequadamente. Repetindo tarefas constantemente, o estudante pode criar reflexos
consequentes que lhe permitam o aprendizado dela.

De acordo com o psicólogo, a aprendizagem deveria concentrar-se na capacidade de controlar


o comportamento de uma pessoa. Os estímulos e repressões definiriam a maneira como
alguém se comporta em determinadas condições.

Um determinado comportamento desejado poderia ser obtido quando se pune outro


comportamento indesejado. Assim, a repetição contínua ajudaria a essa boa postura se tornar
automática.

Cabe ressaltar que o próprio Skinner queria entender o comportamento humano e não o
manipular.

O reforço positivo tem também um papel fundamental na aprendizagem pois, através dele se
conseguiriam resultados satisfatórios e mais direcionados a um propósito específico, indo
contra a proposta de punir e reprimir quando se encontram erros no caminho do ensino.

Críticas

Apesar de ser um modelo mensurável e empírico, a teoria de Skinner sobre o behaviorismo e


condicionamento é bastante simplista ao falar sobre a mente humana. A principal crítica do
behaviorismo é a falta de visão interna e a simplicidade do seu modelo, sendo pouco credível
que se possa medir a psique humana através de experiências realizadas em outros animais.

Você também pode gostar