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Apontamentos para o 2º teste de HEP

Behaviorismo
 Revolução iniciada por Watson;
 Antecedentes próximos:
o A tradição filosófica objetivista e mecanicista
o A psicologia animal
o A psicologia funcional

A influência da psicologia Animal no Behaviorismo


 Forte componente experimental;
 “O behaviorismo é o resultado direto dos estudos do comportamento animal realizados durante
a primeira época do seculo XX.” (Watson, 1929)
 Podemos afirmar que o principal antecessor do programa de Watson foi a psicologia animal,
resultante da teoria evolucionista e que levou à tentativa de se demonstrar:
1. A existência da mente nos organismos inferiores;
2. A continuidade entre a mente animal e a humana.

Principais behavioristas
 Watson
 Pavlov
 Skinner
 Thorndike

Finalidade do behaviorismo
1. Previsão e controlo do comportamento;
2. Reconhecer que não há linha divisória entre comportamento animal e humano;
3. Deslocar a investigação da consciência para o comportamento;
 O raciocínio behaviorista era alterar os estímulos e assim mudar o comportamento.
Para o behaviorista, o comportamento é aquilo que se vê, que podemos perceber;
4. Criar a ciência do comportamento;
Conceitos essenciais do behaviorismo:
 Estímulo e resposta
 Formação de hábitos
 Integração de hábitos
 Contra os seguintes conceitos:
o Estados mentais
o Mente
o Introspeção
o Imagem

Os intintos
 “Os comportamentos aparentemente herdados estavam relacionados com o treinamento
adquirido logo nos primeiros anos de infância. Por exemplo: as crianças não nasciam com a
habilidade para se tornarem grandes atletas ou músicos, mas eram conduzidas nessa direção
pelos pais (…) mediante o incentivo e o reforço dos comportamentos adequados.”
 Watson concluiu que é possível treinar uma criança para ser o que desejasse que ela fosse, pois
não havia fatores genéticos limitadores.

As emoções
 “(…) simples respostas fisiológicas a estímulos específicos. Um estímulo (como a ameaça de
agressão física) produz mudanças físicas internas, tais como o aumento do batimento cardíaco,
acompanhado das respostas explícitas apropriadas e adquiridas.”
 “(…) nega a existência de qualquer perceção consciente da emoção ou as sensações dos órgãos
internos.”

Como provou Watson a sua teoria das repostas emocionais condicionadas?


 Experiência do Pequeno Albert.
1. Condicionou-o a ter medo de um rato branco.
2. Como? Estabelecendo a relação entre o rato e o barulho de uma barra de ferro.
3. A mera visualização do rato provoca, agora, medo. (Resposta condicionada!)
4. O medo condicionado generaliza-se a outros estímulos semelhantes: coelho, pele branca de
animal, etc.

Nota: a barra de ferro é inicialmente um estímulo neutro que associado ao barulho estridente torna-se um
estímulo condicionado.
Ivan Petrovitch Pavlov (1849-1936)
 Médico e fisiologista;
 De 1897 a 1936, cerca de 150 pesquisadores trabalharam sob a sua supervisão, produzindo mais de
500 trabalhos científicos;
 Tinha um temperamento famoso pelas suas explosões, direcionadas, em geral, aos assistentes de
pesquisa.
o Durante a revolução bolchevique de 1917, repreendeu um assistente por chegar 10
minutos atrasado. Os tiroteios nas ruas não eram justificativas para a interferência no
trabalho do laboratório.
 “Os reflexos [funcionam] como correias das máquinas do corpo humano.” (Pavlov, 1927)
 “Reflexos psíquicos”: expressão originalmente empregada para se referir aos reflexos
condicionados.
 Conceitos:
o Reflexo condicionado: transformação das reações de resposta do organismo (reflexos
incondicionados) a estímulos externos.
o Observe-se que o reflexo é a relação entre o estímulo e a resposta. Nem o estímulo, nem a
resposta separadamente definem um reflexo.

 A noção de reflexo condicionado teve origem, assim como vários feitos científicos, numa
descoberta acidental (durante o trabalho com as glândulas digestivas dos cães).
 Pavlov observou que o que Descartes chamou de reflexo nervoso constituiu o ponto inicial
do seu programa de pesquisa:
1) Estímulo neutro: campainha;
2) Estímulo condicionado: emparelhamento da comida e da campainha;
3) Resposta incondicionada: salivar à comida;
4) Resposta condicionada: salivar por associação da campainha à comida;
5) Reforço: campainha seguida de apresentação de comida, o que aumenta a
probabilidade de resposta.

Atualidade de Pavlov: as investigações continuam


1. Reforço: algo que elícita/provoca um comportamento;
2. Extinção de resposta;
3. Recuperação espontânea;
4. Generalização;
5. Descriminação;
6. Condicionamento de ordem superior;

Edward Lee Thorndike (1874-1949)


 Formação educacional totalmente nos EUA;
 Um dos principais pesquisadores para o desenvolvimento da psicologia animal;
 Sob orientação de William James, começou a sua pesquisa sobre a aprendizagem;
 Teoria de uma aprendizagem objetiva e mecanicista;
 Acreditava que o psicólogo devia estudar o comportamento, não os elementos mentais ou a
experiência consciente.
 Reforçava a tendência rumo à maior objetividade iniciada pelos funcionalistas.
 Behaviorista com características específicas: Conexionismo.
o Em vez de abordar associações e conexões entre as ideias, Thorndike trabalhava com as
conexões entre as situações verificáveis objetivamente e as respostas (conexões concretas).

Leis da aprendizagem
1. Tentativa e erro: a aprendizagem dá-se por repetição das respostas que levam ao êxito;
2. Lei do efeito: os atos que produzem satisfação em determinada situação tornam-se associados
a leis: quando a situação se repete, o ato tende a ocorrer. Os nossos comportamentos são
determinados pelos efeitos que produzem;
3. Lei do exercício ou do uso e desuso : quanto mais um comportamento é realizado mais forte se
torna a associação entre comportamento e situação (Ex: O meu filho está com fracas notas,
então eu faço um plano de estudo para ele conseguir aprender e melhorar as notas!).

A experiência da Caixa-Problema
a) Tentativa e erro
1. Gato faminto, no interior de uma caixa. A comida era colocada no exterior da caixa.
2. O gato, para se alimentar, teria de executar varia tarefas.
3. No início o gato exibia comportamentos aleatórios. Por fim, acabava por acertar sem
querer/por acaso.
4. Comportamentos aleatórios menos frequentes até uma aprendizagem completa.
5. O gato demonstrou um comportamento apropriado nas tentativas seguintes.
b) Lei do efeito
1. Praticar o ato de puxar a alavanca produzia satisfação porque permitia a obtenção de
comida;
2. Se tiver fome e for colocado na caixa o gato repete a mesma ação para obter o
alimento.
3. Conclusão: a necessidade impulsiona a ação!

c) Lei do exercício ou do uso e desuso


1. Quanto mais vezes o gato praticava, melhor realizava o ato e o inverso também é
verdadeiro (se lhe dessem comida o gato punha-se a dormir e não puxava a
alavanca: lei do desuso);
2. A repetição tende a fortalecer a resposta.

 Mais tarde, Thorndike acrescentou: a consequência de uma resposta (recompensa) fortalece


mais a resposta do que a repetição.
 Thorndike reviu a lei do efeito. A punição a uma resposta não produzia um efeito negativo
comparável.
B. F. Skinner (1904-1990)
 Nascido em Susquehanna, Pensilvânia (EUA);
 Formou-se em letras (Escrever proporcionava-lhe um reforço positivo!);
 Durante décadas, foi o psicólogo mais influente do mundo.
 Conceitos:
I. Condicionamento operante
II. Lei da aquisição
III. Esquema de reforço

Condicionamento operante
 Situação de aprendizagem que envolve o comportamento emitido por um organismo, sem
qualquer estímulo antecedente observável;
 Resposta espontânea;
 Na visão do observador, não existe estímulo porque ele não o aplicou e não consegue vê-lo.

Lei da aquisição
 A força de um comportamento operante aumenta quando, em seguida, recebe um estímulo
reforçador (reforço);
 Por exemplo, depois de o gato conseguir algum alimento (reforço), estabelece-se um
condicionamento com mais rapidez.

Esquemas de reforço
 Condições que envolvem diferentes razões ou intervalos;
 Skinner desejava saber de que forma o reforço variável influenciava o comportamento.

Escalas de reforço contínuo


o Todas as respostas operantes são seguidas de reforço.

Escalas de reforço intermitente


o Só algumas das respostas são seguidas de reforço por proporção de resposta ou por
intervalo de tempo e cada uma delas pode ainda ser por intervalo fixo ou variável.
o Desmâme do reforço » Comportamento já interiorizado.

Conclusões de Skinner:
I. Quanto menor for o intervalo entre reforço mais rápida resposta do animal;
II. Quando o intervalo aumenta, a taxa de resposta diminui;
III. A frequência do reforço também contribui para a extinção de uma resposta;
IV. Elimina-se um comportamento mais rapidamente quando o reforço é contínuo e se
interrompe de repente.

Skinner e Pavlov: procedimentos de aprendizagem


Pavlov Skinner

o Condicionamento Clássico (1902) o Condicionamento operante (1938)

o A resposta é desencadeada pelo estímulo o A resposta é emitida pelo sujeito

o A apresentação do estímulo incondicionado o A apresentação do estímulo (reforço) depende


(reforço) depende do experimentador da resposta do sujeito

Behaviorismo: condicionamento clássico


1. Como justificam as condutas patológicas?
 Há luz do behaviorismo, o comportamento é o resultado de condicionamentos
aberrantes/anormais.
 Associação de determinados estímulos que leva a um comportamento anormal aprendido,
que não é inato.
 Então, “grande parte dos comportamentos é aprendida por uma cadeia complexa de
comportamentos entre estímulos condicionados e estímulos incondicionados, dando vários
comportamentos.” (Gonçalves, p. 49)

Se as respostas são apresentadas por mecanismos de condicionamento clássico, os mesmos


mecanismos podem orientar o processo de mudança?
 Albert foi condicionado. E agora? Vai ficar, para sempre, com medo de ratos?
 É necessário associar estímulos para reverter o comportamento!

Contracondicionamento
 Visa a extinção do condicionamento (Voltar ao ponto 0 onde nenhuma associação foi feita);
 Não quer dizer que seja apagado totalmente o condicionamento anterior, fica sempre a
marca.

 O que se pretende?
Que o pequeno Albert deixe de ter medo.
1) Expomos a criança ao estímulo condicionado (rato), MAS na ausência repetida do
estímulo incondicionado (barulho);
2) A resposta condicionada extinguir-se-á progressivamente.

Quais são as circunstâncias em que se mantêm os comportamentos emocionais disfuncionais?


1) Respostas emocionais condicionadas (Exemplo: as crianças de Entre-os-Rios associam a
ponte/estimulo neutro à morte)
2) Respostas de evitamento (as crianças de Entre-os-Rios evitam de passar em pontes)

Implicações terapêuticas do condicionamento clássico


a) Princípio de inibição e contracondicionamento : uma resposta condicionada é enfraquecida,
quando e provoca uma estimulação de sentido antagónico (Fundamento da técnica de
exposição gradual)
b) Princípio da extinção ou da habituação : habituar o sujeito a uma resposta condicionada.
Exposição repetida aos estímulos condicionados.
Gestaltismo
 Mais ou menos na mesma época em que a revolução behaviorista aglutinava forças nos EUA, a
revolução da Gestalt tomava conta da psicologia na Alemanha.

Antecedentes do Gestaltismo
 Kant (1724-1804): organização dos elementos de forma que tenham sentido;
 Franz Brentano (1838-1917): considerava artificial a introspeção utilizada por Wundt,
defendia uma observação menos rígida e mais direta da experiência;
 Fenomenologia: movimento filosófico alemão.
o Abordagem do conhecimento baseada numa descrição imparcial da experiência
imediata conforme ela ocorre e não analisada nem reduzida a elementos.

Contexto de aparecimento do Gestaltismo


o A física: campo de força » magnetismo
 “Mais do que a soma dos átomos” (Max Planck)
 Somos mais que a reação dos outros sobre nós;
 Podemos ler as relações interpessoais como um campo de forças, em que uns se
atraem e outros se repelam.
 Köhler havia estudado com Max Planck, uma dos criadores da física moderna, e
afirmou que, por influência de Planck, percebera uma conexão entre a aula de física
e o conceito de unidade da Gestalt.

Percursores do Gestaltismo
 Wolfgang Köhler (1887-1941)
 Kurt Koffa (1836-1941)
 Max Wertheimer (1880-1943)
 Kurt Lewin (1890-1947)

O que separa os behavioristas dos gestaltistas:


 B: não reconhecem o valor da consciência na psicologia científica;
 G: admitem o valor da consciência, mas não admitem que está relacionada a elementos ou
átomos;
 B: “Somos o resultado dos estímulos ao longo da vida”;
 G: “Há um elemento diferenciador em cada um de nós: a consciência (forma como
relacionamos e trabalhamos os estímulos)”;
 B: unidade de análise » sujeito
 G: unidade de análise » grupo

 Toda a matéria é composta por átomos mas a forma como se organizam dá origem a
substâncias diferentes. Assim é o ser humano!
 “Ao olharmos pela janela, vemos efetivamente as árvores e o céu, e não os denominados
elementos sensoriais, como o brilho e as tonalidades, os quais se conectariam para formar a
nossa perceção de árvore e de céu.” (pág. 317 do manual)
 Nas nossas interpretações escapa sempre alguma coisa que pode ser importante na visualização
do todo.
 Exemplo: a melodia é mais do que a soma das partes (não existe em nenhuma das notas soltas):
o O TODO É MAIOR DO QUE A SOMA DAS PARTES!
o Nós percecionamos a harmonia e tomamos como um todo.

Max Wertheimer (1880-1943)


 Nascido em Praga;
 Estudou direito mas mudou a sua graduação e prosseguir o estudo em filosofia e psicologia;
 Em 1921, Wertheimer, Koffa e Köhler (com ajuda de outros) fundaram a revista
Psychological Research, que se tornou a publicação oficial da escola de pensamento da
Gestalt.
 O fenómeno Phi: um desafio à psicologia Wundtiana:
o a ilusão de que dois focos fixos de luz piscante estão em movimento de um lugar
para outro.

 Como explicou Max Wertheimer o fenómeno Phi?


o O movimento aparente dispensa qualquer explicação. Ele existe assim como é
percebido e não pode ser reduzido num elemento mais simples.

Kurt Koffka (1836-1941)


 Nascido em Berlim;
 Estudou psicologia;
 O mais criativo dos fundadores da Gestalt;
Conceitos:
i. Perceção (organização das informações transmitidas pelas sensações que permite
conhecer a realidade);
ii. Processos cognitivos;
iii. Pensamento;
iv. Aprendizagem (aquisição de novos comportamentos ou conhecimentos, resultantes
da necessidade psicológica ou fisiológica de adaptação ao meio. Ex: habituação);
v. Experiências conscientes.

Dificuldades com a palavra “Gestalt”


 Não expressa a ideia principal do movimento;
 Não existe correspondente em inglês;
 Termos correspondentes mais comuns: forma, formato, configuração;
 Pode ser usada para se referir a objetos ou às suas características formais.

Os princípios da Gestalt sobre a organização perceptual


1) Proximidade: as partes bem próximas umas das outras no tempo e espaço parecem
unidas e tendem a ser percebidas juntas;
2) Continuidade: há uma tendência da nossa perceção em seguir uma direção para
conectar os elementos de modo que eles pareçam contínuos ou fluir em uma direção
específica;
3) Semelhança: as partes similares tendem a ser vistas juntas, formando um grupo;
4) Preenchimento: há uma tendência da nossa perceção em completar as figuras
incompletas, de preencher as lacunas;
5) Simplicidade: há uma tendência de vermos a figura como tendo boa qualidade sob as
condições de estímulos. Uma boa Gestalt é simétrica, simples e estável, e não pode ser
mais simples nem mais organizada.
6) Figura/Fundo: há uma tendência de organizar as perceções do objeto (a figura) sendo
visto e do fundo (a base) sobre o qual ele aparece. A figura parece mais substancial e
parece destacar-se do fundo.

Os estudos da Gestalt sobre a aprendizagem: o insight e a mentalidade dos macacos


 Köhler acreditava que a solução de um problema depende da estruturação do campo
percetual;
 Num dos estudos, colocou-se uma banana do lado de fora, com um fio amarrado chegando
até à jaula. O macaco agarrou o fio e puxou a banana para dentro, quase sem vacilar.
 Conclui-se que se vários fios saíssem da jaula em direção à banana, o macaco não saberia
imediatamente qual deles puxar. O animal não conseguiu visualizar claramente todo o
problema.

Insight: compreensão ou perceção imediata.


 Análise com base no que vemos, na forma como está estruturada.
 Forma como chego à informação rapidamente, conhecimento rápido através da organização do
campo visual. Engloba todas as leis da perceção!

Na psicologia social: Kurt Lewin (1890-1947)


 O interesse de Lewin na psicologia social começou na década de 1930;
 Importância da dinâmica do grupo, aplicação dos conceitos psicológicos aos comportamentos
individual e coletivo;
 Assim como o indivíduo e o seu ambiente formam um campo psicológico, o grupo e o seu ambiente
formam o campo social;
 O comportamento coletivo em algum determinado momento é uma função da situação de todo o
campo.
 Teoria de campo: sistema de Lewin que aplica o conceito de campos de força para explicar o
comportamento de um individuo com base no seu campo de influências sociais.

O espaço vital
 Cada indivíduo funciona dentro do seu espaço vital que compreende todos os
acontecimentos do passado, presente e futuro que nos afetam;
 Consiste na necessidade de as pessoas interagirem com o ambiente psicológico.
 Por outras palavras, espaço vital é aquilo que conhecemos com o qual nos identificamos e
sentimos bem (Exemplo: a nossa terra natal).

A motivação e o efeito de Zeigarnik


 Ponto de partida: existe um estado de equilíbrio entre o individuo e o ambiente
 Qualquer perturbação desse equilíbrio provoca uma tensão que, por sua vez, conduz a
alguma ação num esforço de aliviar a tensão e restabelecer o equilíbrio.
 Em 1927, Bluma Zeigarnik realizou um experimento, sob a supervisão de Lewin, para
testas a preposição:
o Os indivíduos recebiam uma série de tarefas e era-lhes permitido terminar algumas,
mas eram interrompidos antes de completarem outras.
o O objetivo era perceber o que verdadeiramente marca. Lewin fez algumas previsões:
1. Será criado um sistema de tensão quando o individuo receber uma tarefa
para realizar;
2. Quando a tarefa for concluída, a tensão desaparecerá;
3. Se a tarefa não for concluída, a persistência da tensão resultará na maior
probabilidade de o indivíduo lembrar-se da tarefa.
 Os resultados confirmaram as previsões.

Lei de Zeigarnik: tendência de se lembrar mais facilmente das tarefas não completadas do que das
tarefas completadas.

Contributos muito importantes da Gestalt nas seguintes áreas:


1. Perceção
2. Aprendizagem
3. Personalidade
4. Psicologia social
5. Motivação
6. Psicologia cognitiva contemporânea
 Manteve a identidade separada;
 O enfoque da Gestalt na experiência consciente era diferente da abordagem de Wundt e Titchener,
pois concentrava-se numa versão mais moderna da fenomenologia;

Psicanálise
Caso prático: esquecimento de palavras estrangeiras.
 O esquecimento tem uma causa psicológica;
 Análise de uma livre associação de ideias, para descobrir a causa/origem;
 O erro deve ser analisado tal como é, pode ter significado.

Freud: “Exoriar (e) aliquis nostris ex ossibus ultor.”


Jovem: “Exoriar (e) nostris ex ossibus ultor.”
Conclusão: neste caso, o esquecimento/erro deve-se ao medo de uma notícia desagradável.
 Santos do calendário, o sangue que começa a fluir num dia determinado e a perturbação quando
esse acontecimento não se dá.
 Usou o milagre de São Januário para dar uma óbvia alusão ao período de menstruação das
mulheres.
 Divisão de a+liquis e a associação a relíquias, liquefazer, fluído relacionado a São Simão que foi
sacrificado enquanto criança.

Antecedentes da Psicanálise
1. Desde a Antiguidade clássica que se questionava a necessidade de curar as pessoas com
distúrbios mentais, aos quais atribuíam certas denominações:
a. Processos demoníacos;
b. Espíritos malignos; Paradigma biologístico
c. Comportamentos irracionais

 Freud defendia que nem há demónios nem almas penadas mas sim uma doença que não é
visível no corpo.
 Freud revolucionou a conceção de doença (corte com a ciência tradicional).

Breuer (1842-1925) e Freud (1856-1939)


o Psicopatologistas;
o Procuraram tratar as pessoas com uma psicologia patológica;

Níveis de personalidade
o Iªa tópica (lugar): consciente e inconsciente (1ª interpretação);
o Teoria do Iceberg.
o Consciente: parte superficial;
o Inconsciente: parte submersa; significante e poderosa.
Exemplo: Tempos de hipnose.
 A grande questão foi explicar como é que a mesma pessoa era capaz de dizer coisas
completamente distintas durante a hipnose.
 Foi então construído um esquema: estrutura tópica.

Como é que o consciente e inconsciente e organizam no sistema e que espaço ocupam?


o Consciente é aquilo que sei e que está dentro de mim.
o Inconsciente é o que eu não sei mas está dentro de mim. Denominado também de zona
libidinosa ou do desejo.
o Mais tarde foi acrescentado o subconsciente que funciona como polícia, como barreira do
nosso inconsciente. É um mecanismo ou defesa do que dá muitas vezes origem a
recalcamentos.

 Há em nós dois impulsos contraditórios, energias que estão no inconsciente: desejo para a vida (Eros) e
desejo para a morte (Thanatos).

Caso de Anna O.
o Tornou-se fundamental no desenvolvimento da psicanálise;
o Inteligente e atraente, Anna O. apresentava certos sintomas: paralisia, perda de memória,
náuseas, deterioração mental, distúrbios visuais e orais;
o Breuer começou o tratamento de Anna O. usando a hipnose;
o Breuer julgava que durante o tratamento Anna O. se lembraria de experiências que lhe
tivessem originado o problema;
o Contudo, apenas se sentia ligeiramente aliviada dos sintomas;
o Durante o tratamento Anna O. revelou processo de transferência. O amor que sentia pelo
pai transferiu-o para Breuer;
o Essa transferência era incentivada pela semelhança física entre o pai de Anna O. e Breuer.

Transferência: processo pelo qual um paciente responde ao terapeuta como se ele fosse uma pessoa
importante na sua vida.

Fatores sexuais da neurose


 Em 1885, Freud recebeu uma pequena bolsa de pós-graduação que lhe permitiu passar
vários meses a estudar com Charcot;
 Charcot considerava de relevo o comportamento sexual e a sua relação com o histericismo;
 Freud afirmou que Chrobak lhe teria dito:
“Há somente uma única prescrição para tamanha doença e é bem familiar para nós, no
entanto, não é de bom tom prescrevê-la. Segue-se: Rx Pennis normalis dosim repetatur!” (X
doses repetidas de pénis normal!)

 Freud adotou os métodos hipnóticos e catárticos de Breuer para tratar dos seus pacientes mas
não estava satisfeito com a hipnose e acabou por abandoná-la.
 Embora a técnica se mostrasse aparentemente eficaz no alívio ou na eliminação de alguns
sintomas, raramente proporcionava a cura prolongada.
 Freud continuou a usar o método catártico como tratamento e elaborou a partir da catarse a
técnica de livre associação.

Livre associação: técnica terapêutica em que o paciente diz o que lhe vem à mente.
 O objetivo da psicanálise de Freud era trazer para a mente consciente as memórias ou os
pensamentos reprimidos, supostamente causadores do comportamento anormal do paciente.
 Empregando a técnica da livre associação, Freud descobriu que as lembranças dos pacientes
remetiam à infância e que muitas das experiências reprimidas das quais se lembravam estavam
relacionadas a questões sexuais.
 Freud começou a prestar mais atenção no conteúdo sexual revelado nas narrativas dos
pacientes.

 CONTUDO, Freud sentia que o método de livre associação nem sempre funcionava, de facto,
livremente.
 PORQUÊ? Os pacientes chegavam a um ponto das recordações que se sentiam incapacitados ou
indispostos a continuar.
 Freud pensava que essas resistências indicavam que os pacientes teriam trazido à tona lembranças
vergonhosas demais para encararem.
 A descoberta de Freud acerca da resistência dos pacientes levou-o a formular o primeiro princípio
fundamental da repressão.

Resistência: bloqueio ou recusa em revelar lembranças dolorosas durante uma sessão de livre
associação.
Repressão: o processo de barrar ideias inaceitáveis, memórias ou desejos do consciente, deixando-
os operar livremente no inconsciente.

A análise dos sonhos


 Freud percebeu que os sonhos dos pacientes podiam ser uma rica fonte de material
emocional significativo, alem de conter pistas para as causas subjacentes de um
distúrbio.
 Devido à sua crença positivista na existência de uma causa para tudo, Freud presumiu
que os sonhos eram resultantes de algum fato da mente inconsciente.
 Freud, percebeu a impossibilidade da realização de autoanálise utilizando o método da
livre associação já que seria impossível desempenhar o papel de paciente e de terapeuta
ao mesmo tempo;
 Assim decidiu analisar os próprios sonhos.

 Freud criou uma espécie de tabuada, dicionário, de interpretação de sonhos (pág. 370 do manual).
o Nem todos os sonhos têm como causa conflitos emocionais;
o Alguns são provocados por estímulos (temperatura do quarto, o contato com alguém, etc)
o Portanto nem todo o sonho contém material simbólico ou reprimido;
o A principal preocupação de Freud não estava na cura, mas na explicação da dinâmica do
comportamento humano.
o Freud identificava-se mais como cientista do que como terapeuta;
o A livre associação e análise dos sonhos eram simples instrumentos de coleta de dados para
os estudos de caso.
o Talvez devido à sua relativa falta de interesse no tratamento dos pacientes, Freud era
descrito como impessoal e até indiferente.

“Podemos ir mais longe e argumentar, a favor da existência de um estado psíquico inconsciente, que, a
qualquer momento dado, a consciência inclui um pequeno conteúdo”. (Textos essenciais da Psicanálise,
vol.1, p. 154)

 Os primeiros grandes críticos de Freud foram os seus próprios alunos, como Carl Jung.
 Freud defendia que o nosso inconsciente é individual, Jung refutava dizendo que o nosso
inconsciente tanto é individual como também é coletivo.

 Freud apercebeu-se que o inconsciente não se reduz aos conteúdos psíquicos recalcados. Em
trabalhos posteriores, reavaliou a 1ª distinção simples entre o consciente e o inconsciente.

Níveis de personalidade (2ª tópica)


1. Id (“isso”)
2. Ego (“Eu”)
3. Superego (“Sobre o eu”)
 A 2ª tópica é uma estrutura homogénea, há uma interligação profunda.
Id: o mais primitivo e menos acessível da personalidade. Aqui reside o instinto sexual e da
agressividade (vida e morte). Ignora a realidade.
Ego: é o mediador entre o id e o mundo externo. Significa a razão, a ordem, a racionalidade. Tem
consciência da realidade, manipula-se e, desta forma, controla o id.

“O cavalo (id) fornece energia para mover o cavaleiro (ego) pela trilha, mas a força do animal deve
ser conduzida ou refreada com as rédeas, senão ele pode refugar e derrubar o montador”.

Superego: (os ambientes de suporte – pais ou outros – são importantes.) Desenvolve-se ao longo
da vida do indivíduo. Forma-se através dos processos de recompensas e punições.

Assim, divide-se os comportamentos em: aceitáveis e inaceitáveis. O lado moral da


personalidade.

Estádios psicossexuais
 O impulso sexual e a procura do prazer erótico determinam de forma poderosa o
desenvolvimento afetivo do ser humano.

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