Você está na página 1de 19

Introdução

Na sua relação com o meio ambiente, o homem foi criando mecanismos para solucionar seus
problemas de ordem prática, construindo ciências para dominar a natureza que o cercava. Desta
maneira, as ciências da natureza e as ciências humanas foram tecidas na medida em que o
homem desenvolveu os seus modos de produção.
Como a vida humana e suas formas de produzir a sua existência não são estanques, a ciência
precisa acompanhar e explicar os aspectos individuais e subjectivos do homem.
Diante da diversidade do mundo industrial e da possibilidade de potencialização da produção e
eficiência, a ciência foi chamada a desenvolver métodos de análise e compreensão do
comportamento humano que pudessem dar respostas a essas demandas.
Ao final do século XIX e início do século XX estavam dadas as condições para elaboração de
novas teorias e escolas psicológicas com a possibilidade de aplicação às questões práticas da vida
humana.
Os conhecimentos em Psicologia passaram a visar explicações sobre o comportamento humano.
Esses conhecimentos, por sua vez, foram reunidos em um corpo sistematicamente ordenado e
unificado de pressupostos, denominados de escolas ou teorias psicológicas. A Psicologia como
ciência não foi caracterizada por uma única forma de explicação. Os estudiosos desta ciência
dificilmente seguiam pressupostos específicos, discordavam em alguns pontos filosóficos
fundamentais e abordavam a Psicologia de modos claramente distintos.
Estas novas teorias, surgidas ou desenvolvidas no século XX, podem ser organizadas em quatro
grandes escolas ou movimentos, que passaremos a explicitá-los.
Escolas pensamento da Psicologia
A Escola Behaviorista
O Behaviorismo pode ser compreendido como uma tendência teórica também conhecida como
comportamentalismo, teoria do comportamento ou análise experimental do comportamento
humano e suas manifestações em diferentes condições e diferentes sujeitos.
O primeiro a empregar o termo behaviorismo foi o americano John B. Watson (1878-1958) num
artigo de 1913, intitulado “Psicologia como os behavioristas a vêem”, onde defendia a ideia de
que a Psicologia era como um ramo objectivo e experimental das ciências naturais, tendo como
finalidade prever e controlar o comportamento de qualquer indivíduo. Para ele, o objecto de
estudo da Psicologia deveria ser o comportamento que pudesse ser observável, mensurável e que
pudesse ser reproduzido em diferentes condições e com diferentes sujeitos.
Para ele, estas características eram importantes para que a Psicologia alcançasse o status de
ciência.
Os estudos de Watson tiveram como base o conceito de condicionamento clássico,
desenvolvidos por Ivan Pavlov (1849-1936), quando de sua pesquisa realizada com cães.
Segundo Bock (1999), o Behaviorismo dedicou-se ao estudo do comportamento na relação que
este mantém com o meio onde ocorre. Como o conceito de meio e de comportamento são
bastante amplos, os psicólogos, defensores da teoria, chegaram aos conceitos de estímulo e
resposta (S – R, que são abreviaturas dos termos latinos Stimŭlus e Rēspōnsiō. Estímulo e
resposta seriam, desta maneira as unidades básicas da descrição e o ponto de partida para uma
ciência do comportamento.
Teóricos que se destacaram no Behaviorismo foram:
 Ivan P. Pavlov (1849-1936): fez notáveis experimentos de aprendizagem com animais;
 Edward Thorndike: elaborou as “leis da aprendizagem”, que derivaram da interpretação
do comportamento;
 Marshall Hall (1790-1857): fez um trabalho pioneiro sobre a base neurológica do
comportamento-reflexo;
 Pierre Flourens (1794-1867): propôs que conclusões tiradas da experimentação animal
deveriam igualmente ser aplicadas ao homem;
 John B. Watson (1878-1958): baseou a Psicologia na Química e na Física e descreveu a
aprendizagem como processo de construção de reflexos condicionados;
 B. F. Skinner (1904-1990): considerado o mais importante dos behavioristas, construiu
uma teoria baseada na análise experimental do comportamento.
Os principais conceitos da Escola Behaviorista
O estudo dos comportamentos observáveis levou os estudiosos behavioristas à distinção de duas
classes de comportamento: o comportamento respondente e o comportamento operante.
O comportamento respondente é aquele que acontece como resposta a um estímulo específico.
As respostas estão directamente ligadas ao sistema nervoso autónomo, sendo, desta maneira,
involuntárias ou automáticas. Podemos citar como exemplo o comportamento de salivação ao
comer ou a dilatação das pupilas dos olhos em resposta a alterações na iluminação do ambiente.
O comportamento operante, por sua vez, é o de reacção do indivíduo ao meio externo para que
possa receber um novo estímulo, que reforce a sua acção. Através dos comportamentos
operantes, o indivíduo opera, ou actua no meio. São operantes todos os comportamentos do
repertório humano como andar, falar, conversar, comer e estudar.
A partir da compreensão desses dois tipos de comportamento, foi possível aos behavioristas
elaborar a teoria do condicionamento que seria uma forma de aprendizado que envolvia uma
resposta simples ou uma série complexa de respostas a determinados estímulos. Assim como os
comportamentos, os condicionamentos são divididos em dois grandes tipos:
 O condicionamento respondente ou clássico; e o;
 Condicionamento operante ou instrumental.
Condicionamento respondente
O condicionamento respondente ou condicionamento clássico foi pesquisado inicialmente por
Ivan P. Pavlov e trata-se de um tipo de aprendizagem em que o organismo aprende a responder a
um estímulo neutro que antes não produzia essa resposta. Esse condicionamento explica o
comportamento involuntário e as reacções emocionais condicionadas, como por exemplo, a
taquicardia provocada por um susto ou a sensação prazerosa que sentimos quando encontramos
alguém que gostamos.
Pavlov mostrou que um estímulo incondicionado provoca uma resposta incondicionada; um
estímulo condicionado, uma resposta condicionada; e um estímulo incondicionado associado a
um estímulo neutro passa a ser condicionado. Esta conclusão foi obtida através da experiência
que realizou com cães. Estudando a secreção salivar nos cães, constatou que os animais
salivavam sempre que o alimento lhes era colocado na boca. A salivação era uma resposta
incondicionada para um estímulo incondicionado, a comida.
Ao repetir a experiência com os mesmos cães observou que os cães salivavam também ao ver
alimento, ao ver a pessoa que frequentemente trazia o alimento, e até mesmo, ao ouvir os passos
da pessoa. A estas reacções, Pavlov chamou reflexos inatos.
Mais tarde, ele passou a accionar uma campainha (estímulo neutro) no momento em que
apresentava a carne ao cão e este salivava. Depois de muitas repetições, o cão passou a salivar
(resposta condicionada) ao ouvir o toque da campainha (estímulo condicionado). Assim, um
comportamento inato transformou-se em um condicionamento.
Este tipo de condicionamento faz parte do quotidiano das pessoas, em situações bastante simples
e corriqueiras, como: salivar quando se espreme um limão; voltar a atenção quando o nosso
nome é chamado; sentir o coração acelerado quando se vê alguém especial.

Condicionamento operante
A noção de condicionamento operante é um conceito chave do pensamento de B. F. Skinner
(1904-1990), e foi construído tendo como uma de suas referências a noção de reflexo
condicionado, formulada pelo cientista russo Ivan Pavlov.
Todos os actos que praticamos (os operantes) causam algum tipo de reacção do meio, assim,
recebemos algum tipo de recompensa ou reforço. Quando o reforço obtido é positivo, o
comportamento terá uma probabilidade maior de voltar a acontecer. O condicionamento operante
é um mecanismo que premia uma determinada resposta de um indivíduo, fazendo com que ele
associe a necessidade de um estímulo positivo (S) a uma acção (R). É o caso do rato faminto que,
numa experiência, percebe que o accionar de uma alavanca levará ao recebimento de comida. Ele
tenderá a repetir o movimento cada vez que quiser saciar sua fome. Outro exemplo é o aluno que
descobre que conseguirá uma boa nota cada vez que estudar zelosamente.
Uma das preocupações de Skinner era praticar uma ciência que pudesse ser experimentada e
comprovada com provas observáveis. Para isto, realizou a maioria de suas experiências com
animais inferiores, principalmente com ratos brancos e pombos. Desenvolveu um instrumento,
conhecido por “Caixa de Skinner” como aparelho adequado para estudo animal.

Condicionamento humano nas organizações


Segundo Aguiar (2005) Cientistas da organização têm definido três tipos de comportamento que
consideram fundamentais à vida de uma organização:
a) O comportamento de pertencer;
b) Os comportamentos de permanecer na organização; e
c) Os comportamentos inovadores, que envolvem contribuição criativa dos membros
organizacionais. A organização procura meios para fazer com que os indivíduos
permaneçam dentro dela, comportando-se adequadamente, de acordo com os padrões por
ela definidos.
Um meio, que tem sido utilizado pelas organizações para atingir estes e outros objectivos, é a
aplicação de incentivos, que na teoria são chamados de punições.
São dois os tipos de punição que têm sido mais utilizados nas organizações como forma de
condicionar os indivíduos a adoptar comportamentos adequados ou desejáveis. O primeiro é o
desligamento ou demissão, considerado o mais drástico tipo de punição. O segundo é a retirada
de incentivos ou reforçadores, como a perda de funções de liderança ou benefício salarial. Os
teóricos do condicionamento consideram a manipulação de punições como mecanismos pouco
eficientes para se alcançar comportamentos esperados. Podem gerar sentimentos de instabilidade
e insegurança, afectando a criatividade e bem-estar dos indivíduos, além de ferir a ética
organizacional.
A Escola Psicanalítica
A teoria psicanalítica teve a sua origem com Sigmund Freud (1856 – 1939), médico austríaco, a
partir de seu trabalho clínico com pacientes que sofriam de doenças mentais.
Freud, considerado o pai da Psicanálise, nasceu no dia 06 de Maio de 1856 em Freiberg, Morávia
(hoje Pribor, República Tcheca).
Seu pai era um comerciante que, em função de negócios mal sucedidos, mudou-se para Viena
quando Freud tinha 4 anos. Freud lá permaneceu, estudou medicina e elaborou a sua teoria. Além
dele, alguns de seus seguidores também tiveram um papel importante para a ampliação e
popularização da teoria. Foram eles:
 Anna Freud (1895 – 1982);
 Melanie Klein (1882 – 1960);
 Henry Murray (1893 – 1988).
O termo Psicanálise é usado para referir-se a uma teoria, a um método de investigação e a uma
prática profissional. A teoria psicanalítica caracteriza-se por um conjunto de conhecimentos
sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica. Como método de investigação, a
Psicanálise não se fundamenta em dados observáveis e quantificáveis e sim sobre a realidade
psíquica, ou a subjectividade, que constitui o seu objecto de pesquisa. Enquanto prática
profissional, ela é uma forma de tratamento psicológico (a análise), que visa à cura pela palavra
ou o autoconhecimento.
A teoria psicanalítica pode ser considerada como um conjunto de hipóteses a respeito do
funcionamento e desenvolvimento do psiquismo humano, revelando tanto o funcionamento
mental normal como o funcionamento patológico. A Psicanálise tem sido criticada pela ênfase
que dá às patologias, porém é importante que se diga que também os seus seguidores teorizam
sobre a normalidade, apesar de basear seus estudos no tratamento das doenças psíquicas.
Um dos principais pressupostos da Psicanálise é o princípio do determinismo psíquico que
preconiza que cada evento psíquico é determinado por aqueles que o precederam.
Principais conceitos da Escola Psicanalítica
Em suas primeiras obras, Freud exprimiu a crença de que a vida psíquica consiste em três partes:
a consciente, a pré-consciente e a inconsciente.
A parte consciente, segundo ele, é pequena e insignificante e representa um aspecto superficial
da personalidade total, é aquilo em que pensamos no momento actual. A inconsciente, por sua
vez, é vasta e poderosa e contém os instintos que são a força propulsora de todo o
comportamento humano, além de armazenar todas aquelas lembranças que não suportaríamos no
consciente. Ali, elas estariam inacessíveis.
Mais tarde, Freud reviu essa distinção simples (consciente/ pré-consciente/ inconsciente) e
introduziu as noções de Id, ego e superego, considerando a divisão como a sua segunda teoria do
aparelho psíquico.
Na teoria freudiana, o Id corresponde à parte mais primitiva, pois está presente desde o
nascimento e menos acessível da personalidade, incluindo os instintos sexuais e agressivos. O Id
deseja a satisfação imediata sem levar em conta as circunstâncias da realidade objectiva; dessa
forma, age de acordo com o que Freud denominou de princípio do prazer, que tem relação com a
redução da tensão por meio da busca do prazer e do afastamento da dor.
Para satisfazer as necessidades do Id, o ser humano interage com o meio, o seu mundo real. Essa
interacção não ocorre por intermédio do Id, mas por meio de outra estrutura, o ego.
O ego representa aquilo que pode ser chamado de razão em contraste com as paixões cegas
existentes do Id. O ego é parte mais consciente da realidade, percebendo-a, manipulando-a e
regulando os desejos do Id, tomando-a como referência.
Segundo Bock (1995), as funções do ego são:
 Perceber,
 Lembrar,
 Sentir e;
 Pensar.
O terceiro componente da estrutura da personalidade freudiana é o superego, o qual se
desenvolve bem cedo na infância, quando são assimiladas as regras de conduta ensinadas pelos
pais, mediante um sistema de recompensas e punições.
O superego representa todas as restrições morais e é o defensor de um impulso rumo àquilo que a
sociedade entende como perfeito. Ao contrário do ego, o superego não tenta apenas adiar a
satisfação do Id, ele tenta inibi-la por completo.

O ego, no entender de Schultz (1992)


[...] está numa posição difícil, pressionado por todos os lados por forças insistentes e
opostas. Ele tem de (1) adiar os anseios incessantes do id, (2) perceber e manipular a
realidade para aliviar as tensões do id, e (3) lidar com o anseio da perfeição do
superego
Segundo a teoria freudiana, o ego deveria ser a estrutura mais fortalecida da personalidade, tendo
em vista suas atribuições. Caso isto não aconteça, o ego poderá ficar exposto a tensões tão
elevadas que psicopatologias como a neurose ou psicose podem se desenvolver.
As 7 principais escolas de pensamento da Psicologia
. Estruturalismo. 7.2. Funcionalismo. 7.3. Gestaltismo. 7.4. Behaviorismo 7.5. Psicanálise.

As principais escolas de pensamento da psicologia representam diferentes teorias.


Quando a psicologia surgiu pela primeira vez como uma ciência separada da biologia e filosofia,
o debate sobre a forma de descrever e explicar a mente humana e comportamento começou.
A primeira escola de pensamento, o estruturalismo, foi defendida pelo fundador do primeiro
laboratório de psicologia, Wilhelm Wundt. Quase imediatamente, outras teorias começaram a
surgir e disputar o domínio na psicologia.
No passado, os psicólogos muitas vezes identificaram-se exclusivamente com uma única escola
de pensamento. Hoje, os psicólogos têm uma visão mais eclética sobre a psicologia. Eles muitas
vezes recorrem a ideias e teorias de diferentes escolas ao invés de manter uma perspectiva
singular.
A seguir estão algumas das principais escolas de pensamento que influenciaram o nosso
conhecimento e compreensão da psicologia:
Estruturalismo e Funcionalismo
O estruturalismo é amplamente considerado como a primeira escola de pensamento
da psicologia. Esta perspectiva focava em quebrar processos mentais em componentes mais
básicos. Pensadores importantes associados com o estruturalismo incluem Wilhelm Wundt e
Edward Titchener. O foco do estruturalismo era na redução de processos mentais em seus
elementos mais básicos. Os estruturalistas usavam técnicas como a introspecção para analisar os
processos internos da mente humana.
Funcionalismo foi formado como uma reação às teorias da escola estruturalista de pensamento e
foi fortemente influenciado pela obra de William James.
Ao contrário de algumas das outras escolas do pensamento bem conhecidas na psicologia, o
funcionalismo não está associado com um único teórico dominante. Em vez disso, existem
alguns pensadores funcionalistas diferentes associados, incluindo John Dewey, James Rowland
Angell, e Harvey Carr.

David Hothersall observa, porém, que alguns historiadores, chegam mesmo a questionar se o
funcionalismo deve ser considerado uma escola formal da psicologia, dada a sua falta de um
líder central ou conjunto formal de ideias.

Em vez de focar sobre os próprios processos mentais, pensadores funcionalistas


eram mais interessados no papel que estes processos faziam.

Psicologia da Gestalt

Psicologia da Gestalt é uma escola de psicologia baseada na ideia de que nós experimentamos
coisas como totalidades unificadas. Esta abordagem à psicologia começou na Alemanha e na
Áustria durante o final do século 19, em resposta à abordagem molecular do estruturalismo. Em
vez de quebrar pensamentos e comportamento em seus elementos menores, os psicólogos da
Gestalt acreditavam que você deve olhar para o todo da experiência. De acordo com
os pensadores da forma, o todo é maior do que a soma das suas partes.

Behaviorismo

Behaviorismo tornou-se uma escola de pensamento dominante durante os anos 1950. Foi
baseado na obra de pensadores como:

 John B. Watson
 Ivan Pavlov
 BF Skinner

Behaviorismo sugere que todo o comportamento pode ser explicado por causas ambientais e
não por forças internas. Behaviorismo é focado em comportamento observável . Teorias da
aprendizagem, incluindo o condicionamento clássico e condicionamento operante foram o foco
de um grande esforço de investigação.

A escola comportamental da psicologia teve uma influência significativa sobre o curso de


psicologia, e muitas das ideias e técnicas que surgiram a partir desta escola de pensamento ainda
são amplamente usadas hoje. Treinamento comportamental, sistemas de fichas, terapia de
aversão e outras técnicas são frequentemente utilizadas em programas de modificação de
psicoterapia e de comportamento.

Psicanálise

A psicanálise é uma escola de psicologia fundada por Sigmund Freud. Esta escola de
pensamento enfatizou a influência da mente inconsciente no comportamento.

Freud acreditava que a mente humana era composta por três elementos: o id, ego e superego . O
id consiste em instintos mais primitivos, enquanto o ego é o componente da personalidade
acusado de lidar com a realidade. O superego é a parte da personalidade que mantém todos os
ideais e valores que internalizamos de nossos pais e cultura. Freud acreditava que a interação
desses três elementos foi o que levou a todos os comportamentos humanos complexos.

A escola de pensamento de Freud foi enormemente influente, mas também gerou um debate
considerável. Esta controvérsia existia não só em seu tempo, mas também nas discussões
modernas das teorias de Freud. Outros grandes pensadores psicanalíticos incluem:

 Anna Freud
 Carl Jung
 Erik Erikson.
Psicologia humanista

Psicologia humanista foi desenvolvida como uma resposta à psicanálise e


behaviorismo. Psicologia humanista, por sua vez foca na livre vontade individual, crescimento
pessoal e o conceito de auto-realização. Enquanto as escolas iniciais de pensamento foram
centradas principalmente sobre o comportamento humano anormal, psicologia humanista diferia
consideravelmente em sua ênfase em ajudar as pessoas a alcançar e realizar o seu potencial.

Grandes pensadores humanistas incluem:

 Abraham Maslow
 Carl Rogers .

Psicologia humanista continua a ser bastante popular hoje em dia e tem tido uma influência
significativa sobre outras áreas da psicologia, incluindo a psicologia positiva. Este ramo
particular da psicologia é centrado em ajudar as pessoas a viverem uma vida mais feliz, mais
gratificante.

Psicologia cognitiva

A psicologia cognitiva é a escola de psicologia que estuda os processos mentais, incluindo


como as pessoas pensam, percebem, lembram e aprendem. Como parte do maior campo da
ciência cognitiva, este ramo da psicologia está relacionada a outras disciplinas, incluindo
neurociência, filosofia e linguística.

Psicologia cognitiva começou a surgir na década de 1950, em parte como resposta ao


behaviorismo. Os críticos do behaviorismo observaram que ele não conseguiu explicar o
comportamento como os processos internos afetados. Este período é muitas vezes referido como
a “revolução cognitiva”, com uma riqueza de pesquisa sobre temas como processamento de
informação, língua, memória e percepção começando a surgir.
Uma das teorias mais influentes desta escola de pensamento foram os estágios de
desenvolvimento cognitivo da teoria proposta por Jean Piaget.

bibliografia

Hothersall, D. (1995). História da Psicologia, 3rd ed. New York: Mcgraw-Hill.

Schacter, D. L., Wegner, D., and Gilbert, D. (2007). Psychology. New York: Worth Publishers
Psicologia – As Escolas do Pensamento

Considerada por muitos a ciência do nosso século, a Psicologia abrange todas as esferas da
actividade humana. Os diversos paradigmas fornecem um corpo teórico à Psicologia,
apresentando diversas concepções que se referem aos objectos, métodos e práticas cientificas.
Um paradigma, modelo ou padrão é um modo reconhecido de pensar, no âmbito de uma
disciplina científica, que fornece, por algum tempo, as perguntas e respostas essenciais aos
pesquisadores.
Esta grande variedade e diversidade de teorias é condição e resultado de uma ciência que tem
por objecto o ser humano em toda a sua complexidade. O termo “escola de pensamento” refere-
se a um grupo de psicólogos que se associam ideológica e, às vezes, geograficamente ao líder de
um movimento. Em geral, os membros de uma escola de pensamento trabalham em problemas
comuns e compartilham uma orientação teórica. São elas:
Psicologia Experimental
Estruturalismo/Associacionismo
Wundt(1832-1920)/Weber(1801-1887)/Fechner (1832-1920)
Wundt é considerado um dos pais da psicologia moderna experimental. Entre as contribuições
que o fazem merecedor desse reconhecimento histórico estão criação do primeiro laboratório de
psicologia no Instituto Experimental de Psicologia da Universidade de Leipzig (Lipsia) na
Alemanha em 1879 e a publicação de Principles of Physiological Psychology / Princípios de
Psicologia Fisiológica em 1873.
Tanto para Wundt como para os seguidores do estruturalismo, as operações mentais resultam da
organização de sensações elementares que se relacionam com a estrutura do sistema nervoso –
concepção estruturalista.
Wundt apresenta os processos mentais conscientes como objecto de estudo e a introspecção
controlada como método. Procura identificar os elementos básicos da consciência – as sensações.
Ao sabermos o modo como se combinam as sensações, identificaremos a estrutura da actividade
consciente. Daí esta concepção ser vulgarmente designada por associacionismo. Apesar de
Wundt representar o ponto de partida da Psicologia científica, a sua concepção não rompe com a
tradição introspectiva, muito próxima da Filosofia.
Funcionalismo – William James (1820-1903)
Os pesquisadores associados à fundação do funcionalismo não tinham a ambição de criar uma
nova escola de Psicologia. Eles protestavam contra as limitações da Psicologia de Wundt e do
estruturalismo de Titchener, mas não desejavam substitui-los.
A Psicologia funcional, como o próprio nome indica, interessa-se pelo funcionamento da mente.
Os funcionalistas estudavam a mente não do ponto de vista da sua composição (uma estrutura de
elementos mentais), mas como um aglomerado de funções ou processos que levam a
consequências práticas no mundo real. De facto, os funcionalistas adoptaram muitas das
descobertas feitas nos laboratórios dos estruturalistas. Não faziam objecções à introspecção nem
se opunham ao estudo experimental da consciência. A sua oposição voltava-se para as definições
anteriores de Psicologia que eram desprovidas das considerações acerca das funções utilitárias e
práticas da mente.
William James foi o principal percursor da Psicologia funcional é considerado ainda hoje por
muitos como o maior psicólogo americano. Ele afirma que “a Psicologia é a Ciência Da Vida
Mental, tanto dos seus fenómenos como das suas condições” (James,1890). O termo
“fenómenos” é usado para indicar que o objecto de estudo se encontra na experiência imediata,
reconhece a consciência como sendo o ponto fulcral de grande interesse.
James acredita que é possível investigar estados de consciência examinando a própria mente por
meio da introspecção, sendo este o objecto e respectivo método de estudo.
Uma das maiores contribuições de James foi a sua Teoria da Emoções. Supunha-se que a
experiência subjectiva de um estado emocional precede a expressão ou a acção corporal física,
por exemplo, se vemos um urso assustamo-nos e fugimos, logo o medo surge antes da reacção
corporal de fuga. James inverte esta noção, afirmando que o despertar de uma resposta física
precede o surgimento da emoção, especialmente nas emoções que designou de “mais rudes”
como o medo, a raiva, a angústia e o amor. De acordo com James, no exemplo anterior, vemos o
urso, fugimos, e então temos medo. Para validar a sua teoria, James recorreu à observação
introspectiva de que, se as mudanças corporais como o aumento dos batimentos cardíacos, a
aceleração da respiração e a tensão muscular não ocorressem, não haveria emoção.
Behaviorismo –Thordnike ( )Pavlov(1849-1936)Watson (1878-1958)
Thorndike é um dos mais importantes pesquisadores no desenvolvimento da Psicologia animal.
Acreditava que a Psicologia tem de estudar o comportamento e não os elementos mentais ou
experiências conscientes de qualquer espécie.
Thorndike criou uma abordagem experimental que designou de Conexionismo, pois concentrou-
se nas conexões entre situações e respostas, e alegando que a aprendizagem não envolve uma
reflexão consciente. As suas conclusões derivam das pesquisas que fez utilizando uma caixa-
problema, em que um animal(gato) era colocado na caixa e tinha de aprender a operar uma
alavanca para sair.
Link para a visualização do vídeo caixa-problema > http://www.youtube.com/watch?
v=EP6GsED0Hmk
Thorndike concluiu que tendências de resposta mal sucedidas (as que não faziam com que o
gato saísse da caixa) iam sendo menos frequentes, enquanto que as respostas que levavam ao
êxito eram incorporadas – Aprendizagem por Tentativa e Erro. Thordnike formulou leis numa
tentativa de resposta a várias situações:
 Lei do Efeito – incorporação ou redução de uma dada resposta “todo o acto que, numa dada
situação, produz satisfação, fica associado a essa situação, de maneira que, quando a
situação se repete, a acto tem mais probabilidade de se repetir do que antes. Inversamente,
todo o acto que, numa dada situação, produz desconforto, torna-se dissociado dessa
situação, de maneira que, quando a situação se repete, o acto tem menos probabilidade de
se repetir do que antes”.
 Lei do Exercício ou Lei do Uso e Desuso – “toda a resposta dada numa situação particular
fica associada a essa situação. Quanto mais é usada na situação, tanto mais fortemente a
resposta se associa com ela. Inversamente, o desuso prolongado da resposta tende a
enfraquecer a associação”.
Pavlov e a Reflexologia
Ao estudar as secreções gástricas, Pavlov descobre que para além dos reflexos inatos, se podem
desenvolver, nos animais e seres humanos, reflexos aprendidos. No decorrer de uma experiência,
apercebe-se que o cão salivava não só quando via o alimento – reflexo inato – mas também
quando se davam outros sinais associados ao alimento, como o som de uma campainha – reflexo
condicionado. Dedica-se a estudar profundamente a actividade nervosa superior. É no córtex
cerebral que se vão formar, modificar e desaparecer os reflexos condicionados.
Os reflexos – inatos e condicionados – seriam o fundamento das respostas dos indivíduos aos
estímulos provenientes do meio.
Link para a experiência do cão, de Pavlov > http://www.youtube.com/watch?v=YhYZJL-Ni7U
Watson rompe com a concepção tradicional de Psicologia sendo considerado o pai da psicologia
científica. Recorre ao método experimental para estudar o comportamento. O comportamento
(behavior) é o conjunto de respostas observáveis a estímulos igualmente observáveis
provenientes do meio. Somos totalmente condicionados pelo meio [R = f (S) – as respostas em
função das situações]. Alterando as situações que condicionam o comportamento podemos
modificá-lo. O estabelecimento de leis do comportamento resulta do estudo das variações das
respostas em função da situação. O psicólogo, conhecendo o estímulo, deverá ser capaz de
prever a resposta e se conhecer a resposta deverá poder identificar o estímulo. Watson considera
que a existência de factores hereditários é irrelevante e que os factores do meio são
determinantes no desenvolvimento da criança
Construtivismo – Piaget (1886 -1980)
Jean Piaget ficou conhecido pelo seu trabalho sobre o desenvolvimento mental na infância. Este
psicólogo é apontado ao lado de Freud como responsável pela alteração na concepção de
homem. Piaget também realizou investigações na Biologia, na Lógica e na Epistemologia. A sua
teoria do Construtivismo foi fundamental para a condição dos jovens, incluindo estudantes. Se
Piaget não tivesse formulado esse modelo explicativo do conhecimento ainda se tratavam as
crianças como “adultos em miniatura”.
O construtivismo é um modelo explicativo do conhecimento, pois tratase de uma teoria que se
serve de outras teorias para se explicar. Este modelo explicativo do conhecimento serve-se da
filosofia e da psicologia para explicitar a origem e o desenvolvimento da inteligência.
Segundo Piaget, a inteligência é o resultado de uma capacidade inerente ao ser humano de se
adaptar a novas situações e realidades. A construção de novos hábitos por parte de uma criança
acontece devido à realização de actividades que são repetidas para que a criança possa explorar o
mundo à sua volta. Esta curiosidade nasce com a criança, por isso, às actividades por ela
realizadas damos o nome de “actividades reflexas inatas”.
Para o autor, o conhecimento acontece sempre que o sujeito interage com o meio. O meio é tudo
o que é exterior ao sujeito, quer seja a Natureza, quer sejam ideias. Para Piaget, agir sobre um
objecto, é conhecê-lo. O sujeito não nasce constituído, quer dizer, com estruturas cognitivas
inatas. Vai-as construindo ao longo da sua vida, à medida que se vai desenvolvendo e
contactando com o meio natural e socio-cultural. A interacção com este meio é constante, e vai-
se alterando, o que provoca no sujeito um obrigatório esforço de adaptação para a sobrevivência.
Por outro lado, o construtivismo também utiliza a psicologia para explicar a origem e o
desenvolvimento da inteligência. A psicologia, sendo o estudo do comportamento humano, tem
várias áreas; uma das áreas mais importantes da psicologia para o construtivismo é a psicologia
educacional.
A psicologia da educação também tem uma abordagem no que toca à activação do
desenvolvimento psicológico e no melhoramento dos percursos, de forma a que o sujeito possa
atingir metas mais elevadas de maturação.
Piaget estudou crianças desde que nascem até atingiram a maturidade. Estes níveis de maturação
do sujeito enquanto criança foram divididos por Piaget, em quatro estádios de desenvolvimento
cognitivo – sensório-motor, pré-operatório, operações concretas e operações formais.
O construtivismo é um modelo que defende uma construção progressiva da inteligência humana
desde que se nasce até se atingir a maturidade. Este processo, é um processo de autoconstrução
de estruturas cognitivas, através da interacção com a realidade, sendo estas estruturas cada vez
mais estáveis e adaptáveis às novas realidades.
Gestaltismo
Köhler (1887-1967)Wertheimer (1880-1943)Kofka(1886-1909)
A gestalt, ou Psicologia da forma, nasceu por oposição à Psicologia do século XIX, que tinha
por objecto os estados de consciência. Köhler, Wertheimer e Kofka, criticam Wundt e a sua
tentativa de decompor os processos mentais nos seus elementos mais simples. Os gestaltistas
reagem contra esta concepção atomista e associacionista, invertendo o processo explicativo.
O gestaltismo é uma corrente que deu um importante contributo na construção da Psicologia
como ciência. Apesar de também estudar experiências conscientes vai-se demarcar da corrente
associacionista, que defendia que a vida mental era constituída por elementos que se associavam.
Opondo-se a esta concepção atomista e associacionista, postula que qualquer fenómeno
psicológico é uma totalidade organizada, não redutível à soma dos elementos que a compõem, a
percepção dos objectos é diferente da percepção do somatório dos elementos que o constituem.
Percepcionados formas organizadas, totalidades – primeiro o todo que as partes. O gestaltismo
considera o contexto em que ocorrem os fenómenos psicológicos (campo) fundamentais para a
compreensão dos mesmos, e enfatiza os processos de organização mental.
Köhler e os seus companheiros vão desenvolver todo um conjunto de investigações baseadas na
noção de gestalt, podendo ser traduzido para português por forma, mas também por organização,
estrutura ou configuração.
A teoria da gestalt considera a percepção como um todo, e parte deste todo para explicar as
partes; enquanto que os associacionistas partiam das partes para explicar o todo.
O todo é percebido antes das partes que o constituem. A forma corresponde à maneira como as
partes estão dispostas no todo.
O todo não é a soma das partes, na realidade, elas organizam-se segundo determinadas leis. Os
elementos constitutivos de uma figura são agrupados espontaneamente e esta organização,
segundo os gestaltistas, é inata. Wertheimer apresentou os princípios de organização
perceptiva também por organização, estrutura ou configuração – Proximidade; Continuidade;
Semelhança; Complementação; Simplicidade; Figura-Fundo.
Tal como os outros movimentos que se opuseram a concepções mais antigas, a gestalt teve um
efeito revigorante e estimulante sobre a Psicologia como um todo. O ponto de vista gestaltista
influenciou as áreas da percepção e da aprendizagem e continua a estimular interesse, ao
contrário do que aconteceu com o behaviorismo.

Você também pode gostar