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A Psicologia no Renascimento

Pouco mais de 200 anos após a morte de São Tomás de Aquino, tem início uma época de
transformações radicais no mundo europeu. É o Renascimento ou Renascença datado de
aproximadamente 1450 a 1600.

Segundo HERGENHAHN e HENLEY (2013:116), Renascimento significa “nascer de novo” e


durante este período, a tendência era de voltar a um modo de questionamento de mente mais
aberta e mais visionário que caracterizou a primeira filosofia Grega. Foi nessa época em que a
Europa gradualmente fez uma migração e deixou de ser centrada em Deus passando a ser
centrada no Homem.

Durante o Renascimento a sociedade adquire novos valores sociais e económicos voltados a


interesses humanistas, já libertos do absolutismo religioso de antes e isso segundo
HERGENHAHN e HENLEY (2013:92), gerou um conflito com a religião, desencadeando a
queda da própria igreja. Os dogmas religiosos consistiam em verdades absolutas como por
exemplo a terra é o centro do universo e que os Homens foram criados a imagem e semelhança
de Deus.

Não existe uma única razão para esse despertar que ocorreu no Renascimento, vários factores são
considerados como sendo responsáveis. Um deles foi o facto de São Tomás de Aquino ter
aceitado a razão e o exame da natureza como formas de conhecer a Deus.

Uma vez sancionada pela igreja, a capacidade humana de raciocinar concentrava-se em toda a
parte, inclusive no dogma da igreja. Outro trabalho foi o dos humanistas com sua filosofia que
reactivou o espírito da educação investigação reflectida nos gregos e também enfatizou o
potencial humano de agir sobre o mundo e mudá-lo para melhor.

Além disso, outros dois acontecimentos amplos são considerados factores chave na aceitação do
estudo objectivo da natureza, porque enfraqueceram a autoridade da igreja, sendo que um deles
foi a exploração do mundo e contactos com outros povos graças as descobertas de Marco Pollo,
Cristóvão Colombo e Fernando Magalhães. HERGENHAHN e HENLEY (2013:93).

Humanismo
Segundo HERGENHAHN e HENLEY (2013:94), aplicado ao Renascimento, o Humanismo
denota um intenso interesse no ser humano. Durante esse period, o interesse estava focado a uma
variedade de actividades humanas: Como nós pensamos, nos comportamos e sentimos? Do que é
que somos capazes? Estas e outras questões relacionadas são reflectidas em 4 principais temas
que caracterizaram o Humanismo no Renascimento:

 Individualismo – a crença no potencial dos indivíduos em criar mudanças positivas para o


mundo.
 Religião Pessoal – que a religião fosse mais pessoal e menos formal e ritualista, isto é,
uma religião fosse vivenciada pessoalmente e não imposta pela igreja.
 Intenso interesse no passado – os humanistas apaixonaram-se pelo passado,
especialmente pelos trabalhos dos primeiros poetas, filósofos e políticos gregos e
romanos, o que desenvolveu nos humanistas muitos pontos de vista sobre o passado.
 Anti-Aristotelismo – oposição as ideias de Aristóteles na medida em que aquele defendia
filosofia daquele era tão autoritária quanto a Bíblia.

Embora o nascimento se constituira num tempo de turbulências, constitui-se numa época de


grande curiosidade e criatividade. Com o declínio do poder da igreja, a pesquisa tornou-se
intensamente objectiva porque as descobertas já não mais careciam de estar alinhadas com os
dogmas religiosos. HERGENHAHN e HENLEY (2013:117).

Constribuição de Renê Descartes (1596-1650)


Vários humanistas destacaram-se no Renascimento, mas importa destacar o trabalho de Renê
Descartes que em 1659 apresenta o homem de uma maneira dissociada do pensamento cristão,
Descartes cria o dualismo psicofísico mente - corpo que torna possível o estudo do corpo
humano morto que era impensável nos séculos anteriores (o corpo era considerado sagrado pela
igreja por ser a essência da alma), e dessa forma possibilita o avanço da anatomia e da fisiologia,
que iria contribuir em muito para o progresso da própria Psicologia.

Segundo Descartes descrito por HERGENHAHN e HENLEY (2013:115), existe uma importante
diferença entre pessoas e animais. Somente o ser humano possui uma mente que providencia
consciência, livre escolha e racionalidade. Adicionalmente, a mente não era física, isto é, o corpo
ocupava espaço mas a mente não (pois era imaterial).

Desacrtes Claramente afirmou que o ser humano possui um corpo que opera com princípios
físicos e uma mente que não o faz e que os dois interagem (influenciam-se mutuamente). Entao,
na questão corpo-mente Descrates era um dualista e o tipo de dualismo no qual estava descrito
subscrito era Interacionismo, as vezes referido como Dualismo Cartesiano.
Esse trabalho de Renê Descartes sinalizou a passagem do Renascimento para o período moderno
da ciência.

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