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A verdade sobre a serpente do Éden

As serpentes, desde os tempos mais remotos, sempre causaram medo e respeito a nós
humanos. Esse medo e respeito era tanto que muitos passaram a vê-las como deuses ou
deusas. No Egito Antigo, por exemplo, as vemos em diversas situações e lugares, ora
sendo deusas, ora ao lado deles. O temível deus Apepi ou Aapep(Apófis) era uma
criatura gigantesca representada na forma de serpente que, ao cair da noite, lutava com o
deus egípcio Rá (deus Sol). Este sempre a vencia, mas ela no dia seguinte ressuscitava.
Essa criatura tinha a seus serviços demônios. Quando havia um eclipse, os egípcios
acreditavam que era Apófis em luta com Rá, usando de seu enorme corpo para encobri-lo.
Meretseguer ou Meretseger era uma outra deusa também na forma de serpente que
encontramos na riquíssima mitologia egípcia. Sua representação variava muito, ora era
uma mulher com corpo de serpente, ora era uma serpente com corpo de mulher. Em
algumas ocasiões parecia como uma cobra com três cabeças. Essa deusa tinha atividades
ambíguas. Trabalhadores que se revelassem mentirosos e criminosos, muitas das vezes,
eram atacados ou picados por ela, contudo os que se mostrassem arrependidos poderiam
ser curados também pela deusa, Meretseguer.

Perceberam a semelhança em alguma outra estória já ouvida e a constante relação entre


serpente e mulher?

Certamente, se você já tiver lido a Bíblia, notará tal semelhança. Quando a Bíblia compara
o terrível diabo a um dragão de sete cabeças, não lhe lembra muito o deus Apófis e
Meretseguer que eram uma grande serpente com três cabeças e rodeado de demônios? É
muita semelhança!

Vejam: “Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o
por mil anos.” Apocalipse 20:2

“E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos
seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça.” Apocalipse 12:1

“E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que
engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos(demônios) foram
lançados com ele.” Apocalipse 12:9

Compare agora esta passagem: “E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos
fizestes subir do Egito para que morrêssemos neste deserto? Pois aqui nem pão nem água
há; e a nossa alma tem fastio deste pão tão vil.

Então o Senhor mandou entre o povo serpentes ardentes, que picaram o povo; e morreu
muita gente em Israel.

Por isso o povo veio a Moisés, e disse: Havemos pecado, porquanto temos falado contra o
Senhor e contra ti; ora ao Senhor que tire de nós estas serpentes. Então Moisés orou pelo
povo.”
E disse o Senhor a Moisés: Faze-te uma serpente ardente, e põe-na sobre uma haste; e será
que viverá todo o que, tendo sido picado, olhar para ela.

E Moisés fez uma serpente de metal, e pô-la sobre uma haste; e sucedia que, picando
alguma serpente a alguém, quando esse olhava para a serpente de metal, vivia. Números
21:5-9

Notaram agora a semelhança com a estória da deusa Metsuaguer?

Grifei as principais palavras que nos remetem à mitologia egípcia. Essa estória hebreia é
igualzinha a estória que envolvia a deusa egípcia. Pecadores eram castigados com picadas
e se mostrassem arrependimento, poderiam ser curados, caso contrário, morreriam.

Já notaram como o menino Jesus e sua mãe, Maria são representados pela Igreja Católica?
Pois é, um bebê no colo da virgem Maria. Essa representação foi copiada ou plagiada do
culto à deusa Ísis e seu filho Hórus. Busquem por imagens na internet e verão o que estou
afirmando.

Não há como negar que hebreus e cristãos mesclaram diversas crenças de diversos povos e
formaram a sua. As evidências são muito fortes. Trindade, alma, inferno, ressurreição,
demônios, dragões ou serpentes, apocalipse são exemplos dessas evidências. Inclusive as
características do Cristo, Salvador do mundo, são encontradas espalhadas na mitologia
egípcia.

Há outras mitologias que encontramos muitas coisas semelhantes, mas devemos nos
lembrar de que o Egito influenciou muito as mitologias espalhadas pelo mundo. Por isso,
prendi-me somente a ela.

“A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha
formado.” Gênesis 3:1

Essa é a primeira aparição de uma serpente na Bíblia. Mutos argumentam que a serpente,
descrita ali, teria sido usada por uma criatura invisível, um anjo do mal com o intuito de
seduzir Eva, a primeira mulher.
Quais seriam as bases para afirmarem isso?
Argumentam que cobras não falam, assim, uma outra pessoa teria feito isso. Alguém que
tinha interesse em desafiar o Deus todo-poderoso. Uma outra prova é que o livro bíblico
de Apocalipse revela a real pessoa por trás do animal, ele mostraria quem de fato era a
serpente original, tudo sendo o entendimento deles.
“Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil
anos.” Apocalipse 20:2
Porém, contrariando todas as interpretações, nesse sentido, a Bíblia, em sua parte hebraica,
não diz e não faz nenhuma referência a tal ser invisível. A figura de um suposto diabo no
Éden foi introduzida na parte cristã da Bíblia, o chamado novo testamento, em especial, no
livro já citado acima.
Vejam que o texto bíblico, em gênesis, não deixa dúvida de que se tratava de uma
serpente. Ela diz: “A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o
Senhor Deus tinha formado.” Note que se faz uma comparação entre a serpente e os
demais animais que também foram criados por Javé. Perceba também que a Bíblia diz que
a sagacidade e a astúcia eram da criatura, serpente e não de outro ser oculto. Daí, o escritor
retratá-la como sendo capaz de falar e seduzir Eva, tudo por conta dessa sua sagacidade.
Era comum os povos antigos darem características humanas a certos animais. Eles viviam
em um mundo cheio de misticismo e magia. Tudo era explicado a partir dessas crenças. A
variação do dia e da noite, por exemplo, vimos como os egípcios entendiam esses
fenômenos.

“Então o Senhor Deus disse à serpente: "Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os
animais e feras dos campos; andarás de rastos sobre o teu ventre e comerás o pó todos os
dias de tua vida.

Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu
ferirás o calcanhar." Gênesis 3:14,15

Notem como o deus bíblico se dirige à serpente. Ele de novo faz uma comparação entre ela
e os demais animais. Ele a amaldiçoa e faz de uma forma muito clara e direta, não tem
nenhuma referência aqui a outro ser. Perceba também que são duas as maldiçoes sofridas
pela serpente: rastejar sobre o ventre e comer pó pelo resto de sua vida.

As maldiçoes lançadas por Jeová tiveram por causa o pecado de Adão e Eva. Portanto,
enquanto perdurasse essa condição de pecador desobediente, segundo a Bíblia, essas
maldições permaneceriam sobre Adão, Eva, a terra e a serpente.

Se realmente houvesse algum ser espiritual por trás das mentiras contadas pela serpente,
então não seria justo condená-la a uma tão pesada pena. Ela não teria feito nada, seria a
única inocente nessa estória. Seria um julgamento totalmente injusto da parte de jeová,
isso se imaginarmos que essa estória do Gênese na melhor das hipóteses fosse real. Ele
imputaria a culpa a um ser que não tinha a mínima condição de se defender, embora diga
a Bíblia que a serpente fosse a mais astuta de todas as criaturas criadas.

E a declaração de Deus: “Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela.
Esta te ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar."

Onde a Bíblia está dizendo aqui que a descendência da serpente seria na realidade a de um
suposto anjo?

Além disso, o texto fala de descendente da serpente, claramente. Pergunte-se: tem sentido
em se falar em descendente de um anjo ou ser espiritual? Anjos podem ter descendentes?
Há toda lógica em se falar em descendência de uma serpente, mas de anjo, foge por
completo de toda razão e lógica.

E mais, quem poria esse ódio entre a descendência da serpente e o da mulher seria o
próprio Jeová. Isso demonstra que o ódio não veio por vontade própria de algum suposto
ser, mas de Jeová. O castigo foi imposto também aos descendentes desses. Aqui se trata de
uma referência do que geralmente acontece quando se pisa em uma serpente. Ela lhe pica
o calcanhar, a parte mais alta do corpo de uma pessoa que geralmente uma cobra
consegue alcançar e esta pessoa por sua vez machuca-lhe a cabeça ou por pisar-lhe ou usar
de algum instrumento para fazê-lo, esse era o entendimento dos judeus.

Ainda assim dizem alguns que essa mulher seria a organização espiritual de Deus nos
céus. E essa organização geraria em um futuro próximo o descendente que seria o Messias,
e que o descendente da serpente seria todos aqueles que de alguma forma tivessem o
comportamento de desobediência da verdadeira serpente original, o diabo.

Contudo, não há nas escrituras hebraicas qualquer elo que identifique o descendente da
mulher como sendo o Messias esperado pelos judeus. A ideia de um futuro Messias
libertador, surge a partir das estórias do rei Davi, e não de nenhum outro personagem do
passado, por mais malabarismo, nas palavras, que queiram fazer, não adianta.

Os hebreus se orgulhavam das supostas façanhas do rei Davi, foi em seu tempo, que os
hebreus haviam sobrepujados seus inimigos, eram livres do domínio de outros povos
estrangeiros, esse tempo teria sido a era de ouro para os judeus. E foi a partir desse desejo
que surgiram as profecias de um futuro descendente do rei vitorioso Davi. Os judeus
almejavam estar livres do jugo da dominação estrangeira, por isso, os escribas e sacerdotes
criam as profecias de que da casa de Davi surgiria um descendente que os conduziria
novamente à libertação.

Aproveitando-se dessa literatura messiânica contida nas escrituras hebraicas que os


cristãos e os pais da Igreja formularam o seu Messias redentor de pecados. Um Messias
desconfigurado em todos os sentidos do Messias almejado e esperado pelos judeus há
muito tempo. Os cristãos leram os escritos hebraicos e lhes deram uma nova interpretação
e para dar sustentação a ela, introduziram a figura de Jesus.

Esse Jesus foi um judeu desconhecido do ponto de vista de importância para os judeus,
mas que fora moldado como sendo o filho de Deus.

A profecia de Miqueias, por exemplo, é aplicada de forma equivocada ao Messias cristão,


Jesus.

“Portanto, o próprio Jeová lhes dará um sinal: Vejam! A jovem ficará grávida e dará à luz
um filho, e ela lhe dará o nome de Emanuel.”
Vejam que a suposta profecia diz que a criança que nasceria receberia o nome de Emanuel
e não de Jesus. Contudo, astutamente, o escritor cristão do 1º século mudou o nome para
Jesus quando da aparição do anjo Gabriel a Maria.
“De modo que o anjo lhe disse: “Não tenha medo, Maria, pois você achou favor diante de
Deus. E agora você ficará grávida e dará à luz um filho, e deve lhe dar o nome de Jesus.
Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e Jeová Deus lhe dará o trono de Davi,
seu pai, e ele será Rei sobre a casa de Jacó para sempre, e não haverá fim do seu Reino.”
Lucas 1:30-35

O Emanuel da profecia de Miqueias não tem nada que ver com Jesus. Para explicar esse
embuste se apegam ao fato de que Emanuel significa Deus está conosco, afirmando assim
que Emanuel seria apenas um título e Jesus seria o real nome do Messias, só que isso não é
verdade, porque até o nome Jesus tem um significado da mesma forma que Emanuel. Era
a coisa mais comum os nomes daquelas pessoas terem um significado naquela época.

Além disso, você pode virar a Bíblia de um lado a outro e não vai ver ninguém chamando
Jesus de Emanuel.

Ainda em Gênesis, a passagem fala de um descendente ou semente da mulher, então por


que só a serpente teria descendentes?

Em nenhuma parte da Bíblia hebraica, a não ser na parte grega, que é cristã, você irá
encontrar qualquer referência a essa passagem apontando para algum diabo. No chamado
antigo testamento, o causador, o criador de tudo é somente jeová. Não se atribuem a
ninguém mais os fatos ocorridos ali.

Não tem nada de interpretação especial nessa passagem. Como disse, foram os cristãos
que colocaram o diabo por trás da serpente para corroborar suas ideias em um Cristo
salvador.

E para derrubar por completo com essa mentira inventada, vamos dar uma olhada no
texto de Isaías 65:25: “O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos, e o leão comerá palha
como o boi; e pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o
meu santo monte, diz o Senhor. “

Esses versículos de Isaías são apontados por muitos como descritivos da futura condição
dos animais e dos homens em um suposto paraíso terrestre. Esses versículos, segundo
alguns, indicariam que os animais voltariam ao estado anterior ao pecado cometido por
Adão e Eva. Acredita-se que os animais, antes do pecado, eram vegetarianos, ou seja, não
comiam carnes, o que é até lógico se pensar assim, uma vez se tratar de um paraíso, e
nesse não poderia haver mortes, sofrimento e medo. Portanto, nessa situação, teremos que
admitir que a serpente também volte a seu estado primitivo antes de ter havido o pecado.
Como a serpente passou a rastejar depois do pecado e a comer pó também, então essas
maldiçoes cessariam em seu caso nesse paraíso anunciado por Isaías, não é mesmo?

Porém, Isaías vai em sentido contrário no que diz respeito à serpente. Vejam, a cobra será
novamente sentenciada a comer pó. Mas espere aí, o motivo de a serpente comer pó não
foi por causa do pecado no jardim? Então por que a serpente comerá pó novamente nesse
futuro paraíso?

Esses versículos acabam com duas lendas: de que a maldição lançada no paraíso se referia
a um ser espiritual; segundo, de que a cobra comeria pó porque seu alimento viria melado
de poeira da terra. Quando a Bíblia fala que a serpente comeria pó, ela quer dizer, na
realidade, que o único e exclusivo alimento dela seria pó. O que podemos entender aqui,
que Isaías esqueceu-se de que já havia a sentença contra a serpente no livro de Gênesis e a
repetiu inocentemente, e, por fim, que o deus bíblico não perdoará a serpente mesmo no
vindouro paraíso. Isso só demonstra o quanto ele é rancoroso e nada perdoador. E olhe
que, segundo a crença cristã, a serpente não teria culpa de nada.

Entenderam! não teria sentido, Isaías fazer alusão à serpente no paraíso, se esta não fosse
literal, pois esta foi mencionada ao lado de outros animais. Ou será que esta também é um
outro diabo futuro no paraíso? É óbvio que não!

E para fechar com chave de ouro esse assunto. Lembremo-nos do mais aplaudido
historiador dos tempos bíblicos, Fávio Josefo, ele foi um judeu que teria vivido entre 37 a
100 d. C., e, tal qual, estava, com toda certeza, familiarizado com o modo que os judeus
viam as passagens bíblicas do antigo testamento. Esse historiador não me deixa mentir. Ele
é a testemunha, posso dizer assim, ainda viva que prova que a serpente era nada menos
que a própria serpente e nada além disso. Em Antiguidades Judaicas, ele se refere a
serpente do Éden e deixa claro que de fato era um animal e que não havia nada de
referência a um futuro Messias ao se falar de descendente da serpente e da mulher.

“ Castigou também Eva, estabelecendo que, por se haver deixado enganar pela serpente e
atraído todos aqueles males sobre o marido, ela teria filhos com dor e sofrimento. E, para
castigar a serpente pela sua malícia, condenou-a a rastejar pela terra, declarando que ela
seria inimiga do homem. Depois que Deus impôs a todos o devido castigo, expulsou
Adão e Eva daquele jardim de delícias. “ Antiguidade Judaicas

Portanto, essa mentira criada por cristãos para sustentar sua doutrina de salvação tendo
por base um suposto deus salvador não passa de apenas ilusão, como tudo que está
escrito na Bíblia, mas que muitos cegamente acreditam ser real e verdadeiro. Infelizmente,
não é bem assim!

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