O documento discute a interpretação dos seis dias da criação mencionados no Gênesis. Argumenta que os dias deveriam ser entendidos literalmente como períodos de 24 horas, e não eras ou períodos longos, baseado na linguagem usada e no contexto da época. A visão do autor é que o texto bíblico reflete as crenças e limitações de conhecimento dos povos antigos, e não uma inspiração divina.
Descrição original:
Os dias da criação em Gênesis eram literais ou eras milenares?
O documento discute a interpretação dos seis dias da criação mencionados no Gênesis. Argumenta que os dias deveriam ser entendidos literalmente como períodos de 24 horas, e não eras ou períodos longos, baseado na linguagem usada e no contexto da época. A visão do autor é que o texto bíblico reflete as crenças e limitações de conhecimento dos povos antigos, e não uma inspiração divina.
O documento discute a interpretação dos seis dias da criação mencionados no Gênesis. Argumenta que os dias deveriam ser entendidos literalmente como períodos de 24 horas, e não eras ou períodos longos, baseado na linguagem usada e no contexto da época. A visão do autor é que o texto bíblico reflete as crenças e limitações de conhecimento dos povos antigos, e não uma inspiração divina.
mencionados na bíblia, não seriam dias literais, períodos de 24 horas, mas dias que corresponderiam à eras ou períodos de milhares de anos. Há também aqueles que acreditam que esses dias são dias literais. Os argumentos de ambos os lados são fortes e até certo ponto convincentes. Contudo, sem tomar partido desse ou daquele grupo, examinaremos hoje aquilo que está no Gênesis. Seus argumentos se apoiam no fato de a palavra hebraica usada pelo escritor, supostamente, original do Gênesis ter vários sentidos, e poder a mesma ser usada em diversas situações.
Quando a biblia se refere a dias no relato de gênesis,
quer sim, passar a ideia de dias literais. Isso é tanto verdade que há a expressão " e veio a ser noitinha e veio a ser manhã". O que indica que houve variação de luz. Se os dias criativos mencionados em gênesis não são literais, então por que razão se mencionaria essa expressão acima. E mais, por que se falou em um sétimo dia que deveria ser guardado e santificado, já que o mesmo se referia não a um dia em específico, mas a períodos ou eras? Além disso, a própria biblia fala de um sábado anual e um sábado diurno que deveriam ser observados. Hoje sabemos que a ideia ali contida para" terra" jamais poderia se referir a terra como planeta, uma vez que essa ideia não era conhecida dos povos primitivos. Nem mesmo os gregos tidos como um dos povos mais desenvolvidos no campo do saber e evoluídos tinham esse conhecimento. E o detalhe mais grave e que, portanto, derruba esse argumento mentiroso de que a "terra" e outros astros já existiam antes daqueles dias criativos ou dias preparatórios como outros menos esclarecidos querem passar, é o fato de que a palavra hebraica" Bara" mencionada para se criar o sol, é diferente no sentido da usada para se criar os animais, plantas e o homem. A primeira, segundo os eruditos judeus em hebraico, quer dizer criar do nada; a segunda, por seu turno, quer dizer fabricar, produzir a partir de algo já criado ou existente. O que é verdade já que o homem e os animais foram criados a partir do solo da terra que já havia sido criado, coisa que não se deu com o Sol, por exemplo, este teria surgido do nada. Portanto, não teria sentido aqui em se falar em dias que não foi criado nada, ou em dias que se foi preparado eventos. Outro detalhe que foge à mente dos menos avisados, é que o termo" dia" usado ali foi o mesmo usado para dizer que Adão morreria no mesmo" dia". Vc acha que Adão ao ouvir isso, imaginou que ele morreria a milhares de anos, décadas ou outro período depois? A serpente quando foi sentenciada a comer pó da terra e a mulher quando teria suas dores de parto aumentadas, não esperariam milhares ou períodos de anos longínquos para ocorrer o que fora dito por Deus. Adão ao ouvir as palavras de seu Deus tinha em mente um dia literal, assim como os demais judeus que vieram após ele(Abraão, Isaque, Jacó, Moisés -seu suposto escritor e outros, entendiam esses dias do livro de Gênesis como sendo literais). Os dias criativos quando mencionados em outros livros biblicos sempre dão a ideia de literalidade. Foram seis dias em que algo sempre era criado. E desmentindo aqueles que desesperadamente tentam harmonizar os erros da biblia e dizem que no primeiro dia foi criado o Sol e que a razão de se mencionar no quarto dia a criação do Sol, das estrelas e da lua não quer dizer que foram criados novamente, mas que por algum motivo havia algo que impedia que a luz desses astros penetrasse na terra e fosse percebida por um observador terrestre, não se sustenta. Se pudéssemos extrair de fato essa conclusão a que chegaram esses, isso só aumentaria a contradição do texto biblico. Primeiro, porque, nesse caso, a biblia estaria mentindo ao afirmar que no quarto dia havia sido criado algo quando, na realidade, não havia sido criado nada, mas somente sido possibilitado alguém enxergar com maior precisão esses luzeiros e sua luz. O quarto dia seria fictício, se pensarmos dessa forma. E logo, os seis dias da criação não seriam em número de seis, mas se resumiria a um número menor de dias. Segundo, se essa conclusão absurda e extrapolada do texto pudesse se confirmar, faria com que o terceiro dia criativo se tornasse impossível de acontecer, pois se somente no quarto dia, a luz desses astros atingiu a terra de forma a ser nitidamente percebida ou sentida por um observador terrestre, as plantas, árvores e ervas que foram criadas no terceiro dia não poderiam germinar, se reproduzir e manter-se vivas, pois a fotossíntese seria, dessa forma, impossibilitada de ocorrer. Os crentes não conseguem entender a biblia, porque acham que ela foi escrita por um homem do nosso século, e não foi. O famoso “no principio” é dito por alguns que poderia se referir a um período muito, muito anterior aos próprios dias criativos. Seria, assim, um passado contínuo que se estenderia até o momento de no princípio. Essa conclusão compartilhada e aceita por muitos viria do significado da palavra hebraica( = בברראש ששית bara shit) ali utilizada. Absolutamente mentirosa essa extrapolação. O contexto desmente essa falácia. Vejam: “No princípio criou Deus o céu e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.” Gênesis 1:1,2 Lembremos, antes de mais nada, que “Gênesis” significa origens, portanto, seu escritor, que é um judeu, tenta explicar, em suas páginas, as origens ou respostas às perguntas intrigantes de seus contemporâneos também judeus. Não há dúvida de que o primeiro versículo está intrinsecamente ligado aos versículos seguintes. Não existe entre um versículo e outro um período longo de tempo. O escritor nos passa a ideia de que no início(princípio) de tudo não havia nada, absolutamente nada. E deus passa a criar os céus e a terra. Essa criação não tem nada a ver com o que nós do século 21, entendemos como universo, galáxias, buraco negro e planetas. O primitivo escritor desse livro não tem a mínima ideia disso. É aqui que os crentes se perdem, pois acham exatamente o contrário. Atribui-se a biblia uma inspiração e orientação divina. E isso não é verdade, infelizmente. Antes de continuarmos, queria trazer-lhes uma informação que muitos ao lerem a biblia não percebem. Os povos antigos acreditavam que o Sol circundava a Terra, e sabemos hoje que é o contrário que ocorre. Por isso, essa ideia primitiva e atrasada acompanha não só o escritor do Gênesis, mas também os demais escritores bíblicos. A terra é colocada como o centro de tudo(universo), ou seja, é o pensamento geocêntrico da época também presente na biblia. O céu ali mencionado refere-se ao que vemos todos os dias quando elevamos nossos olhos ao alto, é aquele onde ficam as nuvens e voam as aves. Os judeus antigos acreditavam que o céu era dividido em três: um onde deus teria sua morada, um em que o Sol, a Lua e as estrelas são observadas e por último aquele em que se formam as nuvens e os pássaros voam. Paulo fala de um homem que foi arrebatado para o terceiro céu, lembra-se disso? Assim, no princípio, deus teria criado o céu e a terra. É obvio que o céu onde fica sua morada já teria sido criado há muito tempo. Se é que ele foi criado. O segundo versículo dá continuidade ao primeiro. Por isso, é mencionada a situação em que se encontra a terra e o céu após sua criação. A terra sem forma, vazia e em escuridão. E não havia nada, ainda, no firmamento, nem Sol, estrelas e nem Lua. Daí, a existência da densa escuridão. É nesse momento, que o deus hebreu diz: “Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro. Gênesis 1:3-5 Com a criação dessa luz que, com certeza, é o Sol, elimina-se a escuridão e acontece o primeiro dia. Outro detalhe a ser observado é que, segundo a biblia, a terra seria mais velha que o Sol e demais estrelas espalhadas pelo cósmo. O escritor mostra o momento em que o Sol e as estrelas são cridos enquanto a criação da terra já teria ocorrido há muito mais tempo. O que já se contradiz com o que é dito pela ciência moderna. Agora, por que a terra já se encontrava lá e encoberta de águas nesse relato biblico? Simplesmente, porque os povos antigos, inclusive os hebreus, criam que tudo teria vindo a partir de um oceano de águas primordiais. Há relatos sumérios, mesopotâmicos e egípcios, que falam dessas águas primordiais presentes de forma sutil em Gênesis. Como disse anteriormente, esse pensamento não é exclusivo do escritor do Gênesis, mas de muitos outros escritores biblicos. Veja o que Pedro tem a nos dizer a respeito dessas águas primordiais:”Mas eles deliberadamente se esquecem de que há muito tempo, pela palavra de Deus, existiam céus e terra(aqui refere-se ao “no princípio”), esta formada da água e pela água.” 2 Pedro 3:5 Notaram que Pedro faz referência ao no princípio em que pela palavra de Deus foram criados céus e terra? E aqui vemos que a terra foi formada da água. E lá em Gênesis de fato é dito que havia águas de profundezas e escuridão que encobriam a terra. Esse é o pensamento das águas primordiais, a terra teria emergido ou surgido de dentro de um grande oceano de águas. E é com esse mesmo pensamento que alguns apoiadores da ideia de que a Terra é plana buscam fundamento. Dizem que acima da atmosfera haveria um oceano. Poderia citar outros textos bíblicos que corroboram esse meu argumento, mas, creio que esse é o mais convincente. Não resta dúvida de que o escritor está apenas preocupado em trazer para os seus leitores a forma como se deu a criação física. E para encurtar a conversa, é só recorrermos a Flávio Josefo em sua obra “Antiguidades Judaicas” e perceberemos que os dias, de fato, mencionados em Gênesis, eram entendidos pelos judeus como literais. E não períodos de eras ou milênios. Essa baboseira de milênios ou eras de milhares de anos, surgiu da tentativa de harmonizar o que Paulo falou sobre o descanso Sabático e o sétimo dia em que deus descansara. Mas devemos nos lembrar que as ideias de Paulo são da época cristã. Estas não têm nada haver com as ideias judaicas. Outro motivo é que como a ciência atualmente fala que a terra , Sol, o universo e Lua teriam bilhões de anos e a biblia fala em dias para que tudo isso fosse criado, inventaram essa nova teologia. Usam texto de uma das cartas de Pedro e salmos para relacionar dias com período de mil anos. Só que esse raciocínio está completamente distorcido. Basta olharmos o contexto em que aparecem. Em ambos os livros, a ideia é que o deus dos hebreus, por ser eterno, o tempo para ele seria desprezível. Mil anos que para nós seria muito, para ele, por causa de sua eternidade, imortalidade, seria como se fosse um dia nosso. Não tem nada a ver em dizer que esse deus conta mil anos como sendo apenas dias. O escritor poderia simplesmente dizer que para Javé, Jeová, Elohim(IHVH) dois mil, dez mil ou cinquenta mil anos eram apenas um dia. E nada iria mudar quanto a ideia de eternidade que se quer realçar ou destacar em relação ao deus judeu. E como disse para entendermos a biblia basta que entendamos o pensamento do homem da época. Por exemplo, Flávio Josefo, que era um judeu fariseu e escritor, em Antiguidades Judaicas, fala quase que exatamente tudo que falei. Ele como judeu pensava que o Sol, as estrelas e a lua foram criados, sim, no quarto dia. “ No quarto dia, criou o Sol, a Lua e os outros astros e colocou-os no céu para lhe serem o ornamento principal.” Antiguidades Judaicas. Contudo, não quero dizer que tudo sobre que Flávio Josefo escreveu seja verdade absoluta, pois como todo judeu que era acreditava na Torá. E a torá( escrituras hebraicas) não tem nada de verdade. Trago-o, como exemplo, apenas, para mostrar o pensamento do judeu em sua época.