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MINISTÉRIO DE INTERCESSÃO DA RCC BRASIL

INTERCESSÃO EM EVENTOS

Para orientar os coordenadores dos eventos e os intercessores a respeito da


intercessão em eventos de evangelização, teremos por base a fundamentação bíblica
encontrada no livro do Êxodo 17, 8-16, no qual nos deparamos com a poderosa
intercessão de Moisés na batalha contra Amalec.
“Amalec veio atacar Israel em Rafidim” (Ex 17,8)

Amalec simboliza o mal, o pecado, as forças contrárias que se levantam contra a


vontade de Deus, para fazer que as pessoas resistam ao anúncio do evangelho, ao
caminho de conversão e santidade, obscurecendo a mente e o coração na decisão de
acolherem Jesus como caminho, verdade e vida.

Rafidim configura o campo de batalha, ou seja, o local onde está acontecendo o


evento de evangelização. Este é o campo que o Senhor escolheu para vir ao encontro de
todos aqueles que atenderam ao seu chamado, sejam eles servos ou não. Para serem
resgatados, revigorados e alcançados por sua infinita Misericórdia, o Senhor deseja agir
na vida de cada um que abrir seu coração.

Moisés disse a Josué: “ Escolhe-nos homens e vai combater Amalec. Amanhã estarei
no alto da colina com a vara de Deus na mão. ” (Ex 17,9)

“Escolhe-nos”. Assim, a equipe de intercessão para eventos é formada por


soldados de linha de frente, pois durante todo o encontro acontece um árduo combate.
Os intercessores, escalados para formar a equipe de intercessão em eventos, precisam
ser soldados que saibam usar a armadura do cristão, que tem em punho a espada para o
combate, que estejam aptos e dispostos a lutar pela libertação do povo de Deus.
Portanto, para compor uma equipe de intercessão em eventos, é necessário que o
intercessor esteja vivendo conforme as orientações do Ministério de Intercessão; por
isso, essa escolha passa pelo envio do coordenador do Grupo de Oração.

“(...) e vai combater Amalec”. É importante o intercessor saiba que, para


combater Amalec, é preciso conhecer suas artimanhas, suas estratégias, como ele ataca
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as equipes dos eventos, causando opressão, instigando servos com pensamentos uns
contra os outros, criando espírito de contenda, atrasando o andamento das pregações,
gerando irritabilidade em quem estiver à frente do evento, dificuldades nas equipes de
trabalho, dispersão dos participantes, murmuração por atraso e por não concordarem
com as pregações, com a oração. É de suma importância que o intercessor saiba que a
pregação e a oração têm um efeito libertador na vida dos participantes.

O intercessor convocado para interceder em um evento de evangelização


deve saber que Deus nos revela seus planos e nos mostra suas estratégias de como
vencer os ataques do inimigo que são invisíveis, mas reais e podem ser sentidos. O Senhor
Deus nos mostra as armas que devemos usar para desmascarar o inimigo naquela
situação, é uma ação espiritual; por isso, o intercessor precisa estar no Espírito, para
servir na intercessão. “Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ele vos ensinará
toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e vos anunciará as
coisas que virão” (João 16, 13).

“Amanhã estarei no alto da colina com a vara de Deus na mão”. A figura de


Moisés representa a pessoa do intercessor. E subir para alto da colina com a vara de Deus
na mão é assumir o poder de Deus em nossas vidas e a missão, significa estar preparado
para levantar as mãos com autoridade para fazer a vontade de Deus. A vara é um símbolo
do poder de Deus, por isso, o intercessor deve ter o coração livre, purificado para
ministrar a intercessão com propriedade para argumentar com o Senhor, em favor dos
irmãos. E assim sendo, devemos estar prontos para ouvi-Lo, e dialogar (falar, mas
sobretudo ouvir), estar atentos aos detalhes de Deus, que se comunica com palavras e
sinais. Deus manifesta-se em nossas vidas com sinais, milagres e prodígios, e surpreende-
nos com sua presença; cabe-nos tomar posse do seu poder, pois Ele quis precisar de nós,
intercessores, para interceder pela ação evangelizadora durante o evento e pela ação do
Espírito Santo, para vermos vidas restauradas.

Josué obedeceu a Moisés e foi combater Amalec, enquanto Moisés, Aarão e Hur subiam
ao alto da colina. (Ex 17, 10)
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Moisés estava acompanhado. Para interceder em um evento, o intercessor não


deve estar só, pois em um combate não se vence sozinho. Se estivermos sozinhos nos
esgotamos, somos vencidos pelo cansaço, pela distração, pelos pensamentos ruins, pela
fome, pela ansiedade para que aquele dia termine logo (essas são reações do combate e
não é contaminação).

Para que a vitória aconteça na vida dos irmãos, o intercessor sobe a colina e se
coloca diante da presença do Senhor em oração, pois precisa ter o coração voltado para o
alto, o coração em Deus, dedicando-se ao Senhor para que sua glória se manifeste no
meio do seu povo; por isso, é necessário que o intercessor se dispa de suas vontades em
participar do evento, para se revestir do poder de Deus pela ação do Espírito Santo e
colaborar com os planos e os propósitos do Senhor para que a vitória aconteça. Para isso,
é necessário que a equipe de intercessão em eventos esteja em concordância, em
sintonia, assim o Senhor direciona toda a intercessão e suscita a estratégia de oração para
aquele dia, e para as situações que possam aparecer naquele momento. Quando o
intercessor sobe a colina do Senhor, sua glória se revela por meio da unção e com a
manifestação dos carismas, como as palavras de ciência, de sabedoria e as profecias.

E, quando Moisés tinha a mão levantada, Israel vencia, mas logo que a abaixava, Amalec
triunfava. (Ex 17,11)

As mãos levantadas simbolizam a disposição, a postura não só física, mas,


sobretudo de saber interceder em cada situação conforme a revelação do Senhor,
significam ter discernimento para clamar por aquela situação. Intercessores, imbuídos da
graça de Deus, como Moisés que orava ao Senhor por Josué e por todos aqueles que
estavam no campo de batalha. Pode-se ver nessa cena a importância da unidade dos
intercessores. É fundamental que a equipe de intercessão esteja em concórdia para agir
segundo a vontade de Deus, sustentar um ao outro e quando um terminar a condução da
intercessão o outro continua, assim sucessivamente, mantendo os momentos que já
estão programados.
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“Mas como se fatigassem os braços de Moisés, puseram-lhe uma pedra por baixo e ele
assentou-se nela, enquanto Aarão e Hur lhe sustentavam as mãos de cada lado: suas
mãos puderam assim conservar-se levantadas até o pôr-do-sol”. (Ex 17,12)

Durante a intercessão em eventos, pode acontecer situações que causem


cansaço físico e mental, opressão, bocejo, lacrimejamento - sinais de libertação -, e o
intercessor deve saber discernir reações humanas/físicas das espirituais para não se
deixar perturbar ou ter medo. É necessário estar preparado para não sucumbir por
distração, cansaço, falta de concordância na condução da oração e ausências
desnecessárias do local da intercessão.

A intercessão em eventos acontece pela constância e pela disposição dos


intercessores na oração, por isso sobrevém a batalha espiritual; portanto, devem manter-
se confiantes, visto que o encontro foi orado e discernido, e o plano de ação se dá por
soldados aptos, pois o intercessor despreparado sobrecarrega os demais.

O intercessor por crer na ação salvífica de Deus durante toda a intercessão não
abandona o posto, não baixa a guarda e nem deixa o posto sem soldados para não
permitir que Amalec vença.

“Mas como se fadigasse os braços puseram-lhe uma pedra por baixo e ele
assentou-se nela”. A pedra significa que o intercessor deve manter o foco em Cristo
Jesus, que é a nossa “Pedra Angular”, e que, como pedras vivas que somos, Ele está no
meio de nós, em nosso coração, no centro da nossa vida como Senhor.

E Josué derrotou Amalec seu povo ao fio da espada (Ex 17,13)

Tendo o evento a proporção que tiver, os intercessores precisam estar


inseridos no contexto deste, por isso é importante que, antes de entrar diante do trono
da graça, a equipe de intercessão tenha conhecimento prévio do tema do encontro, do
local, da programação e dos pregadores. É importante acompanhar o direcionamento do
evento desde o início, saber o objetivo, para ir reconhecendo o campo de batalha, e não
ficar atirando para todo lado. Moisés, Aarão e Hur sabiam porque estavam ali orando e
sustentando Josué e sua equipe na batalha.
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A vitória acontece pela obediência, por isso não é permitido irmos


despreparados para a intercessão; é fundamental treinamento contínuo e disciplina para
que o intercessor se torne um soldado forte e corajoso, sendo necessário, portanto, uma
vida de oração, conhecimento da Palavra de Deus, a confissão, a comunhão e a Adoração.
Os exercícios das armas espirituais fortalecem a espiritualidade do intercessor - fonte de
sustentação para todos os momentos da intercessão -, estas preparam o intercessor para
o combate afim de exercer uma intercessão poderosa, guiada por Deus. “Não são carnais
as armas com que lutamos. São poderosas, em Deus, capazes de arrasar fortificações” (2
Coríntios 10, 4).

COMO DEVE SER A INTERCESSÃO EM EVENTOS?

O contexto da vitória sobre Amalec reafirma o valor de ter uma equipe de


intercessão durante os eventos de evangelização e nos permite compreender a função de
cada personagem com base nesse cenário de batalha. Josué representa o responsável
pelo encontro (Coordenador Nacional, Estadual, Diocesano e/ou local, ou as equipes
responsáveis pelo encontro); Moisés representa os intercessores; Aarão e Hur, os
auxiliares que sustentam Moisés quando intercedem por Josué e por todos os soldados
que estão no campo de batalha em Rafidim, que é o local do encontro (salão paroquial,
quadra, auditório, ginásio, etc.).

Dessa forma, o Ministério de Intercessão assume esse contexto para direcionar


a atual orientação geral sobre a intercessão em eventos de evangelização da RCC.
Portanto, passaremos a adotar a formação de equipes, as quais são distintas para cada
dia do evento. Essas equipes devem ser compostas cada uma por no mínimo seis e no
máximo doze intercessores1, que devem dispor também de duas pessoas que serão
responsáveis por auxiliar as equipes de intercessão durante todo o evento. E assumirão

1
cf. RCC Responde 2 – Ministério de Intercessão. pg. 22. Ed. RCC Brasil.
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um posto fundamental para tornarmos vencedores no combate, como fez Aarão e Hur ao
sustentar os braços de Moisés quando esse se cansou durante o combate.
Desse modo, ao se formar as equipes para interceder em eventos, são
designados dois auxiliares, preferencialmente intercessores que compõem os núcleos de
serviço do Ministério de Intercessão em âmbito estadual/diocesano ou local, para
acompanhar e organizar os trabalhos das equipes de intercessão.

Aqueles que forem designados para assumir a função de auxiliares das equipes
de intercessão em eventos serão responsáveis por sustentar e direcionar os momentos de
oração quando a equipe estiver desorientada, sem foco, sentindo o peso e o cansaço do
combate, motivando-os na oração e orientando-os nos discernimentos para que
retomem o ânimo e a disposição para interceder. Os auxiliares são essenciais para fazer a
unidade entre a equipe de cada dia, repassando as moções, os direcionamentos do
Senhor revelados durante a intercessão. Os auxiliares cuidam também para que seja
providenciado o que é necessário para os intercessores - como água, alimentação -,
dando suporte para que as equipes de intercessores sejam assistidas em suas
necessidades e, assim, sirvam sem preocupações durante um evento.

Os auxiliares atuam nas equipes de intercessão em eventos com mais liberdade


para participar e acompanhar o andamento do encontro e também par poder perceber
alguma eventual necessidade, a fim de que os intercessores tenham conhecimento e se
coloquem em combate por determinada situação. Os dois auxiliares devem manter o
diálogo, a prudência e ser movidos por amor por este pequeno rebanho para bem
orientar os trabalhos das equipes de intercessão, eles não podem se ausentar ao mesmo
tempo do local da intercessão, mas fazer um revezamento. É preciso que os dois
auxiliares estejam juntos com a equipe nos momentos iniciais para acolherem e
familiarizarem os intercessores, criando o vínculo de unidade e segurança entre todos.
Portanto, é imprescindível que os dois auxiliares estejam juntos com a equipe no início e
no término das atividades de cada dia da intercessão.

Na equipe de intercessores, deve-se ter cuidado com pessoas que utilizam a


intercessão para se servirem de Deus em vez de servirem a Deus e querem monopolizar
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ou impor seu discernimento aos demais. Quando várias pessoas se unem em um só


espírito e em um só coração, a ordem, a harmonia e a eficácia na intercessão se fazem
sentir por meio do equilíbrio da equipe que está conduzindo.

As equipes de intercessão em eventos deverão ser formadas por pessoas que já


exercem o ministério nos Grupos de Oração; portanto, o coordenador da intercessão
designado para o evento convida os intercessores para compor as equipes de intercessão
em eventos, que devem ser escolhidos dentre aqueles que têm vivência do ministério, e
os membros das equipes de intercessão precisam se preparar previamente com confissão,
jejum e tudo que o Espírito Santo suscitar. Os intercessores escolhidos, ao aceitarem a
missão, deverão começar a orar pelo evento e por toda situação pedida pela
coordenação.

Durante o evento, os organizadores devem oferecer um local - sala ou capela -,


onde o Santíssimo Sacramento fique exposto (com a permissão da autoridade
eclesiástica); assim, durante o evento a intercessão terá um local reservado para o
ministério. Caso não seja possível contar com uma capela ou a disponibilidade do
Santíssimo, deve-se arrumar um local propício para a oração dos intercessores. O local da
intercessão deve ser reservado, limpo, arejado, tranquilo, digno para o Senhor (lugar de
respeito e reverência preparado para Ele) e adequado para aqueles que vão interceder.

O local onde acontece a intercessão deve ser restrito aos intercessores para
garantir a privacidade da equipe, a fim de que não haja dispersão dos intercessores para
que possam se concentrar na oração, o ideal é ter uma sala para a equipe de intercessão
com o Santíssimo exposto, e outra para Adoração (capela da visitação), uma vez que os
pregadores, os sacerdotes, os músicos e os participantes do encontro buscam fazer
momentos de oração diante do Santíssimo.

A intercessão deve iniciar antes ou no mesmo horário que o evento começar ou


logo após a Santa Missa, se for celebrada no início do evento. Os intercessores devem
participar dela.
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É necessário que se faça primeiramente a sequência da intercessão iniciando com


as orações de revestimento (oração de São Miguel Arcanjo, orar o Magnificat (cf. Lucas 1,
46-55) pedindo a proteção de Maria Santíssima, a armadura do Cristão (cf. Efésios 6, 10-
17), fazendo momento espontâneo de perdão e renúncia, pedindo a proteção do Sangue
de Jesus e os dons necessários a intercessão); em seguida, o momento de entrega e
clamor ao Senhor pelas intenções que constam na programação do evento, deixando-se
conduzir pelo Espírito Santo para que haja a manifestação dos carismas.
Na intercessão em eventos, é exercida a intercessão profética; logo, as orações
dos intercessores deverão ser inspiradas no poder do Espírito Santo, usando todos os
dons necessários para aquele momento, as palavras de ciência e sabedoria ajudarão a
orar pelas situações que surgirem. Para isso, é preciso fazer silêncio e escutar depois do
momento de louvor ou oração em línguas.

Durante a intercessão, deve-se evitar sair do local da intercessão sem


necessidade, a distração com celular e conversas sobre outros assuntos que não sejam
pertinentes ao momento de intercessão. As conversas devem ser sempre no momento de
discernimento de uma moção ou uma profecia.

O discernimento deve ser feito com o envolvimento de toda equipe para que
possam crescer no entendimento da vontade de Deus. A Bíblia deve ser usada como
referência para a oração e para algumas confirmações na Sagrada Escritura, referentes aos
discernimentos.

Depois de concluído a escuta e o discernimento, deve-se orar na direção dada


por Deus. É necessário anotar e entregar ao coordenador do evento somente as moções e
as profecias dadas para o evento. É importante lembrar que a maioria das moções
recebidas na intercessão é constituída por direcionamentos do Espírito Santo para própria
intercessão, e, nesse caso, apenas a equipe deve estar ciente e procurar orar na direção
revelada por Deus.

Um dos auxiliares da intercessão sempre deve passar (de forma escrita) para a
coordenação do evento a moção principal de forma coerente, concisa, objetiva e sem
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sentimentalismo, que foi revelada por meio da intercessão. Havendo a palavra de


confirmação na Sagrada Escritura, e ao se passar para o papel deve-se escrever
palavras/frases que sintetizem o que o Senhor está querendo dizer por meio delas. O dom
do discernimento deverá ser bem utilizado e deve-se ter o cuidado com o uso excessivo
de confirmações na Bíblia.

É importante ressaltar que a equipe de intercessão não direciona o encontro,


mas deve passar a moção que o Senhor revelar para o evento - palavras de ciência,
profecias, visualizações, discernimentos, confirmações bíblicas -, a qual ajudará a
coordenação do encontro na confirmação do que o Senhor está fazendo no meio do povo
e na ministração de grandes momentos de oração para que aconteça as curas e os
milagres.

Ao final do evento a intercessão deve terminar com louvores e ação de graças,


crendo que todas as orações chegaram diante da presença do Senhor. Os intercessores
devem também colocar aos pés da cruz de Jesus todas as dificuldades, os fardos e as
situações que surgirem naquele dia.

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