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Por Luis Carlos Burgos

E-BOOK 08

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ÍNDICE
Apresentação ......................................................................................................................4
I. ENTRADAS DO TELEVISOR LCD...........................................................................5
II. MENU DO TELEVISOR LCD ....................................................................................6
III. DESMONTAGEM DO TELEVISOR...........................................................................7
IV. IDENTIFICAÇÃO DAS PLACAS E PRINCIPAIS COMPONENTES.........................8
1. As placas do televisor..............................................................................................8
2. Componentes da placa principal.............................................................................9
V. FLUXOGRAMAS – TESTE DE FUNCIONAMENTO DO TELEVISOR LCD.............10
VI. DEFEITOS DAS TELAS LCD....................................................................................12
1. Defeito da própria tela..............................................................................................12
2. Falta de iluminação..................................................................................................14
VII. ILUMINAÇÃO TRASEIRA DAS TELAS LCD (“BACKLIGHT”)...............................15
1. As lâmpadas CCFL...................................................................................................15
2. Localização das lâmpadas CCFL e a estrutura de iluminação do display.........15
3. Como testar as lâmpadas CCFL do display LCD...................................................16
4. Fonte de alimentação das lâmpadas CCFL............................................................18
5. Conserto da fonte inverter.......................................................................................24
VIII. COMO FUNCIONAM AS TELAS LCD USADAS NOS TVS E MONITORES...........24
1. Como o cristal líquido controla a luz......................................................................24
2. A divisão da tela LCD e os transistores TFT..........................................................24
3. Estrutura do display LCD e do “backlight”............................................................26
4. Aspecto físico da tela LCD e do difusor de luz......................................................27
IX. DESCRIÇÃO DOS CIRCUITOS DO TELEVISOR LCD.............................................28
X. PESQUISA DE DEFEITO QUANDO A TV NÃO LIGA..............................................30
1. Teste da entrada de +B do televisor.......................................................................30
2. Teste do CI regulador de tensão que alimenta o CI micro...................................30
3. Teste de +B e comando “POWER ON” no CI micro..............................................31
4. Teste o funcionamento dos CIs mosfets que regulam os +B da fonte...............33
5. Medir +B no CI oscilador de PWM para controle dos CIs mosfets da fonte......36
6. Testar a presença do sinal gerado pelo CI oscilador de PWM............................36
7. Medir tensão na entrada e saída dos reguladores de 1,8 e 3,3 V........................37
8. Fluxograma resumo do roteiro para conserto quando a TV não liga.................38
XI. PESQUISA DE DEFEITO QUANDO A TV ESTÁ SEM IMAGEM.............................39
1. Teste dos circuitos de imagem ligando vários equipamentos na TV.................39
2. Teste dos circuitos de imagem injetando sinal.....................................................40
3. Medida de +B nos CIs Hércules e scaler................................................................41
4. Testes no seletor varicap quando não se tem imagem dos canais de TV..........42
5. Fluxogramas resumo do roteiro para conserto da TV sem imagem...................43
XII. PESQUISA DE DEFEITO QUANDO A TV ESTÁ SEM SOM....................................44
1. Teste do CI de áudio.................................................................................................44
2. Teste do CI processador de áudio...........................................................................45
3. Teste do CI demodulador e decodificador estéreo................................................45
4. Fluxograma resumo do roteiro para conserto da TV sem som............................46
XIII. TESTES NO TELEVISOR LCD COM OSCILOSCÓPIO............................................47
1. Teste na fonte inverter..............................................................................................47
2. Testes na fonte..........................................................................................................47
3. Teste no pino de saída de vídeo do seletor varicap..............................................48
 

4. Teste no pino de entrada CVBS do CI processador de vídeo (Hércules)............48


5. Teste nas saídas do CI Hércules que vão ao scaler..............................................49
6. Teste nas saídas do CI scaler que vão ao display LCD........................................49
7. Teste no pino de saída SIF (FI de som) do varicap................................................50
8. Teste nos pinos de saída do CI demodulador/decodificador estéreo.................50
9. Teste nos pinos de entrada e saída do CI processador de áudio........................51
10. Teste dos sinais SDA e SCL.....................................................................................52
XIV. MONITORES LCD......................................................................................................53
1. Identificação dos componentes na placa principal...............................................54
2. Identificação dos componentes principais da fonte e inverter............................54
3. Monitor LCD com um único CI.................................................................................56
4. Correção de defeito crônico em alguns monitores LCD Samsung.....................56
5. Defeitos principais nos monitores LCD..................................................................58
XV. PRINCIPAIS PINOS DOS DOIS MAIORES CIS DO TELEVISOR LCD....................59
1. CI Hércules.................................................................................................................59
2. CI scaler.....................................................................................................................60
XVI. TELEVISOR LCD PORTÁTIL....................................................................................61
XVII. LIMPEZA DA TELA NO TELEVISOR LCD................................................................62
XVIII. OBSERVAÇÕES FINAIS............................................................................................63
 

Neste trabalho o técnico ou estudante de eletrônica desvendará os mistérios sobre o


funcionamento e conserto dos monitores e televisores com tela de cristal líquido (LCD).
Aprenderá como funciona o display de cristal líquido, a iluminação traseira (“back light”) e os
componentes envolvidos. Verá como identificar os circuitos na placa do televisor e monitor.
Para que serve cada CI e transistor, como a imagem é processada e reproduzida no display,
como ocorre o processamento e reprodução do som, as semelhanças e diferenças entre
televisor e monitor LCD. Ensinamos a testar e consertar os circuitos do televisor e monitor
com multímetro comum e osciloscópio. O trabalho está ricamente ilustrado com fotos e
figuras que facilitam muito o aprendizado. A linguagem usada é bem simples e acessível a
qualquer pessoa, mesmo àqueles que não conhecem eletrônica digital. Ao final da obra
você ficará surpreso com a simplicidade que é um televisor LCD e poderá testar seus
conhecimentos através de um questionário. 

 
 

TELEVISORES LCD (DISPLAY DE CRISTAL LÍQUIDO) 
Nesta obra que ora se inicia ensinarei o funcionamento e as técnicas de conserto dos
televisores com display de cristal líquido, os populares LCD que vem ganhando cada vez
mais espaço no mercado de eletrônicos. Falaremos também a respeito dos monitores LCD
para computador que seguem o mesmo princípio dos televisores. Para início de conversa os
televisores LCD são bem mais finos e ocupam menos espaço na estante do que os
convencionais (de tubo de imagem). Veja uma TV LCD Semp Toshiba na figura 1 abaixo:

FIGURA 1 – Televisor LCD Toshiba de 20” visto de frente e de perfil. Veja como é fino.

Além disso, são bem mais leves que os comuns, consomem menos energia elétrica, têm
toda a área da tela aproveitada (não distorcem a imagem nos cantos como os modelos de
tubo), não emitem radiação e não cansam a vista. Veja na figura 2 a etiqueta do TV LCD
mostrado na figura 1. Observem que ela consome 48 W de energia funcionando e 0,75 W
em stand-by. Os televisores convencionais de 20” e menor consumo gastam 55 W
funcionando e 1 W em stand-by.

FIGURA 2 – Etiqueta mostrando


o modelo LC2010Z, consumo e
a área da tela usada.

A única desvantagem é que os


televisores LCD têm um brilho e contraste inferior aos de tubo, porém isto já esta sendo
melhorado pelas novas técnicas de fabricação das telas LCD.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  4        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

I. ENTRADAS DO TELEVISOR LCD


 Seletor de canais de 75 Ω - Para ligar antena ou TV a cabo;
 Vídeo composto (amarelo) – Para ligar outro aparelho (DVD player, videogame);
 Aúdio L (branco) e R (vermelho) – Para ligar outro aparelho;
 Super vídeo (S-VÍDEO) – Para ligar outro aparelho. Aqui a luminância entra
separada da croma produzindo imagem de melhor qualidade. Usa cabo especial;
 Vídeo componente (CVI) – Luminância Y (verde), Sinal do vermelho PR (vermelho)
e Sinal do azul PB (azul). Aqui será ligado um DVD ou home theater que tenham
estas saídas, proporcionando imagem de melhor qualidade que o S-VÍDEO;
 DB15 – Para ligar o computador, neste caso o TV pode funcionar como monitor;
 Vídeo digital (DVI) – Para ligar em qualquer aparelho que tenha uma saída de vídeo
digital. O televisor LCD é digital. Quando se usa as entradas de vídeo comuns ou a
DB15 o sinal que entra nela é analógico. Daí o TV converte para digital ocorrendo
um pouco de perda na qualidade da imagem. Já quando se usa o DVI, o sinal já
entra digital no TV e assim a imagem terá maior qualidade, uma vez que não
precisará ser convertido como nos casos anteriores. Veja as entradas na figura 3:

FIGURA 3 – Entradas do televisor LCD.

As entradas são selecionadas através da tecla INPUT


ou AV do controle remoto conforme visto ao lado na
figura 4 ou no próprio painel do TV. Na página
seguinte veremos as indicações na tela de acordo
com a entrada selecionada.

FIGURA 4 – Tecla AV.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  5        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

Observem na figura 5 as indicações na tela de acordo com a entrada selecionada:

FIGURA 5 – Indicações na tela de acordo com a entrada selecionada.

II. MENU DO TELEVISOR LCD


É quase igual ao do televisor comum diferenciando apenas em alguns ajustes como: HIPER
CONTRASTE, BRILHO DA LUZ TRASEIRA E SELEÇÃO I/P. “I” significa “interlaced” ou
entrelaçado, onde as linhas da imagem são varridas intercaladas, primeiro só as ímpares e
depois só as pares. “P” significa “progressive scan” ou escaneamento progressivo, onde as
linhas da imagem são varridas na seqüência sem intercalar. Na prática para a imagem do
canal não muda nada, apenas melhora na imagem do DVD player. Veja na figura 6:

FIGURA 6 – Menus do televisor LCD.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  6        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

III. DESMONTAGEM DO TELEVISOR


Desparafuse e retire a base da TV de seu suporte. A seguir desparafuse e retire o suporte
sustentado pela base. A seguir retire os parafusos da tampa. No caso desta TV temos seis
parafusos pretos que prendem a tampa. Desencaixe a tampa pela parte de cima tomando o
cuidado para não quebrar as travas da tampa.
Importante – Não se esqueça de providenciar uma caixa com divisões para guardar os
parafusos separadamente. Assim você saberá de qual setor da TV é cada parafuso na
hora de montar.
Veja na figura 7 alguns pontos para desmontagem da TV usada em nosso estudo:

FIGURA 7 – Retirada da tampa do televisor LCD.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  7        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

IV. IDENTIFICAÇÃO DAS PLACAS E PRINCIPAIS COMPONENTES


Ao tirar a tampa de um televisor LCD antes de tudo é importante saber que os
componentes são sensíveis à eletricidade estática, portanto não toquem diretamente
nos terminais dos componentes a não ser que esteja usando uma pulseira anti-
estática ligada numa bancada perfeitamente aterrada. Se precisar manusear alguma
das placas, o faça pegando ela de lado e nunca direto nos componentes.
1. As placas do televisor
Veja na figura 8 as placas que compõem nosso televisor LCD:

PLACA PRINCIPAL
PLACA INVERTER 

ALTO 
FALANTE  ALTO FALANTE

DISPLAY LCD 
EMBAIXO DA 
BLINDAGEM 

PLACA TECLADO  CONECTORES DAS LÂMPADAS

FIGURA 8 – As placa do televisor LCD.

Observe que ao tirar a tampa do televisor notamos uma placa com grande número de
componentes e dois enormes CIs do tipo SMD. Esta é a placa principal que também tem
um conector ligado no display. Ao lado temos uma placa menor com alguns
transformadores conectores ligados nas lâmpadas do display. Esta é a placa inverter que
fornece uma alta tensão para as lâmpadas variando entre 300 e 1.300 V. As teclas de
funções do painel estão numa placa chamada placa do teclado.
Como podemos observar a divisão interna de um televisor LCD é bem simples:
Placa principal – Processa os sinais do televisor e das entradas auxiliares para que eles
possam produzir imagens no display LCD;
Placa inverter – Alimenta as lâmpadas do display;
Placa do teclado – Controla o televisor via teclas ou receptor do controle remoto;
Display LCD – Reproduz as imagens.
FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  8        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

2. Componentes da placa principal


Veja na figura 9 abaixo os principais componentes da placa principal do televisor LCD:

CONECTOR DO DISPLAY

CI SCALER

CI MICRO

CI PROCESSADOR
DE VÍDEO
(HÉRCULES)
MEMÓRIA DDR

CI PROCESSADOR DE ÁUDIO

CI TELETEXTO
CI DECODIFICADOR ESTÉREO

CI CHAVEADOR DE ÁUDIO

CIS REGULADORES

CIS DA FONTE CI SAÍDA DE ÁUDIO SELETOR VARICAP

FIGURA 9 - Principais componentes do televisor LCD.

CI scaler – É o CI SMD com mais pinos e ligado no conector do display. Ele fornece os
sinais para produzir imagens no display LCD. Possui um CI de memória DDR ligado;
CI Hércules – É um SMD grande ligado no scaler. Processa os sinais de vídeo do televisor
e entradas auxiliares AV antes de enviá-los ao scaler. Tem o CI teletexto ligado neste caso;
CI microcontrolador – Ou simplesmente micro, é um SMD menor que o scaler e o Hércules
normalmente num soquete que controla o monitor via teclado ou controle remoto;
Fonte de alimentação – É a região da placa onde há uma grande concentração de
capacitores eletrolíticos, bobinas grandes e a entrada de tensão contínua (DC). Na fonte
temos os CIs reguladores de tensão que alimentam os circuitos do televisor;
Seletor varicap – Tal qual no televisor convencional, é uma caixa blindada onde entra a
antena. Seleciona um dos canais recebidos pela antena;
CI de saída de áudio – CI de potência que fornece os sinais de áudio para os falantes;
CI decofificador estéreo/SAP – Fica perto do varicap e possui vários capacitores
eletrolíticos em volta;
CI processador de áudio – Fica perto do decodificador e tem vários eletrolíticos em volta
tal qual o decodificador
CI chaveador de áudio – Pequeno CI SMD ao lado das entradas de áudio auxiliares.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  9        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

V. FLUXOGRAMAS – TESTE DE FUNCIONAMENTO DO TELEVISOR LCD

INÍCIO
FLUXOGRAMA 1

LIGUE O TELEVISOR
NA REDE ELÉTRICA

DEFEITO NA FONTE EXTERNA NÃO O LED DO SIM AS FONTES DE ALIMENTAÇÃO


OU INTERNA (CI OU TRANSISTOR PAINEL INTERNA E EXTERNA ESTÃO
REGULADOR DE TENSÃO) ACENDE? FUNCIONANDO

SIM

APERTE A TECLA LIGA


NO PAINEL OU
CONTROLE REMOTO

NÃO SIM
DEFEITO NO CI MICRO, TECLADO CI MICROCONTROLADOR
O TV LIGA?
OU COMPONENTE ASSOCIADO E TECLADO FUNCIONANDO

SIM

LÂMPADA QUEIMADA OU NÃO A TELA SIM LÂMPADAS E FONTE


INVERTER COM DEFEITO ACENDE? INVERTER FUNCIONANDO

SIM

A ILUMINAÇÃO
NÃO DA TELA ESTÁ SIM
DISPLAY LCD DANIFICADO UNIFORME SEM DISPLAY LCD BOM
RISCOS, PONTOS
OU MANCHAS?

SIM

TEM IMAGEM
SELETOR DE CANAIS,
NÃO PELA ANTENA SIM CI PROCESSADOR DE
VÁ AO FLUXOGRAMA 2 E PELAS
VÍDEO (HÉRCULES) E
ENTRADAS
CI SCALER FUNCIONANDO
AUXILIARES?

SIM

TEM SOM
SELETOR DE CANAIS,
NÃO PELA ANTENA SIM CI DECODIFICADOR
VÁ AO FLUXOGRAMA 3 E PELAS
ESTÉREO, PROCESSADOR
ENTRADAS
E SAÍDA DE ÁUDIO BONS
AUXILIARES?

SIM

FIM - TV FUNCIONANDO

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  10        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

FLUXOGRAMA 2 NÃO TEM IMAGEM

DEFEITO NO
NÃO TEM IMAGEM SIM
CI SCALER OU CI SCALER
PELA ENTRADA
COMPONENTE FUNCIONANDO
DB15?
ASSOCIADO

SIM

TEM IMAGEM
CI PROCESSADOR NÃO PELA ENTRADA SIM CI PROCESSADOR
DE VÍDEO RUIM OU AV COMPOSTO
DE VÍDEO BOM
PEÇA ASSOCIADA E/OU VÍDEO
COMPONENTES

SIM

NÃO TEM IMAGEM SIM


SELETOR DE CANAIS SELETOR DE CANAIS
PELA ENTRADA
COM DEFEITO FUNCIONANDO
DE ANTENA

FLUXOGRAMA 3 NÃO TEM SOM

TEM SOM
CI PROCESSADOR NÃO PELA ENTRADA SIM CI PROCESSADOR DE
DE SOM RUIM OU AV COMPOSTO
SOM FUNCIONANDO
PEÇA ASSOCIADA E/OU VÍDEO
COMPONENTES

SIM

DEFEITO NO SELETOR NÃO TEM SOM SIM SELETOR DE CANAIS


OU DECODIFICADOR PELA ENTRADA E CI DECODIFICADOR
ESTÉREO DE ANTENA ESTÉREO FUNCIONANDO

Este procedimento de testar o funcionamento deve ser feito antes de abrir o televisor e
procurar o componente causador do defeito.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  11        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

VI. DEFEITOS DAS TELAS LCD


Quando ocorre defeito no display LCD de um televisor ou monitor, este deve ser trocado, tal
qual quando um tubo de imagem apresenta defeito num televisor comum. Os defeitos são
divididos em dois grupos: defeito da própria tela ou falta de iluminação.
1. Defeito da própria tela
Caracteriza-se por apresentar alguma falha grande ou pequena na distribuição da
iluminação por toda a tela. Por exemplo: riscos claros ou escuros deitados ou em pé em
qualquer canto, manchas, ou ainda os “dead pixels” (pixels mortos) quando aprece um
ponto claro ou escuro permanente em alguma região da tela.
Veja abaixo na figura 10 algumas telas LCD com defeito e que devem ser trocadas:

FIGURA 10 – Algumas telas LCD defeituosas.

Quando ocorre um pixel morto é devido à queima de um dos milhões de transistores TFT
que compõem a tela de um televisor LCD. Quando ocorrem riscos normalmente é devido à
queima de um dos CIs que formam a tela LCD e no caso de aparecerem manchas é devido
à quebra do display conforme veremos a seguir.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  12        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

Veja na figura 11 um televisor LCD com riscos verticais na tela devido à quebra do display:

FIGURA 11 – Televisor LCD com a tela quebrada internamente.

Agora observe na figura 12 uma tela LCD de notebook quebrada externamente:

FIGURA 12 – Imagem numa tela LCD de notebook quebrada.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  13        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

2. Falta de iluminação
As telas dos televisores e monitores LCD não produzem luz. Elas apenas deixam ou não a
luz atravessá-las. Portanto quando a iluminação traseira (“backlight”) não funciona não
vemos a imagem. Apenas conseguiremos enxergar a imagem se aproximarmos da tela
alguma fonte de luz, como vemos na figura 13:

FIGURA 13 – Televisor LCD com a tela apagada. Só se vê alguma coisa da imagem


quando se aproxima uma luz da tela.

Tal defeito pode ser causado


por alguma lâmpada
queimada no display ou na
fonte inverter que alimenta
estas lâmpadas. No próximo
capítulo falaremos sobre tais
lâmpadas e inverter.
Observe ao lado na figura 14
mais um exemplo de tela
LCD apagada e que a
imagem pode ser vista
colocando uma fonte de luz
bem perto da tela:

FIGURA 14 – Outro exemplo de tela LCD apagada.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  14        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

VII. ILUMINAÇÃO TRASEIRA DAS TELAS LCD (“BACKLIGHT”)


1. As lâmpadas CCFL
O display LCD é iluminado por lâmpadas fluorescentes de catodo frio (CCFL). Estas
lâmpadas têm um tubo de vidro contendo gases inertes dentro (neon, argônio e mercúrio),
dois terminais internos chamados catodos e uma camada de fósforo nas paredes internas
do vidro. Aplicando uma alta tensão entre os catodos (300 a 1.300 V), o gás se ioniza e
emite luz ultravioleta (UV). O UV excita o fósforo que produz então luz visível no tubo da
lâmpada. Para maior durabilidade da lâmpada ela deve trabalhar com tensão alternada. Se
for tensão contínua ela também acende, porém com o tempo os gases se acumulam nos
cantos da lâmpada, escurecendo-os e produzindo uma luz desigual nestas regiões. Veja a
estrutura destas lâmpadas CCFL alimentadas com tensão DC e AC na figura 15:

FIGURA 15 – Funcionamento das lâmpadas CCFL.

2. Localização das lâmpadas CCFL e a estrutura de iluminação do display


Atrás da tela LCD tem um vidro grosso e alguns plásticos metalizados fazendo papel de
espelho. Esta estrutura forma um difusor que distribui a luz uniformemente pelo display. As
lâmpadas CCFL podem ficar ao lado ou atrás do difusor de luz. Os displays LCD menores
possuem uma ou duas lâmpadas. Já as telas maiores podem ter 4, 6, 8 ou mais lâmpadas.
Veja na figura 16 a estrutura de iluminação e a lâmpada CCFL de um modelo de display:

TELA LCD

DIFUSOR DE LUZ

LÂMPADA CCFL LOCALIZAÇÃO DA LÂMPADA NO DISPLAY

FIGURA 16 – Posição da lâmpada CCFL num modelo de display LCD.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  15        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

3. Como testar as lâmpadas CCFL do display LCD


Podemos pegar um televisor ou monitor LCD para consertar que esteja com o display
apagado, porém vemos imagem ao aproximar uma fonte de luz da tela. Este defeito pode
ser causado por uma das lâmpadas queimada. Quando queima uma destas lâmpadas, o
circuito eletrônico desliga todas e daí ficamos na dúvida se é lâmpada ou circuito com
defeito. Então vamos testar as lâmpadas para sanar esta dúvida.
Kit de iluminação de gabinete de computador – Nos últimos tempos vem se tornando
cada vez mais populares os gabinetes com iluminação de neon. As lâmpadas usadas em
tais gabinetes são de catodo frio assim como as dos displays LCD. Então podemos adquirir
em casas de material de informática o kit de iluminação, formado por uma lâmpada CCFL de
neon, um reator (inverter), chave liga/desliga e conector para ligar numa fonte de
computador, mas pode ser alimentado por qualquer fonte de 12 V. Com o reator é possível
testar as lâmpadas CCFL de qualquer display LCD. Veja um kit destes na figura 17:

KIT DE LÂMPADA CCFL


LÂMPADA
CCFL

REATOR (INVERTER)

FIGURA 17 – Kit para iluminação de gabinete de PC.

Observe na figura 18 abaixo um kit deste funcionando ligado numa fonte de computador:

FIGURA 18 – Lâmpada CCFL do kit funcionando.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  16        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

Testando a lâmpada de um display de notebook – Ligue os fios do reator nos terminais


da lâmpada do display. Alimente o reator com 12 V DC e o display deve acender. Se não
acender, a lâmpada CCFL do display está queimada. Veja abaixo na figura 19:

DISPLAY APAGADO DISPLAY ACESO

REATOR

TERMINAIS DA LÂMPADA

FIGURA 19 – Teste da lâmpada num modelo de display LCD.

Testando as lâmpadas de um display LCD de TV – Usando o reator que vem no kit de


iluminação do gabinete podemos testar cada lâmpada de um display de televisor LCD.
Desligue o televisor da tomada. Desencaixe o conector da lâmpada a ser testada da placa
da fonte inverter. Ligue no conector da lâmpada o reator do kit de iluminação. Ao alimentar o
reator a tela deve acender, indicando que a lâmpada está boa. Veja o teste na figura 20:

INVERTER
DO TV

LIGAR O REATOR NOS


TERMINAIS DE UMA
DAS LÂMPADAS

REATOR DE
TESTE

FIGURA 20 – Testando uma das lâmpadas de um televisor LCD.


O teste deve ser feito lâmpada por lâmpada da mesma forma. Em cada lâmpada que o
reator for ligado deverá acender a tela em alguma região. Se no teste de alguma lâmpada o
display não acender, indica que tal lâmpada está queimada. Lembrando que quando uma
lâmpada queima as outras não acendem. Porém normalmente a troca de tais lâmpadas
tarefa muito complicada o que exige a desmontagem do display correndo o grande risco de
inutilizá-lo completamente. Neste caso o mais sensato é a troca do display completo.
FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  17        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

4. Fonte de alimentação das lâmpadas CCFL


As lâmpadas do display LCD são alimentadas por uma fonte inversora ou inverter. Tal
fonte transforma a tensão contínua entre 12 e 19 V que alimenta o televisor numa alta
tensão alternada entre 300 e 1.300 V para acender as lâmpadas.
Identificando os componentes do inverter – A fonte inverter é fácil de achar no televisor
primeiro por ser uma placa menor e separada e depois por ter os conectores das lâmpadas
ligados nela. O inverter é uma fonte chaveada, portanto na placa podemos identificar dois ou
quatro transistores grandes chaveadores, o CI oscilador de PWM (onda quadrada de largura
variável) e os transformadores de alimentação das lâmpadas. Veja na figura 21:

ALIMENTAÇÃO E CONTROLE FUSÍVEL CHAVEADORES CONECTORES


DA PLACA INVERTER DAS LAMPADAS

CI OSCILADOR
DE PWM

CAPACITOR SÉRIE TRAFOS DE ALIMENTAÇÃO


DA LÂMPADA DAS LÂMPADAS

FIGURA 21 – Placa inverter do televisor Toshiba LC2010Z.

Funcionamento do inverter – Em vários televisores LCD não há disponível o esquema


elétrico do inverter, devido a este circuito normalmente ser de fabricante diferente do resto
do aparelho. Existem alguns tipos de inverter para TV e monitor LCD. Descrevemos abaixo:

a. Inverter “Royer” – Veja na figura 22 um exemplo deste modelo:

FIGURA 22 – Inverter do tipo “royer”.

Neste tipo os transistores Q2 e Q3, o transformador T1 e os componentes associados


formam um circuito auto-oscilante. No secundário de T1 sai uma alta tensão alternada para
acender a lâmpada. Q1, D1 e L1 formam uma fonte chaveada “buck” para fornecer a tensão
de alimentação (+B) ao oscilador. Variando este +B alteramos a alta tensão para a lâmpada.
FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  18        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

O CI oscilador PWM fornece a onda quadrada que chaveia Q1. Controlando a tensão DIMM,
a freqüência de oscilação do CI varia, Q1 altera o +B para os osciladores Q2 e Q3 e desta
forma altera a tensão fornecida por T1 às lâmpadas, controlando assim o brilho das
mesmas. Q4 e Q5 são encarregados de ligar e desligar o CI e desta forma acender ou
apagar as lâmpadas. C1 é o capacitor em série com a alimentação da lâmpada. Seu valor é
relativamente baixo (entre 10 e 2.200 pF), mas sua tensão é alta (4 KV). Ele limita a corrente
que passa pela lâmpada quando esta entra em funcionamento. Tal capacitor recebe o nome
de “ballast”. D2 e D3 fornecem ao CI oscilador uma amostra da corrente da lâmpada para
que ele monitore e estabilize o brilho da mesma. Este tipo de inverter necessita de um
transformador especial que além de caro é de difícil confecção. Além de que é difícil
conseguir uma boa estabilização e controle de brilho quando se usam várias lâmpadas no
display. Por isto o inverter “royer” só é usado em telas pequenas ou de poucas lâmpadas.
b. Inverter em ponte completa (“full bridge”) – Veja na figura 23 este modelo:

FIGURA 23 – Inverter “full bridge”.

Usa quatro transistores mosfets Q1 a Q4. Eles recebem onda quadrada (PWM) do CI
oscilador e chaveiam T1 que fornece assim a tensão para a lâmpada. O controle de brilho
(DIMM) varia a freqüência do CI oscilador entre 30 kHz e 200 kHz e desta forma a tensão
fornecida pelo T1 também varia. Assim as lâmpadas alteram o brilho do display LCD. D1 a
D4 recolhem amostras de tensão e corrente para que o CI oscilador mantenha o brilho das
lâmpadas sempre constante. Se houver um aumento exagerado de tensão na lâmpada por
defeito neste circuito, Q5 fará o CI desligar os mosfets. O controle ON/OFF liga e desliga o
oscilador e desta forma as lâmpadas. A grande vantagem deste circuito em relação ao
anterior está no melhor controle e maior estabilidade do brilho das lâmpadas, podendo ser
usado nos televisores ou monitores LCD de tela maior ou com maior quantidade de
lâmpadas. A desvantagem é a grande quantidade de transistores chaveadores (quatro).

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  19        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

c. Inverter meia ponte (“half bridge”) – Observe na figura 24 abaixo:

FIGURA 24 – Inverter “half bridge”.

Usa apenas dois transistores Q1 e Q2 para chavear T1 que fornece tensão para a lâmpada.
O resto do circuito funciona igual o modelo anterior. A pequena desvantagem está na
necessidade do uso de um mosfet de canal P (Q2) com características iguais ao mosfet de
canal N (Q1), o que é difícil de obter.
d. Inverter com par complementar (“push pull”) – Veja este tipo na figura 25:

FIGURA 25 – Inverter “push pull”.

Usa dois mosfets chaveadores iguais e de canal N, porém necessita de um transformador


de tomada central. Este tipo é muito usado nos televisores LCD. No lugar dos mosfets
podemos encontrar transistores comuns NPN como chaveadores do transformador.
Alimentação das lâmpadas – Na maioria dos televisores ou monitores LCD, cada
transformador acende duas lâmpadas. Se o televisor possui quatro lâmpadas, há dois
transformadores. Se tiver seis lâmpadas, são três transformadores e assim por diante. As
lâmpadas são ligadas em paralelo no secundário do transformador. Porém nos modelos de
tela grande o inverter possui um circuito completo (transistores e trafo) para cada lâmpada.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  20        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

5. Conserto da fonte inverter

Quando o display não acende e as lâmpadas estão boas, passaremos ao teste e conserto
da fonte inverter que alimenta tais lâmpadas. A seguir temos o roteiro para conserto:

a. Medir o +B que alimenta a placa inverter – Devemos ter entre 12 e 19 V. Também


verifique se em outro fio do conector da placa inverter chega 5 V vindo do pino
“power on” do micro para ativar o circuito e acender as lâmpadas. Veja na figura 26:

19 V 5V

MEDINDO +B
MEDINDO COMANDO
POWER ON (0 ou 5 V)

FIGURA 26 – Medindo +B e comando “power on” na placa inverter.

b. Verificar se chega +B de 12 a 19 V nos coletores ou drenos do chaveadores –


Se não tiver tensão, teste o fusível da placa inverter que provavelmente estará
queimado. Veja na figura 27:

19 V
FUSÍVEL

CHAVEADORES

FIGURA 27 – Medindo +B nos transistores chaveadores.

Se o fusível estiver queimado antes de trocá-lo devemos testar os dois transistores


chaveadores (ou quatro se formarem uma ponte completa). Provavelmente um deles estará
em curto e desta forma trocamos todos se for possível.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  21        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

c. Os transistores chaveadores estão bons e chega +B neles – Verifique se chega


sinal do CI oscilador de PWM na base ou gates dos chaveadores. Use o multímetro
em ACV 10 e com ponta vermelha no encaixe “out put”. Veja na figura 28:

BASE DO PONTA VERMELHA


CHAVEADOR NO ENCAIXE OUTPUT

CI OSCILADOR
DE PWM

FIGURA 28 – Medindo o pulso do CI oscilador na base ou gates dos

d. Não chegam pulsos na bases ou gates dos chaveadores – Defeito relacionado


com o CI oscilador de PWM. Meça o +B, troque o CI e teste os componentes ligados
nele. Teste também os pinos dele onde chegam os comando “power on” e “dimming”
(controle de brilho). Mesmo sem o esquema da placa é possível puxar o datasheet
do CI na internet para fazer os testes citados.
e. Chegam pulsos nas bases ou gates dos chaveadores – Verifique se a placa
inverter está gerando alta tensão da seguinte forma: Coloque o multímetro em ACV
1000 e aproxime a ponta vermelha num dos terminais do capacitor cerâmico em
série com o conector da lâmpada (de 4KV). Se sair uma faísca azulada tem alta
tensão e se ela não aparecer não tem alta tensão. Veja na figura 29:

FAÍSCA AZUL

FIGURA 29 – Teste de AT na placa inverter.


Se a placa inverter não está gerando alta tensão mesmo com pulsos nas bases ou gates
dos chaveadores testaremos os seguintes componentes: transistores chaveadores,
capacitores de alta tensão, transformadores e a ligação entre eles e os conectores das
lâmpadas. Todos os trafos da placa devem apresentar a mesma resistência.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  22        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

FLUXOGRAMA 1 - NÃO ACENTE A TELA

TESTE AS LÂMPADAS DO
DISPLAY USANDO UMA
FONTE INVERTER SEPARADA

LÂMPADA QUEIMADA.
NÃO TODAS AS SIM LÃMPADAS BOAS.
TROCAR LÂMPADA OU
LÂMPADAS DEFEITO NO INVERTER.
O DISPLAY COMPLETO
ACENDEM? VÁ AO FLUXOGRAMA2

FLUXOGRAMA 2 - CONSERTO DO INVERTER

MEÇA O +B QUE CHEGA


NA PLACA INVERTER
VINDO DA PLACA PRINCIPAL

NÃO SIM
TESTAR OS COMPONENTES TEM ENTRE CAMINHO DA ALIMENTAÇÃO
NO CAMINHO DESTA TENSÃO 12 E 19 V? DO INVERTER NORMAL

SIM

MEÇA O +B QUE
ALIMENTA OS
COLETORES OU
DRENOS DOS
TRANSISTORES
CHAVEADORES

MEÇA OS PULSO NAS


- TESTE O FUSÍVEL;
BASES DOS CHAVEADORES
- TESTE A FRIO OS
NÃO SIM COM O MULTÍMETRO
CHAVEADORES; TEM ENTRE
EM ACV E COM A PONTA
- TESTE O COMANDO 12 E 19 V?
POWER ON DO MICRO VERMELHA EM OUTPUT
OU OSCILOSCÓPIO
AO INVERTER.

- MEÇA O +B DO CI OSCILADOR; - TESTE A FRIO OS


- TESTE O COMANDO POWER CHAVEADORES;
ON DO MICRO AO INVERTER; NÃO SIM - TESTE OS TRAFOS
- TROQUE O CI OSCILADOR; TEM PULSOS? DA PLACA;
- TESTE AS PEÇAS LIGADAS - TESTE OS
NO CI OSCILADOR. CAPACITORES DE
ALTA TENSÃO.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  23        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

VIII. COMO FUNCIONAM AS TELAS LCD USADAS NOS TVS E MONITORES


A tela LCD é formada por um sanduíche de várias camadas, sendo a camada central um
bloco fino de cristal líquido e as de fora os polarizadores de luz. Abaixo de todas as
camadas temos o difusor de luz, um bloco de vidro e alguns plásticos espelhados que
distribuem a luz das lâmpadas uniformemente pelas camadas da tela LCD.
1. Como o cristal líquido controla a luz
Cristal líquido é uma substância cujas moléculas são organizadas em forma de bastões.
Suas características estão entre a dos sólidos e líquidos. Tal substância tem a propriedade
de mudar a direção de um feixe de luz que a atravessa. Em cada lado do cristal líquido
temos um vidro com ranhuras chamado polarizador. Há, portanto dois polarizadores com
as ranhuras colocadas 90º um em relação ao outro. Cada polarizador só deixa a luz passar
numa única direção. Quando não há tensão, a luz da lâmpada (“backlight”) passa pelo
primeiro polarizador, pelo cristal líquido que muda a sua trajetória e pelo segundo
polarizador, tornando-se iluminada a frente da tela. Quando há tensão aplicada entre os
polarizadores, as moléculas se organizam de forma a não mudarem a trajetória da luz.
Agora a luz passa pelo primeiro polarizador, pelo cristal líquido que não altera mais a
direção e não passa pelo segundo polarizador, ficando apagada a frente da tela. Figura 30:

FIGURA 30 – Funcionamento da tela LCD.

Portanto a tela LCD acende (deixa a luz passar) quando não há tensão entre os
polarizadores e apaga (bloqueia a luz) quando há tensão entre estas camadas.

2. A divisão da tela LCD e os transistores TFT

O display LCD é dividido em pequenas áreas chamadas pixels, que são a menor parte de
uma imagem. Cada pixel é dividido em três subpixels: vermelho (R), verde (G) e azul (B).

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  24        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

A tela LCD é dividida em pixels e subpixels. Uma tela XVGA tem resolução de 1024 x 768,
portanto ela possui 786.432 pixels e 2.359.296 subpixels. Quanto maior a resolução da tela,
mais divisões (subpixels) ela deve ter.
TFT - "Thin Film Transistor" ou Transistor de filme fino – É um minúsculo transistor
mosfet usado para controlar (ligar e desligar) cada subpixel da tela. Uma tela XVGA usada
no exemplo anterior possui 2.359.296 transistores TFT montados num substrato de vidro
entre o primeiro polarizador e o bloco de cristal líquido. Cada transistor é responsável por
fazer o seu subpixel deixar passar a luz (acender) ou bloquear (apagar). Entre o cristal
líquido e o segundo polarizador há um substrato de vidro com os filtros de cor. Veja na
figura 31 a estrutura de uma tela LCD:

FIGURA 31 – Estrutura da tela LCD.

Cada transistor TFT é acionado pela linha de gate e pela linha de source através de pulsos
digitais de nível "0" ou nível "1" Quando o source está a nível “1” (com tensão) e o gate a
nível “0” (sem tensão) o TFT conduz (é de canal P) e manda tensão para o seu subpixel que
bloqueia a luz e fica apagado. Quando o gate passa a nível “1” o TFT desliga o subpixel, a
luz passa e ele fica iluminado. O circuito eletrônico fornece ao display LCD uma imagem
completa de cada vez. São entre 60 e 75 imagens por segundo.
Formação da imagem com várias tonalidades de cores na tela LCD - Para cada imagem
formada no painel LCD, cada TFT recebe no gate oito bits "0" e "1" de cada vez. Se todos os
bits forem “1”, aquele subpixel apresenta brilho ao máximo. Se todos os bits forem “0”
aquele subpixel fica apagado. Se alguns bits forem “0” e outros “1”, o subpixel se acende e
apaga oito vezes bem rápido de modo que o nosso olho enxergará um brilho mais fraco.
Como cada subpixel (cor) recebe oito bits de cada vez, ele pode apresentar 256 níveis
de brilho. Como cada pixel tem três cores, multiplicando os 256 níveis de brilho para
cada uma, resulta que este pixel pode reproduzir 256 (R) x 256 (G) x 256 (B) =
16.777.216 cores, ou seja, mais de 16 milhões de cores. Os capacitores "storage"
armazenam por alguns instantes a informação de brilho daquele subpixel.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  25        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

3. Estrutura do display LCD e do “backlight”


Conforme visto, o display LCD é composto por um sanduíche de placas e substratos de
vidro, tal qual a iluminação traseira (“backlight”). Veja a estrutura na figura 32:

FIGURA 32 – Estrutura completa do display LCD e “backlight”.

Tela LCD - É formada pelos seguintes componentes:


Polarizadores - Só deixam a luz passar numa direção;
Placa TFT - Substrato de vidro onde estão os transistores mosfets que controlam o brilho
individual para cada subpixel;
Filtro de cor - Substrato de vidro que forma as cores RGB dos subpixels;
Cristal líquido - Modifica ou não a trajetória da luz que passa por ele dependendo da
tensão aplicada entre os polarizadores pelos mosfets da placa TFT.

“Backlight” - É formada por:


Lâmpadas CCFL - Lâmpadas fluorescentes de catodo frio usadas para iluminar o display;
Fonte inversora - Ou inverter fornece entre 300 e 1300 VAC para alimentar as lâmpadas.
Controlando a tensão para a lâmpada, ajustamos o brilho do display;
Guia de luz - Direciona a luz para o display LCD;
Refletor - Reflete a luz para o guia;
Difusor - Espalha a luz uniformemente pela unidade de backlight;
Prisma - Transfere a luz da unidade de backlight para o display LCD.
Placa de circuito impresso do display LCD - Contém o CI controlador do display e os CIs
LDI que fornecem os bits de acionamento para os TFT.
As telas LCD usando transistores TFT são chamadas de matriz ativa e proporcionam maior
vivacidade à imagem, sendo usadas por todos os monitores de computador e televisores
LCD da atualidade. Porém se ocorrer defeito em alguma de suas partes internas, tal tela
deve ser trocada por completo porque ela forma um módulo.
FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  26        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

4. Aspecto físico da tela LCD e do difusor de luz


Na figura 33 a seguir podemos observar com detalhes uma tela LCD retirada de um display
junto com um vidro difusor de luz que fica atrás da tela:

TELA LCD

CIS LDI ACIONADORES DOS GATES DOS TFTS (LINHAS DA IMAGEM)

CIS LDI ACIONADORES DOS SOURCES DOS TFTS (COLUNAS DA IMAGEM)

BLOCO DE VIDRO PLÁSTICOS


DIFUSOR DE LUZ ESPELHADOS

FIGURA 33 – Aspecto físico da tela LCD e difusor de luz.

Quando os CIs LDI apresentam defeito, aparece na tela um risco ou faixa branca ou preta
no sentido horizontal ou vertical. Neste caso a solução é a troca do display todo, pois não há
possibilidade de trocar tais CIs.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  27        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

IX. DESCRIÇÃO DOS CIRCUITOS DO TELEVISOR LCD


Observe abaixo na figura 34 o esquema em bloco de um televisor LCD e a seguir a função
dos seus circuitos:

FIGURA 34 – Esquema em bloco do televisor LCD.

Como observamos, o televisor LCD é formado basicamente por CIs e transistores do tipo
SMD (componentes de montagem superficial). Pode haver uma pequena mudança em
alguns dos circuitos dependendo do modelo da TV, porém as peças principais são sempre
as mesmas como estudaremos na página seguinte:

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  28        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

1. Conectores – Conforme já estudado o televisor LCD possui os conectores:


DB15 – Para ligar no computador e funcionar como monitor. Vai ligado no CI scaler;
DVI – Leva o sinal de vídeo já digital vindo, por exemplo, da placa de vídeo do computador;
VÍDEO IN – Recebe o vídeo composto CVBS de outro aparelho ligado na TV;
CVI – Recebe o sinal de vídeo componentes (YPrPb) de outro aparelho conectado na TV. O
vídeo componentes (Y – luminância, Pr – vermelho e Pb – azul) proporciona uma imagem
de melhor qualidade que o vídeo composto (luminância e cores juntos);
ÁUDIO IN – Recebe o sinal de áudio de outro aparelho ligado na TV.
2. CI scaler – É o maior CI SMD da TV e vai ligado no display LCD. Suas funções são:
 Converter os sinais digitalizados nos padrões de funcionamento do display LCD;
 Fornecer entre 60 e 75 imagens por segundo ao display;
 Introduzir o menu na tela (OSD);
 Digitalizar os sinais vindos do DB15 e vídeo componentes (que são analógicos);
 Determinar a máxima resolução da imagem de acordo com o display LCD;
 Controlar o contraste e o nível de cor da imagem;
 Controlar o brilho das lâmpadas através do comando dimming fornecido ao inverter;
 Usa uma memória (“buffer”) para armazenar as imagens que são processadas. A
leitura desta memória permite a reprodução contínua das imagens como nas TVs
convencionais. O “buffer” normalmente é um (ou vários) CI SDRAM ligado no scaler.
3. LVDS - "Low voltage diferencial signalizing" ou tráfego de sinais diferenciais
em baixa tensão - É um conector com vias de 0 a 1,2 V que transfere os sinais
digitais do scaler ao display em alta velocidade e sem ruídos.
4. Processador de vídeo (Hércules) – É o segundo maior CI SMD da TV. Serve para:
 Digitalizar o vídeo composto (CVBS) vindo do seletor ou da entrada VÍDEO IN,
transformando-o em YUV de oito bits (oito trilhas) para o scaler;
 Amplificar e processar os sinais de luminância e croma separados;
 Introduzir melhorias na definição da imagem;
 Introduzir o tele texto na imagem (que algumas emissoras mandam para os surdos).
5. Seletor varicap – Seleciona uma das emissoras que chega na antena e converte em
dois sinais: Vídeo composto (CVBS) para o hércules de vídeo e FI de som (SIF) de
4,5 MHz para o CI demodulador de áudio e decodificador estéreo (um CI só);
6. Circuitos de som – Decodificador estéreo/SAP fornece os dois canais de áudio (L
e R) para a função TV. Processador de áudio amplifica os sinais L e R para todas
as funções da TV e faz os controles de volume, graves, agudos, balanço e demais
controles do som. Saída de áudio amplifica os sinais para os falantes;
7. Micro (micom ou MCU) – CI SMD menor ligado no teclado e no receptor do controle
remoto. Tem a função de controlar os circuitos para o televisor funcionar no modo
personalizado pelo usuário;
8. Fonte inverter – Transforma o +B entre 12 e 19 V numa tensão alternada entre 300
e 1.300 V para acender as lâmpadas CCFL do display LCD. O micro controla esta
fonte de modo a ajustar o brilho das lâmpadas;
9. Display LCD – Converte os sinais vindos do scaler em imagens;
10. Reguladores de tensão – CIs que fornecem os +B para os circuitos da TV;

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  29        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

X. PESQUISA DE DEFEITO QUANDO A TV NÃO LIGA


Quando o televisor não liga e não acende o painel, o defeito pode ser na fonte externa (se a
TV possuir), em algum dos CIs reguladores de tensão internos que alimentam os circuitos
ou no CI micro. Se a TV não liga, mas acende o painel, o defeito será procurado na área do
CI micro. Estudaremos os circuitos envolvidos neste defeito e a forma de consertá-los:
1. Teste da entrada de +B do televisor
Este circuito é formado por duas bobinas, um fusível e alguns capacitores ligados após o
conector de entrada de +B vindo da fonte externa. Medimos o +B após o fusível e se
encontrarmos entre 12 e 19 V indica que estes circuitos de entrada de +B e o próprio fusível
estão bons. Veja o teste na figura 35:

JAQUE DE ENTRADA BOBINA DE ENTRADA


DO +B DE 19 V (FILTRO DE REDE)

FIGURA 35 – Teste da entrada de +B do TV LCD.

Se não chegar +B até o fusível devemos testar a fonte externa e os componentes entre o
jaque da entrada de +B até o próprio fusível. Observe na figura 36 o aspecto físico dos
componentes e como medir tensão no fusível para testar os componentes de entrada de +B:

BOBINA DE ENTRADA
(FILTRO DE REDE)

19 V

FUSÍVEL DE ENTRADA

JAQUE DE ENTRADA
DO +B DE 19 V

FIGURA 36 – Medindo o +B no fusível de entrada.

2. Teste do CI regulador de tensão que alimenta o CI micro


Meça o +B nos pinos de entrada e saída do regulador de 5 V para o micro. Devemos ter
cerca de 19 V (tensão vinda da fonte externa) no pino de entrada e 5 V no pino de saída. Se
faltar +B de 5 V na saída, trocaremos o CI regulador.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  30        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

Observe na figura 37 como deve ser feito o teste no CI regulador de 5 V para o micro:

REGULADOR DE
5 V PARA O MICRO

FIGURA 37 – Medindo as tensões de entrada e saída do regulador de 5 V.

Na figura 38 temos o aspecto físico e a medida de +B no pino de saída do regulador de 5 V


para alimentar o CI micro da TV:

REGULADOR DE
5 V PARA O MICRO

5V

FIGURA 38 – Medindo tensão de saída do regulador de 5 V para o micro.

3. Teste de +B e comando “POWER ON” no CI micro


Meça a tensão no pino de +B do CI micro. Devemos encontrar 5 V. Se não houver +B e não
sair do regulador, pode ser o regulador com defeito ou o próprio CI micro derrubando esta
tensão. O pino “POWER ON” do micro é o encarregado de ligar e desligar a TV. Meça a
tensão neste pino e ao apertar a tecla liga no painel ou controle remoto ela deve ir de 0 a 5
ou 0 a 4 V. Se isto ocorrer, o micro está funcionando, caso contrário (a tensão não varia) o
defeito está relacionado com o micro podendo ser o próprio CI (mais provável), cristal de
clock ou alguma tecla com defeito no painel.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  31        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

Observe abaixo na figura 39 como medir o +B e o comando “POWER ON” no micro:

FIGURA 39 – Medindo o +B e o comando liga/desliga do micro.

Agora veja na figura 40 a indicação do pino de +B do televisor estudado. Observe um


detalhe curioso: o primeiro pino deste CI fica no meio dele e não numa das pontas como
ocorre com os CIs SMD de quatro fileiras de pinos.

PINO DE +B
CI MICRO

CRISTAL DE
CLOCK

INTERFACE DO
MICRO (PORTAS EEPROM
INVERSORAS)
MARCA DO PRIMEIRO
PINO (NO MEIO DO CI)

FIGURA 40 – Aspecto físico do micro, componentes associados, onde medir o +B e a


indicação do primeiro pino.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  32        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

Na figura 41 temos a tensão obtida no pino de +B do micro. Deve ser cerca de 5 V.

5V

FIGURA 41 – Tensão obtida no pino de +B do micro.

Na figura 42 temos a tensão no pino “POWER ON” do micro com o televisor ligado e na
condição de stand by:

STAND BY LIGADA

FIGURA 42 – Tensão no pino “POWER ON” do micro na condição ligada e stand by.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  33        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

4. Teste o funcionamento dos CIs mosfets que chaveiam e regulam os +B da fonte


Para economizar espaço na placa e ao mesmo tempo manter a capacidade de dissipar
calor, os televisores e monitores LCD usam CIs mosfets para chavear e regular vários +B
que alimentam os circuitos. O CI mosfet é um transistor do tipo mosfet com vários terminais
ligados no dreno e no source e montado num CI de oito pinos. O gate é um terminal só.
Assim conseguimos dividir a corrente que passa nos terminais do dreno e source evitando o
rompimento de alguns destes pinos e dissipando melhor o calor na peça. Há dois tipos de CI
mosfet: o de canal N (o +B entra no dreno e sai no source) e o de canal P (o +B entra no
source e sai no dreno). Veja na figura 43 os dois tipos de CI mosfet citados:

FIGURA 43 – Dois tipos de CI mosfet usado em televisores LCD.

Meça a tensão no dreno e source em cada CI mosfet. Tem aqueles que funcionam como
chave pura e simples. Nestes a tensão do dreno é a mesma do source quando ele está
ligado. Identificamos como aqueles que o gate recebe apenas dois níveis de tensão: 1 (+B)
ou 0 (0 V). Há os que funcionam como regulador chaveado. Neste a tensão do source
(entrada) é maior que a do dreno (saída) se for de canal P. Se for de canal N a ordem das
tensões é invertida. Nestes o gate recebe uma onda quadrada (PWM) de um CI oscilador
passando por dois transistores ligados como par casado. O CI controla o valor do +B na
saída do mosfet através da largura da onda quadrada. Veja o teste na figura 44:

CI OSCILADOR
DE PWM

CI MOSFET
PAR CASADO
DE CANAL P

FIGURA 44 – Medida de tensão no source e dreno num CI mosfet de canal P.

Observe com o neste caso o +B de 19 V entra no source e no dreno temos o +B de 3,3 V


estabilizado e controlado pelo CI oscilador de PWM.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  34        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

Abaixo na figura 45 vemos como fazer o teste num CI mosfet que recebe 19 V no source e
fornece 5 V estabilizados no source. Este mosfet é controlado pelo CI oscilador de PWM:

CIS MOSFET 19 V

MEDIR TENSÃO NO
SOURCE (PINOS 1 AO 3)

MEDIR TENSÃO NO
DRENO (PINOS 5 AO 8)

5V

CI OSCILADOR
DE PWM

FIGURA 45 – Teste num CI mosfet regulador de 5 V.

Se tiver +B na entrada do CI mosfet e não na saída dele, pode ser este próprio CI com
defeito, curto na linha de +B ou se ele for controlado pelo CI oscilador de PWM, como os do
exemplo, este mesmo CI com defeito ou sem alimentação, como veremos a seguir.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  35        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

5. Medir +B no CI oscilador de PWM para controle de alguns CIs mosfets da fonte


Neste pino devemos encontrar cerca de 19 V que é a tensão de alimentação deste aparelho.
Porém o pino de +B de tal CI é controlado pelo micro através do comando “POWER ON”.
Conforme se percebe o oscilador de PWM controla o +B para várias etapas da TV menos o
micro que é alimentado através de outro circuito regulador. Veja o teste na figura 46:

19 V

CI OSCILADOR
DE PWM

FIGURA 46 – Medindo o pino de +B do oscilador de PWM.

Se não tiver +B no oscilador o defeito pode ser no CI micro da TV que controla esta tensão.
6. Testar a presença do sinal gerado pelo CI oscilador de PWM
Usando o multímetro em ACV 10, ponta vermelha no encaixe “OUT PUT” meça a tensão no
gate dos CIs mosfet controlados pelo oscilador. Se houver tensão, o oscilador está
funcionando. Se o ponteiro não mexer, o CI oscilador está com defeito ou algum dos
transistores do par casado ligados no gate do CI mosfet. Veja na figura 47 abaixo:

O PONTEIRO
MEXE - TEM SINAL

ENCAIXE
OUT PUT

GATE DO CI
MOSFET

FIGURA 47 – Medindo os pulsos do CI oscilador de PWM no gate do CI mosfet.


FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  36        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

7. Medir tensão na entrada e saída dos reguladores de 1,8 e 3,3 V


Estes CIs reguladores alimentam o CI processador de vídeo e o scaler. A entrada é no
terminal da direita (5 V) e a saída é no terminal central que está ligado no dissipador do CI.
Verifique na figura 48 como testar os CIs reguladores:

1,8 V

OUT 1,8 V OUT 3,3 V

IN 5 V
REGULADOR
DE 1,8 V

IN 5 V

REGULADOR
DE 3,3 V

3,3 V

PROCESSADOR DE
VÍDEO (HÉRCULES)

FIGURA 48 – Teste dos reguladores de 1,8 e 3,3 V.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  37        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

8. Fluxograma resumo do roteiro para conserto quando a TV não liga

FLUXOGRAMA 1 - TV NÃO LIGA

MEÇA A TENSÃO NA
SAÍDA DA FONTE
EXTERNA

TROCAR OU CONSERTAR NÃO TEM ENTRE 12 SIM FONTE EXTERNA BOA.


A FONTE EXTERNA
E 19 V? VÁ AO FLUXOGRAMA 2

FLUXOGRAMA 2 - TV NÃO LIGA - FONTE EXTERNA BOA

MEÇA O +B NOS CIS MOSFETS


E NOS REGULADORES DA PLACA

NÃO SIM MEDIR A TENSÃO NO


TESTAR O CONECTOR DE FORÇA, TEM ENTRE
BOBINAS E O FUSÍVEL DE ENTRADA 12 E 19 V? PINO DE +B DO CI MICRO

MEÇA A TENSÃO NO
NÃO SIM PINO "POWER ON" DO
TESTE E TROQUE O CI
TEM 5 V?
REGULADOR DE 5 V MICRO E APERTE
A TECLA LIGA NO PAINEL

MEÇA A TENSÃO NA
NÃO SIM ENTRADA E SAÍDA EM
TESTE O TECLADO A TENSÃO VAI
E TROQUE O CI MICRO DE 0 A 5 V? CADA CI REGULADOR
QUE ALIMENTA A TV

ALGUM REGULADOR
NÃO TEM +B NA SAÍDA:
NÃO TEM TENSÃO NA SIM
TESTAR O TRANSISTOR CIS REGULADORES
ENTRADA E SAÍDA
OU TROCAR O CI REGULADOR; FUNCIONANDO
DOS CIS?
TESTAR AS PEÇAS LIGADAS
NO REGULADOR SEM +B

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  38        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

XI. PESQUISA DE DEFEITO QUANDO A TV ESTÁ SEM IMAGEM


O televisor tem trama (acende a tela), mas não tem
imagem. Se a tela acende uniformemente (sem
pontos manchas ou riscos) indica o funcionamento
das lâmpadas e do display LCD. O defeito está
num dos circuitos de imagem. Veja o sintoma na
foto ao lado.
Para o televisor apresentar imagem em todas as
suas entradas (antena e auxiliares) é necessário
que estejam funcionando: seletor de canais, CI
Hércules (processador de vídeo) e o CI scaler.

Podemos usar três métodos para testar o funcionamento destas etapas: ligando vários
aparelhos nas entradas da TV, injetando sinal e pesquisando sinal com osciloscópio.
Neste capítulo explicarei os dois primeiros e em outro capítulo falarei sobre o último.
1. Teste dos circuitos de imagem ligando vários equipamentos na TV
Ligamos um computador na entrada DB15 e se aparecer imagem juntamente com o menu
na tela (OSD), o CI scaler está funcionando. Caso não apareça imagem é o scaler o
causador do defeito. Ligamos um DVD player ou câmera na entrada de vídeo composto. Se
aparecer imagem, o CI Hércules de vídeo está funcionando. E por último a antena. Se
aparecer imagem dos canais de TV, o seletor de canais está funcionando. Veja a figura 49:

FIGURA 49 – Teste dos circuitos de imagem ligando vários aparelhos nas entradas da TV.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  39        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

2. Teste dos circuitos de imagem injetando sinal


Usaremos como injetor de sinais o multímetro analógico na escala de X1, ponta vermelha no
terra (carcaça da TV) e com a preta injetaremos sinal no circuito a ser testado.
a. Para testar o CI scaler – Injetamos sinal cutucando a ponta preta nas oito trilhas
que ligam o CI Hércules de vídeo ao scaler. Por estas trilhas passam os bits do sinal
de vídeo composto já digitalizado pelo Hércules. Se aparecer interferência na tela
(acende e apaga), o scaler está funcionando. Veja abaixo onde injetar na figura 50:

CI SCALER

8 TRILHAS (BITS)

INTERFERÊNCIA
INJETAR SINAL
(ALTERAM AS CORES
OU PISCA A TRAMA)
CI HÉRCULES

FIGURA 50 – Como injetar sinal nas trilhas que ligam o Hércules ao scaler.

b. Para testar o CI Hércules (processador de vídeo) – Injetamos sinal no pino de


entrada para TV do CI citado e se aparecer interferência na tela, o Hércules está
funcionando. Se não interferir, o Hércules está com defeito ou falta de alimentação.
Veja onde injetar sinal na foto mostrada na figura 51:

CI SCALER

INJETAR SINAL NO PINO


DE ENTRADA ANALÓGICA

CI HÉRCULES

INTERFERÊNCIA
NA TELA

FIGURA 51 – Injetando sinal no pino de entrada para TV no CI Hércules.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  40        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

3. Medida de +B nos CIs Hércules e scaler


Cada integrado deste possui duas alimentações sendo uma de 3,3 V e outra de 1,8 ou 2,5
V. Normalmente há vários pinos de +B ligados em paralelo nestes integrados. A finalidade é
dividir a corrente que o CI consome em vários pinos evitando um superaquecimento numa
região dele. Na hora de medir estes +B devemos tomar o máximo de cuidado de preferência
usando uma ponta de prova bem fina, pegar os pinos de +B que estão mais perto da
extremidade da peça e manter a ponta firme na trilha. Veja na figura 52 como medir o +B
com segurança.

FIGURA 52 – Colocação da ponta de prova para medir o +B do CI Hércules.

Veja na figura 53 como medir os pinos de +B do CI Hércules. Devemos ter 1,8 e 3,3 V neles:

3,3 V 1,8 V

FIGURA 53 – Medindo os pinos de +B do CI Hércules.

Em caso de falta de alimentação de qualquer um destes integrados (Hércules e scaler), o


televisor fica só com trama (tela acesa) e sem imagem.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  41        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

4. Testes no seletor varicap quando não se tem imagem dos canais de TV


O seletor possui dois pinos de +B de 5 V cada, além dos pinos SDA (data) e SCL (clock)
que recebem os pulsos do micro para sintonizar e posicionar os canais corretamente.
Medindo os pinos de +B devemos ter 5 V e nos pinos SDA e SCL cerca de 3,3 V, mas esta
tensão sofre uma pequena variação quando trocamos de canal. Assim podemos dizer que o
varicap está polarizado corretamente e deve ser trocado em caso de não apresentar
imagem pela antena. O varicap desta TV possui um pino por onde sai o sinal de vídeo
analógico já pronto chamado CVBS ou TV signal e um pino por onde sai a FI de som de 4,5
MHz chamado SIF para o CI demodulador e decodificador estéreo. Veja os pontos onde
medir os pinos de +B do varicap na figura 54:

FIGURA 54 – Medindo os pinos de +B do seletor varicap.

Observe na figura 55 o aspecto real de como medir +B num dos pinos do varicap:

5V

PINO DE +B
DO VARICAP

FIGURA 55 – Aspecto real da medida do +B num dos pinos do varicap.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  42        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

5. Fluxogramas resumo do roteiro para conserto da TV sem imagem

FLUXOGRAMA 1 - TELA ACENDE, MAS NÃO APARECE IMAGEM

VERIFICAR SE TEM IM AGEM


PELA ENTRADA DB15

MEDIR OS +B QUE NÃO SIM


APARECE CI SCALER FUNCIONANDO.
ALIMENTAM O CI IMAGEM? VÁ AO FLUXOGRAM A 2
SCALER

TESTE OU TROQUE O CI TEM 1,8OU 2,5 V


REGULADOR QUE NÃO NÃO SIM
EM ALGUNS TROQUE O CI SCALER
FORNECE TENSÃO PINOS E 3,3 V OU A PLACA PRINCIPAL
AO CI SCALER EM OUTROS?

FLUXOGRAMA 2 - TESTE NO CI PROCESSADOR DE VÍDEO

VERIFICAR SE TEM IM AGEM


PELA ENTRADA AV COM POSTO

MEDIR OS +B QUE
NÃO SIM CI PROCESSADOR
ALIMENTAM O CI APARECE
DE VÍDEO FUNCIONANDO.
PROCESSADOR DE IMAGEM?
VÁ AO FLUXOGRAM A 3
VÍDEO

TESTE OU TROQUE O CI
REGULADOR QUE NÃO TEM 1,8 OU 2,5 V
NÃO EM ALGUNS SIM TROQUE O CI PROCESSADOR
FORNECE TENSÃO
AO CI PROCESSADOR PINOS E 3,3 V DE VÍDEO
DE VÍDEO EM OUTROS?

FLUXOGRAMA 3 - TESTE NO SELETOR VARICAP

VERIFICAR SE TEM IM AGEM


PELA ENTRADA DE ANTENA

MEDIR OS +B QUE NÃO SIM


APARECE SELETOR E CIRCUITOS
ALIMENTAM O SELETOR
IMAGEM? DE VÍDEO BONS
E OS PULSOS SDA E SCL

TESTE OS COMPONENTES
NÃO OS +B E OS PULSOS SIM
ENVOLVIDOS COM OS +B TROQUE O SELETOR DE
SDA E SCL ESTÃO
OU PULSOS SDA E SCL CANAIS
NORMAIS?

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  43        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

XII. PESQUISA DE DEFEITO QUANDO A TV ESTÁ SEM SOM


Para que o televisor apresente som normal dos canais de TV e pelas entradas auxiliares é
necessário que estejam funcionando: seletor varicap, CI decodificador estéreo, CI
chaveador e processador de áudio, CI de saída de áudio e alto falantes. Aqui vale o
mesmo princípio aplicado para os circuitos de imagem, ou seja, ligando outros aparelhos
nas entradas auxiliares e vendo se tem som normal. Se tiver som pelas entradas auxiliares e
não pela antena, o defeito está no seletor ou CI decodificador estéreo. Se não tiver som pela
antena nem pelas entradas auxiliares, o defeito estará no CI chaveador e processador de
áudio, CI de saída de áudio ou alto falante.
1. Teste do CI de áudio
Injete sinal nos pinos de entrada do CI de áudio com o multímetro na escala de X1,
cutucando com a ponta preta nos tais pinos e com a ponta vermelha no terra da TV.
Devemos escutar um ruído em cada falante, indicando que o CI de áudio está bom. Veja na
figura 56 como fazer o teste citado:

CI DE ÁUDIO CUTUCAR O
PINO DO CI

FIGURA 56 – Injetando sinal com a ponta preta e o multímetro em X1 nos pinos 7 e 11 do CI.

Se não sair som ao injetar sinal, teste os falantes a frio e verifique se o CI de áudio está
recebendo +B como visto na figura 57:

19 V

FIGURA 57 – Medindo o +B do CI de áudio.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  44        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

2. Teste do CI processador de áudio


Injete sinal com o multímetro em X1 nos pinos de entrada para TV do processador de áudio.
Também podemos testar as outras entradas de áudio dele colocando a TV na entrada
correspondente (antena, vídeo composto ou vídeo componentes) e aplicando sinal nos
pinos de entrada correspondente à função que a TV está. Se sair som em cada falante, o CI
processador de áudio está funcionando. Veja na figura 58 como é feito tal teste:

CI PROCESSADOR DE ÁUDIO

INJETAR SINAL
NAS ENTRADAS

FIGURA 58 – Injetando sinal nos pinos 16 e 17 (entradas para TV) no processador de áudio.

Se não sair som nas entradas do processador de áudio, este CI pode estar com defeito ou
falta de +B. Lembrando que os controles de som feitos por ele são controlados pelas vias de
data (SDA) e clock (SCL). Também pode ser defeito numa destas vias.
3. Teste do CI demodulador e decodificador estéreo
Tal CI fica perto do seletor de canais, recebe deste último o sinal de FI de som (SIF) de 4,5
MHz, demodula, separa os canais de áudio L e R e processa o SAP (segundo sinal de
áudio) correspondente aos sons originais de um determinado programa ou filme. Para testá-
lo injetamos sinal no pino de entrada dele com uma chave de fenda segurando pela parte
metálica. Se sair um forte ruído nos falantes, o CI decodificador está funcionando e restará
apenas o seletor de canais como o causador da TV sem som. Veja o teste na figura 59:

TRILHA QUE VAI AO


CI DECODIFICADOR
PINO DE ENTRADA
ESTÉREO/SAP

INJETAR COM A CHAVE


SEGURANDO NA HASTE

FIGURA 59 – Injetando sinal com chave de fenda no pino de entrada do decodificador estéreo.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  45        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

4. Fluxograma resumo do roteiro para conserto da TV sem som


Abaixo temos a seqüência quando o televisor tem imagem normal e não tem som:

FLUXOGRAMA - TV SEM SOM

TESTE OS FALANTES

NÃO SIM INJETE SINAL NOS PINOS


TROCAR O FALANTE
BONS? DE ENTRADA DO CI
DANIFICADO
DE SAÍDA DE ÁUDIO

- MEÇA O +B DO CI DE ÁUDIO; NÃO SIM INJETE SINAL NOS PINOS


SAI SOM NOS
- TESTE O CIRCUITO MUTE; DE ENTRADA DO CI
FALANTES?
- TROQUE O CI DE ÁUDIO. PROCESSADOR DE ÁUDIO

- MEÇA O +B DO PROCESSADOR NÃO SIM INJETE SINAL NO PINO


SAI SOM NOS
DE ÁUDIO; DE ENTRADA DO CI
FALANTES?
- TROCA DO PROC. DE ÁUDIO DECODIFICADOR ESTÉREO

- MEÇA O +B DO CI
DECODIFICADOR ESTÉREO NÃO SIM DEFEITO NO SELETOR
SAI SOM NOS
- TROCA DO CI DECODIFICADOR FALANTES? DE CANAIS
ESTÉREO

Lembrando que também devemos testar as linhas SDA e SCL que atuam nos CIs
processador de áudio e decodificador estéreo. Devemos encontrar 3,3 ou 5 V em cada trilha
desta dependendo do modelo da TV. Ao atuar em algum dos controles relacionados com o
áudio (volume, graves, agudos, balanço, stereo, mono ou SAP) a tensão nestas trilhas deve
sofrer uma pequena variação só perceptível com multímetro de ponteiro (analógico). Não
esqueça também do circuito mute que costuma ser formado por um transistor ligado no CI
de áudio. Tal transistor é controlado pelo CI micro e habilita ou desabilita o CI de áudio.
Defeito neste circuito (transistor de mute ou micro) também pode deixar a TV sem som.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  46        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

XIII. TESTES NO TELEVISOR LCD COM OSCILOSCÓPIO


Se você possui um osciloscópio de 20 MHz, por exemplo, é possível testar o funcionamento
de vários circuitos do televisor LCD com precisão. Mas não se preocupe. Também podemos
testar estes circuitos de modo mais simples sem usar este caro, mas utilíssimo instrumento
de laboratório, porém sem a mesma precisão. Neste capítulo ensinarei a empregar o
osciloscópio no conserto dos televisores LCD.
1. Teste na fonte inverter
Aqui podemos testar a presença e o formato dos pulsos fornecidos pelo CI oscilador para as
bases ou gates dos transistores chaveadores dos trafos que geram alta tensão para acender
as lâmpadas CCFL do display. Veja na figura 60 o formato dos pulsos nos chaveadores:

14 Vpp

ESCALA DE
5 V/DIVISÃO

FIGURA 60 – Medindo o sinal na base do transistor chaveador. Onda quadrada com 14 Vpp.

2. Testes na fonte
Além da possibilidade de verificar se os +B fornecidos pela fonte da TV não estão com
ondulações que atrapalhariam o funcionamento dos circuitos, podemos testar os pulsos
recebidos no gate de alguns CIs mosfets reguladores de tensão. Tais pulsos vêm de um CI
oscilador e na falta deles o CI mosfet não forncece o +B para alimentar parte do televisor.
Observe na figura 61 como testar a presença destes pulsos nos CIs mosfets:

FIGURA 61 – Sinal no gate de um dos CIs mosfets do televisor. Cerca de 22 Vpp.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  47        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

3. Teste no pino de saída de vídeo do seletor varicap


Medimos o sinal no pino de saída de vídeo (CVBS) do varicap com uma antena conectada
na TV e sintonizando um canal. Aí devemos ter um sinal composto analógico e variando de
amplitude e formato conforme muda a cena. Veja na figura 62:

FIGURA 62 – Sinal composto de vídeo presente na saída CVBS do varicap.

4. Teste no pino de entrada CVBS do CI processador de vídeo (Hércules)


Aqui devemos ter um sinal parecido com aquele que sai no pino CVBS do varicap
correspondente ao sinal de vídeo do canal sintonizado como visto na figura 63:

FIGURA 63 – Sinal composto de vídeo presente na entrada do CI Hércules.

Tanto na saída do seletor quanto na entrada do Hércules o sinal composto de vídeo tem
cerca de 1 Vpp. Se não aparecer sinal no pino CVBS do seletor, ele pode estar com defeito,
falta de +B ou defeito nas linhas SDA e SCL que entram nele. Se não houver sinal na
entrada do Hércules, o defeito estará na trilha ou capacitor ligado no pino de entrada do CI
citado.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  48        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

5. Teste nas saídas do CI Hércules que vão ao scaler


Conforme explicado o CI Hércules converte o sinal de vídeo analógico em digital de oito bits.
Portanto há oito pinos de saída deste CI que vão ao CI scaler através de oito trilhas. Em
cada trilha desta devemos encontrar um sinal digital de 3,3 Vpp como na figura 64:

FIGURA 64 – Sinal de vídeo digital medido nas oito trilhas do Hércules ao scaler.

6. Teste nas saídas do CI scaler que vão ao display LCD


O scaler é o CI que fornece o sinal digital no padrão adequado ao funcionamento do display
LCD. Em vários pinos de saída dele devemos encontrar um sinal digital de 3,3 Vpp como
visto na figura 65 abaixo:

FIGURA 65 – Sinal digital que sai do CI scaler e vai ao conector do display LCD.

Se não houver sinal na saída do CI Hércules ou scaler, ele está com defeito, sem receber
alimentação (+B) ou algum componente periférico danificado (raríssimo de acontecer).

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  49        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

7. Teste no pino de saída SIF (FI de som) do varicap


O varicap tem um pino por onde sai o sinal de FI de som de 4,5 MHz e vai para o CI
demodulador/decodificador estéreo. Na figura 66 vemos o sinal de FI de som presente no
pino de entrada do CI demodulador/decodificador estéreo quando a TV está numa emissora:

FIGURA 66 – Sinal de FI de som no pino de entrada do CI decodificador estéreo.

8. Teste nos pinos de saída do CI demodulador/decodificador estéreo


Conforme explicado, o CI decodificador estéreo tem um pino onde entra o sinal de FI de 4,5
MHz e dois pinos por onde saem os sinais de áudio L (esquerdo) e R (direito) ou o SAP
(segundo programa de áudio). Veja na figura 67 o sinal de áudio numa das saídas do CI:

FIGURA 67 – Sinal de áudio no pino de saída do CI decodificador estéreo.

Se não aparecer sinal na entrada do CI decodificador, o seletor varicap está com defeito. Se
não houver sinal na saída do decodificador, este CI pode estar com defeito ou falta de
alimentação (+B).

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9. Teste nos pinos de entrada e saída do CI processador de áudio


O CI processador de áudio possui vários pinos de entrada e dois de saída, um para o canal
L e outro para o R. Medimos o sinal nos pinos de entrada para TV e nos pinos de saída.
Nestes últimos os sinais L e R saem amplificados, portanto maiores que os dos pinos de
entrada. Porém o controle de volume da TV deve estar no máximo ou bem próximo disto.
Veja na figura 68 os sinais obtidos nos dois pinos de saída do CI processador de sinais:

FIGURA 68 – Testando os sinais nos pinos de saída 16 e 17 do CI processador de áudio.

Além dos pinos de entrada de áudio para TV, este CI também tem pinos de entrada para o
áudio vindo do conector de áudio e vídeo composto, vídeo digital e computador. Podemos
testar os sinais em cada par de entradas de áudio ligando em cada entrada desta um
aparelho correspondente. O CI processador seleciona quais sinais de áudio serão
amplificados e entregues aos seus pinos de saída.

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10. Teste dos sinais SDA e SCL


Todos os televisores modernos têm seus circuitos controlados através das linhas de dados
(data ou SDA) e relógio (clock ou SCL). Através da linha SDA o micro manda uma
seqüência de pulsos digitais para todos os CIs e seletor varicap. Quando acionamos um
controle da TV, por exemplo, o volume, estes pulsos variam de largura e duração e um dos
CIs, neste caso o processador de áudio, decodifica esta seqüência e aciona o controle de
volume interno a ele. Se acionarmos a troca de canais a seqüência enviada será identificada
agora pelo varicap que fará a mudança do canal internamente e assim por diante. Após
executada a variação do controle os pulsos SDA agora são enviados ao micro para que ele
guarde estes dados na memória eeprom do aparelho. Portanto a linha SDA (dados) é
bidirecional (os dados vão e voltam). A linha de clock (SCL) é usada para o micro fornecer
uma seqüência de pulsos para os CIs saberem o momento de usar o sinal de dados. As
linhas SDA e SCL são energizadas com tensão de 3,3 ou 5 V dependendo da TV. Se não
houver tensão numa destas vias, os dados não trafegam e o televisor pode até deixar de
funcionar. Na figura 69 vemos os sinais SDA e SCL atuando no CI processador de áudio e
observamos a variação deles quando acionamos o controle de volume:

FIGURA 69 – Medindo os sinais SDA e SCL nos pinos do CI processador de sinais e


verificando a variação do sinal de dados (SDA) ao ajustar o controle de volume.

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XIV. MONITORES LCD


Conforme explicado no começo desta obra, os monitores LCD para PC possuem o mesmo
princípio de funcionamento dos televisores. Usam um display de cristal líquido que funciona
igual ao dos televisores. A diferença que o monitor tem menos circuitos que a TV. Podemos
dizer que o monitor LCD é meia TV LCD. Veja na figura 70 os circuitos básicos do monitor:

FIGURA 70 – Circuitos do monitor LCD.

Entradas – O monitor possui entradas DB15 para os sinais RGB analógicos e DVI para
vídeo digital vindos da placa de vídeo do PC;
CI scaler – Tal como nas TVs fornece o sinal de vídeo digital no padrão de funcionamento
do display LCD. A memória DDR normalmente fica dentro deste CI nos monitores. O scaler
também transforma os sinais de entrada RGB analógicos em digitais para o display;
Display LCD – Transforma os sinais digitais do scaler em imagens. Como na TV o display é
iluminado por lâmpadas fluorescentes de catodo frio (CCFL);
LVDS – Conector usado para levar os sinais do scaler ao display em alta velocidade;
Micro ou micom – CI ligado no teclado que controla as funções do monitor;
Inverter – Alimenta as lâmpadas CCFL com alta tensão alternada;

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Fonte baixa – Alimenta os circuitos do monitor com 5 e 12 V.


1. Identificação dos componentes na placa principal
Na figura 71 abaixo vemos a localização de vários componentes na placa principal de um
monitor LCD da marca Samsung modelo 510 N:

FIGURA 71 – Localização dos principais componentes do monitor LCD Samsung 510 N.

Primeiro encontramos os dois maiores CIs SMD. O maior deles é o scaler e o menor é o
micro. Inclusive este último está perto do conector do teclado e tem o CI eeprom de 8
terminais ao lado. Próximo ao scaler fica o cristal de clock. De um lado do scaler temos o
conector DB15 que leva os sinais ao monitor e do outro lado temos o conector LVDS para o
display LCD. Próximo do conector da fonte estãs os CIs reguladores de tensão e os
respectivos eletrolíticos de filtro. Os reguladores fornecem +B de 3,3 e 2,5 V para
alimentação do scaler, micro e display LCD.
2. Identificação dos componentes principais da fonte de alimentação e inverter
O monitor Samsung 510N possui uma fonte chaveada interna que fornece 5 e 12 V para
alimentar a placa principal. Após o cabo de força temos uma bobina e alguns capacitores
grandes. São os filtros de rede que deixam a tensão da rede entrar e impedem a saída da
freqüência da fonte para não interferir em outros aparelhos. A seguir há o fusível, a ponte
retificadora e o eletrolítico de filtro principal. Após este temos a fonte chaveada formada pelo
CI oscilador e chaveador, o transformador chopper, diodos retificadores e os eletrolíticos de
filtro das linhas de +B que irão alimentar os circuitos do monitor.
FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  54        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

A fonte inverter, tal como na TV, transforma uma baixa tensão contínua em alta tensão
alternada para acender as lâmpadas do display. O inverter é formado pelo trafo ou trafos de
alimentação das lâmpadas, os transistores chaveadores e o CI oscilador que fornece o sinal
PWM (onda quadrada) para controlar os chaveadores. Veja na figura 72 o aspecto físico da
placa da fonte e inverter do monitor Samsung 510N:

FIGURA 72 – Inverter e fonte de baixa tensão do monitor Samsung 510 N.

Como podemos observar este monitor possui a fonte de alimentação e o circuito do inverter
na mesma placa. Também há os monitores que tem a fonte numa placa e o inverter em
outra. Para achar o circuito inverter basta seguir o conector das lâmpadas.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  55        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

3. Monitor LCD com um único CI


Alguns monitores LCD principalmente da LG possuem um único CI SMD na placa principal
que faz o papel de scaler e micro ao mesmo tempo como visto na figura 73:

CI MICRO/SCALER

FIGURA 73 – Exemplo de CI micro/scaler usado num dos modernos monitores LG.

4. Correção de defeito crônico em alguns monitores LCD Samsung

Os monitores Samsung linhas 510N, 540N, 710N,


740N, 910N e 940N costumam apresentar o defeito
semelhante à foto ao lado. Não aparece imagem,
apenas um retângulo exibindo uma mensagem
como “Check signal cable” ou “No optimum
resolution 1280 x 1024”. Tal defeito é causado por
falha no programa interno do CI micro. Neste caso a
solução é a troca de tal CI. Neste tópico falarei a
respeito da troca do micro e a resolução do defeito
apresentado.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  56        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

Para trocar o CI micro necessitaremos dos seguintes materiais:


- Ferro de solda 30 ou 40 W, ponta fina e bem limpa;
- Solda comum de boa qualidade tipo "Best" ou "Cobix"
- Solda de baixa fusão;
- Fluxo de solda (breu + álcool isopropílico);
- Pedaço de fio malha ou na falta deste um cabinho decapado;
- Álcool isopropílico para a limpeza da placa;
- Escova de dente;
- Pedaço de pano de algodão (tipo malha de camiseta velha).
 Compre um novo CI com o mesmo código do micro a ser trocado em lojas
especializadas em peças para monitores LCD (já tem várias lojas deste tipo);
 Espalhe a solda comum por todos os pinos do CI que vai ser trocado. A seguir
misture a solda de baixa fusão, derretendo-a sobre a solda comum. Tome cuidado
de não exagerar na quantidade. A seguir usando a ponta do ferro de solda aqueça a
solda por igual em todos os pinos do CI. Usando uma pequena chave de fenda como
alavanca levante o CI da placa para que ele caia na bancada. A seguir retire as
sobras da solda da placa com a ponta do ferro. Passe fluxo de solda na ponta da
malha, encoste nela a ponta do ferro e deslize-a sobre as trilhas retirando assim os
restos de solda. A seguir limpe o resto da placa com uma escova de dente, álcool
isopropílico e o pano de camiseta. Veja na figura 74 a placa com e sem o CI:

FIGURA 74 – Aplicando solda nos pinos, retirando o CI e limpando a placa.

 Posicione o novo CI sobre as trilhas da placa e aplique solda comum nos pinos
extremos do CI para fixá-lo. Aplique um pouco de fluxo de solda num dos lados do
CI. Faça uma grande pelota de solda nos pinos. Levante a placa e deslize a ponta do
ferro de solda puxando a solda para baixo. A solda descerá, soldará os pinos nas
trilhas e devido ao fluxo não ficará entre dois pinos. Veja na figura 75:
FIGURA 75 – Soldando o CI novo na placa e colocando o monitor para funcionar.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  57        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

5. Defeitos principais nos monitores LCD


Abaixo temos as figuras representando os defeitos que ocorrem nos monitores LCD e uma
descrição do procedimento de conserto:

Display quebrado, com risco ou pixel morto – O display LCD deve ser trocado;
Tela acesa sem imagem
- Medir os pinos de +B do CI scaler. Alguns pinos funcionam
com 3,3 V e outros com 1,8 V;
- Medir o +B que alimenta o display. Algumas trilhas do display
recebem 3,3 V ou 5 V. Sem esta tensão o display fica todo
aceso;
- Trocar o CI scaler.

Tela apagada ou acende e apaga em seguida


- Testar as lâmpadas. Se uma queimar as outras não acendem;
- Medir o +B que alimenta a placa inverter;
- Medir a tensão power on do micro que aciona a placa inverter;
- Testar o fusível e os transistores chaveadores do inverter;
- Testar os resistores, trafos, diodos e capacitores do inverter;
- Trocar o CI oscilador do inverter.

Não liga
- Medir o +B que alimenta o CI micro. Deve ser 5 V. Se tiver +B,
verifique se ele libera a tensão power on para ligar o monitor.
Se não tiver esta tensão power on, trocar o micro;
- Se não chegar +B no micro, meça os +B de 5 e 12 V que
saem dos diodos ligados no chopper da fonte chaveada;
- Se não tiver +B nas saídas da fonte chaveada, veja se não há
curto em alguma das linhas de +B: em X1, coloque a ponta
vermelha na carcaça do monitor e a preta em cada saída de +B. O ponteiro deve indicar alta
resistência (acima de 100 Ω) em cada linha de +B;
- Verificar se tem 150 V no filtro principal. Se não tiver, testar o fusível e possível curto nos
retificadores ou CI da fonte. Testar transistores, resistores, diodos e trocar o CI da fonte.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  58        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

XV. PRINCIPAIS PINOS DOS DOIS MAIORES CIS DO TELEVISOR LCD


Para facilitar a compreensão do funcionamento do televisor LCD, traduzirei a função dos
principais pinos do CI scaler e Hércules (processador de vídeo). Obviamente não farei em
todos os pinos devido à imensa quantidade de terminais que estes CIs possuem.
1. CI Hércules
È o SAA7117AH. Possui 160 pinos. Veja abaixo na figura 76 o esquema de um CI deste:

FIGURA 76 – CI Hércules SAA7117AH.

Pinos 8, 9, 16, 17, 24, 25, 32, 33, 37, 45, 59, 73, 95, 114, 136, 151 = +B de 3,3 V;
Pinos 40, 41, 50, 65, 101, 106, 135, 142, 157 = +B de 1,8 V;
Pino 27 – Entrada de sinal de vídeo analógico do seletor;
Pino 29 – Entrada de vídeo composto da entrada auxiliar;
Pinos 23 e 31 – Entradas de supervídeo: Pino 23 – croma Pino 31 – luminância (Y);

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  59        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

Pinos 92, 93, 94, 97, 98, 99, 100, 102 – Pinos de saída de vídeo (YUV) digital de 8 bits;
Pinos 155 e 156 – Pinos para ligação do cristal de clock de 24,576 MHz;
Pinos 36 e 39 – Saídas de vídeo analógicas para teste;
Pino 68 – Entrada e saída do sinal de data (dados);
Pino 66 – Entrada do sinal de clock;
Pino 44 – Reset (inicialização do Hércules);
Pinos 46 e 84 – Saídas de um sinal de clock de 27 MHz para o scaler.

2. CI scaler
É o MST-6151L. Tem 260 pinos. Veja na figura 77:

FIGURA 77 – CI scaler MST-6151.

Conforme já estudamos o scaler recebe os sinais do Hércules de vídeo, das entradas DB15,
do vídeo digital e componentes, seleciona um deles e transforma no sinal adequado ao
funcionamento do display LCD.
FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  60        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

XVI. TELEVISOR LCD PORTÁTIL


Chamamos de televisor portátil aqueles cujo display LCD possui 7 polegadas ou menos.
Tem o mesmo princípio de funcionamento das TVs grandes, porém devido ao espaço
reduzido costuma ter os circuitos dentro de poucos CIs. Veja na figura 78 uma TV portátil
de 7 polegadas da marca “Booster” que também pode ser ligada no automóvel:

FIGURA 78 – TV portátil de 7 polegadas e alimentação de 12 V.

Observe agora na figura 79 a TV citada no exemplo sem a tampa traseira, onde podemos
observar a placa e o display LCD:

FLAT CABLE DO
DISPLAY LCD

CONECTOR DA
DISPLAY LCD LÂMPADA

CONECTOR DO
TECLADO PLACA DA TV

FIO DA ANTENA
FIO DO
FALANTE

FIGURA 79 – TV desmontada.
FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  61        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

O televisor possui o circuito processador de vídeo, scaler e micro dentro de um único CI. O
seletor possui duas saídas de FI, uma para vídeo (VIF) e outra para som (SIF). Estes dois
sinais entram num CI menor de FI e demodulador de áudio e vídeo. O sinal de vídeo vai ao
CI grande de múltiplas funções (vídeo, scaler e micro) e o de som vai ao CI de saída de
áudio. Veja na figura 80 a placa do televisor portátil e os componentes principais:

VARICAP FILTROS SAW FONTE DE


VIF E SIF ALIMENTAÇÃO

CI VÍDEO/SCALER/MICRO
FI E DEMOD. DE
VÍDEO E SOM CHAVEADOR
DO TRAFO
CHAVEADOR
TRAFO DA
LÂMPADA

REGULADOR
PARA O SCALER
EEPROM
CIRCUITO
INVERTER
SAÍDA DE ÁUDIO

FIGURA 80 – Placa da TV destacando os componentes principais.

Nos televisores portáteis há apenas uma lâmpada para a iluminação do display. A


alimentação é feita por uma fonte inverter mais simples que a das TVs maiores localizada na
mesma placa principal. O procedimento de testes e consertos é igual às das TVs maiores.

XVII. LIMPEZA DA TELA NO TELEVISOR LCD


Para limpar a tela de um
televisor deste devemos usar
álcool isopropílico de
preferência ou álcool comum
na falta deste e um pedaço de
pano de algodão (tecido de
camiseta, por exemplo). Deve
ser um tecido macio para não
arranhar a tela. Veja ao lado
na figura 81:

FIGURA 81 – Álcool e retalho de camiseta para limpeza da tela.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  62        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

Antes de tudo retire o pó da tela (se tiver) usando um pano seco (pode ser uma flanela).
Molhe o pano de algodão no álcool e passe na tela fazendo movimentos retos, mas sem
forçar muito para não a estragar. Este procedimento vai retirar manchas de dedo e sujeiras
ocasionadas pelo acúmulo de poeira. Veja o procedimento na figura 82 abaixo:

FIGURA 82 – Limpeza da tela com pano de algodão umedecido no álcool.

XVIII. OBSERVAÇÕES FINAIS


1. Tome cuidado ao manusear uma TV LCD para não bater a tela em nenhum local.
Isto provoca manchas na imagem e a solução é a troca do display LCD;
2. Nunca coloque a mão nos terminais dos CIs da placa. Corre-se o risco de queimar
um CI deste com o excesso de eletricidade estática acumulada no corpo. Sempre
pegue a placa pelos lados;
3. Temperatura dos principais CIs: Colocando as costas dos dedos sobre os CIs (não
nos terminais e sim no encapsulamento) com o televisor funcionando normalmente
constatamos que: o scaler é quente, o Hércules é morno e o micro é frio.
Qualquer temperatura diferente desta ordem nos indica defeito numa destas etapas.

E assim chegamos ao final do curso sobre televisores e monitores LCD esperando que
possa ser muito proveitoso e sirva como uma boa base para você meu amigo leitor
desvendar os mistérios e fazer consertos nestes tipos de equipamentos. Agradeço aos
meus alunos e leitores que prestigiam meu trabalho. Qualquer dúvida, crítica ou sugestão
mande e-mails para lburgos@terra.com.br. Não deixem de acessar meu site
www.burgoseletronica.net. A todos um muito obrigado e até o próximo trabalho. Vamos ao
exercício referente ao que foi estudado neste curso.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  63        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

TESTE AQUI SEUS CONHECIMENTOS SOBRE TELEVISORES E MONITORES LCD

1. Assinale abaixo qual CI existe na TV e não no monitor LCD:


( A ) Micro ( B ) Scaler ( C ) Processador de vídeo
2. Quando desconectamos o cabo flat que liga o display LCD ao circuito
eletrônico e alimentamos a TV a tela fica:
( A ) Toda acesa ( B ) Toda apagada ( C ) Acesa com manchas
3. Quando a TV tem som e não acende a tela, o defeito pode estar:
( A ) No scaler ( B ) No Hércules ( C ) No inverter
4. Qual a seqüência correta dos sinais:
( A ) Seletor – Micro – Hércules – Scaler – Display LCD
( B ) Seletor – Scaler – Hércules – Display LCD
( C ) Seletor – Hércules – Scaler – Display LCD
5. Os controles de brilho e contraste da imagem são feitos:
( A ) Pelo Hércules ( B ) Pelo Scaler ( C ) Pelo Display LCD
6. Assinale a alternativa correta:
( A ) A entrada VGA DB15 vai no Hércules
( B ) A entrada de vídeo componentes vai no Hércules
( C ) A entrada de vídeo composto vai no Hércules
7. Quando aparece um risco branco em pé no meio da imagem, o defeito é:
( A ) No display LCD ( B ) No Hércules ( C ) Na fonte
8. Assinale a alternativa errada:
( A ) O scaler funciona com +B de 1,8 e 3,3 V
( B ) A lâmpada acende com tensão contínua entre 300 e 1.300 V
( C ) O micro funciona com 5 V
9. Quando o televisor está sem som nos canais de TV, mas tem som pelas
entradas auxiliares, indique em qual dos CIs abaixo pode estar o defeito:
( A ) Decodificador estéreo ( B ) Processador de áudio ( C ) Saída de áudio
10. Quando o televisor acende a tela e não tem imagem em nenhuma função,
porém os controles do painel atuam e ela tem som normal, o defeito está:
( A ) No micro
( B ) No scaler
( C ) No seletor de canais
Cada resposta certa vale um ponto e as respostas estão no final da obra e a avaliação é:
Nota 10 – Você é um fera em LCD; Notas 8 e 9 – Você já entende bem de LCD; Notas 6 e
7 – Você está começando a conhecer LCD; Nota 5 ou menos – Você deve estudar melhor
os televisores e monitores LCD.

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  64        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS


10 – B.
9 – A; 
8 – B; 
7 – A; 
6 – C; 
5 – B; 
4 – C; 
3 – C; 
2 – A; 
1 – C; 

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  65        LUISCARLOS BURGOS 

 
 

FUNCIONAMENTO E CONSERTO DE TV LCD  66        LUISCARLOS BURGOS 

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