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PASSO 3
mesmas ou outras pessoas fazem. Freqüentemente nos interessa saber o que alguém
fez, o que fará amanhã ou o que faria em uma situação específica. Raramente,
entretanto, nos perguntamos por quê nós mesmos, ou outras pessoas, fazemos isso
conseqüentes ao nosso comportamento) que nos afetam. Por falar nisso, por que será
que você está lendo este texto agora? Se você se empenhar um pouco em responder a
essa pergunta provavelmente poderá identificar algumas relações entre o que você
você estará iniciando uma análise de seu próprio comportamento. Mesmo que você
explicando o que exatamente lhe agrada no texto e o que o levou a gostar desses
elementos que estão presentes nele. Quando você lê o que acontece? Você lê em
qualquer lugar e qualquer coisa? Você consegue descrever os efeitos que o ler produz
tanto nas suas relações sociais agora quanto no seu mundo “privado”? O fato de você
estar lendo esse texto agora tem alguma coisa a ver com o que você conversou e ouviu
na sala de aula e com o fato de que em breve será avaliado no que diz respeito a sua
comportamento.
pode ser encontrada no modo pelo qual o organismo afeta e é afetado pelo meio.
Você já deve estar se perguntando o que está sendo aqui chamado de evento
de uma sala, som de uma campainha, o cheiro de uma flor, a presença de outras
pessoas, uma dor de cabeça, etc, são exemplos de eventos ambientais. Eles
presentes).
Conseqüentes.
Perceba, contudo, que há uma parte dos eventos ambientais que afetam o
comportamento do sujeito que estamos analisando e outra parte que não afeta. Por
exemplo, este texto é provavelmente o evento ambiental que mais está afetando o seu
pele do seu pé é um evento ambiental que, entretanto, não está tendo qualquer efeito
digno de nota sobre o seu comportamento. Aos eventos ambientais que efetivamente
cego não é afetado por estímulos visuais. Contudo, há uma diversidade muito grande
como estímulo para ele (ou seja, podem manter intercâmbio ou podem alterar seu
comportamento).
Mariana. Ela está tomando remédios para gastrite, de acordo com uma receita
sentiu dor no estômago causada por excesso de acidez (evento ambiental antecedente
Eventos Externos. Nenhum deles é de um “tipo especial” por que acontece dentro ou
fora do organismo que se comporta. Ambos podem afetar e ser afetados pelo
comportamento, que por sua vez também pode ser público ou privado.
Mas alguém poderia objetar neste momento dizendo que a AEC critica o
mentalismo por fazer referências a eventos internos e ela própria admite a existência
de tais eventos. Como dito anteriormente, o problema não são as referências aos
eventos internos, mas a suposição de que tais eventos funcionem como causas para o
funcional não haveria maiores problemas. Além disto se tais eventos são como
acidez estomacal ser um evento interno ela é acessível a outros observadores através
de uma endoscopia. Mas a dor em si não poderia ser “sentida” pelo aparelho, estando
circunscrita ao sujeito que observa seu próprio corpo funcionando. Esses detalhes
um observador pode ter acesso direto a eles), ou privados (quando estão acessíveis à
observação apenas para o organismo no qual ocorrem, portanto, não podem ser
Podemos, por exemplo, falar em silêncio de tal maneira que ninguém possa ter
acesso a essa nossa ação (evento comportamental privado). É possível que mais um
sob o nome de ansiedade quando o barco em que viajava para Macapá balançou
as quais, por sua vez, também tinham propriedades de estímulo (uma vez que Eva
podia interagir com esse evento, a ansiedade). E assim o fez. Ela rezou em silêncio
ambiental privado).
Vale ressaltar que, de acordo com essas definições que você acaba de
externos que dificilmente podem ser observados. Uma alteração na taxa cardíaca,
apesar de ser normalmente sentida apenas pelo indivíduo no qual ela ocorreu, pode
permitem a observação de que partes do cérebro ficam mais ativas quando certas
atividades são executadas. Dessa forma, mesmo o pensamento, nossa atividade mais
privativa, já pode, de certa forma, ser acompanhado, apesar de ainda não poder ser
certas partes do cérebro, não o pensamento propriamente dito, da mesma forma que
ocorre com a dor de dentes, que ela mesma não pode ser vista, mas sim a inflamação
correspondente.
som afeta fisicamente os tímpanos do ouvinte, se o volume estiver muito alto pode
impedir o ouvinte de ouvir sons de qualquer outra fonte, assim, para falar ao telefone
ele tem que conseguir que o som do rádio deixe de interferir. Assim, às vezes nos
interessa a relação das propriedades físicas intrínsecas dos eventos ambientais com o
quando, por exemplo, nos ajuda a nos orientar no escuro. O ruído de um motor, um
relâmpago, o perfume de uma flor etc são também eventos cujas características
resulte não apenas de suas propriedades físicas, mas também do uso (significado)
que esse evento tem num contexto histórico e cultural, ou seja, alguns eventos podem
exercer funções sociais. Os eventos sociais são uma categoria de eventos físicos que
são produzidos pelo comportamento de outras pessoas (que não o sujeito sob
análise) e cujo efeito sobre o comportamento do sujeito não resulta apenas de suas
Tomemos como exemplo o seguinte caso: O telefone toca. Maggie, um bebê que está
dormindo, acorda e chora, e Lisa, uma garotinha de 8 anos, ao ouvir o telefone tocar
retira o fone do gancho e diz: “alô”. Neste caso a campainha do telefone funciona
como evento ambiental tanto para Maggie (que acorda e chora) quanto para Lisa
(que atende ao telefone dizendo alô). No entanto as respostas de Maggie estão sob o
controle exclusivo das propriedades físicas do estímulo, ou seja, ela ouve o som e
chora, o que é uma resposta natural em bebês humanos diante de sons estridentes.
Já Lisa, além das propriedades físicas do evento está sob o controle de convenções
gancho e dizendo alô. Observe que tanto Lisa quanto Maggie podem ser acordadas ou
Por isto dizemos que este evento é físico para ambas e social para Lisa.
diz: "Quem quer ouvir uma história?". As crianças saem pulando e gritando: "Eu! Eu!
energia despendida pela professora para emitir a frase foi ínfima, e não explica,
sozinha, o fato das crianças saírem pulando e gritando. A função do evento "Quem
sociedade em que vivem, e não apenas da energia intrínseca desse evento. Os eventos
Souza... [et al], trad). Porto Alegre: ARTMED. Publicado originalmente em 1994.
Paulo: EDICON.
Banaco (Org.) Sobre comportamento e cognição- vol. 1 (pp.29-44). Santo André, SP:
Arbytes.