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CURSO DE PSICOLOGIA

Disciplina: Analise Experimental do Comportamento

Behaviorismo Radical- Comportamento Operante.

Profº ª. Pedro Augusto Souto Silva.

São Luís de Montes Belos – 2023/1


Estudo de aprendizado do comportamento
Edward Thorndike (1874-1949) – Influência a partir do seus estudos e
experimentos sobre o processo de aprendizagem.
Para ele aprender consistia em estabelecer uma conexão entre uma resposta
e a produção de uma situação agradável (mais a frente com conceito de
reforçadora) e que a repetição de um ato que causava um resultado
agradável aumentaria a probabilidade de ocorrência – LEI DO EFEITO.

Bases ao condicionamento operante de Skinner.


Comportamentalismo de Skinner

Burrhus Frederic Skinner (1904-1990)

Psicólogo americano

Projetou as “caixas de Skinner”


Comportamentalismo de Skinner
Abordagem periférica – não se preocupa com os processos
intermediários entre o estímulo e a resposta. (motivação por exemplo).

Tampouco com os processos mentais envolvidos na cognição.

Para Skinner o comportamento apresenta múltiplas causas.


Uma resposta não é causada por um único estímulo;
Os estímulos provocam respostas diferentes em indivíduos diferentes.

Pluralidade de fatores.
Comportamentalismo de Skinner
Abordagem periférica – não se preocupa com os processos
intermediários entre o estímulo e a resposta. (motivação por exemplo).

Tampouco com os processos mentais envolvidos na cognição.

Para Skinner o comportamento apresenta múltiplas causas.


Uma resposta não é causada por um único estímulo;
Os estímulos provocam respostas diferentes em indivíduos diferentes.

Pluralidade de fatores.
Níveis de seleção do comportamento

De que maneira o comportamento humano é selecionado e


desenvolvido?

Skinner defendeu que o comportamento dos organismos é produto de


três tipos de variação e seleção por consequências:
FILOGENÉTICA,
ONTOGENÉTICA
CULTURAL.
Nível FILOGENÉTICO

O nível filogenético de desenvolvimento dos indivíduos  genético e


biológico nos habilita a aprender durante a vida.
 Efeito da seleção natural sobre os organismos
Trata do que é comum aos membros da espécie;

 Processos fisiológicos relacionados ao funcionamento cognitivo e


emocional
Impacto de doenças sobre o repertório comportamental (Doença de
Alzheimer, desenvolvimento atípico).
Nível ONTOGENÉTICO

Desenvolvimento comportamental do indivíduo a partir de suas


condições biológicas e maturacionais;
Processo de aprendizagem, atenção, percepção;

 O nível ontogenético permite compreender os efeitos do


condicionamento operante, ou seja, como o repertório comportamental
de cada pessoa se molda a partir de suas experiências de aprendizagem
ao longo da vida
Nível CULTURAL

Estudo e compreensão de como o indivíduo é influenciado pelo


ambiente social a que pertence.

 Condições políticas, econômicas, religiosas, hábitos culturais


Comportamento Operante

Tem como principal característica o fato do organismo operar sobre o


ambiente (físico e social)

Com isso, produz consequências que passam a afetar a probabilidade de


ocorrência de respostas futuras.
Comportamento Operante

Comportamento Consequência
Dizer oi Iniciar conversa/ ouvir um olá

Estudar Obter boas notas/conhecimento

Girar a maçaneta Abir a porta para entrar no


ambiente
Pressionar a barra
Ganhar água.
Comportamento Operante

É aquilo que é aprendido (não filogenético), que depende, para o


aprendizado, da história de vida de cada organismo (ontogenético) e da
cultura em que esse indivíduo está inserido.

Produz consequências e é sensível a elas (aumenta ou diminui a


probabilidade de ocorrência de R
Comportamento Operante

Comportamento Consequência
Gritar Ganhar a atenção

Matar aula Ganhar tempo livre – não


compreender a matéria.
O que é uma contingência?
 Qualquer relação de dependência entre evento ambiental ou entre
eventos comportamentais e ambientais.

 Relata uma probabilidade de um evento ocorrer

 Enunciado “se.............então.........”
Tríplice Contingência
Comportamento Operante

É um tipo de relação entre organismo (resposta) e ambiente (estímulo) e


tem duas características básicas:
a) a resposta produz alterações no ambiente

b) é sensível a essas alterações, isto é, produz consequências


Exemplo do gato de Thorndike
Vídeo Skinner e o comportamento operante

https://www.youtube.com/watch?v=01r5E8-gFVA
Atividade

1.Maria reclama que seu filho João tem apresentado comportamentos de


birras cada vez mais frequente. Ela descreve que todas as vezes que eles
vão ao mercado João chora muito e grita pedindo doces e apesar de sempre
dizer que não irá comprar ela acaba cedendo para que João se acalme e
deixe ela em paz.

Descreva os comportamentos operantes tanto da perspectiva de Maria,


como da perspectiva de João.
Consequência

Consequências são mudanças no ambiente – (ex.: ganhar o doce,


receber atenção....)

As consequências são produzidas na história de vida dos sujeitos;

Consequências que aumentam a probabilidade da resposta ocorrer: serão


chamados de REFORÇO
Reforço

Reforço é um tipo de consequência do comportamento que aumenta a


probabilidade de um determinado comportamento voltar a ocorrer.

Reforço Positivo (R+

Reforço Negativo R-
Reforço

 Centrar o evento reforçador em sua relação com o comportamento.


 As características físicas ou a natureza de um estímulo não podem
qualificá-lo (sempre) como reforçador 
 O valor do reforço pode ser posto de acordo com saciação, privação e
situação.
 Vontade
Atividade
1. Joana queixava-se de dificuldade em se concentrar durante a leitura de
textos da faculdade, ela se chamava de preguiçosa e sempre que tinha
um texto para ler acabava deixando a atividade de lado e ia mexer no
TikTok em poucos minutos. Ela começou a colocar uma meta, a cada 10
páginas de texto que ela lê poderia mexer mais 5 minutos nas suas redes
sociais ao final do dia.

2. Paulo sentia muita dor de cabeça quando tinha muitas atividades no


trabalho. Para aliviar essa dor Paulo passou a tomar um medicamento
que resolveu a sua situação e continuou a repetir sempre que a dor
aparecia ou quando aparecia muitas atividades no serviço.
Atividade
1. Uma criança chora à noite depois de ser colocada na cama para dormir e
os pais vão ao quarto para acalmá-la. Como resultado a criança agora
chora mais vezes na hora de dormir.
2. Uma mulher à espera de um ônibus abre o guarda-chuva quando chove.
O guarda-chuva impede que a chuva a atinja. Agora ela sempre abre o
guarda chuva quando chove.
3. A professora de João sorri e o elogia sempre que ele fica no lugar e
participa da aula. Como resultado é mais provável que ele permaneça no
seu lugar e preste atenção durante a aula.
4. Um cozinheiro prepara alguns bifes e o fogo acaba gerando fumaça. Ele
liga o exaustor e a fumaça é sugada da cozinha. Agora é mais provável
que ele ligue o exaustor sempre que preparar os bifes.
Caso Joana - Princípio de Premack
Tipos de Reforço

Reforçadores Naturais X Reforçadores Arbitrários.

 É importante em AC a interseção desses dois reforçadores.


 Evitar termos mentalistas/inatistas como conscientização, motivação,
internalização.
Tipos de Reforço

Reforço primário

 Chamaremos aqui os reforços primários aqueles que seriam


incondicionados porque possui propriedades naturalmente
reforçadoras para todas as espécies (filogenéticas);

 Relacionado as necessidades básicas (fome, sede, sono);


Tipos de Reforço

Reforço secundário
 Estímulos que naturalmente não possuem propriedades reforçadoras,
por isso dependem da historia ontogenética, da experiência do
indivíduo, que aprende a reconhecer aquele evento como reforçador.

 Por exemplo, a união de um reforçador primário com um estímulo


neutro, pode torna-lo reforçador condicionado;

 Ex.: Cama, mamadeira, chocolate.


Tipos de Reforço
Reforço Generalizado
É caracterizado quando ele está associado (emparelhado) a mais de um reforço
primário.
Por Exemplo: dinheiro ou atenção, aprovação social.

“Um reforço condicionado será generalizado quando for emparelhado com mais
de um reforço primário. O reforçador generalizado é útil por não lhe ser
importante a condição momentânea do organismo. A força do operante gerado por
um único reforço só se observa sob uma condição de privação adequada... Mas se
um reforçador condicionado foi emparelhado com reforçadores apropriados a
muitas condições, pelo menos um dos estados de privação adequados tem
probabilidade de prevalecer em uma ocasião futura” (Skinner, 1953/2000, p.85-
86).
Fatores que afetam a eficácia do reforço
 Contingência: se o reforço for apresentado antes da emissão da resposta,
diminui a probabilidade de aumentar a frequência dessa resposta.

 Rapidez: o mais imediato possível, quanto mais rápida for a apresentação


do reforço, maior será a probabilidade dele aumentar a frequência de
resposta.

 Quantidade: número de apresentação de um reforço

 Privação e saciação: intervalo de tempo decorrido desde o último reforço


Outros efeitos do reforço
 Diminuição da frequência de outros comportamentos

 Diminuição da variabilidade na topografia (na forma) da resposta (do


com portamento) reforçado.  comportamentos de formas mais
parecidas
Esquemas de reforço
 Nem sempre que uma resposta acontece ocorre o reforçamento. Ex.:
estudar e ainda assim tirar uma nota ruim, nem sempre os pedidos
serão atendidos.

 Isso significa que alguns comportamento são apenas intermitentemente


reforçados;

 Dessa forma veremos o esquema de reforço contínuo e esquema de


reforçamento intermitente.
Esquemas de reforço contínuo
 No esquema de reforço contínuo toda resposta é seguida de reforçador.

 Continuous Reinforcement (CRF) – Esquema de Reforço Contínuo.

 No CRF toda vez que uma resposta ocorre ela é seguida de reforço.

 Ex.: Imagine um carro novo em perfeitas condições. Todas as vezes que


eu girar a chave o carro liga e da partida. Ou seja, toda ação (resposta
minha de girar a chave) apresentará o reforço (ligar o carro).
Esquemas de reforço intermitente
 Intermitente: em que ocorrem interrupções; que cessa e recomeça por
intervalos; intervalado, descontínuo.

 Diferenciação em duas classes: Esquema de Razão Intermitente e


Esquema de Intervalo intermitente.
Esquema de Razão Intermitente
 Exige certo número de resposta para apresentação de cada reforço.
 É necessário que um certo número de respostas (mais do que uma) seja emitido.

 Razão Fixa (FR): o número de respostas exigido para a apresentação de cada


reforçador é sempre o mesmo.
 É necessário a emissão de um número fixo de resposta para a apresentação do
reforço. Ex.: “Um funcionário receberá 100,00 reais a cada 5 peças
vendidas.”
 Podemos dizer que há uma razão fixa FR:5 para o reforçamento
 Razão Variável (VR): o número de respostas entre cada reforçador se modifica
 Irá variar. Ex.: um jogador que chuta uma bola com objetivo de fazer gol.
 Podemos dizer que haveria uma média para o reforçamento. No exemplo
podemos dizer que há uma média de VR:5 para o reforço (gol).
Esquema de Intervalo
 Exige certo tempo decorrido desde o último reforçador é o principal
determinante de uma nova resposta ser ou não reforçada.
 O número de resposta não é relevante, basta apenas uma resposta para obtenção
de reforço.

 Intervalo Fixo (FI): tempo decorrido desde o ultimo reforçamento para que a
resposta seja reforçada novamente.
 Este tempo (período) entre um reforço e outro é sempre o mesmo. Ex.: “Início
de um episódio da novela.” “Apresentar água para o rato a cada um minuto
passado.
 Podemos dizer que há uma razão fixa F1:1 para o reforçamento
 Intervalo Variável (IR): a diferença para o FI é que os intervalos entre o último
reforçador e a próxima disponibilidade não são os mesmos, variável  Ex.:
uma playlist de diversas músicas com músicas reforçadoras e outras não.
 Podemos dizer que haveria uma média para o reforçamento.
Esquemas de reforço: Contínuo X Intermitente
Reforço Contínuo Reforço Intermitente
 Frequência de respostas;
 Aquisição do comportamento
 Manutenção do comportamento
(principalmente variáveis);

 resistentes à extinção

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