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Introdução

O que, acima de tudo devemos lembrar na educação de nossos filhos é que o


amor deles pela vida jamais deve enfraquecer.- Natália Gingburg, As pequenas
virtudes, 1985.

No presente trabalho abordaremos sobre: O desenvolvimento físico,


perceptivo, cognitivo, social e da personalidade da puerícia intermediária ( 6
aos 12 anos ).

A fase escolar ou puerícia intermediaria é a fase de transição entre a infância e


a adolescência que o corre entre os 6 aos 12 anos. É muito importância,
porque a criança nessa etapa desenvolve-se em diferentes aspectos ( físico,
perceptivo, cognitivo, social ).

Com este tema temos como objectivo descrever de forma panorâmica o


desempenho físicos, perceptivo, cognitivo, social e da personalidade da criança
na etapa escolar ou puerícia intermediaria.
Desenvolvimento físico, perceptivo, cognitivo, social e da
personalidade da puerícia intermediária ( 6 a 12 anos)

Fundamentação teórica

Sigmund Freud (1856-1939)- buscou compreender a formação da


personalidade, em função das emoções de natureza sexual, imbricadas no
relacionamento entre a criança e seus progenitores.

Jean Piaget (1896-1980)- realizou estudos sobre a evolução cognitiva da


criança e do adolescente. Sua teoria enfatiza o raciocínio e a linguagem.
Buscou aprender o mecanismo mental de assimilação do conhecimento e sua
adaptação ( acomodação a uma situação nova ).

Erik. H. Erikson (1902-1994)- dirigiu a sua teoria para a compreensão dos


aspectos psicossociais do desenvolvimento humano. A partir dos estudos de
Freud, relacionou o desenvolvimento da personalidade em interacção com o
meio.

Desenvolvimento físico

O desenvolvimento neuromuscular caracteriza-se por um período de


aprimoramento e expansão das habilidades adquiridas nas fases anteriores.

Habilidades motora grossa do escolar

são refinadas nesse período. Seus movimentos tornam-se mais coordenados


equilibrados e harmoniosos. Passa a preferir brincadeiras grupais que
permitam exercer as habilidades recém-adquiridas. Corre, pula, equilibra-se,
arremessa e capturar, são habilidades desenvolvidas com as brincadeiras
grupais, como pega-pega, garrafinha, esconde-esconde, barra-manteiga, pula
corda, amarelinha, bicicleta, jogos com bola. Tem apreço por esportes e outras
actividades competitivas, que se revelam como um modo de o escolar mostrar
a sua competência e força física. Nessa idade intensifica-se a separação dos
jogos de acordo com o sexo.
Habilidade motora fina

 as habilidades motoras manuais estão desenvolvidas, mas ainda de


modo desajeitado. Aos 6 anos, pode manusear a tesoura com bom
domínio, assim como realizar actividades de colagem.
 Aos 7 anos, pode dar laços com perfeição e desenhar. Discrimina a
direita da esquerda em relação ao seu corpo.
 Aos 8 anos, inicia a escrita cursiva, distingue a direita da esquerda,
tendo como referência outros corpos.

Em geral, as meninas apresentam melhor destreza manual. Por essa razão ,


tendem a realizar habilidades motoras finas com mais capricho que os
meninos.

Desenvolvimento perceptivo

O escolar desenvolve a percepção de si, de sua imagem corporal. À medida


que cresce, torna-se mais exigente e avalia, de forma crítica suas
características.

O escolar ( a partir dos sete anos) analisará o mundo como um sistema de


objectos e pessoas em acção, enfim, o escolar de maior idade ( a partir dos
doze anos ) passara a perceber o mundo como um sistema de relações
complexas as quais participam tanto as pessoas como os objectos. Essa
mudança está directamente ligada ao gradual do desenvolvimento da
linguagem.

Desenvolvimento cognitivo

O período escolar é descrito por Pigeat ( como a fase do pensamento


“operacional concreto”. O escolar passa a realizar operações lógicas e é capaz
de realizar acções mentais, como adição, subtracção, classificação,
casualidade, categorização, raciocínio indutivo, dedutivo, conservação e
números. Ele vai da premissa às conclusões de modo lógico, mas limitado a
eventos observáveis. O escolar também desenvolve a noção de tempo e
espaço real, aprende a ler relógio e a contar os dias em semanas, mês e ano,
assim como entender as estações do ano.

No decorrer dos anos escolar, as crianças fazem um progresso regular nas


capacidades regulares e manter a atenção, processar e reter informação e
planejar e monitorar seus comportamentos. A medida que o seu conhecimento
aumenta, as crianças tornam-se mais consciente dos tipos de informação
importantes a que eles devem prestar atenção e lembrar.

Atenção selectiva; crianças em idade escolar podem concentrar-se por mais


tempo do que crianças mais novas e podem focalizar-se na informação que
necessitam e desejam enquanto filtram informações irrelevantes. Por exemplo:
os concorrentes em uma competição de soletração fazem uso de estratégias
mnemônicas como retenção ( repetição), organização e elaboração.

A memória de trabalho é necessária para armazenar informações enquanto


outro material está sendo manipulado mentalmente, a capacidade da memória
de trabalho de uma criança pode afectar directamente o seu sucesso escolar.

A linguagem

Com 6 anos, a criança possui um vocabulário de 2.500 e 3.000 palavras. O seu


discurso é fluente, claro e foneticamente correcto. Ele/ela entende sinónimos e
consegue dar explicações às ocorrências. Expressa-se com sentença de 5 a 6
pessoas e apresenta sintaxe gramátical correcta.

O escolar é capaz de relatar um facto na ordem cronológica dos


acontecimentos. Sente prazer de contar histórias, em geral de factos ocorridos
na escola ou nos grupos de amigos. Passa a se interessar por leitura e
descobre que há um “mundo” a ser conhecido.

Desenvolvimento social

Na fase escolar a criança dá um salto de qualidade em relação a socialização,


torna-se cortês e leal, respeita as regras e estabelece normas a família.
Desmistifica a visão de seus pais como seres perfeitos questiona seus valores
e, dessa forma passa, a ter uma relação de camaradagem com eles. A criança
percebe que pode conquistar admiração e consideração das pessoas por meio
de coisas que produz, por esse motivo busca engajar-se em actividades para
construção de algo. Participa em actividades socialmente úteis como tarefas
domésticas e funções cooperativas na escola, igreja que possibilitam o
desenvolvimento de seu senso de valor e auto-estima. Começa a dar
preferência ao convívio com os amigos em detrimento da participação nas
actividades familiares assim sendo, o escolar amplia suas relações para além
de sua casa.

Grupo de amigos

No grupo pode partilhar decisões, o que lhe permite dar passos gradativos e
cautelosos para a conquista de sua independência, aliviando-o da
responsabilidade individual. No grupo de amigos aprende a argumentar,
persuadir, barganhar , cooperar e comprometer-se para manter as amizades.
Desenvolve o senso de competição. Nos jogos de equipe, aprende a modificar
objectivos pessoais por objectivos do grupo. Tende a renunciar os seus
objectivos, ideias e desejos em prol das metas do grupo, aprende que o
conceito de divisão de trabalho é uma estratégia eficaz para o alcance de um
objectivo maior.

A moral

O escolar começa a discernir o certo do errado, mas, mesmo consciente, pode


mentir ou tropecear para sair de uma situação difícil.

Disciplina

O estabelecimento de limites continua sendo importante na fase escolar, mas


os pais podem combinar com o escolar a punição a que será submetido se não
cumprir o combinado. A determinação de medidas disciplinarmente adequadas
( proporcionais a transgressões), em comum acordo, é um modo mais eficaz
para levar o escolar a cumprir regras.

Desenvolvimento da personalidade da

puerícia intermediária (6 a 12 anos)


Na descrição de Freud ( 1938 como citado em Coll et al 2007,p. 253 ), os anos
escolares correspondem com o período de latência, uma etapa de relativa
tranquilidade que está entre a sexualidade pré-genital infantil e a sexualidade
genital que aparecerá na puberdade.

De acordo com o Erikson ( 1980 como citado em Coll et al 2007,p. 253 ) , as


experiências que as crianças vão tendo nos diferentes contexto de
desenvolvimento farão com que o desenvolvimento da personalidade se incline
para um dos pólos que definem essa etapa. Dessa forma, quando a criança vai
ganhando habilidades e destrezas sociais, sente-se competente e produtiva, no
pólo oposto, as experiências negativas e o fracasso escolar levam a
sentimentos de incompetência e de inferioridade.

Em resumo, as descrições clássicas do desenvolvimento da personalidade


durante estes anos nos remetem a uma maior concentração de crianças no
âmbito da adaptação social, de novas tarefas intelectuais e relacionais . As
bases da personalidade já estão formada em consequência dos anos
anteriores, o que não deve ser entendido como se não pudesse haver
modificações, mas como se as mudanças que foram produzidas partirão sem
dos alicerces já construído.
Conclusão

Neste trabalho sintetizamos as principais transformações físicas, perceptivas,


cognitivas, social) da personalidade da puerícia intermediária ( 6 aos 12 anos ).

Portanto, a Psicologia do Desenvolvimento é de extrema importância, pois


explica as diferentes etapas ao longo do desenvolvimento humanos. A etapa
escolar é caracterizada pelos desenvolvimentos físico, perceptivo, cognitivo,
social e da personalidade escolar. No que concerne ao desenvolvimento físico
da criança (6 a 12 anos), a criança tem maior habilidade motoras grossa e fina,
tem maior equilíbrio corporal, consegue realizar várias actividades, como
correr, pular, brincar, jogar bola. No desenvolvimento perceptivo, a criança tem
maior capacidade para perceber o mundo e a si própria/o. O desenvolvimento
cognitivo, a criança tem um pensamento mais evoluído, consegue utilizar os
diferentes processos de memorização e atenção, a sua linguagem é mais
fluída. O desenvolvimento social, a criança na puerícia intermediária dá um
salto na socialização, porque tem maior capacidade de interação com os
colegas, os pais, os grupos de amigos. As suas emoções são mais estáveis.
No desenvolvimento da personalidade as crianças vão tendo várias
experiências no diferentes contexto do desenvolvimento fazendo com que a
personalidade se desenvolve em um dos pólos.
Referência

Coll, C., Marcharchesi, A., & Palácios, J. et al. (2007). Desenvolvimento


psicológico e educação.1 Psicologia evolutiva ( 2ª.ed ). Porto Alegre: Artmed.

Feldman, R. D., Martorell, G., & Papalia, D. E. (2013). Desenvolvimento


Humano ( 12ª.ed). Porto Alegre: AMGH.

Fujimori, E., & Ohara, C. V .S. ( 2009). Enfermagem e a saúde da criança na


atenção básica ( 1ª.ed): Manole.

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