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QUANDO DEVO LEVAR O MEU FILHO AO PSICÓLOGO

São muitos os mitos existentes acerca do acompanhamento psicológico com crianças e


adolescentes, especialmente nas faixas etárias mais tenras. Os pais, preocupados com o bem-
estar e ajustamento psicológico dos seus filhos, temem frequentemente solicitar o apoio
psicológico.

Quando nossos filhos tem febre, dor ou algum outro sintoma físico, imediatamente
agendamos uma consulta com o pediatra. Mas, quando eles estão com algum problema que
afeta a saúde mental e bem-estar psicológico, nem sempre conseguimos identificar os sinais
assim, de primeira. Em outras situações existe o receio de reconhecer que se precisa de ajuda
com o medo de os pais serem classificados como não sendo competentes ou sendo os
culpados pela condição atual da criança.

Reconhecer a difícil missão de ser pai e enfrentar este desafio recorrendo ao apoio
psicológico é um ato que manifesta um profundo sentido de responsabilidade e respeito. Tal
decisão não revela incapacidade ou fraqueza dos pais, mas antes um forte sentido de pertença
e entrega pelos seus filhos, devendo por isso ser aplaudida.

Há inúmeros motivos que podem levar pais e responsáveis a procurar um psicólogo.

Quando devo recorrer ao Psicólogo Infantil?

O psicólogo infantil é um profissional especializado que pode ser um forte aliado na


promoção do desenvolvimento harmonioso das crianças.

A criança evidencia algum comportamento prejudicial à sua qualidade de vida como


por exemplo

• Dificuldades:

o Comportamentais: agressividade;

o emocionais tais como ansiedade, fobia, isolamento social e depressão;

o relacionais com pais, professores, colegas ou outros;

o atenção e concentração;
o aprendizagem

o autismo

o sono.

• Perturbações:

o de eliminação: enurese (dificuldade de controlo da urina, sobretudo


durante o sono) e ecoprese (dificuldades de controlo das fezes);

o sono.

• Situações familiares impactantes como adoção, divórcio, maus-tratos.

• Processo de luto.

• Alterações ou distúrbios alimentares tais como recusa alimentar, anorexia e


bulimia

A partir de que idade as crianças podem passar no psicólogo?

O psicólogo infantil começa atender crianças por volta de 1 ano e meio de idade.

Em que consiste o acompanhamento de Psicologia Infantil?

O apoio psicológico é feito numa perspectiva de intervenção breve e com fases


distintas.

O psicólogo infantil tem uma formação que lhe permite estabelecer com a criança uma
relação que lhe forneça segurança para encarar o espaço proporcionado enquanto momento
de partilha e validação emocional. A forma de falar, o tom, a postura que usa criam um
ambiente de acolhimento e confiança.

Antes do início da psicoterapia, o psicólogo realiza entrevistas iniciais com os pais para
reunir informações sobre a história da criança e da família. Só após esse contacto inicial, é que
o psicólogo tem condições para avaliar a condição psicológica e, posteriormente, o número de
sessões que necessitará, assim como a periodicidade das mesmas.
Habitualmente as sessões têm um carácter semanal numa fase inicial, passando depois
para quinzenais até a fase do follow up (por ex: monitorização de 3 em 3 meses ou 6 em 6
meses que pode ser realizada presencialmente ou pelo telefone). A duração média das sessões
é de 30-40 minutos.

Como é realizado o acompanhamento de Psicologia Infantil?

Durante a psicoterapia, o psicólogo utiliza essencialmente recursos lúdicos para


compreender os sentimentos, pensamentos e angústias das crianças através das brincadeiras.
É de salientar que cada criança, cada faixa etária exigi recursos específicos para a sessão fluir.

Por sentir-se aceite e compreendida no contexto que lhe é proporcionado, a par das
estratégias utilizadas por estes profissionais, verificam-se melhorias significativas no
comportamento das crianças em casa e na escola.

A saúde mental e psicológica das crianças e adolescentes jamais deverá ser ignorada.

Não desvalorize os sinais que as crianças e os adolescentes nos vão apresentando


porque todos os sintomas são reais.
Lembre-se que não é possível “carregar num interruptor e desligar os sintomas”. Os
problemas de Saúde Psicológica não dependem da “força de vontade” , é natural que, por
muito que a criança ou adolescente queira sentir-se melhor e comportar-se de forma
diferente, não o consiga fazer.
Procurar ajuda é um sinal de força e não de fraqueza.

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