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Bicho de Sete Cabeças - Questões

Acadêmico: Elias José da Silva

1 – Dentre outros elementos, o filme nos apresenta os vínculos fundados


entre Neto e sua família. Descreva o que você percebeu sobre esses
vínculos familiares.

O pai conservador e rude não procura em nenhum momento dialogar com o


rapaz, nem tenta compreender as mudanças que passam na cabeça do filho
numa fase tão conturbada como a adolescência o qual como muitos
adolescentes apresentam um comportamento rebelde, reforçado pelo fato de
procurar aceitação e identificação por um grupo de amigos do qual faz parte,
incitando-o a utilizar bebidas alcoólicas e ter atitudes de confronto com o pai.

2 – Explique como você compreendeu o vínculo estabelecido entre o


paciente e a instituição de saúde mental.

Não houve vínculo algum. Lá ele tem contato com uma realidade que ele nunca
pensou que existia, o que gera a grande crítica do filme, o descaso e os abusos
que há com os pacientes que vivem em hospitais psiquiátricos. O tratamento
violento sofrido pelo jovem dentro do hospital, desde a submissão a altas
voltagens de eletrochoque, além da ingestão de doses maciças de
medicamentos lhe trouxe consequências desastrosas e grandes sequelas.

3 – Neto, em determinada cena, tenta fugir. Ao início do filme, ele é jovem,


forte e até saudável, havendo várias cenas dele correndo e bem disposto.
Nessa cena em que foge e na sua corrida, no seu trote, é mostrada uma
pessoa já bem diferente. Como ele corre em direção à saída da clínica? O
que possivelmente isso demonstra? Quais foram as consequências de
sua tentativa de fuga da clínica?

A sua corrida é desesperada, fraca, trôpega e perdida. Isso demonstra seu


estado emocional completamente destroçado e desnorteado. Como
consequência de sua tentativa de fuga eme recebe choques elétricos na
cabeça. Simples horrível essa cena.

4 – Como Neto ficou ao voltar para a casa? Qual foi a consequência da


estada de Neto na clínica?

Ao voltar pra casa Neto ficou totalmente desnorteado, tanto é que aprontou
novamente trazendo sobre si uma nova internação em local pior que o anterior.
Nesse novo local, novos traumas foram construídos em função do tratamento
doentio de um funcionário. A clínica, tirou sua auto estima, valor pessoal
deixando-o quase como um animal.

5 – A ideia de adequação ao sistema é uma das discussões do filme


“Bicho de sete cabeças”. Em que momento o “sistema” o enquadrou
novamente? Ele conseguiu lidar com o pertencimento? Como você
discorreria sobre as ideias de pertencimento e do não-pertencimento,
considerando o momento em que Neto volta pra casa?

O sistema o enquadrou como mal e irrecuperável, ao manipulá-lo através de


um tratamento medicamentoso que o tornou dependente do sistema. Covardia
extrema o que fizeram com Neto, ao darem medicamentos pra que ele
“engordasse” e parecesse mais “vistoso” ao receber a visita de familiares.

Os indivíduos pensam em si mesmos como membros de uma coletividade na


qual símbolos expressam valores, medos e aspirações. Isto é
PERTENCIMENTO. Coisa que Neto havia perdido ao sair do Sistema.

A necessidade de pertencimento foi primeira- mente mencionada por


Baumeister e Leary (1995), sendo definida como uma motivação que seres
huma- nos têm para procurar e manter laços socais profundos, positivos e
recompensadores. Pensando nessa definição, Neto, ao voltar pra casa, perdeu
a capacidade de contruir e manter lacos sociais profundos tanto com a família
como com a sociedade. Fim trágico.
6 – Redija um pequeno texto, refletindo sobre a ideia de marginal. O que é
ser marginal em nossa sociedade?

O conceito de marginalidade pode ser empregado no campo moral, no campo


econômico e no campo social. Quando assim aplicado está associado à
“bandidagem”, à pobreza, à exclusão, como no caso de Neto.

Se fizermos uma análise mais profunda do seu uso podemos perceber que na
literatura em geral, o termo marginalidade vincula-se a diversos aspectos da
vida real, tais como: caos, colapso, degradação, segregação, desagregação,
deteriorização, discriminação, diferença, entre outros. Nesse sentido, a
marginalidade vem da díade de relações de uma sociedade em desarmonia.
Torna-se marginal quem está do lado oprimido, excluído. Vejo Neto em todos
esses aspectos de marginalidade ligados à vida real. É assim que são
construídos os duetos tão ressonantemente ouvidos no mundo atual: rico-
pobre, norte-sul, centro-periferia, incluído-excluído, desenvolvido-
subdesenvolvido, masculino-feminino, hétero-homo, branco-negro, urbano-
rural.

7 – Produza, agora, um texto, a partir das seguintes questões: O que é ser


louco? O que é pertencer? O que é ser diferente?

Pensando em Neto, ser louco poderia ser melhor definido como sendo um
Distúrbio mental grave que impede alguém de viver em sociedade, definido
pela incapacidade mental de agir, de sentir ou de pensar como o suposto;
insanidade mental.

Sobre o que é PERTENCER, quero ir pelo oposto de sua definição: É


o sentimento de não ter um lugar, de não ter pessoas a sua volta, que se
enquadrem na definição de lar. ... O sentimento de não pertencimento, tem
levado muitas pessoas a depressão e a depressão tem levado muitas pessoas
à morte.

Logo, PERTENCER, significa mais que ter uma casa. Quer dizer ter um LAR,
ter carinho, colo, abraço, ouvidos, um lugar onde os relacionamentos são
profundos, onde a pessoa é aceita do jeito que é, sem ser segregada.

Na minha definição, simplista talvez, ser DIFERENTE É SER NORMAL. Num


Mundo em que o Normal é ser igual, eu prefiro ser Diferente! Ser diferente é
ser quem você é. Simples assim. Rsrs.

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