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Não houve vínculo algum. Lá ele tem contato com uma realidade que ele nunca
pensou que existia, o que gera a grande crítica do filme, o descaso e os abusos
que há com os pacientes que vivem em hospitais psiquiátricos. O tratamento
violento sofrido pelo jovem dentro do hospital, desde a submissão a altas
voltagens de eletrochoque, além da ingestão de doses maciças de
medicamentos lhe trouxe consequências desastrosas e grandes sequelas.
Ao voltar pra casa Neto ficou totalmente desnorteado, tanto é que aprontou
novamente trazendo sobre si uma nova internação em local pior que o anterior.
Nesse novo local, novos traumas foram construídos em função do tratamento
doentio de um funcionário. A clínica, tirou sua auto estima, valor pessoal
deixando-o quase como um animal.
Se fizermos uma análise mais profunda do seu uso podemos perceber que na
literatura em geral, o termo marginalidade vincula-se a diversos aspectos da
vida real, tais como: caos, colapso, degradação, segregação, desagregação,
deteriorização, discriminação, diferença, entre outros. Nesse sentido, a
marginalidade vem da díade de relações de uma sociedade em desarmonia.
Torna-se marginal quem está do lado oprimido, excluído. Vejo Neto em todos
esses aspectos de marginalidade ligados à vida real. É assim que são
construídos os duetos tão ressonantemente ouvidos no mundo atual: rico-
pobre, norte-sul, centro-periferia, incluído-excluído, desenvolvido-
subdesenvolvido, masculino-feminino, hétero-homo, branco-negro, urbano-
rural.
Pensando em Neto, ser louco poderia ser melhor definido como sendo um
Distúrbio mental grave que impede alguém de viver em sociedade, definido
pela incapacidade mental de agir, de sentir ou de pensar como o suposto;
insanidade mental.
Logo, PERTENCER, significa mais que ter uma casa. Quer dizer ter um LAR,
ter carinho, colo, abraço, ouvidos, um lugar onde os relacionamentos são
profundos, onde a pessoa é aceita do jeito que é, sem ser segregada.