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TCC com crianças e

adolescentes
Profa. Dra. Carmem Beatriz Neufeld
Profª Drª Carmem Beatriz Neufeld
 Livre-Docente em TCC – USP

 Pós-Doutora em Psicologia – UFRJ

 Doutora em Psicologia – PUCRS

 Mestre em Psicologia – PUCRS

 Psicóloga – URCAMP

 Professor Doutor do PPGP-DP-FFCLRP-USP

 Coordenadora do LaPICC

 Bolsista Produtividade CNPq

 Vice-Presidente da ALAPCO (Gestão 2015-2018)

 Ex-Presidente da FBTC (Gestão 2011-2013/ 2013-2015)

 Terapeuta Cognitiva Certificada pela FBTC com mais de 20 anos de experiência

 Avaliadora Institucional e de Cursos de Graduação do INEP do Ministério da Educação – MEC

 URL: www.lapicc.com.br / lapicc@usp.br / cbneufeld@usp.br


No almoço, Igor, 3 anos, estava tomando leite quando
suas mãozinhas derrubaram o copo. O pai, muito sério,
disse:
- “Igor, tome cuidado! O que você deve dizer agora?”
- “Põe mais leite no copo?”
Habilidades a serem adquiridas no
desenvolvimento

• À medida que as crianças crescem, espera-se que:

• Obtenham controle de seus esfíncteres;

• Aprendam que seus pais sempre voltam;

• Parem de chorar quando eles saem;

• Gradualmente obtenham habilidades de auto-controle;

• Desenvolvam a positividade e uma capacidade de auto-


avaliação;

• Aprendam a conduzir a comunicação e a negociação verbal


em vez de chorar sempre que desejam alguma coisa.
Desenvolvimento

Fatores biológicos
x
Fatores ambientais
Fatores Biológicos
Temperamento
 Componente biológico da personalidade.
 Direciona a tendência de funcionamento do
indivíduo.
 Sofre influências ambientais, mas não pode
ser totalmente modificado por elas.
 Determina a quantidade ideal requerida das
necessidades emocionais básicas do sujeito
em cada momento crítico do
desenvolvimento.
Temperamento
• Acreditamos que o temperamento determine em parte se
um indivíduo irá se identificar e internalizar as
características de uma pessoa importante.
• Temperamento vai selecionar aquelas informações a que
ficarei mais atento para gerar memórias.
• Muitos sinais que contradizem o esquema acabam por não
serem percebidos.
➢ Thomas e Chess identificaram nove facetas do
temperamento, que, posteriormente foram
agrupadas em três grandes grupos, conforme a
manifestação.
(Young et al., 2008)
Nível de atividade
• Quantidade de atividade motora,
considerando períodos de atividade e
inatividade.
Ritmo biológico
• Previsibilidade ou imprevisibilidade das
funções biológicas como sono, fome ou
funcionamento do intestino.
Resposta inicial
• De que maneira a criança reage diante
de novos estímulos como alimentos,
pessoas, lugares, brinquedos.
Adaptabilidade
• Capacidade de se ajustar a mudanças.
Limiar sensorial
• Nível de sensibilidade a estímulos
sensoriais, se a criança é atraída ou
repelida por barulhos, luzes, contato físico.
Qualidade do Humor
• Apresentação mais frequente de afeto
positivo ou negativo.
Intensidade das reações
• O quanto a criança é afetada e o nível da
reação exibida diante de situações
adversas (por exemplo, receber uma
mordida de outra criança).
Distração
• O quanto estímulos podem
captar o sistema atencional
da criança.

Persistência e nível de atenção


• Persistência refere-se a
quanto a criança se mantém
em uma tarefa apesar de
dificuldades e obstáculos. Nível
de atenção trata do período
de tempo no qual a criança
permanece em uma tarefa
sem interrupção.
Classificação do temperamento (Thomas &
Chess)

• New York Longitudinal Study (1956) é um estudo clássico


sobre traços de personalidade e tipos de temperamento.
Foram estudadas 138 crianças desde seu nascimento até
sua adolescência.

• (a) temperamento fácil corresponde a crianças que


apresentam regularidade nas funções biológicas, respostas de
aproximação positiva a estímulos novos, alta adaptabilidade
a mudança, intensidade de humor de leve a moderada e
preponderantemente positiva. Na primeira infância, tendem
a estabilizar rapidamente o sono e a escala de alimentação.
Se adaptam rapidamente a novas rotinas, novas comidas e
novas pessoas. Ao crescerem, aprendem regras de jogos
rapidamente, participam prontamente de novas atividades
e se adaptam facilmente à escola;
Classificação do temperamento (Thomas &
Chess)

• (b) temperamento difícil, crianças com esse


temperamento apresentam irregularidade nas
funções biológicas, respostas de retraimento negativo
a estímulos novos, não adaptação ou adaptação lenta
a mudanças e expressões de humor intensas,
frequentemente negativas;

• (c) temperamento lento para reagir, caracterizado


por baixos níveis de atividade, tendência a se retirar
na primeira exposição a estímulo novo, eram mais
lentas para se adaptar, o humor um tanto negativo,
respondiam a situações com uma intensidade baixa
de reação.
Fatores ambientais
(Brazelton & Greenspan, 2002)

Necessidades básicas da infância e da


adolescência

• Relacionamentos sustentadores e contínuos


• Proteção física, segurança e regras
• Respeito as diferenças individuais
• Respeito as fases do desenvolvimento
• Limites, organização e expectativas
• Comunidades estáveis, amparadoras e continuidade
cultural
Apego: definição

Apego refere-se a um Envolve as necessidades


desejo de proximidade de segurança e
expressado pela criança proteção do recém-
em relação ao cuidador. nascido.
Teoria do Apego
• Seu princípio mais importante é que um recém-nascido precisa
desenvolver relacionamento com, pelo menos, um cuidador primário para
que seu desenvolvimento social e emocional ocorra bem.
• Bebês apegam-se a adultos que são sensíveis e receptivos às relações
sociais com eles e que permanecem como cuidadores compatíveis por
alguns meses durante o período compreendido entre 6 meses a 2 anos de
vida.
Precursores da Teoria do Apego
• Estudo de Harlow sobre dependência em macacos

• Harlow postulou ser o vínculo entre a mãe e o filhote, essencial para a


saúde mental e o desenvolvimento normal dos primatas, indicando o
conforto do contato como variável-chave para o comportamento de
aproximação e não o alimento (Bowlby, 1984a; 1984b).

https://www.youtube.com/watch?v=qjiioOmWnqg&feature=you
tu.be
Precursores da Teoria do Apego
Efeitos da separação de macacos rhesus e suas mães.

Quando a mãe era retirada do contato com o filhote por alguns dias, este
passava a apresentar diminuição da atividade motora bem como do ritmo
das brincadeiras. Mesmo quando a mãe retornava, alguns sintomas
permaneciam, demostrando os efeitos duradouros da separação no
comportamento dos animais (Hinde citado por Ainsworth & Bowlby, 1991).
Sistema de Apego

• Governa os vínculos entre as crianças e as figuras cuidadoras no início da vida.


• É ativado toda vez que existe uma quebra no equilíbrio entre o organismo e o
ambiente, com alguma espécie de ameaça para a sobrevivência.
• A ativação do Sistema gera reações na criança cujo objetivo é a aproximação da
figura de apego para proteção.

• Quando a figura de apego se aproxima, o equilíbrio é restabelecido, em uma espécie de


retorno à homeostase e o Sistema de Apego é desativado.
• No início da vida, há mesmo a necessidade de contato físico para que a
desativação do sistema ocorra. Futuramente, com o desenvolvimento cognitivo da
criança, outras estratégias como falar ao telefone, fotos ou mesmo apenas pensar
sobre a figura de apego, podem desativar o Sistema de Apego.
Sistema de Apego

• Uma criança pequena é extremamente dependente e incapaz de se


regular emocionalmente sozinha.
• Quando ela se sente ameaçada, o seu Sistema de Apego é ativado,
com a emissão de comportamentos para obter a aproximação da
figura de apego.
• Quando existe uma figura de apego presente e responsiva, o Sistema
de Apego é desativado pela aproximação da figura de apego que
assim regula emocionalmente a criança.
• Caso isto não aconteça com frequência, a fisiologia da criança acaba
por sofrer o impacto da negligência e abuso.
Disponibilidade da figura de Invalidação da figura de apego
Momento de estresse Falta de suporte emocional
Momento de estresse apego
Recebimento de suporte Punição
emocional

Desenvolve um modelo interno de funcionamento - representações das


experiências da infância relacionadas às percepções do ambiente, de si mesmo e das
figuras de apego

Se a figura de apego está disponível e realiza ações para alcançar ou manter proximidade com a criança,
proporciona um sentimento de proteção e segurança que é fortificador da relação.
• As principais variáveis para a formação da qualidade do vínculo e,
consequentemente do Sistema de Apego são: a presença/ausência,
(no sentido físico mesmo) e a acessibilidade/ inacessibilidade, ou
seja, de que a figura de apego está não apenas presente, mas que a
criança possa acessá-la em busca de suporte (Bowlby, 1984b).

• Sensibilidade parental - sensibilidade da figura de apego para


perceber, interpretar corretamente e responder pronta e
adequadamente aos sinais emitidos pela criança.
• É a partir do histórico de interações com a figura de apego, incluindo
a sua acessibilidade e responsividade que atuam em conjunto com a
sofisticação cognitiva decorrente do desenvolvimento da criança, que
a criança começa a formar representações relacionadas a esta
interação, realizando modelos de como o outro irá reagir em resposta
às suas necessidades.
• A boa qualidade do apego permite gradualmente que a criança crie
um senso de segurança interno, uma espécie de lugar seguro dentro
de si, criando então uma noção de valor pessoal adequado e a
capacidade de se regular emocionalmente (Mendes & Pereira, 2018).
• Relacionamento cuidador-criança provido de
uma base segura.

• A criança pode explorar seu ambiente de


forma entusiasmada e motivada e, quando
estressada, mostra confiança em obter

Apego
cuidado e proteção das figuras de apego, que
agem com responsividade.

seguro • As crianças seguras incomodam-se quando


separadas de seus cuidadores, mas não se
abatem de forma exagerada.

• As características da interação entre o


cuidador e a criança, são de cooperação, com
instruções seguras e monitoração por parte
do cuidador, ao mesmo tempo em que este
encoraja a independência daquela.
Apego seguro

Criança Cuidador

• Usa o cuidador como base • Reage de forma apropriada, rápida e


consistente com as necessidades da
segura para exploração. criança.
• Protesta contra a partida do • Conseguiu formar um vínculo com
cuidador e busca sucesso.
proximidade.
• Mostra-se emocionalmente
• Pode ser confortada por disponível, quando necessário, e
responde coerentemente quando a
estranhos, mas prefere criança apresenta sinais de busca de
claramente o cuidador. proximidade.
• Caracterizado pela criança que, antes de ser
separada dos cuidadores, apresenta
comportamento imaturo para sua idade e pouco
interesse em explorar o ambiente, voltando sua
atenção aos cuidadores de maneira preocupada.
• Após a separação, fica bastante incomodada,
Apego sem se aproximar de pessoas estranhas.
Quando os cuidadores retornam, ela não se
resistente ou aproxima facilmente e alterna seu
comportamento entre a procura por contato e a
ambivalente brabeza.
• Expressa raiva e angústia diante da separação e
não se conforta com facilidade.
• M. Ainsworth (1978) sugere que, em alguns
momentos, essa criança recebeu cuidados de
acordo com suas demandas e, em outros, não
obteve uma resposta de apoio, o que pode ter
provocado falta de confiança nos cuidadores, em
relação aos cuidados, à disponibilidade e à
responsividade.
Apego resistente ou ambivalente
Criança Cuidador

• Incapaz de usar o cuidador como • Inconsistente entre respostas


uma base segura, busca apropriadas e negligentes.
proximidade antes que a
separação ocorra. • Geralmente, irá reagir apenas
depois do aumento do
• Irrita-se com a separação com comportamento de apego do
ambivalência, raiva, relutância a recém-nascido.
aconchegar-se ao cuidador.

• Preocupa-se com a
disponibilidade do cuidador,
buscando contato, mas resistindo
furiosamente quando é
alcançado.
Apego evitativo
• Crianças com este tipo de apego brincam de forma tranquila, interagem pouco com os
cuidadores, mostram-se pouco inibidas com estranhos e chegam a se engajar em
brincadeiras com pessoas desconhecidas durante a separação dos cuidadores.
• Quando são reunidas aos cuidadores, essas crianças mantêm distância e não os
procuram para obter conforto. São crianças menos propensas a procurar o cuidador e a
proteção das figuras de apego quando vivenciam estresse. Essas crianças deixam de
procurar os cuidadores após terem sido rejeitadas, de alguma maneira, por eles. Apesar
de os cuidadores demonstrarem preocupação, não correspondem aos sinais de
necessidade quando a criança os indica.
• A hipótese sugerida para a compreensão dessas crianças é de que tenham sido
rejeitadas quando revelaram suas necessidades, aprendendo a ocultá-las em
momentos relevantes.
Apego evitativo

Durante o experimento de Em contrapartida, a mãe se


situação estranha, a criança não mostra emocionalmente rígida,
demonstra sofrimento além de rejeitar ou responder
emocional quando a mãe se raivosamente quando a criança
retira do ambiente, além de a procura, ou busca
evitá-la quando esta retorna. proximidade.
• Esse padrão, identificado por M. Main & E. Hesse
(1990), refere-se a crianças que na presença dos
cuidadores, antes da separação exibem um
comportamento constante de impulsividade, que
envolve apreensão durante a interação, expressa por
brabeza ou confusão facial, ou expressões de transe e
perturbações.

• Elas vivenciam um conflito, sem ter condições de


manter uma estratégia adequada para lidar com o que

Apego
as assusta.

desorganizado
• Esses casos aparecem em situações de abuso, nas
quais o cuidador pode significar uma fonte
amedrontadora quando o abusador é externo e faz
ameaças à criança ou quando o próprio cuidador é o
abusador.

• Assim, o padrão desorganizado é associado a fatores


de risco e aos maus-tratos infantis, sendo que fatores
adicionais podem ser incluídos na manifestação desse
padrão, como, por exemplo, transtorno bipolar nos pais
ou uso parental de álcool.
Apego desorganizado
Cuidador
Criança
• Comportamento assustado ou
• Estereótipos como se sentisse frio ou
balançasse ao retorno, balançando o assustador, intrusão, afastamento,
corpo ou se batendo repetidamente. negatividade, confusão de papeis, erros
de comunicação afetiva e maus-tratos.
• Demonstraram falta de orientação em
relação ao ambiente. • Geralmente, esse padrão está associado
a perdas e traumas, como abuso
• Falta de estratégia de apego coerente parental, alcoolismo, abuso de drogas e,
demonstrada por comportamentos até mesmo, luto materno não resolvido.
contraditórios e/ou desorientados, como
aproximar-se, mas com rosto virado. • Característica de medo sem solução que
está no centro da criança com apego
• Choram quando separadas da mãe, desorganizado, tendo em vista que ela
porém, quando esta retorna, evitam-na, possui dificuldades na busca de conforto
ou se aproximam e ficam paralisadas, (Lyons-Ruth e Jacobvitz, 2008)
ou se jogam no chão.
Ameaça Desativação do Sistema
Apego seguro de Apego e Reativação
do Sistema de exploração

Sistema de exploração

Ativação do sistema de
apego (proteção)
• A ativação crônica do Sistema de Apego e a ausência de uma figura
responsiva que o finalize, leva ao colapso do sistema.

• Situações de apego podem ser reeditadas ao longo da vida, caso o


individuo encontre nova figura de apego para processar esta reedição
Fatores de Fatores de
risco proteção
Fatores de Risco X Fatores de Proteção
• Fatores de risco na primeira infância: prematuridade ou
doenças sérias nesse período, autismo, transtornos da
alimentação, atraso do desenvolvimento cognitivo ou geral.
• Barnett (1997) afirma que nenhum outro fator de risco tem
uma associação mais forte com a psicopatologia do
desenvolvimento do que uma criança maltratada, ou seja, o
abuso e a negligência causam efeitos profundamente
negativos no curso de vida da criança.
• A adolescência é um período de risco aumentado para o
início de vários transtornos psiquiátricos. Incluem depressão,
transtornos bipolares, transtorno de pânico, transtorno
obsessivo-compulsivo, anorexia e bulimia nervosa, abuso de
drogas, comportamento anti-social e esquizofrenia.
Fatores de Risco X Fatores de Proteção
• Garmezy (1985) classifica os fatores de proteção em três
categorias:
a) atributos disposicionais da criança - atividades, autonomia,
orientação social positiva, autoestima, preferências, etc);
b) características da família - coesão, afetividade e ausência de
discórdia e negligência etc);
c) fontes de apoio individual ou institucional disponíveis para a
criança e a família - relacionamento da criança com pares e
pessoas de fora da família, suporte cultural, atendimento
individual como atendimento médico ou psicológico, instituições
religiosas, etc.

• A identificação de como e em que fase do desenvolvimento


atuam os mecanismos protetores é fundamental para a
organização de intervenções efetivas para a redução de
problemas de comportamento.
Origem dos Esquemas Desadaptativos
Experiências precoces de vida:
✓ Ambiente carente de estabilidade,
entendimento, amor;
✓ Presença de maus tratos, abusos;
✓ Superproteção;
✓ Internalização/identificação com outros
significantes.
Estresse precoce
Abuso emocional:
• Abuso verbal que afeta o bem-estar ou
moral da criança, ou qualquer conduta
que diminua, embaraça, amedronta ou
isola.
• Exemplos: culpar, ridicularizar, depreciar,
ameaçar, amedrontar, discriminar,
hostilizar, provocar ou rejeitar.

(De Lana, 2019)


Estresse precoce
Abuso físico
• Agressão física cometida por alguém mais
velho, com risco de lesão, colocando em risco a
saúde e o desenvolvimento físico da criança ou
adolescente.

• Exemplos: bater, queimar, morder, torcer,


chutar, envenenar, engasgar, estrangular,
empurrar, beliscar, sacudir, atirar objetos,
afogar ou cortar.

(De Lana, 2019)


Estresse precoce
Abuso Sexual
• Qualquer tipo de conduta sexual praticada por adulto
ou adolescente mais velho envolvendo a criança em
algo que ela não está mental ou emocionalmente
preparada, não compreende totalmente, ou que
ultrapasse as leis ou moral social.

• Exemplos: perguntar, pressionar ou induzir a criança


para qualquer atividade sexual, expor genitais para a
criança para satisfazer seu próprio desejo ou intimidar
ou usar a criança para fins pornográficos.

(De Lana, 2019)


Estresse precoce
Negligência Emocional
• Padrão de falha do cuidador em prover as
necessidades básicas emocionais e psicológicas;
como amor, atenção, motivação, encorajamento
e suporte emocional, intencionalmente ou não.

• Exemplos: não segurar ou confortar o bebê, não


interagir com a criança, ignorar as necessidades
da criança de afeto, não apreciar os sucessos da
criança.

(De Lana, 2019)


Estresse precoce
Negligência Física
• Falha do cuidador em
prover as necessidades
básicas, como um lar ou
abrigo, segurança física,
vestimentas adequadas
ao clima, supervisão,
alimentação adequada e
cuidados com a saúde.
• Exemplos: deixar a
criança manipular o
fogão sozinha, deixar a
criança como cuidadora
de outra criança
menor, não levar a
criança ao médico
quando necessário.
(De Lana, 2019)
(Stubbe, 2008)
Problemas relacionados a abuso ou
negligência

 Dados epidemiológicos inconclusivos

 Estimativa de que 60% dos casos relatados de maus-tratos a crianças


envolvem negligência, 22% abuso físico, 10%abuso sexual, 7% abuso
psicológico ou emocional

 Pais como autores de 80% dos abusos físicos, mas menos de 3% dos abusos
sexuais

 Abuso sexual em uma proporção de 5:1 entre meninas e meninos

 Maior fatalidade em função de abusos físicos na população de meninos

 Maior probabilidade de desenvolvimento de TEPT, que por sua vez gera


maior probabilidade do desenvolvimento de outros transtornos (Humor,
Ansiedade, Transtornos de Personalidade do “Cluster” B)
Para Beck

SER
Biológico Social Psicológico
Escolhas HUMANO
Esquemas disfuncionais
Nível de gratificação das necessidades emocionais básicas
(cuja intensidade é idiossincrática) de cada período do
desenvolvimento.

 surgem a partir de experiências inadequadas e


continuadas na família nuclear (pais e irmãos) e outros
significativos (professores, amigos) e não necessariamente
de traumas ou maus tratos exclusivamente.
Tarefas evolutivas x necessidades centrais individuais na infância:
 Demandas psicológicas a serem supridas pelos cuidadores e
ambientes, conforme determinada etapa do desenvolvimento.
1. Aceitação e pertencimento – desenvolvimento de vínculos
seguros, relacionamentos amorosos e estáveis com outros
indivíduos.
Tarefas evolutivas x necessidades centrais da infância:
2. Autonomia, competência, autoeficácia e independência dos outros.
3. Limites realistas e desenvolvimento do autocontrole.
4. Autoestima - Respeito aos desejos e aspirações – validação das
necessidades
5. Expressão emocional legítima – liberdade para sentir e expressar
as emoções.
0 a 3 anos

1 2 3 4
Desenvolviment
o de habilidades
Desenvolvimento de Identificar como as Verificar as crenças motoras e da
apego. Atendimento demandas com o parentais sobre as linguagem.
às demandas de bebê, a mudança no necessidades do bebê Alimentação.
cuidado, afeto. núcleo familiar e sobre as práticas Sono.
Responsividade ao afetam a relação educativas.
bebê. dos pais com a
criança.
As tarefas evolutivas dessa fase do
desenvolvimento incluem:

• Controle dos esfíncteres;

• Desenvolvimento da autonomia;

• Conhecimento das emoções;


Fase pré- • Aprimoramento da linguagem;
escolar
• Início do desenvolvimento da tolerância à
frustração;

• Excesso de birras e expressões de raiva.

(Papalia & Feldman, 2013).


São tarefas específicas dessa faixa etária a cooperação social,
autoconsciência, aquisição de competências culturais (leitura,
escrita, aritmética), bem como jogar e trabalhar em grupo.
Nessa faixa etária, a criança pode estar propensa a
desenvolver sentimentos de inadequação e inferioridade, já
que são confrontados com exigências em relação ao
desenvolvimento cognitivo, físico e psicossocial.

Fase
Nessa idade é frequente medos relacionados ao fracasso,
escolar doença, morte, desastres, comentários negativos.
Principais necessidades a serem atendidas nessa faixa
etária: autonomia, autoestima, identidade pessoal.
Tarefas evolutivas: escolha profissional, aceitação pelos
pares, desenvolvimento de relacionamentos afetivos.

Os pais devem priorizar:

- A vivência de momentos alegres;

- Negociação de acordos de maneira justa;

- Planejamento das atividades de recreação com os


filhos;
Adolescência -Evitação de comportamentos de superproteção;

- A construção de uma imagem realista do seu próprio


filho.
Os adolescentes mais seguros têm relações fortes e
sustentáveis com pais que permanecem em sintonia
com a maneira pela qual os jovens veem a si mesmos,
que permitem e encorajam seus esforços para adquirir
independência e constituem um porto seguro nos
momentos de tensão emocional.

Adolescência
Os pais de adolescentes devem encontrar um equilíbrio
delicado entre liberdade excessiva e intromissão
excessiva.
• O desenvolvimento emocional infantil
avança do apego à autonomia e à
individuação.
• Proteção x autonomia
• Quanto maiores forem os cuidados amorosos dos pais e o
enriquecimento do ambiente para a criança, melhores serão as
habilidades de conexão e autocuidado do indivíduo ao enfrentar
estresse na vida adulta.

• Em cada um dos cinco momentos críticos do desenvolvimento da


criança (domínios esquemáticos) há de se fornecer necessidades
emocionais distintas e com graus diferenciados de acordo com a
natureza de cada filho.
PREVALÊNCIA

• Prevalência de psicopatologias na infância: 14 a


22%

• Perturbações mais graves ocorre em um intervalo


de 8 a 10% da população infantil total não
havendo diferenças estatísticas significativas entre
meninos e meninas.
Produção científica em clínica

• Proporção trabalhos com Adultos X Crianças (menor). Aumento a


partir dos anos 80.

• Nem sempre na infância teremos uma classificação diagnóstica nos


termos dos Manuais.

• Os esquemas infantis não são tão solidificados quanto os de adultos.

• O estilo atributivo pessimista é determinado por volta dos 09 anos


embora os efeitos patológicos possam surgir apenas mais tarde
(Safran,1995)

• Crianças com 06 anos possuem a capacidade de compreender


sofrimento (dissonantes) e conseqüências imediatas e futuras de seu
problema (Caminha & Caminha, 2007)
Estudos que embasam a clínica
• Conforme Stallard (2004) numa revisão de 101 estudos de
terapia cognitiva com crianças 79% deles incluíam crianças
com menos de 10 anos de idade.
• Na mesma revisão experimentos com terapia cognitiva se
mostraram eficazes com crianças de menos de 7 anos em
queixas que variavam de encoprese, enurese, ansiedade,
abuso sexual até problemas comportamentais escolares.
O processo terapêutico em
TCC com crianças e
adolescentes
Tcc com adultos X tcc com crianças

Semelhanças:
- Conceitualização de caso;
- Empirismo colaborativo;
- Descoberta guiada;
- Estrutura da sessão;
- Foco no problema;
- Participação ativa do paciente;
- Orientada para objetivos.
Tcc com adultos X tcc com crianças
Diferenças:

- O envolvimento da família e escola são cruciais para o início, manutenção e generalização


bem-sucedidos de ganhos terapêuticos.

- Atenção redobrada a variáveis sócio cognitivas, como linguagem, capacidade de tomada


de perspectiva, capacidade de raciocínio e habilidades de regulação verbal.

- Dificilmente vem à terapia por vontade própria.

- Frequentemente vem para terapia porque suas dificuldades criam problema para algum
sistema (p. ex., família, escola).

- Raramente escolhem quando o tratamento termina.


Aliança terapêutica
terapeuta pais

criança escola

Esquema de Relação Terapêutica (Caminha & Caminha,


2007)
A abordagem com crianças difere-se no que tange ao tipo de
intervenção realizada, que terá como base a criação de
linguagens (muitas vezes não verbais) para acessar o
funcionamento cognitivo da criança e adolescente.
Atenção

Necessidade de adaptar a
técnica ao cliente e
nunca o contrário
Lembrar que...

• Quando uma criança manifesta um


comportamento-problema, na verdade ela não
está criando um problema e sim tentando
resolver, porém não de forma mais
adequada/adaptativa, mas é forma que ela
encontrou no momento(Silvares,1998).
Modelo da TCC para o acesso
infantil
EMOÇÕES**

SITUAÇÃO Vestibulum congue

PENSAMENTOS COMPORTAMENTOS

Crenças: Sobre si
mundo ** Ponto de partida da abordagem com
Futuro crianças
Antes mesmo de iniciar o tratamento com a
criança...

• A TCC com crianças começa antes da chegada do paciente,


já na preparação da sala e na eleição dos brinquedos.
• Cuidados específicos e brinquedos variados.
• Escolher atividades da preferência da criança, de modo a
adaptar os materiais e brinquedos antes da sessão -> Vínculo
terapêutico.
• Orientação aos pais para o início da terapia (não ser algo
punitivo e nem prometer recompensas).
Avaliação inicial e
Orientação de pais
Avaliação infantil
• Garber (1984) destaca quatro parâmetros para
identificarmos se o problema apresentado pela criança é de
fato um problema:
• 1.quanto à intensidade do comportamento ser excessiva ou deficiente;
• 2.a frequência na qual o comportamento problema ocorre ou deixa de
ocorrer;
• 3.a duração é muito linear, pouco linear, varia conforme o ambiente,
é persistente ou não;
• 4.o número de sintomas e suas configurações.
É importante avaliar

✓ História pregressa da criança (gestação, parto puerpério, doenças


maternas e outras intercorrências);
✓ Condições do desenvolvimento (neuromotor, linguagem,
alimentação, hábitos);
✓ Como a criança se relaciona com os outros;
✓ Identificação e compreensão da queixa da criança/pais;
✓ Aspectos e/ou sintomas que dificultam suas adaptação na rotina
diária;
✓ O papel que os aspectos cognitivos exercem na etiologia dos
problemas e sintomas.

Compreensão global do funcionamento da criança nos seus diversos contextos

Conceitualização cognitiva
É importante avaliar

Vida escolar
✓Desempenho acadêmico;
✓Relacionamento com pares;
✓Comportamento em sala de aula;
✓Relação com figuras de autoridade;
✓Adaptação às normas da instituição.
Atendimento Inicial com os Pais
• Histórico do sintoma
• Histórico do desenvolvimento da criança
• Ambiente social
• Questões escolares
• Contrato
• CBCL, Questionário de Estilos Parentais
• Instruir os pais a conversar com a criança sobre a
• psicoterapia: como será e porque ela deve fazer.
Avaliação com os pais

Avaliação

• Sintomas: quais são, período que apareceram, há quanto tempo os


sintomas apareceram e a sua intensidade.

• História social: questões relacionadas a interação social, desempenho


escolar, estabilidade emocional, ansiedade de separação.

• Histórico da família: como os pais se conheceram, doenças mentais


na família, casos divórcio.
Avaliação com os pais

1. Com quanto tempo vocês souberam da gravidez?

2. Como você qualifica, a partir da perspectiva de hoje, a


qualidade de seu relacionamento nessa época? (por
exemplo, amoroso, distante, ou similar).

3. A gravidez, no geral, ocorreu no momento esperado,


foi planejada, foi desejada, não foi desejada.

(Matos & Lopes, 2017)


4. Como a mãe passou a gravidez, tendo em vista:
• Saúde corporal;
• Saúde mental;
• Stress psicológico.
• Problemas com o parceiro (os conflitos aumentaram?
Houve alguma separação ou algo similar?
• Consumo de nicotina, álcool ou outras drogas;
• Houve outras fontes de stress (ex., problemas
financeiros, perda de emprego, ameaças, doença).
(Matos & Lopes, 2017)
5. Como é que você experimentou, como mãe ou como
pai, o nascimento da criança.

6. Do seu ponto de vista, você acha que houve


complicações após o parto? Você, por exemplo, ficou
assustado?

7. Como você se sentiu nos dias e semanas logo após o


nascimento da criança?

8. Você participou dos cuidados da criança nos


primeiros dias e semanas após o nascimento?

(Matos & Lopes, 2017)


9. Houve alguma dificuldade nos três primeiros meses, por
ex., dor, dificuldade em amamentar, dificuldade em
manter contato. Quanto tempo a criança foi
amamentada? Houve complicações, por ex., dor, infecções
no peito. Se não ficou satisfeita, por quê?

10.Você tem mãe/pai saudáveis que ajudam no cuidado com


seu filho?

11.Como os avós de seu filho se comportam? Será que eles


são capazes de ajudá-lo a se fortalecer?

12.Quem alimentava a criança além de você ? Houve outro


cuidador primário? (babá, creche, avó).

(Matos & Lopes, 2017)


13.Perguntar individualmente sobre a infância do pai e
da mãe:
• Descreva, em termos gerais, a sua infância.
• Liste três declarações típicas do seu pai/sua mãe na
sua infância.
• O que você queria fazer diferente de seus pais? Há
certos rituais ou costumes praticados pela sua família
e que são importantes para você?”).
• Nomeie alguns atributos/adjetivos que refletem sua
personalidade. (Matos & Lopes, 2017)

• Como você avalia seu atual estado mental (ex.,


equilibrado, frágil, amedrontado).
Entrevista com os pais
•Descrição dos problemas

•Desenvolvimento: Precipitantes (o que traz à tona,


gatilho, o estímulo q leva ao comportamento)

•Duração (quanto tempo dura, crônico ou episódico)

•Fatores predisponentes (biológico, comportamental,


cognitivo, que predispõem ou liberam o gatilho).
•Descrição dos comportamentos-problema: Comportamental,
cognitivo, afetivo, fisiológico

O que?

Quando

Onde?

Com que frequência?

Com quem?

Grau de desconforto.

Quanto é perturbador?
•Evitação

•Recursos de enfrentamento e outras qualidades

•Histórico médico e psiquiátrico

•Tratamento anterior: resposta e medicação atual.

•Crenças sobre o problema

•Engajamento

•Estado mental/humor

•Situação psicossocial:

•família

•Relacionamentos psicossociais

•Moradia

•Profissão

•Relações sociais

•Passatempos/interesses
Entrevista com os pais
1. Como você chegou até esse atendimento?

2.Quais problemas a criança apresenta atualmente?

3.Quando cada problema ocorre? Na presença de


quem? Com que frequência?

4.Quanto você acha que isso é ruim pra ela?

5.Como você acha que ela se sente?

6.E você, como se sente? O quanto isso é ruim para


você?

7.Quanto esse comportamento tumultua o ambiente?

8.O que você acha que a criança estava pensando ou


pensa quando tem esse comportamento?
Entrevista com os pais
9.Você percebe alguma reação fisiológica quando a
criança se comporta dessa maneira? (por ex., fica com
as mãos geladas, vomita, o coração dispara, etc).

10.O que costuma acontecer antes de a criança


apresentar esse comportamento?
11.O que ocorre depois, ou seja, o que as pessoas que estão
próximas à criança fazem quando ela se comporta dessa
forma?

12.O que você pensa sobre o seu filho pelo fato de ele
apresentar esse problema?

13.O que você pensa sobre si mesmo sobre seu filho apresentar
esse problema?

14.O fato de meu filho apresentar esse problema significa que


eu...
Entrevista com os pais
15.Como é o relacionamento do seu filho com a família?

16.A criança possui amigos? De onde? Frequentam um a casa do outro?


Como se relacionam? A criança costuma brincar de que quando está com os
amigos?

17.E quando está sozinha, o que costuma fazer?

18.Como é na escola?

19.Gosta dos professores, da escola e dos colegas de sala?

20.Gosta de estudar e fazer as tarefas de casa?

21.Como é a rotina da criança?

22.Gostaria de acrescentar algo?

23.Perguntar sobre interesses da criança/adolescente (jogos, desenhos,


passatempos, etc).

24.CBCL (child behaviour checklist) (pago)

25.SDQ (acesso livre)


ORIENTAÇÃO
X
TREINAMENTO
ORIENTAR SIGNIFICA

TER UMA ATITUDE


EDUCATIVA
EMPATIA
Terapia de reciclagem infantil
T – Trabalhe as emoções
R – Recicle os pensamentos
I – Inove os comportamentos
Fase inicial
Vínculo, estrutura, colaboração, explicação
do processo
Situando e psicoeducando quanto aos
problemas (Ilha)

Fase Inicial

Fase Final
O papel do terapeuta
O sigilo
A caixa de problemas
• BARALHO DOS PROBLEMAS
Resultado da terapia...
• Estrutura da sessão
• Agenda (roteiro do episódio de hoje, mapa do
tesouro)
• Verificação de Humor ou Sintoma
• Velocímetro da raiva
• Termômetro do medo

• Verificação da Semana
• Verificação do Desafio da Semana
• Combinar o que fazer na sessão
• Feedback e resumo da sessão
• Planejar próximo desafio
 A estrutura da sessão

 Estabelecimento da agenda.
• Conhecendo melhor a criança...

• Jogo de perguntas e respostas no qual terapeuta e


criança participam. As perguntas abordarão itens que o
terapeuta deseja descobrir sobre a criança.
7 8 ** 23 24
24 25 39 404041

6 10 22 26 ** 42

5 11 ** 27 37 43

** 12 20 28 36 44

3 ** 19 ** 35 **

2 14 18 30 34 46

1 15 ** 17 31 ** 33 47

INICIO FIM
Se eu fosse um animal Adoro quando as
Eu queria...... Eu acho difícil.....
seria.....porque...... pessoas.......

A pessoa mais
importante da minha Eu queria que você Lembrar......me deixa
Lembrar....me deixa feliz
vida é....... soubesse........ triste

O que eu menos gosto O que eu menos gosto O que eu menos gosto


Eu tenho vergonha em mim é......... na minha mãe é............ no meu pai é..........
de...........

O que eu mais gosto O que eu mais gosto O que eu mais gosto O que eu mais gosto
em mim é............. em minha mãe é....... em meu pai é........ de fazer é.........
Pensar......me deixa
O que eu não gosto Se o tempo voltasse
Eu me arrependo de...... triste.
de fazer é......... atrás............

O momento mais triste O momento mais feliz


Odeio quando Eu acho errado....... Da minha vida foi Da minha vida
as pessoas.......... quando...... foi quando......

Conte uma história Faça um Faça um desenho


de
O que eu mais quero de alguém que você desenho de algo que te deixou
na minha vida é........ conhece que é
muito corajoso algo feliz muito triste

Conte uma BÔNUS REVÉS


situação que BÔNUS Imite um
muito
Avançe Volte
importante na animal e duas
sua vida duas casas jogue casas.
Novamente.
• Jogos de Pergunta e Resposta
• Jogos de Tabuleiro
• Atividades do livro:
Emoções
Trabalhando os Sentimentos

• Relógio dos Sentimentos


• Recortes de Revistas
• Filmes
• Desenhos
• Mímica dos sentimentos
• Desenho do corpo com
• indicação das emoções
Trabalhando as emoções
✓ Disparadores: Vídeos, livros e jogos
Trabalhando as emoções

Passeio pelas
Cubo das
emoções
emoções

Jogo da
memória/emoções
Trabalhando os Sentimentos
• Locomotiva do Medo
• Ansiedade
• Várias estações
• Ensinar a criança a assumir o controle do trem
• Vulcão da Raiva
• Desenhos animados
• Questionamento socrático (apresenta-se o desenho
para a
• criança, questiona-se sobre o sentimento do
personagem)
Vídeos
• Monstros S.A ‣Emoções presentes

‣Eliciadores das
• À procura da emoções
felicidade
‣Reação
comportamental
• Meu primeiro amor da criança frente à
situação eliciadora
e emoção
• Ensinando a viver vivenciada
Charadas de sentimentos

 Apresentam-se à criança alguns cartões


com nomes de sentimentos ou
fotos/imagens ilustrativas de sentimentos e
pede-se a ela que encene aquele
sentimento escolhido. O terapeuta tenta
descobrir que sentimento é. Depois inverte.

 Esta brincadeira ajuda a criança a


expressar e identificar diferentes emoções.
➢Desenho do
contorno do
corpo da criança
em papel pardo
(craft) pedindo
que a criança
aponte onde
sente diversas
emoções em que
situações sentiu
tais emoções, o
que ela fez, e
finalmente o que
passou pela
cabeça dela na
ocasião.
A locomotiva do medo
Pensamentos
Modelo cognitivo, pensamentos
automáticos e reestruturação cognitiva
Explicando o modelo cognitivo
• Tem o objetivo de estabelecer a relação entre os
eventos e o desencadeamento ou manutenção de
PAs disfuncionais, sentimentos, comportamentos e
reações fisiológicas.
➢ Histórias em quadrinhos;
➢ Fantoches;
➢ Filmes;
➢ Desenhos.
➢ Video do Bouldin
PA, Emoção e comportamento
• Uso de filmes
• Meu malvado favorito
• Up;
• Duelo de titãs
• Dramatizações
• Festival de teatro
• Identificar no cotidiano
• Adivinhar
• Dança das cadeiras
•Para ilustrar a relação entre situação-P.A-
emoção e comportamento pode-se pegar
alguns exemplos que a criança já trouxe em
outras sessões e escrever cada item acima
em uma ficha separada. Em seguida, pedir
para a criança agrupar em colunas aquela
sequencia que faz sentido e está
relacionada, ou seja, qual situação-P.A-
emoção e comportamento estão
interligados.
•Os Pensamentos Automáticos podem ser explicados pela
utilização de algumas metáforas, tais como uma fita
tocando na cabeça, sendo utilizada para ajudar a
identificar os diferentes enfoques dos pensamentos.
Os pensamentos
• Devido a dificuldade das crianças em compreenderem
conceitos abstratos e pela subjetividade do tema, os
pensamentos entram em cena em um segundo momento do
processo terapêutico, estabelecendo um papel coadjuvante.

• Pensamentos automáticos e crenças intermediárias.


Narração de Histórias
 Podem assumir uma forma semi-estruturada em que os problemas da criança são
focados diretamente; ou um formato mais aberto em que a criança escolhe o conteúdo e
cria uma história de sua escolha.

 Identificar:

O lugar onde a história se passa;

Os sentimentos dominantes (por ex., raiva, medo, infelicidade);

Os pensamentos associados;

Os temas principais (por ex., fracasso, vitimização e abandono);

Suposições, regras e vieses cognitivos importantes.


Trabalhando com os pensamentos

Coleção Habilidades Coleção Cerebrus


para a Vida Pifadus
• Explicando sobre Pensamento Automático
• Interferência no rádio
• Janela pop-up
O Rádio dos Pensamentos (Neufeld & Souza,
2012)
• Baralho dos pensamentos
Trabalhando com os pensamentos

132
Identificando esquemas
• É importante ser melhor que os outros em tudo que eu
faço
Não acredito de jeito nenhum Acredito um pouco Acredito muito

• Ninguém me entende.

• Os outros estão aí para me pegar ou me magoar.

• Nunca poderei contar com as pessoas que amo.


Identificando crenças centrais
•Jogo verdade ou mentira
•O terapeuta inventa umas frases, por ex., as pessoas não
gostam de mim, meus pais preferem minha irmã do q eu, etc
(suspeitas que o terapeuta tem de possíveis crenças).

•Antes do jogo o terapeuta dá um tempo para a criança


fazer as frases dela para o terapeuta e este fazer as frases
para a criança (que o terapeuta já terá pensado antes).

•Começam o jogo. O terapeuta fala uma frase em relação ao


paciente e este tem que dizer se é verdade ou mentira.

•Depois o paciente pergunta para o terapeuta intercalando a


participação.
•Eu preciso que as outras pessoas me ajudem a fazer as
coisas.

•Coisas ruins me acontecem.

•Ninguém me ama ou se importa comigo.

•É mais importante colocar os desejos e as idéias dos


outros antes dos meus.
•As outras pessoas são melhores do que eu.

•Eu sou mais importante/especial do que os outros.


•As pessoas ficarão com raiva ou aborrecidas se eu
disser as coisas que realmente quero dizer.

•Eu não devo mostrar os meus sentimentos para os


outros.

•É importante que meus pais se envolvam em tudo o


que faço.

•Eu não sou responsável por aquilo que faço ou digo.

•Eu sou um fracasso.


Identificação das necessidades emocionais
fundamentais
Trabalhando distorções cognitivas

 As distorções cognitivas ocorrem quando


há uma interpretação enviesada de uma
situação ocorrida.

 É necessário buscar os elementos presentes


na situação de modo a identificar as
evidências que sustentam ou refutam a
interpretação dada pela criança.
 Óculos negativos(ver livro Gasparetto).
 Explodindo tudo (catastrofização)
 Leitor de pensamentos

 Pensamento lagarta x Pensamento


borboleta
Comportamentos
• Baralho dos comportamentos
Trabalhando os comportamentos

• As técnicas comportamentais reduzem a intensidade e frequência dos


comportamentos disfuncionais e aumentam os comportamentos
adaptativos em diferentes contextos.

Adesivos sinalizadores

Coisas que acontecem na escola


Habilidades e
dificuldades específicas
Demandas específicas
Rede de relações
Solução de problemas
 Consiste de seis passos básicos:
1. Identificação do problema;
2. Geração de soluções alternativas;
3. Avaliação das opções;
4. Implementação da melhor solução (pode ser como tarefa de casa);
5. Avaliação da solução implementada (bem-sucedida ou não?)
6. Auto-reforço
 A Máscara do Herói
 A criança escolhe um herói e depois faz uma “máscara” deste
herói.

 Usando a máscara, a criança “faz de conta” que é o herói, e


que vai enfrentar diversos desafios, nos quais se incluem os
problemas que foram escolhidos para serem trabalhados
naquela sessão ou estágio. A tarefa do “herói” é criar soluções
alternativas para os problemas escolhidos.

 A técnica permite:
 Que a criança se distancie emocionalmente do problema;
 Questionar suas crenças sobre sua própria competência, abrindo
caminho para romper as barreiras do “eu não consigo” e
identificando habilidades e recursos que tem ou precisa
aprender e desenvolver;
Treinamento de relaxamento e
respiração
• Respiração diafragmática (“cheirar a florzinha,
soprar a velinha”);

• Vizualizações
• Relaxamento muscular progressivo
(objetos demonstrando estados de tensão
e relaxamento);
• Técnica de auto-controle:
• Pare e pense (utilizada também em conjunto com
autoinstrução)
• Torta de responsabilidades
• Atribuição de culpa e responsabilidades
• Técnicas de autocontrole:
• Pare e pense
• Taz Mania
• Estátua
 O uso de fantoches:

 Para facilitar conversas como parte do


processo de avaliação;

 Para modelar maneiras alternativas de


lidar com situações difíceis;

 Para fazer com que a criança pratique e


ensaie novas habilidades;
 Narração de Histórias:
Podem assumir uma forma semi-estruturada em
que os problemas da criança são focados
diretamente, ou um formato mais aberto em que a
criança escolhe o conteúdo e cria uma história de
sua escolha.
Identificar:
O lugar onde a história se passa;
Os sentimentos dominantes (por ex., raiva, medo,
infelicidade);
Os temas principais (por ex., fracasso, vitimizaçao
e abandono);
Suposições, regras e vieses cognitivos importantes.
 História terapêutica
Pode complementar a história que a criança
contou inserindo novas informações ou
habilidades úteis que podem ser assimiladas
à narrativa de vida da criança. O terapeuta
fornece uma solução alternativa melhor ou
demonstra soluções de enfrentamento mais
positivas.
• Experimentos comportamentais
• O “contrato”.
• Identificar o pensamento a ser testado;
• Predizer o que a criança acredita que
acontecerá;
• Realizar o experimento;
• Registrar o que de fato aconteceu;
• Comparar os resultados com a predição.
• Após isto, a criança reavalia as suposições
iniciais.
• O atendimento infantil supõe não apenas o foco
no déficit ou problemas, mas também em
comportamentos positivos que se deseja instalar
na criança. Assim, trabalham-se as virtudes:

➢ Respeito, bondade, simpatia, felicidade,


esperança, perdão, sorriso, ordem, silêncio,
ajuda.
Trabalhando as virtudes
DESENVOLVENDO HABILIDADES
Finalizando a terapia

• Envolve a recapitulação de todo o processo


terapêutico, as queixas iniciais, as técnicas
trabalhadas e os resultados obtidos.
➢ “O explicador”
➢ Livro de aventuras
➢ Carta a um amigo
➢ Caça ao tesouro.
➢Caça ao tesouro.
➢ “O explicador”
Referências
• Caminha, R. M., & Caminha, M. G. (2011). Baralho das emoções: acessando a criança no trabalho clínico. Novo Hamburgo:
Sinopsys.

• Caminha, R. M., & Caminha, M. G. (2012). Baralho dos pensamentos: reciclanfo ideias, promovendo consciência. Novo
Hamburgo: Sinopsys.

• Caminha, R. M., & Caminha, M. G. (2013). Baralho dos comportamentos: efeito bumerangue. Novo Hamburgo: Sinopsys.

• Caminha, R. M., Caminha, M. G., & Dutra, C. A. (2017). A prática cognitiva na infância e na adolescência. Novo
Hamburgo: Sinopsys.

• Cartaxo, V. A. B. (2014). Baralho das distorções: enfrentando as armadilhas dos pensamentos. Novo Hamburgo: Sinopsys.

• Neufeld, C. B., Ferreira, I. M. F., & Maltoni, J. (2016). Coleção habilidades para a vida. Novo Hamburgo: Sinopsys.

• Pureza, J. de R., Ribeiro, A. O., Pureza, J. da R., & Lisboa, C. S. de M. (2014). Fundamentos e aplicações da Terapia
Cognitivo-Comportamental com crianças e adolescentes. Revista Brasileira de Psicologia, 16(1), 85-103.

• Reis, A. H. (2019). Terapia do Esquema com crianças e adolescents: do modelo teórico à prática clínica. Campo Grande:
Episteme Editora.

• Rodrigues, M. (2015). Baralho das forças pessoais: a psicologia positiva aplicada às crianças. Novo Hamburgo: Sinopsys.

• Whitbourne,
164
S. K. & Halgin, R. P. (2015). Psicopatologia: perspectivas clínicas dos transtornos psicológicos. 7 ed. Porto
Alegre: AMGH
Obrigada!
cbneufeld@usp.br

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