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Teoria Focada no Esquema para Crianças e

Adolescentes 1
Teoria Focada no Esquema para Crianças e Adolescentes

Coordenação:
Eliana Melcher Martins

Doutoranda e Mestre pela UNIFESP


Especialista em Medicina
Comportamental pela UNIFESP
Cognitivo-comportamental
Formação em TCC no Beck
Institute - Philadelphia
Psicóloga Clínica
Cognitivo - Comportamental

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Teoria Focada no Esquema para
Crianças e Adolescentes

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Teoria Focada no Esquema
para Crianças e Adolescentes

Psic. Marjory Lugli Suplicy - CRP 06/93823


Especialista Psicopedagogia,
Formada em Terapia focada no Esquema (CETCC)

Pesquisadora integrante Lineu-USP; pesquisadora e


Psic. Marjory Lugli Suplicy
professora CETCC
CRP: 06/93823

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Terapia Focada no Esquema
Conceitos Centrais
• Domínios e Necessidades Emocionais

“E quando nós não recebemos essas coisas, ficamos machucados”

• Esquemas Iniciais Desadaptativos (feridas emocionais)

• Estratégias de Enfrentamento (formas de lidar com as feridas emocionais)

• Modos Esquemáticos

❖Relação Terapêutica

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Necessidades Emocionais Básicas
Apego e Pertencimento
• Sentimento de estar ligado às outras pessoas de maneira
estável, duradoura e confiante

• Intimidade, integração em um grupo

• A criança precisa de um ambiente familiar que inspire


segurança, sem brigas em excesso; precisa de amor e carinho

• É importante que os pais estimulem a criança a viver em grupo


e a confiar no grupo

• Ser merecedora de atenção, amor e respeito.

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Necessidades Emocionais Básicas
Autonomia e Autoafirmação

• Sentimento de poder realizar as coisas de forma independente, sem o


apoio contínuo dos outros

• Autodeterminação

• A criança precisa ser estimulada a ser independente, recebendo


responsabilidades e tarefas que possa realizar e ter o apoio dos pais em
suas decisões e julgamentos

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Necessidades Emocionais Básicas
Limites Realistas, Estrutura e Orientação

• Capacidade de disciplinar-se, controlando os própios impulsos

• Levar em conta as necessidades dos outros

• É importante que os pais ensinem para as crianças normas e regras


sociais, auxiliando-os a ter controle

• Dar limite não é apenas dar bronca e castigos. Trata-se de orientar a


criança, direcioná-la

• To guide

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Necessidades Emocionais Básicas
Valorização, Autoestima e Reconhecimento

• Senso de valor de si mesmo, de modo


não condicional

•É importante que os pais sejam


receptivos à criança, valorizando e
validando suas atitudes

• Ser validado e reconhecido sempre.

• Perceber que criticas correspondem ao


ato e não ao indivíduo.

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Necessidades Emocionais Básicas
Prazer, Diversão e Espontaneidade
• Senso de espontaneidade e liberdade de
expressão

• Expressar de maneira segura, sem se


preocupar em ser rejeitado

• Se divertir faz parte da vida

• É importante que os pais proporcionem


espaço para a criança se expressar
livremente e se divertir

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O que é Esquema Reação Emocional
Um soco dói, um soco numa ferida dói mais ainda

Reação Comportamental

Memórias

Emoção

Cognição

Sensações
Corporais

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Com o Esquema
• As experiências são filtradas e distorcidas

• A experiência é enxergada pela dor

• Possuem papel adaptativo na infância

• É mais adaptativo enxergar o problema em si mesmo do que nos


pais, para evitar a sensação de desamparo

• Resultado do temperamento da criança interagindo com


experiências disfuncionais com pais, irmãos, amigos.

• Experiências nocivas às crianças de forma continua – situações


pontuais dificilmente causam esquemas, a não ser por traumas
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Domínio Estilo Parental Esquemas
Desconexão e Rejeição Emocionalmente • Privação emocional
privador (pais frios e • Isolamento
críticos) social/Alienação
• Inibição emocional
• Defeito/Vergonha
• Desconfiança/Abuso
• Pessimismo

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Domínio Estilo Parental Esquemas
Autonomia e Performance Superprotetor (não • Dependência
Prejudicados cobrar da criança o • Fracasso
que ela é capaz de • Subjugação
fazer) • Abandono
Pessoas que não se
sentem capazes tem medo
de ser abandonadas
• Emaranhamento
• Vulnerabilidade

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Domínio Estilo Parental Esquemas
Padrões e Perfeccionista (pais • Auto-sacrifício
Responsabilidades cobradores, faz a • Padroes inflexíveis
Excessivas criança se • Postura punitiva
responsabilizar pelo
que é do adulto)
Limites Prejudicados Narcisista, condicional • Arrogo/Grandiosidade
e mimado • Busca de Aprovação e
Reconhecimento
• Autocontrole e
autodisciplina
insuficientes

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Modos Esquemáticos

• Estado emocional, cognitivo, comportamental e fisiológico que emerge em


determinado momento

• São ativados quando as necessidades emocionais não são supridas

• Podem mudar frequentemente ou serem persistentes

• Para acessar e compreender o modo ativado, investigar a emoção


envolvida

• O Comportamento resposta é o modo de Coping

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Modo Criança Vulnerável

• Impotente para ter suas necessidades emocionais atendidas ou para


encontrar proteção

• Deprimida, desesperançosa, carente, assustada, vitimizada e não amada.


Sente dor pela necessidade não atendida.

• Formas: criança abandonada – não tem com quem contar; criança


abusada – maltratada; criança solitária – não gostam dela; criança
dependente – não é capaz

• É importante oferecer conforto e carinho

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Modo Criança Raivosa

• Função: externar emoção

• Braveza intensa, exigências, fúria, agressividade física e verbal

• A criança sente-se injustiçada

• Forma de reenvidicar as necessidades emocionais não atendidas

• É importante mostrar para a criança que não tem problema sentir raiva e
ventilar as emoções. Validar e ensinar a criança a externalizar de forma
adaptativa

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Modo Criança Indisciplinada

• Criança se comporta para ter suas necessidades emocionais atendidas


não se importando com as consequências (ter necessidades emocionais
atendidas a qualquer custo)

• Não consegue adiar gratificações

• É importante fazer com que a criança entenda e respeite as regras

• Limite trata-se de orientar para a vida (sábio conselheiro)

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Modos de Coping

• Forma de sentir-se melhor

• Como lida com o modo (ou o esquema) desadaptativo

• Tem como função não sentir o medo, a desesperança das necessidades


emocionais não atendidas

• Associado ao comportamento vinculado com a emoção

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Modo de Coping Resignado

• Diminui a ativação emocional

• Lida cedendo, rendendo-se ao esquema, aceitando e agindo como se


fosse verdade

• Associado com o desamparo aprendido

• Formas: Capitulador Complacente

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Modo de Coping Evitativo

• Evitar sentir a dor da Criança Vulnerável

• Despersonalização, vazio, tédio, uso de substâncias, exageros

• Pode ser cognitivo, comportamental ou emocional

• Formas: Protetor Desligado, Autotranquilizador, Protetor Zangado,


Protetor Evitativo

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Modo de Coping Hipercompensatório

• “Ser o contrário”

• Envolve tentativas extremas de compensar pelos sentimentos dolorosos


(vergonha, culpa, humilhação, solidão, medo) relacionado às necessidades
emocionais não atendidas

• Pode parecer adaptativo, como o perfeccionismo

• Formas: Auto-Engradecedor, Bully e Ataque, Perfeccionista, Controlador


Desconfiado, Buscador de Atenção

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Modos Pais (Vozes) Disfuncionais

• Não usar a palavra pais para a criança porque ela é dependente.

• Internalização seletiva de aspectos negativos dos pais ou cuidadores

• Pode ser pais, professores, pares, etc ou a combinação deles

• Não são necessariamente os pais reais e sim internalizados

• É importante não atacar os pais e sim cuidar da criança vulnerável

• É necessário banir o modo

• “Vozes da Bronca”

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Modo Punitivo/Crítico

• Punir a criança por expressar necessidades, sentimentos ou


cometer erros

• Ódio de si mesma e autocrítica

• Comportamentos parasuicídas

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Modo Demandante Crítico

• Cobrar a criança para fazer tudo correto e perfeito (melhor que os


outros)

• Ansiedade, cansaço, culpa

• Modo “Mandão e Impiedoso”

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Modos Saudáveis/Funcionais
• Sensação de contentamento, bem estar, auto-eficácia em relação às
responsabilidades

• Fortalecer esses modos

• Equilibra e rege os outros modos.

• Tornar-se Líder dos outros modos

❖Adulto Saudável: Competente

❖Criança Esperta: sente-se capaz de dar conta de responsabilidades e


demais desafios

❖Sente-se em paz, pois suas necessidades emocionais estão sendo


atendidas

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Reparentalização Limitada

• Oferecer ao paciente as necessidades emocionais não atendidas (de


maneira limitada)

Qual necessidade emocional meu paciente está precisando?

Qual necessidade emocional desse pai que não foi atendida?

• No trabalho com os pais: o que esse pai está precisando? Fazer com que os
pais entendam qual necessidade emocional básica sua criança precisa

• No trabalho com a escola: qual necessidade do professor que não foi


atendida? Como atender às necessidades emocionais basicas do aluno?

• Relações são estruturantes

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Reparentalização Limitada

• Reforçar a Criança Esperta ou o Adulto Saudável


• O que está por trás desse modo de coping?

• Modo de coping: conectar, validar e corrigir


• Modo Vulnerável: validar
• Modo vozes disfuncionais: banir o modo
• Modos funcionais: reforçar

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TEMPERAMENTO NECESSIDADES EMOCIONAIS

Estágio de Desenvolvimento (atendidas ou não)

FATORES DE RISCO FATORES DE PROTEÇÃO


Transtorno Psicológico Relações Diversas

Vulnerabilidade Social Relação de Porto Seguro

Padrões Transgeracionais Relação Social

ESQUEMAS E MODOS DISFUNCIONAIS (Formação de feridas)

DESENVOLVIMENTO

PADRÕES CONTINUADOS E REPETITIVOS


Acontecimentos pontuais não formam esquemas
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Mode Flipping

• Modo Criança Modo Coping

• Modo Criança Modo Crítico Modo Coping

• Modo Crítico Modo Criança Modo Coping

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Colisão dos Modos

• Os modos de um indivíduo provocam os modos de outro

• Forte reação emocional

• Maiores fontes de conflitos nas relações

• Desafio: interromper o conflito com a percepção do modo operante

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A TE não é indicada

• Alto risco de suicídio

• Déficit Cognitivo grave

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Objetivos da TE para Criança e Adolescente

• A partir da compreensão das necessidades emocionais básicas melhorar


a relação pais/filhos, principalmente por meio dos Modos Esquemáticos

• Atender as necessidades emocionais básicas da criança ou adolescente


e dar suporte para que os pais as atendam

• Reorientação da constelação dos modos esquemáticos, evitando a


colisão de modos

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Desafios

• Com as crianças:

• As crianças acreditam que são um problema a ser consertado

• Evitam emoções intensas e assuntos desconfortáveis

• Postergam gratificação (brincadeiras livres) para trabalharem com


assuntos desagradáveis

• Dificuldade em diferenciar comportamento e self

• Psicoterapia como algo punitivo:

“Você está indo porque se comportou mal”

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Desafios

• Com os pais:

• Resistência em abordar as emoções. “Estou aqui por causa do meu filho”

• Culpabilizar o outro cuidador

• Demanda diferente da demanda da criança

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Estrutura da TE para Criança e Adolescente
• Diagnóstico: Indicação da TE, necessidades emocionais são atendidas?,
quais são as experiências nocivas?

• Relação: Recursos, forças, conquistas; como você se sente comigo?


Como você se sente com as técnicas utilizadas?

1.Psicoeducação

2.Mode Sketch

3.Conceitualização

4.Intervenções específicas

5.Transferir para o dia a dia


Mallmann & Bortolini, 2018

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Relação Terapêutica

• É importante estar conectado com o paciente, ser carinhoso e genuíno

• Entrar no “mundo infantil ou adolescente”. Falar na linguagem deles,


identificar-se com eles

• Estar disponível

• Inspirar seu paciente e ser inspirado por ele

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Psicoeducação

• Necessidades Emocionais não atendidas

• Psicoeducação de Modos

Olá, eu sou Puppy!

Olá, eu também sou Puppy! Fico assim quando não querem

brincar comigo.

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E AS NECESSIDADES EMOCIONAIS

MUITO IMPORTANTE

• Umas das portas de entrada para a criança ou o adolescente contar para


o terapeuta a respeito do que se passa em casa ou na escola

• Pode usar Cartilhas

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Apego e Pertencimento

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Autonomia e Autoafirmação

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Limites e Orientação

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Gostar de Si e Ser Reconhecido

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Prazer, Diversão e Ser Você Mesmo

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Psicoeducação
(resumo)

• Quando estamos em um determinado modo enxergamos de formas


diferentes: óculos dos modos

1.Identificar os modos, montar o Mode Sketch – antes de montar, formar


vínculo e psicoeducar

2.Conectar-se com a Criança Vulnerável

3.Determinar a funcionalidade dos modos (em diálogo)

4.Reorientação, fortalecendo os modos funcionais e positivos, enquanto


diminui a força dos modos disfuncionais e integrar os modos separados

5.Ponte com o dia a dia


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Time dos Modos
• Começar perguntando quais modos mais gosta e depois os que menos
gosta

• A partir do modo vulnerável, entrar no coping – Como você fez para lidar
com isso?

• O que o modo Criança Vulnerável precisa? Pergunte a ela na entrevista

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Time dos Modos

• O coping protege (muitas crianças gostam muitam desse modo) – Vamos


ajudar esse modo a tirar férias?, pergunte ao modo coping: e se você tirar
férias, o que pode acontecer com o X? Você, modo tal, deve estar
cansado, trabalhou demais.

(geralmente o que acontece está associado à Criança Vulnerável)

• Perguntar para o modo coping (resumo):

Quando você aparece no X?

O que você traz de positivo para o X?

E se você tirasse férias, como X ficaria?

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Time dos Modos

• Assegurar-se de que todos os modos essenciais estão inclusos (Criança


Vulnerável, modo Saudável – Criança Feliz e Criança Esperta – e modos
Disfuncionais)

• Sugerir situações para explorar os modos – quais emoções, sensações


corporais, cognições e comportamentos de cada modo

“Eu ouvi dizer que você tem um lado alegre. Quando ele acontece?”

• Perguntar na entrevista, sobre os pensamentos dos modos, e quando


aparecem

• Finaliza a sessão colocando a criança ou adolescente no modo feliz

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Menino 8 anos
Queixa: Pratica Bullying
O Modo Burro surgiu numa intervenção

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Menina 5 anos
Queixa: pai agressivo; agressiva

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A respeito de Modos

• Qual a origem do modo?

• Conectar os modos com os problemas atuais

• Identificar situações que ativem o modo

• Identificar vantagens e desvantagens do modo

• Entrevista com cada modo, refletindo sentimentos e significados (com


bonecos, cartas ou cadeiras):

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ENTREVISTA DE MODOS
(DICAS)

• Olá João que Explode, muito obrigada por estar dando esta entrevista
para mim. Estou muito honrada.

• Me conta quando foi a última vez que você apareceu na vida do João.

• Quando que você precisou apareceu na vida do João?

• Em que outros momentos você aparece?

• Você parece mesmo ser muito importante na vida do joão.

• Nossa! Você tem trabalhado muito! E se você tirasse umas férias? O que
aconteceria?

Na intervenção: Vamos pensar em dar Férias para o João que Explode?

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ATIVIDADE
• 1- Montar o Mode Sketch

• 2- Entrevista de Modos

• Lembrem-se

Respeitem a intimidade de seu colega

Verifiquem se não falta nenhum modo.

O único que pode fotografar esse Mode Sketch é o que está fazendo papel
de paciente

Pode “colar” nas dicas para a entrevista dos Modos

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CONCEITUALIZAÇÃO

• Queixa: dos pais, da criança, da escola, do psiquiatra, do pediatra...

• Organizar a queixa: QUAL A DEMANDA? – principalmente da criança e


dos pais

• Temperamento

• Fatores Biológicos ou Distúrbios

• Recursos Familiares e Sociais

• Recursos internos

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CONCEITUALIZAÇÃO

• Modos

• Esquemas em formação

• Qual o gatilho?

• Esquemas dos pais

• Necessidades emocionais básicas não atendidas

• O que mais?

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INTERVENÇÕES ESPECÍFICAS
(Resumo)

• Como tratar cada Modo

• Jogo Simbólico Guiado (Role Play)

• Diálogo de Modos

• Casa Interior

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PRECISAMOS LEMBRAR DE

Fortalecer os Modos Positivos

• Colocar o modo Criança Esperta como lider do time dos modos, que irá
auxiliar na escolha de quais modos ativar

• Criança Zangada não é um modo negativo! Validar e auxiliar na


expressão adequada

• Criança Zangada nos ajuda a ser justos

• Diminuir a força dos modos Crítico e Punitivo

• Guiar o modo Criança Insdisciplinada para aumentar o autocontrole

❖Diálogo com cadeiras, diálogo com bonecos, casa interior

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PRECISAMOS LEMBRAR DE

Levando para a vida

• Preparar-se para as situações desafiadoras

• Oferecer lembretes: cards, objetos transicionais, pistas táteis para ativar a


ativação de certos modos

• Monitoramento dos modos

• Praticar consciente mudança de modos


Mallmann & Bortolini, 2018

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Como tratar os Modos

Modos Como tratar


Criança Vulnerável Validar, confortar e proteger (não
questionar)
Punitivo Desemponderar
Crítico, Demandante Rejeitar exigências exageradas
Criança Impulsiva, Indisciplinada Estabelecimento de limites com carinho
(vou te mostrar como lidar com o
problema) – guidance

Mallmann & Bortolini, 2018

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Como tratar os Modos
Modos Como tratar
Criança Zangada Validar e permitir a validação da raiva,
mas dentro de limites
Protetor Desligado Agradecer a proteção, mas desenvolver
proteções mais adequadas
Modos Disfuncionais Agradecer a ajuda, mas encontrar
modos alternativos que podem ajudar
Criança Esperta Elogiar, fortalecer, expandir, apoiar
tentativas adequadas de solução de
problemas

Mallmann & Bortolini, 2018


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Objetivos da Terapia Focada no Esquema

• Enfraquecer o máximo possível os EIDs, reforçando o lado sadio do


indivíduo, por meio da Relação Terapêutica

• Ajudar o paciente a deixar de usar o estilo de coping desadaptativo e


voltar a entrar em contato com seus sentimentos verdadeiros.

• Fugir dos Modos de Esquema autodestrutivos

• Dar-se conta das necessidades emocionais

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Adolescentes 62
Objetivos da Terapia Focada no Esquema

• O Esquema é diferente da estratégia utilizada pelo indivíduo para lidar


com ele. O comportamento não é o esquema, mas a maneira como o
indivíduo lida com ele. As estratégias de Coping não necessariamente
são estavéis ao longo da vida. Já os esquemas se mantém (Mendes apud
Lira, 2013)

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Adolescentes 63
JOGO SIMBÓLICO GUIADO
(ROLE PLAY)

• Encenação, por meio dos personagens representando os modos (que


estarão no prontuário)

• Nesse caso, não interfira na cena (ela aconteceu realmente), o ideal é


fazer a reparentalização com o boneco que represente o psicólogo
falando com os modos da criança, e não com os pais ou os modos dos
pais

• CAIXA DE PERSONAGENS “LIVRE”: Prestar atenção na cena, no modo


operante e intervir.

• Pode aparecer cenas fiéis ao cotidiano da criança ou camufladas

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Adolescentes 64
JOGO SIMBÓLICO Guiado
Menino 8 anos
Queixa: Pratica Bullying

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Adolescentes 65
JOGO SIMBÓLICO guiado
Menina 5 anos
Queixa: pai agressivo; agressiva

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Adolescentes 66
JOGO SIMBÓLICO Livre

• Menina 6 anos • Menina 9 anos

Queixa: Dificuldade de Queixa: TOC


Aprendizagem Será que vale a pena lutar contra
os micróbios?

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Adolescentes 67
DIÁLOGO ENTRE OS MODOS
• Lembra o modelo de adulto, mas é feito com os personagens que
representam os Modos da criança

• Quando a criança tiver com mais recursos, vale a pena colocar a


criança esperta para intermediar

• Crianças maiores de 7 anos pode-se falar a respeito de diálogo


interno (levando para a vida)

• Não deixe que a criança confunda o Modo Esperto com a Voz Crítica

• Quando a criança for se expressar peça para que o Modo Esperto


represente os ourtros

• Peça Feedback

• Atividade: Demonstração X Treino ?


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Adolescentes 68
CASA INTERIOR
ATIVIDADE EM SALA

Modos

(que farão uma reunião para ver qual o melhor modo para ser acionado em
situações futuras )

____________________________________________________________

Esquemas

(por exemplo, um brinquedo que represente falta de controle)

____________________________________________________________
Experiência

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Adolescentes 69
PARA CUIDAR DA CRIANÇA
PRECISAMOS CUIDAR DOS PAIS

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Adolescentes 70
Coaching com Pais

• Reestruturar, cuidar dos pais – olhar as emoções dos pais

• Inter-relação dos aspectos emocionais, cognitivos e comportamentais

• Atendimento das necessidades emocionais básicas dos pais e da criança


– fazer com que os pais percebam como estão lidando com as
necessidades emocionais básicas da criança (sem culpa), com base na
compreensão de suas necessidades emocionais básicas

EMPATIA POR PARTE DO TERAPEUTA

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Adolescentes 71
Coaching com Pais

• Qual necessidade que está faltando vinda de você para seu filho?

• Relação Terapêutica: quais são as vulnerabilidades dos pais

• Objetivos (Mallmann & Bortolini, 2018): orientar e educar os pais em relação a


seus esquemas e modos, identificar as origens dos modos e modificar padrões

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Adolescentes 72
Coaching com Pais – Passo a Passo
Etapa 1 • Recursos Parentais (psicopatologia, faz terapia...)
• Necessidades Emocionais dos pais – EIDs e Mes
• Necessidades emocionais da criança e sintomas
Etapa 2 • Ciclo de interação (o quanto o modo da criança aciona o modo
Ex prox dos pais e vice versa) – quando os pais agem, qual necessidade
slides ele está buscando?
• Qual modo coping está sendo usado?
• Conectar com a Criança Vulnerável
• Funcionalidade dos modos na relação
Mallmann & Bortolini, 2018

Teoria Focada no Esquema para Crianças e


Adolescentes 73
Coaching com Pais – Passo a Passo

Etapa 3 • Manejo dos modos nos pais


• Interrupção do ciclo de interação e atendimento das próprias
necessidades emocionais e as do filho
• Fortalecer modos funcionais
• Instruções práticas

Mallmann & Bortolini, 2018

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Adolescentes 74
Exemplos de ciclo de interação de
Modos 1

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Adolescentes 75
Exemplos de ciclo de interação de
Modos 2

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Adolescentes 76
Orientando e acolhendo os Pais

• Quais são os comportamentos saudáveis dos pais? E da criança?

• Quais são os comportamentos não saudáveis dos pais? E da criança?

• Quais os gatilhos de ativação dos Modos Disfuncionais dos pais? E da


criança?

• Quais são as Necessidades Emocionais não atendidas dos pais? E da


criança?

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Adolescentes 77
Orientando e acolhendo os Pais

• O que você precisa? O que naquele momento você queria?

• O que seu filho precisa? O que naquele momento seu filho queria?

• Quando esse modo aparece mais no seu filho? O que acontece em você
quando esse modo do seu filho é ativado?

• O que seu adulto saudável diria? O que seu adulto saudável faria?

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Adolescentes 78
“Para a criança, o brincar é a sua linguagem (expressa suas alegrias suas
frustrações, habilidades e dificuldades). É a maneira encontrada para se
expressar no mundo e comunicar a sua realidade interior.”
Winnicott

“Ser mãe é tão maravilhoso...


Mas eu não aguento quando ele se joga no chão! Você acredita que ele já
me chamou de bruxa, depois de tudo que fiz por ele? O boletim dele está
mediano, mas em Português ele está com média 0,5! Gritei muito com ele,
mas ai, me senti horrível! Ninguém escolhe tirar nota baixa!
Eu só preciso saber o que fazer com ele!”
Mãe Normal

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Adolescentes 79
Referências Bibliográficas

• BECK, A. T. Terapia cognitiva dos transtornos de personalidade, Arthur


Freeman e Denise D. Davis ... [et. al.]; trad. Maria Adriana Veríssimo
Veronese. 2. ed. - Porto Alegre: Artmed, 2005

• DSM-5. 2013. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais


[recurso eletrônico]: [American Psychiatric Association; tradução: Maria
Inês Corrêa Nascimento ... et al.]; revisão técnica: Aristides Volpato
Cordioli ... [et al.]. – 5. ed. – Dados eletrônicos. Porto Alegre: Artmed,
2013.

Teoria Focada no Esquema para Crianças e


Adolescentes
Referências Bibliográficas

• FALCONE, Eliane Mary de Oliveira; VENTURA, Paula Rui. Rev. bras.ter.


cogn., Rio de Janeiro , v. 4, n. 1, jun. 2008 . Disponível em
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Referências Teóricas

• YOUNG, J. E.; KLOSKO, J. S.; WEISHAAR, M. E. Terapia do Esquema:


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Porto Alegre: Sinopsys.

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