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Terapia do Esquema

fundamentos e modelo conceitual


Prof. Me. Kelly Paim
DOMÍNIO ESQUEMÁTICO
AUTONOMIA E DESEMPENHO PREJUDICADOS

❑ Fracasso;
❑ Dependência/Incompetência; Necessidades não satisfeitas:
❑ Vulnerabilidade; Autonomia e competência
❑ Emaranhamento

Experiências: ambiente pouco encorajador, superprotetor.

Expectativa sobre si e o ambiente que interferem na capacidade de separar-se,


sobreviver, ser independente ou ter um bom desempenho,
FRACASSO
“Sou um perdedor”

❑ Crença de que fracassou e que fracassará inevitavelmente;


❑ Se sente fracassado em relação aos pares;
❑ Normalmente o nível de performance é inferior ao potencial;
❑ A evitação é o estilo de enfrentamento mais utilizado.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ORIGENS DO EID FRACASSO

❑ Pais/mães críticos(as) quanto à performance;


❑ Pais/mães atingiram sucesso e tem altos padrões de realização;
❑ Pais/mães não se preocuparam com seu sucesso ou, em alguns casos, se
incomodavam com seu sucesso;
❑ Indivíduo tinha dificuldades escolares, sentindo-se inferior;
❑ Comparações desfavoráveis com irmãos.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


RELAÇÃO TERAPÊUTICA E EID FRACASSO

❑ Pessoas com esquema de fracasso tendem a sabotar o seu próprio sucesso


e, involuntariamente, podem tentar fazer com que a terapia fracasse;
❑ Não realizam as tarefas;
❑ Coloca na agenda objetivos irrealistas;
❑ Podem, de maneira hipercompensatória, competir com o “sucesso” do
terapeuta.

(cf. Paim, 2020)


RELAÇÃO CONJUGAL

❑ Escolher parceiros(as) críticos, rígidos, controladores, dominantes e


competitivos;
❑ Pode hipercompensar com atividades domésticas;
❑ Pode também entrar em competição;
❑ Comportamentos para sabotar a relação.

(cf. Paim, 2020)


ESTILOS DE ENFRENTAMENTO NO EID
FRACASSO
1
Resignação Faz as coisas com pouca dedicação ou de forma descuidada.

2
Evita completamente desafios profissionais. Posterga e
Evitação procrastina as tarefas.

3
Torna-se uma pessoa muito bem sucedida, estimulando-se
Hipercompensação ininterruptamente.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ILUSTRAÇÃO CLÍNICA
DEPENDÊNCIA/INCOMPETÊNCIA
“Preciso de ajuda. Não consigo tomar decisões sozinho(a)!”

❑ Sentimento de ser mais como uma criança do que como um adulto quando é preciso
resolver problemas cotidianos;
❑ Não confia no seu julgamento e esta sempre buscando se reassegurar;
❑ Frequentemente indeciso;
❑ Tem medo de ficar só, pois acha que será incapaz de fazer as atividades diárias
sozinha.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ORIGENS DO EID
DEPENDÊNCIA/INCOMPETÊNCIA
❑ Pode surgir tanto da superproteção quanto da falta de proteção.

Estabelecer uma base segura


Passos necessários
para a independência: Afastar-se dessa base para tornar-se autônomo

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


RELAÇÃO TERAPÊUTICA E EID
DEPENDÊNCIA/INCOMPETÊNCIA

❑ Busca exageradamente confirmações do terapeuta;


❑ Sessão vira uma enxurrada de perguntas sobre atitudes a tomar;
❑ Muitas vezes convence o terapeuta de que não consegue tomar nenhuma
decisão cotidiana sozinho/a;
❑ Pode ativar “pena” no terapeuta. Funcionamento infantil;
❑ Não sente o paciente se responsabilizando pela mudança;
❑ Terapeuta pode se sentir sufocado e hiperdemandado.

(cf. Paim, 2020)


RELAÇÃO CONJUGAL

❑ Escolher parceiros(as) controladores e dominantes;


❑ Postura complacente, obediente e dependente.

(cf. Paim, 2020)


ESTILOS DE ENFRENTAMENTO NO EID
DEPENDÊNCIA/INCOMPETÊNCIA
1
Resignação Pede que os outros tomem todas as decisões.

2
Evitação Evita assumir novos desafios (p. ex. aprender a dirigir).

3
Hipercompensação Assume atividade muito difícil sem pedir ajuda a ninguém.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ILUSTRAÇÃO CLÍNICA
EMARANHAMENTO
“Não consigo me separar. Sinto como se fossemos um só!”

❑ Envolvimento emocional e intimidade em excesso com uma ou mais pessoas


importantes (geralmente os pais), dificultando a individuação integral e
desenvolvimento social normal.
❑ Paciente não sabe quem realmente é, o que realmente quer da vida.
❑ Dificuldade de separar seu ponto de vista/opinião da de seus pais.
❑ “Meus pais se magoariam com decisões minhas de se afastar deles” (ex, morar sozinha).

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ORIGENS DO EID EMARANHAMENTO

❑ Pais/mães interferem demais na vida dos filhos, tomando decisões por estes ou até
mesmo pressionando quanto ao caminho a ser seguido;
❑ Pais mantém uma relação de intimidade com os filhos que insinua um “pacto de
lealdade”;
❑ Pais tentam dar conta, através da vida dos filhos, de frustrações da sua vida

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


RELAÇÃO TERAPÊUTICA E EID
EMARANHAMENTO

❑ A vida do paciente parece um entrelaçamento da vida de sua família;


❑ Papéis muitos confusos. Terapeuta tem dificuldade em entender quem é
quem, quem mora com quem;
❑ Apresenta intimidade e uma necessidade de saber da vida do terapeuta;
❑ Encontra dificuldade em manter distanciamento, causa estranheza.

(cf. Paim, 2020)


RELAÇÃO CONJUGAL

❑ Fronteiras e papéis difusos;


❑ Senso de responsabilidade exagerado com o outro e do outro consigo;
❑ Sensação de peso, hiper demanda e abuso;
❑ Conflitos.

(cf. Paim, 2020)


ESTILOS DE ENFRENTAMENTO NO EID
EMARANHAMENTO
1
Resignação Não contraria os pais/mães.

2
Evitação Evita tomar decisões sem consultar a família.

3
Hipercompensação Distanciamento total da família.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ILUSTRAÇÃO CLÍNICA
VULNERABILIDADE
“Estou em perigo!”
❑ Medo exagerado de que uma catástrofe iminente cairá sobre si e de que não há nada a
ser feito para impedir;
❑ Exagera o risco e minimiza a capacidade de enfrentamento;
❑ Ansiedade é o primeiro sentimento associado.

Catástrofes Catástrofes em Catástrofes


Externas termos de saúde Emocionais

(cf. Young et al., 2008)


ORIGENS DO EID VULNERABILIDADE

❑ Senso de vulnerabilidade foi aprendido através do convívio com pais/mães com o


mesmo esquema;
❑ Superproteção parental gerou sentimentos de fragilidade e incompetência para lidar
com problemas cotidianos;
❑ Proteção parental inadequada. Ambiente infantil não era seguro em algum nível;
❑ Senso de vulnerabilidade foi aprendido no período em que o indivíduo era doente ou,
de alguma maneira, necessitava um cuidado reforçado;
❑ Um dos/as pais/mães passou por uma situação traumática ou até mesmo morreu.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


RELAÇÃO TERAPÊUTICA E EID
VULNERABILIDADE

❑ Ansiedade é a principal emoção na sessão;


❑ Medo que o terapeuta fale sobre coisas que lhe causarão ansiedade –
evitação;
❑ Pode gerar falsas afirmativas de melhora;
❑ Receio em realizar tarefas e ativar consequências catastróficas;
❑ Relação terapêutica não é tão central, enfrentamento e modelação são
mais importantes.

(cf. Paim, 2020)


RELAÇÃO CONJUGAL

❑ Busca força e segurança no parceiro;


❑ O parceiro o sente como um peso ou controlador;
❑ Tira o foco da relação e coloca no foco de medo.

(cf. Paim, 2020)


ESTILOS DE ENFRENTAMENTO NO EID
VULNERABILIDADE
1
Lê obsessivamente sobre catástrofes em jornais e as prevê
Resignação em situações cotidianas.

2
Evitação Evita ir a lugares que não pareçam totalmente seguros.

3
Hipercompensação Age de forma negligente.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ILUSTRAÇÃO CLÍNICA
DOMÍNIO ESQUEMÁTICO
LIMITES PREJUDICADOS

❑ Grandiosidade/Arrogo; Necessidades não satisfeitas:


❑ Autocontrole/Autodisciplina Limites realistas e
Insuficientes autocontrole

Experiências: Ambiente exageradamente permissivo, tolerante, indulgente.


Senso de superioridade.

Deficiência em limites internos, responsabilidade com os outros ou orientação


para objetivos a longo prazo. Dificuldade em respeitar o direito dos outros,
cooperar com eles, comprometer-se ou estabelecer e cumprir metas pessoais.
ARROGO/GRANDIOSIDADE
“Sou superior!”

❑ Crença de que é superior às outras pessoas;


❑ Exige direitos e privilégios especiais;
❑ Busca poder;
❑ Competitividade excessiva ou dominação em relação ao outro.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ORIGENS DO EID ARROGO/GRANDIOSIDADE

❑ Poucos limites:
❑ Pais/mães exerceram pouco controle ou disciplina. Mimaram a criança.
❑ Crianças não foram ensinadas a tolerar a frustração e/ou a controlar o impulso;
❑ Dependência de merecimento:
❑ Pais/mães fazem tudo pelos filhos e estes passam a demandar este tipo de cuidado.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


RELAÇÃO TERAPÊUTICA E EID
ARROGO/GRANDIOSIDADE
❑ Este tipo de paciente pode provocar repugnância no terapeuta, o que dificulta a
aliança terapêutica;
❑ Muitas vezes, entra em competição com o terapeuta ou testa seu conhecimento,
podendo ativar esquemas de fracasso e defectividade do terapeuta;
❑ Pedem tratamento especiais – descontos, horários especiais, consideração
especial;
❑ Tentam reafirmar que são especiais para o terapeuta.

(cf. Paim, 2020)


RELAÇÃO CONJUGAL

❑ São dominantes e exigem tratamento especial;


❑ Diminuem o parceiro(a);
❑ Distantes por serem muito cheios de compromissos;
❑ Podem trair;
❑ Quando o esquema é condicional, ligado a uma sensibilidade a rejeição ou
privação emocional.

(cf. Paim, 2020)


ESTILOS DE ENFRENTAMENTO NO EID
ARROGO/GRANDIOSIDADE
1
Exalta suas próprias realizações. Pressiona as pessoas para
Resignação que tudo seja à sua maneira.

2
Evitação Evita situações nas quais é mediano, e não superior.

3
Hipercompensação Presta atenção excessiva às necessidades alheias.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ILUSTRAÇÃO CLÍNICA
AUTOCONTROLE/AUTODISCIPLINA INSUFICIENTES
“Não tolero desconforto!”

❑ Dificuldade ou recusa a exercer autocontrole e tolerância à frustração com relação aos


próprios objetivos ou a limitar a expressão excessiva das próprias emoções e impulsos.
❑ Ênfase exagerada na evitação do desconforto (evitar dor, conflito, confrontação e
responsabilidade);
❑ Indivíduo se aborrece muito, perde a calma e não deixa de mostrar aos outros o que
sente, mesmo que o custo seja alto;
❑ Desiste facilmente de ações e decisões.
(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)
ORIGENS DO EID AUTOCONTROLE/
AUTODISCIPLINA INSUFICIENTES

❑ Quando crianças, estes indivíduos não foram submetidos a situações de controle de


impulsos;
❑ Sempre tiveram suas necessidades atendidas, não tendo experiência de tolerância à
frustração.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


RELAÇÃO TERAPÊUTICA E EID
AUTOCONTROLE/ AUTODISCIPLINA INSUFICIENTES

❑ Faltas, atrasos, terapeuta pode se sentir desconsiderado;


❑ Terapeuta estabelece limites que não são cumpridos;
❑ Terapeuta pode sentir que não há uma dupla terapêutica, está trabalhando
sozinho.

(cf. Paim, 2020)


RELAÇÃO CONJUGAL

❑ Pode gerar controle do parceiro;


❑ Distantes;
❑ Negligentes com a relação.

(cf. Paim, 2020)


ESTILOS DE ENFRENTAMENTO NO EID
AUTOCONTROLE/ AUTODISCIPLINA INSUFICIENTES
1
Resignação Desiste rapidamente de tarefas.

2
Evitação Evita empregos e não aceita responsabilidades.

3
Torna-se exageradamente autocontrolado ou
Hipercompensação autodisciplinado.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ILUSTRAÇÃO CLÍNICA
DOMÍNIO ESQUEMÁTICO
ORIENTAÇÃO PARA O OUTRO

❑ Subjugação Necessidades não satisfeitas:


❑ Autossacrifício Validação de necessidades e
❑ Busca de aprovação emoções

Experiências: Ambiente de aceitação condicional.

Foco excessivo nos desejos, sentimentos e respostas dos outros, à custa das
próprias necessidades a fim de obter amor e aprovação, manter o sentimento
de conexão ou evitar retaliação.
SUBJUGAÇÃO
“Não posso dizer não!”

❑ Submissão excessiva ao controle dos outros, por sentir-se coagido, submetendo-se para
evitar raiva, retaliação ou abandono;
❑ Preocupação em agradar para não ser rejeitado;
❑ Dificuldade de exigir que seus direitos sejam respeitados;
❑ As outras pessoas sempre estão no controle da sua vida;
❑ Privação da liberdade, pois suas escolhas são baseadas no efeito que terão sobre as
pessoas.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


SUBJUGAÇÃO

SUBJUGAÇÃO DAS NECESSIDADES


❑ Não demonstra preferências, decisões e desejos.

SUBJUGAÇÃO DAS EMOÇÕES


❑ Não expressa as emoções, principalmente a raiva.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ORIGENS DO EID SUBJUGAÇÃO

❑ Pais/mães podem ter despertado o comportamento de subjugação através de condutas


punitivas ou ameaçadoras;
❑ Há coerção no processo de subjugação.

SUBJUGAÇÃO AUTOSSACRIFÍCIO
Suprime suas necessidades porque
Suprime necessidades para evitar acha que é o certo a se fazer, há um
retaliações ou situações de valor incutido sobre ajudar os outros
abandono. independente do que esteja sentindo.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


RELAÇÃO TERAPÊUTICA E EID SUBJUGAÇÃO

❑ Fazem tudo que o terapeuta pede;


❑ Não demonstram suas necessidades;
❑ Parecem vítimas, estão a mercê dos outros;
❑ Sensação de que o paciente vive com medo;
❑ Pode ter comportamentos passivo agressivos.

(cf. Paim, 2020)


RELAÇÃO CONJUGAL

❑ Submissão;
❑ A raiva pode vir de forma impulsiva depois de acumulada;
❑ Podem hipercompensar impondo demandas.

(cf. Paim, 2020)


ESTILOS DE ENFRENTAMENTO NO EID
SUBJUGAÇÃO
1
Resignação Toma decisões baseadas nas vontades dos outros.

2
Evitação Evita situações de conflitos.

3
Hipercompensação Rebela-se contra autoridades.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ILUSTRAÇÃO CLÍNICA
AUTOSSACRIFÍCIO
“Devo atender ao outro!”

❑ Sentimento de culpa caso não coloque as necessidades dos outros na frente das suas;
❑ Sente-se responsável pelo bem estar dos outros;
❑ Está sujeito a sentir raiva, uma vez que a balança dar versus receber está
desequilibrada;
❑ “Só me sinto feliz quando os que me cercam estão felizes”;
❑ “Se faço o que quero me sinto mal”.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ORIGENS DO EID AUTOSSACRIFÍCIO

❑ Pais/mães doentes ou, de alguma forma, necessitados(as) de cuidados;


❑ Indivíduo teve que abrir mão de suas necessidades e entendeu como sua
responsabilidade cuidar dos outros;
❑ Pais/mães culpavam filhos pelos seus sofrimentos/problemas.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


RELAÇÃO CONJUGAL

❑ Pode se relacionar com um parceiro(a) hiperdemandante.


❑ Agir pelo outro não significa estar conectado ao outro.
❑ Filhos podem ter esquema de grandiosidade ou também de
autossacrifíssio.

(cf. Paim, 2020)


ESTILOS DE ENFRENTAMENTO NO EID
AUTOSSACRIFÍCIO
1
Resignação Cuida excessivamente dos outros.

2
Evitação Evita situações de autocuidado.

3
Hipercompensação Posição de egoísmo.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ILUSTRAÇÃO CLÍNICA
BUSCA DE APROVAÇÃO/RECONHECIMENTO
“Preciso de aprovação e atenção!”

❑ Autoestima baseada nas reações dos outros;


❑ Pode incluir ênfase excessiva no status, aparência, aceitação social, dinheiro ou
conquista;
❑ Hipersensibilidade à rejeição;
❑ Decisões importantes podem não ser autênticas.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ORIGENS DO EID BUSCA DE
APROVAÇÃO/RECONHECIMENTO

❑ Pais/mães condicionavam atenção e aprovação.


❑ Família valoriza excessivamente status e realizações, em detrimento das necessidades da
criança.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


RELAÇÃO TERAPÊUTICA E EID
BUSCA DE APROVAÇÃO/RECONHECIMENTO

❑ Importância excessiva na aprovação e reconhecimento do terapeuta;


❑ Podem “esconder” fatos para não desapontar;
❑ Pode ser excessivamente obediente em sessão;
❑ Contar fatos de sucesso em detrimento dos fracassos;
❑ Podem parecer saudáveis, pois busca a admiração do terapeuta.

(cf. Paim, 2020)


RELAÇÃO CONJUGAL

❑ Podem ser muito sensíveis a não terem aprovação do parceiro, então,


perdem a motivação na relação.

(cf. Paim, 2020)


ESTILOS DE ENFRENTAMENTO NO EID
BUSCA DE APROVAÇÃO/RECONHECIMENTO
1
Resignação Age para impressionar outras pessoas.

2
Evitação Evita interagir com quem não lhe dá atenção.

3
Faz o que pode para não ter a aprovação. Se coloca em
Hipercompensação segundo plano.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ILUSTRAÇÃO CLÍNICA
DOMÍNIO ESQUEMÁTICO
SUPERVIGILÂNCIA E INIBIÇÃO

❑ Inibição emocional
❑ Negativismo Necessidades não satisfeitas:
❑ Padrões inflexíveis Espontaneidade e lazer
❑ Postura Punitiva

Experiências: Ênfase excessiva na supressão dos sentimentos, dos impulsos e


das escolhas pessoais espontâneas ou na criação de regras e expectativas
internalizadas rígidas sobre desempenho e comportamento ético, à custa da
felicidade, autoexpressão, relaxamento, relacionamentos íntimos ou saúde.
Perfeccionismo e regras rígidas. Pouco lazer.
INIBIÇÃO EMOCIONAL
“Não sinto!”
❑ Intensa inibição de sentimentos, comunicação e ação;
❑ Medo de perder o controle e machucar pessoas;
❑ Medo de ser desaprovado ou sentir-se envergonhado;
❑ Ênfase na racionalidade.
Expressão de
Impulsos positivos vulnerabilidade,
Raiva e agressão (alegria, afeto, sentimentos e
excitação sexual) necessidades

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ORIGENS DO EID INIBIÇÃO EMOCIONAL

❑ Família suprimia excessivamente os sentimentos;


❑ Pais/mães eram fechados/as, pouco espontâneos/as e alertavam quanto a inadequação
de funcionar diferente.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


RELAÇÃO TERAPÊUTICA E EID INIBIÇÃO EMOCIONAL

❑ Evita falar dos sentimentos em sessão;


❑ Utiliza uma postura mais racional para os problemas que existem;
❑ O terapeuta pode sentir dificuldade em acessar emoções do cliente;
❑ Quando aprofunda temáticas que envolvem as emoções ou o entendimento
mais profundo delas, pode se desligar ou até fugir da sessão.
RELAÇÃO CONJUGAL

❑ Desconexão emocional;
❑ Foco em questões práticas;
❑ Podem buscar parceiros distantes também ou muito desregulados
emocionalmente.

(cf. Paim, 2020)


ESTILOS DE ENFRENTAMENTO NO EID
INIBIÇÃO EMOCIONAL
1
Resignação Mantém conduta calma, sem intensidade emocional.

2
Evita situações nas quais as pessoas discutem ou expressam
Evitação sentimentos.

3
Hipercompensação Tenta ser a animação da festa.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ILUSTRAÇÃO CLÍNICA
NEGATIVISMO
“Vai dar tudo errado!”

❑ Enfoque nos aspectos negativos da vida;


❑ Minimiza aspectos positivos;
❑ Em função do excessivo foco nos aspectos negativos, normalmente são preocupados,
hipervigilantes e indecisos.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ORIGENS DO EID NEGATIVISMO

❑ Pais/mães normalmente têm uma propensão ao pessimismo, sendo modelos de


preocupação;
❑ Passam para os filhos a ideia de que as coisas podem sair erradas, caso não haja muito
cuidado e atenção.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


RELAÇÃO TERAPÊUTICA E EID NEGATIVISMO
❑ Foca excessivamente nos acontecimentos negativos da vida e não vê soluções
para os problemas que estão acontecendo;
❑ As possibilidades que podem ser encontradas em terapia podem ser negadas
ou interpretadas negativamente;
❑ Não acredita muito no sucesso da terapia e vê como um local para derramar
as suas “reclamações”;
❑ O terapeuta pode se sentir fracassado por não conseguir encontrar uma
melhora no quadro do cliente inicialmente.
RELAÇÃO CONJUGAL

❑ Sensação de não ser gostado, ser um peso;


❑ Dificuldade e aproveitar o relacionamento;
❑ Dificuldades sexuais;
❑ Gera sensação de peso.

(cf. Paim, 2020)


ESTILOS DE ENFRENTAMENTO NO EID
NEGATIVISMO
1
Concentra-se nos aspectos negativos das situações e
Resignação acontecimentos.

2
Evitação Bebe para dissipar sentimentos pessimistas.

3
Hipercompensação É excessivamente otimista.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ILUSTRAÇÃO CLÍNICA
PADRÕES INFLEXÍVEIS
“Nunca está bom o suficiente!”
❑ Sentimento principal é a pressão;
❑ Indivíduo normalmente muito competitivo;
❑ Não consegue relaxar e aproveitar a vida.

Orientação para a Orientação para o


Compulsividade
aquisição status

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ORIGENS DO EID PADRÕES INFLEXÍVEIS

❑ Amor condicional quanto à contemplação de expectativas dos pais/mães;


❑ Pais/mães eram modelos de autoexigência exagerada;
❑ Padrões inflexíveis se desenvolveram como compensação a sentimentos de
defectividade, exclusão social, privação emocional ou fracasso.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


RELAÇÃO TERAPÊUTICA E EID PADRÕES INFLEXÍVEIS

❑ Mostra ao terapeuta uma visão mais “perfeita” sobre si, com receio de
revelar seus sentimentos ou situações que possam mostrar fragilidade;
❑ Tenta controlar o tempo da sessão exatamente;
❑ Dificuldade em se adaptar a tarefas que envolvam flexibilidade dos padrões;
❑ Terapeuta pode ser controlado pelo funcionamento do cliente (p. ex. horário
e duração do atendimento).
RELAÇÃO CONJUGAL

❑ Costuma escolher parceiros(as) dependentes, privados emocionalmente ou


também régidos;
❑ Senso de responsabilidade exagerado com tarefas domésticas;
❑ Desconexão emocional;
❑ Dificuldades sexuais e qualquer outra atividade que possa relaxar em
família.

(cf. Paim, 2020)


ESTILOS DE ENFRENTAMENTO NO EID
PADRÕES INFLEXÍVEIS
1
Resignação Gasta muito tempo tentando ser perfeito.

2
Evita ou posterga situações em que seu desempenho será
Evitação julgado.

3
Hipercompensação Cumpre a tarefa de maneira descuidada.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ILUSTRAÇÃO CLÍNICA
POSTURA PUNITIVA
“Falhas merecem punição!”

❑ Crença de que as pessoas devem ser punidas por seus erros;


❑ Indivíduo intolerante, raivoso e impaciente;
❑ Dificuldade de perdoar, considerar o contexto, a imperfeição humana e em se
solidarizar com sentimentos.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ORIGENS DO EID POSTURA PUNITIVA

❑ Família repressora e punitiva;


❑ Modelos de resolução de problemas por meio de agressões e violências;
❑ Pais/mães muito exigentes.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


RELAÇÃO TERAPÊUTICA E EID POSTURA PUNITIVA

❑ Dificuldades em aceitar ou desculpar quaisquer erros que o terapeuta,


eventualmente, possa cometer;
❑ Erros cometidos em sessão são passíveis de punição;
❑ Terapeuta pode se sentir ativado e como vivenciando uma situação abusiva.
RELAÇÃO CONJUGAL

❑ Críticas;
❑ Também escolhem parceiros punitivos;
❑ Conflitos.

(cf. Paim, 2020)


ESTILOS DE ENFRENTAMENTO NO EID
POSTURA PUNITIVA
1
Trata aos outros e a si mesmo de maneira mais dura e
Resignação punitiva.

2
Evitação Evita os outros por medo de punição.

3
Comportar-se de maneira exageradamente clemente,
Hipercompensação caridosa e benevolente.

(cf. Paim, 2020; Young et al., 2008)


ILUSTRAÇÃO CLÍNICA
NOVOS ESTUDOS SOBRE
ORGANIZAÇÃO DOS EIDS EM
DOMÍNIOS
Autonomia e Desempenho
Desconexão e Rejeição
(Aceitação e conexão)
Prejudicados
(Autonomia e desempenho preservados)
Privação Emocional
Dependência/ Incompetência
(Realização emocional) (Competência e autoconfiança saudável)
Isolamento Social/ Alienação Fracasso
(Pertencimento Social) (Sucesso e autoconfiança)
Inibição Emocional
Subjugação
(Espontaneidade/ Abertura
(Assertividade e autoexpressão)
emocional)
Abandono/Instabilidade
Defectividade/Vergonha
(Apego estável)
(Aceitação/Amabilidade/Autoestima
DOMÍNIOS Desconfiança/ Abuso
Emaranhamento
(Limites saudáveis e
ESQUEMÁTICOS E (Confiança básica) autodesenvolvimento)
EIDS Negativismo/ Pessimismo Vulnerabilidade ao dano
(Otimismo) (Segurança básica)

(Bach, Lockwood, & Young, 2017)


Limites Prejudicados
Padrões e Responsabilidades (Limites adequados)
Excessivas
(Responsabilidade e padrões Arrogo/Grandiosidade
equilibrados) (Consideração empática e respeito
aos outros)
Autossacrifício
(Autocuidado e autointeresse Busca de aprovação/ Busca de
saudável) reconhecimento
(Autodirecionamento, modéstia
Padrões Inflexíveis saudável e contentamento)
DOMÍNIOS (Padrões e expectativas realistas)
Autocontrole/ autodisciplina
ESQUEMÁTICOS E Postura Punitiva insuficientes

EIDS (Autoperdão e autocompaixão) (Autocontrole e autodisciplina


saudáveis)

(Bach, Lockwood, & Young, 2017)


ESTRATÉGIAS DE REPARENTALIZAÇÃO PARA
CADA ESQUEMA
Esquema do paciente Estratégia de reparentalização parental - psicoterapeuta
Abandono Oferecer estabilidade e segurança na relação e auxiliar o paciente a
encontrar relacionamentos estáveis.
Desconfiança Ser honesto e verdadeiro com o paciente, fortalecendo a sua confiança.
Privação emocional Proporcionar um clima de cuidado – oferecendo carinho, empatia e
orientação.
Defectividade Adotar uma postura de aceitação e não julgamento, fazer elogios ao
paciente e, em alguns momentos, mostrar-se falho e imperfeito.
Isolamento social Selecionar e destacar semelhanças entre ambos – paciente e
psicoterapeuta – mostrando também que suas diferenças não os tornam
incompatíveis.
(cf. Schutz, Silva & Alessi, 2021; Young et al., 2008)
ESTRATÉGIAS DE REPARENTALIZAÇÃO PARA
CADA ESQUEMA
Esquema do paciente Estratégia de reparentalização parental - psicoterapeuta
Dependência Estimular o paciente a ser independente, a tomar as suas próprias decisões.
Vulnerabilidade ao Mostrar confiança na capacidade de enfrentamento do paciente e estimulá-
dano/doença lo a confiar em si mesmo.

Emaranhamento Ajudar o paciente a estabelecer limites apropriados em suas relações, e


desenvolver seu próprio self.
Fracasso Apoiar as conquistas do paciente e ajudá-lo a reconhecer as vitórias que já
obteve em sua vida.
Arrogo/grandiosidade Apoiar o polo vulnerável e as conexões emocionais e confrontar, de maneira
empática, o arrogo, colocando os limites necessários.

(cf. Schutz, Silva & Alessi, 2021; Young et al., 2008)


ESTRATÉGIAS DE REPARENTALIZAÇÃO PARA
CADA ESQUEMA
Esquema do paciente Estratégia de reparentalização parental - psicoterapeuta
Autocontrole/autodisciplina Ser firme ao estabelecer limites, oferecendo um modelo de autocontrole e
insuficiente autodisciplina.

Subjugação Estimular o paciente a fazer escolhas, inclusive em relação ao processo de


terapia (p. ex. técnicas e tarefas de casa), não sendo diretivo e controlador.
Autossacrifício Ajudar o paciente a afirmar seus direitos e necessidades e a estabelecer
fronteiras adequadas em seus relacionamentos.
Pessimismo Estimular o paciente a fazer o papel de polo negativo e positivo, oferecendo
um modelo de otimismo saudável.
Inibição emocional Estimular o paciente a expressar os seus sentimentos espontaneamente.

(cf. Schutz, Silva & Alessi, 2021; Young et al., 2008)


ESTRATÉGIAS DE REPARENTALIZAÇÃO PARA
CADA ESQUEMA

Esquema do paciente Estratégia de reparentalização parental - psicoterapeuta


Padrões inflexíveis Valorizar mais a relação com o paciente do que o desempenho dele e
estimulá-lo a estabelecer padrões mais saudáveis.
Postura punitiva Oferecer um modelo de perdão e elogiar o paciente por perdoar.
Busca por Enfatizar a visão de que o bem-estar emocional é mais importante do que o
aprovação/reconhecimento status e a aceitação social.

(cf. Schutz, Silva & Alessi, 2021; Young et al., 2008)


MODOS ESQUEMÁTICOS
ILUSTRAÇÃO CLÍNICA
❑ O Modo é o estado predominante em um determinado
momento (ativados por gatilhos específicos);
❑ Conjunto de Esquemas + Estados emocionais + respostas de
enfrentamento que são ativados simultaneamente;
❑ Conceito originário do trabalho com pacientes borderline;
❑ Existem Modos Funcionais;
MODOS
❑ Podemos ativar
ESQUEMÁTICOS
modos desadaptativos quando nossas
necessidades primordiais não são supridas e nossos esquemas
são acionados.
Situação ativadora

Necessidade(s) emocional(is)
não atendida(s)

Esquemas Iniciais
Desadaptativos

Modo
Emoções
Esquemático
Estratégias de
enfrentamento
Modos Criança
Respostas inatas para necessidades não supridas
Baseados em emoções
Modos Desadaptativos de enfrentamento
Modos de evitar a criança quando ela se sente vulnerável
Baseados em comportamentos
Modos Pais/mães internalizados
Visão internalizada (identificação) da comunicação dos
MODOS valores, visão de mundo ou de si mesmo, de um(a) dos(as)
ESQUEMÁTICOS pais/mães;
Baseado em cognições
Modos Adaptativos
Supre as necessidades de modo adaptativo
Minha criança feliz
agradece!
@terapiadoesquemaparacasais
@escoladeterapiadoesquema

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