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Conceituação Cognitiva

Profº. Renan Merlin


Conceituação Cognitiva
• Enquadramento para compreender o paciente.
• Começa durante o primeiro contato com o paciente e continua a ser aprimorada ao
longo de todo o tratamento.
• “Processo de avaliação” para a TCC.
Questões para identificação da
queixa
• Qual é o diagnóstico do paciente?
• Quais são seus problemas atuais?
• Como esses problemas se desenvolveram e como são mantidos?
• Que pensamentos disfuncionais e crenças estão associados aos problemas?
• Que reações (emocionais, fisiológicas e comportamentais) estão associadas a esses
pensamentos?
Formular hipóteses sobre o
desenvolvimento do transtorno
• Como o paciente vê a si mesmo, os outros, seu mundo pessoal e o seu futuro?
• Quais são as crenças subjacentes do paciente (incluindo atitudes, expectativas e regras) e pensamentos?
• Como o paciente está enfrentando suas cognições disfuncionais?
• Que estressores contribuíram para o desenvolvimento dos seus problemas psicológicos atuais ou
interferem na resolução desses problemas?
• Que experiências anteriores podem ter contribuído para os problemas atuais do paciente?
• Que significado o paciente extraiu dessas experiências e que crenças se originaram delas ou foram
fortalecidas por essas experiências?
Modelo Cognitivo
• Emoções, comportamentos e a fisiologia de uma pessoa são influenciados pelas percepções que
ela tem dos eventos.
• Não é a situação em si que determina o que a pessoa sente, mas como ela interpreta uma
situação.

Pensamento
Situação Reação
Automático
Pensamentos Automáticos
• Pensamentos que surgem espontaneamente, geralmente são muito rápidos e breves,
e não são resultantes de deliberação ou raciocínio.
• São as palavras ou imagens que passam pela mente da pessoa, são específicos para
as situações e podem ser considerados como o nível mais superficial de cognição.
Crença Nuclear

Crença Intermediária

Pensamento Automático
Crenças Centrais
• No começo da infância, as crianças desenvolvem determinadas ideias sobre si
mesmas, sobre as outras pessoas e o seu mundo.
• São compreensões duradouras e profundas que frequentemente não são articuladas
nem para si mesmo.
• São o nível mais fundamental da crença; elas são globais, rígidas e
supergeneralizadas.
• A pessoa considera essas ideias como verdades absolutas – é como as coisas “são”.
Crenças Intermediárias
• As crenças nucleares influenciam o desenvolvimento de uma classe intermediária de
crenças, que são as atitudes, as regras e os pressupostos.

Atitude: “É terrível falhar.”


Regra: “Desistir se um desafio parece muito grande.”
Pressupostos: “Se eu tentar fazer algo difícil, vou falhar. Se eu evitar fazer, ficarei bem.”
Processo de intervenção
• Desde os primeiros estágios do desenvolvimento, as pessoas tentam entender seu ambiente. Elas
precisam organizar sua experiência de forma coerente para que possam funcionar
adaptativamente.
• Suas interações com o mundo e as outras pessoas, influenciadas pela sua predisposição
genética, conduzem a determinados entendimentos: suas crenças, as quais podem variar na sua
precisão e funcionalidade.
• Um aspecto muito significativo é que as crenças disfuncionais podem ser desaprendidas, e novas
crenças baseadas na realidade e mais funcionais podem ser desenvolvidas e fortalecidas.
Processo de intervenção
• A maneira mais rápida de ajudar o paciente a se sentir melhor e a se comportar mais
adaptativamente é facilitar a modificação direta das suas crenças nucleares, pois, depois que faz
isso, o paciente tende a interpretar situações ou problemas futuros de maneira mais
construtiva.
• O curso habitual da TCC envolve uma ênfase inicial na identificação e modificação de
pensamentos automáticos que derivam das crenças nucleares.
• O terapeuta ensina o paciente a identificar essas cognições que estão mais próximas da
consciência e a ter distanciamento delas.
Ensinar o paciente que...
• Só porque ele acredita em uma determinada coisa não significa necessariamente que ela seja
verdade.
• Mudar seu pensamento, para que seja mais útil e baseado na realidade, ajuda-o a se sentir
melhor e a progredir em direção aos seus objetivos.
Processo de intervenção
• Será mais fácil para o paciente reconhecer a distorção em seus pensamentos específicos do que a sua
compreensão mais ampla de si mesmo, de seu mundo e dos outros.
• Por meio de repetidas experiências nas quais ele obtém alívio ao trabalhar no nível mais superficial de
cognição, o paciente fica mais aberto à avaliação das crenças que estão subjacentes ao seu pensamento
disfuncional.
• As crenças são avaliadas de várias maneiras e posteriormente modificadas para que também mudem as
percepções do paciente e suas conclusões sobre os eventos.
• Essa modificação mais profunda das crenças mais fundamentais diminui a probabilidade de ter recaída.
Crença Central

Crença
Intermediária

Emoção

Pensamento Comportamento
Situação
Automático
Sintoma físico
Crença Central:
Eu não sirvo pra
nada

Crença
Intermediária:
Se eu tentar,
vou falhar

Emoção: tristeza

Pensamento
Comportamento: desistência,
Automático: comer mais
Situação: dieta
eu não vou
conseguir Sintoma físico: desconforto
História de Vida: 21 anos, cursando ADM, mora sozinha. Mãe excessivamente crítica e controladora, pai passivo.
Necessidade de pessoas significativas em situações diárias . Medo de não ser aceita, muito estudiosa e poucas amigas.

Dados relevantes da infância e adolescência: começou a ganhar muito peso aos 8 anos, baixa auto estima.

Crenças centrais: sou incapaz; não consigo fazer nada sozinha; não sou amada.

Estratégias compensatórias: solicitar namorado para reassegurar se gosta dela; fazer tudo o que as pessoas pedem;
autoexigência das atividades de vida diária; esquivar-se de situação socias e de desempenho.

Situação 1 Situação 2 Situação 3


Solicitar amigas para atividades cotidianas Telefonar para namorado várias vezes Não conseguir falar em público

Pensamento Automático Pensamento Automático Pensamento Automático


Sou incapaz, não consigo resolver Preciso saber se realmente me ama Vão rir de mim

Emoção Emoção Emoção


Tristeza e solidão Tristeza e ansiedade Ansiedade e desvalia

Comportamento Comportamento Comportamento


Brigar com as amigas Pedir que fale que a ama Esquivar da situação

Sintomas físicos Sintomas físicos Sintomas físicos


Dor no peito Fadiga Boca seca, náusea

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