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NUTRIÇÃO E OS RINS

Professora: LAIS LIMA DE CASTRO


ABREU
FUNÇÃO DOS RINS

Os rins regulam a homeostase corpórea, pois


são os responsáveis pela excreção da água corporal,
de minerais e compostos orgânicos, através da
urina.
INSUFICIÊNCIA RENAL

Insuficiência Renal Aguda (IRA): É caracterizada por uma redução abrupta


da função renal resultando em desequilíbrio hidroeletrolítico e acúmulo de
produtos nitrogenados.

Insuficiência Renal Crônica (IRC): é uma síndrome clínica decorrente da


perda lenta, progressiva e irreversível das funções renais

*Ao quadro clínico que se desenvolve com o evoluir da insuficiência renal


denominamos síndrome urêmica ou uremia.
CAUSAS DA INSUFICIÊNCIA RENAL
IRA IRC

•Queimaduras; •Diabetes;

•Desidratação severa; •Hipertensão grave;


•Defeitos congênitos dos rins (como a doença do
•Hemorragia;
rim policístico);
•Choque séptico;
•Alguns analgésicos e outros medicamentos;
•Cirurgia;
•Doenças auto imunes (como lúpus eritematoso
•Síndrome hemolítico-urêmica; sistêmico e escleroderma);
•Hipertensão maligna; •Lesão ou trauma;
•Reação transfusional; •Glomerulonefrite;
•Septicemia; •Cálculos renais e infecção;

•Descolamento de placenta; •Nefropatia de refluxo (na qual os rins são


danificados pelo fluxo retrógrado de urina para
•Obstrução do trato urinário.
dentro deles);
•Outras doenças renais.
SINTOMAS DA INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA
IRA IRC
•Apetite reduzido; •Mal estar geral e fadiga;
•Sensibilidade reduzida; •Coceira generalizada (prurido) e pele seca;
•Fadiga; •Dores de cabeça;
•Dor entre costelas e quadril; •Perda de peso;
•Tremor nas mãos; •Náuseas;
•Hipertensão; •Dormência;
•Sabor metálico na boca; •Espasmos musculares ou cãibras;
•Náuseas; •Sede excessiva;
•Soluços persistentes; •Soluços freqüentes;
•Hemorragia nasal; •Baixo nível de interesse sexual e impotência;
•Convulsões; •Interrupção do período menstrual (amenorréia);
•Movimentos lentos e pesados; •Distúrbios do sono, como insônia, síndrome das
•Edema generalizado; pernas irrequietas e apnéia noturna obstrutiva;
•Diminuição no volume de urina; •Inchaço de mãos e pernas (edema);
•Interrupção total da micção. •Vômitos, normalmente pela manhã.
DIÁLISE
Diálise é a terapêutica empregada para remoção de solutos
urêmicos (uréia, creatinina, fosfato, potássio) e do excesso de água
normalmente acumulados no plasma. Além disso, permite o
restabelecimento do equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-básico do
organismo. Tanto na hemodiálise (HD) quanto na diálise peritoneal
(DP). O plasma urêmico do paciente é colocado em contato com um
dialisato, separados apenas por uma membrana permeável, por meio da
qual por difusão, ultra filtração e osmose ocorrem as passagens de
soluto e água acumulada.
HEMODIÁLISE (HD)
• DIALIZADOR: é um filtro constituído por dois compartimentos: um por
onde circula o sangue e outro por onde passa o dialisato. Esses
compartimentos são separados por uma membrana semipermeável
(artificial) e o fluxo de sangue e dialisato são contrários, permitindo
maximizar a diferença de concentração dos solutos em toda a extensão
do filtro.

•DIALISATO: A solução de diálise contém solutos


(Na, K, bicarbonato, Ca, Mg, Cl, acetato, glicose, CO2) que entram em
equilíbrio com o sangue durante o processo dialítico, mantendo assim a
concentração sérica desses solutos dentro dos limites normais.
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
• Duração

• HD convencional:
• 3x/semana (4horas)

• HD de alto fluxo:
• 3x/semana (2 a 2,5 horas)
DIÁLISE PERITONEAL (DP)
DIÁLISE PERITONEAL (DP)
• Realizada através da instalação de solução de diálise, por
meio de um cateter na cavidade peritoneal.

• O líquido de diálise é composto de glicose, que tem


finalidade de aumentar a osmolaridade da solução e
remover o líquido.

• Na DP ocorre menores episódios de hipotensão do que na


hemodiálise por não haver comprometimento direto do
volume vascular durante a diálise.

• É indicado em pediatria pois permite maior atividade física


e independência;
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
INTRODUÇÃO

• Aspecto nutricional:
• Terapia intermitente;
• Acúmulo de substâncias tóxicas e líquidos
nos intervalos interdialíticos.

• Maiores determinantes da morbidade e


mortalidade em HD:
• Estado nutricional dos pacientes;
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
REPERCUSSÃO NUTRICIONAL

• Desnutrição
A maioria dos estudos que analisaram o
estado nutricional de pacientes em hemodiálise
encontrou evidência de desnutrição calórico-
proteica, com aproximadamente 6 a 8% sofrendo
de desnutrição grave, e cerca de 33% leve a
moderada.
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL

• Objetivo
Identificar causas de risco ou deterioração do
estado nutricional.

• Periodicidade
No início do programa de hemodiálise e a
cada 4 meses.
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

•QUILOCALORIAS
OBJETIVO Kcal/kg/dia

Repleção de peso 35 a 45

Manutenção 32 a 38 (média 35)

Redução 25 a 30

• Pacientes em HD não possuem NE > indivíduos normais.


NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

• Proteínas
• Pacientes em HD > requerimento protéico
devido ao hipercatabolismo das proteínas;

• Mínimo 1,2g/kg/dia (↑ depende do nível de


estresse metabólico);

• 50 a 80% (AVB);
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

• CHO
• Ingestão equilibrada;
• 50 a 60% do VET;
• Dialisato c/ glicose = reduz a fadiga pós
diálise;
• Dialisato s/ glicose = perda de glicose não
significativa (3 x semana);
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
• Lipídios
• Ingestão equilibrada;
• 25 a 35% do VET ou restante das calorias;
• Dislipidemias:
• Triglicerídeos > 500mg/dl (risco de
pancreatite);
• ↓ ingestão CHO simples;
• ↑ ingestão lipídios mono e polinsaturados;
• ↓ ingestão lipídios saturados (<10%);
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
• Fibras
• 20 a 25g/dia
• Tratamento da obstipação;
• Atenção especial ao P e K séricos;
• *Laxantes = ↑da ingestão hídrica;
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
• Líquidos
• Ingestão excessiva
• Ganho de peso, ↑ PA
• Complicações na HD (hipotensão,
câimbras, náuseas, vômitos,
cefaleia, edema agudo de pulmão)
• Sede intensa/boca seca → elevação
ureia + excesso de sódio;
• 500ml/dia + água dos alimentos = 500 a
800ml;
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
• Sódio
• Depende do volume e das perdas urinárias;
• 1 a 3 g;
• Restringir enlatados e processados;
Edema, hipertensão,

↓ Ingestão
Excesso

Insuficiência cardíaca
congestiva Hipotensão interdialítica

Ganho de peso interdialítico,


sessão HD↓ rápida volume
sanguíneo ↓ Ganho de peso interdialítico

Hipotensão, angina,
arritimias, e caimbras Ingestão normal, principalmente
musculares na última refeição antes da HD
(7 a 8h antes)
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
• Potássio
• IRC ↓ excreção K;
• Para prevenir a hipercalemia:
• ↑ excreção através das fezes;
• Volume urinário > 1000 ml → Não há
necessidade de restrição;
• Volume urinário < 1000 ml → 1 a 3gdia
(níveis monitorados);
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
• Potássio
• Controle da ingestão de alimentos fontes de
potássio (batata, banana, suco de laranja,
frutas secas, nozes, molho de tomate, abacate,
feijão, ervilha, melão, espinafre, chocolate,
entre outros).
• Técnica: descascar, picar, deixar de
molho/horas, cozinhar em bastante água,
descartar a água do cozimento (Perda 60% K);
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
Cálcio e Fósforo
• A deficiência de vit. D, no TGI e nos ossos de pacientes
com IRC, ↑ os requerimentos de cálcio;

• Alimentos ricos em cálcio (laticínios), são também fontes de


P que deve ser evitado por pacientes em HD;

• Uso diário de quelantes de P (à base de sais de


cálcio) → ajudam a alcançar a suplementação;
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
Vitaminas Hidrossolúveis
• Vitaminas hidrossolúveis (complexo B) são
dialisáveis, portanto estão ↓ na HD;

• Podem ser compensadas pela alimentação;

• Suplementação individualizada → depende de


avaliação completa e periódica;
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
RESUMO DAS RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
OUTRAS RECOMENDAÇÕES

LIPÍDIOS Fibras (g) 20 - 25


25 a 35% do VET ou restante das
calorias Sódio (g) 1-3

PTN
Repleção (1,2 – 1,4) Potássio (g) 1–3
Manutenção (1,2)
Fósforo (mg) 800 -1200
CHO
50 a 60% do VET Cálcio (mg) 1000 – 1500

Líquidos 500 + vol. de


(ml) urina de 24h
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
TERAPIA NUTRICIONAL
• OBJETIVOS

• Alcançar e manter um bom estado


nutricional;

• Prevenir ou melhorar a toxicidade urêmica


e outros distúrbios metabólicos
influenciados pela nutrição;
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
TERAPIA NUTRICIONAL
• Suporte nutricional (desnutridos)
• Suplementos orais (↑densidade calórica)
→ limitam a ingestão hídrica.

• Sondas nasogástricas ou gastrostomia


• Casos de insucesso da via oral;

• Nutrição através da veia


• Falha na melhora do EN;
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
TERAPIA NUTRICIONAL

• Nutrição parenteral - via central

• Cateter → mesmo acesso venoso da diálise


(intradialítica)

• NPID → Útil para pacientes desnutridos em


HD;

• Adição de aminoácido no dialisato →


melhora o estado nutricional.
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
OUTRAS TERAPIAS
• Eritropoietina
• Estimular a hematopoiese;
• Melhora o padrão de aminoácidos
plasmáticos;
• ↑suprimento de oxigênio - muscúlos e
cérebro (˃captação de aa);
• ↑ do apetite;
• Bem estar;
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
OUTRAS TERAPIAS
• Fatores de crescimento
• O hormônio do crescimento;
• Utilizado em crianças;
• Auxilia o desenvolvimento;
• Estimula a síntese proteica;
• ↓ a geração de ureia;
• ↓a taxa de catabolismo proteico;
• ↑ o balanço nitrogenado;
• ↓o fósforo sérico;
• ↓ hormônio da paratireoide.
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
OUTRAS TERAPIAS
• Estimulante do apetite - acetato de megestrol
• Trata a desnutrição;
• ↓ taxa de morbimortalidade de pacientes
em diálise, com câncer ou AIDS.
• O acetato e seus metabólicos são
excretados através da urina;
• Efeitos colaterais na população renal
crônica;
• Útil em curto prazo;
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
OUTRAS TERAPIAS
Exercícios Físicos
• Objetivos
• Alcançar melhor qualidade de vida;
• Benefícios
• ↑ níveis de HDL;
• ↓da pressão arterial;
• ˃ controle da glicemia,
• ↑ do apetite;
• ↑ do humor e aderência ao tratamento
dialítico;
NUTRIÇÃO E HEMODIÁLISE
OUTRAS TERAPIAS
• Exercícios Físicos
• Pacientes renais crônicos → capacidade
de exercício físico ↓;
• Indicação → treinamento aeróbico;
• Associado à dieta;
• Triagem adequada (supervisão e
monitoramento cuidadoso);
NUTRIÇÃO E DIÁLISE PERITONEAL
FATORES DE RISCO NUTRICIONAL
Obesidade
• O IMC é mais alto nos pacientes em DP, comparado à
hemodiálise, e parece aumentar com o tempo.
• No primeiro ano de DP, há ganho de peso (deposição de
tecido adiposo) e aumento dos parâmetros antropométricos;
• Redução gradual de nitrogênio corporal total, refletindo uma
perda de massa magra e de proteína;
• Estudos preliminares indicam que os pacientes em DP
apresentam um gasto energético mais baixo do que aqueles
em hemodiálise.
NUTRIÇÃO E DIÁLISE PERITONEAL
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

•QUILOCALORIAS
OBJETIVO Kcal/kg/dia

Repleção de peso 35 a 50

Manutenção do peso 25 a 35

Redução do peso 20 a 25
NUTRIÇÃO E DIÁLISE PERITONEAL
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

• Proteínas
• Pacientes em DP > requerimento proteico;
• Mínimo 1,1g/kg/dia (↑ depende do nível de
estresse metabólico);
• Recomendação geral → 1,2 a 1,3g/kg/dia;
• Alguns pacientes → 1,4 a 2,1g/kg/dia, no inicio
do tratamento; No mínimo 50% AVB (peixe,
frango, clara de ovo);
• ↓ ingestão protéica → desnutrição.
NUTRIÇÃO E DIÁLISE PERITONEAL
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

• CHO
• Ingestão equilibrada;
• 35% do VET → Dialisato c/ glicose.
NUTRIÇÃO E DIÁLISE PERITONEAL
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
• Lipídios
• Ingestão equilibrada;
• 35% do VET (mono ou polinsaturados);
• Dislipidemias:
• ↓ ingestão CHO simples;
• ↑ ingestão lipídios mono e
polinsaturados;
• ↓ ingestão lipídios saturados (<10%);
NUTRIÇÃO E DIÁLISE PERITONEAL
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
• Fibras
• 20 a 25g/dia
• Tratamento da obstipação;
• *Laxantes = ↑da ingestão hídrica;
NUTRIÇÃO E DIÁLISE PERITONEAL
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
• Sódio
• Depende do volume e das perdas urinárias;
• 3 a 4 g;
• Pacientes anúricos (ausência de urina) → restrição
mais agressiva.
Edema, hipertensão,

↓ Ingestão
Excesso

Insuficiência cardíaca
congestiva

Ganho de peso , sessão HD↓


Hipotensão
rápida volume sanguíneo

Hipotensão, angina, ↓ Ganho de peso


arritimias, e caimbras
musculares
NUTRIÇÃO E DIÁLISE PERITONEAL
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
• Potássio
• ↑ excreção através das fezes (30% da ingestão);
• 70% (urina e dialisato);
• Hipercalemia → adequação da diálise,
• Controle da ingestão (batata, banana, suco de
laranja, frutas secas, nozes, molho de tomate,
abacate, feijão, ervilha, melão, espinafre, chocolate,
entre outros.
• Técnica: descascar, picar, deixar de molho/horas,
cozinhar em bastante água, descartar a água do
cozimento (Perda 60% K).
NUTRIÇÃO E DIÁLISE PERITONEAL
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
• Líquidos
• Não são restringidos na DP;
• 750 a 1000 mL/dia;
• Tolerância de até 3L/dia;
• Monitorar peso e PA.
NUTRIÇÃO E DIÁLISE PERITONEAL
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
Cálcio e Fósforo
• Recomendação usual de cálcio → 1000 a
1500mg/dia;

• P → 1000 a 1200mg/dia → Uso de


quelantes.
NUTRIÇÃO E DIÁLISE PERITONEAL
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
Vitaminas Hidrossolúveis
• Vitaminas hidrossolúveis são dialisáveis,
portanto estão ↓ na HD;
• Podem ser compensadas pela
alimentação;
• Suplementação individualizada → depende
de avaliação completa e periódica.
NUTRIÇÃO E DIÁLISE PERITONEAL
RESUMO DAS RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
OUTRAS RECOMENDAÇÕES
Fibras (g) 20 - 25
LIPÍDIOS
35% do VET
Sódio (g) 3-4

PTN Fósforo (mg) 1000 – 1200


Repleção (1,4 a 1,6)
Manutenção (1,2 – 1,3) Cálcio (mg) 1000 – 1500

Líquidos 750 a 1000


CHO
(ml)
35% do VET
NUTRIÇÃO E DIÁLISE PERITONEAL
TERAPIA NUTRICIONAL

Via oral

• Deve encorajar as preferências alimentares individuais;


• Utilizar estratégias específicas para cada problema;
• Peritonite (situação de estresse) É improvável que o
paciente alcance a recomendação nutricional aumentada,
somente através da dieta;
• Manifestações gastrintestinais (náuseas, vômitos e
dor abdominal), perda do apetite agravam os efeitos da
infecção;
NUTRIÇÃO E DIÁLISE PERITONEAL
TERAPIA NUTRICIONAL

Suplementos orais

• Fornecem nutrientes adicionais, a escolha depende do


paciente, da palatabilidade, da disponibilidade da composição
química e custo.
• ↓ qnt. de sódio e fósforo/g de PTN.

Sonda nasogástrica ou nasoenteral - infusão noturna

• Melhora o EN e bem-estar, sobretudo na anorexia e na


presença de manifestações gastrointestinais;
NUTRIÇÃO E DIÁLISE PERITONEAL
TERAPIA NUTRICIONAL
NE  Contra-indicada

Dialisato na cavidade
peritoneal

Gastrostomias ou Risco de Vazamentos


jejunostomias cirurgia comprometimento da
ou endoscopia percutânia membrana peritoneal infecções
NUTRIÇÃO E DIÁLISE PERITONEAL
TERAPIA NUTRICIONAL

Nutrição Parenteral

• Pode ser indicada para pacientes hipercatabólicos


(peritonite grave)
• Não é indicada para pacientes ambulatoriais em DP;

Uso intraperitoneal de aa no dialisato


• ↓ a carga de glicose;
• ↓ perdas de PTN e aa no dialisato;
• ↓ níveis de triglicerídeos séricos;
• Melhora o EN;
NUTRIÇÃO E DIÁLISE PERITONEAL
OUTRAS TERAPIAS
Fatores de crescimento
• Uso exógeno do HCR e do IGF-1→
influência no EN de pacientes desnutridos
em CAPD.
• Melhora os efeitos anabólicos;
• Apresentam balanço nitrogenado positivo;
• ↓ ureia sérica.
NUTRIÇÃO E DIÁLISE PERITONEAL
OUTRAS TERAPIAS
Fatores de crescimento
• Níveis ↑ de IGF-1→ ↑ peso corporal e da
circunferência do braço.
• Níveis ↓ de IGF-1 → marcador de
desnutrição em pacientes em diálise.
• Na desnutrição ou na uremia → pacientes
ficam resistentes aos efeitos do IGF-1
NUTRIÇÃO E DIÁLISE PERITONEAL
OUTRAS TERAPIAS

Exercícios físicos

• A prescrição deve ser individualizada;

• Ver a tolerância e capacidade de cada


paciente;

• As caminhadas são mais toleradas por


pacientes em DP.
• OUTRAS DOENÇAS RENAIS

DOENÇAS GLOMERULARES
• Perda da barreira glomerular à proteína.
• Características: perda de proteína urinária,
hipoalbuminemia, edema.
• Causas: DM, LES.
• Tratamento nutricional: tratar a doença de base e os
sintomas associados (edema, hipoalbuminemia,
dislipidemias); diminuir o risco de progressão da doença
glomerular e manter as reservas nutricionais.
• 0,8 g/kg/dia; VET: 35kcal/dia.
• ¾ de proteínas AVB.

Síndrome Nefrótica
• Alterações nas alças capilares do glomérulo.
• Características: hematuria (consequência da inflamação
que danifica a barreira glomerular); HAS leve e perda
função renal.
• Tratamento nutricional: não requer restrição de proteínas
e potássio. Na presença de HAS restringir sódio.

Síndrome Nefrítica
• A formação de cálculos no trato urinário é um
fenônemo multifatorial;
• Existem vários tipos de cálculos renais que diferem
em composição e patogênese;
• Oxalato de cálcio mais comum;
• A nefrolitíase atinge cerca de 1 a 20% da população;
• Além do fator genético é determinada em função das
condições socioeconômicas, ambientais e nutricionais.

LITÍASE RENAL
 Em geral, a cristalização ocorre devido a anormalidades na
composição urinária, por maior cristalização dos promotores
(cálcio, oxalato, ácido úrico), por menor dos inibidores (citrato,
glicosaminoglicanos, nefrocalcina) ou por ambos.

 A dieta exerce papel relevante sobre a excreção urinário tanto


de promotores quanto de inibidores da formação de cálculos.
Entre os vários nutrientes implicados destacam-se: cálcio,
oxalato, sódio, potássio, vitamina C, proteínas, purina, além da
ingestão de líquidos.

LITÍASE RENAL
Redução de cálcio
dietético – perda de
massa óssea
Não existem estudos
prospectivos que DRIs
comprovem que a
1000 mg/dia
restrição de cálcio
reduza a ocorrência Pacientes litiásicos
de cálculos.

Cálcio

LÍTIASE RENAL
Quantidade de cálcio de alguns alimentos

Alimento mg cálcio/100g
Queijo mussarela 517
Leite integral 119
Leite desnatado 123
Iogurte de frutas 169
Doce de leite 176
Chocolate ao leite 228
Requeijão cremoso 180
O oxalato da dieta contribui com 10 a 15% do oxalato urinário,o restante é
proveniente do metabolismo endógeno e da vitamina C.

Por ser o principal componente da maioria dos cálculos, sua ingestão


dietética deve ser diminuída. Portanto os alimentos com elevado teor de
oxalato (> 600 mg) devem ser evitados.

O oxalato dietético está presente em grande quantidade em alimentos de


origem vegetal.

LITÍASE RENAL
Alimentos com elevado teor de
oxalato

Espinafre Beterraba
Cacau em pó
cozido cozida
(623 mg/100g)
(750 mg/100g) (675 mg/100g)
• Vitamina C

❖A metabolização do ácido ascórbico resulta em formação de


oxalato;

❖Esse aumento na produção de oxalato foi demonstrado


principalmente em indivíduos que fazem suplementação com 1
ou 2g de vitamina C;

❖Como a contribuição da dieta não é tão grande não há restrição


a ser feita.

LITÍASE RENAL
Evitar a ingestão excessiva de sódio dietético –
diminuindo ingestão de produtos enlatados e/ou
conservados; não levando saleiro à mesa e
substituindo o sal por temperos naturais.

• Sódio

❖Uma elevada ingestão de sódio, aumenta o risco de formação


de cálculos renais formados de cálcio, pois o sódio aumenta a
excreção urinária de cálcio.

LITÍASE RENAL
• Potássio

A ingestão de alimentos ricos em potássio, como frutas e


vegetais, pode exercer efeito protetor contra formação de
cálculos.

LITÍASE RENAL
• Proteínas

❖Uma adequada ingestão protéica reduz oxalato, fosfato, cálcio


e ácido úrico e aumenta a excreção de citrato;

❖Segundo a RDA pacientes litiásicos devem consumir de 0,8 a


1,2g/Kg/dia de proteínas de alto valor biológico;

❖É importante salientar que o leite e seus derivados, apesar de


serem de origem animal, não devem ser restritos devido ao seu
conteúdo de cálcio.

LITÍASE RENAL
• Purinas

❖O produto final do metabolismo das purinas é o ácido úrico;


❖Ácido úrico em excesso pode levar à formação de cálculos –
hiperuricosúria;
❖Ingestões de purinas superiores a 175 mg/dia podem levar a
excreção urinária de ácido úrico.
❖Alimentos de origem animal rico em purinas devem ser
evitados – vitela, bacon, fígado, língua, miolo, bacalhau, peru,
porco, coelho, ovas de peixe, rim.

LITÍASE RENAL
Recomendação – 30 ml/Kg/dia

EVITAR
Chás preto e mate – oxalato
Bebidas isotônicas e refrigerantes - sódio

• Uma elevada ingestão de líquidos é freqüentemente


recomendada, por aumentar o volume urinário e diminuir a
concentração de componentes litogênicos, o que reduz a
formação de cálculos.

LITÍASE RENAL
Evitar a restrição de cálcio.

Adequar a ingestão de proteína animal e evitar alimentos ricos em purina.

Evitar a ingestão excessiva de sal.

A ingestão de potássio deve ser estimulada.

Suplementos de vitamina C devem ser utilizados com cautela.

Aumentar a ingestão de líquidos para produzir pelo menos 2L urina / dia.

RECOMENDAÇÕES DIETÉTICAS GERAIS PARA


PACIENTES LITIÁSICOS
• Até um mês após o transplante deve oferta 1,3-1,5
g/kg/dia proteína e VET: 30-35 kcal/dia.
• Em caso de infecção ou estresse ofertar 1,6 a 2,0 g/kg/dia
de proteína.
• Após 1 mês reduzir para 1 g/kg/dia.

Transplante Renal
REFERÊNCIA

•CUPPARI, L. Nutrição clínica no adulto. 2ª edição, Manole,


2005.

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