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Brasília
MAPA
2021
©2021 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial e ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não
seja para venda ou qualquer fim comercial.
A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é do autor.
Tiragem:
1ª edição. Ano 2021
Elaboração, distribuição, informações:
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
Secretaria de Defesa Agropecuária
Departamento de Saúde Animal – DSA
Coordenação de Assuntos Especiais – CAE
Divisão de Material Genético Animal – DIMG
Esplanada dos Ministérios, Bloco D, Anexo A, 3º andar, sala 350
CEP: 70043-900, Brasília-DF
Tel.: (61) 3218.2709
E-mail: materialgenetico@agricultura.gov.br
Homepage: www.gov.br/agricultura
Central de Relacionamento: Assessoria Especial de Comunicação Social
Elaboração
Coordenação de Assuntos Especiais - CAE/DSA
Divisão de Material Genético Animal - DIMG/CAE/DSA
Laboratório de Epidemiologia e Bioestatística - FMVZ/Universidade De São Paulo
Núcleo de Sanidade de Aves - Embrapa Suínos e Aves
Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás - SFA/GO
Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Mato Grosso do Sul - SFA/MS
Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais - SFA/MG
Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Santa Catarina - SFA/SC
1. Introdução ....................................................................................................... 1
2. Objetivo .......................................................................................................... 1
3. Procedimentos para Mensuração do Risco Estimado Associado a Estabelecimento (R). 2
4. Responsabilidades............................................................................................. 3
5. Procedimento.................................................................................................... 3
6. Fatores de risco e biosseguridade com maior impacto na ocorrência de eventos em
estabelecimentos avícolas de reprodução ............................................................. 3
7. Metodologia...................................................................................................... 6
7.1 Modelagem de risco................................................................................ 6
7.2 Coleta de Dados..................................................................................... 6
7.3 Análise dos dados.................................................................................. 6
8. Resultados....................................................................................................... 7
8.1 Questionários........................................................................................ 7
8.2 Construção do modelo............................................................................ 7
8.3 Classificação dos estabelecimentos........................................................... 7
9. Considerações relacionadas ao potencial da ferramenta.......................................... 7
10. Operacionalização dos procedimentos para estimativa do Risco Associado aos
Estabelecimentos Avícolas de Reprodução e determinação da frequência mínima de
fiscalização........................................................................................................... 8
10.1 Etapas de desenvolvimento................................................................... 8
10.2 Detalhamento da operacionalização das etapas........................................ 8
11. Referências bibliográficas.................................................................................. 10
A Avicultura Brasileira se destaca pela alta competitividade, ocupando o terceiro lugar em
produção de carne de frango e a posição de maior exportador no cenário mundial. O status
sanitário dos plantéis avícolas contribui para manter a avicultura nestas posições de
destaque. Este status advém de esforços permanentes na manutenção de boas práticas
baseadas em procedimentos de biosseguridade. As boas práticas produtivas adotadas pelos
estabelecimentos estão alicerçadas em exigências de atos normativos estabelecidos pelo
MAPA e recomendados pelas organizações internacionais OMS/FAO/OIE (ABPA, 2020).
Os procedimentos de biosseguridade adotados pelos estabelecimentos avícolas têm como
princípio fundamental a prevenção da introdução e disseminação de patógenos e
configuram-se como um conjunto de medidas operacionais de prevenção, controle e
limitação da exposição das aves contidas em um sistema produtivo aos agentes causadores
de doenças.
A possibilidade iminente da introdução de patógenos e ocorrência de surtos que possam
interferir na saúde animal e humana e determinar severo impacto na comercialização
nacional e internacional dos produtos brasileiros é uma preocupação dos órgãos de
fiscalização e das empresas avícolas. Além disso, há um número cada vez menor de
Auditores Fiscais Federais Agropecuários disponíveis para as atividades de fiscalização, o
que determina crescente necessidade de implementação de responsabilidade
compartilhada, com uso de tecnologias que possibilitem gestão estratégica mais assertiva e
com menor uso do recurso “tempo” e distribuição mais eficiente dos recursos humanos.
O desenvolvimento de estratégias de avaliação do risco dos estabelecimentos pode auxiliar
a determinação de frequências de fiscalização dos estabelecimentos. Outros países têm
buscado o desenvolvimento de modelos de análise de risco, visando desenvolvimento de
estratégias de prevenção mais eficazes e maior compreensão do risco de introdução de
agentes infecciosos causadores de doenças de alto impacto nas cadeias produtivas
(Manyweathers et al., 2020, COX et al., 2016).
Existem muitas ferramentas de análise capazes de contribuir para a definição e mensuração
de risco. Neste trabalho, utilizando-se técnica de aprendizado de máquina, foi desenvolvida
uma modelagem de risco com análise de rede bayesiana adaptada de COX et al., (2016) e
Manyweathers et al., (2020). Para construção da rede foram analisados os requisitos de
biosseguridade implementados nos estabelecimentos e a probabilidade de ocorrência de
eventos sanitários ou falhas nos sistemas de produção. Estes dados foram relacionados à
localização dos estabelecimentos para auxiliar na estimativa de risco. Essa análise é
dinâmica, portanto, periodicamente, o órgão de fiscalização deverá reavaliar as condições
dos sistemas de produção, o ecossistema no qual estão inseridos e o risco associado.
Desempenho do
Características da estabelecimento quanto ao
produção e do atendimento à legislação
estabelecimento aplicável à fiscalização
Risco Regulatório
Risco Inerente (RI)
(RR)
Risco Estimado
Associado ao
Estabelecimento (R)
Frequência das
fiscalizações
O risco intrínseco dos estabelecimentos (RI) será calculado conforme metodologia descrita
neste documento. O DSA fará gerenciamento do modelo e repassará a classificação dos
estabelecimentos a cada Unidade da Federação, a fim de promover as definições de
priorização e frequência de fiscalizações.
Os dados foram coletados por questionários elaborados com base em discussões técnicas
realizadas entre especialistas (avicultura, epidemiologia) e auditores fiscais do MAPA
considerando as exigências previstas na legislação, as orientações da OIE e a realidade do
sistema de produção brasileiro.
Os questionários investigaram requisitos de biosseguridade e boas práticas implementados
pelos estabelecimentos, relacionando-os à probabilidade da ocorrência de evento sanitário
ou falhas. Os questionários foram encaminhados às empresas responsáveis pela produção
de aves reprodutoras e incubatório avícolas, por meio da plataforma Agroform (MAPA) e
respondidos por estabelecimentos localizados em 23 estados brasileiros. Existiam, no
momento da aplicação do questionário, 2017 estabelecimentos avícolas de reprodução
registrados no MAPA e destes, 1569 responderam ao questionário.
Baixo 0 a 0.33
Médio 0.334 a 0,666
Alto 0,667 a 1
Para a realização das etapas acima descritas serão desenvolvidas as seguintes atividades:
A. A CAE/DSA enviará aos SISA uma relação com a classificação dos
estabelecimentos que responderam ao questionário;
B. O SISA encaminhará solicitação de preenchimento de questionário aos
estabelecimentos que não responderam no ano de 2020 e as respostas dos
estabelecimentos deverão ser enviadas via AGROFORM, dentro do prazo a ser
definido pela CAE/DSA;
C. A partir da relação de classificação de estabelecimentos enviada pela CAE/DSA, o
SISA estabelecerá parte da programação de fiscalização anual. O quantitativo de
fiscalizações nos estabelecimentos avícolas de reprodução, neste primeiro
momento, será determinado de acordo com a capacidade de fiscalização de cada
Superintendências Federal de Agricultura - SFA (número de Auditores Fiscais
Federais Agropecuários x estabelecimentos a serem fiscalizados).
D. As fiscalizações deverão ser distribuídas de acordo com a capacidade de execução
de cada SFA, proporcionalmente, ao quantitativo de estabelecimentos por estrato.
Nesse primeiro momento, para verificação do modelo, serão amostradas
propriedades nos 3 estratos, proporcionalmente. Entretanto, após essa etapa de
validação, pretende-se evoluir para vigilância baseada em risco na qual a ênfase
será dada aos estabelecimentos de maior risco.
Exemplo:
1. Uma Unidade de Federação que tem capacidade de fiscalizar 50 estabelecimentos
avícolas de reprodução por ano, sem contabilizar as fiscalizações das unidades de
compartimentos, vistorias para registro e atendimento às exigências específicas
de acordos sanitários internacionais.
2. Apresenta 100 estabelecimentos divididos em estratos :
Baixo 27 27 13,5 = 13
Médio 42 42 21
Alto 31 31 15,5 = 16
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