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METODO (TCC)

INTERVENÇÕES DA TERAPIA COGNITIVO


COMPORTAMENTAL DURANTE A DEPRESSÃO NA
ADOLESCÊNCIA PSICOLOGIA

Depressão na adolescência e estratégias de intervenção da


Teoria Cognitivo Comportamental (TCC).

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SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................... 4
INTRODUÇÃO ............................................................................ 5
CARACTERÍSTICAS DA DEPRESSÃO ........................................... 6
CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO DA ADOLESCÊNCIA ................... 8
CARACTERÍSTICAS DA DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA ............ 11
A TEORIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL (TCC) ...................... 14
TÉCNICAS DA TCC QUE CORROBOREM O TRATAMENTO DA
DEPRESSÃO NA ADOLECÊNCIA ................................................ 17
TÉCNICAS COGNITIVAS ......................................................... 17
TAREFAS DE CASA ............................................................... 17
REGISTRO DIÁRIO DOS PENSAMENTOS DISFUNCIONAIS (RDPD)
........................................................................................... 18
O MÉTODO SOCRÁTICO ......................................................... 18
TESTES COMPORTAMENTAIS ................................................ 19
PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES DIÁRIAS ............................. 20
PRESCRIÇÃO DE TAREFAS GRADUADAS................................. 20
A PREVENÇÃO DE RECAÍDAS ................................................. 20

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TREINAMENTO EM HABILIDADES SOCIAIS (THS) ................... 21
O ENSAIO COMPORTAMENTAL .............................................. 22
ROLE-PLAYING..................................................................... 22
FEEDBACK E REFORÇAMENTO .............................................. 23
O PROCEDIMENTO DE DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA (DS)
........................................................................................... 23
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................... 25

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RESUMO
Para a elaboração deste projeto foi realizada uma revisão
bibliográfica narrativa de produções anteriores que
analisaram a depressão na adolescência e as principais
estratégias de intervenção da Teoria Cognitivo
Comportamental (TCC). Pretende-se elucidar neste artigo os
acometimentos psicológicos vivenciados por adolescentes
que sofrem com a depressão. A depressão até pouco tempo
atrás era vista somente como doença de adulto, mas cada
vez mais adolescentes são diagnosticados com a doença.
Uma doença grave que se não tratada e acompanhada por
profissionais especializados e apoio dos responsáveis pode
gerar consequências fatais como o suicídio.

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INTRODUÇÃO
Assim, o problema de pesquisa se apresenta como o
seguinte: quais são as principais estratégias de intervenção
da TCC em adolescentes com depressão? O objetivo geral
do artigo será: discutir a contribuição da TCC no
acompanhamento da depressão durante a adolescência e
como objetivos específicos, iremos:

• Caracterizar a depressão;
• Caracterizar o período da adolescência;
• Descrever as características da depressão na
adolescência;
• Descrever a Teoria Cognitivo Comportamental (TCC);
• Apresentar técnicas da TCC que corroborem o
tratamento da depressão na adolescência.

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CARACTERÍSTICAS DA DEPRESSÃO
Profissionais relatam depressão como um transtorno de
humor e afeto, que tem sido de uma característica
epistemológica existente de uma perda, essa perda pode ser
de apetite, falta de energia, inutilidade, sentimento de culpa,
e pensamento de morte. Ainda segundo os autores, é uma
patologia grave, que pode levar o sujeito a um baixo
rendimento, podem tentar se sentir melhor com o uso de
drogas, e leva também ao rebaixamento da autoestima.

A depressão, “envolve período de sintomas nos quais um


indivíduo vivencia um humor triste excepcionalmente
intenso”. O humor triste, excepcionalmente elevado é
conhecido como disforia. Segundo os autores, a depressão
maior, é quando o indivíduo vivencia casos de sintomas
depressivos agudos, mas com tempo reduzido.

O indivíduo deprimido tem uma visão negativa de si mesmo,


do mundo e do futuro; 2- Existem esquemas ou padrões
cognitivos mais ou menos estáveis segundo os quais o
indivíduo organiza suas experiências; 3- Erros cognitivos:
inferências arbitrárias, hipergeneralização e raciocínio
dicotômico (péssimo/ ótimo; tudo/nada).

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Atualmente, cada vez mais tem crescido o número de
pessoas acometidas pela depressão, sendo este um
transtorno que desde os tempos passados tem sido visível
mesmo que de forma branda entre os indivíduos, porém
somente neste século têm ganhado tanta evidência.

A depressão pode ser observada nos atendimentos básicos


de saúde, com isso existe um grande aliado nesse
procedimento que são as campanhas de conscientização,
onde é muito importante a participação da população no
modo geral, não apenas dos profissionais realizando e
conscientizando à busca pela ajuda, pois o transtorno da
depressão causa aos indivíduos não apenas perdas
financeiras, mas envolve todo âmbito da vida, podendo
chegar ao suicídio.

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CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO DA
ADOLESCÊNCIA
Entende-se que a identidade se desenvolve por todo o ciclo
da vida, mas é na fase da adolescência que ocorrem as
transformações mais importantes. A preocupação com a
identidade torna-se mais consciente e intensa por vários
fatores, entre os quais o autor destaca a “maturação
biológica, o desenvolvimento cognitivo alcançado e as
demandas sociais para comportamentos mais responsáveis”
é a “primeira etapa da vida em que se tem todos os
ingredientes para a construção de uma identidade singular”

Adolescência é a última, e a mais complexas das fases do


desenvolvimento, uma fase que vem depois da infância, e
que segundo as normas e políticas de saúde do Ministério de
Saúde do Brasil, pode ter seu início por volta dos dez anos
podendo estender-se aos vinte e quatro anos.

Os anos da adolescência frequentemente são anos de


conflitos. Parte dela é simplesmente uma tentativa mal
orientada de estabelecer individualidade.

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Em alguns momentos sente prazer em mostrar seus gostos e
opiniões de forma exagerada, imoderado com
questionamento e uma fragilidade que é caracterizada em
uma busca pela sua identidade, sendo assim são
estabelecidos questionamentos críticos quanto as escolhas
dele próprio e de seus familiares, em busca de sua
autonomia e autoconfiança.

A adolescência representa um período de contínuas e


profundas transformações, tanto no nível psíquico quanto no
físico e social. O sujeito, ao entrar na adolescência, passa a
residir em um novo corpo, que clama por uma nova
identidade e que marca a sua passagem da esfera familiar à
esfera social.

Essas mudanças geram um intenso sofrimento, pois


acarretam perdas referentes à imagem infantil, aos pais
idealizados da infância e à identidade infantil. Essas perdas,
por sua vez, representam um rompimento com o passado a
fim de que seja possível ao adolescente investir no futuro,
desligando-se dos pais e tornando-se apto a realizar suas
escolhas.

Essas transformações decorrentes da adolescência fazem o


sujeito perder as suas referências, não tendo mais uma
representação de si mesmo, uma vez que sua nova imagem
ainda se encontra em construção.

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O período da adolescência vem carregado de projetos e
ambições de uma personalidade em que o indivíduo toma
consciência dos objetivos que deseja atingir e parte em busca
dos mesmos por meios próprios, “seus traços psíquicos
particulares e seu estilo de vida, continua solidamente ligado
às fases que o enquadram”

Esse é o período de crescimento mais sensível, pois é na


adolescência que as transformações corporais e psíquicas
que impressionam os adolescentes, na medida em que ele se
interessa por si, porque as diferentes condutas podem ser
observadas de um dia para o outro, surpreendendo-o.

Essa evolução manifesta-se em todas as áreas da vida


mental, como na personalidade social, e não apenas no
domínio corporal e afetivo, todo o conjunto do modo de agir
se transforma.

O aspecto mais característico da evolução do adolescente é a


puberdade, com a instalação da função reprodutora, pois
seu desenvolvimento físico e mental pode ser alterado se
faltar, ou se acontecer cedo demais ou tarde demais. É um
mecanismo muito complexo essa maturação sexual, a
evolução biológica pode ocorrer de forma natural e pode
apresentar perturbações, como a má regulação hormonal e
as doenças glandulares, que são da competência de um
médico, cabendo ao psicólogo o acompanhamento dos
aspectos mentais dessa fase.

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CARACTERÍSTICAS DA DEPRESSÃO NA
ADOLESCÊNCIA
A oposição de ideias entre a necessidade vincular e a
autonomia do sujeito é ponto central para que se possa
compreender a problemática da depressão na adolescência.
Para os Profissionais esta psicopatologia revela o caráter
ameaçador do vínculo para o sujeito. Isto se deve a uma
falha na adaptação do objeto externo às necessidades da
criança, que acaba por torná-la insegura diante da sua
realidade interna e fazê-la recorrer a um superinvestimento
defensivo nos objetos externos.

A conquista da autonomia pelo adolescente depende dos


vínculos que estabeleceu ao longo da sua vida, pois a
construção de uma nova identidade implica a procura de
processos de troca e de interiorização; e quando o
adolescente percebe a autonomia como antagônica às
relações vinculares, os mecanismos de identificação são
bloqueados, ocorrendo um prejuízo na formação da sua
personalidade e no seu desenvolvimento mental.

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Em adolescentes existem importantes características
fenomenológicas que são típicas do transtorno depressivo
maior nesta fase da vida. Adolescentes com depressão
apresentam-se principalmente irritáveis e instáveis, ao invés
de demonstrarem ou queixarem-se de tristeza, podendo
ocorrer crises frequentes de explosão e raiva.

Acredita-se que mais de 80% dos jovens deprimidos


apresentam humor irritado (e ainda perda de energia, apatia
e desinteresse importante, retardo psicomotor, sentimentos
de desesperança e culpa, perturbações do sono,
principalmente hipersonia, alterações de apetite e peso,
isolamento e dificuldade de concentração.

A capacidade de um adolescente observar essas mudanças é


pouca, pois confunde-se com os estigmas que a fase da
adolescência carrega. Quando não identificada e tratada, a
depressão pode permanecer na fase adulta.

Deve-se suspeitar de depressão em adolescentes que


apresentam problemas escolares (afastamento da escola ou
queda importante no rendimento escolar), familiares e
legais, alterações significativas de peso corporal, abuso de
substâncias (álcool e drogas), comportamento sexual de risco
e problemas de conduta (explosões de raiva, brigas
frequentes, vandalismo e roubos).

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E ainda, estados de humor irritável ou depressivo duradouro
e/ou excessivos, períodos prolongados de isolamento ou
hostilidade com família e amigos, afastamento de atividades
grupais, fugas de casa e presença de queixa física imprecisa,
persistente e sem esclarecimento etiológico.

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A TEORIA COGNITIVO
COMPORTAMENTAL (TCC)
A Terapia Cognitiva Comportamental utiliza o conceito da
estrutura “biopsicossocial” na determinação e compreensão
dos fenômenos relativos à psicologia, no entanto constitui-se
como uma abordagem que focaliza o trabalho sobre os
fatores cognitivos da psicopatologia. Assim, a Terapia
Cognitiva tem como objeto de estudo principal a natureza e
a função dos aspectos cognitivos, ou seja, o processamento
de informação que é o ato de atribuir significado a algo.

A TCC corrobora o aspecto do modelo biopsicossocial ser um


conceito amplo que visa estudar a causa ou o progresso de
doenças utilizando-se de fatores biológicos, fatores
psicológicos e fatores sociais. E a OMS - Organização
Mundial de Saúde, prevê a definição de saúde como um
estado completo de bem estar físico, mental e social do ser
humano, ao contrário do senso comum, que infere ao termo
a ideia de ausência de doenças.

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À esta abordagem, que cuida das instâncias biológicas,
mentais e sociais, chamamos de modelo biopsicossocial, que
atende diretamente ao conceito de saúde estabelecido pela
OMS, em 1948, pois “os conceitos de saúde e de doença são
analisados em sua evolução histórica e em seu
relacionamento com o contexto cultural, social, político e
econômico, evidenciando a evolução das ideias nessa área
da experiência humana”

Uma das vantagens da terapia cognitiva é o caráter de


participação ativa do cliente no tratamento, de modo que o
cliente é auxiliado a Identificar suas percepções distorcidas;
Reconhecer os pensamentos negativos e buscar pensamentos
alternativos que reflitam a realidade mais de perto;
encontrar as evidências que sustentam os pensamentos
negativos e os alternativos; gerar pensamentos mais
consistentes e dignos de crédito ligados a determinadas
situações em um processo chamado reestruturação cognitiva.

A abordagem teórica da Terapia Cognitiva apresenta


resultados positivos, as pessoas deprimidas que expressam
pensamentos automáticos negativos e distorcidos, sobre si
mesmo, sobre o mundo, seu futuro, na maioria das vezes
esses pensamentos não condizem com a realidade vivida,
por isso, “distorcidos” criando um chamado processo
“vicioso” onde o pensamento negativo afeta seus
sentimentos e emoções, consequentemente aumenta a
intensidade desses pensamentos negativos.

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As cognições negativas surgiriam da ativação de crenças
disfuncionais subjacentes, aprendidas, construídas e
mantidas, de forma inconsciente, desde a infância. A
característica essencial desta terapia é o uso de uma
abordagem colaborativa, de “testagem” das hipóteses
distorcidas do paciente.

Seja em atendimento individual ou grupal, o objetivo da


Terapia Cognitiva é sempre o mesmo “facilitar a
aprendizagem de novos comportamentos e cognições”. A
Terapia Cognitiva mantém um critério rigoroso de técnicas,
que exige muito de o profissional psicólogo ter as
habilidades necessárias e da pessoa depressiva colaborar
para essa prática.

O item fundamental para o psicólogo atuar com êxito é


sempre instalar a esperança, pois, em pessoas depressivas a
esperança é um sentimento muitas vezes distante, pois, em
sua maioria as pessoas se encontram sem perspectivas para
o futuro.

O modelo cognitivo propõe que o pensamento disfuncional


(que influencia o humor e o pensamento do paciente) é
comum a todos os transtornos psicológicos. Quando as
pessoas aprendem e avaliam seus pensamentos de forma
mais realista e adaptativa, elas obtêm uma melhora em seu
estado emocional e no comportamento.

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TÉCNICAS DA TCC QUE CORROBOREM O
TRATAMENTO DA DEPRESSÃO NA
ADOLECÊNCIA

TÉCNICAS COGNITIVAS
As técnicas cognitivas, amplamente utilizadas pelo terapeuta
nas sessões, consistem em identificar, testar na realidade, e
corrigir crenças e pensamentos automáticos negativos. O
paciente aprende a identificar os momentos em que sua
disforia tende a aparecer mais frequentemente (“períodos
críticos”), e aprende a detectar pensamentos automáticos.
Num segundo momento, o paciente aprende a analisar os
pensamentos automáticos, buscando enxergar distorções nos
mesmos, onde passa então a questioná-los para obter
interpretações mais realistas dos fatos a sua volta.

TAREFAS DE CASA
Um aspecto central da terapia cognitivo-comportamental é o
terapeuta fornecer tarefas de casa para o paciente, visando
que o mesmo utilize o tempo fora das sessões para novas
experiências e exercícios corretivos de suas crenças
disfuncionais.

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Algumas tarefas podem estar relacionadas ao Registro diário
de pensamentos disfuncionais, Plano Semanal de Atividades
Diárias, etc.

REGISTRO DIÁRIO DOS


PENSAMENTOS DISFUNCIONAIS
(RDPD)
Como tarefa de casa, o terapeuta utiliza amplamente esse
exercício, que como busca que os pacientes anotem todos os
seus pensamentos disfuncionais associados com seus estados
de disforia para posterior análise ou para que o próprio
paciente tente reestruturá-los.

O MÉTODO SOCRÁTICO
São perguntas que o terapeuta faz para o paciente buscando
questionar os fundamentos de seus pensamentos
automáticos e que, reconhecendo a ausência deles, possa
modificá-los. Buscam-se as evidências que sustentam ou não
as crenças e pensamentos automáticos, bem como sobre
outras possíveis alternativas de interpretar as situações.
O método socrático é amplamente utilizado pelo terapeuta
nas sessões.

Ao falar do questionamento socrático, coloca que este deve


focalizar os pensamentos, onde depois de reconhecê-los, o
paciente deve-se perguntar (ou o terapeuta deve perguntar
ao paciente):

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“Que evidências tenho de que aquilo que passou pela minha
cabeça naquele momento é verdadeiro?”; “Que evidências
são contrárias ao que pensei?”; “Existem explicações
alternativas?”; “Que provas tenho de que de fato o que
imaginei na ocasião vai acontecer?”; “O que outras pessoas
pensariam na mesma ocasião?”, etc.

TESTES COMPORTAMENTAIS
Conforme Uma forma de modificar crenças é desafiá-las em
situações práticas. Nesse exercício, a crença é considerada
uma hipótese, onde o paciente rejeita ou confirma, conforme
testado na prática, em situações reais. Através de testes
comportamentais, pode-se pedir, por exemplo, que um
paciente que possua crenças do tipo: “Nada do que falar em
grupo será interessante”, teste na prática essa sua crença,
observando a resposta de outras pessoas às suas falas.
Caso observe que algumas pessoas respondem às suas falas,
a crença será questionada, na medida em que a fala foi
interessante para a outra pessoa.

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PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES
DIÁRIAS
O planejamento de atividades diárias é feito geralmente
semanalmente, e consiste em desenvolver junto com o
paciente um programa diário de atividades que aumente o
seu nível de ação, a probabilidade de reforçamento e a
possibilidade de refutação de suas crenças negativas, o que
torna a técnica muito eficaz no combate contra a depressão.

PRESCRIÇÃO DE TAREFAS
GRADUADAS
Ajuda o paciente a recuperar seu nível normal de atividade,
levando em conta suas dificuldades. Para alcançar sucesso,
as tarefas devem ser começadas por baixo, ou seja, por
aquelas em que o paciente sente menos desconforto ou
ansiedade, e sente mais prazer.

A PREVENÇÃO DE RECAÍDAS
A Prevenção de Recaídas representa uma extensão e
variação importantes dos procedimentos de autocontrole,
visto que a recaída seria uma crise ou um retrocesso das
tentativas do paciente em mudar ou manter as mudanças do
seu comportamento.

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Os procedimentos de prevenção de recaídas, embora mais
amplamente utilizados nos programas de tratamento da
drogadição, podem ser utilizados nos programas de
mudança de comportamento geral.

Através da autovigilância, os pacientes devem prestar


atenção ao seu comportamento e, inibir o comportamento
habitual, identificando situações de alto risco onde a recaída
é provável.

Habilidades de afrontamento também são importantes, na


medida em que os pacientes as podem utilizar nas situações
de alto risco para eles, onde sentem que podem perder o
controle. Procedimentos de manipulação do stress e de
treinamento em relaxamento também são utilizados na
Prevenção de recaídas. A reestruturação cognitiva também
deve ser usada, para evitar reações de pacientes que
recaem, tais como: sentimento de perda, culpa e fracasso.

TREINAMENTO EM HABILIDADES
SOCIAIS (THS)
“Uma tentativa direta e sistemática de ensinar estratégias e
habilidades interpessoais aos indivíduos, com a intenção de
melhorar sua competência interpessoal e individual nos tipos
específicos de situações sociais" De modo geral, concentra-se
na aprendizagem de um novo repertório de respostas.

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Através de um Treinamento em Habilidades, empregam-se
procedimentos tais como as instruções, a modelação, o
ensaio comportamental, a retroalimentação e o
reforçamento. Busca-se também realizar a redução da
ansiedade em situações sociais problemáticas, realizar uma
reestruturação cognitiva e fazer um treinamento em solução
de problemas.

O ENSAIO COMPORTAMENTAL
Nesse procedimento representam-se maneiras apropriadas e
efetivas de enfrentar as situações da vida real que são
problemáticas para o paciente. Consiste no aprendizado de
novas respostas que substituirão respostas não adaptativas.
Diferentemente do psicodrama, o ensaio comportamental
concentra-se na mudança de comportamento, e não na
identificação e expressão de supostos conflitos. O ensaio
comportamental, focaliza a modelagem de estratégias que o
indivíduo pode empregar numa situação em particular.

ROLE-PLAYING
Terapeuta e cliente se comportam imitando o
comportamento de alguma pessoa relevante no ambiente
natural do sujeito ou fazendo uma representação do
comportamento do próprio sujeito em alguma situação
social. Serve para treinar o paciente a interagir
adequadamente em situações sociais.

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FEEDBACK E REFORÇAMENTO
O reforçamento, presente em todas as sessões do THS, serve
para que o paciente adquira novos comportamentos e
aumente aqueles considerados adaptativos, onde o
terapeuta recompensará as aproximações sucessivas do
paciente. O feedback por sua vez, proporciona informação
específica ao sujeito, buscando que o mesmo desenvolva e
melhore uma habilidade.

O PROCEDIMENTO DE
DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA
(DS)
A dessensibilização sistemática (DS) é uma intervenção
terapêutica desenvolvida para, dentre outras coisas, eliminar
as síndromes de evitação. O terapeuta utiliza esse
procedimento em casos, para que o paciente, com ansiedade
social, vá se aproximando de forma gradual das situações
sociais (estímulo provocador de medo) consideradas
ansiogênicas. A exposição aos estímulos sociais, pôde ser
concretizada através da imaginação, ensaios
comportamentais e nas situações reais.

A DS consta de quatro passos principais:


a) Treinamento no emprego da escala “SUDS”;

b) Uma completa análise comportamental e o


desenvolvimento de uma hierarquia de medos;

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c) Treinamento do relaxamento muscular profundo ou algum
outro procedimento de relaxamento;

d) A combinação da exposição, na imaginação, à hierarquia


de medos junto com o estabelecimento de uma resposta de
relaxamento profundo no paciente – “a dessensibilização
propriamente dita”.

Através da Escala de Unidades Subjetivas de Ansiedade


(SUDS) busca-se que o paciente faça discriminações precisas
de seus medos, colocando, por exemplo, numa escala de 0 a
100 situações consideradas mais aterradoras até aquelas
que lhe proporciona tranquilidade.

À medida que o paciente passa a não mais reagir com


ansiedade à apresentação de um determinado nível de
estímulos, atinge-se o critério para apresentar o estímulo
seguinte da lista hierarquizada. Os estímulos
dessensibilizados em consultório tendem a se generalizar
para as situações reais.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo verificou que a depressão tem se mostrado um
fenômeno crescente, sem distinção de sexo, idade, classe
econômica ou crenças. Portanto, não seria exagero referir-se
a ela como o mal do século XXI, e que não tendo uma
estratégia eficaz para combatê-la, é estimado que este
número seja ainda maior para os próximos anos.

Foi verificado ainda que, a depressão antes considerada


como uma consequência secundaria ou terciária de outras
doenças, tem se tornado protagonista e autônoma diante
das demais comorbidades, tornando se nociva, silenciosa e
prejudicial ao sujeito acometido por ela. Diante disso,
buscou-se fazer um breve relato sobre as características,
ocorrência e o impacto da depressão na fase da
adolescência, que tem se alastrado nos últimos tempos,
como uma doença que afeta todo o contexto de vida do
mesmo, assim como, o seu meio familiar, social e
econômico.

Podemos acompanhar diante a revisão da literatura que em


muitos casos os sintomas depressivos especificamente em
adolescentes, são desconsiderados ou despercebidos nos
ambientes em que estão inseridos, como o meio familiar e a
escola.

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Por isso, é importante ficarmos alerta, observar e entender as
mudanças físicas, cognitivas, emocionais, e os significados
dos eventos para os adolescentes, respeitando sua
subjetividade e singularidade de interpretar o mundo em sua
volta de acordo com suas crenças e experiências de vida.

Contudo, é preciso que familiares, educadores e até a


comunidade em que este adolescente está inserido,
mantenham um olhar atento, afim de perceber possíveis
mudanças emocionais e comportamentais que podem estar
diretamente ligadas ao quadro da depressão e que o quanto
antes esses sintomas forem identificados e esse adolescente
for encaminhado para o tratamento adequado, maiores são
as chances de cura para o quadro de depressão.

Vale reforçar que o diagnóstico precoce é de extrema


importância para maior eficácia do tratamento. Uma vez que
segundo pesquisado nas literaturas, há um risco gradual,
somático e evolutivo que podem agravar o quadro
patológico do adolescente.

Também podemos observar que uma boa parte da


população inclusive os adolescentes tendem a ver a
depressão como algo passageiro, “algo temporário” ou como
sintoma esporádico apenas, mas não tem conhecimento do
porquê tais sintomas se manifestam, e o que pode ter
desencadeado tal sintoma.

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Essa falta de informação da gravidade desta patologia por
muitas vezes leva o desinteresse por buscar ajuda
especializada e tratamento adequado, podendo assim
agravar o quadro clínico do indivíduo, ao ponto de levá-lo a
óbito inclusive tirando sua própria vida.

Com isso, verificamos que o adolescente com características


depressivas persistentes não está mais diante de uma
sintomatologia considerada e esperada para essa fase, mas
que este estará diante um quadro depressivo que interfere
em todos os âmbitos de sua vida, dificultando a sua
passagem por uma das fases mais importantes do
desenvolvimento humano, e que, como consequência,
acarretará danos às demais fases.

No entanto, falar sobre a depressão na adolescência é falar


sobre assuntos que na maioria das vezes será incomodo para
o mesmo, mas de extrema importância para entendermos o
porquê da manifestação de tal patologia. Geralmente a
depressão na adolescência é provocada por eventos
específicos e que esse jovem não teve discernimento de
elaborar em sua mente. Por isso requer uma compreensão e
um modelo de intervenção específico para cada caso.
Intervenções psicológicas eficazes, nessas situações, são
importantes, a fim de minimizar ao máximo os impactos
causados por essa patologia.

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Diante disso pode ser observado frente à literatura, que a
TCC (Terapia Cognitivo Comportamental) tem se mostrado
eficaz no tratamento e na prevenção da depressão em
adolescentes. A sua aplicabilidade junto ao adolescente com
a inclusão dos familiares no processo terapêutico torna-se
relevante para implementação e generalização de mudanças
comportamentais.

Contudo pôde-se concluir de acordo com o pesquisado, que


a TCC está dentro das psicoterapias que mais tem se
mostrado eficaz para o tratamento deste transtorno, inclusive
com adolescentes por ter uma estrutura participativa e
pontual, e consequentemente apresenta uma maior
agilidade na intervenção do quadro clinico.

Porém, é importante lembrar que de acordo com os autores


pesquisados, em muitos casos mais graves a psicoterapia
apenas não é suficiente, assim como a medicalização sem
atendimento terapêutico não é satisfatório e eficaz.

Ressalta-se a necessidade e importância em perceber os


sintomas precocemente e buscar por orientação de
profissionais qualificados, como médico e psicólogos, para
que se comece um tratamento e acompanhamento seguro e
efetivo, pois existem diferentes níveis de depressão e que se
não tratados de maneira adequada podem trazer sérias
consequências ao acometido.

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A intervenção rápida dos familiares e escola deste jovem
para uma efetivação estável do tratamento, pode de maneira
gradual diminuir esta crescente incidência de depressão na
adolescência. Embora muitas das vezes esse adolescente se
feche para o mundo vale a pena tentar uma aproximação
para tentar obter maiores informações de tal acometimento.

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