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Trocando Crenças Disfuncionais do

paciente por Crenças Funcionais

1. Resuminho sobre Crenças

Os pensamentos automáticos típicos de cada paciente podem se encontrar em Temas

que são reflexos das crenças centrais que ele possui. As crenças centrais são o

entendimento mais básico que um indivíduo possui sobre ele mesmo, o mundo e as outras

pessoas.

Estas crenças influenciam como o paciente percebe as situações e eventos que ele

está inserido, que ele está vivenciando. Elas funcionam então como um filtro que seleciona

o que é percebido pelo paciente ou como óculos que possuem lentes que distorcem a

realidade.

Formamos essas crenças no início da nossa vida e vamos fortalecendo essas crenças

durante todo o resto da nossa vida. E fazemos isso através de nossos Ciclos de

Manutenção da Dor.

Nesses ciclos, que começam com nossas interpretações disfuncionais, temos uma

resposta comportamental que nos mantém no problema ou piora o problema através do

reforçamento dos pensamentos e das crenças.

Exemplo: Se eu acho que não dou conta de conversar com as mulheres e acabar

evitando conversar com elas, eu não testo meu pensamento ou não desenvolvo habilidades

necessárias para conseguir conversar. Desta maneira, eu confirmo meu pensamento inicial

e uma possível crença de ser não gostável.


2. Entendido Resumidamente as Crenças, como identificá-las?

Caso você ainda não saiba identificar as crenças centrais do seu paciente, aqui vai

alguns meios que utilizamos durante o tratamento:

Podemos reconhecer uma crença que está sendo expressada como um pensamento

automático;

Podemos procurar temas recorrentes nos pensamentos automáticos;

Podemos apresentar para o paciente uma lista de crenças centrais para ver quais

soam verdade para ele;

Podemos utilizar a boa e velha técnica da flecha descendente.

Para utilizar a técnica da flecha ou seta descendente, nós escutamos o paciente e

identificamos pensamentos automáticos chave que podemos suspeitar que venham de uma

crença disfuncional. Depois de ter este pensamento, nós podemos perguntar para o

paciente “supondo que este pensamento automático que você está tendo seja verdade ou

vai acontecer… o que isso significaria? o que isso diria sobre você?”

Ao perguntar para um paciente o que um pensamento automático diz sobre ele,

podemos trazer para a mente do paciente suas crenças disfuncionais que estavam

“escondidas”.
3. Como Transformá-las em Crenças mais Funcionais?

Depois de identificadas as crenças, é importante encontrar os padrões de

pensamentos e comportamentos que estão relacionados à elas. O que o seu paciente faz

com sua crença disfuncional? Aqui basicamente vamos identificar os ciclos de manutenção

da dor do paciente.

Se ele se sente insuficiente, ele fica remoendo pensamentos de desvalor, fica triste e

acaba não produzindo o que deveria? Ou ele sente ansiedade e busca fazer as coisas o

mais “perfeito” possível para não mostrar para os outros a sua “insuficiência?”

Fazer essa análise nos ajuda a perceber quais suposições o paciente possui e quais

comportamentos disfuncionais ele se envolve para se manter no problema e com a sua

crença firme e forte.

Esse passo é importante pois mesmo que duas pessoas possuam a mesma crença,

elas podem pensar e se comportar de maneiras bem diferentes. Não há uma regra onde Tal

crença significa Tal comportamento. Podemos notar padrões de comportamentos variados,

mas não é sempre 1 para 1.

Se o que mantém as crenças são então os ciclos de manutenção do paciente, como

podemos então diminuir a força delas?

Cortando o ciclo de manutenção da dor ou diminuindo a sua intensidade. Pense no

ciclo de manutenção da dor como o combustível da crença, como seu alimento. Se você

corta seu abastecimento, ela para de crescer e começa a definhar.

Só que não basta sabermos quais pensamentos e comportamentos disfuncionais

trabalhar. Precisamos desenvolver ao mesmo tempo um ciclo de manutenção saudável.


Ao desenvolvermos então pensamentos mais funcionais, pensamentos alternativos

que geram comportamentos mais saudáveis, começamos a criar e a reforçar uma crença

mais funcional.

E dessa maneira vamos seguindo. Enfraquecendo a crença disfuncional e

fortalecendo a crença funcional. Sempre lembrando o paciente dos ganhos de cada ciclo +

fortalecido e ciclo - enfraquecido.

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