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Psicoeducação Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

Modelo cognitivo
A Terapia Cognitivo-Comportamental é uma psicoterapia baseada em um modelo,
onde a maneira que as pessoas interpretam as situações, está mais relacionada
com a reação delas (emocional, comportamental e fisiológica) do que a situação em
si.

Situação

Pensamentos
Automáticos

REAÇÕES
Emocionais
Comportamentais
Fisiológicas

➔ Pensamentos Automáticos (PA’s)


Quando passamos por qualquer situação, temos pensamentos sobre ela.
Chamamos isso de Pensamentos Automáticos.
● Os PA’s são pensamentos rápidos que na maior parte do tempo não nos
damos conta deles.
● Eles podem vir em formas de frases como “não vou conseguir fazer isso” ou
imagens como “imaginar as pessoas da sala rindo da sua cara”. São
justamente esses pensamentos, que nos causam Reações.

Quando as pessoas estão com dificuldades psicológicas, elas frequentemente não


veem as situações claramente. Assim, acabam tendo pensamentos automáticos
DISFUNCIONAIS, onde grande parte das vezes, as reações serão, também,
Disfuncionais, causando sofrimento emocional, comportamentos que mantêm ou
pioram o problema e prejuízos em uma ou várias áreas da vida (Profissional, Pessoal
e Social).
● Normalmente, não identificamos nossos pensamentos disfuncionais.
Quando percebemos que algo está acontecendo, nós percebemos mudanças
em nosso humor, em nosso corpo (reações fisiológicas) e comportamento.

➢ Perguntar ao grupo:
- Quais são seus problemas atuais? Dar espaço para a resposta.
➢ Diante disso, pedir para que o grupo traga exemplos:
- Que pensamentos disfuncionais estão associados aos meus problemas?
- Que reações (emocionais, fisiológicas e comportamentais) estão associadas
a esses pensamentos? Trazendo prejuízos em alguma das áreas de suas
vidas.

O modelo cognitivo propõe que o pensamento distorcido, ou disfuncional influencia


o humor e o comportamento.
● O modelo sugere que, toda a atividade cognitiva pode tornar-se consciente,
ser monitorada e alterada.
● Podendo assim gerar mudança emocional e Comportamental.

De acordo com o modelo Cognitivo, existem três níveis de cognição:


Pensamentos automáticos
Crenças intermediárias
Crenças centrais

➔ Crenças centrais/nucleares
❖ Nível mais fundamental da crença
❖ Globais, rígidas e supergeneralizadas
❖ Influenciam o desenvolvimento das crenças intermediárias: atitudes, regras e
pressupostos.
As Crenças Centrais afetam tudo em nossa vida, “como criamos os filhos, onde
decidimos morar, com quais pessoas nos relacionamos, nosso estado de saúde, o
trabalho que fazemos, o dinheiro que ganhamos ou temos e nosso equilíbrio mental
e emocional.” E podemos mudá-las? A Resposta é SIM.

Podemos mudar principalmente as crenças negativas que:


• Impedem a realização de metas;
• Predispõem a transtornos emocionais;
• Estão associadas a emoções fortes;
• Tornam- se ativas em situações relacionadas às vulnerabilidades específicas do
indivíduo.

Nesse sentido, podemos observar que muitas dessas crenças são culturalmente
reforçadas, como por exemplo nas frases:
“Só podia ser mulher”
“professor tem que saber tudo”
“Psicólogo não tem problema”
“É esforçada e não inteligente”
“Chorar é para os fracos”

Ou seja, as crenças são o nível mais fundamental do pensamento, fazem parte da


personalidade dos indivíduos, ideias e conceitos fundamentais sobre si mesmo, os
outros e do mundo, começam a formar-se nas experiências da infância, sobretudo
nas relações com pessoas significativas, se fortalecendo com o tempo, ao longo das
experiências e do processo de socialização, consideradas como verdades absolutas.

➢ Diante disso, pedir para que o grupo identifique:


- Quais são suas Crenças Centrais, e de que forma elas estão associadas aos
seus problemas atuais?

➔ Crenças Intermediárias
As Crenças intermediárias são:
• São construções cognitivas disfuncionais.
• São regras, padrões, normas, premissas e atitudes que adotamos e que guiam a
nossa conduta.
Crenças intermediárias pressupõem que: REGRAS, ATITUDES e SUPOSIÇÕES sejam
cumpridas. Por exemplo:

REGRAS (tenho que, eu devo…)


“Tenho que dar conta de tudo”
“Tenho que ser perfeito em tudo o que faço”
“Não devo me mostrar como sou, pois verão que sou incompetente”
“Não devo demonstrar minhas emoções”
ATITUDES (é preciso que todos sejam competentes…)
“É horrível ser incompetente”
“É terrível desperdiçar seu potencial”

SUPOSIÇÕES (se eu…)


“Se eu cometo erros é porque sou má”
“Se eu fizer o que os outros esperam, então irão gostar de mim.”

Embora o indivíduo construa e mantenha os pressupostos e as regras como


tentativa de lidar com a crença central, ele acaba confirmando e reforçando tornando
assim sua visão de si, do mundo, e do outro de forma distorcida, levando a ter
pensamentos que levam as emoções desagradáveis e comportamentos prejudiciais
em seu dia a dia. Determinando assim um estilo de enfrentamento ou estratégias
compensatórias.

Estratégias Compensatórias Comuns


Evitar emoção negativa Exibir intensas emoções,para atrair
atenção

Tentar ser perfeito Propositalmente demonstrar-se


incompetente ou desamparado

Ser exageradamente responsável Evitar responsabilidade

Evitar intimidade Buscar intimidade inadequada

Buscar reconhecimento Evitar atenção

Evitar confronto Provocar outros

Tentar controlar as situações Abdicar do controle para outros

Agir de forma infantil Agir de forma autoritária

Tentar agradar os outros Distanciar-se dos outros ou tentar


agradar apenas a si mesmo

A pergunta é: Como eu posso lidar com minhas crenças centrais, intermediárias?


● Tudo começa com a identificação dos “pensamentos”.
● Que ocorrem de forma verbal, como imagens, lembranças.

❖ Muitas vezes eles são aceitos como verdades absolutas, pois estão ligados
ao nosso sistema de crenças centrais.
❖ Na TCC, durante as sessões o paciente é auxiliado a identificar os
pensamentos automáticos que antecedem suas reações, avaliar eles e
respondê-los de maneira mais funcional, e assim, ter reações mais funcionais
e saudáveis. A meta final é a reestruturação das crenças centrais: desvalor,
desamor e desamparo.
❖ A TCC, tornou-se padrão-ouro para o tratamento de muitos transtornos
psiquiátricos.
❖ Mostrou-se eficaz, através de inúmeras pesquisas, no combate à depressão,
ansiedade generalizada, ansiedade social, transtorno de pânico, Transtorno
Obsessivo-Compulsivo (TOC), transtorno de estresse pós-traumático, abuso
de substâncias, transtornos alimentares, transtornos de personalidade,
problemas relacionais de casal e família, e muitas outras dificuldades.
❖ Juntamente com medicação, há evidências de que a TCC ajuda
também pacientes com esquizofrenia e bipolaridade.
❖ Um dos maiores objetivos da TCC, é que o paciente desenvolva autonomia,
aprenda a lidar com suas dificuldades, e pensamentos disfuncionais em
terapia e leve isso para vida após o tratamento. Tornando-se assim seu
próprio terapeuta.

Lembre-se: “Nossas crenças constroem nosso mundo, é a forma como eu me


relaciono com o pensamento, interpreto a mim mesmo, as pessoas e o futuro.”

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