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PROFISSIONAL
"Nao e raro o aumento de sintomas tais como dor de cabeça, febre, diarreia, vômitos, perda ou
excesso de apetite" (Maldonado, 1991, p. 135). Para a autora, esses sintomas, por vezes, podem
ser reveladores das reações de angustia no período inicial da adaptaçãos após a separação.
3 - Algumas crianc;as se isolam, passam horas no quarto, quase nao falam; outras solicitam
mais os pais ou adoecem. E importante que a crianc;a tenha uma noção de continuidade de
vínculos afetivos e possa dispor de pessoas que a apoiem com sensacão de estabilidade e
segurança em um momento da vida tão cheio de perdas e impactos (Maldonado, 1991; Riera,
1998; Wallerstein e Kelly, 1998).
A ADAPTAÇAO:
Essa pesquisadora considera que a separação dos pais e uma
marca, um estigma, que as criançaas carregarão para toda a vida . A
maioria dos filhos do divórcio atribui a separação dos pais parte de
seus insucessos nos relacionamentos. A imagem negativa do
casamento leva muitos a fazer mas escolhas de parceiros ou a fugir de
compromissos . Ela também coloca que e um mito imaginar que a
separação é uma crise temporaria, cujos efeitos são mais danosos na
hora da separação. Trata-se de uma crise de longo prazo e, em
alguns casos, interminavel. Wallerstein (2000)
Esta autora observa que a adaptação a separação e mais
prolongada quando os filhos tern uma relação boa e agradável
com ambos os pais. Nesses casos, a perda da convivência diária
com os mesmos e mais difícil de aceitar.
• Isso remete a questao da elaboração dos lutos pelas escolhas infantis. Escolher
implica a perda dos outros objetos que serao deixados. A medida que a
decisão profissional vai-se integrando a história do adolescente, a elaboraãao do
luto fica facilitada. E comum que o adolescente expresse sentimentos de tristeza,
solido, ambivalência e culpa no processo de elaboração. Observa-se, também
comumente , que nesse processo o adolescente recorde e recupere
acontecimentos antigos, projetos abandonados, lembranças passadas , inte
grando-os e vincul ando -os a decisões atuais (Bohoslavsky, 1982; Neiva, 1995;
Levenfus, 1997a). 0 fato de quase nada disso ocorrer nesse grupo faz pensar que
esses jovens, oriundos de casamentos desfeitos, podem apresentar dificuldades na
elaboração de lutos, preferindo negar o passado.
• A forma com que os jovens pesquisados perceberam apenas positivamente o mundo
ocupacional aponta para uma tendencia a relacionar-se de forma dissociada com
o objeto. Nao estando preparados para defrontar-se com ansiedades depressivas,
alguns jovens tendem a mantê-lo idealizado a fim de conservá-lo, ja que deparar-se
com todos os seus aspectos pode levá-lo a desvalorizarizão completa, ao abandono e
ao sentimento de que nada resta, como ocorreu na categoria em que referiram o pai.
E como se estivessem se defendendo do trabalho de luto que ocorre no processo de
desidealização frente as carreiras (Levenfus, 1997a; 1997b).
COMPORTAMENTO EVITATIVO FRENTE A TOMADA DE DECISAO
1 - Uma das maiores ansiedades que acomete os filhos de pais separados
pesquisados no momenta da escolha profissional diz respeito a tomada de decisao.
Apesar de pensar que esse tema seja justificado pelas circunstancias citadas, e
importante lembrar que essa temática foi discutida somente pelos membros do grupo
formado por filhos de pais separados. Por isso, podemos observar que, alem dos te
mores naturais ocasionados pela necessidade de decidir, esses jovens apresentam medo
exacerbado de errar na escolha, com base nos acontecimentos familiares.
Há uma direta a relação que o grupo faz entre o medo de ter que mudar sua escolha
profissional e a vivência do casamento falido que, segundo eles, constituiu-se em uma
ma escolha conjugal por parte dos pais
Relação casamento-profissão
1 - É o unico grupo pesquisado que faz relações entre escolha conjugal e escolha
profissional, entre casamento e profissão.
2 - Filhos de pais separados pensam que, assim como no casamento, na profissão é
preciso que a pessoa aprenda a se relacionar bem com as demais sob o risco de não
conseguir se estabilizar. Acreditam que o casamento, assim como a profissão, deveria ser
escolha para a vida toda e que uma escolha profissional mal feita afetará o resto da vida
do sujeito.
3 - De um lado, manifestam-se verbalizações diretas no sentido dessa relação; de
outro, sao encontradas preocupações quanto a garantir o futuro de forma independente
de uma relação conjugal:
• Relação direta: o casamento é uma troca, bem como a escolha da profissão, você vai
escolher uma profissao, vai ter que lidar com pessoas; o casamento é para a vida
toda, a escolha (da profissão) vai afetar o resto da minha vida.
• Quero poder sustentar os meus filhos: quero poder pagar os estudos dos meus filhos;
que eu consiga ter a minha casa pr6pria.
A questão da escolha conjugal, que remete a temas tais como o amor deve estar presente,
teve seu representante na questao da escolha profissional com as abordagens de que e
imprescindível gostar do que se faz. Esse conteudo foi explicitado de forma imperativa para
a ideia de que, para realizar determinada escolha, e preciso gostar do objeto. Refere se a
escolha profissional com termos que relacionam paixão pela profissao à felicidade e a má
escolha a estados de infelicidade
Pai desvalorizado versus mãe competente
Bastante diversa da imagem do pai esta a imagem da mãe. Esta e tida como
uma mulher batalhadora, trabalhadora, concursada, independente, que ganha
bem e que gosta do que faz, "minha mae pagou a faculdade dela"; "passou no
concurso do Magisterio em primeiro lugar"; "ela ganha bem lá.