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O DIVÓRCIO E A RELAÇÃO PARENTAL

1 INTRODUÇÃO

Segundo o site agencia Brasil publicado dia 22/07/20 por Karine Melo, já traz
um aumento significativo de divórcios durante a quarentena do novo corona vírus, entre
os meses de maio a junho desse ano, segundo a matéria esse aumento gira em torno de
18,7%, mas se olharmos para estatísticas que constam no registro civil do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano de 2007 a média de duração dos
casamentos civis era em torno de 17 anos, depois de dez anos a pesquisa apontou que a
duração caiu para quatorze anos. Essa mesma pesquisa mostrou que o divórcio
aumentou entre 2016 e 2017 8,3%, quanto a união civil diminuiu 2,3%. Ou seja, a
população brasileira está se divorciando mais do que casando.
E com isso surge questão se o divórcio pode trazer algum prejuízo no
desenvolvimento das crianças em idade de 4 a 11 anos. Crianças na faixa etária dos 4 a
11 anos de idade tem certas dificuldades para compreender e ter noção de fatos e
eventos que ocorrem tanto com ela própria como o que ocorre a sua volta. E em relação
ao divórcio que por si só, pode ser de uma maneira bem complexa, fica ainda mais
complicado para que essa criança saiba distinguir que a separação de seus pais não tem
nenhuma relação com ela mesma.
É muito importante que nesse processo os genitores possam encontrar uma
maneira bem clara e objetiva ao revelar para os filhos tudo o que está acontecendo e de
uma maneira simples procurar explicar o que de fato acontecerá nos passos seguintes.
Usar o diálogo de uma forma que a criança possa estar ciente dos fatos pode ser um
diferencial na reação e de certa forma, na aceitação da criança com a situação em
questão. É muito comum que devido ao processo de divórcio dos pais a criança possa
demonstrar dificuldades para falar sobre seus sentimentos, ou apresentar algum
problema de comportamento na escola, com os colegas por exemplo. .
Compreender de que maneira os filhos na faixa de 4 a 11 anos veem o divórcio e
quais suas possíveis reações e dificuldades que possam encontrar nesse processo. E de
que maneira os pais podem contribuir para que o divórcio pelo qual estão vivendo
tenha o menor impacto possível em seus filhos. Durante o divórcio todos os envolvidos
passam por uma série de sentimentos e emoções, que podem se tornar bem intensos e
por conflitos pessoais, mudanças de humor e até mesmo por dramas internos. E quando
se trata de criança esses conflitos podem ser ainda mais difíceis e confusos. E o trabalho
apresentado procurou relatar os possíveis impactos, as dificuldades em que os filhos
possam enfrentar, tratando de uma maneira clara e objetiva, através O objetivo desse
artigo é seguir através de revisões bibliográficas em artigos já publicados sobre a
relação entre pais e filhos durante o divórcio e suas consequências.
2. METODOLOGIA

A pesquisa exploratória utilizada nesse trabalho visou fornecer informações


sobre o que pode afetar no desenvolvimento dos filhos que vivenciam o divórcio de
seus pais.
Como metodologia, fez-se uso a pesquisa bibliográfica onde foram consultadas
várias literaturas que tratam do assunto, através de artigos já publicados, pesquisas
lançadas por especialistas do assunto, como psicólogos, terapeutas, foram encontrados
artigos da internet, como Scileo, Google acadêmico, livros, teses, trabalhos
acadêmicos, jornais eletrônicos e sites especializados no desenvolvimento infantil. De
acordo com Gil (2018, p.28)
a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já
publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui
material impresso, como livros, revistas, jornais, teses,
dissertações e anais de eventos científicos. Todavia, em virtude
da disseminação de novos formatos de informação, estas
pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes.

3 DESENVOLVIMENTO

No livro desenvolvimento humano de Diane E. Papalia e Ruth Duskin Feldman 12º


edição, traz uma sessão sobre e estrutura familiar e atmosfera familiar, onde relata que
os “adolescentes, como as crianças pequenas, são sensíveis a atmosfera familiar”.
(p.439). Artigos como “O divórcio destrutivo na perspectiva de filhos com menos de 12
anos”, podemos ver que o estresse causado pelo divórcio de crianças nessa faixa etária
pode ser aumentado, e que seu comportamento pode ser alterado em outros estudos
também relacionados com esse tema no scielo, google acadêmic. Podemos observar
que as crianças com idade entre 4 a 11 anos tem mais dificuldades em compreender
todo o processo pelos quais seus pais passam durante um divórcio. Souza (2000), traz
porém, uma ideia de que para os adolescentes esse processo é um pouco mais tranquilo
devido ao fato de poderem compreender melhor o que está acontecendo. Para o
adolescente pode ser até mesmo uma saída para os conflitos parentais, sendo o divórcio
um “mal necessário” para o bem estar da família, mas que também pode acarretar para o
próprio adolescente um sentimento de solidão e de isolamento já que não conseguem
distinguir de fato os seus próprios sentimentos quanto a situação envolvida.

Mas quanto aos filhos em idade entre 4 a 11 anos quando ainda as suas
percepções não estão totalmente desenvolvidas que pode durante o divórcio de seus pais
surgir confusões e dúvidas quanto ao que de fato está acontecendo em sua família, e de
que em contrapartida pode gerar um certo sentimento de culpa por parte da criança.
Segundo Amato (2000), o divórcio não traz apenas consequências para o casal mas
impacta diretamente os filhos. Para Amato (2000), o divórcio tem consequências
negativas são para os cônjuges envolvidos bem como para os seus filhos. Castillo
(2000),
“a causa dos transtornos ansiosos infantis é muitas vezes desconhecida e
provavelmente multifatorial, incluindo fatores hereditários e ambientais
diversos, como neste caso, o divórcio do pais. O transtorno de ansiedade de
separação é caracterizado por ansiedade excessiva em relação ao afastamento
dos pais ou seus substitutos, não adequada ao nível de desenvolvimento, que
persiste por, no mínimo, quatro semanas, causando sofrimento intenso e
prejuízos significativos em diferentes áreas da vida da criança ou
adolescente, pois, crianças, o desenvolvimento emocional influi sobre as
causas e a maneira como se manifestam os medos e as preocupações tanto
normais quanto patológicos. Diferentemente dos adultos, crianças podem não
reconhecer seus medos como exagerados ou irracionais, especialmente as
menores. A ansiedade e o medo passam a ser reconhecidos como patológicos
quando são exagerados, desproporcionais em relação ao estímulo, ou
qualitativamente diversos do que se observa como norma naquela faixa etária
e interferem com a qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho
diário do indivíduo” (p. 01).

Segundo Souza (2000), foi colhido através de entrevistas individuais 15


adolescentes entre a idade de 4 anos a 11 anos quando seus pais se divorciaram,
segundo o resultado dessa pesquisa, apesar de ser bem diferentes as respostas
dependendo da idade do entrevistado, em comum teve os sentimentos associados a
tristeza, medo, angústia na época que vivenciaram esse episódio familiar. A criança ao
ser privada de um de seus genitores, pode sentir-se culpada por esse distanciamento, a
criança também pode desenvolver um sentimento de perda, atribuída a falta de contato
diário com um de seus pais, que consequentemente pode atrair o pensamento de que foi
abandonado pelo tal.
É comum no processo de divórcio a criança passar a ter um baixo rendimento
escolar, choro sem motivo aparente, um distanciamento com os colegas da sala de aula,
uma agressividade, uma baixo estima, uma competitividade extrema, autocrítico, e até
mesmo declínio para trapaças (Oaklander 1980).
De acordo com a teoria de Skinner o homem age conforme aquilo que foi
aprendido, aquilo que foi reforçado para ele. Segundo Skinner (1938) citado por Maria
Amelia Matos (2001. P.2)
“Por comportamento então, eu me refiro simplesmente ao movimento de
um organismo, ou de suas partes, num quadro de referência fornecido pelo
organismo ele próprio. Ou por vários objetos ou campos de força externos. É
conveniente falar disto como a ação do organismo sobre o mundo externo,
e é frequentemente desejável lidar com um efeito mais do que com o
movimento em si mesmo ...” (SKINNER, 1938, p. 6)

E quando falamos em crianças essa é uma parte fundamental em seu


desenvolvimento, crescimento e nesse processo familiar que por si só já é bem
complicado manter um ambiente saudável, e principalmente com muito diálogo,
explicando aquilo que vai ajudar a criança a entender o que está acontecendo pode
minimizar as consequências para a criança.
O divórcio é sempre estressante para todos que estão envolvidos, e para as
crianças então é um pouco mais delicado de se assimilar tudo que está acontecendo.
Para Dantas (2004) os pais precisam entrelaçar os laços familiares com seus filhos
quando ocorre o divórcio, da mesma maneira quando os filhos começam a reconhecer
seus pais, já que a criança por si só não consegue construir a sua identidade.
Nessa etapa é fundamental que os pais desenvolvam uma relação de
muito diálogo e afeto de qualidade para com o filho, para que o mesmo se sinta
mesmo com a separação dos pais que é amado independente de qualquer ação.
(RAPOSO et al, 2010).
Nem sempre é fácil dar a notícia, não só para os filhos mas como para
família, amigos em geral, porém, em relação aos filhos, quanto mais cedo e
mais claro for a conversa entre os pais e filhos melhor será o resultado.
As mudanças que seguirá poderá influenciar diretamente a criança ou
adolescente, e cabe aos pais descobrirem uma maneira de fazer com que essas
mudanças e adaptações do novo seja menos estressante possível.

3.1 DIMINUIÇÃO DO PADRÃO DE VIDA


Um outro ponto que irá precisar de adaptação é o padrão de vida familiar, tendo
em vista que geralmente um dos genitores acabam saindo do convívio, e com
isso a renda da família tende a baixar. E possivelmente algumas mudanças
podem ser necessárias para o ajustamento financeiro impactando em alguns
casos, a rotina da criança. É comum que a família tenha que diminuir ou até
mesmo adaptar novos padrões sociais entre eles como por exemplos, o lazer,
atividades extracurriculares e com isso pode gerar automaticamente mais
conflitos e tristezas para a criança.
Com o divórcio dos pais, não é difícil perceber que em alguns casos se
faz necessário a mudança de moradia, ou para bairros menores com casas
menores, e até mesmo troca de escolas, gerando ainda mais dificuldades para a
criança menores que ainda não conseguiram assimilar todas as novas mudanças,
acarretando medo e até um sentimento ainda maior de abandono.
Já nos filhos adolescentes esse tipo de mudança de escolas, a falta de
contato com amigos antigos, casa nova, pode ocasionar um sentimento de
revolta, um sentimento que gera um estresse ainda maior, que consequentemente
pode resultar em uma rebeldia em relação aos pais.
O pagamento de pensão pode ser um fator muito discutido e causador de
grandes conflitos para aqueles que já estão enfrentando questões bem delicadas.
Segundo Cúnico e Arpini (2014, p. 697), para o pai o valor da pensão sempre é
uma exploração, e já para a mãe é sempre um valor baixo, quase uma ofensa. E o
resultado disso é quase sempre ainda mais discussão e confusões, gerando na
criança um desgaste ainda maior. É nesse momento que a situação pode ficar
ainda mais confusa para a criança, já que agora ela precisa lidar com a ausência
de um de seus pais e as brigas por causa do valor da pensão.
Geralmente é o pai é quem sai da casa da família, e agora essa criança
precisa assimilar com essa ausência e também com algumas mudanças na sua
rotina do dia a dia. Psicólogos e especialistas sugerem que os responsáveis pela
maior parte do tempo da criança procurem manter a rotina o máximo possível,
para que a criança não se sinta totalmente deslocado diante de toda a situação
pela qual a família está vivenciando.
3.2 CUSTÓDIA, VISITAÇÃO
Para os filhos o divórcio de seus pais sempre será uma grande mudança, e
quanto menor a criança mais complicada será o entendimento das etapas futuras. Pois
aquilo que ele até então conhecia como família, estar na mesma casa pai, mãe e se for a
situação, os irmãos, para uma realidade que agora é outra. A presença de um de seus
pais não é mais diária e em muitos casos com dias e horas marcadas e em casos mais
extremos e não tão raros com a presença de um terceiro. Na maioria dos casos a
custódia fica com a mãe, mas a custódia paterna tem tido um avanço nos últimos
tempos. O processo de divórcio pode ser muito doloroso para todas as partes, e quando
nesse processo não se consegue manter a cordialidade, o diálogo entre as partes, os
filhos são os que mais sofrem esses impactos, porque em muitos casos o relacionamento
pais e filhos acabam perdendo o contato, perdendo o convívio saudável.
É muito importante para os pais compreenderem que mesmo separados terão um
laço que perdurará uma vida toda, e é de extrema importância que os genitores
compreendam que a ausência de algum deles na vida da criança trará prejuízos a curto e
longo prazo.
A falta de um dos pais pode gerar inúmeras dificuldades, para todas as partes.
Segundo Fonseca (2006) uma das dificuldades que a criança pode sofrer é a que
chamamos de alienação parental, onde um dos genitores acaba contando situações
irreais, e até produzindo memórias em relação ao outro genitor. E a criança,
principalmente as menores acabam assimilando essas informações, e como
consequência pode surgir inclusive a Síndrome da Alienação Parental, essa síndrome
pode levar o filho a romper com qualquer aproximação do genitor(a).
Mesmo que a custódia seja de apenas um dos genitores, se faz muito importante
a presença do outro, para que seja possível conter os impactos desse processo. É comum
que pelo divórcio, um dos pais da criança esteja um pouco mais ausente já que saiu de
casa, fazendo com que o seu convívio com a criança seja escasso ou até mesmo quase
nenhum, e há alguns motivos para isso, dentre eles: risco para a criança, mudança de
cidade/estado, desavenças entre os pais, decisão judicial e outros. Mas o que é preciso
levar em conta que além do divórcio a ausência de um dos genitores contribuem
negativamente para o processo de desenvolvimento da criança.
Os pais devem procurar de uma maneira saudável proporcionar uma interação
saudável, para o bem da criança.

Quem se separa é o par amoroso, o casal conjugal. O casal parental


continuará para sempre com as funções de cuidar, de proteger e de prover as
necessidades materiais e afetivas dos filhos... Costumo afirmar que o pior
conflito que os filhos podem vivenciar, na situação da separação dos pais, é o
conflito de lealdade exclusiva, quando exigida por um ou por ambos os pais
(Féres-Carneiro,1998, p.387).
4 UM SENTIMENTO DE ABANDONO X TRANTORNOS
No artigo “Os efeitos do divórcio na criança” (2016 p. 7), apresenta que o
divórcio como um dos fatores do transtorno de ansiedade social. Já que o divórcio pode
produzir os mesmos sintomas que esse transtorno acarreta, como a angustia, e pode
trazer alguns sintomas físicos: palpitações, temores, sudorese e outros, durante esse
processo, gerando um nível de stress muito elevado (Orellana et al., 2004).
E para a criança é muito comum sentir-se abandonada pelo genitor que se
afastou, pois para algumas crianças o divórcio traz para elas como uma atitude do seu
pai/mãe que se “afastou do lar” como um abandono por ele, já que saiu da casa e não o
levou junto. Em alguns casos se faz necessário o uso de terapia para que a criança possa
aprender a expressar seus sentimentos em relação ao divórcio dos pais.
O conflito conjugal prejudica as crianças mais do que o divórcio, que as crianças
se adaptam melhor quando criadas com um genitor solteiro em um lar harmonioso do
que em um lar com ambos os pais marcados pelas discórdias e pelo descontentamento
(Papalia et al 2006, p.411).
Segundo o DSM-5 traz o transtorno de ansiedade de separação, onde a separação
seja ela física, ou a ida do indivíduo a lugares que não são os seus gera uma ansiedade,
uma reação emocional, devido a insegurança da ausência de seus genitores. Para a
criança que foi criada, educada e de repente perde aquela “formação” de família é um
stress que poderá evoluir para crises emocionais, um sentimento de culpa, uma sensação
de que agora todos a quem ele ama irá o abandonar. Por essas razões os genitores
precisam de muita calma, e de muita paciência ao dialogar, ao explicar para a criança
que a separação é apenas do casal é que a relação pai e filho, mãe e filho será para a
vida toda, independentemente da situação que estiverem passando naquele momento.
De acordo com Papalia e Feldman (2006), a criança pode sim conseguir
enfrentar o divórcio dos pais de uma forma que não tenha maiores dificuldades:
“Ao avaliar os efeitos do divórcio precisamos examinar circunstâncias
específicas. Às vezes o divórcio pode melhorar a situação de uma criança,
reduzindo a quantidade de conflito na família, e às vezes não. As
características pessoais das crianças fazem diferença; crianças inteligentes e
socialmente competentes sem graves problemas de comportamento, que
possuem um senso de controle sobre suas vidas, podem lidar melhor tanto
com o conflito entre os pais como com seu divórcio (PAPALIA e
FELDMAN 2006, p.411).”

O psiquiatra Bowlby (1984) que estudou sobre a teoria do Apego exemplifica


que o apego em que a criança logo ao nascer já tem uma pré-disposição ao senso de
segurança, na época o autor tentava mostrar que a dualidade entre mãe e filho era o fator
fundamental para que esse senso de segurança se tornasse um meio daquela criança se
tornar mais tarde um indivíduo com uma segurança para encarar as circunstâncias do
mundo. Depois de Bowlby outras teorias foram sendo lançadas em relação ao apego,
onde vários comportamentos de apego foram observados. Entre eles o apego inseguro,
que pode ser chamado se evitante ou ansioso. Essa forma de apego inseguro se dá
quando a criança não tem a certeza de que seu cuidador de fato está atendendo as suas
necessidades, já que em alguns momentos ele está presente outros não. Essa incerteza se
o cuidador estará sempre presente gera na criança um sentimento de ansiedade pois não
há mais a certeza se o cuidador estará por perto quando ele precisar.
 “...a mágoa e o ressentimento do fim da relação conjugal recaem
sobre os filhos. Por causa das consequências sobre o desenvolvimento da
personalidade da criança, sua saúde mental e seu comportamento futuro, a
questão da alienação parental merece atenção especial dos psicólogos e
demais profissionais que lidam com criança”. Sarmet 2016.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

E ao finalizar esse artigo, é possível notar que a família apesar de passar por
transformações ao longo dos anos, continua sendo um elo fundamental para o
desenvolvimento sadio de uma criança, e do adolescente, e que essa constituição
chamada família possui uma responsabilidade muito grande para a construção do
indivíduo.
É de comum acordo entre psicólogos e terapeutas familiares que o núcleo
familiar continua sendo de extrema importância e que ter um ambiente saudável e mais
tranquilo possível pode ser fundamental para a forjar adultos bem resolvidos.
E quando o assunto é divórcio, toda essa construção familiar acaba sendo afetada
de uma maneira ou outra, principalmente quando se tem filhos nesse processo, e se os
filhos são menores, pode acarretar ainda mais complicações. Com isso, o artigo
procurou-mostrar que mesmo em processos ou conclusão de divórcio o mais importante
é o bem-estar da criança.
Já que a criança tem uma certa dificuldade em assimilar e compreender todo o
contexto, notou-se que todas as partes envolvidas sofrem, mas para os filhos isso tudo é
ainda mais complexo e difícil, por isso vale a pena a conversa entre pais e filhos, vale
um olhar um pouco mais atento para as mudanças de comportamentos se houver, mas
principalmente o afeto, o cuidado e a atenção quando se tem filhos pequenos em
processo de divórcio.
E um olhar atento dos genitores sobre a maneira como a criança ou o
adolescente está assimilando tudo isso pode fazer toda a diferença. E ao perceber
qualquer mudança de comportamento ou indício de sofrimento demasiado procurar um
apoio psicológico pode fazer toda a diferença para os filhos. Cabe a família e também
aos professores esse olhar um pouco mais minucioso.

REFERÊNCIAS:

https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2020-07/cartorios-registram-aumento-de-
187-nos-divorcios-durante-pandemia#:~:text=Publicado%20em
%2022%2F07%2F2020,%2C%20aumentou%2018%2C7%25.
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/
noticias/22866-casamentos-que-terminam-em-divorcio-duram-em-media-14-anos-no-
pais

https://www.scielo.br/pdf/pc/v22n1/a06v22n1.pdf

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
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edição. 2004.

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DANTAS, Cristina; JABLONSKI, Bernardo; FERES-CARNEIRO, Terezinha.
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Disponível em: <

https://www.scielo.br/j/pusp/a/ndMqKS6L34WSWkJVrtmgfQM/?lang=pt. >

OAKLANDER, Violet. Descobrindo crianças: A abordagem gestaltica com crianças e


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Separação ou divórcio: distúrbios psicológicos em pais e filhos. Separação ou divórcio:
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DO DIVÓRCIO DOS PAIS SOBRE O DESENVOLVIMENTO INFANTIL:
contribuição da abordagem cognitivo-comportamental. Juiz de Fora. M.G 2014.

Matos. Maria, Amélia. COM O QUE O BEHAVIORISMO RADICAL TRABALHA. UNIVERSIDADE DE


SÃO PAULO – USP.

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