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Resumo:

A família pode ser considerada a principal fonte de conhecimento, aprendizagem e


desenvolvimento de uma criança. Também é a responsável por proporcionar os
cuidados e as condições básicas para sobrevivência da criança e do adolescente. Nesta
presente monografia, trago o conceito de Alienação Parental, e como o Direito atua
em face das leis que resguardam os direitos da criança e do adolescente.

A Alienação Parental e a Síndrome de Alienação Parental (SAP) são fenômenos cada


vez mais reconhecidos entre os profissionais do Direito. A seriedade do tema se dá
pelas graves consequências que gera na vida da criança ou do adolescente. No
contexto de separação, a guarda dos filhos gera conflito entre os genitores, que fazem
disso uma disputa e ultrapassam os limites toleráveis. Começam a manipular, distorcer
a imagem do outro genitor e utiliza a criança como instrumento de vingança.

Essa prática fere diversos princípios constitucionais, destrói a convivência familiar


com o genitor alienado e acarreta severas consequências psicológicas às crianças na
infância e pode-se estender-se a vida adulta. O estudo esclarece que a Alienação
Parental é um tipo de campanha difamatória originada por um dos genitores, ou por
qualquer responsável que possua a guarda ou efeito sobre a criação da criança, no
qual se denomina de alienador em relação ao outrem, denominado de alienado.
Acarreta-se no menor a questão do sentimento de ódio e memórias falsas, ocorrendo
assim o afastamento entre o convívio do genitor alienado e a criança ou adolescente.

Palavras chaves: alienação, família, direito, família, cônjuge, filho, criança e


adolescente.
Abstract:

The family can be considered the main source of knowledge, learning and

development for a child. It is also responsible for providing care and basic conditions

for the survival of children and adolescents. In this present monograph, I bring the

concept of Parental Alienation, and how the Law acts in the face of laws that protect

the rights of children and adolescents.

Parental Alienation and Parental Alienation Syndrome (PAS) are increasingly

recognized phenomena among legal professionals. The seriousness of the issue is due

to the serious consequences it generates in the lives of children or adolescents. In the

context of separation, child custody generates conflict between parents, who make it a

dispute and exceed tolerable limits. They begin to manipulate, distort the image of the

other parent and use the child as an instrument of revenge.

This practice violates several constitutional principles, destroys family coexistence

with the alienated parent and causes severe psychological consequences for children

in childhood and can extend into adulthood. The study clarifies that Parental

Alienation is a type of defamatory campaign originated by one of the parents, or by

any responsible person who has custody or influence over the child's upbringing, in

which they are called alienating in relation to the other, called alienated. In the minor,

the issue of feelings of hatred and false memories arises, thus causing a separation

between the coexistence of the alienated parent and the child or adolescent.

Key words: alienation, family, law, family, spouse, child, child and adolescent.
INTRODUÇÃO:

O Direito de Família no Brasil sofreu muitas mudanças desde sua fase colonial até o momento
atual em que vivemos, tanto juridicamente como culturalmente. Antecedentemente, a família
possuía base patriarcal, no qual se denominava um cenário com deveres, valores e maior
obediência ao “pai de família”. No que concerne a figura masculina encarregada do sustento e
moral do lar. No tempo presente, o Direito brasileiro reconhece o contraste na constituição
familiar, tornando a afetividade a principal base para caracterizar uma família. Esta inovação
foi trazida singularmente pela Constituição Federal de 1988,e posteriormente reforçada pelo
Código Civil de 2002. Com o advento da Constituição Federal de 1988, a família deixou de ser
apenas o casamento e surgiram: a Família matrimonial, a Família informal e Família
monoparental . O conceito de família se pluralizou.

Hoje, o fundamento para a justifica é a proteção da família e o reconhecimento


constitucional das relações extramatrimoniais, é a existência de um vínculo afetivo que une as
pessoas por projetos de vida e propósitos comuns gerando comprometimento mútuo. Entre as
diversas transformações que ocorreram em relação à família, é imprescindível para o foco da
presente dissertação, destacar a solidariedade e igualdade de direitos e deveres de ambos os
pais com relação aos filhos. Uma vez que é de suma importância a participação de ambos no
desenvolvimento subjetivo dos menores envolvidos para que possuam uma infância e
adolescência plena e tenham todos os direitos a eles assegurados realizados. Por estes
diversos fatores aumentaram significativamente os casos de divórcio. O término de uma fase
da vida pode acarretar muitas consequências, muitas vezes se tornam mais intensas quando
envolvem descendentes frutos destes relacionamentos. Um dos maiores problemas
enfrentados com a dissolução familiar são os casos de alienação parental.

A alienação parental trata de um fenômeno antigo que está em constante discussão e


evolução, uma vez que o instituto da família tem se modificado ao longo dos tempos e apesar
da grande variedade de informações, as consequências de tal fenômeno são cada vez mais
severas à criança e ao genitor alienado. Desde a promulgação da lei nº 12.318 em 26 de agosto
2010, a alienação parental vem sendo um assunto bastante discutido em nosso cotidiano, pois
traz novos desafios ao direito da família na tangente que também abrange os direitos da
criança e do adolescente. A mudança da mencionada lei acarretou um equilíbrio nos direitos e
deveres dos genitores, trazendo direitos iguais para o sustento e educação dos filhos.

A Alienação Parental é uma campanha difamatória executada pelo alienador com intuito de
afastar os filhos do alienado, enquanto que a Síndrome da Alienação Parental consiste nos
problemas comportamentais, emocionais e em toda desordem psicológica que surge na
criança ou adolescente após o distanciamento e a desmoralização do genitor alienado. A
alienação parental, entre outras violações, ofende o princípio à dignidade da pessoa humana, e
em especial, ao direito individual fundamental da personalidade da criança e do adolescente
de partilhar uma convivência saudável com ambos os genitores.
1. ALIENAÇÃO PARENTAL

1.1 Conceito de alienação parental:

Conceituada na década de 1980 por Richard Gardner, a síndrome da Alienação Parental é um


fenômeno presente nas famílias, e se trata de um tópico bastante discutido devido seus
efeitos psicológicos e emocionais negativos dentro das relações entre pais e filhos. A
Síndrome da Alienação Parental surgiu e evoluiu com o aumento na quantidade de divórcios. O
problema inicia após o divorcio, quando o ex-cônjuge por algum motivo não aceita o fim, e o
luto não acontece da maneira esperada. O apego exagerado ao outro pode mexer com os
aspectos psicológicos e mental de quem está incluso na separação, incluindo os filhos.

A Alienação parental surge quando a constante disputa entre o os pais no litígio conjugal
acaba refletindo no filho, de modo que, usam a criança a fim de defender apenas os seus
próprios interesses. Nesse contexto, começam a averiguar condutas negativas do menor em
relação ao genitor alienado, e a principal consequência é o afastamento entre o cônjuge e a
criança. O desejo e os sentimentos da criança são deixados de lado e os menores se encontram
em um conflito, sem saber ao certo no que acreditar ou a quem recorrer. Na maioria dos
casos, o filho se alia ao alienador, pois em regra é quem detêm a guarda e o maior contato
com a criança. Isto cria um terreno fértil para que a alienação parental floresça e traga
consequências ainda mais severas na vida da criança ou do adolescente.

Trindade (2010) relata que o filho passa a ser utilizado como instrumento de agressividade,
pode ser induzido ao afastamento de quem o mesmo ama e de quem também o ama, gerando
contradição de sentimentos e destruição do vínculo entre ambos. No qual, nenhum cônjuge
leva em consideração e se preocupa de fato com o sentimento do filho. Isso se desenvolve a
partir do momento em que um dos genitores passa a infiltrar e estimular a mente da criança
de maneira negativa, com fatos que não aconteceram, ou ainda que aconteceram de maneira
diferente da forma contada, no qual reflete em falsas memórias da criança envolvida, sem que,
ao menos, seja percebida na relação conflituosa e faz com que a criança passe a acreditar nos
fatos contados por esse genitor, afim de enfraquecer o vínculo e denigrir a imagem do outro
com a criança.

Vale mencionar que tal manipulação não é restrita apenas aos genitores, podendo ser
praticada por avós, tios ou qualquer pessoa que detenha a guarda ou vigilância da criança ou
adolescente. A Síndrome de Alienação Parental constitui uma forma grave de abuso contra a
criança, contra a pessoa do alienado e contra a família. Segundo Fagundes e Conceição (2013),
a Síndrome da Alienação Parental se trata de um transtorno psicológico que pode atingir
crianças, adolescentes e até mesmo o alienador, pois ele acredita naquilo que implanta na
cabeça dos menores. Assim, os pais ou responsáveis atuam na figura de opressores, que não
aceitam a convivência ou o contato de seu filho com o outro genitor, de modo que,
desmoralizam a parte alienada e fazem com que o menor crie falsas memórias e ódio em
consideração ao outro genitor.
A Síndrome de Alienação parental é um artifício usado pelos pais na disputa da guarda. Em 26
de agosto de 2010, foi aprovada a Lei de Alienação Parental, número 12.318. A lei prevê
medidas como o acompanhamento psicológico e a aplicação de multa, a inversão de guarda, e
até mesmo a suspensão e perda do poder familiar.

1.2 Alienação parental e síndrome da alienação parental (SAP)

O Strucker (2014) cita que a Síndrome da Alienação Parental e a alienação parental de que se
fala no mundo jurídico são conceitos que estão ligados, porém não devem ser confundidos.
Dessa forma, Fonseca (2009) assim diferencia os dois termos:

“A síndrome da alienação parental não se confunde, portanto, com a mera alienação parental. Aquela
geralmente é decorrente desta, ou seja, a alienação parental é o afastamento do filho de um dos
genitores, provocado pelo outro, via de regra, o titular da custódia. A síndrome, por seu turno, diz
respeito às sequelas (sic) emocionais e comportamentais de que vem a padecer a criança vítima daquele
alijamento. Assim, enquanto a síndrome refere-se à conduta do filho que se recusa terminante e
obstinadamente a ter contato com um dos progenitores e que já sofre as mazelas oriundas daquele
rompimento, a alienação parental relaciona-se com o processo desencadeado pelo progenitor que
intenta arredar o outro genitor da vida do filho. Essa conduta – quando ainda não dá lugar à instalação
da síndrome – é reversível e permite – com o concurso de terapia e auxílio do Poder Judiciário – o
restabelecimento das relações com o genitor preterido.7 Já a síndrome, segundo estatísticas divulgadas
por DARNALL, somente cede, durante a infância, em 5% (cinco por cento) dos casos.”

Para compreender sobre Alienação Parental é necessário identificar todos os agentes


ativos e passivos. Por exemplo, o genitor alienador encontra-se na figura do agente ativo da
alienação, aquele que detém a guarda do filho e, o agente passivo é o genitor alienado, que se
encontra na figura de vítima da alienação, junto a criança ou adolescente. O alienador provoca
o afastamento intencional de um dos pais da vida do menor por meio de comportamentos
específicos e silenciosos.

Dessa forma, a criança vira um instrumento de vingança do genitor que detém a guarda e é
coagida a amar apenas um dos pais, apresentando, a princípio, obstáculos ao convívio entre
ambos, distorcendo fatos relativos às partes e manipulando a realidade de uma forma mais
conveniente a ela. A alienação Parental configura descumprimento dos deveres inerentes à
autoridade parental e precisa ser identificada para tomar efetivo o comando constitucional
que assegura às crianças e aos adolescentes, proteção integral com absoluta prioridade.

A definição legal de Alienação Parental está prevista no artigo 2º da Lei 12.318/2010, que
dispõe:

“Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do


adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou
adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo
ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.”
Para distinguir os dois termos é possível dizer que Alienação Parental consiste em uma
campanha difamatória feita pelo alienador com a intenção de afastar os filhos do alienado, e a
Síndrome da Alienação Parental consiste em problemas comportamentais, emocionais e em
toda desordem psicológica que surge na criança após o afastamento e a desmoralização do
genitor alienado. Então pode-se dizer que Alienação Parental e a Síndrome da Alienação
Parental se complementam, ou seja, a Alienação Parental é o processo, a conduta do genitor
ou do terceiro alienante, a prática de desmoralização, de desconstituição da imagem do
genitor alienado e a implantação de realidades inverídicas, na mente do menor, com a
finalidade de retirar o direito à convivência familiar entre o genitor e a criança alienada.

1.3 Síndrome da Alienação Parental (SAP):

A Síndrome da Alienação Parental foi conceituada em meados da década de 80 pelo psiquiatra


norte-americano Rychard Gardner como sendo um distúrbio infantil que surge,
principalmente, em contextos de disputa pela posse e guarda dos filhos. É observada por meio
de uma campanha de difamação que a criança realiza contra um dos genitores, sem que haja
justificativa para isso. Segundo Gardner, essa síndrome resulta da programação da criança, por
parte de um dos pais, para que rejeite e odeie o outro, somada à colaboração da própria
criança. Em seu livro o “Alienação Parental Sob a Perspectiva do Direito à Convivência
Familiar”, Guardner explica:

“A SAP é mais do que uma lavagem cerebral, pois inclui fatores conscientes e inconscientes que
motivariam um genitor a conduzir seu filho ao desenvolvimento de tal síndrome, além da contribuição
ativa desse na difamação do outro genitor. Para o psiquiatra a síndrome destaca a figura materna como
a principal alienadora à SAP. Ele ainda faz analogias a um tipo de programação cerebral referindo-se
assim, a um sistema operacional que o alienador implanta na criança, de modo que, a relação que se
estabelece entre o genitor e a criança às instruções (software) que são inseridas em dispositivos
(hardware) que constituem o computador. No caso de pessoas, as instruções ficam gravadas em seus
circuitos cerebrais e poder ser recuperadas pelo programador e pela própria pessoa, que se expressará
por meio de atos, verbalizações, julgamentos, etc”(GARDNER, 2002).

Para a caracterização da síndrome é fundamental a contribuição da criança em difamar o


genitor alienado, além de apresentar o desrespeito e a importunação à um dos pais. Gardner
prioriza, assim, a avaliação individual, classificando um genitor como “programador” ou
“alienador”, o outro como “alienado”, e um ou mais filhos que apresentem os sintomas da
síndrome como “alienado”, não diferenciando do termo anterior. A situação mais frequente
da Síndrome da Alienação Parental está associada à ruptura do casamento, e com a
insatisfação que pode causar entre os genitores, ou por parte de um deles, um sentimento de
ódio, de inimizade que desencadeia um processo de destruição, vingança, desmoralização e
descrédito do ex-cônjuge.

Nesse processo vingativo, o filho é utilizado como instrumento da agressividade direcionada


ao parceiro. Praticamente tem sido identificada como uma forma de negligência contra os
filhos, um abuso que se evidencia de característica pouco convencionais de visibilidade, sua
detecção costuma ser difícil e demorada, pois acaba aparecendo aos poucos e a criança faz
com que se torne algo natural a forma como demonstra os sentimentos implantados por um
dos genitores, assim, a síndrome muitas vezes somente é percebida quando já se encontra em
uma etapa avançada, na qual já ultrapassou apenas as memórias da criança e se tornou o
sentimento de ódio. Gardner (2020) lista os seguintes sintomas:

Uma campanha denegritória contra o genitor alienado; 2. Racionalizações fracas, absurdas


ou frívolas para a depreciação; 3. Falta de ambivalência; 4. O fenômeno do “pensador
independente”; 5. Apoio automático ao genitor alienador no conflito parental; 6. Ausência de
culpa sobre a crueldade a e/ou a exploração contra o genitor alienado; 7. A presença de
encenações ‘encomendadas’; 8. Propagação da animosidade aos amigos e/ou à família extensa
do genitor alienado.

O aparecimento de sintomas varia de acordo com o grau em que a criança está da síndrome.
Em casos mais leves é possível que não estejam evidentes sintomas, nos casos moderados
ocorre o aparecimento de apenas alguns e em situações mais severas, os sintomas ficam em
evidência e as observâncias são de todos eles:

“Como é verdadeiro em outras síndromes, há na SAP uma causa subjacente específica: a programação
por um genitor alienante, conjuntamente com contribuições adicionais da criança programada. É por
essas razões que a SAP é certamente uma síndrome, e é uma síndrome pela melhor definição médica do
termo. Ao contrário, a AP não é uma síndrome e não tem nenhuma causa subjacente específica. Nem os
proponentes do uso do termo AP alegam que seja uma síndrome. Realmente, a SAP pode ser vista como
um grupo de síndromes, que compartilham do fenômeno da alienação da criança de um genitor. Referir-
se à AP como um grupo de síndromes levaria necessariamente à conclusão de que a SAP é uma das sub
síndromes sob a rubrica da AP e enfraqueceria desse modo o argumento daqueles que alegam que a SAP
não é uma síndrome” (GARDNER, 2002).

Diante disso, pode-se dizer que a Síndrome de Alienação Parental faz relação com as formas
emocionais e as ações comportamentais que são provocadas nas crianças e adolescentes, por
parte do genitor alienador, fazendo com que infelizmente as crianças sejam vítimas desse
processo. Assim, podem-se considerar estas como sendo as sequelas que são deixadas pela
alienação parental.

1.4 MEDIDAS DE PREVENÇÃO A SAP (SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL):

Indo de encontro ao propósito de proteger a integridade e assegurar o direito fundamental à


saudável à saudável convivência familiar das crianças e adolescentes, em 26 de agosto de 2010
foi sancionada a Lei 12.318 que dispõe sobre a Alienação Parental conceituando e
determinando providências judiciais para assegurar os direitos desse grupo. O judiciário pode
intervir sobre a situação, promovendo medidas como afastamento do convívio materno ou
paterno, mudar a guarda e o direito de visita ou até impedir a visita. Em últimos casos, pode
destituir ou suspender o exercício do poder parental. Ao discorrer sobre a síndrome da
alienação parental, pontua Gonçalves (2017, p. 337) que a lei fortaleceu o direito fundamental
à convivência família, reforçando o Estatuto da Criança e do Adolescente no tocante ao
convívio com ambos os pais.

O Judiciário intervirá, quando legitimamente provocado, para zelar pela sadia convivência
entre os pais e filhos, podendo utilizar de perícia social e psicológica, acerca do caso, para uma
adequada identificação da existência e intensidade da alienação e assim determinar a medida
mais apropriada para o bem-estar da criança ou adolescente e do genitor atingido. (REIS e
REIS, 2010, p. 57). O professor Douglas Phillips Freitas em coautoria com a advogada Graciela
Pellizzaro (2010, p. 32) advertiu que geralmente os indícios de alienação parental são
apresentados somente após a descoberta de denúncias graves, como abuso sexual, que por
vezes são fraudulentas em ações de modificações de guarda ou suspensão de período de
convivência. O magistrado, ainda que desconfie da veracidade das informações, deve prezar
pelo melhor interesse do menor dando tutela necessária para evitar maiores danos ante a
possível veracidade da acusação. É recomendável que se mantenha o convívio com o genitor
acusado, possivelmente alienado, podendo fixar período de convivência assistido ou restringir
o convívio a locais públicos, como shoppings e praças, até que se verifique a veracidade da
acusação. Quando houver indício de alienação parental, será determinada pelo juiz uma
perícia a ser realizada por equipe multidisciplinar em até 90 dias.

Contudo, uma apreciável medida intermediária demonstra eficácia ampliando a convivência


com o genitor/vítima e considerando o bem-estar da criança, que é o acompanhamento
biopsicossocial de toda a família. Até porque, muitas vezes o alienador também carece de
cuidados profissionais específicos para trabalhar seus sentimentos e comportamentos com o
viés psicológico, o que presumivelmente proporcionará a todos uma convivência familiar mais
saudável. (REIS e REIS, 2010 p. 58-59). Nota-se, que não pode o Poder Público, por meio do
Judiciário, somente censurar o alienador com punição e afastamento da criança, pois esta o
ama e não será feliz com seu flagelo. Em suma, é necessário que todos, família, advogados,
peritos, Ministério Público e Poder Judiciário, estejam atentos aos direitos do genitor alienado,
sem deixar de priorizar a integridade psicológica da criança afetada, pois esta é a finalidade do
ordenamento de proteção à infância e à juventude, aperfeiçoado pela Lei 12.318/2010.

1.5 LEI DE N° 12.318/2010

A lei 12.318/2010 denominada como legislação específica da Alienação parental teve


originalidade pelo projeto de lei número 4053/2008, trouxe como objetivo inibir a alienação
parental bem como os atos que dificultassem o efetivo convívio entre o menor e os genitores,
além da criminalização de alguns atos praticados pelo alienador. O legislador teve como
principal objetivo tentar inibir a pratica e além disso, de mostrar a gravidade que pode causar
na vida da criança e do genitor alienado em face do convívio entre eles. A legislação direciona
a uma interpretação que busca a proteção do melhor interesse da criança, bem como objetiva
a manutenção dos vínculos afetivos do menor com seus pais.

Ademais, destarte, no tocante às questões indenizatórias, o Estatuto da Criança e do


Adolescente já informa a obrigatoriedade da integral proteção ratificada na Lei da Alienação
Parental como um de seus escopos, permitindo que se tomem todas as medidas necessárias
para tanto. Dessa forma, levando em consideração a necessidade de garantir a aplicação do
princípio do melhor interesse da criança e do adolescente, tornou-se inevitável o
reconhecimento da alienação parental como um problema concreto a ser enfrentado pelo
judiciário. O Projeto de Lei revela a importância que a expressão “alienação parental” trará
para o ordenamento jurídico brasileiro. Identificar a alienação parental a tempo, a fim de que a
convivência familiar entre pai/filho ou mãe/filho sequer seja rompida. Essa é uma das formas
de respeitar o preceito constitucional consubstanciado no princípio do melhor interesse da
criança e do adolescente, de maneira a assegurar, com prioridade absoluta, irrestrita relação
paterno-materno-filial.

A lei dispõe da caracterização de situações em que possa existir a alienação parental, num rol
exemplificativo, além de configurar que esta pode ser promovida por avós ou qualquer pessoa
que seja detentor de guarda ou vigilância da criança. Para que a caracterização ocorra é
necessário no mínimo três pessoas: o alienador, o alienado e a criança, considerada vítima do
processo de alienação. No artigo 3º da lei a menção é a respeito do abuso moral em que a
criança/adolescente é submetida, quando instaurado atos da prática em que interfere na
relação afetiva entre a criança e o agente alienado, contrariando o princípio constitucional da
proteção integral a criança, previsto no artigo 227, CF, o qual descreve que as crianças e
adolescentes têm direitos a uma relação saudável e à boa convivência familiar.

A alienação parental, uma vez configurada, constitui abuso moral contra a criança ou
adolescente e descumprimento dos deveres inerentes à autoridade parental ou decorrentes
de tutela ou guarda, criando rupturas nas relações afetivas que dificilmente conseguem ser
restabelecidas. A disposição do artigo 4°da lei discorre que ao constatar a prática da alienação
parental, cabe ao juiz fazer com que o processo correspondente tramite como prioridade,
ouvindo os dizeres do Ministério Público, assim determinando as medidas judiciais necessárias.

Dessa forma, o ato de alienação parental pode se declarado de ofício ou a requerimento das
partes em qualquer momento processual, numa ação autônoma ou incidentalmente, fazendo
com que o magistrado assegure ao genitor alienante e a criança a garantia da visitação
assistida, desde que não viole a integridade física ou psicológica do infante. O artigo 5° faz
menção à realização de perícia mediante decisão judicial a respeito e evidência da prática de
alienação parental. Assim, nos casos em que fique evidenciada a prática ou que ainda haja
indícios dela, serão analisados por meio de uma perícia realizada por um profissional da área.
A lei ainda estabelece critérios mínimos para que a perícia seja realizada e para que haja
consistência no laudo, com maior exigência e profundidade, e que os profissionais capacitados
tenham aptidão na identificação de casos de negligência ou falsas acusações.

O artigo 6° estipula medidas de cautela voltadas para os princípios constitucionais, de modo


que, nos casos em que fique evidenciada a alienação parental prevaleça o melhor interesse
para a criança/adolescente. Assim, além do legislador enfatizar a necessidade de uma boa
convivência familiar, ele ainda prevê medidas que começam desde o acompanhamento
psicológico, até multa para o agente alienador, como a perda da guarda dos filhos no caso da
realização dos atos da SAP. O art. 6º da Lei de Alienação Parental traz, no inciso V, a
possibilidade da aplicação da Guarda Compartilhada como um dos instrumentos processuais
como forma de inibir ou atenuar seus efeitos, assim, é clara e notória e juridicamente aceita a
possibilidade da Guarda Compartilhada ser dirigida como mecanismo de combate à alienação,
e quando esta estiver inviabilizada que seja aplicado outros regimes de guarda existentes.

O artigo 7° da lei trata-se da modalidade de guarda dos filhos, de modo que, a preferência em
casos de alienação parental é a guarda compartilhada e no caso da inviabilidade dessas, fica
estipulado as outras modalidades existentes. O processo de fixação do regime de guarda é
comum com a dissolução do casamento de modo que, o alicerce para a imposição deve visar o
princípio do melhor interesse do menor. A competência exposta no artigo 8° da lei para o
exercício da jurisdição quanto à alienação parental é de natureza absoluta, fixada por matéria,
assim, não é dado às partes a sua modificação, podendo ser alegada a qualquer tempo e grau
de jurisdição, devendo ser reconhecida pelo juiz. Por outro lado, a guarda compartilhada, que
é um procedimento em que as decisões sobre a vida da criança são tomadas em conjunto
pelos pais, pode apresentar-se como instrumento para a equalização das questões envolvidas
na Alienação Parental. A Guarda Compartilhada é a realização conjunta do poder familiar com
o escopo de manter entre pais e filhos uma convivência participativa e contínua, de modo que,
não haverá lugar para a instalação da Alienação Parental, sem violar a Constituição Federal
reafirmando assim a igualdade parental desejada pela CF e pontuando seu argumento
primordial do melhor interesse das crianças e adolescentes.

2 ESPÉCIES DE GUARDA E SUA CORRELAÇÃO COM A ALIENAÇÃO PARENTAL

O ordenamento brasileiro informa que a expressão guarda serve para uma dualidade de
regimes jurídicos distintos: a guarda dos filhos e a guarda de terceiros. O termo “guarda” pode
acarretar no entendimento vinculado a um objeto, quando estamos tratando de um sujeito de
direitos que é a criança ou adolescente, portanto seria mais adequado utilizar a expressão
convivência familiar. O direito à convivência é recíproco, pais e filhos são titulares. Apesar de a
lei cuidar da guarda dos filhos em distintas oportunidades, quando se trata do reconhecimento
dos filhos havidos fora do casamento, artigos 1.611 e 1.612 do Código Civil, os dispositivos não
observam a doutrina da proteção integral, tampouco o que o Estatuto da Criança e do
Adolescente dita sobre o melhor interesse. No tocante a proteção dos filhos, os artigos 1.583 a
1.590 do Código Civil definem o que é guarda unilateral e compartilhada.

Em 2008 entrou em vigor a Lei n. 11.698/08, que disciplinou a guarda compartilhada,


alterando o Código Civil e deixando muito claro que a preferência é por esse tipo de guarda em
oposição à guarda unilateral, e que mesmo quando fosse o caso de se determinar a última,
isso não eximia o genitor não-guardião dos seus deveres para com o filho nem lhe retirava os
direitos decorrentes da parentalidade. Assim, à época, a lei já dava inequívoca prioridade à
guarda compartilhada, utilizada pelo judiciário como ferramenta para combater a alienação
parental e resguardar os direitos reservados ao menor.

Considerando o que é levado em conta o melhor interesse da criança ou adolescente com o


propósito de garantir sua integral felicidade na escolha da guarda. Os melhores interesses são
encontrados nas diretrizes constitucionais dos direitos fundamentais das crianças e
adolescentes e também no Estatuto da Criança e do Adolescente. Todavia, tal critério só
adquire eficácia quando ocorre a análise da situação fática, observando os elementos objetivos
e subjetivos, tendo a jurisprudência, inclusive, identificado algumas tendências referentes às
relações afetivas da criança e sua inserção no grupo social, como o apego ou a indiferença
relacionada a um dos genitores, ou mesmo o cuidado para não separar irmãos; as condições
materiais; o vínculo afetivo entre o pai e o filho, seu círculo de amizades, entre outros fatores.
Mesmo com os pais deixando de viver sob o mesmo teto, a unidade familiar persiste e torna-
se necessário definir a distribuição do tempo de convívio com os filhos de forma equilibrada.
Existindo ou não possíveis conflitos entre os genitores é indispensável que conste o que foi
acordado em relação à guarda e à visitação. Uma vez que o rompimento do vínculo familiar
não deve comprometer a continuidade da convivência dos filhos com ambos. Eles não podem
se sentir objeto de vingança, em vista dos ressentimentos dos genitores e sofrerem
consequências da decisão dos pais. Diante do cenário de conflitos entre os pais que estão se
separando e com o olhar voltado à criança, surge a Lei da Alienação Parental (12.318/10)
indicando a guarda compartilhada como prioridade, no inciso V do art. 6º e art. 7º.18 A
preferência por esse tipo de guarda é nítida quando em audiência o juiz informa aos pais o
significado e a importância da guarda compartilhada. Se ambos os genitores estiverem aptos a
exercer o poder familiar, é aplicada a guarda compartilhada.

2.2 GUARDA UNILATERAL

A guarda unilateral é aquela atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua.


Enquanto um dos genitores tem a guarda, o outro tem a regulamentação das visitas. No
entanto, a lei 11.698 busca incentivar a guarda compartilhada, podendo ser solicitada por
qualquer dos genitores ou até mesmo por ambos, ou ainda, ser decretada de ofício pelo juiz
em busca de atender as necessidades do filho.

A exclusividade da guarda deferida a um dos genitores decorre do consenso entre de ambos,


conforme art. 1.584, I do Código Civil22 ou quando um deles declarar ao juiz que não tem
interesse na guarda compartilhada. Outro caso em que é aplicada é quando o filho é
reconhecido por apenas um dos pais, geralmente a mãe, onde a guarda se dá unilateralmente
a quem o reconheceu, constituindo-se assim a família monoparental.

Há também alguns parâmetros para definir qual genitor oferece as melhores condições para
exercer a guarda unilateral. Ela será concedida àquele que oferecer os seguintes fatores: afeto
nas relações com o genitor e com o grupo familiar; saúde e segurança; e educação, conforme
Código Civil, art. 1.583, § 2º. Cabe ao juiz considerar a solução mais favorável para atingir o
melhor interesse da criança, inclusive observando outros aspectos como dignidade, respeito,
lazer, esporte, profissionalização, alimentação, cultura, entre outros.

Outra análise necessária de se promover é que a guarda unilateral, por favorecer a ausência
na maior parte do tempo do genitor não guardião, viabiliza esse fator como instrumento
propício a quem pretende alienar. A alienação parental é obtida por meio de um trabalho
incessante, por vezes, silencioso ou não explícito. O pai ou a mãe que praticam atos de
alienação geralmente organizam, no dia e horário coincidentes com os das visitas, atividades
que os filhos gostam, criam justificativas para impedir que a criança ou adolescente mantenha
contato com o genitor alienado por meio da internet ou telefone, dizendo até que os filhos se
encontram doentes, controlam excessivamente a duração das visitas, boicotam com várias
ligações para os filhos enquanto estão na presença do genitor alienado, utilizam de vários
artifícios para interferir ou mesmo impedir o contato deste com a prole.
2.3 GUARDA ALTERNADA.

A guarda alternada é uma modalidade unilateral e monoparental, em que há desempenho


exclusivo da guarda por período predeterminado, podendo ser anual, semestral, mensal ou
semanal. Nesse caso, a criança ou adolescente terá uma pluralidade de domicílios. Durante os
períodos determinados, ocorre a transferência total da responsabilidade do filho. Por exemplo,
a mãe seria responsável pela criança na semana em que estivesse com ela, e o pai igualmente
em seu turno. Aqui se compartilha a presença física da criança que convive alternadamente
em frequência diária, semanal, mensal ou anual com cada pai. Nessa modalidade, a guarda
jurídica acompanha cada um dos genitores exclusivamente nos períodos em que o menor
estiver sob sua companhia e vigilância. Cada genitor, na sua vez, exerce com exclusividade a
guarda física e jurídica, alternando-se no poder parental.

Alguns autores, como por exemplo, Silvana Maria Carbonera consideram que a guarda
alternada não é recomendada, pois pode inferir na perda de referencial de família, em virtude
das mudanças que a criança está sujeita no seu cotidiano. A constante troca de casas pode ser
prejudicial ao equilíbrio do filho, pois afeta a estabilidade para seu completo desenvolvimento.
Ademais, os filhos de pouca idade possuem dificuldade de adaptação, enquanto que os filhos
jovens aproveitam as trocas de residência para escapar de conflitos quando não conseguem o
que querem do genitor que está com a guarda naquele momento. (CARBONERA, 1999, p. 124).

Seguindo esse viés, outro motivo desse modelo de guarda não agradar a todos é que alguns
consideram que ele fere o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente devido às
diversas mudanças, separações e reaproximações acarretando numa instabilidade emocional
dos mesmos. Diferentemente da guarda compartilhada, a alternância de resistências é um
requisito na guarda alternada, enquanto na modalidade compartilhada os filhos possuem uma
residência fixa. A inclusão da criança no novo arranjo familiar de cada um de seus pais é
promovida por meio da convivência igualitária com cada um deles. Com enfoque no melhor
interesse da criança, a guarda alternada obstaculiza a alienação parental e intensifica a relação
jurídica de direito material triangular entre pai - filho - mãe. Justamente por conviver com
ambos os genitores, a criança não sofrerá com a questão de lealdade em face de um dos pais.

2.4 GUARDA COMPARTILHADA.

A definição de guarda compartilhada é determinada pelo Código Civil, art. 1.583, § 1o: “a
responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam
sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns”. (LÔBO, 2016, p. 137). A
Lei n. 13.058/2014 instituiu a obrigatoriedade da “guarda compartilhada”, que somente é
substituída pela guarda unilateral quando um dos genitores declarar ao juiz “que não deseja a
guarda do menor”. Seu intuito é a divisão equilibrada do tempo de convívio com os filhos. Os
questionamentos sobre as dificuldades em relação aos conflitos emergentes da separação
foram ignorados pela legislação, que impôs ao juiz a observância a essa obrigatoriedade.
A guarda compartilhada caracteriza-se pelo exercício integral da guarda entre os pais em
igualdade de condições e de direitos sobre os filhos, onde participam ativa e equitativamente
dos cuidados pessoais e assim concretizam o princípio da corresponsabilidade parental. Além
disso, é uma tentativa de evitar que a dissolução da relação afetiva dos pais reverbere sobre a
relação paterno-filial. O compartilhamento da guarda tem por objetivo a igualdade na decisão
em relação ao filho ou corresponsabilidade, em todas as situações existenciais e patrimoniais.
É aconselhado que os pais mantivessem as mesmas divisões de tarefas que detinham quando
conviviam, acompanhando conjuntamente a formação e desenvolvimento do filho. A
comunicação fluente e permanente entre os pais separados e seus filhos, por meio da
tecnologia da informação e comunicação, pode contribuir com a formação afetiva e cognitiva
da criança, mais que os períodos de visitas.

Os pais devem tomar decisões harmoniosas, se empenhando nos cuidados básicos e


complementares, podendo delegar poderes, aceitar sugestões e quando necessário, ratificar
medidas indicadas pelo ex-cônjuge ou sugerir outras melhores sem fomentar crises. A guarda
compartilhada deve ser compreendida como o coexercício dos pais sobre a responsabilidade
de um desenvolvimento mental saudável de seus filhos comuns, inclusive podendo ser
redobrada em detrimento da separação dos pais. Ela é expressão do princípio de
corresponsabilidade familiar, implicando sobre as atribuições referentes à vida diária do filho.
Contudo, ainda que seja desejável e benéfica essa relação pacífica entre os genitores, o
Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu que não é indispensável o convívio amigável entre
os ex-cônjuges para o estabelecimento da guarda compartilhada, pois a prioridade em questão
é o interesse da criança.

Constata-se ainda, que o compartilhamento da guarda não elimina a obrigação alimentícia


dos pais, pois permanecem obrigados a colaborar materialmente para o sustento dos filhos,
observados as devidas condições de quem deve contribuir e dos gastos necessários com quem
o filho reside. E mesmo com a convivência com os pais em lares distintos, não significa a
existência de dois domicílios. Assim, a criança ou adolescente terá um domicílio como
referência espacial, embora convivendo em dois lares diferentes.

3 - DIREITOS ASSEGURADOS À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE

A Lei n. 12.318 de 26 de agosto de 2010 dispõe especificamente sobre a alienação parental e


suas consequências jurídicas, tendo como objetivo fazer com que os atos de alienação parental
sejam dificultados a fim de satisfazer o princípio do melhor interesse da criança ou do
adolescente, uma vez que a prática de atos de alienação parental violam direitos fundamentais
dos indivíduos envolvidos, notadamente o menor e o genitor alienado. Atos de alienação
parental como dificultar o contato do menor com o genitor, e mesmo a apresentação de falsas
denúncias para obstaculizar a convivência familiar plena da criança ou adolescente com
membros da família, podem ter consequências jurídicas para o alienador que vão desde
simples advertência até a declaração de suspensão da autoridade parental.
A previsão constitucional dos direitos das crianças e adolescentes está guardada no capítulo VII
da Constituição Federal, com destaque para o art. 227, e tem como base os direitos
fundamentais. Inclui como dever da família, sociedade e Estado a garantia à criança e ao
adolescente de uma convivência familiar e comunitária, além de sua proteção de qualquer tipo
de violência e opressão. Entende-se, então, que essa priorização do bem estar do menor não é
mera sugestão ética, mas sim um dever legal que existe nas relações que crianças e
adolescentes criam com os seus pais, família, com sua sociedade e com o Estado.

O art. 3º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) complementa os mandamentos


constitucionais em foco na esfera legal, apontando que tanto a criança como o adolescente
deve desfrutar dos direitos fundamentais particulares do indivíduo, sem qualquer tipo de dano
a sua proteção integral, devendo lhes ser proporcionado, por lei ou por outros meios, todas as
possibilidades e comodidades, com o intuito de auxiliar no desenvolvimento mental, físico,
espiritual, moral e social, em condições de liberdade e de dignidade.

A criança e adolescente são pessoas em fase de desenvolvimento, e por isso é fácil o alienador
agir, afinal, nesse momento, o jovem não sabe diferenciar por completo o que é verdadeiro do
que não é (DIAS, 2013), especialmente quando os atos de difamação de seu genitor vem de
uma pessoa em que normalmente se confia completamente. Diante disso, se mostra
necessário que os profissionais do direito e da saúde trabalhem juntos, por meio de uma
equipe multidisciplinar, fazendo análise de cada detalhe do caso. Dessa forma, entende-se que
o Judiciário deve estar preparado e atento para lidar com esse tipo de situação, agindo de
maneira cautelosa nesses casos que são extremamente delicados (DIAS, 2013), não devendo
agir sozinho, uma vez que se trata de um conflito que envolve bastante questões emocionais e
psicológicas. O objetivo do legislador ao garantir a proteção constitucional específica para esse
nicho da população é, sem sombra de dúvidas, pela característica da vulnerabilidade. Pode-se
considerar que esses indivíduos não são capazes de exercer sozinhos os seus próprios direitos
de forma plena, precisando contar com o auxílio de familiares, sociedade e Estado, estes
responsáveis por resguardar os direitos fundamentais desses jovens, consagrados na
Constituição Federal e legislação específica, até que se tornem plenamente desenvolvidos
físico, mental, moral, espiritual e socialmente

Nesse sentido, de busca pela proteção do menor, pode-se constatar que o Direito de Família
vem passando por uma fase de desenvolvimento, e fica fácil observar que tal desenvolvimento
trouxe uma mudança conceitual na constituição da família e nas relações entre seus membros,
fazendo com o que, nos dias atuais, o filho se torne um ser único, um indivíduo dotado de
personalidade e direitos próprios que obrigam inclusive seus pais, devendo ser respeitadas as
suas necessidades

Foi através Declaração dos Direitos da Criança, adotada pela Assembleia Geral das Nações
Unidas em 20 de novembro de 1959 e ratificada pelo Brasil, e posteriormente reforçada pela
Convenção Internacional dos Direitos da Criança, adotada pela Assembleia Geral das Nações
Unidas em 20 de novembro de 1989, que foi consagrado o melhor interesse da criança e do
adolescente, tendo sido a última ratificada no Brasil em 26 de janeiro de 1990, pelo Decreto
Legislativo nº 28, de 14 de setembro de 1990, e promulgado pelo decreto Presidencial nº
99.710 de 21 de novembro de 1990. A Convenção é um marco que prescreve que qualquer
tipo de ação que diz respeito a criança, em instituições públicas ou privadas de bemestar
social, deve levar em conta o melhor interesse da criança. Portanto, é dever do Estado, através
do Judiciário, garantir que a criança seja protegida e seus direitos assegurados, e entende-se
aqui que a maior chance de sucesso do Judiciário nesse ponto, em ações que envolvam
alienação parental, é através de sua colaboração com a equipe multidisciplinar, cuja atuação é
prevista pela própria Lei de Alienação Parental. A alienação parental afeta diretamente os
vínculos que criança e 24 adolescentes tem com o genitor alienado, ou seja, aquele que não
possui a sua guarda, assim como também é afetado o vínculo com aquele que detém da sua
guarda, pois este utiliza várias formas para que a criança possa cortar os vínculos com o
alienado, isso acaba ferindo o direito fundamental de convivência familiar saudável. Dando
continuidade, Correia (2011) complementa.

Por conta dessa conjuntura, em vários casos de separação conjugal em que acontece a
alienação parental o Judiciário tem participado, atuando de maneira a preservar o
desenvolvimento saudável dos filhos. Uma das técnicas utilizadas é a de reconstrução da
credibilidade e afetividade do menor para com o alienado, combatendo assim o genitor
alienador, criando, ainda, obstáculos ao mesmo no exercício da parentalidade exercida de
forma abusiva e levando mais em consideração o genitor alienado

2.1 Direitos e deveres dos pais em relação aos filhos

A criação e manutenção de um bom ambiente familiar, apropriado para um indivíduo em


formação, deve contar com o comprometimento dos pais na realização dos direitos do jovem,
como também ser frutífero para a efetivação dos direitos inerentes à própria paternalidade. A
perturbação desse equilíbrio de direitos e deveres familiares atrapalha do desenvolvimento da
criança e do adolescente, o privando da proteção integral que lhe é constitucionalmente
assegurada. A previsão e regulação do exercício do poder familiar está contida no Código Civil,
a partir do art. 1630. Tal poder é exercido pelos pais sobre o filho enquanto este não atinge a
maioridade, sendo garantida sua continuidade mesmo após um divórcio ou separação, pois se
trata muito também de um direito do menor, uma vez que as ações advindas do poder familiar
são as que formam a personalidade e valores do jovem, que precisa de auxílio e orientação
nessa etapa da vida. Poder familiar é um conceito relativamente complexo, que abrange
direitos e deveres dos pais para com os filhos, contidos no rol não exaustivo do art. 1634 do
Código Civil, compreendendo.

dos deveres que os pais têm para com o filhoa) Proporcionar condições ao desenvolvimento
físico, espiritual, psíquico e social do filho; 26 b) Criar, educar e acompanhá-la nas atividades
relacionadas com a fase na qual o filho está vivendo; c) Representar ou assistir o filho,
conforme a incapacidade seja absoluta ou relativa, respectivamente, na prática dos atos e
negócios jurídicos em geral; d) Administrar os bens do filho; e) Assegurar a convivência familiar
e comunitária do filho

É de se ressaltar também, ainda na linha da evolução da família no Brasil, que anteriormente


na história do país a guarda do filho era, na maioria das vezes, passada para a mãe após o
divórcio, por esse motivo, normalmente a mãe a alienadora e o pai o alienado, na atualidade,
todavia, esses papéis podem se inverter. Quando acontece a separação, em grande parte das
vezes, o alienador, seja a mãe, o pai ou até mesmo outro membro do círculo familiar de
afetividade, tem um sentimento de posse e domínio sobre a criança, não levando em
consideração a necessidade e o direito que o filho tem de conviver com a família como um
todo

Dessa maneira, é dever do Estado, por meio do Direito e suas ferramentas de imposição, evitar
e remediar ações que firam o legítimo direito ao poder familiar e à convivência entre pais e
filhos, nomeadamente os atos de alienação parental, pois tais direitos são imprescindíveis no
processo de desenvolvimento de um indivíduo com necessidades consideradas prioritárias, o
menor.

3. COMO A ALIENAÇÃO PARENTAL VIOLA OS DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES

3.1 A alienação parental como forma de abuso à criança e ao adolescente

No ordenamento jurídico pátrio existem diversas disposições no sentido de resguardar a


criança e o adolescente. É possível observar essa proteção conferida a tais indivíduos desde a
Constituição Federal até diplomas como o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei de
Alienação Parental, a Lei da Guarda Compartilhada e diversas convenções internacionais de
que o Brasil participa. De um modo geral, os direitos fundamentais da criança e adolescente,
estão sempre voltados para a proteção e saúde dos mesmos, assim como para seu
desenvolvimento psíquico, físico intelectual e moral, possibilitando aos menores um
desenvolvimento sadio, porém esses direitos são sem sombra de dúvidas violados quando se
pratica a alienação parenta

Como visto anteriormente, a afetividade é valor inexorável no Direito de Família em vigor


hoje no país, sendo, portanto, bem jurídico explicitamente tutelado. Ao privar a criança ou
adolescente da construção de afeto entre ela e seu genitor alienado, o alienante viola
claramente direitos de ambas as partes. o peso emocional em cima do menor é muito grande,
e na maior parte das vezes os genitores esquecem que as crianças são as mais frágeis da
situação e que o conflito entre os adultos envolvidos é prejudicial para elas. Ao praticar o ato
de alienação, o genitor alienante faz com o que a criança vire um objeto de disputa da relação.

Os problemas que envolvem a alienação parental vão muito além, fazendo com o que seja
infringida a dignidade do menor, ao, por exemplo, prejudicar a construção da identidade
pessoal da criança e do adolescente, ferindo a integridade psíquica dos menores que ainda
estão em desenvolvimento, fazendo com o que os mesmo desenvolvam traumas que podem
influenciar de maneira direta no resto de suas vidas. Assim, não resta dúvidas de que a prática
da alienação parental faz com o que uma série de direitos da criança e adolescente sejam
violados, a realização da construção da afetividade da criança com o genitor e sua família seja
prejudicada, e assim pode se caracterizar como um dano moral contra o menor.

Percebe-se, dessa forma, que esse tipo de situação caracteriza um ato ilícito, segundo o art.
186 do Código Civil. Por tal motivo, aqui se entende que insurge o dever de indenização por
parte do alienante, como prevê o art. 927 do mesmo código, seja por suscitação do genitor
alienado, que também sofreu ilícita constrição de seu direito à convivência com o filho, ou, e
principalmente, da principal vítima da alienação parental, o menor.

3.2 Soluções que resguardam os direitos do menor

As necessidades da criança e do adolescente e sua proteção são levadas em conta há mais


tempo no direito internacional que no pátrio, normas direcionadas ao menor e sua priorização
entraram na ordem jurídica do país inicialmente por convenções e tratados internacionais,
surgindo previsão constituição para tal tema apenas com o advento da Carta Magna atual, em
1988.

Documentos como a 29 Declaração Universal dos Direitos da Criança de 1959, a Convenção


sobre os Direitos da Criança de 1989 e a Convenção de Haia de 1980 referente ao sequestro
internacional de menores são normativas que consideram o princípio da proteção integral da
criança, visando sempre satisfazer seu melhor interesse.Esses objetivos se mostram
claramente o art. 3º da Convenção sobre os Direitos da Criança, que assim dispõe:

1. Todas as ações relativas à criança sejam elas levadas a efeito por instituições públicas ou
privadas de assistência social, tribunais, autoridades administrativas ou órgãos legislativos,
devem considerar primordialmente o melhor interesse da criança; 2. Os Estados Partes
comprometem-se a assegurar à criança a proteção e o cuidado que sejam necessários ao seu
bem-estar, levando em consideração os direitos e deveres de seus pais, tutores legais ou
outras pessoas legalmente responsáveis por ela e, com essa finalidade, tomarão todas as
medidas legislativas e administrativas adequadas; 3. Os Estados Partes devem garantir que as
instituições, as instalações e os serviços destinados aos cuidados ou à proteção da criança
estejam em conformidade com os padrões estabelecidos pelas autoridades competentes,
especialmente no que diz respeito à segurança e à saúde da criança, ao número e à adequação
das equipes e à existência de supervisão adequada.

Com base nesses parâmetros internacionalmente, e desde 1988 também nacionalmente


estabelecidos, fica mais fácil de entender os direitos que a criança e adolescente tem,
colocando de forma evidente o valor deles enquanto seres humanos, levando em conta seu
desenvolvimento como indivíduos, e acima de tudo reconhecendo que eles são vulneráveis, o
que os torna dignos de receber proteção integral de da família, sociedade e Estado (SENNA;
OLIVEIRA, 2005). O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é a principal legislação que
regula os direitos constitucionalmente atribuídos aos menores no Brasil. É papel do ECA criar
ferramentas para garantir que os menores realizem seus direitos fundamentais sob proteção e
apoio da família, com políticas sociais voltadas para tanto, sendo um esforço conjunto.
Excelente demonstração do princípio da proteção integral que guia as disposições do ECA está
traduzido em seu art. 17, que estabelece que a criança e adolescente tem direito à liberdade, e
que seja respeitada sua integridade física, moral e psíquica, levando sempre em conta a 30
preservação da sua identidade.

A Lei de Alienação Parental se encontra na mesma linha das outras normas até então
mencionadas, pois foi criada com intuito de proteção do menor, principal vítima da alienação
parental que tem diversos direitos violados. A lei prevê exemplos de atos que configuram
alienação parental e uma série de sanções progressivas para quem os pratica. Se realmente for
detectado o ato de alienação parental, fica sob responsabilidade o juiz intervir com medidas as
cabíveis previstas na lei, fazendo uso de perícias psicológicas e biopsicossocial, com o objetivo
de aferir a gravidade da alienação sofrida pelo menor. É necessário que os profissionais do
direito, saúde e assistência social trabalhem juntos para fazer com o que a alienação parental
seja remediada, reduzindo ou eliminando as consequências para as crianças e adolescentes
envolvidos (FREITAS; CHEMIM, 2015).

Entre as ferramentas que auxiliam no combate de atos de alienação parental e suas


consequências, para que os direitos das crianças venham ser preservados, é possível
considerar como principais a determinação judicial de guarda compartilhada do menor, o
acompanhamento psicológico e biopsicossocial feito por profissionais, e, em casos extremos, a
suspenção da autoridade parental do alienante. Uma das possíveis soluções mais benéficas a
todas as partes é a mediação familiar, conforme explica Botelho e Blender (2013):

(...) a mediação familiar é proposta como uma possibilidade de resposta às demandas envolvendo os
conflitos familiares que têm, como fundo, práticas de alienação parental. A ideia é desvincular a
problemática do modelo jurisdicional tradicional propondo uma alternativa de soluções de conflitos
através de práticas de mediação. (...)

Quando o magistrado constata, por exemplo, a alienação parental numa disputa de guarda de
menor, pode se valer de suas prerrogativas. Nota-se que o papel do magistrado é de gerenciar
quais demandas seguirão qual processo de resolução de conflitos, bem como esclarecer às
partes quais sejam as opções que lhes estão sendo oferecidas.Dessa forma fica sob
responsabilidade do mediador atuar como pessoa que faz com o que os acordos sejam
facilitados. O mediador deve ser um profissional qualificado, fazendo com o que a família seja
direcionada na resolução dos seus problemas, acabando de vez com qualquer tipo de
alienação causada na criança 31 (FREITAS; CHEMIM, 2015).

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Conclui-se que, a alienação parental não se trata de algo novo, mas sim, de algo que vem
ganhando espaço devido à evolução do Direito de Família e a forma como vem sendo tratado
processos de divórcios e de guarda. A criança e o adolescente possuem condição especial de
pessoas em desenvolvimento. São dignos de respeito, cuidado e proteção. Dispõem dos
mesmos direitos e liberdades dos adultos descritas na Declaração dos Direitos Humanos.
Direito à dignidade, direito à convivência familiar saudável, direito a ter seus interesses
resguardados da melhor forma e com amparo da Doutrina da Proteção Integral, direito à
paternidade responsável, entre outros. Toda e qualquer violação a esses direitos devem ser
combatidas.
A alienação parental consiste numa campanha difamatória realizada por um dos genitores em
relação ao outro para que o filho se afaste, nutrindo para si um sentimento de ódio e falsas
memórias. Já a Síndrome da Alienação Parental, consiste numa subcategoria da AP em que os
atos praticados resultam em consequências psicológicas e em mudanças comportamentais da
vítima.

A lei 12.318/2010 surgiu diante de um cenário de intervenção estatal para a garantia dos
direitos das crianças e dos adolescentes a convivência pacífica e harmoniosa, de forma
equilibrada, com ambos os genitores. Embora todas as regras presentes na lei estejam
descritas em outros dispositivos legais da legislação brasileira, a aplicação era de forma
subsidiária, quando o julgador tinha coragem de enfrentar o tema e ainda possuia a
sensibilidade para encontrar uma saída que solucionasse o problema da família. Diante disso, a
lei da Alienação Parental trouxe um importante marco, pois estabeleceu uma igualdade
parental entre os dois genitores e para os filhos o direito primordial da convivência ampla e
pacífica com ambos os pais, impedindo assim que seja ele usado como instrumento de
conflitos e vingança.

O que deve ser notado é que a lei não tem o cunho de acusar nenhum dos genitores e
muitos menos de criminalizá-los. O que realmente importa para a lei é garantir o repeito e os
direitos do interesse da criança ou do adolescente no convívio familiar com ambos. Assim,
tendo-os como referência, de sentir-se acolhidos por seus pais, sem o sentimento de objeto de
vingança, livres assim de qualquer abuso emocional. Para que consiga combater e inibir a
prática da AP e da SAP o judiciário começou as tomar medidas como a utilização de guarda
compartilhada por trazer benefícios para ambos os genitores e para os filhos de modo que a
igualdade parental torne as relações mais harmoniosas, tendo que resolver conflitos em
relações abertas e com conversas.

Com o aumento de números de alienação Parental o judiciário viu-se na obrigação de


procurar meios que conseguisse combater e diminuir os casos da AP, e uma das alternativas
encontradas é a escolha da guarda compartilhada nos processos de divórcios. No qual,
estabelece igualdade parental entre os dois genitores com relação à vida do menor em
questão, tendo assim que decidirem tudo em consenso um do outro. Com a igualdade dos
genitores em relação aos direitos e deveres do menor especialistas afirmam que a convivência
torna-se mais harmoniosa e por conta disso a guarda compartilhada é um mecanismo
importante no combate da SAP. Enfim, as relações em que resulte o processo judicial de
divórcio e de guarda que o integram, devem buscar o princípio constitucional do melhor
interesse da criança e do adolescente, de modo que os interesses dos pais sejam secundários a
esses. Assim, para os pais a busca do convívio harmonioso será maior já que, terão a
necessidade de decidir juntos quaisquer assuntos que estabelecer relações com os filhos.
REFERÊNCIAS:

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. Diário Oficial


da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 out. 1988, p. 1,

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração universal dos Direitos Humanos. Disponível
em: https://nacoesunidas.org/wpcontent/ uploads/2018/10/DUDH.pdf. Acesso em: 08 ago.
2020.

Lei Nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do adolescente e dá


outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>.

Lei Nº 12.318, de 26 de agosto de 2010. Dispõe sobre a alienação parental e altera o art.236 da
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990.

Disponível em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12318.htm

STJ. Guarda compartilhada pode ser instituída mesmo havendo graves desavenças entre o ex-
casal. Disponível em: http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias-
antigas/2017/2017- 03-23_11-05_Guarda-compartilhada-pode-ser-instituida-mesmo-havendo-
graves- 44 desavencas-entre-o-excasal.aspx.

STRÜCKER, Bianca. Alienação Parental. Monografia final do Curso de Graduação em Direito


objetivando a aprovação no componente curricular Monografia.

ORTIZ, M.J.; FUENTES M.J.; LÓPEZ F. Desenvolvimento socioafetivo na primeira infância. In:
COLL, C.; MARCHESI, A.; PALACIOS, J. (org). Desenvolvimento psicológico e educação.
Psicologia evolutiva, v. 1, 2 ed, Porto Alegre: Artmed, 2004.

PECK, J.S.; MANOCHERIAN, J.R. O divórcio nas mudanças do ciclo de vida familiar. In: CARTER,
B.; MCGOLDRICK, M. (Org.). As mudanças no ciclo de vida familiar: uma estrutura para a
terapia familiar. 2ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

REGO, Pamela Wessler de Luma. Alienação Parental. Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Escola de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
(UNIRIO) como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Direito. Rio de Janeiro,
2017.

STJ. Guarda compartilhada pode ser instituída mesmo havendo graves desavenças entre o ex-
casal. Disponível em: http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias-
antigas/2017/2017- 03-23_11-05_Guarda-compartilhada-pode-ser-instituida-mesmo-havendo-
graves- desavencas-entre-o-excasal.aspx.
ARAÚJO, Larissa Lima. Guarda Compartilhada: Meio de prevenir a Alienação Parental. Trabalho
de conclusão de curso apresentado ao Curso de Graduação em Direito da Universidade
Estadual da Paraíba, em cumprimento à exigência para a obtenção do grau de Bacharel em
Direito. Guarabira, 2014.

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