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Casos Processo II

Caso 1

Para cada uma destas situações1 indique qual deve ser:


a. O pedido
b. O tipo de acção (art. 10.º)
c. O valor da causa (art. 296.º ss)
d. A forma de processo (art. 546.º e DL 269/98)
e. A causa de pedir (é útil o art. 581.º/4)

1. A descobre que o seu cônjuge B teve relações sexuais com C. A instaura contra B
uma ação de divórcio, alegando a violação do dever conjugal de fidelidade 2.
a. O pedido: A (que é o autor) formula um pedido de dissolução de casamento por divórcio,

PEDIDO: declaração da existência do npedido do divórcio e a dissolução o casamento de A e B

dividido em 4 partes: cabeçalho (quem é o autor (A), o réu (B), tipo de ação , qual o tribunal);
corpo (dividido em factos e direito); lista de pedidos. O autor tem a responsabilidade de
garantir que os pressupostos processuais estão preenchidos.

b. Tipo de ação: ação constitutiva - visa autorizar uma mudança na ordem jurídica
existente (art 10º n.o 3, al. c)).
Constitutiva – o que muda: estado civil

c. O valor da causa: Neste caso a ação é sobre o estado de pessoas (o estado de casadas de
A e B), pelo que segundo o art 303º/1, este tipo de ações consideram-se sempre de valor
equivalente à alçada da Relação e mais 0,01 euros. Ora, segundo o art 44º/1 da Lei 62/2013,
em matéria cível, a alçada dos Tribunais da Relação é de 30 000 euros.
Segundo o art 306º/1 compete ao juiz fixar o valor da causa, sem prejuízo do dever de
indicação que impede sobre as partes. A partir do nº2 deste art percebemos que o valor da
causa é fixado no despacho saneador.
art 303º/1

d. A forma do processo: o art 546º/1 prevê que o processo pode ser comum ou especial. De
acordo com o nº2, o processo especial é aplicável ais casos expressamente designados na lei,
existe, portanto uma delimitação pela negativa.
Ora, no art 931º e ss do CPC está previsto um processo especial para as ações de divórcio e
separação sem consentimento do outro cônjuge.

1
Os casos 1 a 6 são adaptados de SILVA, Paula Costa e; Paula Meira Lourenço; e Sofia Henriques, Direito Processual
Civil I – Elementos de Trabalho, Vol. I, AAFDL, Lisboa, 2006, pp. 17 e 18.
2
Este caso está, evidentemente, desatualizado, mas por motivos pedagógicos faz sentido continuar a ser resolvido.
e. Causa de Pedir: São os factos que integram a previsão da norma/ factos que fazem nascer o
direito do autor – factos constitutivos do dto do autor. Neste caso é ter tido relações sexuais
com C

2. A celebra um contrato de compra e venda de uma casa de férias com B, no valor de


€150.000, procedendo ao seu registo. Nesse Verão, ao chegar à casa, percebe que esta
está ocupada por C, que se recusa a sair. Assim, A instaura contra C uma ação de
reivindicação do imóvel.
a. O pedido:
 ação de reivindicação prevista no art 1311º CC tem dois pedidos:
- pedido de reconhecimento do direito
- pedido de restituição da coisa
b. O tipo de ação: A ação de reivindicação de propriedade prevista no art 1311º/1 prevê que o
proprietário exija judicialmente o reconhecimento do seu direito de propriedade e a
consequente restituição do que lhe pertence.
Esta é uma ação declarativa ( art 10º/2) A requer ao tribunal a declaração ou o reconhecimento
de um dto, isto é, que aplique o dto aos factos apresentados, com vista à resolução do litígio
que opõem às partes. Dentro destas, há as ações de simples apreciação, de condenação e
constitutivas.
Esta ação é simultaneamente de simples apreciação (10º/3 al a), pq visa obter a declaração
positiva de existência do direito real de propriedade ( há uma incerteza objetiva sobre o direito
criada pela negação do demandado do dto (C) . E uma ação de condenação: o A exige a
prestação de dare de uma coisa (que é a entrega da casa) pressupondo (pq já aconteceu) a
violação do seu dto de propriedade.
- a ação é uma só (uma ação declarativa), que contém 2 pedidos:
- 1 pedido de simples apreciação - positiva-
visa obter unicamente a declaração da
existência do dto de propriedade sobre a casa (art 10º n.o 3, al. a)).
- 1 pedido de condenação- o A exige a prestação de dare de uma coisa (que é a
entrega da casa) pressupondo (pq já aconteceu) a violação do seu dto de propriedade
(10º/3 al b).

- Podíamos dividir a ação em duas:


- ação de simples apreciação positiva
- ação de condenação
- n as propondo em separado o 1311- dá a entender que é só ação de condenação

c. O valor da causa: De acordo com o art 302º/1 se a ação tiver por fim fazer valer o direito de
propriedade sobre uma coisa, o valor desta determina o valor da causa. 299º/1- o valor da
causa é o valor da casa de férias de A no momento da propositura da ação ( n sabemos se
desvalorizou ou n)
Segundo o art 306º/1 compete ao juiz fixar o valor da causa, sem prejuízo do dever de
indicação que impede sobre as partes. A partir do nº2 deste art percebemos que o valor da
causa é fixado no despacho saneador.
Valor da causa  150 000 €

d. O processo: o art 546º/1 + 548º prevê que o processo pode ser comum ou especial. De
acordo com o nº2, o processo especial é aplicável ais casos expressamente designados na lei,
existe, portanto uma delimitação pela negativa.
Neste caso, n tendo encontrado disposições especiais, considero que se siga o processo
comum, pq n é do Livro V nem o DL
e. Causa de pedir: Nas ações reais – a causa de pedir, tal como resulta do art 581º/4
CPC, é o facto que deriva do direito real, ou seja, a celebração do contrato.

3. A celebrou um contrato pelo qual se obrigava a pintar um quadro e B pagaria o valor


de €9.000. Entregue o quadro, B recusa-se agora a pagar. A instaura uma ação de
cumprimento.
a. O pedido: A (que é o autor) formula um pedido de cumprimento do contrato através do
pagamento de 900€,
dividido em 4 partes: cabeçalho (quem é o autor (A), o réu (B), tipo de ação , qual o tribunal);
corpo (dividido em factos e direito); lista de pedidos. O autor tem a responsabilidade de
garantir que os pressupostos processuais estão preenchidos.

b. O tipo de ação: de condenação-A exige a prestação de facere (pagamento dos 900€),


pressupondo a violação do seu direito de crédito (n.o 3, al. b)).

c. O valor da causa: segundo o art 301º/1 quando a ação tiver por objeto o cumprimento de um
ato jurídico, neste caso o cumprimento do contrato, atende-se ao valor do ato determinado pelo
preço. O valor da causa é então 900€.

Segundo o art 306º/1 compete ao juiz fixar o valor da causa, sem prejuízo do dever de
indicação que impede sobre as partes. A partir do nº2 deste art percebemos que o valor da
causa é fixado no despacho saneador.

d. O processo: o art 546º/1 prevê que o processo pode ser comum ou especial. De acordo com
o nº2, o processo especial é aplicável ais casos expressamente designados na lei, existe,
portanto uma delimitação pela negativa.
- O DL 269/98 tem duas formas de processo especiais, que são vistas pela maioria
da doutrina como opcionais, ainda que a matéria em questão preencha os pressupostos
de aplicação do processo especial, podemos ainda assim optar pelo processo comum.
O professor Regente, por seu turno, considera que estas formas de processo n são
opcionais.
 Requisitos das formas de processo especiais (2 requisitos comuns):
- ser uma obrigação pecuniária
- essa obrigação pecuniária tem de ser emergente de um contrato
 AEOCUP – o processo é igual ao comum mas retira alguns momentos,
nomeadamente a réplica e a audiência, e para que este processo se aplique o valor limite
da obroigação pecuniária é de 15 000 €.
Injunção- não se trata de um processo propriamente judicial, na medida em que
ocorre no PNI (numa secretaria e n num tribunal). O autor preenche um requerimento e
o réu é citado. Se o réu n contestar em 15 dias, o credor tem um título executivo (e não
judicial) e pode propor uma ação executiva. Se o réu contestar, a ação prossegue em
tribunal.
Para que esta forma de processo se aplique, tratando-se de transações entre pessoas
comuns, o limite é 15 000 €, se estivermos perante transações comerciais, não há limite.

e. A causa de pedir: Nas ações de cumprimento - a causa de pedir é a celebração do


contrato

4. A celebrou com B um contrato-promessa de compra e venda de um imóvel no valor de


50.000 euros, o qual foi incumprido por este último. A, promitente-comprador, requer a
execução específica do referido negócio jurídico.
a. O pedido: A (que é o autor) formula um pedido para que o tribunal declare celebrado o
contrato de compra e venda, o NJ.
- o tribunal n se substitui às partes na celebração do negócio
b. O tipo de ação: Ação constitutiva- art 10º/3 al. C)- visa autorizar uma mudança na ordem
jurídica, através da modificação de uma situação jurídica, através da execução específica do
contrato.
c. O valor da causa: De acordo com o art 301º/1 se a ação tiver por objeto a modificação de um
ato jurídico, através da execução específica do contrato promessa, atende-se ao valor do ato
determinado pelo preço. O valor da causa é então 50 000€

Segundo o art 306º/1 compete ao juiz fixar o valor da causa, sem prejuízo do dever de
indicação que impede sobre as partes. A partir do nº2 deste art percebemos que o valor da
causa é fixado no despacho saneador.

d. O processo: o art 546º/1 prevê que o processo pode ser comum ou especial. De acordo com
o nº2, o processo especial é aplicável ais casos expressamente designados na lei, existe,
portanto uma delimitação pela negativa.
Neste caso, n tendo encontrado disposições especiais, considero que se siga o processo
comum.
e. A causa de pedir: Nas ações de execução específica, a causa de pedir é a celebração
do contrato promessa e a mora ou o incumprimento definitivo (dependendo da
posição que se adotar, tendo em conta a divergência doutrinária sobre a matéria).
5. B chocou com o carro de A, por estar a guiar distraído ao telefone, partindo o braço de
A e danificando o seu carro. A intenta contra B uma ação judicial na qual pede uma
indemnização pelos danos sofridos, no valor que se vier a apurar.
O pedido- pagamento de uma quantia de dinheiro pelos danos sofridos
Tipo de ação: ação de condenação : o A exige a prestação de dare (pagamento da
indemnização) pressupondo (pq já aconteceu) a violação dos seus direitos.
Valor da causa- segundo o art 297º/1 se pela ação se pretende obter qualquer quantia certa em
dinheiro, é esse o valor da causa. O valor da causa é então a quantia de dinheiro que se vai
apurar que A vai receber em razão dos seus danos
d. O processo: o art 546º/1 prevê que o processo pode ser comum ou especial. De acordo com
o nº2, o processo especial é aplicável ais casos expressamente designados na lei, existe,
portanto uma delimitação pela negativa.
Causa de pedir- Nas ações de responsabilidade extracontratual – a causa de pedir são
os factos que preenchem a previsão do art 483º, ou seja, o facto (acidente) e os danos
(braço partido, e o carro destruido).
6. A, construtor civil, celebrou com B um contrato de empreitada. Tendo A incumprido os
prazos acordados, B não pôde começar a viver na sua casa, pelo que teve de viver num
hotel durante um mês. B instaurou uma ação judicial pedindo uma indemnização pelos
prejuízos sofridos no valor de 3.740.98 euros, correspondentes ao valor que pagou ao
hotel.
O pedido: pedido de pagamento de uma prestação no valor dos danos que sofreu
O tipo de ação: ação de condenação: o A exige a prestação de dare (pagamento da
indemnização) pressupondo (pq já aconteceu) a violação dos seus direitos .art 10º/ 3 al b)
O valor da causa: segundo o art 297º/1 se pela ação se pretende obter quantia certa em
dinheiro, é esse o valor da causa, n sendo atendível impugnação nem acordo em contrário.
Logo, o valor da causa, neste caso é de 3.740.98€.
Segundo o art 306º/1 compete ao juiz fixar o valor da causa, sem prejuízo do dever de
indicação que impede sobre as partes. A partir do nº2 deste art percebemos que o valor da
causa é fixado no despacho saneador.
d. O processo: o art 546º/1 prevê que o processo pode ser comum ou especial. De acordo com
o nº2, o processo especial é aplicável ais casos expressamente designados na lei, existe,
portanto uma delimitação pela negativa.
Neste caso, n tendo encontrado disposições especiais, considero que se siga o processo
comum.
Causa de pedir- Nas
ações de responsabilidade contratual- a causa de pedir são o
incumprimento do contrato e os danos que daí resultam.
7. A instaura uma ação de investigação de paternidade contra B.
- O pedido: investigação de paternidade
- O tipo de ação: Ação declarativa – A requer ao tribunal a declaração ou o reconhecimento de
um dto, isto é, que aplique o dto aos factos apresentados, com vista à resolução do litígio que
opõem às partes. Dentro destas, há as ações de simples apreciação, de condenação e
constitutivas (10º/2).
Esta ação é constitutiva – muda há uma alteração na ordem jurídica, n era pai juridicamente e
passa a ser (art 10º/3 al c)
c. O valor da causa: Neste caso a ação é sobre o estado de pessoas (o estado de casadas de
A e B), pelo que segundo o art 303º/1, este tipo de ações consideram-se sempre de valor
equivalente à alçada da Relação e mais 0,01 euros. Ora, segundo o art 44º/1 da Lei 62/2013,
em matéria cível, a alçada dos Tribunais da Relação é de 30 000 euros.
Segundo o art 306º/1 compete ao juiz fixar o valor da causa, sem prejuízo do dever de
indicação que impede sobre as partes. A partir do nº2 deste art percebemos que o valor da
causa é fixado no despacho saneador.
O processo: o art 546º/1 prevê que o processo pode ser comum ou especial. De acordo com o
nº2, o processo especial é aplicável ais casos expressamente designados na lei, existe,
portanto uma delimitação pela negativa.
Neste caso, n tendo encontrado disposições especiais, considero que se siga o processo
comum.
- causa de pedir: existir de dúvida e o pai ter tido relações sexuais com a mãe
8. A celebra com B um contrato de compra e venda de uma casa, pois este mostrou-lhe
documentos e brochuras que demonstravam que o local onde o imóvel se situava era
despoluído e seguro. Vindo a perceber, uma semana depois, que tinha sido enganado, A
propõe uma ação contra B, pedindo ao tribunal a anulação do contrato com base em
dolo.
Pedido: anulação do contrato de compra da casa
O tipo de ação: Ação declarativa – A requer ao tribunal a declaração ou o reconhecimento de
um dto, isto é, que aplique o dto aos factos apresentados, com vista à resolução do litígio que
opõem às partes. Dentro destas, há as ações de simples apreciação, de condenação e
constitutivas (10º/2)
constitutiva- art 10º/3 al. C)- visa autorizar uma mudança na ordem jurídica, através da
modificação de uma situação jurídica. Anulação do contrato.
O valor da causa: art 301º - trata-se da resolução de um contrato portanto o valor da causa é o
valor do ato determinado pelo preço (preço do contrato) ou estipulado pelas partes.
Segundo o art 306º/1 compete ao juiz fixar o valor da causa, sem prejuízo do dever de
indicação que impede sobre as partes. A partir do nº2 deste art percebemos que o valor da
causa é fixado no despacho saneador.
d. O processo: o art 546º/1 prevê que o processo pode ser comum ou especial. De acordo com
o nº2, o processo especial é aplicável ais casos expressamente designados na lei, existe,
portanto uma delimitação pela negativa.
Neste caso, n tendo encontrado disposições especiais, considero que se siga o processo
comum.
Causa de pedir: Nasações de anulação do contrato com base em dolo – a causa de
pedir é a celebração do contrato e o facto que tenha levado à existência de dolo- ter
tido informações falsas.
9. A resposta à questão anterior mudaria se o vício invocado fosse a nulidade do
contrato?

CASOS PRÁTICOS II 1

1. A. e B. celebraram um contrato de compra e venda de um terreno. Porém, A. comprou


convencido de que o terreno dava para construir uma moradia, sendo que, na verdade, o
mesmo pertencia à reserva ecológica. Assim, A. propõe uma ação contra B. pedindo a
anulação do contrato de compra e venda, com base em erro, e pedindo ainda o
pagamento de uma indemnização pelos danos sofridos.

a. Analise o objeto processual apresentado.

O objeto do processo é composto por dois elementos: o pedido e a causa de pedir.

Pedido deve ser formuloado na petição inicial – art 552/1 al e)

O pedido no caso é anulação do contrato de compra e venda + pagamento da indemnização


por danos sofridos.
- o pedido é composto por:
- uma pretensão material: é afirmação de um interesse como juridicamente
tutelado. É a afirmação de um direito subjetivo.  pede ao tribunal o
anulamento do contrato e a indemnização
- uma pretensão processual: declaração de vontade acompanhada da
solicitação de uma atuação judicial determinada (condene, declare , arreste):
Artigo chave: o artigo 10.o do CPC.  Pede que o tribunal proceda à
modificação da ordem jurídica através da anulação do contrato e que condene
o réu ao pagamento.
 No caso o pedido é:
- múltiplo- há cumulação de pedidos simples
- certo quanto à anulação do contrato- o seu objeto é uma prestação individualizada
(reporta-se a um bem concreto) ou determinada (está definida na sua espécie e
quantidade);
- genérico quanto ao pagamento da indemnização - É o art. 556.o, n.o 1, que define
em que casos é permitido formular pedidos genéricos. Um desses casos é aquele em
que se refere a uma quantidade indeterminada, indeterminação que resulta da
referência a um montante pecuniário indeterminável.
-O Professor Miguel Teixeira de Sousa relembra que o art 569o CC se
sobrepõe ao Código de Processo Civil, pelo que o autor não é obrigado a
concretizar o montante indemnizatório. Exige-se, sim, alegação dos danos,
para que se possa depois calcular a indemnização.
- total- abrange a totalidade dos efeitos jurídicos;

- Estamos perante uma cumulação de pedidos (objetiva) simples – art 555º CPC
- o mm autor e o mm réu
- 2 pedidos distintos

- Compatibilidade Substantiva ( artigo 555/1/1aparte do CPC);

-Tem de se verificar uma concordância prática entre os efeitos decorrentes dos objectos
cumulados, ou seja, estes não podem ser contraditórios (arts 555o, no 1, 1.a parte e 186o, no
2, alínea c) CPC).
-
• Falta do pressuposto: a incompatibilidade substantiva resulta da falta de concordância prática
entre os efeitos por eles produzidos, o que gera ineptidão da pi – artigo 186/2/c)  nulidade
de todo o processo – artigo 186/1.o,
- se o réu tiver sido citado 278/1/b) e 577/b).
- se n tiver sido citado – despacho liminar

É sanável a incompatibilidade substantiva se o juiz convidar o autor a transformar a cumulação


simples numa cumulação subsidiária. (isto se não houver despacho liminar e se se seguir para
o pré-saneador).

 HÁ COMPATIBILIDADE SUBSTANTIVA

- Compatibilidade Processual Art. 555/1/2.aparte + art. 37.o/1 a 3 do CPC;

i) Relativa à competência absoluta do tribunal;


Se o tribunal for absolutamente incompetente: exceção dilatória nominada: artigos 96.o, 99.o,
278.o, al.a), 576/2.o, 577/a), ex vi art. 37.o do CPC.

- material, hierárquica e internacionalmente

ii) Adequação da forma do processo;


Aos pedidos cumulados têm de corresponder formas de processo compatíveis, se não estamos
perante uma exceção dilatória inominada que se for procedente dá azo à absolvição do réu da
instância. No entanto se não seguirem uma tramitação manifestamente incompatível (art. 37.o,
n.o 2); a cumulação apenas é autorizada pelo juiz se nela houver interesse relevante ou se a
apreciação conjunta das pretensões for indispensável para a justa composição do litígio (art.
37.o, n.o 2).
 HÁ COMPATIBILIDADE- O PROCESSO É COMUM PARA OS DOIS PEDIDOS

- Conexão objectiva
O artigo 555º/1 não define, além da compatibilidade processual e substantiva entre os objetos
cumulados, qualquer outro pressuposto de cumulação simples.
- não é exigida nomeadamente qualquer conexão entre esses objetos.
- porém se esta conexão não é requerida, isso não significa que a mesma não é
desejável (MTS)
-A apreciação de pedidos completamente e distintos e autónomos implica uma
maior complexidade de instrução, discussão e julgamento da causa.
- justifica-se assim a aplicação analógica do artigo 37º/4 às hipóteses
em que os objetos acumulados não apresentem entre si qualquer
conexão em que a sua instrução, discussão e julgamento conjunto
possa comprometer a boa administração da justiça.
 HÁ CONEXÃO OBJETIVA

CAUSA DE PEDIR

 No pedido de anulação do contrato com base em erro – a causa de pedir é a


celebração do contrato e o facto que tenha levado à existência de erro.

 No pedido de indemnização por responsabilidade contratual- a causa de pedir são


o incumprimento do contrato e os danos que daí resultam.

Teorias: que factos integram a causa de pedir?

Teoria da individualização – a petição inicial basta-se com o pedido (todas as


possíveis causas de pedir podiam ser consideradas no processo), pelo que a
causa de pedir não tem de ser substancializada com factos, já que a alegação
de factos é um problema de êxito da ação.

Teoria da Substanciação: LF – segundo a qual a causa de pedir é constituída por todos


os factos necessários para obter a procedência da ação; Factos essenciais + factos
complementares que visam a procedência da ação; integram a causa de pedir todos os
factos
que constam da previsão da norma, sendo essa a solução que decorre
da lei, nos termos do art 581o/4.

Teoria da Individualização Aperfeiçoada: MTS + Mariana França Gouveia: segundo a qual a


causa de pedir é construída apenas pelos factos necessários à individualização do pedido do
autor.

 MTS: A causa de pedir é constituída pelos factos necessários para individualizar a pretensão
material alegada pelo autor.
- A causa de pedir fixa os limites do conhecimento do tribunal (p. do dispositivo): artigo
5.o do CPC o artigo 615.o/d) do CPC.
- O autor tem de alegar a causa de pedir na pi (artigo 552/n.o1, al.d) do CPC.

E se faltar o causa de pedir, ou seja, se o autor não a alegar?

- O autor corre o risco da petição inicial se tornar inepta por falta de causa de pedir (art. 186.o,
n.o2, al.a)),  assim o processo seria todo nulo (art.186.o,n.1),
pelo que essa nulidade se não houver despacho limiar (590º/1), ou escapar ao indeferimento
limitar, conduz à absolvição do réu da instância porque há uma exceção dilatória – artigo
278/1/b) + 577/al.b), + 576/2.o do CPC .

a) Factos que constituem a causa de pedir: a sua falta gera a ineptidão da pi – 186º/2 al a)-
nulidade de todo o processo – 186º/1;
b) Factos complementares: a sua falta gera um convite ao aperfeiçoamento (artigo 590.o do
CPC- despacho liminar;)- se n ocorrer – improcedência material do pedido
c) Factos probatórios: a sua falta é inconsequente;

b. Imagine agora que B. contesta invocando que o prazo para arguir a


anulabilidade do negócio já tinha decorrido. Como qualifica a defesa apresentada?

 Exceção peremptória: A defesa por excepção peremptória consiste na invocação pelo réu de
um facto que obsta à produção dos efeitos decorrentes do objecto definido pelo autor e
determina a absolvição, total ou parcial, do pedido (art. 576.o, n.o 3, e 571.o, n.o 2 in fine).
- Por isso é que há direito de resposta por parte do autor nos termos do artigo 3.o/4 do
CPC  se não houver pedido reconvencional, o autor apenas po0de responder às
exceções através de forma oral, na audiência. (princípio do aproveitamento dos atos e
da economia processual).

- EXTINTIVA: As excepções extintivas são aquelas que destroem as consequências jurídicas


decorrentes do preenchimento de determinada previsão legal. ( caducidade – 298º/2 CC)
- absolvição do réu do pedido

c. Perante a defesa apresentada por B., pode A. replicar/responder?

No caso não há nenhum pedido reconvencional- 266º/1- pedido autónomo do réu contra o
autor.  NÃO pede algo diferente em relação há absolvição do réu do pedido.
- Ora, segundo o art 584º o autor só pode apresentar réplica e deduzir toda a sua defesa,
quando há pedido reconvencional.
- se houver pedido reconvencional faz sentido que o autor escreva uma nova
peça processual, respondendo a tudo o que o réu apresentou, ou seja,
responde ao pedido do reconvencional do réu e às exceções pelo mesmo
apresentadas.

- se não houver pedido reconvencional, o autor apenas po0de responder às


exceções através de forma oral, na audiência. (princípio do aproveitamento dos
atos e da economia processual).

2. C. celebra um contrato com D. para que este lhe forneça 30 maçãs. D. não o fez, pelo
que C. propõe contra ele uma ação em que pede o cumprimento do contrato e a
declaração da sua nulidade por ter feito a sua declaração negocial sob coação moral.

a. Analise o objeto processual apresentado.

O objeto do processo é composto por dois elementos: o pedido e a causa de pedir.

O pedido no caso é o cumprimento do contrato, através do fornecimento de 30 maçãs +


declaração da nulidade do contrato.
- o pedido é composto por:
- uma pretensão material: é afirmação de um interesse como juridicamente
tutelado. É a afirmação de um direito subjetivo.  pede ao tribunal que declare
nulo o contrato o cumprimento
- uma pretensão processual: declaração de vontade acompanhada da
solicitação de uma atuação judicial determinada (condene, declare , arreste):
Artigo chave: o artigo 10.o do CPC.  Pede que o tribunal proceda à
modificação da ordem jurídica através da declaração de nulidade do contrato e
que condene o réu ao cumprimento.
 No caso o pedido é:
- múltiplo- há cumulação de pedidos simples
- certo quanto aos 2 pedidos- o seu objeto é uma prestação individualizada (reporta-se
a um bem concreto) ou determinada (está definida na sua espécie e quantidade);
- total- abrange a totalidade dos efeitos jurídicos;

- Estamos perante uma cumulação de pedidos (objetiva) simples – art 555º CPC
- o mm autor e o mm réu
- 2 pedidos distintos

- Compatibilidade Substantiva ( artigo 555/1/1aparte do CPC);

-Tem de se verificar uma concordância prática entre os efeitos decorrentes dos objectos
cumulados, ou seja, estes não podem ser contraditórios (arts 555o, no 1, 1.a parte e 186o, no
2, alínea c) CPC).
-
• Falta do pressuposto: a incompatibilidade substantiva resulta da falta de concordância prática
entre os efeitos por eles produzidos, o que gera ineptidão da pi – artigo 186/2/c)  nulidade
de todo o processo – artigo 186/1.o, 278/1/b) e 577/b).

É sanável a incompatibilidade substantiva se o juiz convidar o autor a transformar a cumulação


simples numa cumulação subsidiária. (isto se não houver despacho liminar e se se seguir para
o pré-saneador).

 NÃO HÁ COMPATIBILIDADE SUBSTANTIVA

- Compatibilidade Processual Art. 555/1/2.aparte + art. 37.o/1 a 3 do CPC;

i) Relativa à competência absoluta do tribunal;


Se o tribunal for absolutamente incompetente: exceção dilatória nominada: artigos 96.o, 99.o,
278.o, al.a), 576/2.o, 577/a), ex vi art. 37.o do CPC.

- material, hierárquica e internacional

ii) Adequação da forma do processo;


Aos pedidos cumulados têm de corresponder formas de processo compatíveis, se não estamos
perante uma exceção dilatória inominada que se for procedente dá azo à absolvição do réu da
instância. No entanto se não seguirem uma tramitação manifestamente incompatível (art. 37.o,
n.o 2); a cumulação apenas é autorizada pelo juiz se nela houver interesse relevante ou se a
apreciação conjunta das pretensões for indispensável para a justa composição do litígio (art.
37.o, n.o 2).
 HÁ COMPATIBILIDADE- O PROCESSO É COMUM PARA OS DOIS PEDIDOS –
546º

- Conexão objectiva
O artigo 555º/1 não define, além da compatibilidade processual e substantiva entre os objetos
cumulados, qualquer outro pressuposto de cumulação simples.
- não é exigida nomeadamente qualquer conexão entre esses objetos.
- porém se esta conexão não é requerida, isso não significa que a mesma não é
desejável (MTS)
-A apreciação de pedidos completamente e distintos e autónomos implica uma
maior complexidade de instrução, discussão e julgamento da causa.
- justifica-se assim a aplicação analógica do artigo 37º/4 às hipóteses
em que os objetos acumulados não apresentem entre si qualquer
conexão em que a sua instrução, discussão e julgamento conjunto
possa comprometer a boa administração da justiça.
 HÁ CONEXÃO OBJETIVA

CAUSA DE PEDIR

 No pedido de declaração de nulidade do contrato com base em coação– a causa


de pedir é a celebração do contrato e o facto que tenha levado à existência de
coação.

 No pedido de cumprimento do contrato- a causa de pedir é a celebração do


contrato.

Teorias: que factos integram a causa de pedir?

Teoria da individualização – a petição inicial basta-se com o pedido (todas as


possíveis causas de pedir podiam ser consideradas no processo), pelo que a
causa de pedir não tem de ser substancializada com factos, já que a alegação
de factos é um problema de êxito da ação.

Teoria da Substanciação: LF – segundo a qual a causa de pedir é constituída por todos


os factos necessários para obter a procedência da ação; Factos essenciais + factos
complementares que visam a procedência da ação; integram a causa de pedir todos os
factos
que constam da previsão da norma, sendo essa a solução que decorre
da lei, nos termos do art 581o/4.

Teoria da Individualização Aperfeiçoada: MTS + Mariana França Gouveia: segundo a qual a


causa de pedir é construída apenas pelos factos necessários à individualização do pedido do
autor.

 MTS (tendo por base a teoria da individualização aperfeiçoada): A causa de pedir é


constituída pelos factos necessários para individualizar a pretensão
material alegada pelo autor.
- A causa de pedir fixa os limites do conhecimento do tribunal (p. do dispositivo): artigo
5.o do CPC o artigo 615.o/d) do CPC.
- O autor tem de alegar a causa de pedir na pi (artigo 552/n.o1, al.d) do CPC.

E se faltar o causa de pedir, ou seja, se o autor não a alegar?

- O autor corre o risco da petição inicial se tornar inepta por falta de causa de pedir (art. 186.o,
n.o2, al.a)),  assim o processo seria todo nulo (art.186.o,n.1),
pelo que essa nulidade se não houver despacho limiar (590º/1), ou escapar ao indeferimento
limitar, conduz à absolvição do réu da instância porque há uma exceção dilatória – artigo
278/1/b) + 577/al.b), + 576/2.o do CPC .

a) Factos que constituem a causa de pedir/factos essenciais: a sua falta gera a ineptidão da pi
– 186º/2 al a)- nulidade de todo o processo – 186º/1;
b) Factos complementares: a sua falta gera um convite ao aperfeiçoamento (artigo 590.o do
CPC- despacho liminar;)- se n ocorrer – improcedência material do pedido
c) Factos probatórios: a sua falta é inconsequente;

b. Imagine agora que B. contesta invocando que a consequência da coação moral


não é a nulidade, mas sim a anulabilidade do contrato. Como qualifica a defesa
apresentada?

 Impugnação de dto
c. Perante a defesa apresentada por B., pode A. replicar/responder?

No caso não há nenhum pedido reconvencional- 266º/1- pedido autónomo do réu contra o
autor.  NÃO pede algo diferente em relação há absolvição do réu do pedido.
- Ora, segundo o art 584º o autor só pode apresentar réplica e deduzir toda a sua defesa,
quando há pedido reconvencional.
- se houver pedido reconvencional faz sentido que o autor escreva uma nova
peça processual, respondendo a tudo o que o réu apresentou, ou seja,
responde ao pedido do reconvencional do réu e às exceções pelo mesmo
apresentadas.

- se não houver pedido reconvencional, o autor apenas po0de responder às


exceções através de forma oral, na audiência. (princípio do aproveitamento dos
atos e da economia processual).

3. E. e F. celebraram um contrato em que aquele se obriga a vender a este um carro de


coleção dos anos 20 ou um carro de coleção dos anos 50 pelo mesmo preço de 15.000
euros, ficando a escolha do carro de coleção a vender ao critério de F. Acordaram ainda
que a entrega do carro de coleção ocorreria no prazo de uma semana na casa de F., no
Porto. Apesar de já ter recebido o preço, E. recusa-se a entregar qualquer dos carros. F.
propõe ação contra E. em que pede a entrega de um deles. Analise o objeto processual
apresentado.

O objeto do processo é composto por dois elementos: o pedido e a causa de pedir.

O pedido no caso é a entrega do carro de coleção de 20 anos, ou a entrega do carro de


coleção de 50 anos.
- o pedido é composto por:
- uma pretensão material: é afirmação de um interesse como juridicamente
tutelado. É a afirmação de um direito subjetivo.  pede ao tribunal que
entregue um dos carros.
- uma pretensão processual: declaração de vontade acompanhada da
solicitação de uma atuação judicial determinada (condene, declare , arreste):
Artigo chave: o artigo 10.o do CPC.  Pede que o tribunal proceda à
condenação na entrega de um dos carros
 No caso o pedido é:
- múltiplo- há cumulação de pedidos alternativa
- certo quanto aos 2 pedidos- o seu objeto é uma prestação individualizada (reporta-se
a um bem concreto) ou determinada (está definida na sua espécie e quantidade);
- total- abrange a totalidade dos efeitos jurídicos;
- Estamos perante uma cumulação de pedidos (objetiva) alternativa – art 553º CPC
- a parte requer a procedência de todos os objectos cumulados, mas pretende apenas
obter, segundo a escolha do réu, a produção dos efeitos de um desses

- Alternatividade Substantiva

- exige-se que os pedidos possam ser apresentados alternativamente (art 553º/1)


- art 543º/1 CC – é alternativa obrigação que compreende 2 ou mais prestações, mas em que o
devedor se exonera efetuando aquela que, por escolha, vier a ser designada.

 O pedido no caso apresenta alternatividade substantiva

Falta do pressuposto: ocorre quando os objectos não são alternativos. À


falta de alternatividade deve ser aplicada, por analogia, a consequência
da contradição substantiva na cumulação simples.

• Falta do pressuposto: a incompatibilidade substantiva resulta da falta de concordância prática


entre os efeitos por eles produzidos, o que gera ineptidão da pi – artigo 186/2/c)  nulidade
de todo o processo – artigo 186/1.o,
- se o réu tiver sido citado 278/1/b) e 577/b) – absolvição do réu da instância.
- se n tiver sido citado – despacho liminar – art 590º/1- indeferimento da pi

- Compatibilidade Processual
Art. 555/1/2.aparte + art. 37.o/1 a 3 do CPC; - que aqui segundo o MTS se aplica por analogia.

iii) Relativa à competência absoluta do tribunal;

- O tribunal tem de ser material, hierárquica e internacionalmente competente – no caso n nos


dão dados mas pressupomos que sim

- Falta do Pressuposto: Havendo despacho liminar, dá-se o indeferimento parcial da petição.


Já no momento do despacho saneador, verificar-se-á:

- Se o tribunal for absolutamente incompetente: exceção dilatória nominada: artigos


96.o, 99.o, 278.o, al.a), 576/2.o, 577/a), ex vi art. 37.o do CPC.

iv) Adequação da forma do processo;


Aos pedidos cumulados têm de corresponder formas de processo compatíveis.
 Se não seguirem uma tramitação manifestamente incompatível (art. 37.o, n.o 2); a
cumulação apenas é autorizada pelo juiz se nela houver interesse relevante ou se a
apreciação conjunta das pretensões for indispensável para a justa composição do litígio
(art. 37.o, n.o 2).

 NO CASO SEGUEM AS DUAS FORMAS DE PROCESSO COMUNS

- Falta do Pressuposto: Havendo despacho liminar, dá-se o indeferimento parcial da petição.


Já no momento do despacho saneador, verificar-se-á:
- Se for um caso de incompatibilidade entre as formas de processo, estamos perante um caso
de
inadequação formal, que representa uma excepção dilatória inominada

Conexão objectiva – não se exige, até porque a própria relação de


alternatividade substantiva dispensa a necessidade de qualquer outra conexão
entre objectos.

CAUSA DE PEDIR

 No caso a causa de pedir é a celebração do contrato.

 MTS (tendo por base a teoria da individualização aperfeiçoada): A causa de pedir é


constituída pelos factos necessários para individualizar a pretensão
material alegada pelo autor.
- A causa de pedir fixa os limites do conhecimento do tribunal (p. do dispositivo): artigo
5.o do CPC o artigo 615.o/d) do CPC.
- O autor tem de alegar a causa de pedir na pi (artigo 552/n.o1, al.d) do CPC.

E se faltar o causa de pedir, ou seja, se o autor não a alegar?

- O autor corre o risco da petição inicial se tornar inepta por falta de causa de pedir (art. 186.o,
n.o2, al.a)),  assim o processo seria todo nulo (art.186.o,n.1),
pelo que essa nulidade se não houver despacho limiar (590º/1), ou escapar ao indeferimento
limitar, conduz à absolvição do réu da instância porque há uma exceção dilatória – artigo
278/1/b) + 577/al.b), + 576/2.o do CPC .

a) Factos que constituem a causa de pedir/factos essenciais: a sua falta gera a ineptidão da pi
– 186º/2 al a)- nulidade de todo o processo – 186º/1;
b) Factos complementares: a sua falta gera um convite ao aperfeiçoamento (artigo 590.o do
CPC- despacho liminar;)- se n ocorrer – improcedência material do pedido
c) Factos probatórios: a sua falta é inconsequente;

Casos práticos III

1. M e O celebraram um contrato de prestação de serviços, pelo qual M se obrigava a


pintar
um vitral na casa de O. Como na data acordada M nem sequer tinha iniciado a sua
pintura, O propôs uma ação contra M pedindo que este fosse condenado a cumprir o
contrato de
prestação de serviços e, no caso deste pedido improceder, ser condenado no
pagamento de uma indemnização no valor de 5.000 euros por o seu incumprimento ter
impedido a casa de ser capa de uma famosa revista de decoração, o que daria a O a
oportunidade de obter patrocínios.
a. Na contestação, M afirma que estes pedidos não podem ser formulados na
mesma ação.
a. Tem razão?
M não tem razão.
No caso estamos perante uma cumulação subsidiária de pedidos – art 554º
CPC
- no caso o pedido subsidiário é o pagamento da indemnização no valor
de 5000€.
- Não é necessária a Compatibilidade Substantiva ( artigo 554 do CPC);
A característica principal da cumulação subsidiária é a de que é possível formular pedidos
substancialmente incompatíveis.
- O autor pretende obter um de dois efeitos que são materialmente incompatíveis; a
cumulação subsidiária evita que ele tenha de escolher, antes da propositura da acção,
qual deles quer obter;
- essa parte pode procurar obter qualquer deles numa mesma acção, só tendo de
hierarquizar um deles como pedido principal.

- Compatibilidade Processual
Art. 554/2 + art. 37.o/1 a 3 do CPC; - que aqui segundo o MTS se aplica por analogia.

iii) Relativa à competência absoluta do tribunal;


- O tribunal tem de ser material, hierárquica e internacionalmente competente – no caso n nos
dão dados mas pressupomos que sim

- Falta do Pressuposto: Havendo despacho liminar, dá-se o indeferimento parcial da petição.


Já no momento do despacho saneador, verificar-se-á:

- Se o tribunal for absolutamente incompetente: exceção dilatória nominada: artigos


96.o, 99.o, 278.o, al.a), 576/2.o, 577/a), ex vi art. 37.o do CPC.

iv) Adequação da forma do processo;


Aos pedidos cumulados têm de corresponder formas de processo compatíveis.
 Se não seguirem uma tramitação manifestamente incompatível (art. 37.o, n.o 2); a
cumulação apenas é autorizada pelo juiz se nela houver interesse relevante ou se a
apreciação conjunta das pretensões for indispensável para a justa composição do litígio
(art. 37.o, n.o 2).

 NO CASO SEGUEM AS DUAS FORMAS DE PROCESSO COMUNS

- Falta do Pressuposto: Havendo despacho liminar, dá-se o indeferimento parcial da petição.


Já no momento do despacho saneador, verificar-se-á:
- Se for um caso de incompatibilidade entre as formas de processo, estamos perante um caso
de inadequação formal, que representa uma excepção dilatória inominada

Conexão objetiva – aparentemente, entre o objeto principal e o objeto subsidiário pode


não existir qualquer conexão, porque uma tal relação entre esses pedidos não se
encontra prevista no art. 554o/2.

Porém, não pode ser assim (MTS): o art. 297o/3 2.a parte estabelece que o valor da ação
em que é formulada uma cumulação subsidiária é apenas o correspondente ao objeto
principal, pelo que não se justifica que, numa ação cujo valor seja determinado pelo
objeto principal, se possa apreciar um objeto subsidiário totalmente diferente e
autónomo daquele outro objeto.

Ainda que a exigência de uma conexão entre o objeto principal e o subsidiário pareça
razoável, é verdade que ela não é incluída entre os pressupostos referidos no art.
554o/2. Ainda assim, também para a cumulação subsidiária se justifica a aplicação
analógica do disposto no art. 37o/4.

A conexão entre o objeto principal e o objeto subsidiário está assegurada se entre eles
se verificar alguma das situações previstas no art. 36o. Por exemplo: o autor requer,
com base numa mesma causa de pedir  QUE É O CASO
b. Qualifique esta defesa e indique as suas consequências processuais.

exceção- (576o) diz que os factos alegados pelo autor são verdadeiros mas acrescente
algos que o fará ter razão. Existem 2 tipos de exceções:

- dilatória – um facto que impede o juiz de conhecer do mérito da causa

- absolvição do réu da instância – 576º/2+ 278º/1 e)


- nnc seria uma questão de ineptidão da pi - era diferente por causa do
186º/4e
b. M alega ainda que não pintou o vitral porque O não lhe pagou o preço
acordado.
Qualifique o tipo de defesa apresentado e as consequências processuais.
Exceção Peremptória- 571º/2- exceções de dto material – há alguma norma de dto
material que extingue ou modifica – é precisar alegar novos factos que estão na previsão
da norma

- modificativa- n impõem necessariamente a extinção do dto de que o autor se quer


valer, mas mudam. – Exceção de n cumprimento (tens de cumprir ao mm tempo que eu)
 determina a absolvição, total ou parcial, do pedido (art. 576.o, n.o 3, e 571.o, n.o 2 in
fine).
Por isso é que há direito de resposta por parte do autor nos termos do artigo 3.o/4 do
CPC

- se não houver pedido reconvencional, o autor apenas po0de responder às


exceções através de forma oral, na audiência. (princípio do aproveitamento dos
atos e da economia processual).

No caso não há nenhum pedido reconvencional- 266º/1- pedido autónomo do réu contra o
autor.  NÃO pede algo diferente em relação há absolvição do réu do pedido.
- Ora, segundo o art 584º o autor só pode apresentar réplica e deduzir toda a sua defesa,
quando há pedido reconvencional.
- se houver pedido reconvencional faz sentido que o autor escreva uma nova
peça processual, respondendo a tudo o que o réu apresentou, ou seja,
responde ao pedido do reconvencional do réu e às exceções pelo mesmo
apresentadas.

c. Imagine que, já durante o decurso da ação, O descobre que quando M andou a


fazer estudos para a instalação do vitral, partiu um vaso muito valioso.
a. Pode ainda pedir uma indemnização por este dano?
MODIFICAÇÃO DO PEDIDO – isto tbm é um caso de modificação do pedido
Sim, caso de cumulação sucessiva
A cumulação sucessiva acontece quando, ao objecto inicial da acção é
cumulado, e momento posterior e por iniciativa de uma das partes, um outro
objecto.

Esta situação difere da modificação do objecto: no primeiro caso, temos a


apresentação de um novo objecto a par do inicial; no caso da modificação, o que temos
é um objecto a ser substituído por outro.

O autor pode apresentar, no regime de cumulação simples, alternativa ou


subsidiária, um outro objecto e pode invocar, a par do inicial, um outro objecto. Esta é a
situação de CUMULAÇÃO STRICTO SENSU.
Esta pode surgir, portanto, pela superveniência de factos susceptíveis de
integrar uma causa de pedir (situação na qual a ocorrência desses factos se dá após
o momento normal de invocação em juízo – superveniência objectiva – ou o
conhecimento pela parte apenas se dá posteriormente – superveniência subjectiva-

QUE É O CASO).

- Não sendo os factos supervenientes, a cumulação sucessiva stricto sensu só


é permitida nas condições referidas pelos arts 264o e 265º CPC, analogicamente
aplicáveis. Mais que isso, exige-se a verificação de todos os pressupostos requeridos
para a respectiva modalidade de cumulação inicial simples, alternativa ou subsidiária.

b. Pode trocar o pedido de indemnização que já havia formulado por este?


Pode. Estaríamos perante uma situação de modificação do objeto.
Esta possibilidade é uma manifestação da disponibilidade das partes sobre o objeto,
configurando-se como uma exceção ao princípio da estabilidade da instância.

Modificação qualitativa – dá-se a substituição do pedido formulado por um novo pedido: o


autor substitui a situação jurídica invocada;

Modificação unilateral (sem culpa) – situações de superveniência objetiva (factos que


ocorreram depois da ação) e subjetiva (factos que ocorreram antes, mas o autor não os
conhecia). Há lugar à aplicação do art 588o:
• Se souber antes da audiência prévia, deve alegar na audiência prévia;
• Se souber depois da audiência prévia, deve alegar na audiência final;
• Se for admissível e estivermos perante pedidos múltiplos, há que verificar os requisitos da
cumulação respetiva posteriormente à modificação;
- Não é necessária a Compatibilidade Substantiva ( artigo 554 do CPC);
A característica principal da cumulação subsidiária é a de que é possível formular pedidos
substancialmente incompatíveis.
- O autor pretende obter um de dois efeitos que são materialmente incompatíveis; a
cumulação subsidiária evita que ele tenha de escolher, antes da propositura da acção,
qual deles quer obter;
- essa parte pode procurar obter qualquer deles numa mesma acção, só tendo de
hierarquizar um deles como pedido principal.
- Compatibilidade Processual
Art. 554/2 + art. 37.o/1 a 3 do CPC; - que aqui segundo o MTS se aplica por analogia.

iii) Relativa à competência absoluta do tribunal;

- O tribunal tem de ser material, hierárquica e internacionalmente competente – no caso n nos


dão dados mas pressupomos que sim

- Falta do Pressuposto: Havendo despacho liminar, dá-se o indeferimento parcial da petição.


Já no momento do despacho saneador, verificar-se-á:

- Se o tribunal for absolutamente incompetente: exceção dilatória nominada: artigos


96.o, 99.o, 278.o, al.a), 576/2.o, 577/a), ex vi art. 37.o do CPC.

iv) Adequação da forma do processo;


Aos pedidos cumulados têm de corresponder formas de processo compatíveis.
 Se não seguirem uma tramitação manifestamente incompatível (art. 37.o, n.o 2); a
cumulação apenas é autorizada pelo juiz se nela houver interesse relevante ou se a
apreciação conjunta das pretensões for indispensável para a justa composição do litígio
(art. 37.o, n.o 2).

 NO CASO SEGUEM AS DUAS FORMAS DE PROCESSO COMUNS

- Falta do Pressuposto: Havendo despacho liminar, dá-se o indeferimento parcial da petição.


Já no momento do despacho saneador, verificar-se-á:
- Se for um caso de incompatibilidade entre as formas de processo, estamos perante um caso
de inadequação formal, que representa uma excepção dilatória inominada

Conexão objetiva – aparentemente, entre o objeto principal e o objeto subsidiário pode


não existir qualquer conexão, porque uma tal relação entre esses pedidos não se
encontra prevista no art. 554o/2.
Porém, não pode ser assim (MTS): o art. 297o/3 2.a parte estabelece que o valor da ação
em que é formulada uma cumulação subsidiária é apenas o correspondente ao objeto
principal, pelo que não se justifica que, numa ação cujo valor seja determinado pelo
objeto principal, se possa apreciar um objeto subsidiário totalmente diferente e
autónomo daquele outro objeto.

Ainda que a exigência de uma conexão entre o objeto principal e o subsidiário pareça
razoável, é verdade que ela não é incluída entre os pressupostos referidos no art.
554o/2. Ainda assim, também para a cumulação subsidiária se justifica a aplicação
analógica do disposto no art. 37o/4.

A conexão entre o objeto principal e o objeto subsidiário está assegurada se entre eles
se verificar alguma das situações previstas no art. 36o. Por exemplo: o autor requer,
com base numa mesma causa de pedir (que aqui n é a mm)

 Tratando-se de um facto superveniente – nnc se iria par o 264º ou 265º - vai-se


automaticamente para o 588º

 264º + 265º só se utiliza qnd n é superveniente


- Para se trocar tinha de ocorrer uma desistência do pedido inicial

2. E propôs ação de reivindicação contra F, pedindo a restituição de um apartamento que


diz ser seu, no valor de 150.000,00 euros, invocando que é proprietário por a ter
comprado a Z.
a. Analise o objeto da ação.
O pedido:
 ação de reivindicação prevista no art 1311º CC tem dois pedidos:
- pedido de reconhecimento do direito
- pedido de restituição da coisa

- Estamos perante uma cumulação de pedidos (objetiva) simples – art 555º CPC
- o mm autor e o mm réu
- 2 pedidos distintos

- Compatibilidade Substantiva ( artigo 555/1/1aparte do CPC);

-Tem de se verificar uma concordância prática entre os efeitos decorrentes dos objectos
cumulados, ou seja, estes não podem ser contraditórios (arts 555o, no 1, 1.a parte e 186o, no
2, alínea c) CPC).
-
• Falta do pressuposto: a incompatibilidade substantiva resulta da falta de concordância prática
entre os efeitos por eles produzidos, o que gera ineptidão da pi – artigo 186/2/c)  nulidade
de todo o processo – artigo 186/1.o,
- se o réu tiver sido citado 278/1/b) e 577/b).
- se n tiver sido citado – despacho liminar

É sanável a incompatibilidade substantiva se o juiz convidar o autor a transformar a cumulação


simples numa cumulação subsidiária. (isto se não houver despacho liminar e se se seguir para
o pré-saneador).

 HÁ COMPATIBILIDADE SUBSTANTIVA

- Compatibilidade Processual Art. 555/1/2.aparte + art. 37.o/1 a 3 do CPC;

- O tribunal tem de ser material, hierárquica e internacionalmente competente – no caso n nos


dão dados mas pressupomos que sim

- Falta do Pressuposto: Havendo despacho liminar, dá-se o indeferimento parcial da petição.


Já no momento do despacho saneador, verificar-se-á:

- Se o tribunal for absolutamente incompetente: exceção dilatória nominada: artigos


96.o, 99.o, 278.o, al.a), 576/2.o, 577/a), ex vi art. 37.o do CPC.

iv) Adequação da forma do processo;


Aos pedidos cumulados têm de corresponder formas de processo compatíveis.
 Se não seguirem uma tramitação manifestamente incompatível (art. 37.o, n.o 2); a
cumulação apenas é autorizada pelo juiz se nela houver interesse relevante ou se a
apreciação conjunta das pretensões for indispensável para a justa composição do litígio
(art. 37.o, n.o 2).

 NO CASO SEGUEM AS DUAS FORMAS DE PROCESSO COMUNS

- Falta do Pressuposto: Havendo despacho liminar, dá-se o indeferimento parcial da petição.


Já no momento do despacho saneador, verificar-se-á:
- Se for um caso de incompatibilidade entre as formas de processo, estamos perante um caso
de inadequação formal, que representa uma excepção dilatória inominada
- Conexão objectiva
O artigo 555º/1 não define, além da compatibilidade processual e substantiva entre os objetos
cumulados, qualquer outro pressuposto de cumulação simples.
- não é exigida nomeadamente qualquer conexão entre esses objetos.
- porém se esta conexão não é requerida, isso não significa que a mesma não é
desejável (MTS)
-A apreciação de pedidos completamente e distintos e autónomos implica uma
maior complexidade de instrução, discussão e julgamento da causa.
- justifica-se assim a aplicação analógica do artigo 37º/4 às hipóteses
em que os objetos acumulados não apresentem entre si qualquer
conexão em que a sua instrução, discussão e julgamento conjunto
possa comprometer a boa administração da justiça.
 HÁ CONEXÃO OBJETIVA

CAUSA DE PEDIR

 Nas ações reais – a causa de pedir, tal como resulta do art 581o/4 CPC, é o facto que
deriva do direito real, ou seja, a celebração do contrato de compra e venda da casa.

 MTS (tendo por base a teoria da individualização aperfeiçoada): A causa de pedir é


constituída pelos factos necessários para individualizar a pretensão
material alegada pelo autor.
- A causa de pedir fixa os limites do conhecimento do tribunal (p. do dispositivo): artigo
5.o do CPC o artigo 615.o/d) do CPC.
- O autor tem de alegar a causa de pedir na pi (artigo 552/n.o1, al.d) do CPC.

b. F, na contestação, diz que não sabe se tal contrato de compra e venda foi ou
não celebrado, mas que tem direito a ocupar o apartamento por ser usufrutuário,
visto que celebrou um contrato com Z pelo qual adquiriu esse direito.
a. Qualifique a defesa apresentada e as consequências processuais.
Exceção Peremptória- exceções de dto material – há alguma norma de dto material que
extingue, modifica ou impede o dto de que o autor se quer valer.
- extintiva – destroiem o dto de que o autor se quer valer  destroi as
consequências jurídicas decorrentes do preenchimento de determinada previsão legal.

Duas formas de defesa misturadas

- defesa por desconhecimento – n sabe se tal contrato foi ou n celebrado


- n impugna
- 574º/3 estabelece o regime
- exceção peremptória

b. Que temas de prova deveria o juiz fixar, caso não E não tivesse
respondido?
Destes factos principais ou complementares quais
são os necessitados de prova que podem integrar o
objeto de prova?
Ou seja, quais são os factos que podem ir para o
despacho de temas de prova (art. 596.o do CPC)?

i) Factos Controvertidos: os factos que são alegados por uma das partes e
impugnados pela outra (art. 574.o, n.o2 do CPC)

ii) Os factos que, ainda que não impugnados, não possam ser
confessados ou que só possam ser provados por documento escrito (art. 574.o,
n.o 2)+ 364º/1.

iii) Os factos não impugnados pelo Ministério Público ou por advogado


oficioso que represente incapazes, ausentes e incertos (art. 574/4.o do CPC);

iv) Os factos que não foram impugnados numa situação de revelia inoperante
(art. 567.o, n.o 1, e 568.o, al. b) a d) do CPC.

a. F, ainda na contestação, pede que o tribunal declare a existência do usufruto,


ou,  o pedido reconvencional é permitido, segundo o 266º/2 a)- qnd o pedido do
réu emerge do facto jurídico que serve de fundamento à ação ou à defesa:
- o pedido reconvencional encontra a sua base de sustentação
num facto jurídico que faz já parte do processo, pois foi para aí levado pelas
alegações do próprio réu, na defesa.
- Porém, quando se fala em pedido, pretende-se apenas referir aquele que
corresponde a uma pretensão autónoma:
Por isso, a fim de determinar a natureza reconvencional do pedido,
recorre-se ao seguinte critério:
- se tal pedido é um efeito necessário da alegação
defensional, equivalendo apenas a tirar proveito completo dessa, diz-
se que esse pedido não é uma reconvenção;  É O CASO
- se, ao invés, o pedido formulado pelo réu consiste numa
verdadeira pretensão autónoma formulada contra o autor, aí teremos
um pedido reconvencional.
caso o usufruto não fique demonstrado, que condene E no pagamento de 3.000
euros, valor que gastou na remodelação da cozinha.  a reconvenção é admissível
nos termos do art 266º/2 al b)  Quando o réu se propõe a tornar efetivo o direito a
benfeitorias ou despesas
relativas à coisa cuja entrega lhe é pedida

Pede ainda que E seja condenada a devolver-lhe 10.000 euros que F lhe
emprestara.  Os requisitos objetos de admissibilidade da reconvenção respeitam à
natureza desta, exigindo a lei que:
- entre o pedido original e o pedido reconvencional se verifique uma
determinada conexão, uma certa afinidade, pois
-“seria inadmissível que ao réu fosse lícito enxertar numa ação pendente uma
outra que com ela não tivesse conexão alguma”.  decorre em termos gerais do
266º/2

Pode fazê-lo?

- Compatibilidade procedimental – artigo 583.o do CPC;

A reconvenção exige compatibilidade procedimental, ou seja, requer a sua


inseribilidade na marcha do processo: para ser admissível, a reconvenção exige que a
forma de processo que está a ser seguida a possa admitir.

- Não exclusão Legal – artigo 584.o, n.o1 do CPC;

A reconvenção não é admissível quando a lei a proíba. Há neste ponto que tomar em
conta o art. 584.o, n.o 1: ao pedido reconvencional não pode o autor opor nova
reconvenção.

- Conexão Objetiva – Artigo 266/2.o do CPC

A enumeração do art. 266.o, n.o 2, tem carácter taxativo e excepcional, dado que os
casos abrangidos constituem uma excepção à regra da estabilidade da instância (cf.
art. 260.o).

E se faltar o respeito pelos crivos da não exclusão legal, compatibilidade procedimental


e conexão objetiva?
 A incompatibilidade procedimental, a violação de exclusão legal e a falta de conexão
objectiva são excepções dilatórias inominadas (art. 576.o, n.o 2); se a
reconvenção não tiver sido rejeitada, estas excepções conduzem à absolvição do
autor da instância reconvencional;

- Compatibilidade Processual – Artigo 93.o , 266/3.o; 37.o, 555.o, e artigo 554/2.o


do
CPC

i) Competência Absoluta do Tribunal: A reconvenção exige a competência


absoluta, para o pedido reconvencional, do tribunal em que corre o pedido do
autor (art. 93.o, n.o 1).
ii) Adequação formal: a forma de processo apropriada para o pedido do autor tem
de ser adequada para o pedido reconvencional do réu (art. 266.o, n.o 3); ainda que
o não seja, o juiz pode autorizar a dedução do pedido reconvencional se houver
interesse relevante ou se tal for indispensável para a justa composição do litígio
(art. 266.o, n.o 3).

Se isto falhar:
- A incompatibilidade processual conduz à incompetência absoluta do
tribunal para o pedido reconvencional (art. 96.o, 278.o, n.o 1, al. a), e 577.o, al. a)) ou à
excepção dilatória inominada de erro na forma de processo para esse mesmo pedido
(art. 576.o, n.o 2); estas excepções conduzem à absolvição do autor da instância
reconvencional (art. 93.o, n.o 1 2.a parte).

3. A “crise mundial” levou a que as famílias P e Q, para manter as aparências, pedissem


a um vizinho comum, R, alguns empréstimos. Assim, P, desejando oferecer ao seu filho
de 19 anos um bom automóvel, pediu a R um empréstimo de 35.000 euros. P não pagou
o empréstimo na data convencionada, pelo que R propôs uma acção declarativa no
Tribunal de Santarém. Do mesmo modo, Q, querendo oferecer um cavalo à sua filha,
pediu a R um empréstimo de 15.000 euros. Este empréstimo também não foi pago.

a. R poderia, numa só ação, pedir o pagamento de ambos os empréstimos?


Coligação – tem-se pluralidade de partes e pedidos- mas nem todos os pedidos são
formulados por todos os autores contra todos os réus.

Litisconsórcio – há vários sujeitos – pode existir um só pedido contra os dois/ ou contra


os dois há pedidos iguais/ são formulados pedidos que apesar de diferentes têm um
conteúdo essencialmente igual.
Coligação

- Compatibilidade processual;
i) Competência absoluta do tribunal (art. 37.o, n.o 1);
- Falta do Pressuposto: Havendo despacho liminar, dá-se o indeferimento parcial da petição.
Já no momento do despacho saneador, verificar-se-á:

- Se o tribunal for absolutamente incompetente: exceção dilatória nominada: artigos


96.o, 99.o, 278.o, al.a), 576/2.o, 577/a), ex vi art. 37.o do CPC.

ii) Adequação da forma de processo para todos os pedidos formulados (art.


37.o, n.o 2 e 3).
 Se não seguirem uma tramitação manifestamente incompatível (art. 37.o, n.o 2); a
cumulação apenas é autorizada pelo juiz se nela houver interesse relevante ou se a
apreciação conjunta das pretensões for indispensável para a justa composição do litígio
(art. 37.o, n.o 2).

AEOCUP – o pedido que é de 15 000 € - p estas formas de processo o limite é 15 000€


Outro pedido- processo comum

 NO CASO SEGUEM AS DUAS FORMAS DE PROCESSO COMUNS

- Falta do Pressuposto: Havendo despacho liminar, dá-se o indeferimento parcial da petição.


Já no momento do despacho saneador, verificar-se-á:
- Se for um caso de incompatibilidade entre as formas de processo, estamos perante um caso
de inadequação formal, que representa uma excepção dilatória inominada

- Conexão Objetiva;
i) Terem os pedidos a mesma e única causa de pedir (art. 36.o, n.o 1);
ii) Estarem os pedidos entre si numa relação de prejudicialidade ou de dependência
(art. 36.o, n.o 1);
iii) Depender a procedência dos pedidos principais essencialmente da apreciação dos
mesmos factos (art. 36.o, n.o 2);
iv) Depender a procedência dos pedidos principais essencialmente da interpretação
e aplicação das mesmas regras de direito (art. 36.o, n.o 2); - tem de ser uma regra jurídica
chave a resolver aquela situação – para situações mais concretas – uma regra excecional em
que há um conflito doutrinário – aquela interpretação daquela norma que resolve aquele
problema.
v) Depender a procedência dos pedidos principais essencialmente da interpretação
e aplicação de cláusulas de contratos perfeitamente análogas (art. 36.o, n.o 2); - cláusulas
contratuais gerais
vi) Basear-se um dos pedidos, deduzido contra um réu, na invocação da obrigação
cartular, - títulos de crédito

A falta de conexão objectiva é sanável nos termos do art. 38.o, n.o 1: o juiz notifica o autor
para indicar qual o pedido que pretende ver apreciado no processo; se o vício não for sanado,
o réu é absolvido da instância quanto a todos os pedidos (art. 38.o, n.o 1; art. 278.o, n.o 1, al.
e), e 577.o, al. f do CPC;

- Compatibilidade Substantiva; se estivermos perante Cumulação Simples;

tem de se verificar uma concordância prática


entre os efeitos decorrentes dos objectos cumulados, ou seja, estes não podem
ser contraditórios (arts 555o, no 1, 1.a parte e 186o, no 2, alínea c) CPC).

Aqui vale a regra geral para a cumulação simples: a falta de compatibilidade substantiva entre
os pedidos origina a ineptidão da petição inicial (art. 186.o, n.o 2, al. c)), de que resulta a
nulidade de todo o processo , que é uma exceção dilatória (art. 186.o, n.o 1, 278.o, n.o 1, al. b),
e 577.o, al. b)).

b. Imagine que a ação é proposta apenas contra P, e que este, na contestação, invoca
ainda que no passado emprestara 45.000 euros ao autor, pelo que não deve ser
condenado a pagar-lhe nada. Qualifique esta afirmação

exceção peremptória extintiva

Exceção Peremptória- exceções de dto material – há alguma norma de dto material que
extingue, modifica ou impede o dto de que o autor se quer valer.
- extintiva – destroiem o dto de que o autor se quer valer  destroi as
consequências jurídicas decorrentes do preenchimento de determinada previsão legal.

Casos V

1. O que significa dizer que revelia operante tem efeito cominatório semi-
pleno e não pleno?

A revelia operante tem por efeito a confissão tácita ou ficta dos factos articulados pelo
autor, tal como estabelece a parte final do art 567o, no 1 CPC.
- este regime tem lugar quando o réu, apesar de não contestar, foi ou deva
considerar-se citado regularmente na sua própria pessoa, ou, pelo contrário, haja juntado
procuração a mandatário judicial, no prazo da contestação.

A operância da revelia gera o encurtamento da ação.


Confessados os factos, por ausência de contestação:
- não há mais articulados.
-ao ser proferido o despacho judicial a dar como verificada a revelia e a fixar os
efeitos da sua operância, o art 567o, no 2 CPC prevê que o processo passe
imediatamente para um momento de alegações escritas sobre a matéria de direito
– julgando a causa conforme for de direito. – PODE NEM ESTAR SMP
PREENCHIDO – SÓ É APLICÁVEL QND O RÉU CONSTITUI MANDATÁRIO
NO PROCESSO
- Não se realizará a audiência prévia, nos termos do art 592o, no 1, al a) CPC.
No entanto, será proferido despacho saneador destinado a conhecer
imediatamente do mérito da causa, de acordo com o art 595o, no 1, al b) CPC.
- Prof lebre de Freitas – diz que é mais um despacho saneador sentença

A revelia operante apenas tem efeito cominatório semi-pleno, isto é, não se verifica a
condenação automática dos réus. Em relação a tudo o juiz n conhece dos factos, mas
fica adstrito a conhecer o direito, por força do art 5º/3.
- O juiz tem de conhecer o direito, ou seja, tem de aplicar regras jurídicas e
perceber se o dto dá ou não razão ao autor.
- e isto verifica-se mm que a revelia seja operante em relação a todos os factos
(ou seja, nenhum entre no 568º), nada tendo de ser objeto de prova e estando tudo
assente.
- o réu ainda pode ser absolvido do pedido nos casos a baixo.

Já o efeito cominatório pleno, o que significaria é que automaticamente perante a revelia


do réu o pedido do autor seria procedente.

Mesmo que a revelia seja operante em relação a todos os factos, mesmo que nenhum
entre nos 568º e fique tudo confessado, nada tendo de ser objeto de prova, estando tudo
assente, ainda assim o juiz, por causa do artigo 5º/3, ainda tem de analisar se o direito dá
ou não razão ao autor. Há ainda casos excecionais em que o processo tem efeito
cominatório pleno, se fosse pleno, o juiz nem sequer de direito conhecer.
Se a revelia for operante em relação a tudo o juiz não conhece dos factos. Conhecer
direito significa aplicar as regras jurídicas.
O efeito cominatório ser so semi pleno significa que mesmo quando toda a matéria de
facto fica toda confessada, mesmo nestes casos, o juiz agarra nesses factos e vê se de
acordo com a lei a pessoa tem razão ou não, se a pessoa tem culpa ou não, se não há
culpa não dá indeminização.
Se o juiz achar que não preenche a previsão da norma não dá aquilo que o réu pediu.
3 consequências que temos de perceber:
 O que é que pode acontecer numa revelia para que o autor não ganhe, ou
seja, para que o réu não seja condenado no pedido? 1º a revelia pode ser
inoperante em relação a alguns dos factos, ou todos, e nesses casos, se é
inoperante em relação a factos que o autor alegou, este vai ter de os provar.
Esses factos ficaram necessitados de prova. Vamos obrigar o autor a produzir
prova e convencer de que são verdadeiros. Se o juiz ficar na dúvida decide em
sentido contrário do autor. Pode acontecer que seja inoperante em relação a
alguns dos factos ou todos e que o autor não os consifa provar e o juiz tem que
absolver o reu do pedido.
 Então e se a revelia for totalmente operante, fico tudo assente, não se vai
produzir prova nenhuma – se isto acontecer, há 3 motivos para ainda assim o
autor não ganhar: 1) o juiz conhece do direito, vai pegar naqueles factos e vai
subsumi-los à norma e pode entender que aquele facto não preenche aquela
previsão (ex. autor que quer um desfecho porque o réu é do Benfica e tem a casa
assim decorada, por mais que tudo seja verdadeiro, o autor não consegue porque
decorar a casa assim não preenche a norma de violação das normas de higiene),
nesse caso o réu é absolvido do pedido; 2) pode haver alguma exceção dilatória
insanável, de conhecimento oficioso/ pode ser sanável, o juiz convidar o autor a
sanar e o autor não querer sanar, se assim for, o autor não vai ganhar porque o
juiz está impedido de conhecer do mérito da causa e a revelia não trata disso
porque são de conhecimento oficioso, se o réu não alega, o juiz não pode
conhecer, mas se são de conhecimento oficioso, o juiz tem o dever conhecer. 3)
pode haver uma eceção perentória de conhecimento oficioso – a revelia não
passa por cima destes casos.
ISTO SÃO TUDO CASOS DE CONHECIMENTO OFICIOSO.
Isto significa que a revelia não passa por cima do dever do juiz conhecer
oficiosamente o que nós obrigamos o juiz a conhecer oficiosamente
mantem-se.

1.1 – Encontrando-se o réu em revelia totalmente operante, o que deve o


tribunal fazer, se se aperceber de que é incompetente em razão da
nacionalidade para conhecer do mérito da causa?

Neste caso se o juiz se apercebe de uma irregularidade quanto à competência, estamos


no âmbito do 577º/a) e trata-se de uma exceçao dilatória por incompetência absoluta do
tribunal – 96º CPC. A exceção é de conhecimento oficioso – 578º CPC e o réu é
absolvido da instância, 576º/2 o tribunal declara-se incompetente.
O efeito cominatório realizado pela revelia não prevalece sobre a matéria de
conhecimento oficioso, nomeadamente, as exceções dilatória de que o tribunal deva
conhecer (578º CPC) e que obstem à apreciação do mérito da causa (278º/3 CPC).
Assim, apesar de o réu não ter contestado e de a revelia ser operante, o tribunal
deve absolver o réu da instância se for absolutamente incompetente (279/1-a).
1.2. Encontrando-se o réu em revelia totalmente operante numa ação de
cumprimento de um contrato, o que deve o tribunal fazer se se aperceber de que o
contrato é nulo por contrariedade à lei?

Apesar do réu estar em revelia operante, e os factos se considerarem tacitamente


confessados, pelo art 567º/1, sabemos que a revelia operante apenas tem efeito
cominatório semi-pleno.

Ou seja, por força do art 5º/3 o juiz deve conhecer o direito.

E para além disso, a revelia não passa por cima do devr do juiz de conhecer
oficiosamente.

 Ora a contrariedade à lei é uma questão de direito e a nulidade é de conhecimento


oficioso, pelo que o juiz deve absolver o réu do pedido.

 É UMA EXCEÇÃO PEREMPTÓRIA EXTINTIVA

2. A propõe ação contra B e C, na qual formula um pedido de indemnização, no


valor de 20.000,00€, contra B, por este o ter agredido intencionalmente com
pontapés na cabeça, causando um grave traumatismo, e um pedido de anulação de
contrato contra B e C, por o ter celebrado sob coação, exercida por B através da
referida agressão.

2.1. B e C nada fazem. Quais as consequências processuais do seu comportamento?

No caso é nos dado que B e C nada fazem. Assim sendo, a revelia diz-se absoluta
quando, além de não deduzir oposição, o réu não constitui mandatário nem intervém de
qualquer forma no processo (artigo 566.o).

Ora, nos termos do art 566º , o tribunal verifica se a citação foi feita com as
formalidades legais e ordena a sua repetição quando encontre irregularidades

Para concluirmos que estamos perante uma revelia totalmente operante, temos de
concluir que não estamos perante nenhuma das situações do art 568º - temos de excluir
todas as alíneas.

Alínea a)- existem dois réus mas nenhum dos dois contesta
Alínea b) – nada no caso nos indica que algum dos réus é incapaz e nada nos é dito
relativamente ao tipo de citação, pelo que presumimos que foi pessoal e n edital.
Alínea c)- a vontade das partes é eficaz para produzir o efeito jurídico que pela ação se
pretende obter – que é o pagamento da indemnização no valor de 20 000 € por parte de
B e a anulação do contrato por parte de B e C
Alínea d)- quando se trate de factos cuja prova se exija documento escrito 
relativamente ao contrato – nada nos é dito sobre o tipo de contrato – a regra do art 219º
do CC é a liberdade de forma – pelo que presumi que esta alínea tbm n se verificava.
Assim, n tendo os réus contestado e tendo sido ou devendo considerar-se citados
regularmente na sua própria pessoa – nos termos do art 567º/1 consideram-se
confessados os factos articulados pelo autor.
- mais uma vez podíamos abrir sub-hipótese da citação ter sido edital (afixa-se
um edital a dizer que há ação proposta contra o réu, isto quando não se sabe a
morada do mesmo)
- neste caso já estaríamos perante uma situação de revelia inoperante nos
termos do 568º b) – n há lugar a réplica nem a audiência prévia – de resto
há tudo
- N referindo a sub-hipótese:

A operância da revelia gera o encurtamento da ação.


Confessados os factos, por ausência de contestação:
- não há mais articulados.
-ao ser proferido o despacho judicial a dar como verificada a revelia e a fixar os
efeitos da sua operância, o art 567o, no 2 CPC prevê que o processo passe
imediatamente para um momento de alegações escritas sobre a matéria de direito
– julgando a causa conforme for de direito. – PODE NEM ESTAR SMP
PREENCHIDO – SÓ É APLICÁVEL QND O RÉU CONSTITUI MANDATÁRIO
NO PROCESSO
- Não se realizará a audiência prévia, nos termos do art 592o, no 1, al a) CPC
(inoperante) e nos termos do 567º/2 (operante)

-No entanto, será proferido despacho saneador destinado a conhecer


imediatamente do mérito da causa, de acordo com o art 595o, no 1, al b) CPC.
- Prof lebre de Freitas – diz que é mais um despacho saneador sentença

- Despacho 596º - se for totalmente operante não faz sentido, porque todos os
factos ficaram
confessados, logo nenhum facto está necessitado de prova
-Audiência final – totalmente operante? Não há porque serve para fazer prova e
aqui não há
produção de prova.

Tenho 2 dúvidas:
- as alegações de direito feitas pelas partes qnd constituem mandatário nos
termos do 567º/2 são feitas em que fase processual (é antes do despacho saneador
sentença)

2.2. B e C não apresentam contestação, mas juntam aos autos procuração forense.
Quais as consequências processuais do seu comportamento?

No caso é nos dado que B e C n apresentam contestação, mas juntam ais autos
procuração forense. Assim sendo, a revelia é relativa quando o réu, embora não
deduzindo contestação, constitui mandatário no processo ou intervém, de algum modo,
na ação (art 566º a contrario).

Para concluirmos que estamos perante uma revelia totalmente operante, temos de
concluir que não estamos perante nenhuma das situações do art 568º - temos de excluir
todas as alíneas.
Alínea a)- existem dois réus mas nenhum dos dois contesta
Alínea b) – nada no caso nos indica que algum dos réus é incapaz e nada nos é dito
relativamente ao tipo de citação, pelo que presumimos que foi pessoal e n edital.
Alínea c)- a vontade das partes é eficaz para produzir o efeito jurídico que pela ação se
pretende obter – que é o pagamento da indemnização no valor de 20 000 € por parte de
B e a anulação do contrato por parte de B e C
Alínea d)- quando se trate de factos cuja prova se exija documento escrito 
relativamente ao contrato – nada nos é dito sobre o tipo de contrato – a regra do art 219º
do CC é a liberdade de forma – pelo que presumi que esta alínea tbm n se verificava.

Assim, n tendo os réus contestado e tendo juntado procuração a mandatário judicial –


nos termos do art 567º/1 consideram-se confessados os factos articulados pelo autor.
- mais uma vez podíamos abrir sub-hipótese da citação ter sido edital (afixa-se
um edital a dizer que há ação proposta contra o réu, isto quando não se sabe a
morada do mesmo)
- neste caso já estaríamos perante uma situação de revelia inoperante nos
termos do 568º b) – n há lugar a réplica nem a audiência prévia – de resto
há tudo
- N referindo a sub-hipótese:

A operância da revelia gera o encurtamento da ação.


Confessados os factos, por ausência de contestação:
- não há mais articulados.
-ao ser proferido o despacho judicial a dar como verificada a revelia e a fixar os
efeitos da sua operância, o art 567o, no 2 CPC prevê que o processo passe
imediatamente para um momento de alegações escritas sobre a matéria de direito
– julgando a causa conforme for de direito. – PODE NEM ESTAR SMP
PREENCHIDO – SÓ É APLICÁVEL QND O RÉU CONSTITUI MANDATÁRIO
NO PROCESSO
- Não se realizará a audiência prévia, nos termos do art 592o, no 1, al a) CPC
(inoperante) e nos termos do 567º/2 (operante)

-No entanto, será proferido despacho saneador destinado a conhecer


imediatamente do mérito da causa, de acordo com o art 595o, no 1, al b) CPC.
- Prof lebre de Freitas – diz que é mais um despacho saneador sentença

- Despacho 596º - se for totalmente operante não faz sentido, porque todos os
factos ficaram
confessados, logo nenhum facto está necessitado de prova
-Audiência final – totalmente operante? Não há porque serve para fazer prova e
aqui não há
produção de prova.

2.3. C contesta, afirmando que esteve presente no momento da celebração do


contrato e que não houve qualquer agressão. Afirma ainda que, ainda que essa
agressão tivesse existido, o prazo para pedir a anulação do contrato já havia
decorrido e que o direito à indemnização já havia prescrito, por estes factos terem
ocorrido em 2010. Por sua vez, B não apresenta contestação. Qualifique o
comportamento de B e C e indique as suas consequências processuais.

Quanto ao C: C contesta e por isso não está em revelia. A sua contestação pode ser
qualificada:
- Impugnação de facto – 571º/2 – impugna a agressão – o facto fica
controvertido e não há direito a resposta.
- Abrir hipótese - 574/2 – se não existiu agressão, tudo o que está
relacionado com ela fica controvertido, neste caso a coação. Porque se
não há agressão, tb não há coação. Ficam indiretamente controvertidos. A
existência de danos também pode ficar controvertido.

- Para além disso, tbm introduziu uma exceção peremptória extintiva (576º/3) ao
referir a prescrição do pedido de anulação do contrato.
- a caducidade é de conhecimento oficioso mas a prescrição não

- Quanto ao B: está em revelia. Temos de abrir hipóteses se é absoluta ou relativa


porque o enunciado é omisso em relação ao que ele fez, se não fez nada é absoluta
566/1, se fez algo estamos perante revelia relativa
- É operante ou inoperante?
- Temos uma impugnação de facto de um facto que é a agressão que é a
causa de pedir dos dois pedidos formulados pelo autor e, assim sendo, a
impugnação feita por C aproveita a B, nos termos do art 568º a)  a
revelia de B é inoperante.
- A agressão torna-se um facto controvertido que terá de ser
objeto de prova.
- Relativamente à prescrição do pedido de anulação – esta é uma defesa
por exceção e o art 568º al a) apenas se refere a impugnações de facto:
- mas a doutrina tem entendido que se estende também ao réu
revel, as exceções perentórias que pela sua natureza possam ser
extensíveis. (caso de um dos réus dizer: eu não estava em PT por
isso não celebrei o contrato – não é extensível).

Por fim, ressalva: SÓ HÁ UMA SITUAÇÃO DE REVELIA EM QUE A


TRAMITAÇÃO NÃO MUDA NADA – 568º/a) – porque se houve contestação, vai
haver réplica, audiência prévia, etc. Quando o réu contestou, esse tem o direito a que a
tramitação se mantenha.
- Não há consequências na tramitação nesta situação sob pena de um réu em
revelia prejudicar um réu contestante.

Casos práticos IV

1. A e B celebram um contrato de mútuo de €50.000. B propõe acção contra A, em


que descreve a celebração do referido contrato e pede o seu cumprimento.
a. Na contestação, A só invoca exceções dilatórias. Quais as consequências
processuais?
A exceção dilatória está prevista no art.576º/2 CPC, se o réu se defende através
de exceção dilatória, então há direito de resposta por parte do autor, como consequência
do princípio do contraditório, 3º/4, no início da audiência prévia.
Como não impugnou os factos alegados pelo autor, estes consideram-se
admitidos por acordo, nos termos do artigo 574/2, salvo as referidas exceções do
574/2/2ªparte – FACTOS QUE SÓ PODEM SER PROVADOS POR DOCUMENTO
ESCRITO OU FACTOS QUE NÃO ADMITEM CONFISSÃO.
Assim, temos de ter em conta o art 364º CC – segundo o qual quando a lei exigir
como forma de declaração negocial documento autêntico autenticado ou particular, não
pode este ser substituído por outro meio de prova.
Segundo o artigo 1143º cc – o contrato de mútuo de valor superior a 25000€,
que é o caso, só é válido se for celebrado por escritura pública ou por documento
particular autenticado.
Desta forma, entende-se que o mesmo carecia de prova, não ficando o facto
admitido por acordo, pelo que deveria constar do despacho do art 596º que fixa os temas
de forma.

Quando é necessária prova documental, o procedimento em relação ao tribunal


está previsto no art 436º CPC e em relação às partes no art 423º CPC.

i. E se fosse um contrato de compra e venda de um relógio?

Se fosse um contrato de compra e venda de um relógio, e pressupondo que o réu


só tinha invocado exceções dilatórias, os factos não impugnados, seriam considerados
admitidos por acordo:
- exceto se se aplicasse alguma das exceções do artigo 574/2/2ª parte, ou seja, se
fosse um facto que se referisse a um direito indisponível, ou se só puder ser provado por
documento escrito.

Desta forma, releva o artigo 364/1: segundo o qual, quando a lei exigir como
forma de declaração negocial, documento autêntico autenticado ou particular, não pode
o facto ficar admitido por acordo, e tem de se fazer prova do mesmo.

Ora, segundo o artigo 875º, face ao facto de o relógio ser uma coisa móvel, a
forma de contrato de compra e venda de coisas móveis segue liberdade de forma nos
termos do artigo 219º.
- existindo liberdade de forma, o contrato pode ter sido celebrado quer
oralmente, quer por escrito.
- mm que as partes tivessem acordado a celebração do contrato por forma
escrita – mesmo nesta situações não seria necessário apresentar prova
documental
- isto porque, segundo o art 364º/1 o facto só tem de ser provado por
documento escrito quando a lei exige forma escrita.

Desta forma, como não houve impugnação e não cabe numa das exceções do
574/2, então a celebração do contrato de compra e venda de um relógio torna-se facto
admitido por acordo.

b. Como deveria o juiz proceder quando procurasse o contrato de mútuo


nos anexos da petição inicial e não a encontrasse?
Tendo em conta que concluímos que o contrato teria ficado provado por
escritura pública, ou seja, por documento escrito, então, o juiz não deveria
introduzir no despacho do art. 596º o tema de prova referente à celebração deste
contrato, mas sim no despacho pré saneador.

O juiz podia nos termos do art 590º/2 al c), determinar no despacho pré-saneador
a junção de documentos com vista a conhecer do mérito da causa.

Ou então, requisitar os documentos às partes nos termos do art 436º na Fase de


Instrução.

Qnd o juiz vê que o contrato de mútuo n está na petição inicial:


- é pelo 590º/2 c) ou pelo 590º/2 b) + 590º/3?
- prof acha que é pelo 590º/2 b) + 590º/3
- o 590º/2 c) é aplicado qnd os documentos estão todos mas o juiz
quer terminar já ação – conhecendo do mérito da causa já em despacho saneador

- ISTO É UM PODER DEVER QUE SE N FOR FEITO DÁ ASO A


NULIDADE DA SENTENÇA
- prof acha que é possível sanar esta nulidade no despacho que fixa
os temas da prova do 596º - dizendo ao autor para juntar a prova

c. B pode entregar um documento, assinado por A e B naquele jantar, que


contenha os termos em que acordam?

O contrato de mútuo está definido no art.1142º CC, e de acrdo com o art.1143º, o


contrato de mútuo superior a 25.000 euros só é válido se for celebrado por escritura
pública ou por documento particular autenticado.

De acordo com os arts.362º e 364º/1 CC tratando-se destes casos, o documento


autenticado não pode ser substituído por outro meio de prova ou por outro documento
que não seja de forma probatória superior.

Pelo que neste caso, se o documento assinado por A e B não tivesse autenticado, esse
mesmo documento não é admissível (não há livre apreciação de provas inadmissíveis).

O nº2 do art 364º aplica-se quando consigamos dizer que quando o legislador
escreveu a norma que exige a forma escrita, a única coisa que o motivou a fazê-lo foi
facilitar as coisas às partes.

Mas há outras coisas que podem fazer com que o legislador peça forma escrita, por ex,
para facilitar a publicidade, ou paternalistas. Dentro destas preocupações: prova,
discernimento, publicidade, temos de olhar para a norma e pensar porque é que pediu a
forma escrita, se foi para facilitar utilizamos o nº2, se para alem da prova houver mais
algum motivo aplicamos o nº1.

Como é que sabemos qual foi a preocupação? Contrato de edição que aparece nos
códigos de direito de autor – está no nº2. Basicamente aplica-se sempre o nº1. Se
quisermos justificar dizemos uma destas finalidades.
NÃO ERA ACEITÁVEL – O JUIZ DEVIA REJEITÁ-LO
- DIZER QUE ESTE DOCUMENTO É UM DOCUMENTO PARTICULAR NOS
TERMOS DO 363º/2 – MAS N É ACEITÁVEL PELO 364º/1

i. E se fosse um contrato de compra e venda de um relógio?

Releva o artigo 364/1: segundo o qual, quando a lei exigir como forma de
declaração negocial, documento autêntico autenticado ou particular, não pode o facto
ficar admitido por acordo, e tem de se fazer prova do mesmo.

Ora, segundo o artigo 875º, face ao facto de o relógio ser uma coisa móvel, a
forma de contrato de compra e venda de coisas móveis segue liberdade de forma nos
termos do artigo 219º.

Assim sendo, n sendo exigido por lei documento particular autenticado, o facto n
tem de ser provado por prova documental e não cabe numa das exceções do 574/2, ou
seja, a celebração deste contrato de compra e venda, é um facto admitido por acordo que
não necessita de prova.

d. B pode chamar os amigos de A e B, que estavam no mesmo jantar em que o


contrato se celebrou, para testemunharem no sentido de ter sido celebrado o
contrato de mútuo?

Ao serem chamados amigos das partes, estes produziriam uma prova testemunhal cujo
regime está presente nos arts.392º ss. CC.
A prova testemunhal é admissível em todos os casos em que não seja directa ou
indirectamente afastada (art. 392.o CC).

A prova testemunhal está excluída Contra documento exigido pela lei ad probationem
ou ad substantiam (art. 393.o, n.o 1, CC; art. 364.o CC), excepto se a prova testemunhal
for utilizada quanto à interpretação do documento (art. 393.o, n.o 3, CC);

393º/1 e 2 – aplica-se quando a lei diz que alguma coisa só pode ser provada por
documento escrito. O nº2 é outra coisa. Aplica-se à situação em que alguma das partes
já juntou um documento e esse tem força probatória plena e a lei não deixa porque isso
já está provado com um documento com força probatória plena, isto vale nos casos em
que a lei não exigia a prova plena, mas já há.

e. Na contestação, B alega que já pagou, mas A afirma que é mentira. B pode


chamar os mesmos amigos para testemunharem no sentido de o terem visto
entregar um mês depois, em notas, €50.000 a B?

Ao serem chamados amigos das partes, estes produziriam uma prova testemunhal cujo
regime está presente nos arts.392º ss. CC.
A prova testemunhal é admissível em todos os casos em que não seja directa ou
indirectamente afastada (art. 392.o CC).

A prova testemunhal está excluída para prova dos contratos extintivos da relação
obrigacional e dos factos extintivos da obrigação –como o cumprimento (cf. art. 762.o,
n.o 1, CC), se a declaração negocial houver de ser ou estiver reduzida a escrito (como é
o caso) ou se o facto estiver plenamente provado por documento (art. 395.o CC).

O 395º - diz que também não se admite prova testemunhal para provar o cumprimento
… e tudo o que seja extintivo da obrigação, depois tem uma virgula e um mas já se
admite a prova testemunhal se estes factos extintivos forem invocados por 3. Seja qual
for a situação se eu quiser fazer prova de que cumpri um contrato, não posso chamar
testemunhas. Eu tenho o direito ao meu documento de quitação, não precisa de chamar
testemunhas porque cumpriu.

Já se for um 3º este não vai ter um documento de quitação. O devedor não pode chamar
uma testemunha para provar que cumpriu, mas o X pode chamar o Y para mostrar que o
devedor cumpriu.

Contudo, isto tem gerado situações em que a jurisprudência diz estar a ser injusta e a
doutrina não fala nisto,

mas a jurisprudência (acórdão 2006/2008/2020) tem aplicado um texto escrito por Vaz
Serra, em que há 3 exceções em que um devedor pode chamar testemunhas para provar
o seu cumprimento:
- em que o credor se recusou a dar a quitação – foi moralmente impossível obter essa
prova
- situações de extravio – perda sem culpa de prova
- qnd há começo ou princípio de prova escrito – tendo alguma consistência

f. (deixar para o fim) O que aconteceria se existisse apenas um único exemplar do


contrato, na posse de A, e este o tivesse queimado? O tribunal poderia utilizar
este facto para fundamentar a decisão de condenar o réu no pedido?

De acordo com o princípio do dever de cooperação, todas as pessoas têm o dever de


prestar a sua colaboração para a descoberta da verdade facultando o que for requisitado
(arts.417CPC, 202º/3CRP).

A violação deste dever conduz à aplicação de várias sanções nomeadamente a


condenação em multa e o recurso aos meios coercitivos que sejam admissíveis – 417/2.
Sempre que alguém se recusa a colaborar.

Cabe ainda atentar à segunda parte do art 417º/2 que já não se aplica às testemunhas e
aos peritos, mas sim às partes.

No caso prático, A (que queima o documento) é uma das partes, é o réu.

Por isso:
- Para além da multa ainda há duas coisas que podem acontecer:

- livre apreciação do comportamento (se fizeste isto é porque não


querias que o documento fosse descoberto)
- e a inversão do ónus da prova decorrente do art 344/2.

Cabe então analisar os requisitos deste art. Neste caso, os dois requisitos preenchiam-se:

- Havia dolo  basta culpa (ou seja, pode ser por dolo ou por negligência)
- E tornava impossível a prova, porquê?
- Porque nenhum outro meio de prova é permitido nos termos do
364º/1. O único documento é queimado e eu não posso chamar
testemunhas.
- Torna-se impossível a prova e temos de ver quem é que tinha o ónus de provar que o
contrato se celebrou. Em caso de dúvida deve considerar que o contrato foi celebrado.
Aqui não há mais nenhum exemplar.

Àquele que invocar um direito cabe fazer a prova dos factos constitutivos do direito
alegado (art. 342.o, n.o ):
- Antes era ao autor que cabia fazer prova da existência do contrato
- Assim, agora o réu tem de provar que não celebrou o contrato.

- Isto n leva à condenação automática do réu no pedido – só se ele n conseguisse


provar que n tinha celebrado o contrato

2. H propõe ação de reivindicação de um imóvel contra I, invocando que é


proprietário porque comprou a casa a J.
I contesta, invocando que celebrou antes um contrato de arrendamento com J, pelo
que tem direito a ficar na casa.
H responde, alegando que o arrendamento foi celebrado pela duração da vida da
sua irmã J e que esta já morreu.
I alega que J ainda está viva e que tal cláusula é nula por contrariedade à lei.

a. Fixe os temas de prova, justificando porque é que cada um é objeto de prova.

H – autor
I – réu

Factos:
- celebração do contrato de compra e venda entre H e J.
- celebração do contrato de arrendamento por tempo determinado entre I e J
- celebração do termo final
- vida/ morte de J

1- A celebração do contrato de compra não é um facto impugnado por I na contestação,


logo à partida seria um facto admitido por acordo nos termos do art 574º/2.
No entanto, por se tratar de um facto que só poderá ser provado por documento escrito
nos termos do art.364º/1 CC, visto que a lei exige para os bens imóveis a forma de
documento particular autenticado, nos termos do 875ºCC  este é um facto que se
insere na exceção da segunda parte do art 574º/2

- A celebração do contrato de compra e venda não pode ser admitido por acordo, é
sujeito a prova e deve integrar o despacho de temas de prova do art 596º.

2- Quanto à celebração do contrato de arrendamento – isto constitui uma exceção


peremptória impeditiva (576º/3)  Há dto de resposta no art 3º/4
- H responde dizendo que o contrato foi celebrado a termo que já se venceu (com
a morte da irmã)  é tbm ela uma exceção peremptória extintiva – a celebração
do contrato de arrendamento n é impugnado – n é sujeito a prova – PROVA ESCRITA
DO 1069º

3- Quanto ao vencimento do termo final (dependente da morte da mãe) – é um facto


impugnado por I
- O último facto que é saber se está viva ou morta temos de ver se vai ou não para o
tema de prova – regra que diz que os factos sujeitos a registo só podem ser provados em
tribunal através da apresentação de certidão de óbito.

Se eu faço uma condição ou um termo a um contrato de forma especial? Estas têm de


ter também forma especial? FLC pensa que sim. Se a lei impuser que tenham a mesma
forma, dizemos que também tem de ser provado através do próprio contrato de
arrendamento.
Esta clausula é um termo final.
A existência da cláusula final só pode ser provado por documento escrito e também não
iria para os temas de prova.

3- O último facto que é saber se está viva ou morta temos de ver se vai ou não para o
tema de prova – regra que diz que os factos sujeitos a registo só podem ser provados em
tribunal através da apresentação de certidão de óbito.

b. Quem tem o ónus de prova relativamente a cada um dos temas?

Em relação à CV – diz respeito a um direito de propriedade, sendo o contrato de compra


e venda um facto constitutivo do direito de propriedade.

Quem invocou o dto de propriedade foi o autor, art.342/1 – o autor tem o ónus de provar
que celebrou o contrato. 

Em relação ao contrato de arrendamento – A prova dos factos impeditivos,


modificativos ou extintivos do direito invocado (ou seja, a prova das
exceções perentórias) compete àquele contra quem a invocação do direito é feita (art.
342.o, n.o 2, CC), isto é, ao réu, por isso é que se costuma dizer que o réu quando alega
exceções perentórias é autor, porque é ele que as tem de provar.
- podia ser o nº 1, mas temos de integrar a celebração do contrato de
arrendamento a níveis processuais

Celebração do termo do contrato – autor – 342º/2


- a celebração do termo do contrato (no fundo a celebração do contrato de
arrendamento) é invocado contra o autor
Em relação à morte J – H – 343º/3, 2ª parte

c. Se, em cada tema, o juiz ficar na dúvida sobre o que aconteceu realmente, em
que sentido deve decidir?

1º temos de distribuir o ónus da prova. 


Trata-se do ónus da prova objetivo que respeita às consequências de não
realização da prova, isto é, da falta de convicção do tribunal sobre a realidade de
um facto. A esta situação de dúvida chama-se non liquet  art 414º do CPC . 

A situação de dúvida insanável sobre a realidade dos factos não isenta o tribunal do
dever de proferimento de uma decisão.

As regras de decisão não permitem solucionar as situações de non liquet, mas permitem
ao tribunal, perante a dúvida irredutível sobre a realidade do facto que é pressuposto da
aplicação de uma norma jurídica, decidir como se estivesse provado o facto contrário. 

Assim sendo, no caso em apreço quanto à celebração do contrato de arrendamento entre


I e J, o tribunal decidiria que não houve celebração do contrato de arrendamento;

Quanto à celebração do contrato de CV entre H e J, decidiria que não houve a


celebração do contrato de CV.

Em relação ao termo do contrato, quem tinha o ónus de alegar era o autor.

Quanto à vida/morte de J: O juiz tem de decidir que ela está viva, porque quem tinha o
ónus de provar que ela estava morta era o autor.

Isto é uma questão meramente imaginária, porque há algumas questões em relação às


quais o juiz não pode ficar em dúvida, porque é uma questão sujeita a registo ( que é a
morte).

3. C propõe ação contra D, alegando que a casa que este lhe vendeu tem
determinados defeitos, e pedindo a sua reparação. D afirma que a casa não tem
quaisquer defeitos.

a. Para provar a existência dos defeitos, C fotografa a casa e junta as fotografias ao


processo, na audiência prévia. D não se pronuncia quanto às fotografias. Poderá o
juiz decidir que os defeitos que vê nas fotografias não existem?

Nas reproduções mecânicas, leia-se fotografias ou vídeos temos duas forças probatórias:
uma formal e outra material.

Chamamos exatidão à força formal e a força probatória material tem a ver com o
conteúdo daquilo que se vê na foto ou no filme.

Decorre do art 368º CC que as reproduções mecânicas em relação à exatidão têm força
probatória bastante, e em relação à força material têm força plena.

O que significa que se o réu impugnar a exatidão da fotografia (ou seja, dizendo que
aquilo que se vê na fotografia não é verdade ou que acha que foi alterado), levantando
deste modo dúvida séria no juiz acerca da verdade dos factos que foram objeto deste
tipo de prova, ou seja, fazendo contraprova (art 346º CC)  a força probatória bastante
da exatidão da fotografia é afastada e o conteúdo, ou seja, a prova material já não irá
revelar.

Ora, no caso, tendo em conta que a exatidão da fotografia tem força probatória bastante,
e o réu n impugna (n apresenta contraprova, levantando dúvida séria no juiz), o juiz
deve aceitar a exatidão da fotografia.

Quanto à força probatória material, estamos perante prova plena, ou seja, a impugnação
da prova só pode ser feita mediante prova em contrário – 347º CC. Desta forma, o juiz
só poderia decidir que os defeitos que vê nas fotografias não existem se o D fizesse
prova em contrário.

Já não basta que a contraparte apresente dúvidas, é necessário que faça prova do
contrário – tem de demonstrar ao juiz que o meio de prova não é verdadeiro.

D, não contestou, não fazendo prova do contrário, então as fotografias têm


força probatória plena.

Momento da apresentação – 423/2 – 20 dias antes da audiência final

b. D verifica que as fotografias foram alteradas em Photoshop para parecer que


existem defeitos que na verdade não estão lá. O que pode fazer?

Decorre do art 368º CC que as reproduções mecânicas em relação à exatidão têm força
probatória bastante, e em relação à força material têm força plena.

O que significa que se o réu impugnar a exatidão da fotografia (ou seja, dizendo que
aquilo que se vê na fotografia não é verdade ou que acha que foi alterado), levantando
deste modo dúvida séria no juiz acerca da verdade dos factos que foram objeto deste
tipo de prova (art 346º CC)  a força probatória bastante da exatidão da fotografia é
afastada e:
 Se impugnar a exatidão – o juiz pode analisar o conteúdo de forma livre – na
sentença – onde já estão reunidos todas as provas- já se apresentou tudo o que se tinha
para apresentar
- os juízos de livre apreciação são feitos de acordo com as regras da experiência

- N PODE RETIRAR AUTOMATICAMENTE A VERDADE DA FOTOGRAFIA

Deste modo, se o juiz ficar convencido que a foto não foi alterada, teríamos de
ir à prova plena. Mas, caso ele entenda que foi alterado, a prova já não vai
interessar, uma vez que provada a falta de exatidão o seu conteúdo já não será
importante.

 ART 444 CPC + 445º - PARA A IMPUGNAÇÃO

c. C junta ao processo uma carta, escrita e assinada por si, que enviou a D, dando
conta dos defeitos que encontrou na casa, um mês antes da propositura da ação,
e pedindo a reparação. Em face desta carta, pode o juiz considerar provada a
inexistência de defeitos?

Neste caso, estamos perante um documento particular (363º/2 CC, parte final), que
parece não ter sido autenticado, ao abrigo do 363º/3 CC).

374º/1 - A letra e a assinatura, ou só a assinatura, de um documento particular


consideram-se verdadeiras, ou seja têm força probatória formal, quando reconhecidas pela
parte contra quem o documento é apresentado (D).
- nº 2 - Se a parte contra quem o documento é apresentado impugnar a veracidade
da letra ou da assinatura incumbe à parte que apresentar o documento a prova da
sua veracidade

Quando reconhecida a carta pela parte contra quem é apresentada, Retira- se uma força
probatória material plena quanto às declarações atribuídas ao autor da carta (376º/1 CC),
que só pode ser impugnada pela prova da falsidade do documento.

Força probatória formal – 374º/1 diz que a assinatura se considera verdadeira,


quando reconhecidas, quando diz “reconhecida” não falamos só do
reconhecimento por notário. Quando fala de impugnar é no sentido de ser
mentira e quando declare não saber, é sem dizer que é sua. Só posso deixar de
presumir que é verdadeira quando levanto dúvidas ou … esta segunda parte
vem confirmada pelo nº2, a contraparte tem de levantar dúvida e tem de haver
prova que a assinatura é sua.
O artigo 374/1 última parte – havido judicialmente como verdadeiro – até
pode ter sido impugnada, iniciou-se um incidente de falsidade e o juiz saiu
dizendo que é verdadeira. Em todas estas situações, se a contraparte não fizer
nada, ou até fizer, mas o juiz achar que é verdadeira, tem-se como verdadeira.
Depois vamos para o 376.
A força probatória material é igual a confirmar-se que aquela parte disse
aquilo.
Não faz prova plena que as declarações são verdade, mas faz prova plena que
as declraçoes foram feitas pelo autor. Faz prova plena que o C declarou que
tem em casa aquele defeito, mas não podemos retirar do 376º/1 que faz prova
plena que tem defeitos, só podemos retirar que ele declarou que tinha defeitos.
Neste caso, isto não interessa muito, mas há muitas situações em que interessa
(imaginemos que era um caso de denuncia, há um prazo para denunciar os
defeitos de uma empreitada, quando faço uma obra, imaginemos que ele diz
que eu não denunciei, eu tenho a carta, logo faz prova plena de que fiz a
declaração, agora temos de ler o 376º/2  ”os factos compreendidos na
declaração” o 376º/2 já tem a ver com se as declarações são verdadeiras ou
falsas, um documento só serve para fazer de prova se aquilo que se disse é
verdade ou mentira se aquilo que se disse é desfavorável. Imaginemos que
queremos escolher uma turma, vamos perguntar à prof como é a dar aulas e
ela diz que é a melhor do mundo, mas imaginemos que perguntamos a um
colega que a professora chumbou e ele responde que ela até explica bem a
matéria – qual dos meios é que vale o mínimo? O do rapaz que chumbou. Ou
seja, o que a lei nos diz no 376/2 é que as pessoas dizerem coisas boas acerca
de si próprias não vale de nada.).
Para aplicarmos o 376/2 o que interessa é o que é favorável ou desfavorável no
processo – ex. c escreve eu tenho defeitos na minha casa; no processo ele pede
a reparação dos mesmos, ter a carta a dizer isso é bom. Se eu declaro uma
coisa que me ajuda a ganhar, é livremente apreciada, no sentido de não valer
nada.
Do nº 2 remetemos para o regime da confissão.

d. C pretende apresentar a sua mãe como testemunha. No entanto, a fase dos


articulados já passou. Quid iuris?

A prova testemunhal é admissível em todos os casos em que não seja directa ou


indirectamente afastada (art. 392.o CC).

A prova testemunhal está excluída nas seguintes situações:


a) Contra ou em substituição do conteúdo de documento autêntico ou particular

b) Contra meio de prova com força probatória plena

c) Contra documento exigido pela lei ad probationem ou ad substantiam

d) Para prova dos contratos extintivos da relação obrigacional

As testemunhas são designadas pelas partes, numa peça chamada rol de testemunhas.
498º/1 têm de ser apresentadas nos articulados O rol deve ser apresentado com os
articulados (art. 552.o, n.o6- autor na petição inicial, 572.o, al. d)- réu na contestação, e
588.o, n.o5- articulado superveniente) e pode ser alterado ou aditado até 20 dias antes
da data da realização da audiência final (art. 598.o, n.o 2 do CPC)

- discutir se têm de existir já testemunhas no processo ou não – seguir letra lei ou


interpretação mais extensiva

- 497º/1 a) - o ascendente pode recusar-se a depor

- 495º/2 – capacidade para depor como testemunha


- incapacidade para depor – art 515º + 523º

598º/3 – apresentar as testemunhas – o tribunal n tem de notificar as testemunhas –


apresentar têm de ser as partes a levar consigo as testemunhas
- nos articulados o tribunal pode pedir ao tribunal para notificar a testemunha

e. C pretende, ele próprio, testemunhar. Quid iuris?

C, sendo parte no processo, não pode testemunhar, mas sim fazer um depoimento de
parte por via de prova por confissão.

 CASO DE IMPEDIMENTO LAGAL – A LEI IMPEDE

O art. 352.o CC define confissão como o reconhecimento que a parte faz da realidade de
um facto que lhe é desfavorável e favorece a parte contrária.

A confissão pode ser judicial ou extrajudicial  No caso seria judicial- e dentro desta, a
mm pode ser espontânea ou provocada:
- A confissão judicial provocada é, segundo o disposto no art. 356.o, n.o 2, CC,
aquela que é feita em depoimento de parte, requerido pela contraparte ou ordenado (art.
452.o, n.o 1 do CPC), ou na sequência da prestação de informações ou de
esclarecimentos ao tribunal nos termos do art. 7.o, n.o 2.

- O Depoimento de Parte é diferente do pedido de esclarecimento de informações (7.o/2


do CPC). O pedido de esclarecimento de informações só vale como depoimento de parte
se levar à confissão, mas não é esse o intuito principal do regime do artigo 7/2.o do
CPC. – MTS)

f. Pode o advogado de C requerer o depoimento de parte de D para provar os


factos alegados na petição inicial? Em que momentos poderia fazê-lo?

O depoimento de parte é um meio de prova (confissão judicial provocada) que é


requerido pela contraparte – ou seja, o advogado de C (contraparte) pode requerer o
depoimento.

Confissão não Escrita – designadamente a feita em depoimento de parte, prestado


oralmente perante o tribunal – é livremente apreciada pelo tribunal (art. 358.o, n.o 4,
CC).

- Em princípio, pode fazê-lo em qualquer estado do processo – art 452º/1

Fazer sempre a distinção entre Depoimento de Parte vs. Declarações de Parte: As


partes podem requerer, até ao início das alegações orais em 1.a instância, a prestação de
declarações sobre factos em que tenham intervindo pessoalmente ou de que tenham
conhecimento directo (art. 466.o, n.o 1 do CPC).

g. C apresenta uma outra testemunha, mas esta não se quer deslocar ao tribunal, e
prefere escrever o seu depoimento. Quid iuris?

Para efeitos de teleconferência tbm é deslocar ao tribunal


Art 500º CPC alínea e) + 518º

- as testemunhas depõem na audiência final, presencialmente ou através de


teleconferência exceto no caso de depoimento prestado por escrito, mas ISTO é apenas
quando:
- se verificar a impossibilidade ou grave dificuldade de comparência no tribunal,
pode o juiz autorizar, a venda curta das partes, que depoimento da testemunha seja
prestado através de documento escrito, datado e assinado pelo seu autor, do qual conste
relação discriminada dos factos a que assistiu ou que verificou pessoalmente e das
razões de ciência invocadas.

- art 508º+509º - se continuar a n ir - dever de cooperação do tribunal

- vale smp – mm que tenha de ser eu a levar a testemunha para o tribunal

h. O juiz pretende realizar uma inspeção judicial e uma perícia, para averiguar da
existência dos defeitos, mas nenhuma das partes o requereu. Quid iuris?

A perícia pode ser requerida pelas partes (art. 467.o, n.o 1 do CPC) Ou pode ser
determinada pelo juiz (art. 467.o, n.o 1, 477.o e 487o, n.o 2 do CPC.

A força probatória da perícia é apreciada livremente (art. 389.o CC; art. 489.o CPC-

i. Imagine que M, testemunha arrolada por D, afirma que existem defeitos e os


descreve tal como constam da petição inicial. Pode o D pedir ao juiz que não
valore o depoimento que M prestou? Pode o juiz dar como provados os factos
alegados na petição inicial, com base no depoimento de M?

art 413º - principio da aquisição processual – mal entra no processo n há nada a fazer

- Mas a parte antes da testemunha depor – pode dispensar o depoimento da testemunha


 498º/2

- art 396º

j. Imagine agora que existe uma cláusula do contrato, nos termos da qual, numa
futura ação, caberia ao autor o ónus da prova de todos os factos. Quid iuris?

Contratos probatórios !!!!!!!!!!


- a inversão do ónus da prova é valida – n provoca
- inversão do ónus

- Há requisitos para o contrato ser válido – art 345º/1 do CC


- nulidade qnd – 345º/1 – tínhamos de ver se a inversão que torna excessivamente difícil
a uma das partes o exercício do dto

Casos V
3. Joana encontra-se grávida de 30 semanas, com uma gravidez de risco e ordem
médica de repouso. O seu vizinho de cima comprou um cão que ladra dia e noite,
impedindo Joana de dormir. Correndo o risco de pôr em risco a vida e saúde do
bebé por falta de descanso, Joana requer uma providência cautelar. Se fosse juiz:

3.1. Citaria o requerido?

3.2. Decretaria alguma providência?

No caso estamos perante uma providência cautelar comum, porque sendo esta
subsidiária à providência cautelar especificada (art 376º/1 CPC), aplica-se n existindo
nenhum procedimento especial que a lei fixe para esse caso (362º/1 e 3 do CPC) 
COMO ACONTECE NO CASO

Em seguida, cabe então analisar se os requisitos das providências cautelares se


encontram preenchidos:

1) periclum in mora (perigo na demora da resolução da ação principal)


- Existir fundado receio de que outrem cause lesão grave e dificilmente reparável
362º/1 e 368º/1: o bem jurídico para o qual eu quero tutela vai sofrer danos o que
faz com que a própria ação deixe de fazer sentido. Neste caso está verificado - a
demora poderia por em risco a saúde do bebe.

- grau de convicção do juiz –

2) fumus boni iures (aparência de existência do direito) – o requerente não tem que
demonstrar cabalmente que tem direito àquilo que requer, só tem que de convencer o
juiz de que o que requer é plausível (apresentação sumária dos factos e do direito).

- Probabilidade séria da existência do direito invocado pelo requerente, 368º/1; o


que neste caso se verificava quer pelo Direito ao Repouso da Joana (Direito de
Personalidade), quer pelo “Direito à vida do filho”.

3) proporcionalidade 368º/2 – providencia pode ser recusada pelo tribunal quando o


prejuízo dela resultante para o requerido exceda o dano que com ela o requerente
pretende evitar; o que neste caso não se verificava, estando o pressuposto preenchido

Há certas providencias cautelares que podem ser decretadas sem a prévia audição da
contraparte, isto é, sem ser concebida a esta parte o uso do contraditório. Essa
possibilidade, encontra-se prevista em dois níveis:

a) Proíbe-se a audição do requerido (arts. 378º e 393º/1 CPC + 1279º CC);

b) Permite-se (mas não se impõe) que a providencia seja decretada sem a audição do
requerido (363º/1 CPC).
Neste caso estamos perante uma providência cautelar não especificada, logo n há regra
especial relativamente ao contraditório do requerido,pelo que
podemos aplicar o 366º.

Segundo o 366º/1 – em regra, o tribunal ouvirá o requerido antes de decretar a


providencia, exceto quando a audiência puser em risco sério o fim ou a eficácia da
mesma. Se for esse o caso, o réu não deverá ser citado. Se não for, então o 366/2
refere que o requerido seria citado para deduzir oposição.
Quando o requerido não tiver sido ouvido será notificado para exercer o seu
direito ao contraditório só após de ser decretada a providencia – 366/6 + 372/1.

- qualquer coisa Geraldes - A falta de audiência do requerida, quando não seja


suscetível de pôr em risco o fim da providencia cautelar, constitui uma nulidade
processual.

4. Afonso propõe uma ação através da qual pretende invalidar a compra da Quinta
da Cepa pelo seu irmão Camilo a Berta, mãe de ambos, por não o ter autorizado.
Na pendência desta ação, Afonso apercebe-se que de Camilo pretende proceder à
alienação daquele bem, por este o andar a publicitar em jornais de muita
divulgação. Requer, por isso, o arresto da Quinta com inversão do contencioso. Se
fosse juiz, como agiria?

No caso não estamos perante um arresto pq o mm é requerido qnd - Quando o


credor tenha justo receio de perder a garantia patrimonial do seu crédito por dissipação
ou ocultação de bens por parte do devedor (art.391.o1/1 do CPC);

Objetivo: garantir o pagamento de dívidas – relação entre credor e devedor (≠


arrolamento);

Requisitos: Probabilidade da existência do crédito + existência de justo receio de perda


da garantia patrimonial;

Temos de começar por dizer que a ação principal é a declaração da nulidade do


contrato: CV da mãe ao filho, sem consentimento do outro filho.

Não é arresto porque nem a mãe nem o irmão têm dívida.


Quando um credor pede um arresto de bens, ele até pode fazê-lo por escrito e
elencar uma série de bens, mas para ele é indiferente qual o bem que é arrestado,
ele não pode escolher qual é o bem.

Pelo contrário, no arrolamento é sempre pedido o arrolamento de um ou mais bens


específicos.

O arrolamento é requerido quando - Aquele que tenha


direito a que lhe seja entregue um certo número de bens,
pode requerer, havendo justo receio de extravio ou
dissipação deles, a sua descrição, avaliação e depósito: é o que
se chama arrolamento (art. 403.o, n.o 1 do CPC).

Objetivo: Descrição, avaliação e depósito dos bens – artigo


406.o do CPC – o arrolamento não quer saber de dívidas, só
se quer preocupar com a conservação de determinados bens,
devido ao risco de perda ou desaparecimento dos mesmos.

Requisitos: justo receio de extravio, ocultação ou dissipação


de bens, móveis ou imóveis + pode ser requerido por
qualquer pessoa que tenha interesse na conservação dos bens
(não se exige a relação entre credor-devedor);

O arrolamento vem associado a dois tipos de ações: de divórcio e de partilhas – há


universalidades (herança jacente) ou o património dos cônjuges que vai ser
separado.

A função do arrolamento é colocar em situação de indisponibilidade e proteção bens


que estão a ser objeto de prova de titularidade numa ação que visa isso mesmo. – provar
a titularidade dos bens

No entanto, no caso, a ação principal n é de prova de titularidade do bem específico,


mas sim de nulidade da CV entre a mãe e o filho.

NÃO VAMOS NEM PELO ARRESTO NEM PELO ARROLAMENTO,


VAMOS POR UMA NÃO ESPECIFICADA.
Depois podíamos ver os três requisitos:
- há periculum in mora por estar já o anuncio no jornal; fumus bono iuris, há
venda da mãe há artigo que diz que não pode vender a filhos e netos sem
autorização e há aparência de ter razão; a proporcionalidade não é posta em causa.

Avaliei se podia ocorrer inversão do contencioso na PC Comum

Requisitos:
Artigo 369.o, n.o 1 do CPC:
1. Mediante Requerimento (p. do dispositivo) por parte do
requerente da providência/autor da providência;

2. O juiz tem de formar convicção segura da existência do


direito acautelado: ou seja não basta a mera justificação (395.o,
388.o/2, 392.o/2 e 405/1.o do CPC) para haver inversão do
contencioso. Tem de haver prova stricto sensu;

3. A providência decretada tem de poder substituir-se em tutela


definitiva se o réu/requerido da providência omitir o seu ónus
de propor a ação principal.

o nosso autor/requerente da providência cautelar ficar réu na


ação principal e o réu/requerido da providência cautelar fica o autor
da ação principal porque ele vai contrariar, intentando a ação principal
aquilo que o autor/requerente disse na providência cautelar;

Assim o autor/requerente da tutela cautelar deixa de ter o ónus


de propor a ação principal (lembre-se da instrumentalidade da
tutela cautelar) .

E se o requerido/réu da tutela cautelar não intentar a ação


principal quando é decretada a inversão do contencioso
(omissão do réu)? Então aí as providências consolidam-se como
tutela definitiva.

Finalidade da Inversão: evitar uma duplicação de alegações e de


provas no procedimento cautelar e na subsequente ação principal.
MTS – é uma expressão da economia processual;

No caso a inversão do contencioso n é admitida pq só é admissível se a tutela cautelar


puder substituir a tutela definitiva  e n pode

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