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NA AÇÃO EXECUTIVA
Joana Costa Lopes
Assistente Convidada
Nota prévia: A resolução de todos os casos de competência do tribunal pressupõe primeiro a análise da competência
internacional se existir um conflito plurilocalizado devido ao primado da União Europeia (cf. artigo 8.º, n.º 4 da
CRP), se não existir então começamos por analisar a competência do tribunal ao nível da matéria, hierarquia, valor e
território.
1)
(a) Primeira etapa: no que diz respeito à competência em razão da matéria, aplica-se a mesma regra
que vigora no domínio da ação declarativa, são da competência dos tribunais judiciais as causas
que não sejam atribuídas a outra ordem jurisdicional (art. 40.º, e 80.º da LOSJ e art. 64.º do CPC).
Neste enquadramento os tribunais judiciais têm uma competência supletiva.
a) Quando a esta, se estiver em causa uma circunscrição que se encontre abrangida pela competência
de um juízo de execução, este será competente para exercer, no âmbito do processo de execução, as
competências previstas no CPC, independentemente do valor da ação; (cf. 129.º da LOSJ);
b) Se estando em causa uma circunscrição que não se encontre abrangida pela competência de um juízo
de execução ou tribunal, será competente:
i) O juízo central cível, se o valor da execução for igual ou superior a 50.000 EUR (cf. art.
117/n.º1/al. b) do LOSJ);
ii) Ou o juízo local cível, se o valor da execução for igual ou inferior a 50.000 EUR (cf. 130.º,
n.º 2, al. c) da LOSJ).
3)
ii) Assim os tribunais da comarca têm competência exclusiva em matéria executiva, ainda que esteja
em causa uma decisão condenatória proferida pelo Tribunal da Relação ou pelo STJ (cf.
artigo 86.º do CPC). Assim se for proposta na Relação ou no STJ, há incompetência absoluta do
tribunal. – cf. artigo 86.º do CPC + artigo 96.º do CPC.
iii) Significa isto que independentemente de estar em causa a execução de uma decisão proferida,
em primeira instância ou em sede de recurso, os tribunais da comarca são os que têm
competência executiva.
• Título Judicial (cf. artigo 703/al.a) do CPC): Sentença – art. 85º a 88º e 90º CPC;
• Título Extrajudicial (cf. artigo 703/al. b), c) e d) do CPC: Outro título – art. 89º CPC.
i) Regra geral: se estiver em causa uma ação executiva fundada em sentença condenatória
proferida pelos tribunais portugueses, é territorialmente competente para a execução o tribunal
onde tiver corrido termos a própria ação declarativa (cf. artigo 85.º do CPC + artigo 626.º do
CPC).
ii) Nos termos do artigo 85/2.º do CPC → o requerimento executivo deve ser apresentado junto do
tribunal onde correu ou corre termos o processo declarativo e não diretamente junto do juízo
Títulos de execução que será competente para tramitação da execução, pois caberá ao tribunal onde foi
Judiciais proferido a sentença remeter ao juízo de execução a cópia da sentença e do requerimento
executivo.
Execução de sentença proferida por Tribunais superiores (cf. artigo 86.º do CPC):
a) Se a ação tiver sido proposta, em primeira instância, no tribunal da Relação ou no STJ, é competente
para a execução o tribunal do domicílio do executado, salvo a situação prevista no artigo 84.º do CPC
respeitante às ações em que seja parte o juiz, seu cônjuge (...).
b) De acordo com a Lei da Organização do Sistema Judiciário, nem o STJ, nem o tribunal da relação, têm
competência para executar as decisões por ele proferidas em primeiro instância (cf. artigo 55/al.b) e c), e
art. 73/ b) e c) da LOSJ.
c) Para que seja possível a execução da decisão, torna-se necessário que o processo declarativo seja
remetido para o tribunal competente para a execução; (cf. 86.º do CPC).
Execução para a execução fundada em título executivo extrajudicial: (artigo 89.º do CPC).