Você está na página 1de 39

Esc.

033-01

www.escoladosaber.pt

Manual do curso
Assistente Administrativo e de Recursos Humanos
Ficha técnica
Título do documento: Módulo II- Legislação Comercial no âmbito Empresarial
Autor: Sónia Gomes
Centro de Formação: Escola do Saber

Condições de utilização
O presente manual é direcionado para o curso de Assistente Administrativo e de Recursos Humanos, sendo
o conteúdo do mesmo, propriedade da Escola do Saber. A sua reprodução para outros fins só poderá ser
realizada, mediante autorização expressa da Escola do Saber.
O Manual está organizado de acordo com o índice e os conteúdos programáticos introduzidos, estão
adaptados tendo em conta os objetivos /competências do curso e do público-alvo. O presente documento
é uma ferramenta de suporte para apoiar a ação de formação do curso.

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 2 de 39


ÍNDICE
1.Noções fundamentais de direito ........................................................................................................ 5
1.1. Fontes de direito .............................................................................................................. 5
1.2. Distinção entre direito público e direito privado .................................................................. 6
2. Noções de direito comercial ........................................................................................................... 10
2.1. Classificação de empresas .............................................................................................. 12
Classificação jurídica ...................................................................................................... 12
2.2. Constituição de empresas ............................................................................................... 18
3. Regulamento Geral de Proteção de dados ...................................................................................... 24
3.1. Regime jurídico de proteção de dados ............................................................................. 25
3.2. Princípios de proteção e tratamento de dados .................................................................. 28

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 3 de 39


INTRODUÇÃO

O presente curso de Assistente Administrativo e de Recursos Humanos enquadra-se na formação comercial,


promovida pela Escola do Saber.

Deste modo, após esta breve reflexão, estamos em condições de procurar definir aquilo que vamos estudar
ao longo do curso: Assistente Administrativo e de Recursos Humanos. Por este motivo, começaremos por
abordar os principais conceitos que lhes estão associados.

Objetivos
• Interpretar as noções fundamentais de direito
• Interpretar a legislação comercial relevante para a atividade da empresa.
• Descrever os fundamentos gerais do direito comercial
• Identificar processos de constituição de empresas
• Identificar as diferentes formas de constituição das empresas
• Conhecer o enquadramento legal do regime de proteção e tratamento de dados

Conteúdos programáticos
• Noções fundamentais de direito
o Fontes de direito
o Distinção entre direito público e direito privado
• Noções de direito comercial
o Classificação de empresas
o Classificação Jurídica
o Constituição de empresas
• Regulamento Geral de Proteção de dados
o Regime jurídico de proteção de dados
o Princípios de proteção e tratamento de dados

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 4 de 39


1.Noções fundamentais de direito

1.1. Fontes de direito

O Direito pode ser descrito como um conjunto de normas jurídicas com a função de disciplinar as relações
entre os indivíduos e de solucionar os conflitos de interesses que entre eles surgem. Contudo, tem,
também, a função de disciplinar a constituição e funcionamento dos órgãos do poder. Para além de normas
sociais, morais e religiosas, a sociedade humana teve necessidade de criar normas jurídicas.

Quando se fala em fontes do Direito, quer-se com esta expressão jurídica referir ao processo como o direito
é formado e revelado, enquanto conjunto sistematizado de normas, com um sentido e lógica próprios,
conformador e disciplinador da realidade social de um Estado.

Constituem fontes do direito:


• A Lei (legislação);
• A Jurisprudência (o conjunto das decisões judiciais);
• A Doutrina (os contributos dos jurisconsultos na resolução dos problemas jurídicos);
• Os Usos e Costumes (Prática Social constante).

A Lei

Em sentido amplo, a Lei é a manifestação do poder legislativo: “Norma escrita proveniente dos órgãos
estaduais competentes”. No Direito nacional, temos como fonte do Direito as leis, compreendendo-se,
nesta definição, a Constituição, as leis de revisão constitucional, as leis ordinárias da Assembleia da
República, e os decretos-lei do Governo, entre outros.

Jurisprudência

Conjunto de decisões relativas a casos concretos que exprimem a orientação partilhada pelos tribunais
sobre determinada matéria). Podem ser consultadas através das Bases Jurídico-Documentais, gerida pelo
Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ), onde pode consultar decisões judiciais
do Supremo Tribunal de Justiça, dos tribunais da relação e dos tribunais centrais, bem como pareceres da
Procuradoria-Geral da República e ainda outros documentos de outras entidades. Também pode consultar
os documentos disponíveis nas várias bibliotecas dos organismos do Ministério da Justiça

Doutrina

Conjunto de estudos elaborados por inúmeros juristas, cujo objetivo é sistematizar e explicar todos os
temas relativos à matéria do direito. É composta de estudos e teorias metódicas, divulgadas por meio de
livros, monografias, artigos, e ainda sentenças prolatadas pelos juízes mais experientes e testados.

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 5 de 39


Esta fonte indireta do Direito resulta de investigações e reflexões teóricas e de princípios metodicamente
expostos, analisados e sustentados pelos autores, tratadistas, jurisconsultos, no estudo das leis. Em
determinadas fases da cultura jurídica sobressaem escritores, a cujos trabalhos todos recorrem de tal forma
que as suas opiniões se convertem em preceitos “obrigatórios”.

Usos e costumes

O Costume é a prática constante, socialmente adotada, e acompanhada de um sentimento ou convicção


generalizados da sua obrigatoriedade e tem dois elementos:
• Prática Social constante
• Sentimento ou Convicção da sua obrigatoriedade

Sendo bastante discutível a admissão do Costume como fonte de Direito, a tendência vai no sentido de os
usos e costumes relevantes na ordem social serem acolhidos pelo legislador sob a forma de Direito escrito,
posto que a efetividade deste é tanto maior quanto maior for a sua coincidência com as regras e práticas
sociais aceites e consensualmente numa Comunidade.

1.2. Distinção entre direito público e direito privado

Uma distinção muito antiga é a que divide o Direito em direito público e direito privado.
Direito Público é o sistema de normas que, tendo em vista a prossecução de um interesse coletivo, confere
para esse efeito a um dos sujeitos da relação jurídica poderes de autoridade sobre o outro assim, serão de
Direito Público as normas que regulam a organização e a atividade do Estado e de outros entes públicos-.
O Direito Público é o “conjunto de normas que disciplina os interesses do Estado, ou seja, é responsável
por tratar do relacionamento entre Estado e particulares, e defende o interesse público, que é soberano
ao interesse privado.”

Direito Privado é sistema de normas que, visando regular a vida privada das pessoas, não confere a
nenhuma delas poderes de autoridade, mesmo quando pretendam proteger um interesse público
considerado relevante – os sujeitos estão em posição de paridade: são relações entre particulares, ou entre
os particulares e os entes públicos (exemplo: o Estado compra um prédio para nele instalar um serviço de
saúde).
A diferença entre direito público e privado é que o público lida com questões relacionadas a pessoas
que atuam no poder público, servindo somente aos interesses públicos, enquanto o privado serve aos
interesses particulares (pessoas ou empresas).

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 6 de 39


Para analisar e caracterizar a divisão entre Direito Público e Direito Privado, importa estabelecer uma série
de critérios objetivos para compreender a relação jurídica em questão. Destacam-se os seguintes critérios:
• Quanto ao conteúdo da relação jurídica: importa para esse critério verificar qual é o interesse
predominante na relação jurídica. De maneira geral, se o interesse tutelado se referir ao particular
o domínio será do Direito Privado, ou caso seja o interesse público será pertencente ao domínio
do Direito Público.
• Quanto ao tipo da relação jurídica: será considerada uma relação jurídica de Direito Privado
quando ocorre uma relação de coordenação dos sujeitos, isto é, quando as partes se encontram
em situação de igualdade. Caso contrário, caso seja uma relação de imposição, na qual uma das
partes pode sujeitar a outra a sua vontade, será pertencente ao Direito Público.
• Quanto à forma da relação jurídica: de maneira geral, a norma apresenta um caráter imperativo
e, portanto, obrigatória para todos, deverá pertencer ao domínio do Direito Público. Ao contrário,
caso prevaleça a autonomia da vontade e dos interesses dos particulares será do domínio do
Direito Privado.

A principal diferença entre Direito Público e Direito privado é a esfera em que as áreas atuam. Isto significa
que, cada um desses tipos de Direito atuam para defender determinados interesses, ou seja, o Direito
Público, os interesses da sociedade, enquanto o Direito Privado, os interesses particulares.

É Direito Público:

o Direito Internacional Público


É o conjunto de preceitos reguladores das relações estabelecidas entre os diversos Estados:
Acordos, Tratados, Praxes Internacionais, etc.
o Direito Constitucional
Conjunto de normas que regulam a organização fundamental do Estado e que fixam os direitos e
obrigações recíprocas do Estado e dos cidadãos.
o Direito Administrativo
Conjunto de normas que regulam a formação, competência e funcionamento dos órgãos
administrativos e disciplinam a atividade administrativa.
o Direito Criminal
Conjunto de normas que fixam os pressupostos da aplicação de sanções criminais. Considera-se
direito público porque protege fundamentalmente interesses de segurança e de tranquilidade
social.
o Direito Processual (civil, penal, fiscal)
Conjunto de regras que fixam os termos a observar na propositura das ações cíveis, na instauração
e desenvolvimento da ação penal.

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 7 de 39


É Direito Privado:

o Direito Civil ou Direito Privado Comum


É o direito regra, é o direito geral cujo campo de ação tende a estender-se a todas as relações de
direito privado.
o Direito Internacional Privado
É fundamentalmente constituído por aquelas normas que apenas se limitam a indicar a lei
reguladora das relações que estão em conexão com mais do que um sistema jurídico, normas de
conflitos.
o Direito do Trabalho
Regula diferentes aspetos da relação contratual estabelecida entre trabalhador e empregador,
como o próprio objeto de trabalho.
o Direito Comercial
Direito privado especial que regula os atos de comércio.

Direito Comercial - Noção e âmbito

Direito Comercial regula a atividade dos sujeitos económicos mais relevantes no mercado: os
comerciantes, ou seja, empresários em nome individual ou organizados em sociedades comerciais, que se
caracterizam essencialmente pela profissionalidade dos seus atos.

O Direito Comercial não cuida, por isso, dos que exercem outras profissões, liberais (advogados, médicos,
engenheiros, arquitetos) ou manuais (pedreiros, marceneiros, eletricistas, canalizadores, etc.), nem dos
empresários civis, designadamente agrícolas ou pequenas indústrias familiares, exceto se organizados sob
a forma de sociedade comercial.

O Direito Comercial trata dos negócios que instrumentalizam a atividade económica dos comerciantes e de
todos aqueles que com estes se relacionam, no exercício dessa atividade e ainda de certos negócios que,
por serem típicos da vida mercantil, estão sujeitos a um regime próprio, independentemente da qualidade
dos respetivos sujeitos e da intensidade (repetida ou esporádica) com que são praticados.

As sociedades comerciais são a estrutura típica das empresas nas economias de mercado, embora a
empresa possa revestir outras formas jurídicas. Nos termos do art. 1º do Código das Sociedades
Comerciais, as sociedades comerciais têm necessariamente por objeto a prática de atos de comércio.

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 8 de 39


CÓDIGO COMERCIAL
Livro Primeiro - Do Comércio em Geral
Título I - Disposições Gerais

Art.º 1.º -
Objeto da lei comercial
A lei comercial rege os atos de comércio sejam ou não comerciantes as pessoas que neles intervém.

Art.º 2.º -
Atos de comércio
Serão considerados atos de comércio todos aqueles que se acharem especialmente regulados neste
Código, e, além deles, todos os contratos e obrigações dos comerciantes, que não forem de natureza
exclusivamente civil, se o contrário do próprio ato não resultar.

O Direito comercial não é, pois, simplesmente o direito dos comerciantes, mas, sim, o direito da matéria
comercial. Não é, apenas, o comércio propriamente dito que é disciplinado por este direito. Também,
algumas indústrias, como a transformadora e a de transportes são reguladas pelo direito comercial.

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 9 de 39


2. Noções de direito comercial

Direito comercial é um ramo do direito privado que pode ser entendido como o conjunto de normas
disciplinadoras da atividade negocial do empresário, e de qualquer pessoa física ou jurídica, destinada a
fins de natureza económica, desde que habitual e dirigida à produção de bens ou serviços conducentes a
resultados patrimoniais ou lucrativos, e que a exerça com a racionalidade própria de "empresa".
Trata-se de um ramo especial de direito privado, que objetiva fornecer maior segurança jurídica, regras
aplicáveis às atividades económicas profissionais que se ocupam com a produção e circulação de bens e
serviços.
Assim entendido, o direito comercial abrange um conjunto variado de matérias, incluindo as obrigações
dos empresários, as sociedades empresárias, os contratos especiais de comércio, os títulos de crédito,
a propriedade intelectual, entre outras.

Sendo a lei, enquanto norma formalmente prescrita por um órgão estadual com poderes normativos, a
fonte de Direito mais relevante nos ordenamentos jurídicos atuais, é com naturalidade que constatamos
que a lei comercial é a principal fonte de Direito no que se refere às relações jurídico-comerciais. Aqui se
incluem o Código Comercial, o Código do Registo Comercial, o Código das Sociedades Comerciais, o Código
da Insolvência e da Recuperação de Empresas, código da Propriedade Industrial e toda a restante legislação
comercial.
O direito comercial (ou mercantil) é um ramo do direito que se encarrega da regulamentação das relações
vinculadas às pessoas, aos atos, aos locais e aos contratos do comércio. O direito comercial é um ramo
do direito privado e abarca um conjunto de normas, conceitos e princípios jurídicos que, no domínio do
direito privado, regulam os atos e as atividades e, ainda, as relações jurídicas comerciais, ou seja,
relações entre comerciantes e atos de comércio.

Segundo o Código Comercial os Atos de comércio, são:


• Todos os que se encontrem especialmente regulados no Código Comercial, ou seja, aqueles que
são sempre comerciais, independentemente da qualidade de comerciante de quem os pratica -
são os atos de comércio objetivos.
• Todos os atos praticados pelos comerciantes, exceto se: a sua natureza for exclusivamente civil
(por exemplo, o casamento), se provar que não têm relação com o comércio (como por exemplo,
se o comerciante compra uma casa para a habitação da sua família, este ato não terá relação com
o comércio). Estes são os atos de comércio subjetivos.

Segundo o Código Comercial os Comerciantes são:


• As pessoas que, tendo capacidade para praticar atos do comércio, fazem desta profissão, ou seja,
os comerciantes em nome individual.
• As sociedades comerciais.

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 10 de 39


A atividade do empresário realiza-se através de uma organização. Esta organização que é o instrumento
da atividade comercial é o estabelecimento comercial. Estabelecimento comercial é, assim, o conjunto
de bens ou serviços organizados pelo comerciante com vista ao exercício da sua atividade. É uma
universalidade de facto e de direito que reúne todos os elementos necessários à atividade, como sejam, as
instalações onde funciona, as licenças respetivas, os trabalhadores, clientes, etc.

Uma empresa é uma unidade económico-social, constituída por elementos humanos, materiais e técnicos,
cujo objetivo é obter utilidades através da sua participação no mercado de bens e serviços.

Obrigações dos comerciantes

Os comerciantes estão vinculados a determinadas obrigações (art. 18 CC).


1.º A adotar uma firma;
2.° A ter escrituração mercantil;
3.° A fazer inscrever no registo comercial os atos a ele sujeitos;
4.º A dar balanço, e a prestar contas.
Estas obrigações a que os comerciantes estão vinculados têm por objetivo geral o exercício do comércio
de uma forma segura.
Especialmente, os objetivos destas obrigações são os seguintes:
• A firma tem como finalidade distinguir os comerciantes uns dos outros;
• A escrituração, o balanço e a prestação de contas têm como finalidade dar a conhecer a situação
económica do comerciante;
• O registo tem como finalidade de publicitar os atos dos comerciantes.

Empresário em Nome individual

Firma
Sociedade em nome coletivo

Nome Empresarial Sociedade em comandita simples

Denominação
Sociedade anónima

Firma ou
denominação Sociedade por quotas

Sociedade em comandita por ações

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 11 de 39


2.1. Classificação de empresas

Classificação jurídica

Em Portugal é possível criar 8 tipos de empresas diferentes, dentro de duas classes distintas, as empresas
individuais e as coletivas. A legislação comercial, contemplada no Código das Sociedades Comerciais
português, atualmente em vigor, consagra as seguintes e principais formas jurídicas da empresa:
• Empresa Individual
o Empresário em Nome Individual
o Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada (E.I.R.L.)
o Sociedade Unipessoal por Quotas
• Empresas coletivas
o Sociedade por Quotas
o Sociedade Anónima
o Sociedade em Nome Coletivo
o Sociedade em Comandita
o Cooperativas

A escolha da forma jurídica da atividade empresarial que se vai iniciar prende-se com diversos fatores,
designadamente com a maior ou menor simplicidade pretendida, quer da estrutura quer do financiamento,
os montantes dos capitais a investir e questões de confidencialidade quanto à titularidade do capital social.

Empresa Individual

Empresário em Nome Individual


• É titulada por um único indivíduo ou pessoa singular;
• A firma ou nome comercial deverá ser constituída pelo nome civil completo ou abreviado do empresário
individual e poderá incluir, ou não, uma expressão alusiva ao seu negócio ou à forma como pretende
divulgar a sua empresa no meio empresarial;
• Os empresários individuais que não exerçam uma atividade comercial, mas que tenham uma atividade
económica lucrativa, podem ter uma denominação, ou expressão que faça referência ao ramo de
atividade, de acordo com as condições previstas no art. 39.º do Decreto-Lei n.º 129/98, de 13 de maio;
• Não tem um montante mínimo obrigatório para o capital social;
• Não existe separação entre o património pessoal e o património do negócio, pelo que os bens próprios
do empreendedor estão afetos à exploração da atividade económica;
• A responsabilidade é ilimitada, sendo que o empreendedor responde pelas dívidas contraídas no
exercício da atividade com todos os bens que integram o seu património.

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 12 de 39


Constituição
• Preencher a declaração de início de atividade numa repartição local ou através do Portal das Finanças;
• Fazer o enquadramento na Segurança Social.

Nota: Empresário em Nome Individual vs Trabalhador Independente


De acordo com a Autoridade Tributária, ambos são trabalhadores independentes, pois não trabalham por
conta de outros. A diferença reside no facto de o trabalhador independente ser um prestador de serviços
e o empresário em nome individual poder englobar serviços e venda de produtos. O trabalhador
independente emite faturas-recibos (anteriores recibos verdes). Por sua vez, o empresário em nome
individual pode optar pelo regime simplificado ou regime de contabilidade organizada.

Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada (E.I.R.L)


• É titulada por um único indivíduo ou pessoa singular;
• Destinado ao exercício de uma atividade comercial, através da exploração de um estabelecimento
comercial.
• A firma deve ser composta pelo nome civil, por extenso ou abreviado, do empreendedor. Este nome
pode ser acrescido, ou não, da referência ao ramo de atividade, mais o aditamento obrigatório
Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada ou E.I.R.L. (n.º 3 do art. 2.º do Decreto-Lei
n.º 248/86, de 25 de agosto, e n.º 1 e 2 do art. 40.º do Decreto-Lei n.º 129/98, de 13 de maio)
• O capital social não pode ser inferior a 5.000 € e pode ser realizado em numerário, coisas ou direitos
que possam ser alvo de penhora. Contudo, a parte em dinheiro não pode ser inferior a 2/3 do capital
mínimo (n.º 1 e n.º 3 do art. 3.º do Decreto-Lei n.º 248/86, de 25 de agosto)
• Existe uma separação entre o património pessoal do empreendedor e o património afeto à empresa,
pelo que os bens próprios do empreendedor não se encontram afetos à exploração da atividade
económica;
• Pelas dívidas resultantes da atividade económica respondem apenas os bens a ela afetos. Se o titular
do estabelecimento individual de responsabilidade limitada for declarado insolvente por causa
relacionada com a atividade exercida naquele estabelecimento e se se provar que este não respeitou
devidamente o princípio da separação de patrimónios entre a esfera do EIRL e a sua esfera estritamente
pessoal (mistura ou confusão de patrimónios), o titular do EIRL insolvente responderá de forma pessoal
e ilimitada, com todo o seu património, empresarial e pessoal, pelas dívidas contraídas nesse exercício
(art. 11.º, n.º 2).

Constituição
• Para criação desta forma jurídica de empresa deve dirigir-se aos balcões de atendimento do Instituto
dos Registos e do Notariado.

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 13 de 39


Sociedade Unipessoal por Quotas
• Criada por um único sócio, pessoa singular ou pessoa coletiva, titular de uma só quota, representativa,
portanto, da totalidade do capital social da sociedade ou resultante de um processo de transformação;
• A denominação ou firma destas sociedades deve ser formado pela expressão “Sociedade Unipessoal”
ou pela palavra “Unipessoal” antes da palavra “Limitada” ou da abreviatura “Lda”.
• Capital Social: Valor mínimo das quotas - 1€, assim, considerando que haverá apenas 1 sócio, o capital
necessário para a constituição de uma sociedade por quotas será de 1€.
• Separação do património da empresa com o património pessoal dos sócios,
• A Responsabilidade é limitada ao montante do capital social

Constituição
• Este tipo de sociedade pode ser criado através da Empresa Online, presencialmente pelo método
tradicional ou pelo método “Empresa na Hora”.

Empresa Coletivas

Sociedade por Quotas


A empresa criada com o estatuto jurídico de Sociedade por Quotas tem as seguintes características:
• Criada por dois ou mais sócios, pessoas singulares ou pessoa coletiva, titular de uma 2 ou mais quotas,
representativas, portanto, da totalidade do capital social da sociedade ou resultante de um processo
de transformação;
• A denominação ou firma destas empresas pode ser composta pelo nome completo ou abreviado de
todos, alguns ou um dos sócios, por uma expressão alusiva ao ramo de atividade ou pela junção de
ambos os elementos anteriores, seguida do aditamento obrigatório "Limitada" por extenso ou
abreviado "Lda”;
• Capital Social: O montante do capital social é livremente fixado no contrato de sociedade assim,
considerando que haverá no mínimo dois sócios, o capital necessário para a constituição de uma
sociedade por quotas será de 2€.
• A responsabilidade dos sócios é limitada ao capital social pelo que os respetivos sócios não respondem,
via de regra, pelas dívidas da sociedade. Pelas dívidas da sociedade responde, em princípio, apenas o
património da sociedade.

Constituição
• Este tipo de sociedade pode ser criado através da Empresa Online ou presencialmente pelo método
tradicional ou pelo método “Empresa na Hora”.

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 14 de 39


Notas:
• A grande diferença de uma sociedade unipessoal por quotas e uma sociedade por quotas reside
essencialmente no número de sócios. Assim, uma sociedade unipessoal é uma empresa individual
constituída por um único sócio, singular ou coletivo, que é o titular da totalidade do capital social.
Por sua vez, uma sociedade por quotas é uma empresa coletiva, que exige um número mínimo de
dois sócios.
• Os sócios das sociedades por quotas, para além de responderem pela sua própria obrigação de
entrada, são responsáveis perante a sociedade, solidariamente (responsabilidade solidária) com os
outros sócios, pela integração ou pagamento de todas as entradas convencionadas no pacto social.

Por exemplo, numa sociedade por quotas com dois sócios em cujo ato constitutivo é estipulado que
o sócio A paga imediatamente 2 500€ de entrada e que a entrada do sócio B é diferida na totalidade
por 12 meses. Ora, decorrido o período de 12 meses sem que o sócio B tenha pago a sua entrada e
após interpelação por parte da sociedade para que o faça, este entra em incumprimento definitivo,
passando a qualificar-se como sócio remisso.
Nesse caso, no limite, a sociedade poderá exigir judicialmente ao sócio A o pagamento integral dos
2 500€ em falta relativos à dívida de entrada do sócio B.

A opção por este tipo de sociedade tem uma grande vantagem: o valor mínimo da quota é 1 euro. Assim,
numa sociedade com dois sócios, o capital social mínimo pode ser 2 euros. Saliente-se, contudo, que o
capital social deve corresponder aos valores necessários para desenvolver a atividade social.

Por exemplo, António desenvolveu um ótimo projeto para fazer camisolas, mas não tem dinheiro para
abrir uma empresa e pôr esse projeto em marcha. Pedro tem o dinheiro suficiente para o fazer e propõe
a António a criação de uma empresa de que ambos sejam sócios. Assim, António pode ser titular de
uma quota no valor de 1€ e Pedro faz uma entrada de capital de 2 000€. O capital social da empresa é
de 2 001€ e é suficiente para a empresa começar a funcionar e comprar as máquinas de que precisa.

Sociedade Anónima
A forma jurídica Sociedade Anónima tem as seguintes características:
• Exige pelo menos cinco sócios, usualmente conhecidos por acionistas, sendo que é possível constituir
uma sociedade anónima com um único sócio desde que este acionista seja uma sociedade;
• A denominação pode ser composta pelo nome de algum ou de todos os sócios, por uma denominação
particular ou uma reunião dos dois, tendo de ser obrigatoriamente seguida do aditamento obrigatório
“Sociedade Anónima” por extenso ou abreviado "SA";
• O capital social deve ser de pelo menos 50.000 €;
• O capital social está dividido em ações (ou melhor, no valor nominal ou de emissão de todas as ações
emitidas pela sociedade anónima);

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 15 de 39


• Todas as ações têm o mesmo valor nominal, com um mínimo de 1 cêntimo;
• Separação do património da empresa com o património pessoal dos sócios;
• A responsabilidade dos sócios, ou acionistas, é limitada ao valor das ações que subscreveu.

Constituição
• Este tipo de sociedade pode ser criado através da Empresa Online ou presencialmente pelo método
tradicional ou pelo método “Empresa na Hora”.

Sociedade em Nome Coletivo


• Criada por duas ou mais pessoas singulares ou coletivas (sócios),
• Nas sociedades em nome coletivo podem existir sócios de capital e sócios de indústria.
o Sócios de capital: são aqueles cujas partes sociais são fundadas em entradas em dinheiro e/ou entradas
em espécie
o Sócios de indústria: são aqueles cujas partes sociais são fundadas em entradas em indústria ou seja é
a contribuição com uma determinada atividade, trabalho ou serviços que o sócio se obriga a
realizar em benefício da sociedade comercial ou civil, aquando da sua constituição ou posteriormente.
• A firma é composta pelo nome completo ou abreviado, o apelido ou pelo nome de um ou alguns dos
sócios, com o aditamento, abreviado ou por extenso, “e Companhia” ou qualquer outro que indique a
existência de outros sócios, por ex: “e filhos”; “e filho”; “e irmãos, etc”;
• Não exige um montante mínimo obrigatório para o capital social.
• Os sócios respondem ilimitada e subsidiariamente em relação à sociedade e solidariamente entre si e
do património pessoal dos sócios.

Constituição
• Este tipo de sociedade pode ser criado através da Empresa Online ou presencialmente pelo método
tradicional

Sociedade em Comandita
É um tipo de empresa coletiva (com vários sócios), a par das sociedades por quotas, das sociedades
anónimas e das sociedades em nome coletivo, não tão frequentemente usado, mas que pode ser o formato
mais adequado para certos negócios.
Uma sociedade em comandita é um tipo de empresa com dois tipos de sócios:
• Os sócios comanditários, que investem capital (dinheiro ou bens) na empresa e a gerem, sendo a
sua responsabilidade limitada ao capital investido;
• Os sócios comanditados, que entram com bens e/ou serviços na empresa e a gerenciam, sendo
responsáveis pelas dívidas da empresa de forma ilimitada e solidária entre si.
Para além de dois tipos de sócios diferentes, existem também duas formas possíveis de sociedades em
comandita:

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 16 de 39


• Sociedades em comandita simples: deve ter, no mínimo, 2 sócios e, no geral, são-lhe aplicáveis
as disposições das sociedades em nome coletivo.
• Sociedades em comandita por ações: deve ter, no mínimo, 5 sócios comanditários e 1
comanditado. As participações de cada um dos sócios comanditários pode encontrar-se divididas
por ações, mas não podem ser em indústria. No geral, são-lhe aplicáveis as disposições das
sociedades anónimas.

A sociedade em comandita é uma empresa de responsabilidade mista, porque, como já se referiu acima,
os sócios comanditários têm responsabilidade limitada ao capital que investiram, não respondendo, com
património pessoal, às dívidas da empresa.
Já os sócios comanditados têm responsabilidade ilimitada e solidária entre si, ou seja, respondem, com o
seu património pessoal (a sua casa, o seu carro, etc.) pelas dívidas da sociedade e, havendo mais que um,
podem não responder em igual valor: por exemplo, no caso de existirem dois sócios comanditados, se um
não tiver património suficiente para responder por metade da dívida, o outro cobrirá esse valor, pagando
com património seu.

Constituição: Pelo método tradicional, presencialmente, na Conservatória do Registo Comercial; ou


Online, em “Empresa Online”.

Cooperativas
O conceito de cooperativa, segundo a Declaração da Aliança Cooperativa Internacional sobre Identidade
Cooperativa, diz-nos que a cooperativa é uma associação autónoma de pessoas, que se unem,
voluntariamente, para satisfazer necessidades e aspirações económicas, sociais e culturais comuns, através
de uma empresa de propriedade conjunta e democraticamente controlada.

Uma cooperativa é uma associação coletiva, sem fins lucrativos, de livre constituição, de capital e
composição variáveis.
Divide-se em dois graus diferentes:
o Primeiro grau – cooperantes são pessoas singulares ou coletivas;
o Grau superior – associações que se agrupam sob a forma de uniões, federações e confederações.
• A cooperativa é uma pessoa coletiva autónoma sem fins lucrativos, de livre constituição, com capital e
composição variável, que visa a satisfação das necessidades e aspirações económicas, sociais ou
culturais dos seus membros.
• Tem como objetivo conseguir a satisfação do interesse dos seus associados, em obter determinados
bens a preços inferiores aos do mercado, ou vender os seus produtos eliminando os intermediários do
mercado;
• O número de membros é variável e ilimitado, mas não pode ser inferior a cinco, caso se trate de uma
cooperativa de primeiro grau, nem inferior a dois, caso se trate de uma cooperativa de grau superior
(cooperativas que se filiam sob a forma de uniões, federações e confederações);

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 17 de 39


• A responsabilidade dos membros das cooperativas é limitada ao montante do capital subscrito pelo
cooperador;
• Os estatutos da cooperativa podem determinar que a responsabilidade dos cooperadores seja ilimitada,
ou limitada em relação a uns e ilimitada quanto aos outros.

Constituição
• Este tipo de sociedade pode ser criado através da Cooperativa na Hora, no Notário/advogado e
Registo junto da Cooperativa António Sérgio para a Economia Social.

2.2. Constituição de empresas

Nos casos de constituição de empresa através de sociedade comercial, é necessário, entre o mais, definir
o seu objeto social (atividade) e quem são os sócios. A delimitação do objeto social deverá ser
cuidadosamente ponderada uma vez que este restringe as atividades a que a empresa se pode dedicar.
Por exemplo, uma sociedade comercial constituída para edição e publicação de livros não pode dedicar-se
à atividade hoteleira.

Os sócios são normalmente as pessoas que desenvolveram o projeto e os seus financiadores. Em regra, as
sociedades têm mais que dois sócios. Mas é também possível que uma sociedade por quotas tenha apenas
um sócio. Nesse caso, chama-se sociedade unipessoal por quotas. A sociedade unipessoal por quotas é
uma alternativa à empresa individual.
O capital social é constituído pelos meios que os sócios entregam à sociedade para desenvolver a sua
atividade e corresponde ao património inicial da sociedade. Ao conjunto de bens que cada sócio entrega
(dinheiro ou bens móveis e imóveis) chama-se entrada.

Mesmo que o capital social da empresa seja reduzido, o importante é que ele permita o desenvolvimento
da atividade.

Apesar de uma sociedade por quotas poder ser constituída com apenas 2 euros, poucas sociedades
conseguem desenvolver uma atividade com esse montante. Se o capital social se revelar insuficiente, será
necessário um aumento de capital logo após a sua constituição. A repartição do capital entre os sócios irá
refletir a futura divisão de lucros ou de perdas. Esta repartição tem também implicações no dia-a-dia da
empresa, pois os direitos de voto são atribuídos em função da participação de cada sócio no capital social.

Todos estes aspetos vão estar previstos no contrato de sociedade e nos estatutos da sociedade. O contrato
de sociedade (também conhecido como pacto social) traduz-se no acordo entre as pessoas que vão ser
sócias da sociedade.

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 18 de 39


Os estatutos, que estão anexados ao contrato, funcionam como uma espécie de regulamento interno da
sociedade podendo ser alterados, ao longo do tempo, quando os sócios assim decidam; por exemplo, para
aumentar o capital social.

No caso das sociedades comerciais, existem várias formas de constituição.


São elas:
• Constituição on-line;
• Constituição de empresa na hora;
• Constituição de uma empresa concretizado através do Método Tradicional.

A denominação ou firma pode ser escolhida através da lista de firmas pré-aprovadas ou pode ter sido
solicitada a pré-aprovação de uma firma ao Registo Nacional de Pessoas Coletivas (RNPC) que emite um
certificado de admissibilidade de firma 1. Neste último caso, os futuros sócios podem indicar até nove firmas
alternativas que serão analisadas pelos serviços para a sua aprovação no prazo de um dia útil.

Empresa Online
https://eportugal.gov.pt/espaco-empresa/empresa-online

A Empresa Online permite a criação de, com recurso a um certificado digital, como o Cartão de Cidadão.
Posteriormente poderá acompanhar online o seu processo de criação da empresa através do Dossier
Eletrónico da Empresa.

Pode ainda ser criada pelo advogado, notário e solicitador que tenham certificado digital da sua profissão.
Para criar uma Empresa Online basta aceder à página da Empresa Online e o preço da criação desta vai
depender do pacto social da empresa.

As sociedades cujo capital seja realizado com recurso a entradas em espécie, ou seja, em que as entradas
dos sócios no capital social da empresa são diferentes de dinheiro, não podem ser constituídas através da
Empresa Online.

1
http://bolsafirmasdenominacoes.justica.gov.pt/index.php?app=enh&pk_vid=5a978fbd03dab987166403568118be44
https://eportugal.gov.pt/empresas/Services/Online/Pedidos.aspx?service=PNS

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 19 de 39


Empresa na Hora
Empresa na hora permite constituir uma sociedade unipessoal, sociedade por quotas
ou anónima, no momento e num só posto de atendimento.

Implica também a escolha de uma denominação ou firma através da lista de firmas pré-aprovadas ou pode
solicitar-se a pré-aprovação de uma denominação ou firma ao RNPC que emite um certificado de
admissibilidade de firma.

Este regime exige que os futuros sócios escolham um modelo de pacto social (isto é, um contrato de
sociedade) que já foi aprovado e que não pode ser alterado pelas partes para refletir os seus interesses.
Não precisa de o preencher, mas tudo será mais rápido se já souber que modelo quer.
https://justica.gov.pt/Servicos/Empresa-na-Hora/Pactos

Todos os sócios devem estar presentes e levar o Cartão de Cidadão. Quem não tiver Cartão de Cidadão
pode indicar o número de contribuinte e apresentar o bilhete de identidade ou o passaporte ou a
autorização de residência.
Se algum sócio da empresa que vai ser criada não puder estar presente, pode fazer-se representar por
outra pessoa, que deve levar:
• Uma procuração e o seu próprio Cartão de Cidadão.
Se os sócios forem entidades coletivas, terão de levar:
• O cartão de identificação de pessoa coletiva ou o código de acesso ao cartão eletrónico
• A ata de deliberação da Assembleia-Geral que dá poder aos representantes legais para criar a empresa
• A certidão da escritura ou o documento de constituição ou pacto social atualizado das entidades
coletivas.

Método Tradicional
O método tradicional da constituição de uma empresa, juntamente com o método de constituição online,
permite a elaboração de um Pacto Social elaborado pelos sócios que, de entre
outras vantagens, permite a criar direitos especiais, como por exemplo, a
elaboração de um direito de veto (de impedir ou de suspender uma ação) para
um dos sócios ou o direito de exercer uma atividade concorrente com a sociedade.

Esta modalidade de constituição de uma sociedade comercial é mais demorada que as anteriores, mas é a
modalidade mais adequada quando os futuros sócios pretendem celebrar um contrato adaptado aos seus
interesses e necessidades:
1º Passo: Pedido do Certificado de Admissibilidade;

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 20 de 39


• 2º Passo: Cartão da Empresa/ Pessoa Coletiva - Tanto o Cartão da Empresa, como o Cartão de Pessoa
Coletiva somente são emitidos quando as empresas se encontram definitivamente registadas ou
inscritas.
• 3º Passo: O depósito do Capital Social da empresa - no prazo de cinco dias úteis após a constituição da
empresa, o valor do Capital Social deverá ser depositado numa instituição bancária
• 4º Passo: Preparação do ato ou pacto constitutivo da sociedade (É uma espécie de escritura com o
conjunto de regras pelas quais se vai reger a sua empresa, mas desde 2012 que este documento é
facultativo, mesmo com a existência de bens e imóveis.)
• 5º Passo: Registo Comercial - permite tornar públicos os atos e os factos que estabelecem a situação
jurídica de empresas, sociedades e de outras entidades ou comerciantes individuais. É através dele que
são registados vários acontecimentos, desde a criação de empresas à extinção.

http://bolsafirmasdenominacoes.justica.gov.pt/index.php?app=enh&pk_vid=5a978fbd03dab98716640356
8118be44
https://eportugal.gov.pt/empresas/Services/Online/Pedidos.aspx?service=PNS

Outras Formalidades na Constituição de Empresa

Registo de Inicio de atividade na AT


No prazo de 15 dias após a constituição da empresa, poderá entregar a Declaração de Início de Atividade
num serviço de Finanças, ou no site oficial das Finanças, desde que devidamente preenchida e assinada
por um CC, de forma a dar início às suas obrigações de natureza fiscal.
Para além disso tem 30 dias a contar da constituição da sociedade para pedir o Registo Central do
Beneficiário Efetivo.

Licenciamento/Alvará
Algumas atividades são diretamente abrangidas por regimes jurídicos específicos por força das suas
características específicas; pela sua relevância regional. O licenciamento integra o conjunto de instrumentos
ao dispor do Estado para efeitos de regulação e controlo da atividade económica.
Trata-se de um procedimento administrativo que fixa e verifica o cumprimento dos requisitos legais
considerados exigíveis para que uma atividade económica possa ser iniciada/ desenvolvida.

Qualquer que seja o espaço onde irá ser instalado o seu estabelecimento, necessita de autorização de
utilização, que é concedida pela câmara municipal. Se o edifício for novo deve solicitar a atribuição da
autorização. Se o edifício for usado deve verificar se a autorização existente serve para a atividade que
pretende exercer.

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 21 de 39


Exemplos de licenças para o exercício específico de certas atividades.
• O Decreto-Lei nº57/2002, artigo 14º, nº1 refere que o funcionamento dos estabelecimentos de
restauração ou de bebidas depende da titularidade do alvará, de licença ou de autorização de
utilização para serviços de restauração ou de bebidas.
• Decreto Lei n.º 73/2015, de 11 de maio, regula o licenciamento industrial, de uma forma sucinta,
pode ser caracterizado como todo o conjunto de medidas que promove um desenvolvimento
económico sustentável e a responsabilidade social das empresas. O pedido do licenciamento
industrial aplica-se à instalação, alteração e exploração de estabelecimentos industriais das
diferentes atividades económicas correspondentes aos códigos da Classificação Portuguesa das
Atividades Económicas (CAE), que estão estipulados no Anexo I do Decreto-Lei n.º 73/2015. É
importante mencionar que existem vários tipos de licença que se adequam às características da
indústria, existindo do tipo 1, 2 e 3.
• A Lei nº 41/2015 de 3 de junho, publicado em Diário da República, 1ª série nº 107, estabelece o
regime jurídico aplicável ao exercício da atividade da construção. Toda a entidade que
pretenda exercer atividades de construção, seja ela um empresário em nome individual ou uma
sociedade comercial, deverá deter um dos dois títulos emitidos pelo IMPIC (Instituto dos Mercados
Públicos, do Imobiliário e da Construção) que habilitam para o efeito: o Alvará ou o Certificado.
A atividade de construção é aquela que tem por objeto a realização de obra, englobando todo o
conjunto de atos que sejam necessários à sua concretização (ex: rebocos, canalizações, instalações
elétricas, caixilharias, etc.).
• Empresas de transporte de Passageiros
• Empreendimentos turísticos
• Empresas transitárias
• Empresas de animação turística
• Agências de viagens
• (…)

Livro de Reclamações
Com base no Decreto-Lei nº 156/2005 de 15 de setembro, artigo 2º, nº1, alíneas a) e b) alterado pelo
Decreto-Lei nº74/2017 de 21 de junho, devem possuir e disponibilizar o livro de reclamações todos os
fornecedores de bens e prestadores de serviços que cumulativamente:
• Tenham um estabelecimento com carácter fixo ou permanente onde exerçam de forma exclusiva
ou principalmente, de modo habitual e profissional a sua atividade;
• Tenham contacto com o público, designadamente através de serviços de atendimento ao público
destinados à oferta de produtos ou de serviços ou de manutenção das relações de clientela.
O livro de reclamações pode ser adquirido junto da Imprensa Nacional Casa da Moeda, da Direção-Geral
do Consumidor, de algumas entidades reguladoras e entidades de controlo de mercado competentes, bem

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 22 de 39


como de algumas associações representativas dos profissionais dos setores de atividades abrangidos que
se encontrem expressamente autorizadas pela Direção-Geral do Consumidor para esse efeito.

Registo na via CTT


As pessoas coletivas e os sujeitos passivos singulares (enquadrados no Regime normal de IVA) são
obrigados a aderir e ativar a via CTT, de acordo com o artigo 19.º n.º 9 da Lei Tributária.
Assim, é obrigatório para:
• Empresas (com sede ou direção em território português);
• Entidades Públicas;
• IPSS e Associações;
• Empresários em nome individual e trabalhadores independentes, enquadrados no regime normal
de IVA (que entreguem a declaração periódica de IVA, mensal ou trimestralmente).

Ao proceder ao início de atividade é obrigatório aderir e ativar a caixa postal eletrónica. Os contribuintes
isentos de iva, que passaram a estar enquadrados no regime normal, têm igualmente essa obrigação. O
prazo máximo são 30 dias nas duas situações.

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 23 de 39


3. Regulamento Geral de Proteção de dados

O Regulamento (EU) 2016/679 do Parlamento Europeu e do Conselho de 27 de abril de 2016 (doravante


RGPD) aplica-se ao setor público e ao setor privado, exceto nas seguintes situações:
- Efetuado no exercício de atividades não sujeitas à aplicação do direito da União;
- Efetuado pelos Estados-Membros no exercício de atividades abrangidas no âmbito da política externa e
de segurança comum do Território da UE;
- Efetuado por uma pessoa singular no exercício de atividades exclusivamente pessoais ou domésticas;
- Efetuadas pelas autoridades competentes para efeitos de prevenção, deteção e repressão de infrações
penais

O RGPD tem como principal objetivo eliminar as assimetrias existentes nos diferentes regimes de proteção
de dados em vigor nos diferentes países da União Europeia que representavam um obstáculo ao
funcionamento do Mercado Único. Verificando-se a necessidade de uniformizar o regime de proteção de
dados pessoais nos países que integram o Espaço Europeu, o RGPD apresenta um conjunto de direitos dos
titulares de dados pessoais e de obrigações de tratamento de dados que se impõem aos Responsáveis pelo
Tratamento e Subcontratantes.

Conceito de dados pessoais


Nos termos e para os efeitos do artigo 4º, 1) consideram-se dados pessoais, toda a informação relativa a
uma pessoa singular identificada ou identificável. O RGPD aplica-se apenas aos dados das pessoas
singulares, não abrangendo os dados das pessoas coletivas nem os dados das pessoas já falecidas, com
exceção dos dados sensíveis.
Dados pessoais são quaisquer informações sobre uma determinada pessoa, identificada ou identificável,
denominada titular dos dados.
Exemplos de dados pessoais:
• nome
• morada
• número do documento de identificação/passaporte
• rendimento
• perfil cultural
• endereço IP (protocolo internet)
• dados na posse de um hospital ou médico (que identifiquem de forma inequívoca uma pessoa para
fins relacionados com a saúde).

Categorias especiais de dados


Não pode tratar os dados pessoais sobre:
• origem racial ou étnica

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 24 de 39


• orientação sexual
• opiniões políticas
• convicções religiosas ou filosóficas
• filiação sindical
• dados genéticos, biométricos e relativos à saúde, exceto em casos específicos (por exemplo, se
tiver recebido consentimento explícito ou o tratamento for necessário por motivos de interesse
público importante, com base no direito europeu ou nacional)
• dados pessoais relacionados com condenações penais e infrações, salvo se tal for autorizado pelo
direito europeu ou nacional

3.1. Regime jurídico de proteção de dados

O RGPD atua numa mudança de paradigma no modelo de tratamento de dados pessoais e de livre
circulação dos mesmos, com vista à garantia do mercado único sem restrições em virtude do diferente
enquadramento legal e salvaguarda do direito à proteção dos dados pessoais. Não é, no entanto, correto
dizer que este é o diploma que trata e regula pela primeira vez a matéria da proteção de dados, porquanto
esta preocupação já existe e se encontra plasmada em alguns diplomas atualmente em vigor. Exemplo
disso é a Convenção para a Proteção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais 2,
de 4/11/1950 que já consagrava no seu art. 8.º o direito pelo respeito à vida privada e familiar.

Pode ler-se no art. 8.º o seguinte:


1. Qualquer pessoa tem direito ao respeito da sua vida privada e familiar, do seu domicílio e da sua
correspondência.
2. Não pode haver intromissão da autoridade pública no exercício deste direito senão quando esta
ingerência estiver prevista na lei e constituir uma providencia, que, numa sociedade democrática,
seja necessário para a segurança nacional, para a segurança pública, para o bem-estar económico
do país, a defesa da ordem e a prevenção das infrações penais, a promoção da saúde ou da
moral, ou a proteção dos direitos e das liberdades de terceiros.

Consciente dos perigos e desafios da massificação e globalização da informação bem como da necessidade
de dar novas respostas às questões colocadas pela generalização das redes sociais e da internet e dos
perigos que lhe estão associados, o Parlamento Europeu, o Conselho e a Comissão aprovaram mais
recentemente a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia (2016C 202/2) 3 que
reconhece e consagra os seguintes direitos aos nacionais da União Europeia:

2
https://www.echr.coe.int/documents/convention_por.pdf
3
https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:12016P/TXT&from=FR

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 25 de 39


Artigo 7.º
Respeito pela vida privada e familiar
Todas as pessoas têm direito ao respeito pela sua vida privada e familiar, pelo seu domicílio e pelas
suas comunicações.
Artigo 8.º
Proteção de dados pessoais
1. Todas as pessoas têm direito à proteção dos dados de caráter pessoal que lhes digam respeito.
2. Esses dados devem ser objeto de um tratamento leal, para fins específicos e com o consentimento da
pessoa interessada ou com outro fundamento legítimo previsto por lei. Todas as pessoas têm o direito de
aceder aos dados coligidos que lhes digam respeito e de obter a respetiva retificação.
3. O cumprimento destas regras fica sujeito a fiscalização por parte de uma autoridade independente.

Este quadro comunitário não ficaria completo se não referíssemos a nossa Constituição da República
Portuguesa4, que para além de reconhecer timidamente o Direito à Privacidade no art. 26.º, n.º 1, remete
para a lei o estabelecimento de garantias efetivas contra a utilização abusiva de informações relativas às
pessoas e famílias (n.º 2 do art. 26.º).

E percebendo o legislador constituinte que um dos maiores perigos para os nossos dados se encontra na
generalização dos acessos e da utilização da Internet serviu-se do art. 35.º da CRP para proteger este
direito fundamental.
É, pois, curioso ver como este artigo, que já se encontrava na versão inicial da Constituição em 1976, embora com uma extensão
bastante menor e referindo apenas os registos mecanográficos dos dados, foi alterado em 1982, altura em que ganhou mais dimensão
e passou a fazer referência aos registos informáticos, mais tarde, em 1989, passando a ter a partir de 1997 a versão que vos
apresentamos de seguida em que confere aos dados tratados em ficheiros manuais proteção idêntica à atribuída aos dados tratados
em suporte informatizado.

Artigo 35.º
Utilização da informática
1. Todos os cidadãos têm o direito de acesso aos dados informatizados que lhes digam respeito, podendo
exigir a sua retificação e atualização, e o direito de conhecer a finalidade a que se destinam, nos termos
da lei.
2. A lei define o conceito de dados pessoais, bem como as condições aplicáveis ao seu tratamento
automatizado, conexão, transmissão e utilização, e garante a sua proteção, designadamente através de
entidade administrativa independente.
3. A informática não pode ser utilizada para tratamento de dados referentes a convicções filosóficas ou
políticas, filiação partidária ou sindical, fé religiosa, vida privada e origem étnica, salvo mediante
consentimento expresso do titular, autorização prevista por lei com garantias de não discriminação ou para
processamento de dados estatísticos não individualmente identificáveis.
4. É proibido o acesso a dados pessoais de terceiros, salvo em casos excecionais previstos na lei.
5. É proibida a atribuição de um número nacional único aos cidadãos.
6. A todos é garantido livre acesso às redes informáticas de uso público, definindo a lei o regime aplicável
aos fluxos de dados transfronteiras e as formas adequadas de proteção de dados pessoais e de outros cuja
salvaguarda se justifique por razões de interesse nacional.
7. Os dados pessoais constantes de ficheiros manuais gozam de proteção idêntica à prevista nos números
anteriores, nos termos da lei.

4
https://www.parlamento.pt/Legislacao/Paginas/ConstituicaoRepublicaPortuguesa.aspx

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 26 de 39


Atualmente, a maior parte dos dados pessoais processados pelas empresas recorrem a ferramentas
informáticas que deverão ser adequadas a garantir uma boa aplicação do RGPD, no sentido de assegurar
a confidencialidade, integridade e segurança dos dados. Deste modo, no que respeita ao tratamento
informático dos dados devem respeitar-se essencialmente duas características de segurança essenciais:
- Segurança no acesso à aplicação ou sistema pela utilização de password ou outro método de autenticação
ou identificação.
- A possibilidade de rastreamento dos acessos

Não obstante estes dois requisitos sejam essenciais para garantir a segurança do acesso aos dados, a
aplicação do RGPD tem um alcance maior. Para garantir os direitos do titular dos dados e os princípios de
tratamento do RGPD é importante considerar a rastreabilidade da informação produzida e processada.

Exemplo:
Se for produzido um documento Word, Excel ou noutro formato com dados pessoais de um cliente, este
deve ser identificado como contendo estes dados. Essa identificação pode ser tão simples como guardá-
lo numa pasta onde se guardam todos os documentos deste cliente ou mesmo, em casos mais avançados
e em empresas com volume de processamento significativo, uma identificação e catalogação apropriada
num sistema de gestão documental.
O IT tem um papel muito importante na aplicação da lei, porém é importante compreender os
comportamentos na utilização de tais ferramentas são o ponto essencial para o sucesso na sua aplicação,
pelo que a formação dos utilizadores é claramente a parte mais crucial, devendo ser evidenciada em
documentos.

Responsável pelo tratamento e o subcontratante


Para esta questão é muito importante o que resulta do art. 4.º - com epígrafe definições, designadamente
nos números 7), 8), 9) e 10), que definem como entidades com responsabilidades ao nível da proteção de
dados os responsáveis pelo tratamento e subcontratantes.

Durante o tratamento, os dados pessoais podem passar por várias empresas ou organizações. No âmbito
do ciclo de tratamento de dados pessoais, são de realçar dois perfis principais:

• Responsável pelo tratamento – determina as finalidades e os meios pelos quais os dados pessoais
são tratados. Portanto, a sua empresa/organização é a responsável pelo tratamento se decide «porquê» e
«como» os dados pessoais devem ser tratados. Os trabalhadores que efetuam o tratamento de dados
pessoais na sua organização fazem-no para cumprir as suas tarefas enquanto responsável pelo tratamento;

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 27 de 39


• Subcontratante – efetua o tratamento de dados pessoais em nome do responsável pelo
tratamento. O subcontratante é geralmente um terceiro externo à empresa; contudo, no caso dos
grupos de empresas, uma empresa pode atuar como subcontratante para outra empresa.

Exemplo
Responsável pelo tratamento e subcontratante
Uma Empresa A, com muitos trabalhadores assina um contrato com uma empresa de processamento de
salários. A Empresa A, informa a empresa de processamento de salários quando os salários devem ser
pagos, quando um trabalhador sai da empresa ou recebe um aumento e fornece todos os restantes dados
necessários para o processamento de salários.
A empresa de processamento de salários introduz os dados no sistema informático e armazena os dados
dos trabalhadores. Neste caso a empresa A é a responsável pelo tratamento e a empresa de processamento
de salários é a subcontratante.

Princípios básicos de aplicação


A aplicação da lei numa empresa passa pelos seguintes passos:
• Levantamento: identificação dos dados pessoais que são processados na empresa e da
legitimidade para proceder ao seu tratamento;
• Proteção: estabelecimento de controlos de segurança e rastreabilidade, ao nível da segurança
informática e da segurança física dos dados;
• Controlo: monitorização dos acessos e operações de tratamento dos dados;
• Relatório: documentação das solicitações por parte dos titulares dos dados e do procedimento
de resposta.

3.2. Princípios de proteção e tratamento de dados

Considera-se tratamento de dados, para efeitos da aplicação do RGDP, uma operação ou um conjunto de
operações efetuadas sobre dados pessoais ou sobre conjuntos de dados pessoais, por meios automatizados
ou não automatizados, tais como a recolha, o registo, a organização, a estruturação, a conservação, a
adaptação ou alteração, a recuperação, a consulta, a utilização, a divulgação por transmissão, difusão ou
qualquer outra forma de disponibilização, a comparação ou interconexão, a limitação, o apagamento ou a
destruição [art. 4.º, número 2) do RGPD.

Não existindo, presentemente, certificação neste domínio, impõem-se ao Responsável pelo Tratamento e
Subcontratante o respeito pelos seguintes princípios:

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 28 de 39


• Princípio da responsabilidade pelo tratamento dos dados em conformidade com o RGPD
Compete ao Responsável pelo Tratamento ou Subcontratante aplicar as medidas técnicas e organizativas
adequadas para assegurar e poder comprovar que o tratamento de dados é realizado em conformidade
com o Regulamento. O pedido de autorização e a notificação feitos anteriormente à Comissão Nacional de

Proteção de Dados (CNPD) são agora substituídos pela autorresponsabilização do Responsável pelo
Tratamento e Subcontratantes. Cabe assim aos responsáveis pelo tratamento e subcontratantes assumirem
a responsabilidade de respeito pelo RGPD e deterem as provas documentais de tal tratamento.

• Princípio da segurança do tratamento


Garantia de, tendo em conta as técnicas mais avançadas, os custos de aplicação e a natureza, âmbito,
contexto e finalidades do tratamento, bem como os riscos para os direitos e liberdades das pessoas
singulares, o responsável pelo tratamento e subcontratante deve aplicar as medidas técnicas e
organizativas adequadas para assegurar um nível de segurança adequado ao risco, nomeadamente:
- Pseudonimização e a cifragem dos dados pessoais, ou seja, processo de tratamento de informação que
pretende dissociar os dados pessoais constantes em documento, ficheiro, etc., da pessoa a quem dizem
respeito, de modo que deixem de lhe poder ser atribuídos sem que haja recurso a dados suplementares;
- Capacidade de assegurar a confidencialidade, integridade, disponibilidade e resiliência permanentes dos
sistemas e dos serviços de tratamento;
- Capacidade de restabelecer a disponibilidade e o acesso aos dados pessoais de forma atempada no caso
de um incidente físico ou técnico;
- Processo para testar, apreciar e avaliar regularmente a eficácia das medidas técnicas e organizativas para
garantir a segurança do tratamento.

• Princípio da licitude, lealdade e transparência


A licitude para tratamento de dados encontra-se numa das alíneas do art.º 6.º do RGPD. O consentimento
é uma das causas de legitimidade do tratamento dos dados, mas este, deve agora ser um consentimento
expresso, mediante um ato positivo do qual resulte a clara e informada autorização do titular para o
tratamento dos seus dados.

Não é, contudo, a uma fonte de legitimidade para o tratamento de dados pessoais, podendo este ter outros
fundamentos também previstos no art. º6.º, como por exemplo:
b) O tratamento for necessário para a execução de um contrato no qual o titular dos dados é parte, ou
para diligências pré-contratuais a pedido do titular dos dados;
Será este o fundamento para o tratamento dos dados:
– Pessoais dos trabalhadores – existência de um contrato de trabalho
– Clientes – existência de contrato de prestação de serviços

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 29 de 39


– Ou outro titular dos dados com os quais exista um contrato ou se esteja a diligenciar nesse sentido.
c) O tratamento seja necessário para cumprimento de uma obrigação jurídica a que o responsável pelo
tratamento esteja sujeito;
d) O tratamento seja necessário para a defesa de interesses vitais do titular dos dados ou de outra pessoa
singular;
e) O tratamento seja necessário ao exercício de funções de interesse público ou ao exercício da autoridade
pública de que está investido o responsável pelo tratamento;
f) O tratamento seja necessário para efeito dos interesses legítimos prosseguidos pelo responsável pelo
tratamento ou por terceiros, exceto se prevalecerem os direitos e liberdades fundamentais do titular que
exijam a proteção dos dados pessoais, como sucede com o caso das crianças.

O tratamento dos dados deverá ainda ser leal, ou seja, respeitar a finalidade para a qual os dados foram
recolhidos e não se desviar desta sem o consentimento dos titulares. Deverá ser, transparente i.e., o titular
dos dados deve conhecer o tratamento a que foram sujeitos os seus dados pessoais.

• Princípio da limitação das finalidades e da conservação


Os dados pessoais deverão ser recolhidos para finalidades determinadas, explícitas e legítimas, não
podendo ser tratados para finalidades distintas a menos que exista um claro interesse superior que o
preveja (v.g. Fins de arquivo de interesse público).
O período de conservação dos dados deve ser o prazo estritamente necessário, devendo neste aspeto
conhecer-se e respeitar-se os prazos de conservação e arquivo previstos na lei.

• Princípio da minimização dos dados


O responsável pelo tratamento e o subcontratante devem orientar o momento da recolha de dados pelo
princípio da minimização, devendo recolher apenas os dados pessoais que considere adequados,
pertinentes e limitados ao tratamento que pretende fazer.

• Princípio da exatidão
Decorre deste princípio o dever de os dados estarem permanentemente exatos e atualizados sempre que
necessário, devendo ser adotados mecanismos para garantir a exatidão e atualização permanentes.

• Princípio da integridade e confidencialidade


Os dados deverão ser tratados de uma forma que garanta a sua segurança, incluindo a proteção contra o
seu tratamento não autorizado ou ilícito e contra a sua perda, destruição ou danificação acidental. Compete
ao responsável pelo tratamento e subcontratante não só cumprir todos estes princípios.

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 30 de 39


3.4. Operações de recolha, tratamento e proteção de dados

Operação de Recolha dos dados


Dispondo o titular dos dados do direito à informação e à transparência das informações, comunicações e
regras para o exercício dos direitos, deve o responsável pelo tratamento ou subcontratante garantir que
aquando da recolha dos dados é importante garantir dois requisitos: a licitude para o tratamento (art.º 6.º
RGPD) e o cumprimento do dever de informação (arts. 13.º e 14.º do RGPD).

Embora nem sempre seja necessário recolher o consentimento do titular dos dados para o seu tratamento,
o consentimento terá de consubstanciar uma manifestação de vontade expressa, informada e voluntária.
No caso de os dados não serem recolhidos na presença do titular as informações constantes do art.º 14.º,
informação que pode ser prestada no momento do preenchimento do formulário online mediante o acesso
a um documento word como requisito essencial para que o formulário seja submetido ou o envio do
documento por email no prazo máximo de 30 dias. O tratamento ou processamento de dados é
normalmente efetuado através de sistemas ou ferramentas informáticas como:
• Email
• Processamento de texto
• Bases de dados
• Folhas de cálculo
• Software de ERP ou CRM
• Processamento salarial
• Página de Facebook ou website com divulgação de informações com dados pessoais
• Newsletter com dados pessoais

Qualquer operação que seja executada nestes sistemas ou ferramentas e que envolva dados pessoais
necessita de cumprir as normas do RGPD.

As operações podem ser tão simples como:


• Envio de um email com informações pessoais;
• Introdução de informação pessoal num documento Word ou Excel;
• Alteração de dados num ERP ou CRM;
• Aquisição de um novo cliente e introdução dos dados no ERP, CRM ou software de salários;
• A remoção de dados de um cliente do sistema.

Ou mais complexas como:


• Um backup dos servidores onde são armazenados dados pessoais
• Migração de um sistema entre servidores
• Migração de um sistema para um serviço de cloud

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 31 de 39


• Alteração de um algoritmo que processa dados pessoais.
• Migração de dados sensíveis para upgrade de software.

Exemplo de processo de tratamento dados simples:


Caso prático:
Uma empresa necessita de receber uma folha de Excel com um resumo dos salários dos trabalhadores da
sua empresa. Este documento tem campos como:
» Nome do trabalhador
» Número de Segurança Social
» Salário e descontos
Riscos inerentes a este tratamento:
» Se o ficheiro for enviado para o cliente errado este poderá ter acesso a dados sensíveis.
» Se o ficheiro for capturado por “hackers” os dados poderão ser utilizados de forma maliciosa.
Para cumprir o RGPD devem ser adotadas as medidas para garantir que:
» Estamos a utilizar uma ferramenta apropriada para o envio
» Em caso de interceção dos dados somente o destinatário poderá abri-los
» Apenas os dados necessários de facto estão a ser transmitidos
Princípios básicos:
» Antes de proceder ao envio do ficheiro este deverá ser protegido por password usando o próprio
Excel ou mesmo adicionando-o a um ficheiro ZIP encriptado e protegido por password longa e
complexa.
» Esta password deve ser enviada ao cliente separadamente e por método distinto. Caso o ficheiro
seja enviado por email, por exemplo, a password deverá ser transmitida por telefone.
» Caso o ficheiro tenha um tamanho superior ao permitido para um envio por email, este poderá
ser colocado num serviço de download ou Cloud.
Porém é necessário garantir que APENAS o destinatário terá acesso ao download. Um serviço
protegido por password ou identidade (Partilha por OneDrive ou Google Drive) é aceitável. Serviços
gratuitos como “Wetransfer” não garantem que o link não possa ser partilhado e utilizado por
outras pessoas.
Exemplo de execução:
» Exportar o ficheiro Excel a partir do software de salários para uma localização segura, na rede,
para garantir a centralização dos dados e remoção simplificada em caso de necessidade.
» Usar o Excel para configurar uma password ou usar uma ferramenta ZIP que permita a
encriptação.
» Adicionar o ficheiro protegido ao email e enviá-lo.
» Garantir através de recibos de leitura ou envio que o email foi bem recebido.
» Transmitir a password por telefone ao cliente.
» Apagar o ficheiro da localização de rede para prevenir acessos não controlados.

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 32 de 39


» Para garantir que de facto não há qualquer cópia adicional dos dados para além das necessárias
(no software de salários e do lado do cliente), podemos adicionalmente apagar o email dos itens
enviados. Caso seja necessário um comprovativo de envio os emails de entrega e de leitura são
geralmente validos, mas poderá ser solicitado uma resposta do cliente para validar a entrega.

Operação e tratamento de dados


Algumas boas práticas:
• Nunca partilhar passwords de acesso ao PC ou outros acessos como email, serviços de Cloud. Em
caso de necessidade de partilha de dados, utilizar meios que permitam uma rastreabilidade dos acessos
• Apagar dados que não sejam estritamente necessários, por exemplo, apagar emails dos “enviados”
quando tratam dados pessoais
• Manter os dados o mais centralizados possível para poder cumprir com os direitos de forma ágil.
• Criar registos dos tratamentos dos dados ou aderir a ferramentas e plataformas que possuam tais
registos
• Guardar em local seguro e confidencial todo e qualquer documento e suporte físico com dados
pessoais
• Controlar os acessos aos documentos com dados pessoais.

Tratamento de dados
Em suporte físico
Os dossiês e documentos que contenham dados pessoais não poderão ser arquivados em local de fácil
acesso, ou expostos em secretárias ou locais de fácil acesso por parte de terceiros ou de trabalhadores que
não devam ter acesso a essa informação. O envio de informação sensível por correio e a utilização de
correio registado com aviso de receção são uma das várias medidas possíveis de segurança dos dados.

Em suporte digital
O tratamento de dados pessoais em suporte digital deve garantir que os mesmos se encontram
confidenciais.

Operação de Proteção de dados


Ao abrigo das regras da UE em matéria de proteção de dados, deve tratar os dados de uma forma lícita e
equitativa, para fins específicos e legítimos e apenas na medida em que tal for necessário para esses fins.
Para poder tratar dados pessoais, deve certificar-se de que preenche uma das seguintes condições:
▪ obteve o consentimento do titular dos dados
▪ tratamento é necessário para executar um contrato no qual o titular dos dados é parte
▪ tratamento é necessário para cumprir uma obrigação legal
▪ tratamento é necessário para defender os interesses vitais do titular ou de outra pessoa
▪ tratamento é necessário para exercer funções de interesse público

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 33 de 39


▪ tratamento é necessário no interesse legítimo da sua empresa, desde que os direitos e liberdades
fundamentais dos titulares dos mesmos não sejam afetados de forma significativa. Se os direitos
dos titulares prevalecerem sobre os interesses da sua empresa, então não pode tratar os dados
pessoais.

Proteção de dados
Em suporte físico
Importa antes de mais, enumerar todos os dados que se encontram em suporte físico (ex:. recibos de
vencimento, justificação de faltas e outros) e garantir que os mesmos se encontram guardados num local
que garante a sua segurança e integridade. O armazenamento dos documentos físicos, sobretudo os que
contenham dados sensíveis, deve privilegiar locais de acesso restrito e condicionado e que ofereçam
garantias de segurança e à prova de vulnerabilidades, perda, destruição e outros.

Em suporte digital
O acesso aos documentos tratados em suporte informático deve ser condicionado a todos aqueles que em
exercício das suas funções, a eles devam ter acesso. O princípio da minimização dos acessos determina
que deve ser selecionado criteriosamente o acesso aos dados por forma a impedir a sua dispersão por um
grande número de pessoas e com isso se ponha em causa a sua confidencialidade.

O acesso aos dados deve ser feito mediante a credenciação com nome de utilizador e palavra-passe, os
quais são pessoais e intransmissíveis. Deve garantir-se a existência de firewalls centrais, antivírus
atualizados. Os trabalhadores deverão ser informados por escrito da importância de manter sigilo sobre a
sua palavra-passe e de que não poderão deixar os computadores desbloqueados.

Manutenção de registos
Deve poder provar que a empresa atua em conformidade com o RGPD e cumpre todas as obrigações
aplicáveis, nomeadamente a pedido ou em caso de uma inspeção da autoridade de proteção de dados.
Para tal, deve conservar um registo pormenorizado de elementos como:
▪ nome e contactos da empresa envolvida no tratamento de dados
▪ motivo ou motivos do tratamento de dados pessoais
▪ descrição das categorias de pessoas que fornecem dados pessoais
▪ categorias de organizações que recebem os dados pessoais
▪ transferências de dados pessoais para outro país ou organização
▪ período de conservação dos dados pessoais
▪ descrição das medidas de segurança utilizadas quando do tratamento de dados pessoais
A empresa deve igualmente definir e atualizar regularmente orientações e procedimentos escritos e manter
os trabalhadores a par dos mesmos.

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 34 de 39


Minuta 1

Informação sobre RGPD


(Regulamento geral de proteção de dados pessoais)
A empresa…………………………, NIPC…………………………, e com sede ………………………….., em
………………………., na qualidade de Entidade Patronal, informa todos os colaboradores nos termos e para
os efeitos do Novo Regulamento de Proteção de Dados - (UE) 2016/679, e da Lei 67/98, de 26 de Outubro,
e demais legislação e regulamentos aplicáveis, que:

Os dados pessoais são usados pelo empregador, com as limitações da lei a terceiros e exclusivamente se
colaborarem com o empregador, para diferentes finalidades, de acordo com o art.° 5, n.° 1 " b) do
Regulamento Geral de Proteção de Dados, como sejam a redação do contrato de trabalho, os registos de
assiduidade, gestão e pagamento de remunerações, formação profissional, planeamento da estrutura
organizacional, evoluções e progressões de carreira, desenvolvimento profissional, segurança no trabalho,
planeamento e mapas de férias, gestão de orçamento e custos com pessoal, gestão de viagens e eventos,
comunicações internas e externas, auditorias internas e externas, partilha de sugestões e ideias de
Colaboradores, entre outros.

O Consentimento dos colaboradores será solicitado pela Entidade empregadora, se porventura, os dados
pretenderem ser utilizados para outras finalidades que não as apresentadas e para além daqueles que
sustentam o dever de informação numa relação jurídica.

De acordo com o acima identificado e sobre a relação jurídica de um contrato de trabalho, são coletados e
processados os dados pessoais do Segundo Outorgante, tais como: identificação, morada, contactos
(telefone e email), recibos e outras informações relativas a remunerações e seus pagamentos, dados
relevantes para a autoridade tributária e Segurança Social (NIF e NISS), dados de saúde, informações
sobre equipamentos de escritório e de trabalho, autorizações e seu uso, atividades, tarefas e operações,
bem como dados de eventos, ou outros que se mostrem relevantes.

Os colaboradores foram informados pela Entidade empregadora, de a qualquer momento, aceder à


informação relativa aos seus dados pessoais, à sua retificação, à restrição de processamento, à
portabilidade dos dados ou ao seu apagamento, salvo aquelas que sustentam a relação jurídica da relação
de trabalho, de acordo com as normas do Regulamento Geral da Proteção de Dados, devendo para isso
contactar o Departamento de Recursos Humanos através dos seguintes contactos: …………………………….

A Entidade empregadora,

xxxxxxxx, de ……de xxxxxxx.

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 35 de 39


Minuta 2

Declaração de recolha de dados pessoais da entidade


Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, Lda

1. Finalidade de recolha de dados pessoais


Os dados pessoais recolhidos pela entidade, mediante o presente pedido, destinam-se para avaliar se os
candidatos estão adequados ao lugar pedido e para o cálculo preliminar de remunerações, bónus e
regalias dos candidatos que forem admitidos no recrutamento.
2. Dados necessários a facultar
Os dados preenchidos nos campos com “ * ” do pedido são dados essenciais na ponderação da seleção
de candidatos, que poderão afetar a eficiência e o resultado do respetivo pedido, caso os candidatos não
os facultem.
3. Prazo de conservação de dados
Os dados pessoais dos candidatos não adequados serão conservados pela entidade por um período de
um ano, para efeitos de recrutamentos posteriores.
4. Transferência de dados
Os pedidos de candidatos poderão ser transferidos pela entidade para as suas próprias dependências ou
para as entidades do consórcio, em que se encontram vagas de trabalho durante o período acima
referido.
5. Direitos dos candidatos
Os candidatos gozem, em conformidade com a lei, dos direitos de acesso e retificação. Para o exercício
do direito de acesso, têm de apresentar, por escrito, o pedido ao responsável da entidade e pagar uma
taxa adequada.

Data: __ /___ / xxxx

Assinatura:__________________________________________
(O Titular dos dados)

A empresa (Responsável pelo Tratamento dos dados)

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 36 de 39


Minuta 3

Pedido de consentimento

Declaro para os efeitos previstos no disposto no art.º 13.º do Regulamento Geral de Proteção de Dados
(EU)2016/679 do P. E. e do Conselho de 27 de abril (RGPD) prestar, por este meio, o meu consentimento
para o tratamento dos meus dados pessoais à NOME DA EMPRESA, Pessoa Coletiva n.º 000000000, com
sede em MORADA DA EMPRESA.

Li e aceito a Política de Privacidade e de Proteção de Dados pessoais e autorizo a NOME DA EMPRESA a:

Fornecer os meus dados, sem prejuízo da sua confidencialidade, assegurando uma utilização em função
do objeto social desta empresa e compatível com os fins da recolha.

Os dados transmitidos a NOME DA EMPRESA, por esta são incorporados e tratados num ficheiro da sua
responsabilidade, tendo como único fim a gestão dos serviços solicitados pelo cliente, por forma a cumprir
as exigências legais aplicáveis.

Autorizo o tratamento dos referidos dados e aceito o acesso aos mesmos, pelos colaboradores da NOME
DA EMPRESA que desenvolvam qualquer das atividades necessárias para a prestação e promoção do
serviço.

Tenho conhecimento que sou livre de fornecer ou não as informações solicitadas e de autorizar ou não o
seu tratamento, quando submeto um formulário devidamente preenchido.

Aceito que não fornecendo todas as informações solicitadas, a NOME DA EMPRESA poderá não prestar-me
o serviço ou vender o bem, ou conseguir o correto funcionamento de algumas funcionalidades presentes
e/ou futuras no portal, bem como eficácia de um o posterior envio, tratamento informático, consulta ou
contacto.

Tenho conhecimento que tenho o direito de retirar o meu consentimento a qualquer momento, não
comprometendo nesse caso, a licitude do tratamento efetuado com base no consentimento previamente
dado.

___/____/____ ___________________________________
(Data) (Assinatura)

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 37 de 39


Minuta 4

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 38 de 39


Bibliografia

1. AA V., Formalidades para a criação de empresas: tipos de sociedades, Ed. ANJE – Gabinete de
apoio jurídico, s/d
2. Correia, Miguel, Direito Comercial – Direito de Empresa, Ed. Almedina, 2018
3. Ferreira, Abel, Documentação comercial – Guia do formando, ISG/ IEFP, 2017
4. Ferreira, Abel, Legislação comercial – Guia do formando, ISG/ IEFP, 2018
5. FAZENDEIRO, Ana, Regulamento Geral Sobre a Proteção de Dados - Algumas notas sobre o RGPD,
Reimpressão da 2.ª Edição, Almedina, 2018;
6. MAGALHÃES, Filipa Matias, Regulamento Geral de Proteção de Dados – Manual Prático, 2.ª Edição
Revista e Ampliada, Vida Económica, fevereiro de 2018;

Webgrafia
https://www.portaldasfinancas.gov.pt/pt/home.action
https://www.occ.pt/pt/
https://www.informador.pt/

Copyright©2023 Sónia Gomes Página 39 de 39

Você também pode gostar