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Disciplina: Direito Administrativo I – Fontes e Princípios.

Prof Paes
Aluno(a): ________________________________________________

O Direito Administrativo está relacionado à função executiva do Estado.


No presente artigo, trazemos um panorama acerca das principais fontes
e dos principais princípios que regem esse ramo jurídico, bem como
uma lista com suas principais leis.

Quais são as principais fontes do Direito Administrativo?

No Brasil, a principal fonte de obrigações é a lei entendida em seu


sentido amplo, ou seja, os documentos jurídicos escritos em geral. A
seguir, separamos uma breve lista com as principais fontes do Direito
Administrativo.

Constituição Federal
As normas desse documento são hierarquicamente superiores às
demais, logo, todo o restante das normas deve segui-las. Em sua maior
parte, a Constituição Federal traz os pontos de partida e os princípios
do Direito Administrativo.

Leis
Em sentido específico ou estrito, a lei é um documento jurídico
imediatamente abaixo da Constituição Federal e elaborado pelo Poder
Legislativo.

Existem diversas leis que versam sobre temas relacionados ao Direito


Administrativo, como, por exemplo, as Leis 8.112/1990 (Estatuto dos
Servidores Públicos) e 8.666/1993 (Lei de Licitações)*, que serão
tratadas mais à frente nesse texto

* Observe que atualmente temos já em vigor a lei 14.133/21, que é a


Lei de Licitações e Contratos Administrativos.

Decretos
Já os decretos são criados, em regra, pelo Poder Executivo e têm a
função de acrescentar informações essenciais para executar a lei.
Atos normativos infralegais
O Direito Administrativo também é composto por uma série de normas
mais específicas, geralmente voltadas para dar andamento ao dia a dia
ou decidir questões administrativas. Entre esses atos, chamados de
atos normativos infralegais, temos, por exemplo, as portarias, as
instruções e as autorizações.

Jurisprudência
As decisões de casos já julgados também são fontes relevantes, pois
esclarecem dúvidas, suprem lacunas e excluem normas incompatíveis
com a Constituição Federal.

Costumes
Embora seja pouco comum, em alguns casos, práticas sociais
reiteradas e vistas pelos participantes como obrigatórias, chamadas de
costumes, podem ser utilizadas como fonte do Direito.
Ver RE nº 153.531-8 – Decisão de 1997: Farra do Boi é crime;
Ver também artigos 215, CF/88 e 225, VII e § 7º

Princípios
As diferentes fontes dizem, direta ou indiretamente, como as coisas
devem ser: proibidas, permitidas ou obrigatórias.

Nos princípios, há uma diretriz não definitiva. Quando a eficiência


aponta para uma direção, mas não diz exatamente o que precisa ser
feito para atendê-la, pode ser preciso considerar as condições de fato
e de direito para especificar.

Quais princípios norteiam o Direito Administrativo?

Como vimos, a legislação desse gênero não segue os mesmos


princípios das leis destinadas aos particulares. Desse modo, entender
os princípios que norteiam o Direito Administrativo ajuda a compreender
o seu funcionamento.

Por isso, trazemos, a seguir, uma breve explicação sobre os princípios


que norteiam a área.

Legalidade
Nas relações privadas, vale a norma “tudo o que não é proibido é
permitido”. Já para os agentes e gestores públicos, aplica-se o inverso:
tudo o que não é autorizado é proibido.

Enquanto as empresas podem definir como serão seus processos de


recrutamento e seleção livremente, é obrigatória a realização de
concurso público para a ocupação de vagas em para os órgãos
públicos, por exemplo.

Impessoalidade
Outra característica do Direito Administrativo é a exigência de que os
agentes públicos não privilegiem ou prejudiquem nenhum cidadão em
especial. Todos devem ter as mesmas condições de acesso aos
benefícios e decisões que não respeitem isso são consideradas
desvios.
Obs.: Também conhecido na doutrina como princípio da FINALIDADE!

Moralidade
Outra exigência é que os padrões de conduta ética sejam respeitados
por quem atua com o setor público. Embora seja um elemento de difícil
fiscalização, faz parte dos princípios do Direito Administrativo combater
a desonestidade.

Publicidade
Com exceção das questões de segurança ou relativas à privacidade de
pessoas, os atos praticados devem ser de conhecimento geral. O
exemplo mais claro disso é o fato que as decisões públicas são
obrigatoriamente publicadas na Imprensa Oficial.

Eficiência
Os recursos públicos devem ser empregados com o melhor
aproveitamento possível e a entrega de serviços públicos deve se dar
em tempo e condições adequados. Embora não seja concretizado em
muitos casos, esse princípio é utilizado para fundamentar propostas de
melhoria, como concessões, parcerias público-privadas e redução de
burocracia.

Federalismo
No Brasil, também existe a divisão de poderes em nível regional e local.
Cada um dos chamados entes federativos tem relativa autonomia para
administrar os assuntos de seus interesses. Assim, há normas de
Direito Administrativo municipais, estaduais e federais.

Supremacia do interesse público


Um último princípio relevante para entender o Direito Administrativo é
aquele que estabelece que, nesse ramo jurídico, prevalecem os
interesses coletivos em comparação com os privados.

Um exemplo disso é a desapropriação de um local que é necessário


para concretizar objetivos coletivos. Nesse caso, em prol da sociedade,
o indivíduo proprietário daquele espaço pode perder sua propriedade,
mediante indenização.

Quais são as principais leis do Direito Administrativo?

Devido ao princípio da legalidade, já mencionado, é possível entender


o funcionamento do Direito Administrativo ao pesquisar sobre as
normas específicas desse ramo jurídico. A seguir, destacamos as
principais leis existentes dentro do Direito Administrativo.

Estatuto dos Servidores Públicos


A Lei n. 8.112/1990 estabelece os processos para a admissão de
profissionais na Administração Pública Direita, nas autarquias e
fundações federais, bem como os direitos, deveres e vedações dos
servidores no exercício do cargo.

Processo Administrativo
Por sua vez, a Lei n. 9.784/1999 fixa o passo a passo para levar os
requerimentos dos particulares à apreciação dos administradores
públicos. Se uma pessoa teve sua autorização de funcionamento
cancelada, por exemplo, pode recorrer por meio de processo
administrativo antes de ingressar com ação no Poder Judiciário.

Lei de licitações
Os procedimentos para contratação de empresas privadas que
forneçam produtos e serviços ao Estado também estão previstos e a Lei
n 8.666/1993 é a norma que visa garantir a imparcialidade e a
concorrência nesses processos.

Mais à frente nesse texto, trataremos dos tipos de licitações existentes.


Parceria público-privada
A Lei n. 11.079/2004 fixa as diretrizes para empreendimentos
realizados por meio da cooperação entre entidades públicas e privadas.
Nesse sentido, o parceiro privado pode ser o responsável pelo
investimento, que será restituído mediante cobrança de tarifa e recurso
público, ou alguém que autoriza o uso de um determinado bem seu pela
Administração Pública.

Responsabilidade civil do Estado


A forma como as entidades públicas ou privadas que prestam serviços
públicos devem indenizar as pessoas pelos danos causados está
prevista na Constituição Federal, em seu art. 37, II, §6º.

Informações sobre o texto


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Revista Jus Navigandi – COM ADAPTAÇÕES

Leitura sugerida CF/88, artigo 37.

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