Brasileiro
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo!
As leis introdutórias direcionam a interpretação e a aplicação das demais normas, sendo conheci
das como "norma das normas". A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro é uma lei a
utônoma, não integrante do Código Civil, que dispõe sobre a vigência e obrigatoriedade das nor
mas integrantes do ordenamento jurídico, como devem ser compreendidas e integradas, consider
ando o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada, além de estabelecer diretrizes
para o Direito Internacional no que se refere ao direito de personalidade, bens, heranças e obriga
ções.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer a importância da Lei de Introdução às Nor
mas do Direito Brasileiro, quais são os artigos que a compõem e de que forma os tribunais super
iores a compreendem.
Bons estudos.
DESAFIO
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro exerce importante função para a interpretaç
ão, para a aplicação e para a adequação das normas que compõem o ordenamento jurídico, indep
endente da espécie em que se enquadram.
Imagine que você é analista previdenciário do Instituto Nacional de Seguridade Social e atende J
oão, que o procura porque está preocupado com perder sua aposentadoria.
De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, que orientações você dará
para João? Ele pode perder o benefício previdenciário?
INFOGRÁFICO
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro prevê diferentes formas para o juiz solucio
nar conflitos, conhecidas como fontes do Direito.
Neste Infográfico, você vai conhecer cada uma delas e seus conceitos.
CONTEÚDO DO LIVRO
A lei é obrigatória para toda a sociedade e tem condições específicas de vigência e aplicação. U
ma vez inserida no ordenamento jurídico, deve observar os requisitos de vigência, interpretação
e integração, considerando elementos essenciais para a segurança jurídica.
No capítulo Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB, da obra Direito Civil I:
teoria geral, você vai conhecer a LINDB, sua importância para o estudo do Direito e como os tri
bunais superiores a compreendem.
Boa leitura!
DIREITO CIVIL I:
TEORIA GERAL
Cinthia Louzada
Ferreira Giacomelli
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-444-1
Introdução
As leis introdutórias direcionam a interpretação e a aplicação das demais
normas. A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) é
uma lei autônoma, não integrante do Código Civil, que dispõe sobre
a vigência e obrigatoriedade das normas integrantes do ordenamento
jurídico, como devem ser compreendidas e integradas, considerando o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada, além de estabelecer
diretrizes para o Direito Internacional no que se refere aos direitos que
envolvem personalidade, bens, heranças e obrigações.
Neste capítulo, você vai conhecer a importância da Lei de Introdução
às Normas do Direito Brasileiro, quais são os artigos que a compõem e
de que forma os tribunais superiores a compreendem.
[...] não está incluída no Código Civil, cuja matéria se circunscreve às relações
de ordem privada, por tal razão, em boa hora veio a lume a Lei nº. 12.376/2010.
Além disso a fixação de normas desse teor, em uma lei especial, tem a vantagem
de permitir ulteriores modificações, independentemente das transformações
que se operarem nos institutos civis.
Assim, a norma jurídica pode ser expressa por meio de disposição que
determina uma conduta ou uma forma de organização que sejam obrigatórias.
Desse modo, a norma jurídica prevê um dever–ser relativo a uma conduta ou
a uma forma de organização. Ainda cabe ressaltar que o conteúdo da norma
jurídica pode ser enunciado sob a forma escrita, oral ou com outro mecanismo
de comunicação: o semáforo vermelho, por exemplo, é uma norma que impõe
a parada de carros no tráfego de automóveis.
A norma jurídica de conduta, em regra, prevê um fato típico de forma genérica. Verifi-
cando-se um caso concreto que corresponda ao fato previsto na norma, o responsável
pelo fato deve arcar com as consequências determinadas pela norma jurídica. Já nas
normas jurídicas instrumentais, no entanto, não se verifica um fato típico, mas apenas
um dever a ser observado ou cumprido.
Se a lei não especificar o seu período de vacância, tal período será de 45 dias. Da mesma
forma, o art. 2º prevê: “não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até
que outra a modifique ou revogue” (BRASIL, 1942, documento on-line), de maneira
que discorre sobre a cessação da vigência das leis.
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 5
A revogação citada na LINDB pode ser parcial ou total, por atingir parte
ou a totalidade dos dispositivos legais. A revogação total é chamada de
ab-rogação, enquanto a revogação parcial é chamada de derrogação. A
ab-rogação, portanto, exclui por completo a eficácia da lei anterior, sendo que
a derrogação atinge apenas uma parte, permanecendo plenamente vigentes
as disposições não derrogadas. Para Caio Mário Pereira (2014, p. 105):
[...] ab-rogada uma lei, desaparece e é inteiramente substituída pela lei re-
vogadora, ou simplesmente se anula, perdendo o vigor de norma jurídica a
partir do momento em que entra em vigor a que a ab-rogou. Derrogada, a
lei não fenece, não sai de circulação jurídica, mas é amputada nas partes ou
dispositivos atingidos, apenas estes perdem a obrigatoriedade.
[...] a coisa julgada existe como criação necessária à segurança prática das
relações jurídicas e as dificuldades que se opõem à sua ruptura se explicam
pela mesmíssima razão. Não se pode olvidar, todavia, que numa sociedade de
homens livres, a Justiça tem de estar acima da segurança, porque sem Justiça
não há liberdade (BRASIL, 2001, documento on-line).
O Direito Internacional é um ramo jurídico autônomo, que conta com instrumentos normativos e
specíficos. Contudo, a Lei de Introdução apresenta importantes conceitos e regras para situações
nas quais o Direito Estrangeiro se relaciona com o Direito Brasileiro.
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EXERCÍCIOS
Situar-se no tempo e no espaço, pois cada Código é introduzido por uma LINDB, de acord
B)
o com a matéria que regula.
É essencial para a aplicação das normas jurídicas que se referem às relações especificamen
C)
te obrigacionais, nos termos do Código Civil.
A LINDB apresenta normas que regulam toda a ordem jurídica. Para a correta compreensã
D)
o do ordenamento jurídico, o estudo dessa lei é fundamental.
Compreender o âmbito de aplicação das normas de conduta, sendo que as normas de organ
E)
ização são reguladas por lei de introdução específica.
2) Sobre a revogação, considere o texto abaixo:
Em termos jurídicos, a revogação legal poderá ser total ou parcial. À revogação total
da lei, dá-se o nome de ___________, enquanto à revogação parcial do texto legal dá-s
e o nome de ____________. Ambas as espécies podem ser de maneira expressa ou táci
ta.
ab-rogação; derrogação.
A)
derrogação; ab-rogação.
B)
supressão; derrogação.
C)
extinção; ab-rogação.
D)
ab-rogação; supressão.
E)
3) De acordo com a LINDB, sobre o período de tempo entre a publicação da lei, ou seja,
quando ela se torna válida no ordenamento jurídico, e o início da efetiva produção de
seus efeitos, é correto afirmar que:
a vigência da lei ocorre 45 dias após a publicação, mesmo que a própria lei indique outro p
A)
razo.
a lei começa a vigorar, em todo o País, trinta dias depois de oficialmente publicada.
B)
o período entre publicação e vigência da lei é chamado de vacatio legis e é de trinta dias, s
C)
alvo disposição em contrário da própria lei.
o prazo para que a lei entre em vigor é de 45 dias após a publicação, salvo especificação di
D)
ferenciada, na própria lei.
o prazo para que a lei comece a viger é de trinta dias após a publicação, salvo se a lei dispu
E)
ser prazo diferenciado, limitado a 45 dias.
4) Nos termos do artigo 6.o da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, pode-
se entender que a situação consumada de acordo com a lei vigente ao tempo em que s
e efetuou, assim como a conquista de elemento que se incorpora ao patrimônio da pes
soa, são chamados, respectivamente, de:
deve ser aplicada como exceção, em casos específicos, que envolvam a dignidade da pesso
A)
a humana, por exemplo.
os tribunais superiores brasileiros não admitem a relativização, tendo em vista que a coisa j
B)
ulgada é um valor expresso na LINDB.
a relativização da coisa julgada deve ser aplicada como regra, sendo exceção a consideraçã
C)
o de sentença judicial da qual não é cabível recurso.
trata-se de um inovação do Superior Tribunal de Justiça, que precisa ser validada pelo Sup
D)
remo Tribunal Federal.
foi admitida no ordenamento jurídico brasileiro até a entrada em vigor do novo Código Civ
E)
il.
NA PRÁTICA
Em 2016, o Superior Tribunal de Justiça julgou o REsp 1.217.166, processo judicial no qual um
a senhora pleiteava a alteração do seu nome no registro civil, tendo em vista que era conhecida p
or outro nome no meio social: no documento, chamava-se Raimunda, sendo que era conhecida p
or Danielle.
Neste Na Prática, saiba mais sobre a decisão do STJ.
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professo
r:
Antinomia jurídica
Assista a este vídeo sobre antinomia jurídica: o que é, como se aplica e qual é sua importância p
ara o ordenamento jurídico.
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Leia este artigo sobre a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e as principais regula
mentações trazidas por ela.
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Nesta reportagem, você lerá sobre decisão do STJ que relativiza a coisa julgada em prol do direi
to sucessório de filho não reconhecido.
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