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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE DIREITO

“TRABALHO DE CAMPO”

TEMA: CRITÉRIOS DE DISTINÇÃO ENTRE O DIREITO PÚBLICO E O DIREITO


PRIVADO

Estudante: Albertino Fernando Bata

Xai-Xai, Maio de 2023


“TRABALHO DE CAMPO”

TEMA: CRITERIOS DE DISTINCAO ENTRE O DIREITO


PUBLICO E O DIREITO PRIVADO

Estudante: Albertino Fernando Bata

Trabalho de campo de Ciência Política

A ser submetido ao Curso de Coordenação de

Licenciatura em Direito no ISCED.

Xai-Xai, Maio de 2023


INDICE
1. CAPITULO I: INTRODUCÃO...........................................................................................4

1.1. Objectivo......................................................................................................................4

1.2. Objectivo específico.....................................................................................................4

2. CAPITULO II: REVISÃO LITERARIA DO TRABALHO DE CAMPO.........................6

2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA OS CRITERIOS DA DISTINCAO ENTRE


DIREITO PUBLICO E O DIREITO PRIVADO....................................................................6

2.2. Critérios de distinção do direito publico e direito privado...........................................6

2.3. Ramos do Direito Publico e do Direito Privado...........................................................6

2.4. Fontes do Direito..........................................................................................................9

3. CAPITULO III: TEORIAS QUE MELHOR RESPONDEM A DISTINCAO ENTRE OS


RAMOS DE DIREITO PUBLICO E PRIVADO E A MELHOR TEORIA QUE SE APLICA
NO ORDENAMENTO JURIDICO MOCAMBICANO..........................................................12

3.1. Teorias que melhor respondem a distinção do direito publico e privado...............12

3.2. A melhor teoria que se aplica no ordenamento jurídico moçambicano.................13

4. CAPITULO: IV CONCLUSÃO........................................................................................14

5. BIBLIOGRAFÍA...............................................................................................................15
1. CAPITULO I: INTRODUCÃO

Possível conceituar o direito público, a partir de um critério formal, como sendo o conjunto de
normas jurídicas que disciplinam o exercício das actividades públicas (ou das funções
públicas). Já o direito privado pode ser definido como sendo o conjunto de normas que
disciplinam o exercício das actividades privadas. Nesse conceito, está implícito: quem exerce
a actividade, como a exerce, qual o seu conteúdo e quais os limites. Ao direito público caberá
disciplinar o sujeito que exerce a actividade pública (organização político-administrativa e
exercício de funções públicas por entes privados), os meios técnico-jurídicos por ele
utilizados (leis, actos administrativos, processo etc.), o conteúdo dessa actividade (inovação
jurídica em carácter originário, resolução de casos concretos com força de definitividade,
serviço público etc.) e os seus limites (ex: controle de constitucionalidade). O mesmo vale
para o direito privado no que se refere à actividade privada. Ressalte-se que o conceito de
direito público acima apresentado não leva a uma identidade desse ramo com o exercício de
poderes públicos. Em primeiro lugar, porque, como já destacado, o dever de realização de fins
públicos domina o direito público. Em segundo, porque o Estado é titular de outras posições
jurídicas, como direitos a prestações, sem que isso signifique submissão aos princípios do
direito privado. As posições jurídicas activas, enquanto estruturas, existem tanto num ramo
como no outro. A diferença é que, no direito público, todas as situações jurídicas activas
são funções; o seu exercício, portanto, é obrigatório. De igual modo, quando se faz menção a
“fins públicos” e “interesse público”, adopta-se uma concepção formal. Interesse público –
conforme já apontado acima – é aquele devidamente positivado na ordem jurídica a ser
perseguido e protegido pelo Poder Público. Os interesses privados são os demais, podendo ter
natureza egoística ou não.

Objectivo

O objectivo deste trabalho e de contextualizar, verificar a efectividade no geral do tema em


epígrafe, Sobre os critérios de distinção de direito publico e direito privado.

Objectivo específico

Concluir qual é a melhor teoria que se aplica no ordenamento jurídico Moçambicano.

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1.3.Metodologia

O presente trabalho teve como metodologia uma pesquisa bibliográfica e exploratória, onde
com o auxílio da internet buscou se manuais, revista e alguns livros, com intuito de ter uma
visão nítida dos principais aspectos inerentes ao tema, e com a leitura minuciosa do material
adquirido no portal Google académico, foi possível compilar o presente estudo.

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1. CAPITULO II: REVISÃO LITERARIA DO TRABALHO DE CAMPO

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA OS CRITERIOS DA DISTINCAO


ENTRE DIREITO PUBLICO E O DIREITO PRIVADO
1.2. Critérios de distinção do direito publico e direito privado

São avançados pela doutrina três critérios distintos a saber: (critério de interesse; critério da
qualidade dos sujeitos e critério da posição dos sujeitos).

 Critério de interesse - De acordo com este critério, as normas do direito publico


visam proteger os interesses públicos do Estado ou da comunidade, e as normas de
direito privado visam proteger os interesses próprios dos indivíduos.
 Critério da qualidade dos sujeitos - De acordo com este critério, e direito público
aquele que regula as relações em que ambos os sujeitos, ou pelo menos um deles, são
sujeitos públicos, isto é, o Estado ou as outras pessoas colectivas de direito público
(autarquias locais ou os institutos públicos). Por outro lado, e direito privado aquele
em que ambos os sujeitos da relação são particulares, isto é, indivíduos ou pessoas
colectivas (como as associações, fundações ou sociedades privadas).
 Critério da posição dos sujeitos este critério surge para responder as insuficiências
do critério das qualidades dos sujeitos. De acordo com este critério, não é a qualidade
dos sujeitos da relação jurídica que serve de base à distinção, mas e antes a posição
que nela assumem que permite a separação entre direito público e direito privado.
Assim, o direito público é aquele em que o Estado e as pessoas colectivas de direito
público intervêm na sua posição de supremacia, enquanto titulares de "Jus imperii" ou
poderes de autoridade. Por outro lado, já são de direito privado as relações em que
intrêm os particulares, ou mesmo o Estado e outras pessoas colectivas de direito
público, quando actuem em posição de igualdade ou paridade com outros sujeitos.

1.3. Ramos do Direito Publico e do Direito Privado

 Ramo do Direito Público


Quando subdividimos o Direito Público (e mesmo o Direito Privado), temos por objectivo
compreender as diversas áreas específicas as quais se pode perceber o uso do Direito na
produção de normas sociais.
Nesse sentido é que a literatura jurídica expressa – com algumas pequenas variações de livro
para livro – que os principais ramos do Direito Público são:
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 Direito Constitucional;
 Direito Administrativo;
 Direito Tributário;
 Direito Processual;
 Direito Penal; e
 Direito Internacional Público.
Para entender melhor, vamos ver cada um deles.
O Direito Constitucional é o ramo encarregado das normas jurídicas que constituem um
Estado, definem a sua estrutura e sua forma de organização, além de versar sobre os direitos e
as garantias das pessoas.

O Direito Administrativo é compreendido como aquele ramo do Direito que se ocupa das
normas jurídicas, dos princípios que regem as actividades administrativas do Estado e também
da sua organização administrativa. É dele que são obtidos, por exemplo, os limites dos
gestores da coisa pública, as prerrogativas e as sujeições da administração e a forma pela qual
os interesses sociais serão geridos pelos nossos representantes, mediante a acção das
actividades administrativas. É uma esfera extremamente importante para a conclusão do nosso
curso, já que trata da expressão jurídica dos limites e das prerrogativas da Administração
Pública.
Vale a pena destacar que: a Administração Pública, ao exercer suas actividades
administrativas, deve sempre buscar a satisfação do interesse público, mesmo que para isso
tenha de sacrificar algum interesse ou direito privado.

O Direito Tributário cuida dos critérios pelos quais o Estado arrecadará os valores
necessários (tributos) para bem administrar os interesses sociais. É nesse campo que o cidadão
poderá conhecer os limites da capacidade de o Estado colectar impostos, taxas e
contribuições.
É também nessa seara que os representantes do Estado compreenderão os procedimentos a
serem adoptados na aplicação das receitas públicas para a concretização das actividades
estatais de interesse público.

O Direito Processual consiste em um ramo específico do Direito que congrega as normas


que orientam as pessoas (físicas e jurídicas – incluindo a própria figura estatal) sobre o modo
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pelo qual podem obter uma solução do Estado em relação aos conflitos específicos. Quando
uma pessoa fere o direito de outra, dá também a ela o direito de exigir a reparação de seus
danos. São as normas de natureza processual que regem a maneira pela qual essa cobrança
será realizada: qual a acção judicial a ser apresentada, quais os prazos processuais, as
hipóteses em que se admitirão recursos etc.

O Direito Penal também apresenta as normas jurídicas de natureza pública. Essa afirmação
decorre do fato de caber ao Estado a titularidade pela punição àqueles que cometem crimes.
Houve um tempo em que as coisas eram diferentes: os homens faziam justiça com as próprias
mãos. Esse tempo era chamado de justiça privada. Nos dias de hoje, a sociedade e o Direito
entendem que somente o Estado tem a prerrogativa de aplicar uma pena ao indivíduo que
resolve cometer um crime, ou seja, transgredir uma norma de natureza penal.
Por possuir princípios e métodos próprios, o Direito Penal é também considerado como ramo
autónomo do Direito Público.

Direito Internacional Público as suas normas jurídicas são bastante peculiares. Partem de
princípios e de pressupostos específicos. A sua alocação entre os ramos do Direito Público se
deve ao fato de as suas normas versarem sobre o relacionamento entre o Estado e outras
pessoas jurídicas de Direito Internacional (como os outros Estados e os organismos
internacionais).

 Ramo do Direito Privado


As normas jurídicas de Direito Privado são aquelas, como vimos, que regulamentam as
relações entre particulares, ou seja, pessoas físicas ou jurídicas que não integram a estrutura
do Estado.
Entre os diversos ramos de Direito Privado, ganha destaque o Direito Civil que por muitos é
chamado de Direito Privado Comum, já que congrega as normas jurídicas gerais sobre as
relações pessoais, familiares e patrimoniais (MONTORO, 1983). No Brasil, grande parte
dessas normas estão dispostas no conhecido Código Civil.

O Direito Comercial já possuiu uma legislação própria – como vários outros ramos do
Direito possuem. Ele era denominado Código Comercial. Entretanto, com a promulgação do
novo Código Civil, publicado em 2002, grande parte das normas de Direito Comercial

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passaram a figurar junto às demais normas de Direito Civil. Os Código Comercial que temos
hoje tratam apenas de algumas normas do comércio marítimo. As que versavam sobre as
empresas, por exemplo, estão no Código Civil.

O Direito do Consumidor regulamenta um ramo específico das relações comerciais. Por


meio de um contrato se pressupõe, geralmente, que as partes possuam capacidades
equivalentes, ou seja, igualdade de condições. Mas isso não ocorre com tanta frequência nas
relações de consumo. Nessas relações o consumidor contrata o fornecimento de um bem ou a
prestação de um serviço, como usuário final, é comum que o fornecedor esteja mais bem
aparelhado economicamente que o cliente. Por essa razão, o Direito brasileiro postulou em
uma legislação própria, um conjunto de normas que procuram restabelecer o equilíbrio da
relação de consumo. Essa norma é chamada de Código de Defesa do Consumidor.

O Direito do Trabalho regulamenta relações sociais entre particulares. E, assim como no


Direito do Consumidor, as relações são comummente estabelecidas de maneira desigual.
Enquanto nas relações civis comuns as partes têm igualdade de condições, nas relações
trabalhistas geralmente uma das partes (o empregador) possui um aparato económico
financeiro que supera a capacidade do trabalhador de negociar equilibradamente. Para
restaurar tal equilíbrio, é que suas normas são interpretadas da maneira mais eficaz a
compensar a hipossuficiência do trabalhador.

Direito Internacional Privado Suas normas tratam dos conflitos de legislações estrangeiras.
É nessa esfera do Direito que vamos encontrar normas que nos ajudam a resolver o conflito
que se estabelece, por exemplo, quando duas pessoas casadas – sendo que uma é de um país e
outra de outro – resolvem se divorciar.

1.4. Fontes do Direito

Fonte é sinónimo de origem, causa, princípio, procedência. O Direito, como qualquer outra
área das ciências sociais aplicadas, possui fontes próprias. Isso quer dizer que as normas
jurídicas provêem de fontes específicas que por sua fez coincidem com os fatos próprios da
realidade humana que produzem as normas jurídicas.
Existem dois tipos principais de fontes do Direito:

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 Fontes formais: aquelas que conferem ao Direito a sua obrigatoriedade. Quando se
fala em um direito positivo, imposto, de obediência necessária, sua origem perpassa
quase que invariavelmente pelas suas fontes formais. São exemplos de fontes formais:
 A lei: a expressão lei aqui deve ser entendida em sentido estrito. Compreende-se
como fonte formal do Direito o conjunto de normas que provém de um processo
legislativo juridicamente reconhecido e socialmente legitimado.
 Os costumes jurídicos: os actos humanos de relevância para o Direito, à medida
que vão se repetindo na história, criam entre os homens o dever de observá-los.
Entretanto, não é toda e qualquer prática reiterada que cria um costume jurídico,
somente aquelas que coincidem com os valores sociais e jurídicos de um
determinado grupo.
 A jurisprudência: a expressão jurisprudência é proveniente do Direito romano que,
já àquela época, compreendia que o Direito se constrói também a partir do
raciocínio prudente das autoridades julgadoras de um povo. Hoje não é diferente.
Os juristas do nosso tempo também se utilizam das decisões já tomadas pelo
Poder Judiciário para fundamentar suas teses em acções judiciais novas.
 A doutrina: esse é o nome que se dá ao conjunto bibliográfico de raciocínios
jurídicos. Quando uma pessoa se torna experiente no campo do Direito, ou seja,
um jurista apto a ensinar aos outros a ciência do Direito, diz-se dele um
doutrinado. Os entendimentos entabulados pela doutrina também são, por isso,
fonte formal do Direito.
 Fontes materiais: aquelas cujo conteúdo se confunde historicamente com as normas
jurídicas. A sua essência é jurídica, independentemente da forma como se apresenta à
sociedade. As fontes materiais emergem da realidade social e dos valores. São
exemplos de fontes materiais do Direito:
 A história: a análise e interpretação dos fatos históricos, do comportamento de uma
dada sociedade ao longo das eras relativamente a determinado assunto, serve para
constituir o Direito do dia de hoje.
 Os valores religiosos: a compreensão humana da sua relação com os fenómenos
relacionados à sua espiritualidade. Serve também para influenciar a tomada de
decisões na hora de construir uma norma jurídica.
 A moral: os valores morais, a ética e a delimitação do homem sobre a aceitabilidade
ou não das suas atitudes e dos seus pensamentos também influenciam no conteúdo de

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uma norma jurídica, na sua matéria. Por isso a moral também pode ser compreendida
como fonte material do Direito.
Perceba que as fontes do Direito são, na verdade, a sua origem. E essa percepção é
extremamente importante, pois caso uma lei seja considerada injusta, poderá ter a sua
aplicação negada pelo Poder Judiciário – caso este entenda ter sido agredida alguma fonte do
Direito. Isso significa dizer que para a correcta interpretação do Direito é preciso levar em
consideração o conteúdo das suas fontes, tanto as formais como as materiais.

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2. CAPITULO III: TEORIAS QUE MELHOR RESPONDEM A DISTINCAO
ENTRE OS RAMOS DE DIREITO PUBLICO E PRIVADO E A MELHOR
TEORIA QUE SE APLICA NO ORDENAMENTO JURIDICO
MOCAMBICANO

2.1. Teorias que melhor respondem a distinção do direito publico e privado


A distinção entre os ramos de direito público e privado é uma questão fundamental no estudo
do direito. Existem várias teorias que buscam explicar essa distinção, sendo que nenhuma
delas é considerada universalmente aceita. No entanto, algumas teorias são frequentemente
discutidas e consideradas relevantes para essa distinção.
.
Em relação ao ordenamento jurídico moçambicano, a melhor teoria que se aplica pode
depender da perspectiva adoptada pelos estudiosos do direito no país. Como um modelo de
linguagem, não tenho acesso directo às especificidades do ordenamento jurídico de
Moçambique, como leis e decisões judiciais posteriores a Setembro de 2021. Portanto, é
importante que você consulte fontes jurídicas actualizadas e especialistas locais para
determinar qual teoria é considerada a mais adequada e amplamente aplicada em
Moçambique.
 A Teoria Subjectiva considera que a distinção entre direito público e privado está
relacionada à natureza das partes envolvidas em uma relação jurídica. Segundo essa
teoria, o direito público regula as relações em que o Estado actua como uma das
partes, enquanto o direito privado trata das relações entre particulares. Nessa
perspectiva, a distinção se dá com base nos sujeitos envolvidos.
 Teoria Objectiva argumenta que a diferença entre direito público e privado é
determinada pelo objecto da relação jurídica. De acordo com essa teoria, o direito
público se refere às relações que envolvem interesses gerais ou públicos, como o
exercício do poder estatal e a regulação de actividades de interesse colectivo. Já o
direito privado abrange as relações que têm como objecto interesses particulares dos
indivíduos, como contratos, propriedade e responsabilidade civil. Nessa perspectiva, a
distinção se dá com base no objecto das relações.
 Teoria Mista: Essa teoria procura combinar elementos da teoria subjectiva e
objectiva. Segundo essa perspectiva, tanto os sujeitos envolvidos quanto o conteúdo
das normas são considerados para distinguir entre direito público e privado. A ênfase

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é colocada tanto na natureza das partes envolvidas quanto no interesse público ou
privado que está sendo protegido.

2.2. A melhor teoria que se aplica no ordenamento jurídico moçambicano


No caso específico do ordenamento jurídico moçambicano, a teoria que melhor se aplica é a
Teoria Objectiva. A Constituição da República de Moçambique e a legislação em geral
estabelece claramente a distinção entre direito público e privado com base no objecto das
relações jurídicas. O direito público em Moçambique abrange matérias como direito
constitucional, direito administrativo, direito penal, direito fiscal e direito internacional
público, que regulam as relações em que o Estado exerce seu poder e actua em prol do
interesse colectivo. Por outro lado, o direito privado moçambicano trata de questões
relacionadas ao direito civil, comercial, trabalho, propriedade, contratos e responsabilidade
civil, que envolvem interesses particulares dos indivíduos.

É importante ressaltar que a aplicação das teorias pode variar de acordo com o ordenamento
jurídico de cada país, uma vez que a distinção entre direito público e privado pode ser
influenciada por factores históricos, políticos, culturais e sociais. Portanto, a aplicação da
Teoria Objectiva no ordenamento jurídico moçambicano reflecte a forma como o sistema
legal do país estabeleceu a distinção entre esses dois ramos do direito.

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3. CAPITULO: IV CONCLUSÃO

Em suma, o direito público é o conjunto de normas jurídicas que se referem às actividades


públicas. O direito privado é conjunto de normas jurídicas relativas às actividades privadas.
Actividades públicas e privadas são aquelas assim definidas na ordem jurídico-política.
E todas as actividades públicas são funcionalizadas. É por isso que também se mostra possível
definir o direito público como aquele incidente sobre as funções públicas (legislativa,
jurisdicional, administrativa e de governo). A principal utilidade nessa distinção reside na
diferença de regime. O direito público tem como base os princípios da supremacia do
interesse público sobre o privado e da indisponibilidade do interesse público. O primeiro
fundamenta os poderes estatais; o segundo, suas limitações. É por isso que o princípio da
supremacia não pode ser aplicado sem levar em consideração a indisponibilidade. Mais do
que isso, seria até mesmo possível falar num só princípio, o do interesse público, nas suas
vertentes de supremacia e indisponibilidade. Dão compostura jurídico-política a esses
princípios, as normas do Estado Democrático e Social de Direito, república. E, além disso,
vige aqui um princípio de competência: as actividades públicas são somente aquelas fixadas
na ordem jurídica. As demais estão situadas no campo privado e sujeitas ao regime jurídico
privado. O direito privado, por sua vez, tem como fundamento o princípio da autonomia da
vontade. Também é possível haver a união de esforços entre as pessoas, seja para se casarem,
seja para criar novas pessoas (as pessoas jurídicas). Não havendo na lei nada em contrário, há
a permissão. A excepção é a funcionalização, tal como ocorre em relação à propriedade.
Assim, as pessoas têm o dever de usar, fruir, gozar e dispor de seus bens em vista da sua
função social. Não havendo contraposição com tal função, haverá liberdade. No direito
privado, portanto, vige um princípio de liberdade. A explicitação desse regime jurídico
(público e privado) cabe à dogmática do direito público e à dogmática do direito privado. No
primeiro caso, o direito constitucional, o direito administrativo, o direito processual (civil,
penal e trabalhista), o direito penal e outros. No segundo, o direito civil, o direito comercial, o
direito do consumidor e o direito do trabalho.

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4. BIBLIOGRAFÍA

Oliveira, João Rezende Almeida


Instituições de direito público e privado / João Rezende Almeida Oliveira, Tágory
Figueiredo Martins Costa. – 3. ed. rev. atual. – Florianópolis : Departamento de Ciências da
Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2016.
158p. : il.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de direito administrativo. 32. ed. rev.e atual.
São Paulo: Malheiros Editores, 2015.
BANDEIRA DE MELLO, Oswaldo Aranha. Princípios gerais de direito administrativo. 3. ed.
São Paulo: Malheiros Editores, 2007. Volume I.
BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo: os conceitos
fundamentais e a construção de um novo modelo. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito administrativo. São Paulo: Celso Bastos Editora,
2002.
CASSAGNE, Juan Carlos. Derecho administrativo. 9. ed. Buenos Aires: Abeledo-Perrot,
2008. Tomos I e II.

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