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Com a aparição do poder politico, longe de ser o responsável pela gênese do direito, foi
apenas um dos eventos que exerceram uma reação grave e imediata, tanto na função e
estrutura jurídica, quanto no seu conteúdo. Por essa razão, o regime politico de um país
exerceu influência direta sobre suas regras de Direito Público e ate de Direito Privado.
Segundo o regime em que se vive monárquico, aristocrático, feudal ou democrático, o
Direito Constitucional, o Direito Administrativo e o Direito Fiscal, apresentaram
peculiaridades. A própria organização da família, a aquisição e o uso da propriedade, a livre
iniciativa comercial ou econômica etc., assumirão aspectos variantes, de maior ou menor
rigidez, dependentes dos fatores políticos vigentes.
O Atual momento politico brasileiro oferece eloquente exemplo disso. Tao logo chegou ao
poder o Partido dos Trabalhadores (PT), que arregimentou forças politicas para realizar
profundas reformas constitucionais, como as da Previdência e a Tributária que afetaram
muitos milhões de brasileiros, igualmente de grande repercussão social, sendo certo que
outras reformas como do Judiciário, Politica e Trabalhista estariam em andamento.
A influência dos fatores políticos sobre o Direito torna-se mais patente no caso de
revolução. Mal concluída a tomada do poder pelo grupo revolucionário, surge um novo
Direito, substituindo aquele que servia de sustentáculo normativo ao sistema social, politico
e econômico contra o qual a revolução se lançou. Esse novo Direito, refletindo as novas
tendências politicas, traz no seu bojo a intenção de legitimar e justificar o poder, com o que
se fecha o ciclo revolucionário.
Na Grécia com a Legislação de Sólon, significou a superação de uma questão social; Na
Roma com a Lei das XII Tábuas, estabeleceu-se uma nova relação entre patrícios e plebeus;
assim foi no mundo medieval com a Carta Magna; no mundo contemporâneo, com a
Declaração dos Direitos do Homem e a Legislação Napoleônica; e até mesmo no Brasil com
nossas constituições de 1824, 1891..., 1988. A primeira resultou na revolução da
independência; a segunda, da república; a terceira, as revoluções de 1930 e 1932; a quarta,
do advento do fascismo e do Estado Novo; a quinta, da redemocratização do país pós-
guerra que derrotou o fascismo; a sexta a revolução de 1964; e por fim a última, da
redemocratização do Estado Brasileiro.
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natureza, domesticar os animais, disciplinar a lavoura, criar à arte, a ciência, a religião, a
técnica, o direito, a filosofia, a musica, enfim, levar ao infinito os seus conhecimentos.
A maior evidencia de ser o Direito uma manifestação de cultura social, um fenômeno
cultural, está no fato de surgirem novos ramos do Direito à medida que se expande o
mundo cultural do povo. Falamos hoje em Direito Espacial, Nuclear, das Telecomunicações,
realidade somente possível graças ao progresso cientifico dos tempos modernos.
O Direito enquanto Fatores Religiosos: Antigamente, nos povos antigos, o direito não se
diferenciava da religião. Praticamente se confundiam porque o poder, a autoridade, o
direito e a religião emanavam da mesma divindade. Quando o chefe politico não era
também o líder religioso, este partilhava do poder, exercendo imensa influência sobre o
povo.
Os primeiros intérpretes do direito foram os sacerdotes, homens talhados para tal ofício
pela natureza das ocupações que se desempenhavam nas sociedades rudimentares. Tinham
a posse dos postos de comando (legisladores, chefes militares, conselheiros). Os sacerdotes
contavam com a crença popular que os consideravam inspirados pelos deuses, e cercavam o
direito de um formalismo terrível, convertendo-o em ciência de iniciados, inacessível ao
povo.
Alguns sistemas jurídicos, como entre os povos antigos, ainda hoje estão profundamente
impregnados de religião, a exemplo do que ocorre no Mundo Islâmico, onde as regras
jurídicas e religiosas praticamente se confundem. Entretanto, mesmo os sistemas jurídicos
leigos, onde religião e direito não se confundem e a Igreja está separada do Estado, não
deixam de receber influência constante dos fatores religiosos. Como por exemplo, as
transformações ocorridas no Direito Romano, no que diz respeito a casamento, divórcio,
filiação, estado jurídico da mulher etc., quando se defrontou com as ideias cristãs nos
séculos III e IV de nossa era. Na Idade Média, quando da formação do Direito Canônico, a
religião continuou exercendo largamente a sua influencia, culminando com a criação de
novas instituições.
Nos dias atuais, os países onde predomina o protestantismo são bem mais liberais para
certos assuntos jurídicos do que aqueles onde predomina o catolicismo. O divórcio, no
Brasil, por exemplo, depois de longa e sistemática campanha contrária que a Igreja Católica
lhe moveu, até hoje não temos leis que regulamentam o controle da natalidade em razão da
acirrada oposição que setores conservadores religiosos lhe fazem.
Esses são os principais fatores sociais da evolução do Direito, mas como estes muitos outros
existem a exercer idêntica influência, pois, sendo o direito um fenômeno social, atuam
sobre ele todos os fatores que atuam sobre a sociedade. As mudanças na sociedade mais
cedo ou mais tarde refletem em mudanças na legislação em vigor ou em uma nova
interpretação dada as normas anteriores.
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Professora: Patrícia Formiga