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Consiste em um Direito Público Fundamental, rígido e superior, nas qual deve ser
respeitada independente da ideologia do governo vigente.
c-) Geral: O direito constitucional geral visa generalizar princípios teóricos e constatar a
interdependência e os pontos comuns do Direito Constitucional entre os vários Estados.
A Constituição é uma norma rígida não podendo ser alterada por simples emendas
constitucionais, mas sim em condições excepcionais previstas no Art.60.
b-) Proteção do Estado de Direito: Poder estatal submetido a uma ordem pública;
Nosso sistema é a interação entre a lei e moral (constituído por normas e princípios). O
fim da Segunda Guerra Mundial significou uma total ruptura com o Positivismo Jurídico,
considerado o grande responsável por dar legitimidade às atrocidades do Nazismo.
CONSTITUCIONALISMO
Constituição não surgiu nos tempos modernos, sendo desenvolvida e aprimorada ao
longo da história humana, mesmo que não escrita (tendo em vista que a CF é uma forma de
organização estrutural do estado).
1-) Primitivas:
Surgiu nas primeiras coletividades humanas, as quais eram geralmente ágrafas (sem
escrita), regidas por costumes (convicções religiosas). Os profetas tinham legitimidade para
fiscalizar atos do governo que ultrapassassem os limites bíblicos.
- Teocentrismo.
2-) Antiguidade:
O Rei seguia as vontade e costumes das divindades, abarcado pelo Direito Natural. A
autoridade dos reis também era afetada pela igreja, pois está além de exercer um cargo religioso,
também interferia em assuntos políticos, a igreja detinha grande parte das terras.
O Direito Divino dos Reis concedia aos monarcas grandes poderes no governo do
Estado Nacional, mas não se tratava de uma teoria política prática, e sim um aglomerado de
ideias e crenças. Por ser indicado por Deus, qualquer tentativa de depor o monarca seria tratada
como contestação à vontade de Deus, fato que a sociedade da época ainda tinha muito medo de
questionar.
Mais adiante, Quando o rei João Sem-Terra assumiu, em plena época feudal, não
possuía quaisquer feudos (Demonstrando o quão politicamente frágil era, tendo em visto que, na
época o principal fator de poder é posse de território), os barões feudais insatisfeitos forçaram o
rei, logo que assumiu, a assinar uma Carta de Direitos (conhecida como a Carta maior de
Liberdade ou Magna Charta Libertatum).
Na magna carta (Inglaterra) houve o primeiro indicio de direitos fundamentais, uma
limitação ao poder do rei, garantindo o direito de propriedade, sobretudo da burguesia. Contudo
era direcionado a determinados homens, sem caráter universal.
A rigor, surge o que se entende por constitucionalismo moderno. Tomou força no séc.
XVIII, em que predominavam as constituições escritas como instrumentos para separação do
poder e contenção de qualquer poder arbitrário.
Podemos apontar, basicamente, dois princípios, o Estado de Direito e a dignidade
humana.
- Estado de Direito (Estado de poderes limitados): As normas constitucionais são
superiores ao próprio poder estatal (Influenciando os ideais de Kelsen sobre a hierarquia
constitucional) e garantidor dos Direitos Fundamentais.
Além disso houve a separação dos poderes.
Obs.: No Estado Absoluto a constituição não era escrita, uma figura era
detentora dos três poderes e pregava obediência irrestrita ao soberano.
Final do século XIX, início do século XX. Período marcado pela questão social frente
ao capitalismo. A igualdade formal e o liberalismo econômico (não intervenção do Estado na
econômica e autorregulação do mercado para o desenvolvimento do capitalismo) conduziram à
desigualdade social (concentração de renda e exclusão social).
Não conseguimos garantir a igualdade, criando uma exclusão social em massa, visto
que nem todos foram capazes de desenvolver suas industrias e os proletariados ficaram
submetidos ao trabalho abusivo.
Neste contexto de desigualdade social, visível na Revolução Industrial, associado aos
ideais socialistas de Marx e Engels e a doutrina social da Igreja Católica (Rerum Novarum),
demonstrou a necessidade de intervenção do Estado para a garantia da igualdade material
(justiça social) por meio da implementação de direitos sociais e econômicos, como educação,
moradia, previdência social, trabalho, saúde.
Intervenção estatal: vincula a ordem econômica à social, garantindo direitos sociais. –
2° Geração.
Contribuições:
1-) Estado intervencionista na economia, com a ideia de Justiça social (igualdade
material);
2-) Garantia de direitos sociais, econômicos e culturais (direitos de 2.ª dimensão ou
geração);
3-) Prestações positivas do Estado para implementar direitos sociais e econômicos,
como educação, moradia, previdência social.
4-) Constituição dirigente (compromissória): na medida que se sedimenta o conteúdo
social, surgem nos textos constitucionais normas programáticas (fixa regras para dirigir as ações
governamentais, programas de governo).
5-) Desenvolvimento dos instrumentos de democracia participativa: iniciativa popular,
plebiscito e referendo.
NEOCONSTITUCIONALISMO
Após a 2.ª Guerra Mundial, a partir do século XXI, a doutrina desenvolveu uma nova
perspectiva sobre o constitucionalismo: o neoconstitucionalismo, também denominado pós-
positivismo ou constitucionalismo pós-moderno.
Devido as atrocidades de Hitler, a concepção de direitos humanos sofreu ruptura e uma
reconstrução, estabelecendo um novo modelo de interpretação da norma, entrelaçando regras
com princípios.
Com o pós guerra, as constituições passaram a consagrar a DIGNIDADE HUMANA
como valor fundamental dos Estados (aproxima o direito da moral).
Nesta nova fase, o caráter ideológico do neoconstitucionalismo é a concretização dos
direitos fundamentais assegurados. Todas as decisões devem orbitar a dignidade humana.
Quando incorporada os princípios no ordenamento, houve uma revolução
constitucional.
Características:
Constituição Formal:
- São todas as que Normas que estão expressas (introduzidas) na constituição
- Dessa forma, mesmo não se tratando de regra de organização do Estado ou de direito
fundamental, se estiver no texto da constituição, o preceito será formalmente constitucional.
- As regras podem ter forma, mas não ser matéria.
Obs.: Por ser constitucional, possui um processo mais dificultoso (Rígido)
do que o procedimento de elaboração e modificação das normas
infraconstitucionais (Emenda Constitucional – art. 60).
Ex. 1: art. 242, § 2.º: Estabelece que o Colégio Dom Pedro II, localizado no RJ, será
mantido pela União (responsabilidade federal).
- Esta norma, embora não seja de matéria constitucional, é considerada formalmente
constitucional, pois foi inserida na CF.
Constituição Material:
- Diz respeito a todas as regras estruturais. São normas sobre: forma de Estado, governo,
órgãos (Organização do estado) e direitos humanos.
- São as regras de matéria (Natureza) constitucional, mas não positivadas.
- São as regras e princípios que tratam sobre a organização do Estado e Direitos
fundamentais, podendo ou não estar inseridos na constituição.
Kelsen X Schmitt
Kelsen
Teoria Pura do Direito.
“O fundamento de validade de uma norma apenas pode ser a validade de uma outra
norma” (pirâmide normativa kelseniana).
Todas as normas possuem um fundamento de validade, sendo ela a constituição (Rígida
e suprema). A norma imediatamente inferior busca seu fundamento de validade na norma
superior, e assim sucessivamente até uma norma que se pressupõe como a última e mais elevada
de toda a ordem normativa.
Carl Schmitt
Já para Schmitt, a constituição não é um ordenamento jurídico, mas sim decisão política
fundamental, ou seja, a constituição é resultado de uma decisão voluntaria dos representantes
políticos que irá ordenar a sociabilidade do povo (Conjunto de normas que o povo indiretamente
elegeu para coordena-los).
O titular do poder constituinte originário é o povo. Nesse sentido, a constituição em
sentido positivo configura um ato do poder constituinte, o qual existe pela decisão de um povo
em construir um sistema de direito
A constituição é uma via de mão dupla, na qual é influenciada por outros fatores sociais
como:
- CONCEPÇÃO CULTURALISTA: A constituição é fruto não somente de fatores
históricos, sociais, políticos, jurídicos ou culturais, mas também da vontade humana, tudo
combinado (constituição total)
Nela é embarcada os demais conceitos de constituição,
PRINCÍPIOS e REGRAS
Obs.: Entre uma norma geral em conflito com a especial, deve ser escolhido
a especial
CONCLUSÃO: a Constituição de um país não pode ser vista por uma única concepção
e sim uma junção.
Todas estas concepções pecam pela unilateralidade: a Constituição deve ser um
complexo, uma conexão de todas as concepções (sociológica, política, jurídica, normativa e
cultural) – de maneira que represente uma interação com a realidade.
a-) ESCRITA (ou instrumental): Aquela cujas regras estão sistematizadas e dispostas
em um documento escrito e solene (codificadas em um documento), elaborado pelo poder
constituinte, incluindo todas as normas tidas como fundamentais para a estrutura do Estado,
organização dos poderes e direitos fundamentais.
É importante ressaltar que escrever uma norma a torna mais rígida.
Ex.: CF/88.
b-) CONSUETUDINÁRIA (ou costumeira): Possui regras que não estão codificadas em
um documento escrito e unificado (podem estar escritas, mas não é obrigatório). Baseia-se nos
usos, costumes e documentos esparsos, incluindo convenções, decisões e precedentes judiciais.
Ex.: A Constituição Inglesa
b-) HISTÓRICA: elaborada de forma gradual (sem ruptura), por meio de um processo
contínuo em que são reunidos, ao longo do tempo, aspectos históricos e tradicionais de uma
nação.
Ex.: Constituição Inglesa.
Em suma:
Controle de Constitucionalidade;
Rigidez Constitucional;
Limitação ao poder derivado;
Supremacia da Constituição.
EFICACIA X APLICABILIDADE
Obs.: A aplicação da norma nada mais é do que a sua atuação concreta, para
reger as relações da vida real. Mas uma norma só é aplicável se, primeiro,
estiver em vigor; segundo, se for válida ou legítima; terceiro, se for eficaz
Exemplo:
Art. 133 da CF/88: “O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo
inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”.