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Faculdade de Direito
Índice
1. Introdução...............................................................................................................................3
2. Objectivos...............................................................................................................................4
2.1. Geral.....................................................................................................................................4
2.2. Específicos...........................................................................................................................4
3. Metodologia do Trabalho........................................................................................................4
4.3. A Distinção entre Direito Público e Direito Privado com base no Critério Formal..........10
Considerações Finais................................................................................................................12
Referências Bibliográficas........................................................................................................13
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1. Introdução
Toda ciência, para ser bem estudada, precisa ser dividida, ter as suas partes claramente
discriminadas. A primeira divisão que encontramos na história da Ciência do Direito é a feita
pelos romanos, entre Direito Público e Privado, segundo o critério da utilidade pública ou
particular da relação: o primeiro diria respeito às coisas do Estado, enquanto o segundo seria
pertinente ao interesse de cada um. (Silva, 2014, p. 5). Neste presente trabalho de campo
referente à disciplina de Introdução ao Direito, visa abordar de forma detalhada, aspectos
ligados ao direito público e direito privado. Nele, no âmbito das actividades obrigatórias do
módulo de Introdução ao Direito irá se traçar um breve caminho sobre os critérios de
distinção entre os dois ramos do direito acima referidos. Far-se-á uma breve abordagem em
torno da teorias que respondem a diferença entre os ramos do direito público e privado.
2. Objectivos
2.1. Geral
Analisar os critérios de distinção entre o Direito Público e Direito Privado.
2.2. Específicos
Contextualizar o Direito Público e Privado;
Definir os conceitos de Direito Público e Direito Privado;
Descrever os critérios de distinção entre o Direito Público e o Direito Privado;
Conhecer os critérios de distinção entre o Direito Público e o Direito Privado;
Distinguir o Direito Público do Privado;
3. Metodologia do Trabalho
Segundo Fonseca (2002), “methodos” significa organização, e “logos”, estudo
sistemático, pesquisa, investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos
caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer
ciência. Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para
fazer uma pesquisa científica.
Com base nos conceitos acima, importa referir que, todos nós devemos seguir as leis
do direito público, ou seja, elas se aplicam a todos para que a sociedade siga organizada e as
pessoas que cometerem crimes não saírem impunes. Nesse ramo do direito o Estado está
acima do indivíduo pois representa os interesses e regras do colectivo. (Ibdem).
Assim, a grande diferença entre Direito Público e Privado é exactamente para quem
este profissional do direito está prestando os seus serviços (que pode representar casos que
envolvem compras e vendas, permutas, doações etc.). Nesse caso, o profissional pode ser
autónomo ou ter escritório próprio. (Ibdem, p. 2).
Entretanto, além deles, também será feita menção à teoria da imputação, que não deixa
de ser uma derivação da teoria da subordinação. Ao final, serão citados autores que negam a
utilidade na distinção e os que defendem haver uma tricotomia.
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Neste sentido, importa salientar que a crítica feita a esse critério é o seguinte: nem
sempre é possível determinar se o interesse protegido é do Estado ou dos particulares. Franco
Montoro (2005), sustenta que são inúmeras as regras que visam ao interesse geral, embora
pertençam ao direito privado. É o caso do direito de família. Perlingieri (2007), por sua vez,
aponta que, na sociedade actual, mostra-se difícil individualizar um interesse privado que seja
completamente autónomo em relação ao interesse público. Acrescenta ainda que a dificuldade
em se traçar as linhas de fronteira entre o direito público e privado aumenta quando se tem em
vista interesses colectivos, de categoria intermediária (como é o caso do interesse sindical).
Nesta senda, Coelho (2004) faz crítica semelhante a exposta por Perlingieri e assevera
ainda que depende muito mais do ponto de vista pessoal do intérprete a indicação de qual
interesse deve ser tutelado na relação jurídica concreta – se público ou se privado – do que do
conteúdo da relação jurídica. O autor ressalta que, actualmente, já não é mais possível
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Já José Oliveira Ascensão critica esse critério, pois, segundo ele, o Estado e demais
entes públicos também podem actuar nos mesmos termos que qualquer outra pessoa,
“utilizando as mesmas armas que os particulares”. (Freire, 2017). Aliás, pode-se acrescentar
que a doutrina de direito administrativo costuma indicar as actividades administrativas de
direito privado, isto é, tarefas realizadas pela Administração submetidas ao direito privado.
Entretanto, de facto, esse critério não se mostra útil. A actuação do “BNDES” – ao celebrar
contractos de financiamento é, fundada no direito privado. De igual modo, quando o Estado
cria empresas estatais de intervenção no domínio económico (ex.: Banco de Moçambique,
dentre outras), são inúmeros os actos jurídicos privados por elas praticados, por isso, o critério
do sujeito não se mostra útil. (Ibdem).
Por sua vez, o mesmo autor, aponta que quando a relação jurídica for de paridade, de
igualdade, está-se diante do direito privado. Radbruch (2010), segue essa linha, que, para ele,
quando uma obrigação provém da ordem de um terceiro, ela é, usualmente, de direito público.
Entretanto, quando a obrigação deriva de uma auto-sujeição, normalmente está em pauta o
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direito privado. Em vista disso, o autor acima referenciado expõe que as relações de
supremacia e sujeição (isto é, entre soberano e súbdito) são de direito público, ao passo que,
nas relações de direito privado, os sujeitos estão em igual posição.
Contudo, alerta o autor que nem todas as relações jurídicas do Estado são de direito
público. É o que ocorre nos casos em que o Estado não se apresenta como soberano, mas
como “fisco”, relacionando-se com os demais sujeitos em pé de igualdade. Desta feita,
quando o Estado não se relaciona munido de seus poderes de autoridade, então a relação será
de direito privado. Forsthoff (1958) citado por Feire (2017), também reputa a teoria da
subordinação como a mais adequada para diferenciar o direito público do direito privado,
apesar de reconhecer que, em certos casos, o Poder Público também se coloca em relações de
coordenação (como no caso da relação entre Municípios).
Neste sentido, refere-se ainda que o direito privado conhece relações de subordinação,
nas quais um sujeito pode impor sua vontade ao outro (como no caso do poder de trabalho
laboral). Ademais, acrescenta-se que no direito público também há relações de equilíbrio,
como a existente entre as pessoas de direito público.
4.3. A Distinção entre Direito Público e Direito Privado com base no Critério Formal
Freire (2017, p. 5), assevera que a identificação de um critério capaz de diferenciar o
direito público do direito privado, como foi possível perceber, não é tarefa simples. No
entanto, isso não significa que a solução seja simplesmente negar a dicotomia, ou afirmar que
ela está ultrapassada. Essa postura, embora mais cómoda, não oferece àquele que estuda e
aplica o direito uma solução útil: mesmo polémica, a distinção entre direito público e privado
é utilizada por advogados, juízes, promotores, cientistas do direito, agentes públicos e até por
pessoas que não têm formação jurídica. Entretanto, muito mais do que por uma questão
pragmática, isto é, de uso dessas expressões pelos sujeitos, a distinção se justifica porque o
direito público e o direito privado implicam regimes jurídicos distintos. Nesse sentido, a
distinção entre actividade pública e privada é fundamental.
Neste contexto, para saber quando uma actividade é pública basta verificar na
Constituição e nas leis se a tarefa foi ou não atribuída ao Poder Público como sendo de sua
titularidade. Há, aqui um princípio de competência: se a actividade foi conferida pela ordem
jurídica ao Estado, trata-se de actividade pública e, portanto, incide o direito público. Se a
actividade não foi juridicamente reservada ao Estado, ela é livre aos sujeitos privados, é de
sua titularidade, sendo, pois, aplicável o direito privado. Logo, será o próprio direito positivo
que indicará quando estará em pauta o direito público e o privado. O critério é, por
conseguinte, formal. (Freire, 2017).
Nesta ordem de ideias, importa salientar que a diferença entre Direito Público e o
Direito Privado, é que o público lida com questões relacionadas a pessoas que actuam no
poder público, servindo somente aos interesses públicos, enquanto o privado serve aos
interesses particulares (pessoas ou empresas).
Assim, a seguir abaixo detalha-se tudo sobre as diferenças entre Direito Público e
Direito Privado (os ramos dos dois direitos).
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Considerações Finais
Em gestos de conclusão do presente trabalho der campo sobre os critérios de distinção
entre o Direito Público e Direito Privado, ouviu-se falar bastante nessas duas instâncias do
Direito, e é bom saber a diferença entre elas. O Direito Privado rege as relações dos interesses
entre as pessoas. Já o Direito Público fala das normas do Estado com a sociedade, além de
estabelecer leis para as actividades estatais. Assim, o Direito Privado acontece entre pessoas e
empresas, que podem estabelecer alguns acordos entre si. Por exemplo, um contracto de
aluguer é regido pelo Código Civil moçambicano, que tem uma Lei, a do inquilinato, com
algumas regras que precisam ser seguidas, como o valor do reajuste anual e como funcionam
as acções de despejo. Mas determinados trechos do contracto podem ser combinados entre
inquilino e proprietário, daí o valor mensal e o dia do pagamento do aluguer, o prazo do
contracto, o que pode ou não ser feito dentro da casa.
Por outro lado, o Direito Público traz normas que devemos seguir porque o Estado se
coloca em uma posição superior ao indivíduo. É o que se chama do interesse colectivo se
sobrepor ao individual. Dessa forma, são leis que nos “proíbem” de fazer algo ou nos
obrigam. Um exemplo é o pagamento de impostos. Somos obrigados por lei a pagá-los. Caso
contrário, pagamos uma multa, o valor do tributo com juros e podemos até sofrer sanções.
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