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Universidade Aberta ISCED

Faculdade de Direito

Curso de Licenciatura em Direito

Trabalho de campo da cadeira de Introdução ao Direito:


Os Critérios de Distinção entre o Direito Público e Direito Privado

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Direito da UnISCED.

O Tutor: Msc. António Charles

Géneses Olímpio Armando – Código: 71230140

Quelimane, Maio de 2023


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Índice
1. Introdução...............................................................................................................................3

2. Objectivos...............................................................................................................................4

2.1. Geral.....................................................................................................................................4

2.2. Específicos...........................................................................................................................4

3. Metodologia do Trabalho........................................................................................................4

4. Direito Público e Direito Privado...........................................................................................5

4.1. Definição de Conceitos........................................................................................................5

4.1.1. Direito Público..................................................................................................................5

4.1.2. Direito Privado..................................................................................................................6

4.2. Os Critérios de Distinção entre o Direito Público e o Direito Privado................................6

4.2.1. Critério do Interesse..........................................................................................................7

4.2.2. Critério do Sujeito.............................................................................................................8

4.2.3. Critério da Subordinação..................................................................................................8

4.3. A Distinção entre Direito Público e Direito Privado com base no Critério Formal..........10

4.4. Ramos do Direito Público..................................................................................................11

4.4.1. Ramos do Direito Privado...............................................................................................11

Considerações Finais................................................................................................................12

Referências Bibliográficas........................................................................................................13
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1. Introdução
Toda ciência, para ser bem estudada, precisa ser dividida, ter as suas partes claramente
discriminadas. A primeira divisão que encontramos na história da Ciência do Direito é a feita
pelos romanos, entre Direito Público e Privado, segundo o critério da utilidade pública ou
particular da relação: o primeiro diria respeito às coisas do Estado, enquanto o segundo seria
pertinente ao interesse de cada um. (Silva, 2014, p. 5). Neste presente trabalho de campo
referente à disciplina de Introdução ao Direito, visa abordar de forma detalhada, aspectos
ligados ao direito público e direito privado. Nele, no âmbito das actividades obrigatórias do
módulo de Introdução ao Direito irá se traçar um breve caminho sobre os critérios de
distinção entre os dois ramos do direito acima referidos. Far-se-á uma breve abordagem em
torno da teorias que respondem a diferença entre os ramos do direito público e privado.

Entretanto, no trabalho, falar-se-á primeiramente da noção dos ramos de Direito, na


perspectiva de vários autores que retratam estes assuntos, trazendo as ideias no que concerne a
estes dois ramos de direito.
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2. Objectivos

2.1. Geral
 Analisar os critérios de distinção entre o Direito Público e Direito Privado.

2.2. Específicos
 Contextualizar o Direito Público e Privado;
 Definir os conceitos de Direito Público e Direito Privado;
 Descrever os critérios de distinção entre o Direito Público e o Direito Privado;
 Conhecer os critérios de distinção entre o Direito Público e o Direito Privado;
 Distinguir o Direito Público do Privado;

3. Metodologia do Trabalho
Segundo Fonseca (2002), “methodos” significa organização, e “logos”, estudo
sistemático, pesquisa, investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos
caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer
ciência. Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para
fazer uma pesquisa científica.

Assim, para a elaboração do presente trabalho, foi utilizado o método de cunho


bibliográfico, que consistiu na consulta de materiais electrónicos e também o Módulo de
Introducao ao Direito, que retratam este tema, e outros estudos científicos e académicos que
discutem em torno da temática, para que, em um primeiro instante fossem identificados os
princípios do conhecimento dessas abordagens sobre os critérios de distinção entre o Direito
Público e Direito Privado.
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4. Direito Público e Direito Privado


Ao longo da história das ideias jurídicas, inúmeros autores buscaram diferenciar as
duas figuras e há, até mesmo, quem negue a utilidade nessa classificação. Em verdade, essa
distinção não perdeu a sua importância, tampouco sua utilidade. Assim, a concepção entre
direito público e direito privado é relevante por implicar a aplicação de regimes jurídicos
diferentes (o de direito público e o de direito privado). Neste sentido, como consequência, o
próprio raciocínio do jurista poderá ser diferente, a depender da realidade jurídica (se de
direito público ou de direito privado) com a qual se depare. (Freire, 2017). Isso porque as
premissas para a resolução dos casos que se apresentam são diferentes. Entretanto, o primeiro
aspecto a ser enfrentado para discutir o tema reside em indicar o fenómeno a ser descrito.

4.1. Definição de Conceitos

4.1.1. Direito Público


Nesta escala, de acordo com Silva (2014), o Direito Público divide-se em interno e
externo. No Direito Público Interno encontra-se a União, os Estados, os municípios, as
empresas públicas, as autarquias, as sociedades de economia mista. De outro Norte, no Direito
externo estão os governos estrangeiros, as organizações estrangeiras de qualquer natureza que
tenham constituído, dirijam ou tenham investido em funções públicas. (p. 5).

Segundo o site https://blog.uniavan.edu.br/ (2021), o Direito Público é um ramo que


actua directamente com os interesses da sociedade como um todo, envolvendo as relações
entre entidades e órgãos estatais, como o Ministério Público e a Defensoria Pública.

Com base nos conceitos acima, importa referir que, todos nós devemos seguir as leis
do direito público, ou seja, elas se aplicam a todos para que a sociedade siga organizada e as
pessoas que cometerem crimes não saírem impunes. Nesse ramo do direito o Estado está
acima do indivíduo pois representa os interesses e regras do colectivo. (Ibdem).

Nesta senda, o advogado que trabalha no Direito Público é chamado de advogado


publicista. Desta feita, quem tem interesse em actuar nessa área deve saber cada um dos
ramos que ela abrange.
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4.1.2. Direito Privado


Segundo Silva (2014, p. 8), no amplo domínio do Direito Privado destaca-se o Direito
Civil como Direito fundamental ou “Direito comum” a todos os homens, no sentido de
disciplinar o modo de ser e de agir das pessoas, com abstracção de sua condição social, muito
embora exercendo funções ou actividades diferençadas. Desse tronco comum abrem-se
ramos, com características próprias, como o Direito Comercial ou o Agrário.

Desse modo, o Direito Civil consiste na regulamentação de “direitos e deveres” de


todos os indivíduos, enquanto tais, contendo normas sobre o estado e capacidade das pessoas
e sobre as relações atinentes à família, às coisas, às obrigações e sucessões, bem como as
actividades empresariais (Direito Empresarial). (Silva, 2014).

Já de acordo com o site https://blog.uniavan.edu.br/ (2021), o Direito Privado actua


para partes privadas, ou seja, pessoas ou empresas; seja qual for a situação, ambas são vistas
como iguais (mesmo se o Estado estiver envolvido no processo, por exemplo). Geralmente,
neste tipo existe a personalização da aplicação do Direito, onde as partes envolvidas têm
autonomia para decidirem que tipos de acordo desejam.

Assim, a grande diferença entre Direito Público e Privado é exactamente para quem
este profissional do direito está prestando os seus serviços (que pode representar casos que
envolvem compras e vendas, permutas, doações etc.). Nesse caso, o profissional pode ser
autónomo ou ter escritório próprio. (Ibdem, p. 2).

4.2. Os Critérios de Distinção entre o Direito Público e o Direito Privado


A questão relacionada aos critérios de distinção entre o direito público e o direito
privado sempre foi muito debatida. Franco Montoro (2005) citado por Freire (2017, p. 2),
aponta que não existe um critério perfeito, o que se prova pela multiplicidade de critérios
insatisfatórios que, ao longo do tempo, vêm sendo propostos. O jurista brasileiro menciona
ainda que alguns autores, como Holiger, chegaram a catalogar mais de cem critérios de
distinção destes ramos do Direito. De todos os critérios utilizados, três costumam ter mais
destaque: o do interesse, do sujeito e da subordinação.

Entretanto, além deles, também será feita menção à teoria da imputação, que não deixa
de ser uma derivação da teoria da subordinação. Ao final, serão citados autores que negam a
utilidade na distinção e os que defendem haver uma tricotomia.
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4.2.1. Critério do Interesse


Segundo Freire (2017, p. 2-3), o interesse dos sujeitos é talvez o critério mais antigo e
conhecido. É possível encontrar essa distinção em Ulpiano. “Hujus studii duae sunt
positiones, publicum et privatum. Publicum jus est, quod ad Tum rei Romanae spectat,
privatum quod ad singulorum utilitatem.” Essa passagem significa, basicamente, que o estudo
do direito possui dois aspectos: o público e o privado. Enquanto o direito público diz respeito
às coisas públicas, isto é, ao Estado, o direito privado se refere à utilidade dos indivíduos.

Nessa perspectiva, o direito público se refere aos interesses do Estado (ou da


sociedade representada pelo Estado); o direito privado, por sua vez, regula o interesse dos
sujeitos privados. Bandeira de Mello (2007), é um dos autores que se filia explicitamente à
lição de Ulpiano. O publicista brasileiro assevera que o direito público é o que diz respeito à
organização e a acção do Estado-poder, enquanto tal, sendo o direito privado o ramo que
disciplina a existência e a actividade dos particulares, no seu recíproco convívio social.
(Freire, 2017).

Outros publicistas também se filiam expressamente à teoria do interesse. É o caso de


Meirelles (1989) e Bastos (2002). Eduardo Espínola, por seu turno, escreve que “são ainda
hoje aceitáveis as definições de Ulpiano”. Pontes de Miranda também se filia à teoria do
interesse, ao asseverar que o direito privado cuida dos indivíduos e suas relações; porém,
quando o interesse geral passa à frente, o direito é público, porque admite a situação de poder
dos entes colectivos que correspondem àqueles interesses. (Ibdem).

Neste sentido, importa salientar que a crítica feita a esse critério é o seguinte: nem
sempre é possível determinar se o interesse protegido é do Estado ou dos particulares. Franco
Montoro (2005), sustenta que são inúmeras as regras que visam ao interesse geral, embora
pertençam ao direito privado. É o caso do direito de família. Perlingieri (2007), por sua vez,
aponta que, na sociedade actual, mostra-se difícil individualizar um interesse privado que seja
completamente autónomo em relação ao interesse público. Acrescenta ainda que a dificuldade
em se traçar as linhas de fronteira entre o direito público e privado aumenta quando se tem em
vista interesses colectivos, de categoria intermediária (como é o caso do interesse sindical).

Nesta senda, Coelho (2004) faz crítica semelhante a exposta por Perlingieri e assevera
ainda que depende muito mais do ponto de vista pessoal do intérprete a indicação de qual
interesse deve ser tutelado na relação jurídica concreta – se público ou se privado – do que do
conteúdo da relação jurídica. O autor ressalta que, actualmente, já não é mais possível
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identificar o interesse da sociedade com o do Estado. Isso porque existem os interesses


colectivos e difusos que são e devem ser exercidos contra o Estado, como o direito à
preservação ambiental, à protecção do património artístico e cultural, a luta contra a
corrupção, dentre outros. E, por conta dessas deficiências, a doutrina passou a buscar outros
critérios. (Freire, 2017).

4.2.2. Critério do Sujeito


Conforme Freire (2017, p. 3), refere que há ainda outro critério bastante conhecido:
aquele que se funda na natureza dos sujeitos. É a teoria dos sujeitos. Assim, se a relação
jurídica tem o Estado como parte, será aplicado o direito público. Em se tratando de relações
entre sujeitos privados, incidirá o direito privado. É a posição de Pimenta Bueno (S./d.),
Valles (1951), Gordillo (2003), dentre outros.

Já José Oliveira Ascensão critica esse critério, pois, segundo ele, o Estado e demais
entes públicos também podem actuar nos mesmos termos que qualquer outra pessoa,
“utilizando as mesmas armas que os particulares”. (Freire, 2017). Aliás, pode-se acrescentar
que a doutrina de direito administrativo costuma indicar as actividades administrativas de
direito privado, isto é, tarefas realizadas pela Administração submetidas ao direito privado.
Entretanto, de facto, esse critério não se mostra útil. A actuação do “BNDES” – ao celebrar
contractos de financiamento é, fundada no direito privado. De igual modo, quando o Estado
cria empresas estatais de intervenção no domínio económico (ex.: Banco de Moçambique,
dentre outras), são inúmeros os actos jurídicos privados por elas praticados, por isso, o critério
do sujeito não se mostra útil. (Ibdem).

4.2.3. Critério da Subordinação


Há ainda teorias fundadas na relação de dominação (ou de subordinação). De acordo
com essa concepção, nas relações de direito público há a presença do poder público de
autoridade, o jus imperii do Estado. Ou seja, o Estado deverá estar na posição jurídica de
alterar unilateralmente a situação jurídica de terceiros. (Freire, 2017). É nesse sentido que se
diz que o Estado se coloca em posição superior em relação aos entes privados.

Por sua vez, o mesmo autor, aponta que quando a relação jurídica for de paridade, de
igualdade, está-se diante do direito privado. Radbruch (2010), segue essa linha, que, para ele,
quando uma obrigação provém da ordem de um terceiro, ela é, usualmente, de direito público.
Entretanto, quando a obrigação deriva de uma auto-sujeição, normalmente está em pauta o
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direito privado. Em vista disso, o autor acima referenciado expõe que as relações de
supremacia e sujeição (isto é, entre soberano e súbdito) são de direito público, ao passo que,
nas relações de direito privado, os sujeitos estão em igual posição.

Contudo, alerta o autor que nem todas as relações jurídicas do Estado são de direito
público. É o que ocorre nos casos em que o Estado não se apresenta como soberano, mas
como “fisco”, relacionando-se com os demais sujeitos em pé de igualdade. Desta feita,
quando o Estado não se relaciona munido de seus poderes de autoridade, então a relação será
de direito privado. Forsthoff (1958) citado por Feire (2017), também reputa a teoria da
subordinação como a mais adequada para diferenciar o direito público do direito privado,
apesar de reconhecer que, em certos casos, o Poder Público também se coloca em relações de
coordenação (como no caso da relação entre Municípios).

Neste sentido, refere-se ainda que o direito privado conhece relações de subordinação,
nas quais um sujeito pode impor sua vontade ao outro (como no caso do poder de trabalho
laboral). Ademais, acrescenta-se que no direito público também há relações de equilíbrio,
como a existente entre as pessoas de direito público.

Os autores, concluem que é uma petição de princípio distinguir o direito público e o


direito privado com base no critério da relação de subordinação, pois a sobreordenação
jurídica é apenas o efeito do direito público ou das características de um parceiro como titular
do poder público. Com efeito, o direito público não se aplica apenas a situações em que o
Estado actua com poderes públicos de autoridade. Além de uma relação de paridade existente
entre dois entes públicos numa relação, o direito público também se aplica a casos em que o
Poder Público não está exercendo um poder público (a possibilidade alterar a situação jurídica
de terceiros), mas sim um direito subjectivo (um direito a prestações). (Freire, 2017).

Daí que, quando o Estado celebra um contracto de concessão de exploração de uma


floresta, ele passa a ser credor (isto é, é titular do direito a prestações de crédito) em face do
concessionário. Este terá que realizar certas obras, não poderá cobrar as tarifas que bem
entender etc. Em todos esses casos, o objecto da posição jurídica activa do Estado é uma
conduta a cargo do sujeito passivo; o Estado, na qualidade de Poder Concedente, depende da
conduta do sujeito passivo para que o seu direito seja satisfeito. (Ibdem, p. 4).
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4.3. A Distinção entre Direito Público e Direito Privado com base no Critério Formal
Freire (2017, p. 5), assevera que a identificação de um critério capaz de diferenciar o
direito público do direito privado, como foi possível perceber, não é tarefa simples. No
entanto, isso não significa que a solução seja simplesmente negar a dicotomia, ou afirmar que
ela está ultrapassada. Essa postura, embora mais cómoda, não oferece àquele que estuda e
aplica o direito uma solução útil: mesmo polémica, a distinção entre direito público e privado
é utilizada por advogados, juízes, promotores, cientistas do direito, agentes públicos e até por
pessoas que não têm formação jurídica. Entretanto, muito mais do que por uma questão
pragmática, isto é, de uso dessas expressões pelos sujeitos, a distinção se justifica porque o
direito público e o direito privado implicam regimes jurídicos distintos. Nesse sentido, a
distinção entre actividade pública e privada é fundamental.

Como bem destacou Sundfeld (2005), a actividade pública é o campo de incidência do


direito público, sendo que as normas jurídicas que a disciplinam são o seu regime jurídico.
Em suma, o critério capaz de separar as hipóteses de incidência do regime de direito público e
as do direito privado consiste na identificação das actividades públicas e privadas,
respectivamente.

Neste contexto, para saber quando uma actividade é pública basta verificar na
Constituição e nas leis se a tarefa foi ou não atribuída ao Poder Público como sendo de sua
titularidade. Há, aqui um princípio de competência: se a actividade foi conferida pela ordem
jurídica ao Estado, trata-se de actividade pública e, portanto, incide o direito público. Se a
actividade não foi juridicamente reservada ao Estado, ela é livre aos sujeitos privados, é de
sua titularidade, sendo, pois, aplicável o direito privado. Logo, será o próprio direito positivo
que indicará quando estará em pauta o direito público e o privado. O critério é, por
conseguinte, formal. (Freire, 2017).

Nesta ordem de ideias, importa salientar que a diferença entre Direito Público e o
Direito Privado, é que o público lida com questões relacionadas a pessoas que actuam no
poder público, servindo somente aos interesses públicos, enquanto o privado serve aos
interesses particulares (pessoas ou empresas).

Assim, a seguir abaixo detalha-se tudo sobre as diferenças entre Direito Público e
Direito Privado (os ramos dos dois direitos).
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4.4. Ramos do Direito Público


 Direito constitucional: a área que define a forma como o Estado é estruturado e
organizado, envolvendo também os direitos dos cidadãos;
 Direito administrativo: o profissional dessa área pode trabalhar no processo de
concursos públicos, licitações, contratos administrativos, etc. O foco aqui é a
regulamentação dos serviços públicos para a sociedade;
 Direito penal: serve para disciplinar condutas consideradas ilegais e também que
causam riscos para a sociedade. Por meio de normas, os profissionais dessa área
actuam no combate e punição de crimes e contravenções (actos não tão graves);
 Direito tributário: área que regulamenta actividades financeiras e fundos como
impostos, taxas e contribuições;
 Direito financeiro: esse ramo é focado na regulamentação da actividade financeira e
orçamentária da despesa pública. O objectivo é avaliar os custos de todos os serviços
públicos. (https://blog.uniavan.edu.br/, 2021).

4.4.1. Ramos do Direito Privado


São os ramos deste tipo de direito e, por fim, a diferença entre direito público e
privado.

 Direito civil: o profissional actua em relações jurídicas pessoais, patrimoniais e


familiares, estabelecendo direitos e impondo obrigações;
 Direito comercial: área que envolve normas voltadas para actividades comerciais de
pessoas físicas ou jurídicas;
 Direito do consumidor: tem como base o Código de Defesa do Consumidor para a
certificação de que as partes em uma relação de consumo estejam realmente em
situação de igualdade;
 Direito do trabalho: o profissional que actua com essa área do direito é responsável
pela relação entre empregador e empregados, baseando-se na legislação da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). (https://blog.uniavan.edu.br/, 2021).
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Considerações Finais
Em gestos de conclusão do presente trabalho der campo sobre os critérios de distinção
entre o Direito Público e Direito Privado, ouviu-se falar bastante nessas duas instâncias do
Direito, e é bom saber a diferença entre elas. O Direito Privado rege as relações dos interesses
entre as pessoas. Já o Direito Público fala das normas do Estado com a sociedade, além de
estabelecer leis para as actividades estatais. Assim, o Direito Privado acontece entre pessoas e
empresas, que podem estabelecer alguns acordos entre si. Por exemplo, um contracto de
aluguer é regido pelo Código Civil moçambicano, que tem uma Lei, a do inquilinato, com
algumas regras que precisam ser seguidas, como o valor do reajuste anual e como funcionam
as acções de despejo. Mas determinados trechos do contracto podem ser combinados entre
inquilino e proprietário, daí o valor mensal e o dia do pagamento do aluguer, o prazo do
contracto, o que pode ou não ser feito dentro da casa.

Por outro lado, o Direito Público traz normas que devemos seguir porque o Estado se
coloca em uma posição superior ao indivíduo. É o que se chama do interesse colectivo se
sobrepor ao individual. Dessa forma, são leis que nos “proíbem” de fazer algo ou nos
obrigam. Um exemplo é o pagamento de impostos. Somos obrigados por lei a pagá-los. Caso
contrário, pagamos uma multa, o valor do tributo com juros e podemos até sofrer sanções.

Entretanto, em vista das considerações acima, é possível conceituar o direito público, a


partir de um critério formal, como sendo o conjunto de normas jurídicas que disciplinam o
exercício das actividades públicas (ou das funções públicas). Já o direito privado pode ser
definido como sendo o conjunto de normas que disciplinam o exercício das actividades
privadas. Nesse conceito, está implícito: quem exerce a actividade, como a exerce, qual o seu
conteúdo e quais os limites. Ao direito público caberá então, disciplinar o sujeito que exerce a
actividade pública (organização político-administrativa e exercício de funções públicas por
entes privados).
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Referências Bibliográficas
Bandeira de Mello, O. A. (2007). Princípios gerais de direito administrativo. 3ª Edição, São
Paulo, Malheiros Editores, Volume I.
Bastos, C. R. (2002). Curso de direito administrativo. São Paulo, Celso Bastos Editora.
Coelho, L. F. (2004). Aulas de introdução ao direito. Barueri, Manole.
Forsthoff, E. (1958). Tratado de derecho administrativo. Trad. por Legaz Lacambra,
Fernando Garrido Falla e Gómez de Ortega y Junge. Madri, Instituto de Estudos Jurídicos.
Freire, A. L. (2017). Direito público e direito privado: Tomo Teoria Geral e Filosofia do
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de: <https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/133/edicao-1/direito-publico-e-direito-
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Gordillo, A. (2003). Tratado de derecho administrativo. 7ª Edição, Belo Horizonte, Del Rey:
Fundación de Derecho Administrativo, Tomo I.
Meirelles, H. L. (1989). Direito administrativo brasileiro. 14ª Edição, São Paulo, actual,
Revista dos Tribunais.
Montoro, A. F. (2005). Introdução à ciência do direito. 26ª Edição, São Paulo, Revista dos
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Perlingieri, P. (2007). Perfis do direito civil: introdução ao direito civil constitucional. 3ª
Edição, Rio de Janeiro, Trad. por Maria Cristina de Cicco, Renovar.
Radbruch, G. (2010). Introdução à ciência do direito. São Paulo, Tradução por Vera Barkow,
Martins Fontes.
Silva, J. P. da. (2014). Manual de introdução ao direito: Material didáctico destinado à
sistematização do conteúdo da disciplina Introdução ao Estudo do Direito. Biblioteca
Central, Instituto de Educação Superior da Paraíba (IESP).
Sundfeld, C. A. (2005). Fundamentos de direito público. 4ª Edição, São Paulo, Malheiros
Editores.
Uniavan. (2021). Direito Público e Privado: As Principais Diferenças. Recuperado de:
https://blog.uniavan.edu.br/voce-sabe-qual-a-diferenca-entre-direito-publico-e-privado/
Valles, A. de. (1951). Elementi di diritto amministrativo. Pádua, CEDAM.

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