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VICE-REITORIA DA ÁREA ACADÉMICA

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS


CURSO DE LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Administração Pública Comparada de Moçambique e Portugal

Discente: Amélia Alberto Nhamunda

Inhambane, Agosto de 2022


ÍNDICE GERAL

I. INTRODUÇÃO...........................................................................................................................3

1.1. Objectivos..................................................................................................................................3

1.1.1. Objectivo geral.......................................................................................................................3

1.1.2. Objectivos específicos............................................................................................................3

II. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................................4

2.1. Localização geográfica de Moçambique...................................................................................4

2.2. Administração pública moçambicana........................................................................................5

2.3 Reforma......................................................................................................................................5

2.4. Evolução histórica da Administração Pública em Moçambique...............................................6

2.4.1. A Administração Pública Pós Independência Nacional........................................................6

2.4.2. A Administração Pública moçambicana a Luz da Constituição de 90...................................7

2.4.3 Administração Pública em Moçambique à luz da Constituição de 2004................................7

2.5. Sistema administrativo moçambicano: caracterização..............................................................7

2.6. Localização geográfica de Portugal...........................................................................................9

2.7. Administração Pública em Portugal........................................................................................10

2.7.1. Administração Central do Estado.........................................................................................10

2.7.2. Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado 3.1................................12

III.APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS............................................................................13

3.1. Resultados da Administração Pública em Moçambicana........................................................13

3.2. Resultados da Administração pública portuguesa...................................................................13

IV. CONCLUSÃO........................................................................................................................14

V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................15

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I. INTRODUÇÃO

A Administração Pública de qualquer país e de qualquer época tem como finalidade fundamental
satisfazer, através dos seus órgãos e serviços, as necessidades colectivas das respectivas
populacões. Vários são os estudiosos que se têm dedicado a concepção de um modelo de
administração que possibilita a prossecução daquele desiderato com o emprego de menos
recursos possíveis e com dispêndio de menor tempo possível, ou seja a satisfação das
necessidades colectivas com eficiência e eficácia.

No entendimento do Governo de Moçambique e como definido no seu Plano Estratégico de


Desenvolvimento da Administração (PEDAP, também conhecido por ERDAP, 2011-2025 a
Administração Pública é “um conjunto de órgãos, serviços e funcionários e agentes do
Estado, bem como das demais pessoas colectivas públicas que asseguram a prestação de
serviços públicos ao cidadão” (MAE, 2011).

O presente trabalho insere-se no âmbito das avaliações curriculares do curso de licenciatura em


Administração Pública e tem como finalidade trazer uma administração pública comparada entre
Moçambique e Portugal identificando o funcionamento da administração pública dos dois
estados, especificamente diagnosticar a função pública moçambicana e Portuguesa, analisar as
disfunções funcional a partir da Estratégia Global da Reforma do Sector Público e perspectivar
uma administração pública que busca os seus fundamento no modelo gerencial.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral

 Estudar Administração Pública Comparada entre Moçambique e Portugal

1.1.2. Objectivos específicos

 Analisar administração publica comparada de Mocambique e Portugal;


 Comparar administração publica comparada entre Mocambique e Portugal dando enfâse
em sistemas administrativos, serviços públicos, trajetória historial e estado actual de
administração.

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II. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Localização geográfica de Moçambique

Moçambique é um país da costa oriental da África Austral que tem como limites: a norte,
a Tanzânia; a noroeste, o Malaui e a Zâmbia; a oeste, o Zimbabué, a África do Sul e a Essuatíni; a
sul, a África do Sul; a leste, a secção do Oceano Índico designada por Canal de Moçambique
(wikipedia, 2022).

No Canal de Moçambique, os vizinhos são Madagáscar e as Comores (incluindo a possessão


francesa de Mayotte). No Oceano Índico, para leste da grande ilha de Madagáscar, situam-se as
dependências de Reunião, Juan de Nova e Ilha Europa. No Canal de Moçambique, sensivelmente
a meia distância entre o continente e Madagáscar, o atol de Bassas da Índia, igualmente possessão
francesa (wikipedia, 2022).

A capital de Moçambique é Maputo (Lourenço Marques durante a dominação portuguesa). A


metade norte (a norte do rio Zambeze) é um grande planalto, com uma pequena planície costeira
bordejada de recifes de coral, limitando no interior com maciços montanhosos pertencentes ao
sistema do Grande Vale do Rift. A metade sul é caracterizada por uma larga planície costeira
de aluvião, coberta por savanas e cortada pelos vales de vários rios, o mais importante dos quais é
o rio Limpopo (wikipedia, 2022).

Figura 1: Mapa de Moçambique

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2.2. Administração pública moçambicana

Em Moçambique, a administração pública, através dos respectivos serviços públicos é o


instrumento através do qual o estado materializa a vontade dos cidadãos. Com efeito, os artigos
249 e 250 da CRM, e respectivos números, estabelecem que a administração pública serve o
interesse público e na sua actuação respeita os direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos.
Os seus órgãos obedecem à Constituição e à lei, e actuam com respeito pelos princípios da
igualdade, da imparcialidade, da ética e da justiça. Ainda, a administração pública estrutura-se
com base no princípio de descentralização e desconcentração, promovendo a modernização e a
eficiência dos seus serviços sem prejuízo da unidade de acção e dos poderes de direcção do
Governo (República de Moçambique, 2006).

Por seu turno, o Decreto no. 30/2001, de 15 de Outubro, define no seu artigos 5 e 6 os princípios
de actuação dos serviços da administração pública, dos quais se pode destacar o princípio da
prossecução do interesse público e protecção dos direitos e interesses dos cidadãos; e o princípio
de justiça e de imparcialidade (República de Moçambique, 2006).

2.3 Reforma

O tema da reforma administrativa em Moçambique adquiriu centralidade crescente no debate


sobre as condições para o enfrentamento dos problemas estruturais e das fragilidades
institucionais da gestão pública, caracterizada por uma burocracia excessiva e inoperante, pouco
flexível e dinâmica, e, sobretudo, pela necessidade de ampliação da presença e representação do
Estado ao nível das comunidades locais.

As reformas do século XIX, assentaram fundamentalmente na abolição do patrocínio e na


substituição do recrutamento pelo exame competitivo sob supervisão de um conselho de
examinador central; na reorganização do pessoal do gabinete central dos departamentos em uma
ampla classe para lidar com trabalho mecânico e intelectual respectivamente.

2
2.4. Evolução histórica da Administração Pública em Moçambique

O processo evolutivo da Administração Pública moçambicana, busca os seus alicerces nas várias
fases da presença Portuguesa e do jugo colonial iniciada nos finais de seculo XV (1498). Importa
destacar a descoberta de Vasco da Gama e a sua posterior fixação no litoral de Moçambique,
inicialmente como mercadores (efectuando trocas comerciais) e mais tarde como efectivos
colonizadores.

Segundo Nyakada (2008) a lógica da Administração Pública apresenta-se disposta da seguinte


forma:
(i) No período colonial assistia-se a um sistema de administração com marcas
iminentemente patrimoniais,
(ii) No período após independência e antes da assinatura do Acordo Geral da Paz, a
Administração Publica era marcadamente burocrática,
(iii) Nos nossos dias, tem se visto o desencadear de uma série de reformas convindo tornar
a Administracao Pública menos onerosa e mais eficiente, reformas estas que são uma
marca da Nova Gestão Pública ou Administração Gerencial.

2.4.1. A Administração Pública Pós Independência Nacional

Com a proclamação da Independência Nacional a 25 de Junho de 1975, nasceu a República


Popular de Moçambique, e entrou em vigor a nova Constituição da República Popular de
Moçambique definindo como um Estado de Democracia Popular, onde o Poder passou a
pertencer aos operários e camponeses.

Para atingir novos objectivos, era necessário empreender uma profunda transformação dos
métodos de trabalho e de estruturação do aparelho do Estado, a fim de proporcionar a criação de
novos esquemas mentais e regras de funcionamento. A administração pública devia ser um
instrumento para a destruição de todos os vestígios do colonialismo e do imperialismo, para a
eliminação do sistema de “exploração do homem pelo homem”, tanto para a edificação da base
política, material, ideológica, cultural e social da nova sociedade”.

2
Para isso, foi aprovado o primeiro instrumento normativo para organizar a Administração
Pública, o Decreto nº. 1/75 de 27 de Julho, que definia as principais funções e tarefas do
Aparelho de Estado Central.

2.4.2. A Administração Pública moçambicana a Luz da Constituição de 90

A revisão da Constituição teve um marco importante, com a sua aprovação em 30 de Novembro


de 1990 o que terá trazido várias modificações no seio da Administração Pública, porque foi
nesse período em que o sistema de economia centralmente planificado conheceu os seus últimos
momentos, marcando nova era do pluralismo político e da economia do mercado em
Moçambique.

Após as primeiras eleições gerais e multipartidárias em 1994, o Governo saído vencedor


(Frelimo) deu iniciam ao processo de reconstrução nacional, face as consequências funestas
trazidas pela guerra civil que durou dezasseis anos, daí que as eleições multipartidárias trouxeram
uma mudança política significativa no contexto da democratização em Moçambique, dando uma
efectiva implantação de um Estado de Direito.

2.4.3 Administração Pública em Moçambique à luz da Constituição de 2004

A Constituição da República de Moçambique de 2004, passou a ser constituído pelo Conselho de


Ministros, da qual o Presidente da República é quem preside, seguido do Primeiro-Ministro e
outros Ministros. No entanto podem ser convocados para participar em reuniões do Conselho de
Ministros os Vice-Ministros e os Secretários de Estado e que na sua actuação, o Conselho de
Ministros observa as decisões do Presidente da República e as deliberações da Assembleia da
República.

2.5. Sistema administrativo moçambicano: caracterização

Moçambique foi colonizado por Portugal durante várias décadas, até ao alcance da sua
independência a 25 de Junho de 1975. Este facto histórico de extrema relevância remete-nos,
inegavelmente a assumnpção de que o nosso sistema foi influenciado pelas características

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normativas portuguesas. Todavia, ao compulsarmos a nossa Constituição da República (CRM,
2004), sobre Moçambique, encontramos que ela estabelece:

a. Um Estado de Direito Democrático (artigo 3);


b. Um Estado unitário descentralizado administrativamente (artigo 8)
c. A garantia de acesso aos tribunais (artigo 62);
d. A separação e interdependência de poderes (artigo 134);
e. Um fórum especializado para o controlo da legalidade dos actos administrativos,
da aplicação dos regulamentos, das despesas públicas – tribunais administrativos
(artigo 228)
f. Como princípios fundamentais da estruturação da Administração Pública, a
descentralização e desconcentração (artigo 250);
g. O respeito pelos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos na actuação da
Administração Pública (artigo 249);
h. Direitos e garantias dos administrados através do recurso contencioso perante o
Tribunal Administrativo (artigo 253);
i. O Provedor da justiça (artigo 256 e seguintes).

Em outros diplomas legais, para além da CRM, podemos encontrar os seguintes traços
fundamentais do sistema, tais como, o privilégio de execução prévia ou poder de execução
forçada, como sendo a capacidade legal de executar actos administrativos definitivos e
executórios, mesmo perante a contestação ou resistência física dos destinatários (alínea f) do
artigo 1 do Decreto número 30/2001, de 15 de Outubro, sobre Normas de Funcionalismo
público).

Em outros diplomas legais, para além da CRM, podemos encontrar os seguintes traços
fundamentais do sistema, tais como, o privilégio de execução prévia ou poder de execução
forçada, como sendo a capacidade legal de executar actos administrativos definitivos e
executórios, mesmo perante a contestação ou resistência física dos destinatários (alínea f) do
artigo 1 do Decreto número 30/2001, de 15 de Outubro, sobre Normas de Funcionalismo
público).

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2.6. Localização geográfica de Portugal

Portugal, oficialmente República Portuguesa, é um país soberano unitário localizado no sudoeste


da Europa, cujo território se situa na zona ocidental da Península Ibérica e em arquipélagos
no Atlântico Norte. O território português tem uma área total de 92 090 km², sendo delimitado a
norte e leste por Espanha e a sul e oeste pelo oceano Atlântico, compreendendo uma parte
continental e duas regiões autónomas: os arquipélagos dos Açores e da Madeira. Portugal é
a nação mais a ocidente do continente europeu. O nome do país provém da sua segunda maior
cidade, Porto, cujo nome latino-celta era Portus Cale (Wikipedia, 2022).

O território dentro das fronteiras atuais da República Portuguesa tem sido continuamente
povoado desde os tempos pré-históricos: ocupado por lusitanos e por celtas, como os galaicos, foi
integrado na República Romana e mais tarde anexado por povos germânicos, como os suevos e
os visigodos.

Figura 2: Mapa de Portugal

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2.7. Administração Pública em Portugal

As transformações que ocorrem num mundo globalizado e em mutação constante, impuseram ao


Estado a adopção de um modelo de organização da Administração Pública que permitisse fazer
face às necessidades e às exigências do Estado e dos cidadãos.

A Administração Pública pode ser definida, segundo Bilhim (2008, p 99; 2009, p. 123), como
“uma entidade social no seio da qual se desenvolvem actividades administrativas destinadas à
satisfação de necessidades colectivas, como a segurança, a cultura e o bem-estar, necessidades
essas sentidas individualmente. Essas actividades têm, à partida, uma especificidade face às
desenvolvidas por entidades privadas: a dependência instrumental do poder político”.

2.7.1. Administração Central do Estado

Em Portugal, a Administração Central do Estado é constituída pela administração directa e


indirecta do Estado. A administração directa do Estado regula-se pela Lei n.º 4/2004, de 15 de
Janeiro, e integra “todos os serviços centrais e periféricos, que estejam sujeitos ao poder de
direcção do respectivo membro do Governo. Formado pelos ministérios, órgãos consultivos e
sistemas de informação”.

A administração indirecta do Estado conforme Lei n.º 3/2004, de 15 de Janeiro, “é constituída por
organismos dotados de personalidade jurídica e de órgãos e património próprio, sujeitos à tutela
do Governo, entre os quais incluem-se os Institutos Públicos, as entidades públicas empresariais,
as empresas públicas, as associações e as fundações”.

Como exemplo de serviços da administração directa do Estado incluem-se órgãos como a


Presidência do Conselho de Ministros, os Ministérios, as Secretarias de Estado, as Direcções
Regionais, por outro lado, na administração indirecta, incluem-se entidades como a REFER, o
Instituto Português do Mar e da Atmosfera, o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social,
ou a Cinemateca Portuguesa, entre outros.

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As principais características da Administração directa do Estado, segundo Amaral (1991),
consistem “em:
 Unicidade: O Estado é a única espécie deste género;
 Carácter Originário: O Estado não é criado pelo poder constituído, a sua natureza não é
derivada;
 Territorialidade: O Estado é parte integrante do seu território;
 Multiplicidade de atribuições: Prossegue fins múltiplos;
 Pluralismo de órgãos e serviços: Abrange o Governo, os seus membros, as repartições de
finanças e demais serviços do Estado;
 Organização em ministérios: Órgãos e serviços do Estado-administração, ao nível central,
denominados ministérios;
 Personalidade jurídica una: Apesar da multiplicidade de atribuições e dos pluralismos de
órgão e serviços, o Estado mantém uma personalidade jurídica una;
 Instrumentalidade: A administração do Estado é o instrumento para o desempenho dos
fins do Estado;
 Estrutura hierárquica: Existe uma hierarquia, existe um vínculo de subordinação, que
confere ao superior os poderes de direcção, supervisão e disciplina, impondo deveres aos
subordinados;
 Supremacia: Como Estado-administração que é, exerce poderes de supremacia em relação
a todas as pessoas colectivas, por isso lhe chama ente público máximo ou supremo” (pp.
205-209).

Esta classificação é-nos confirmada na prática pela (DGAEP) - Direcção Geral da Administração
e do Emprego Público (2014), que distingue três grupos de entidades, na sua vertente orgânica,”
designadamente:

 Administração directa do Estado: Esta administração abrange os demais órgãos, agentes e


serviços integrados na pessoa colectiva do Estado, desenvolvendo actividades que satisfaçam
as necessidades colectivas. Esta administração tem dependência hierárquica do Governo;

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 Administração indirecta do Estado: Abrange entidades públicas dotadas de personalidade
jurídica com autonomia administrativa e financeira. Estas entidades desenvolvem uma
actividade administrativa que prossegue fins próprios do Estado;
 Administração autónoma: Esta administração, também conhecida por regional, tem uma
matriz ao nível organizacional da administração directa e indirecta do Estado. O que as
distingue são as suas competências territoriais e materiais”.

Além do sentido orgânico, acima referido, a Administração Pública Portuguesa comporta ainda
uma vertente material, identificada pela própria actividade desenvolvida pelos seus agentes e
serviços.

A relação que estes grupos de entidades estabelecem com o Governo, órgão supremo da
Administração Pública, é diferente. Conforme estipulado pela lei n.º 4/2004, “as entidades da
Administração directa do Estado estão hierarquicamente subordinadas ao membro do Governo
(poder de direcção); as entidades da Administração indirecta do Estado estão sujeitas à sua
superintendência e tutela (poderes de orientação e de fiscalização e controlo); e as entidades que
integram a Administração Autónoma estão apenas sujeitas à tutela (poder de fiscalização e
controlo)”.

2.7.2. Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado 3.1

Através da Resolução de Conselho de Ministros n.º 124/2005, o governo criou o Programa de


Reestruturação da Administração Pública (PRACE). Segundo o Departamento de Investigação,
Relações Internacionais e Comunicação da DGAEP (2013), o PRACE é uma reforma
administrativa estruturante e transversal a toda a Administração Central, “sustentada na
promoção da cidadania, no desenvolvimento económico e na qualidade dos serviços públicos,
com ganhos de eficiência pela simplificação, racionalização e automatização, que permitia a
diminuição do número de serviços e dos recursos a eles afectos” (pp. 54-56).

Como refere Carvalho (2008), pela primeira vez “uma resolução do Governo ousa encetar uma
reforma tão abrangente, pois delineou os parâmetros que irão limitar todo o processo de
reorganização da Administração Central do Estado, esboçando respostas para o porquê, como,
quando e por quem” (p. 190).

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Os seus principais objectivos eram:
Modernizar e racionalizar a administração central;
Melhorar a qualidade de serviços prestados pela administração;
Colocar a administração central mais próxima e dialogante com o cidadão.

III.APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

3.1. Resultados da Administração Pública em Moçambicana

Em outros diplomas legais, para além da CRM, podemos encontrar os seguintes traços
fundamentais do sistema, tais como, o privilégio de execução prévia ou poder de execução
forçada, como sendo a capacidade legal de executar actos administrativos definitivos e
executórios, mesmo perante a contestação ou resistência física dos destinatários (alínea f) do
artigo 1 do Decreto número 30/2001, de 15 de Outubro, sobre Normas de Funcionalismo
público).

Face aos dispositivos acima referidos, caracterizando o sistema administrativo moçambicano,


devemos partir da análise e entendimento de que se trata de um sistema do tipo judicial ou
executivo, ou ainda híbrido.

Vários estudiosos argumentam que, hodiernamente, não existe um sistema, eminentemente, puro,
ou seja, nenhum país aplica um sistema de controlo puro, seja através do poder judiciário, ou
ainda através de tribunais administrativos.

3.2. Resultados da Administração pública portuguesa

Para os políticos portugueses, no período entre 1976 e 1994, foi ficando progressivamente mais
claro que a nova sociedade e a nova economia estavam dependentes do funcionamento da
administração pública.

Ao longo da segunda metade da primeira década do novo século, criou-se em Portugal um novo
estatuto para os funcionários públicos, com um novo sistema de posições remuneratórias em que
a progressão estava sobretudo dependente dos resultados obtidos no sistema integrado de

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avaliação de desempenho na administração pública (Siadap). No essencial, procurou-se
aproximar, tanto quanto possível, o regime de emprego público do existente no setor privado. De
salientar ainda que, em 2006, o Prace iniciou a redução do número de estruturas e de cargos
dirigentes. A assinatura do Memorando de Entendimento entre o governo português e a troika
levou a que durante os últimos três anos (2011 a 2013) as medidas de reforma da administração
pública aplicadas em Portugal fossem essencialmente norteadas pelas metas constantes do
documento. Na prática assistiu-se à institucionalização de um rol de medidas avulsas que
almejou, antes de mais, um imediato corte dos custos da despesa pública. Até à data, não existem
estudos que avaliem as medidas de reforma/austeridade implementadas ao longo desse triênio
que nos permitam aferir o impacto tido sobre o funcionamento da administração.

IV. CONCLUSÃO

Através do trabalho realizado, deu para perceber que, com a proclamação da Independência
Nacional em Moçambique, a Administração Pública associou-se ao modelo socialista, para suprir
a necessidade da máquina administrativa, com a escassez de mão-de-obra qualificada e neste
contexto foram recrutados muitos moçambicanos para integrarem o Aparelho do Estado, outros
para gerirem empresas que haviam sido abandonadas pelos respectivos proprietários.
A revisão da Constituição teve um marco importante, com a sua aprovação em 30 de Novembro
de 1990 o que terá trazido várias modificações no seio da Administração Pública, porque foi
nesse período em que o sistema de economia centralmente planificado conheceu os seus últimos
momentos, marcando nova era do pluralismo político e da economia do mercado em
Moçambique.

A Constituição da República de Moçambique de 2004, passou a ser constituído pelo Conselho de


Ministros, da qual o Presidente da República é quem preside, seguido do Primeiro-Ministro e
outros Ministros.

Relativamente a administração portuguesa, percebeu-se que nos anos 1990 e no início do século
XXI, a reforma administrativa em Portugal fica marcada pela coexistência, na prática, de três
modelos de administração com distintos objetivos e filosofias organizacionais: o modelo
estatutário, o modelo político e o modelo managerial, sendo o resultado dessa sobreposição a
criação de um clima de contradição, em que se privilegiava o outsorcing e o downsizing,

2
propostos pelo New Public Management, ao mesmo tempo que se preconizava a necessidade da
participação dos funcionários nos processos de mudança.

V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Amaral, DF. (2006). Curso de Direito administrativo. Volume I.3ª Ed. Coimbra, Portugal.
República de Moçambique. 2001. Estratégia Global da Reforma do Sector Público 2001-
2011. Comissão Interministerial da reforma do Sector Público (CIRESP). 2001. Maputo,
Moçambique.
República de Moçambique. 2006. Programa da Reforma do Sector Público -II Fase
(2006-2011). Autoridade nacional da Função Pública. Maputo, Moçambique.
Estratégia de Reforma e Desenvolvimento da Administração Pública 2012-2025
(ERDAP). Ministério da Função Pública. 2012.
Desenvolvimento dos Funcionários Públicos, Maputo, Ministério da Administração
Estatal, 2002.
CRM, 2004

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