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FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Quelimane
2023
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Quelimane
2023
Índice
Introdução...................................................................................................................................3
Problematização..........................................................................................................................4
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Justificativa.................................................................................................................................4
Objectivo Geral...........................................................................................................................5
Objectivos Especificos................................................................................................................5
Hipóteses.....................................................................................................................................5
CAPÍTULO I: REVISÃO DA LITERATURA..........................................................................6
1.1. Conceitos..............................................................................................................................6
1.2. Assédio sexual no meio escolar...........................................................................................8
1.3. Formas verbais de assédio sexual........................................................................................9
1.3.1. Contacto físico sem relação sexual...................................................................................9
1.3.2. Factores que condicionam ao assédio sexual da rapariga na escola.................................9
1.4. Efeitos Do Assedio Sexual.................................................................................................10
1.4.1. Efeitos Psicológicos........................................................................................................10
1.4.2. Efeitos Físicos.................................................................................................................11
1.4.3. Efeitos Económicos........................................................................................................11
1.4.4. Efeitos na família............................................................................................................11
1.5. Dificuldades na denúncia...................................................................................................12
1.6. O Papel dos Gestores Escolares relativamente ao Assédio Sexual da Rapariga na Escola
...................................................................................................................................................12
CAPÍTULO II: METODOLOGIA...........................................................................................15
2.1. Tipos de Pesquisa...............................................................................................................15
2.1. Quanto a abordagem..........................................................................................................15
2.2. Quanto aos objectivos........................................................................................................15
2.3. Quanto aos procedimentos técnicos...................................................................................15
2.2. População e Amostra.........................................................................................................16
3.3 Instrumentos de recolha de dados.......................................................................................16
Referências Bibliográficas........................................................................................................18
Introdução
Por isso, pretende-se com a presente pesquisa, analisar a questão do Assédio Sexual
contra a Rapariga na Escola e o Papel dos Gestores Escolares na resolução do fenómeno,
partindo de uma análise da pesquisa bibliográfica das abordagens que já escreveram sobre o
tema.
Problematização
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Alguns estudos desenvolvidos pela ACTIONAID, 2001; Save The Children, 2005;
WLSA, 2003, revelam que o baixo índice de permanência da rapariga na escola não so resulta
de factores sócio culturais, como também do facto de a escola não oferecer segurança para a
progressão da rapariga.
De acordo com os estudos expostos acima podemos assimilar que o assédio sexual
começa a surgir como barreira para o acesso e permanência da rapariga na escola, pois, este
mal afecta a integridade da rapariga e causa frequentemente problemas de aprendizagem.
Uma vez que o assunto foi largamente estudado, preocupa-nos como contributo, desta
pesquisa reflectir e sugerir alternativas para minimizar o efeito do problema através da busca
da resposta a seguinte questão: Qual é o Papel dos Gestores Escolares relativamente ao
Assédio Sexual contra a Rapariga na Escola?
Justificativa
Tendo em conta que a escola tem como objectivo não só garantir a qualidade de vida
de seus educandos, bem como promover a cidadania, surge a preocupação de conhecer as
concepções dos professores e dos Gestores Escolares relativamente ao assédio sexual, e as
suas atitudes perante aos casos de assédio sexual envolvendo alunas. Assim, diante da
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gravidade que encerra o assédio sexual contra a rapariga, fica evidente que o contributo da
gestão escolar passa pela reflexão em torno do assunto.
Entretanto, para delinear programas que possam capacitar estes profissionais, parece
ser necessário conhecer primeiro o universo de informações que os professores detêm acerca
dos rudimentos básicos sobre o assédio sexual, num momento em que o governo decidiu
como prioridade no campo da educação, garantir a igualdade de acesso a escola á rapazes e
raparigas, torna-se necessário entender por que é que a realidade escolar para as raparigas é
mais hostil, perante a passividade de quem deve intervir.
Objectivo Geral
Objectivos Específicos
Hipóteses
Este capítulo apresenta a revisão da literatura atinente à discussão das ideias essenciais
e relevantes que, de certa forma, sustentam o tópico da pesquisa. A revisão da literatura versa
sobre o Abuso Sexual, Rapariga, Escola e o Assédio Sexual em especial da rapariga na escola,
trazendo algumas considerações sobre o Papel dos Gestores Escolares relativamente a esta
problemática.
1.1. Conceitos
Segundo Doron & Parot (2001:192) “o termo rapariga designa ser humano de género
feminino que se encontra na infância, uma fase de desenvolvimento que se situa o nascimento
e maturação, entre o nascimento e a energia da linguagem e puberdade.”
De um modo geral, pode-se considerar o termo rapariga uma menina que corresponde
a “terceira fase da infância “do estágio de desenvolvimento humano entre a segunda infância
e a adolescência, na qual posteriormente ocorre o crescimento fisiológico da rapariga e a
construção do pensamento. Por tanto, a rapariga tem uma capacidade de criar, apresentar
algumas hipóteses, tirar conclusões e construir uma visão do mundo a qual o rodeia.
Brino & Williams (2003:42) “definem o abuso sexual como qualquer interacção,
contacto ou envolvimento da pessoa em actividades sexuais que ela não compreende e não
consente, violando assim as regras sociais e legais da sociedade na maioria dos casos não
apresenta marcas físicas”.
Sobre estas considerações ressalta-se o facto de que, deve-se sempre considerar que se
trata de actividades sexuais inadequadas para a idade e o desenvolvimento psicossexual da
criança ou do adolescente, sendo sempre impostas por coerção, violência ou sedução, ou que
transgredirem os tabus sociais.
uma rapariga á práticas sexuais que não são do seu agrado, podendo culminar a humilhação e
reprovação da mesma caso haja recusa em ceder e por outro lado pode-se afirmar que se trata
de uma perseguição em forma de sedução”.
Para tal, podemos considerar o assédio sexual como o pedido de favores sexuais do
professor com promessa de tratamento diferenciado dentro da sala de aulas em caso de
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Um estudo realizado pela ACTIONAID (2005:87) sobre o assédio sexual nas escolas
moçambicanas aborda as formas, manifestações e percepções da população estudantil,
concluiu que o assédio sexual não é encarado no contexto da violação dos direitos humanos
da mulher, mas sim da ruptura das expectativas relacionadas com o papel social atribuído à
mulher nas relações de género, onde a educação tradicional prevê a sua transacção como
objecto.
Osório (2007:23) faz uma análise do género e sexualidade entre os jovens do ensino
secundário e constata que o assédio sexual é amplamente conhecido, debatido e objecto de
rumores pelos/as jovens (de todas as idades) e é reconhecido como um acto visando
estabelecer uma troca de favores sexuais em troca do aproveitamento escolar das alunas.
Mas também existem casos em que as alunas se envolvem nas situações de extorção
sexual com menos resistência, parecendo aceitar a situação com mais facilidade. Nestes casos,
as alunas discutem abertamente as formas de pagamento dos favores com o professor (acesso
prévio aos testes ou obtenção de notas positivas nas pautas) com vista a melhorar as suas
notas.
O contacto físico sem relação sexual inclui a tentativa de beijar com uso da força,
beijos com uso da força, carícias sem consenso e tentativa de manter relação sexual com uso
da força.
Segundo Santos (1998:21), os factores que levam ao assédio sexual, tem-se que o
primeiro deles é o abuso do poder onde o professor mais desenvolvido físico e
psicologicamente possuem mais recursos para dominar uma aluna. Um segundo factor reside
nos traços da personalidade do perpetrador.
Três principais cenários são apresentados quando se aborda o assédio sexual nas
escolas. No primeiro cenário a rapariga apresenta dificuldades no seu aproveitamento escolar
e o professor oferece-lhe a oportunidade de ser aprovada em troca de relações sexuais. No
segundo cenário, a rapariga é chantageada pelo professor para manter relações sexuais, e caso
ela se recuse será reprovada (não importando o facto do seu aproveitamento ser positivo ou
negativo). O terceiro cenário envolve o professor a assaltar e violar sexualmente as raparigas.
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Resulta da aceitação do assédio por parte da vítima, já que esta atribui as responsabilidades a
si mesma para o que lhe está a acontecer, e a partir daí a situação começa a degradar-se).
Humilhação (palavra frequentemente dita por quem foi vitima de assédio para
descrever o que sente/sentiu)
Raiva(que a vítima tem pode ter outro efeito, que é o de a levar a uma depressão).
A pessoa tem a raiva dentro de si, e por não a “deitar cá para fora” ela vai-se acumular.
Nessa acumulação segue-se os pensamentos de fraqueza por parte da vítima, levando-a para
uma situação de depressão. Esta depressão está associada aos seguintes efeitos: diminuição da
capacidade de concentração e pensamentos em suicídio.
O suicídio é o mais trágico desfecho para esta situação, nem sempre é consumado, ou
seja, muitas vezes são apenas pensamentos sobre a própria morte que a pessoa tem, como se
fosse a única forma de se libertar desta situação.
Dores de cabeça;
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Por vezes as vítimas não associam estes problemas com o assédio que sofrem,
nomeadamente com o stress a que estão sujeitas. Mas maior parte destes sintomas são efeitos
do stress, da preocupação a que estão sujeitas.
Para além da questão emocional, as vítimas acabam por ter problemas económicos
graves. Muitas das vezes a pressão sobre a vítima é tanta que esta abandona a escola. Se não o
fizer continua a sofrer assédio, se o fizer perde o seu rendimento escolar, e em muitos casos é
um problema grave. As vítimas perdem o seu sustento futuramente, muitas das vezes ficam
sem conhecimento, sem oportunidades de emprego, dinheiro para o seu sustento. E a partir daí
os seus problemas se agravam cada vez mais.
Não é só a vítima que sofre, também a sua família vai sofrer indirectamente. Como
sabemos, os efeitos psicológicos que a vítima tem são permanentes, ou seja, não são
exclusivos dentro da escola. Estes afectam a família mais directa, sobretudo as pessoas que
partilham o mesmo lar com a vítima.
Um dos efeitos psicológicos anteriormente referidos foi a raiva que a vitima ganha ao
assediador. Portanto podemos por a hipótese que nem sempre a vítima descarrega no
assediador, ou seja, essa raiva interiorizada vai ser descarregada nas pessoas que estão mais
próximas.
Segundo Bravo e Cassedy, (1992: 53), muitas das vítimas sofrem em silêncio, o medo
de reprovar, repetir o ano, muitas das vezes torna-se mais importante que se dar ao luxo de
perder o seu rendimento.
Deste modo pode-se afirmar que os medos são barreiras enormes na denúncia. Para
além de a vítima correr o risco de ninguém acreditar na sua palavra ainda corre o risco de ser
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posta de parte na sociedade, acabando por humilhar por completo a pessoa. Por último
voltamos ao aspecto financeiro, o medo de reprovar ou abandonar as aulas.
Segundo Canterli (2004: 2), as instituições [...] são organizações que incorporam
normas e valores considerados valiosos para seus membros e para a sociedade. São produto de
necessidades e pressões sociais valorizadas pelos seus membros e pelo ambiente, preocupados
não apenas com lucros ou resultados, mas com a sua sobrevivência e perenidade. São guiadas
pelo senso de missão. Nas Instituições as forças e pressões sociais actuam como vectores que
moldam o comportamento das pessoas.
Analisando a escola sob esta óptica, veremos que ela assume características de uma
instituição, mas também não deixa de ser uma organização.
A cultura também é factor determinante no quadro da gestão das instituições. Pois ela
envolve valores, crenças, histórias, experiências, enfim, tudo aquilo que perpassa pela
experiência e criação humana.
Portanto, quando o assunto é gestão não há receitas prontas, nem sequer a figura dos
gestores “salvadores da Pátria”. Os problemas que permeiam a realidade educacional de
agora, inclusive a violência escolar, requerem a busca por um trabalho colectivo, uma postura
de co-responsabilidade, de construção do todo, numa perspectiva de união e de solidariedade,
educação para o exercício da cidadania, baseada no diálogo.
Segundo Gil (2002), “as pesquisas científicas são classificadas de acordo com três
critérios a destacar: quanto à abordagem, quanto aos objectivos e quanto aos procedimentos
técnicos”.
Com efeito, será feita a análise do papel dos gestores escolares relativamente ao
assédio sexual contra a rapariga na Escola Secundária Geral de Quelimane.
No que diz respeito à sua vantagem, ela permitir ao investigador a cobertura de uma
gama de fenómenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar directamente.
Assim, a pesquisa por desenvolver baseia-se em alguns manuais para além do uso de diversas
técnicas de colectas de dados.
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Tendo em conta a abrangência do assunto tratado nesta pesquisa, para a recolha dos
dados será utilizado um instrumento de recolha de dados. Assim, será utilizada a entrevista
como instrumento de recolha de dados.
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As entrevistas serão direccionadas aos professores; aos alunos e aos gestores escolares
sobre a percepção que têm a respeito do assédio sexual. Para facilitar a busca de dados
condizentes à realidade investigada, tornou-se fundamental o uso auxiliar de uma entrevista
semi-estruturada (com perguntas previamente formuladas, sendo tipicamente abertas e cuja
ordem poderá ser, eventualmente, alterada de acordo com a sequência da entrevista, tendo em
conta as respostas dos entrevistados) visando o alcance unificado das informações colectadas.
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ReferênciasBibliográficas
Arthur, Maria José. (1998). Assédio Sexual e Violação nas Escolas. Recortes de Imprensa.em
“outras Vozes”, n°3, Maio de 1998, in www.wlsa.or.mz.
Andre, M. J. (1986). Assédio sexual e violação nas escolas. Revista Outras Vozes, nº 3, Maio.
Gil, António Carlos. (2003). Metodologia e Técnicas de Pesquisa Social. 5ª Edição. Atlas
editor. São Paulo.
Koller, S. H. &Kiesser, C. (2004). Violência Intrafamiliar: uma visão ecológica. In: Koller,
Silva (org.). Ecologia do desenvolvimento humano: pesquisa e intervenção no Brasil.
São Paulo: Casa do Psicólogo. 71.
Matavele, Joaquim. (2005). Relatório do Estudo sobre Abuso Sexual da Rapariga nas Escolas
Moçambicanas. Maputo.
Save The Children. (2005). Pesquisa sobre o Assedio Sexual de Raparigas nas Escolas, 2005.
Moçambicanas. Principais resultados. Extraído aos 17/06/2022, em
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http://www.wlsa.org.mz/lib/articles/Pesquisa%20sobre%20o%20Abuso%20Sexual
%20de%20Raparigas.pdf.
Senge, P. M. (1998). A quinta disciplina – arte e prática da organização que aprende. Trad.
Círculo do Livro. São Paulo: Editora BestSeller.