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CURSO DE PEDAGOGIA

PROJETOS E PRÁTICAS DE AÇÃO PEDAGÓGICA –


GESTÃO DA EDUCAÇÃO EM AMBIENTES ESCOLARES E NÃO ESCOLARES

POSTAGEM 2: ATIVIDADE 2
PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

MELHORIA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS


DEMOCRÁTICAS NO AMBIENTE ESCOLAR

Flávia Dei Santi Zorzi Barros RA 1825407


Gabrielle Bianne Ximenes Nascimento RA 1826172
Michely Barros de Oliveira RA 1825403

Polo Jundiaí-centro
2020
Flávia Dei Santi Zorzi Barros RA 1825407
Gabrielle Bianne Ximenes Nascimento RA 1826172
Michely Barros de Oliveira RA 1825403

MELHORIA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS DEMOCRÁTICAS NO


AMBIENTE ESCOLAR

Trabalho referente a matéria Projetos


e Práticas de Ação Pedagógica –
Gestão da Educação em Ambientes
Escolares e Não Escolares, como
requisito parcial para aprovação da
referida matéria.

Jundiai
2020

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Exemplos de livros a ser trabalhado ........................................................ 14

SUMÁRIO

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1 TEMA .............................................................................................................. 5
2 SITUAÇÃO-PROBLEMA ................................................................................ 5
3 JUSTIFICATIVA E EMBASAMENTO TEÓRICO ............................................ 6
4 PÚBLICO ALVO ........................................................................................... 13
5 OBJETIVOS .................................................................................................. 13
6 PERCURSO METODOLÓGICO ................................................................... 14
7 RECURSOS....................................................................................................16
8 CRONOGRAMA ............................................................................................17
9 AVALIAÇÃO E PRODUTO FINAL ............................................................... 19
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 21

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1 TEMA

O tema escolhido refere-se à ação do Diretor Escolar como suporte aos


professores e toda comunidade da escola na definição de estratégias para
alcançar a melhoria da indisciplina dos alunos.

2 SITUAÇÃO-PROBLEMA

O Diretor tem recebido nos últimos meses muitas reclamações de


professores e funcionários em relação à indisciplina dos alunos. A escola deste
estudo de caso atua no Ensino Fundamental I e II, do 6º ao 9º ano. O Gestor é
relativamente novo na escola, sendo seu segundo ano de atuação.
A indisciplina tem sido algo recorrente de forma geral em todas as séries,
porém as ocorrências mais graves de mau comportamento, falta de
concentração, desobediência às regras, falta de respeito para com professores
e funcionários, bullyng e até casos de violência tem ocorrido com mais frequência
entre os alunos do 8º e 9º anos. O diretor sabe que os alunos maiores acabam
influenciando os menores e, além disso, tem apresentado casos mais graves de
indisciplina. Sendo assim, resolveu criar um projeto junto a toda comunidade
escolar para estudar o assunto e definir coletivamente estratégias de
enfrentamento ao problema da indisciplina, antes que a situação se agrave e se
alastre para os próximos anos letivos. Posteriormente o projeto deverá se
estender as demais séries.
Aqui se encontra então a principal questão a ser respondida nesta
pesquisa: de que forma o Gestor Escolar pode atuar junto à equipe a fim de
melhorar a indisciplina dos alunos? É preciso desenvolver uma nova cultura na
escola de respeito às diferenças, relações mais democráticas, cidadania e
valores como solidariedade e participação para que ocorra a melhoria das
relações interpessoais em todos os níveis (aluno x aluno; aluno x professor;
alunos x funcionários, etc.).

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3 JUSTIFICATIVA E EMBASAMENTO TEÓRICO

Sabe-se que organização, respeito às regras, bons comportamentos e


boas relações interpessoais são essenciais para um ambiente saudável e
propício ao desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. A disciplina
escolar é importante porque sem ela há desconforto em sala de aula e demais
ambientes da escola, falta de concentração dos alunos e outras consequências
que prejudicam a aprendizagem e a interação social. Além disso, a indisciplina
pode causar desânimo, falta de motivação, aumento das faltas e até influenciar
a evasão dos estudantes.
Silva (2017) afirma que a indisciplina escolar é um obstáculo ao processo
de ensino e aprendizagem no mundo porque prejudica o trabalho docente e o
aproveitamento dos conteúdos por parte dos alunos e tem sido o principal motivo
de reunião de pais, concelhos de classe, etc. Como o ambiente educacional é
vasto e cheio de diversidades e experiências, talvez seja impossível existir
receitas prontas e infalíveis contra a falta de disciplina. Silva (2017) também
lembra que a disciplina passou por etapas distintas. Primeiro, uma visão
tradicionalista, pautada na contenção de comportamentos. Hoje, está voltada a
educação construtivista que atribui ao professor o papel de mediador
responsável pela construção da liberdade, autodisciplina e autocontrole dos
estudantes. Assim, percebe-se que a indisciplina escolar não é um fenômeno
estático, pois sofre diversas modificações ao longo dos anos.
Para Aquino (1996) as ideias acerca da indisciplina não são consensuais
devido à complexidade do assunto, a multiplicidade de interpretações que o tema
evoca e a marcante ausência de pesquisas que contribuam com o estudo do
problema. O próprio conceito de indisciplina não é estático, uniforme nem
universal. Como toda criação cultural, se relaciona com o conjunto de valores e
expectativas que variam ao longo da história, em diferentes culturas, diversas
classes sociais, diferentes instituições e até mesmo dentro de uma mesma
camada social ou organismo. Também individualmente a palavra indisciplina
pode ter diversos sentidos dependendo das vivencias do sujeito e do contexto.
Como consequência, os padrões de disciplina que pautam a educação e os

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critérios adotados para identificar um comportamento indisciplinado se
transformam ao longo do tempo e se diferenciam dentro da dinâmica social.
Ao verificarmos os sentidos que a língua portuguesa dá para o conceito
indisciplina encontraremos definições como ato contrário a disciplina que leva a
desordem, desobediência. A disciplina define-se como regime de ordem imposta
ou consentida que convém ao funcionamento de uma organização, implicando
na observância das normas estabelecidas. E violência, por sua vez, seria ato
violento que provocaria, pelo uso da força, um constrangimento físico ou moral
(Aquino, 1996). Já a disciplina escolar está relacionada ao conjunto de regras
que devem ser obedecidas para o sucesso escolar. Ela se constitui uma
qualidade no relacionamento entre aluno e professor na sala de aula e na escola
(Tiba, 1996 apud Santos, 2016). Pensando nestas definições, quais seriam as
consequências para a indisciplina escolar?
Uma das consequências, conforme Silva (2017), seria o baixo rendimento
escolar devido as constantes interrupções durante a aula. O barulho de
conversas paralelas e fora do contexto transformam a sala de aula em um
ambiente desconfortável, desagradável e desfavorável para o aprendizado.
Outro fator de risco resultante da indisciplina seria a violência que pode ocorrer
entre os alunos ou entre alunos e funcionários. A disciplina é um pilar para a
realização pessoal e profissional e na sua ausência, surgem o desrespeito,
agressões físicas e verbais, o bullying, atitudes violentas e outras como xingar,
apelidar, bater, ferir, roubar, etc. Essas atitudes não podem ser consideradas
como mera imaturidade ou brincadeira, pois ferem o direito do outro.
Silva (2017) também relaciona indisciplina escolar e violência social ao
analisar os dados dos altos índices de apreensões de menores infratores. Para
ela atitudes de expulsão ou suspensão não contribuem, pois, o lugar de criança
é na escola. Quando este direito é negado, a criança ou adolescente fica exposto
a diversos problemas sociais.

Alunos indisciplinados geralmente apresentam baixo rendimento


escolar, e desinteresse em aprender, sendo assim, grandes são as
possibilidades de evasão. Para esse aluno, a escola é um ambiente
extremamente desconfortável e desinteressante, quando este fator se
une a desestruturação familiar, como consequência, temos um jovem
exposto a marginalidade. (SILVA, 2017)

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Mais quais seriam então as causas da indisciplina? E porque os alunos
estão cada vez mais bagunceiros? Para o portal PROESC.com (2020), não é a
indisciplina dos estudantes o grande problema, uma vez que ela é o resultado
de uma rotina desatualizada e falta de adequação dos processos de
aprendizagem.
Segundo Silva (2017) os professores gastam 20% do tempo de aula
combatendo a indisciplina. Isso demonstra que a falta de formação continuada
para ensiná-los a lidar com as situações de conflito é um fator desencadeador
da indisciplina e que também contribui para desmotivação dos educadores,
levando-os a problemas psicológicos e até depressão. Outro fator apontado seria
a falta de estrutura familiar. Antes de qualquer julgamento, faz-se necessário
avaliar o contexto em que a criança está exposta. Quando incomodado, o aluno
reage com maus comportamentos. Isso ocorre, porque ele está desenvolvendo
sua personalidade através da expressão de suas escolhas, contestando regras
e limites impostos pelos adultos.

Não há como ignorar que a forma como as famílias estão sendo


estruturadas podem interferir no processo de ensino-aprendizagem,
pois as crianças que vivem em famílias que tem uma interação
saudável, com presença de uma união estável e com capacidade de
dialogar, com recursos para ter uma vida digna, apresentarão na
maioria das vezes, excelentes resultados durante toda a sua trajetória
escolar. Já os membros de uma família desestruturada, geralmente se
mostram defensivos, distantes, agressivos e tendem a apresentar na
maioria das vezes, dificuldades de aprendizado e de socialização
(SILVA, 2017).

Silva (2017) também argumenta que a dificuldade dos professores em


relação à indisciplina está relacionada a uma didática monótona, fazendo com
que os alunos percam o interesse. O resultado é uma turma de estudantes
entediados, ansiosos, desatentos, barulhentos, brincalhões, necessitando de um
estímulo que os façam se interessar novamente pela aula.
Outra causa da indisciplina refere-se à ausência de moral/vergonha por
parte dos alunos. Um dos motivos para essa ausência foram as transformações
ocorridas na escola, principalmente nos particulares, a partir da última década
do século XX: o aluno passou a ser considerado cliente a quem a escola vende
um produto. Como se sabe, o cliente é quem manda. Como consequência dessa

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relação, os alunos enfrentam seus mestres, afirmando que não lhe devem
obediência, pois pagam seus salários (Taille, 1996 apud Santos, 2016).
Outro motivo para a indisciplina seria a desvalorização social da escola e
queda do mito da ascensão social por meio do ensino. Entender que os estudos
não contribuirão para um crescimento social faz com que os alunos não se
sintam motivados a prestar atenção nas aulas e a escola vira uma obrigação.
Assim, a figura do professor tem sido banalizada e seu papel de agente
transformador da realidade, descaracterizado. Outras situações como criação
autoritária, falta de limites, lares desestruturados, pais separados, pais
permissivos e desinteresse dos pais na vida escolar dos filhos são destacadas
por pesquisadores. Porém, as adversidades familiares podem ser superadas se
o aluno tiver oportunidade de vivenciar contextos e modelos educacionais até
então não vivenciados. Por fim, outra causa apontada por estudiosos seria a
defasagem existente entre série/idade dos alunos repetentes que convivem com
alunos mais novos em um ambiente que parece não lhes pertencer
(Vasconcellos, 1995; Sganzella, 2012; Tiba, 1996; 2011; Baú; Ruiz, 2010; Rego,
1996; Aguiar, 2008 apud Santos, 2016).
Não basta, porém, identificar as causas mais comuns da indisciplina;
torna-se primordial identificar meios de preveni-la e formas de enfrenta-la para
alcançar o ensino e aprendizagem de qualidade na escola.
Segundo Aquino (1996) a solução estaria no coração da relação
professor-aluno, ou seja, nos vínculos cotidianos e na maneira como nos
posicionamos diante do nosso outro complementar, pois ambos são parceiros
de um mesmo jogo. Em primeiro lugar deve-se investir nos vínculos concretos
abdicando dos modelos idealizados de aluno e professor para potencializar a
afetividade. Em segundo lugar deve-se manter a fidelidade ao contrato
pedagógico que deve ser claro para ambas as partes, restrito ao campo do
conhecimento acumulado e tendo necessidade, suas clausulas devem ser
relembradas todos os dias em todas as aulas. Para o autor vale mais a pena a
exaustão do que a ambiguidade. Em último lugar, ele cita a flexibilidade para a
mudança e para a invenção. O Professor deve reinventar seu campo de
conhecimento a cada encontro.
Aquino (1996) também trata da questão de que a aula deve ser realmente
interessante para manter o aluno envolvido, não dando espaço para a

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indisciplina, pois “o aluno é obrigado, assim, a fazer funcionar esta grande
engrenagem que é o pensamento lógico, independentemente do campo
específico de determinada matéria ou disciplina (...)”. Neste caso o barulho,
agitação e movimentação passam a ser catalisadores do conhecimento tornando
a indisciplina, paradoxalmente, um movimento organizado que denota
tenacidade, perseverança, obstinação e vontade de aprender.
Para Silva (2017) o professor que prepara bem suas aulas sofre menos
com o mau comportamento dos alunos. Uma prática docente voltada para a
improvisação desestimula o interesse pelo aprendizado. A autora também
entende que o estabelecimento de regras dentro da sala de aula também pode
ajudar a diminuir a indisciplina. Para isso, deve-se elaborar um contrato didático
com a ajuda dos alunos, visto que, ao estimular que eles mesmos elaborem as
regras, o professor estará desenvolvendo neles o senso de responsabilidade,
tornando-os responsáveis pelo cumprimento das regras e manutenção do
contrato. Quando as regras não forem respeitadas o professor tem de dosar as
medidas de conscientização conforme a gravidade das ações com o cuidado
para que não sejam adotadas medidas injustas ou excessivas.
Silva (2017) nos traz outras sugestões para lidar com a indisciplina como
o controle emocional do professor mesmo durante os momentos de conflito.
Manter um tom de voz calmo fará com que no momento em que ele aumentar o
tom, certamente conseguirá a atenção dos alunos. Ela também explica que o
envolvimento das famílias através de palestras e ações educativas pode ajudar
a descobrir a raiz dos problemas que motivam a indisciplina e violência escolar.
A construção de uma relação de afeto e respeito entre aluno e escola e aluno e
família é fundamental nesse processo.

Quando o professor age pela “autoridade amada”, afetividade


combinada a conscientização, desperta no aluno comportamentos
dessa natureza, e amplia os sentimentos de justiça e segurança,
fortalece o convívio harmonioso e retira da sala de aula os medos e os
conflitos (SILVA, 2017).

Santos (2016) afirma que as medidas para prevenir a indisciplina em sala


de aula só surtem efeito se trabalhadas em conjunto: sociedade, família, escola,
professor e aluno. Os pais devem estabelecer limites e preparar o filho para a
vida, assim este aluno chegará à escola com uma postura irrepreensível para o

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aprendizado (Tiba 2012 apud Santos, 2016). A família pode contribuir ajudando
o filho a construir uma postura crítica e a pensar no sentido da vida, sem
acobertar falhas, acreditando em suas possibilidades, participando das
atividades escolares, valorizando a escola, professor e estudo (Vasconcellos
1995 apud Santos, 2016).
O professor deve trabalhar conteúdos relacionados às questões morais,
convívio social, cooperação mútua. Consequentemente o aluno se sentirá
valorizado e pertencente ao processo de ensino aprendizagem, o que inibirá
manifestações de indisciplina (Moço 2009 apud Santos, 2016). O professor deve
também exercer autoridade de cunho intelectual, ético, profissional e humano
sendo capaz de refletir, rever pontos de vista, demonstrar sabedoria no trato com
a realidade, ter firmeza de caráter, compromisso com o bem comum, ter princípio
e sendo de justiça. Ele precisa assumir a realidade da sala de aula, aceitar e
respeitar o aluno e só depois tentar muda-lo, se necessário. Ao se sentir aceito
o aluno se abre à interação. A crença na possibilidade da mudança do outro é
uma aliada no combate a indisciplina, mas o professor precisa conquistar a
confiança e respeito do aluno com clareza, convicção de ideias e postura. Ele
não deve vincular notas à indisciplina (Vasconcellos 1995 apud Santos, 2016).
A sociedade, por sua vez, deve desenvolver um resgate ao compromisso,
à solidariedade, à valorização dos profissionais de educação e participar de
movimentos em prol da educação. A escola deve construir uma postura comum
entre seus atores que definirão o que se pode ou não fazer, o que é grave ou
não. As normas devem ser bem definidas para evitar comportamentos diferentes
para uma mesma situação, pois isto cria desconfiança e indisciplina nos alunos
(Vasconcellos 1995 apud Santos, 2016).
Para o portal PROESC (2020) é importante o conhecimento claro sobre
as regras, inclusive as morais baseadas em princípios éticos como respeitar o
próximo, não bater, não xingar, etc. A escola precisa ter regras de convício bem
definidas e devem ser estipulados os deveres da escola e da família. Esta
precisa ser conscientizada sobre seus direitos e deveres e os do aluno.
O educador deve manter o equilíbrio e a calma em cada situação. Para
isso, o diálogo ainda é o melhor caminho. Portanto, ele tem de elaborar
dinâmicas para trabalhar a indisciplina em sala e conversar com os alunos para
saber o que os levou a este tipo de comportamento ruim, deixando claro que a

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atitude tomada foi inadequada e feriu as regras da escola. Em casos de
persistência, o professor deve comunicar aos pais e ao coordenador pedagógico
(PROESC, 2020).
Outra forma de enfrentar a indisciplina é não cair no erro da
culpabilização. É preciso parar de achar um culpado e analisar cada situação
individualmente evitando que o aluno continue sendo a maior vítima dessa
situação. A busca pelo culpado é desgastante e provoca no aluno reações de
ataque e defesa (Vasconcellos 1995 apud Santos, 2016).
Por fim, a Psicopedagogia pode ser uma aliada no combate a indisciplina,
afinal, tem uma relação direta com o processo de aprendizagem. A
Psicopedagogia permite uma visão sistêmica que busca a compreensão das
múltiplas formas de aprender, além de possuir ferramentas, posturas e
procedimentos mais indicados para trabalhar com a indisciplina na escola.
Compreender as questões que envolvem a indisciplina passa pelo conhecimento
da realidade escolar e o contexto das práticas educacionais (Santos e Silveria
2011; Passos 1996 apud Santos, 2016).
Santos (2016) afirma que o tema indisciplina é muito vasto com uma
diversidade de entendimentos sobre sua ocorrência, mas é possível constatar
que este fenômeno não é provocado apenas por questões pedagógicas. Existe
uma série de outros motivos como ausência moral, permissividade dos pais e
ausência de limites, desmotivação, desvalorização da escola e do estudo, etc.
Para o autor, identificar as causas mais comuns desse fenômeno em
determinado grupo ou mesmo partindo de um só aluno favorece a escolha mais
adequada para resolvê-lo.

Cabe aos pais dedicar mais tempo aos estudos dos filhos com um olhar
mais atento para a escola, os deveres, as provas, as notas ou
quaisquer atividades e ocorrências diretamente ligadas ao
desenvolvimento educacional dos filhos. À escola cabe identificar os
maiores e mais repetitivos problemas de indisciplina e por meio de uma
equipe multidisciplinar buscar meios para combater esse mal, evitar
novas ocorrências e resgatar uma autoridade saudável perante seus
alunos. Ao professor cabe o papel mais difícil na eliminação ou
diminuição do fenômeno estudado uma vez que, além de auxiliar a
escola na identificação das causas, combate e prevenção da
indisciplina, ao professor cabe manter o interesse do aluno em sala de
aula buscando motivá-lo a ter um comportamento respeitoso e
adequado que possibilite a um melhor e eficaz aprendizado (SANTOS,
2016).

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4 PÚBLICO ALVO

O público deste projeto são os o Diretor escolar, Supervisor/Coordenador


escolar, Professores, Funcionários, Pais e Alunos dos 8º e 9º anos da escola
onde deu-se o estudo de caso.

5 OBJETIVOS

5.1 OBJETIVOS GERAIS


O objetivo geral deste projeto é tratar a indisciplina dos alunos de forma a
melhorar as relações interpessoais na escola.

5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


Promover o desenvolvimento da cidadania e participação nos alunos,
construir em conjunto combinados e normas de acordo com valores e critérios
morais pré-estabelecidos, trabalhar pelo respeito as diferenças e minimizar a
ocorrência de conflitos e violência na escola. Criar estratégias em conjunto para
lidar com a indisciplina, ensinar através de recursos, escola ir trabalhando para
alcançar um nível avançado de comunicação com os alunos, sempre procurando
trabalhar com uma rede de apoio com outros profissionais/especialistas que se
achem necessários ao longo do projeto como psicólogos, e mobilizar o corpo
docente para estudos e reflexões coletivas ou individuais.

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6 PERCURSO METODOLÓGICO

Para trabalharmos a indisciplina nas escolas, devemos conhecer o público


alvo para alcançarmos os objetivos propostos neste projeto, e serão utilizados
vários:
• Estudo e reflexão de textos que tratem da indisciplina e a ação docente
nos horários de trabalho pedagógico coletivo;

• Trazer um especialista/psicólogo para um curso de curta duração que


traga sugestões práticas de como melhorar as relações interpessoais na
escola.

• Leitura de livros para reflexão e discussão coletiva, sobre a indisciplina na


escola;

Figura 1: Exemplos de livros a serem trabalhados

Fonte: Site Amazon, 2020

• Orientação individual aos professores que tenham alunos com problemas


graves de indisciplina para que sejam feitas construções de estratégias.

• Implementar reuniões periódicas junto ao Orientador Escolar e os pais dos


alunos envolvidos em casos graves de indisciplina;

• Organização de Assembleias de estudantes, professores e equipe escolar


para discussão coletiva sobre os casos de indisciplina, criação de um

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código de conduta e regras para o ambiente escolar e formalização de
sansões e punições aos que não cumprirem o combinado.

• Agendamento de uma visita de estudos fora da escola. Onde é necessário


haver disciplina como: museu, biblioteca, etc.

• Realizar dinâmicas com os alunos para conscientização e para trabalhar a


cidadania, diferenças, resolução de conflitos.

• Elaborar juntamente com os alunos ações/apresentações para os pais no


dia da última reunião do semestre.

• Fazer atividades educativas e lúdicas que ensinem sobre bons hábitos;

• Criar e envolver os alunos em atividades descontraídas. Como jogos que


tragam uma disciplina por meio da diversão.

• Incluir a família nas atividades, para que sempre estejam atentas ao


comportamento das crianças e dos adolescentes, conversando sempre
em casa sobre a escola

• Deixar claro aos pais que a família é exemplo central para as crianças,
através de palestras e reuniões coletivas.

• Elaborar atividades com filmes, para que possam levar a uma aula de
conscientização sobre indisciplina.

Figura 2: Exemplos de Filmes a serem trabalhados

Fonte: Site Amazon, 2020

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7 RECURSOS

• Espaços adequados para as reuniões coletivas e assembleias com os


alunos;

• Televisão para vídeos;

• Livros e textos diversos com subsídios teóricos e práticos sobre o tema;

• Especialista para ministrar curso aos professores;

• Microfone;

• Caixa de som;

• Datashow;

• Jogos para interações em grupo;

• Cadernos para questionários, entrevistas e registro do projeto;

• Para as saídas de estudos será necessário o aluguel de ônibus para o


transporte.

• Papelão, material reciclável, tecidos, tintas guache, materiais para pintura


e colagem, tesoura, cola, revistas variadas, jornais, panfletos, para
criação do painel.

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8 CRONOGRAMA

A duração do projeto será de um semestre. Os professores terão a


responsabilidade de analisas os casos mais graves. Segue um cronograma
considerando os principais aspectos a serem trabalhados.

Mês 1 Diagnóstico de casos graves de


indisciplina junto aos professores e
funcionários;

Mês 2 Estudos coletivos com professores e


funcionários com base em textos e
livros que tratem sobre o tema; curso
com especialista/psicólogo sobre
relações interpessoais na escola;

Mês 3 Implementação de reuniões junto aos


pais dos alunos envolvidos em
graves ocorrências e orientador
escolar;

Mês 4 Organização de assembleias de


alunos, professores e equipe escolar
para discussão coletiva, criação do
código de conduta e formalização de
sansões e punições;

Mês 5 Realização de dinâmicas com os


alunos para trabalhar cidadania,
diferenças e resolução de conflitos.
Elaborar com os alunos as ações a
serem realizadas no fechamento do
projeto que será a reunião de pais no
fim do semestre;
Mês 6 Reunião coletiva com a comunidade
escolar para avaliação da melhoria
da disciplina na escola. Fechamento
do projeto com as ações dos próprios
alunos na reunião de pais.

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9 AVALIAÇÃO E PRODUTO FINAL

9.1 AVALIAÇÃO

A avaliação será feita através de reuniões periódicas com os professores


e funcionários para verificar o andamento do projeto e desenvolvimento dos
alunos. Será feito também vários registros individuais sobre o desenvolvimento
dos alunos, será registrando todas as atividades do projeto, observando os
seguintes aspectos: interesse, participação, desenvolvimento das atividades
propostas. Essa avaliação será registrada pelos alunos e deverá conter os
principais conhecimentos adquiridos e as dificuldades enfrentadas durante o
projeto.
A reunião final será feita com a equipe escolar e os alunos para avaliar os
avanços nas relações interpessoais e o que pode ser mantido no processo, e o
que tem que ser tirado

9.2 PRODUTO FINAL

1. Reunião coletiva (com alunos, professores e funcionários) de


encerramento do projeto para avaliar os avanços nas relações
interpessoais da escola.
2. Última reunião de pais do semestre: os alunos vão elaborar ações que
eles mesmos farão a fim de demonstrar o progresso nas relações
interpessoais da escola: teatro, dinâmicas, apresentações de slides e
outras ações que planejarem ao longo do projeto.
3. Criação de um painel para ficar exposto na escola após o encerramento
do projeto contento imagens, fotos e pequenos relatos dos professores,
alunos e funcionários acerca dos significados e aprendizagens
construídos.

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Figura 3: Exemplos de painel a serem trabalhados

https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1599/mural-de-boas-praticas-uma-
acao-que-faz-diferenca

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REFERÊNCIAS

AQUINO, Julio Groppa. (Org.) Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas.


São Paulo: Summus, 1996.

INDISCIPLINA na escola: Como lidar com alunos indisciplinados?. Disponível em:


<http://www.proesc.com/blog/indisciplina-de-alunos-na-escola/>. Acesso em:
05/10/2020.

SANTOS, Humberto Corrêa dos. A Indisciplina na Escola: causas, prevenções e


enfrentamento. Disponível em: <https://portal.estacio.br/media/6078/3-a-indisciplina-
na-escola-causas-preven%C3%A7%C3%B5es-e-enfrentamento.pdf>. Acesso em
13/10/2020.

SILVA, Maria Jessica Couto. A indisciplina na escola. Disponível em:


<https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-indisciplina-na-
escola.htm#:~:text=Desse%20modo%2C%20se%20faz%20necess%C3%A1rio,%2C
%20Viol%C3%AAncia%2C%20Fam%C3%ADlia%2C%20Escola.>. Acesso em:
13/10/2020.

Figuras 1 e 2: Fonte Site Amazon, 2020 – www.amazon.com.br

Figura 3: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1599/mural-de-boas-praticas-uma-
acao-que-faz-diferenca

Blog / Gestão Escolar / Indisciplina escolar infantil: causas, consequências e como


combatê-la; https://escoladainteligencia.com.br/blog/

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