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Direitos
Capa: A capa desta obra foi idealizada por seu editor a partir de uma
visão mediúnica, e posteriormente finalizada profissionalmente pelo
amigo e editor gráfico, “Elzo Amorim” que assina a mesma, bem como,
todas as outras artes contidas nos intervalos dos capítulos.
O Editor
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Dedicatória
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Prólogo por Agla Koatay 108
Boa Leitura!
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“No mundo dos espíritos, onde as visões se encontram, sem paixões,
sem teorias, há uma só filosofia: Ser ou Não Ser.”
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MANOEL TRUNCADO
Há uns dez anos atrás, vivia em uma cidade de Goiás, bem pró-
xima da Capital do Estado um cidadão chamado Manoel Truncado. Ele
era casado com uma mulher pacata e jovem chamada Maria. O casal
tinha três filhos: José (o caçula), Marília e Josefa, duas mocinhas.
de chegar até a cerca da casa para falar com a vizinha, começou a sair
em busca de auxílio. As crianças ficavam em casa e deixaram a escola.
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Maria acostumada a viver sempre na vida dura de casa; come-
çou a se embaraçar na vida fora de casa. Fez as primeiras dívidas e das
dívidas passou aos favores ilícitos. Em pouco tempo se separou de Ma-
noel Truncado e se prostituiu por completo. Um dia Manoel Truncado
descobriu que estava só com seus cavalos estropiados. Maria o aban-
donara sem deixar endereço, levando consigo as crianças.
Seus sete dias na Pedra Branca foram de intensa agonia. Ele não
conseguiu dominar seus desejos de vingança, fomentados pela sua
mente desvairada. Ao ver-se livre encaminhou-se como relâmpago em
direção à família.
seus enormes jardins, suas pontes, seus belos edifícios, sua vida com-
plexa, sua luz cambiante de tons lilás e sua simetria, seu conjunto difi-
culta a sintonia. É como uma cidade criada artificialmente e cheia de
truques mágicos.
Embora tenha modificado sua roupagem, ele vai ao Templo Umatã co-
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mo ia aos terreiros da Terra. Ela tem uma pena imensa desse Espírito e
o ajuda sempre que pode.
Eram quase cinco horas da manhã quando ela voltou para a Ter-
ra. Preocupada com a promessa feita a Manoel Truncado ela procurou
ver Zezinho. Mas não conseguia vê-lo com sua roupagem de Exu; a úni-
ca coisa que conseguiu captar em sua Visão Espiritual foi à figura de um
menino de sete anos, esperando o pai para lhe ensinar a lição da esco-
la...
Vivendo os dois planos não quero dizer com isso que sou um es-
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pírito de luz, pois posso ser ainda outro Truncado. Salve Deus!
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“Deus de fato, toma cedo ou tarde o partido dos que se dizem inocen-
tes. Porque o Cristianismo surgiu por canais piedosos numa Era difícil.”
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NARA, A SUICIDA
“Eu andava feito louca e cheia de dor. Na verdade minha dor era
tão grande que Deus na sua bondade permitiu-me caminhar na solidão
sem ser atingida pelos Bandidos do Espaço, apesar da minha revolta e
descrença. A única coisa que me sustentava era o respeito que me de-
votavam devido ao Amor do meu marido”.
pido até o casamento. Nosso noivado durou dois anos e foram da mais
perfeita felicidade.
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Três meses depois de casados fiquei grávida e isso foi recebido
por nós com muita alegria. A primeira preocupação de Tomáz foi dar a
notícia para sua mãe que morava no Sul. Ele era o único filho e ela so-
nhava em ter um neto. Em poucas semanas ela e Tomáz fizeram todos
os arranjos para ela vir morar conosco. Nos primeiros dias tudo foi no-
vidade e alegria. Tomáz estava eufórico com a perspectiva do nosso
filho e ao mesmo tempo sentia-se alegre com a presença da mãe.
auxílio de Tomáz. Mas, qual não foi a minha surpresa! Suas feições se
transtornaram e seus olhos pareciam sair fora das órbitas. “Ouvi o que
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minha mãe disse” gritou ele, “então você abortou, matou nosso filho!
Jamais a perdoarei! E avançou possesso em direção à cama. Eu gritei
assustada e vi quando ele apanhou um punhal ornamental que estava
sobre a cômoda e avançou sobre mim!”.
“Estou aqui meu amor, venha, venha comigo; não me deixe, não
me solte! O que está acontecendo?”. Uma luz se fez na minha mente:
Ele me ama! Mas de repente tudo escureceu. Meu Deus, que fizera eu.
– Tudo continuou a escurecer e senti minha mão se soltando da mão de
Tomáz. Quis segurar mais forte, mas não conseguia. O outro túnel co-
meçou a me atrair e fui levada para ele. Ouvia vozes de todo o tipo e
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“Nara, minha filha”, respondeu Neiva. “Um dia você terá que
voltar, mas não é tão fácil o reencontro com a Alma Gêmea. Você co-
meteu muitos desatinos e terá que se reajustar por isso. Muitas vezes
nós pensamos que estamos sendo feridos e somos nós que estamos
ferindo com nosso amor próprio. Isso se dá devido à nossa incompre-
ensão, nosso egoísmo, que é a pior arma que voltamos contra nós
mesmos. Temos a obrigação de analisar as coisas, pois em tudo existe
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“Não Tia Neiva, só preciso encontrar Tomáz. A mãe dele está vi-
va e mora no Rio de Janeiro”.
“Não minha filha, sua sogra já morreu e está junta ao filho. Não
se esqueça que você passou sete anos aqui na Terra... Olhe Nara, na-
quele dia em que você encontrou sua benfeitora Jeny, eles estavam
perto ajudando a você”.
Salve Deus!
Oh, Tia! Que bom lhe ver depois de tanto tempo! Tia, só agora
consigo lhe ouvir. Passei muitos dias sentindo a sua presença, o seu
amor, porém sem conseguir lhe ver! Porque, Tia?
Não meu filho, não sei de tudo. Muitas vezes participo de uma
situação, vou a socorro dos enfermos e, quando volto ao corpo não
desperto, a não ser em casos que exigem seguidamente minha presen-
ça. O que aconteceu com você é um caso muito comum. Graças a Deus,
em seu caso não houve necessidade de me despertar, despertar a mi-
nha mente quando voltei ao corpo.
Eu sei meu filho, vai lhe fazer muito bem. Tudo está na mente
dos Médiuns Doutrinadores e dos Aparás. Salve Deus, meu filho! Pode
começar. Tire os últimos resíduos da Terra, e que neste instante seja
levado até os Encantados e possa entregar aos Iniciados o Mantra da
sua vida! Salve Deus Tia, Foi tudo tão maravilhoso...
No sábado fui procurar novamente Pai Jacó e ele disse que meu
problema era espiritual. Também me disse que nos três dias que havia
passado no Vale, a minha freqüência ao Templo eu havia me libertado
de três Elítrios. Realmente, eu já caminhava sozinho, vinha buscar mi-
nha água fluídica e subia de volta a pensão. Recebi muito carinho do
Alencar e tive muitas palestras com o Sr. Eurides. Ele me contou como
veio parar aqui no Vale e também me falou da dedicação que tinha à
senhora. A única coisa que me preocupava e que eu estranhei muito,
foi Pai Jacó me mandar de volta ao hospital, uma vez que eu me sentia
muito bem, como nunca estivera.
Nos dias que permaneci aqui no Vale, havia se aberto uma nova
perspectiva em minha vida. Comecei a me preocupar com as coisas que
não havia feito, com as oportunidades que tivera nas mãos, de fazer o
bem e que deixara de aproveitar. Graças a Deus, nunca fiz mal a nin-
guém, pelo menos conscientemente, nunca fiz mal a ninguém.
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Sentia que era outro homem, com novas energias e com as for-
ças do bem brotando em meu coração. Cheguei até a pensar na morte
como um alívio!
Jacó.
De segunda para terça-feira, eu já estava de novo no Hospital
das Forças Armadas.
Eu, que até então estava leve, muito leve, comecei a sentir no-
vamente peso e calor dos fluídos maléficos do meu corpo. Comecei
então a me lembrar de Pai Jacó e de suas palavras. O que estaria acon-
tecendo comigo?
Pai Jacó e que vivia fazendo a maior caridade. Entretanto eu, com 58
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tinha a impressão de que o bom Preto Velho iria chegar ali. Mas nada,
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durante esses sete dias não vi nem senti presença alguma. Somente
recebia respostas ao que pensava.
Lembrei-me muito da minha pobre Dulce. Mas tudo eram lem-
branças longínquas. A minha preocupação maior era com as coisas que
não fizera, as oportunidades que perdera. Lembrei-me então de José,
um antigo subordinado meu que precisava muito de mim e eu recusara
ajudar.
Por fim chegou a hora de sair dali. Como por encanto tudo se
modificou. De repente, me achei no saguão de uma estação rodoviária,
iluminada pelo mesmo clarão lilás. Pessoas saiam para os destinos mais
diversos, porém desconhecidos. Subitamente ouvi uma voz de coman-
do que disse imperativa:
sirene do Templo e fui para lá. Entrei e parei, justamente perto da Mesa
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Suas palavras caíram sobre mim como o orvalho cai sobre a flor.
Pensei: Pai Jacó, meu Paizinho, não me desampare!
tempo e espaço.
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Julguei que isso era devido à falta de Dulce e pedi ao meu Men-
tor que me levasse até ela. Ele me atendeu, porém isso de nada adian-
tou, pois continuei a me sentir inútil.
Meu Deus, Tia Neiva! Eu não fora malvado, porém fora muito
pior, fora desumano! Não existia amor no meu coração.
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“Não estamos preocupados com os velhos documentos das velhas escri-
turas, porém estamos sim, desejosos de saber onde os nossos antepas-
sados encontraram tanta força e tanta coragem para chegar até aqui.”
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A NOIVINHA DESENCARNADA
“Tia Neiva, meu nome é Maria Lúcia e sou um Espírito que teve
a felicidade de passar aqui pelo Templo do Amanhecer depois de ter
sofrido muito. Apresento-me com meu vestido de noiva porque foi as-
sim que desencarnei. Ouvi a senhora contando a história do Sargento
para seus Médiuns e gostaria muito de contar também a minha vida
para a senhora e os Médiuns do Vale”.
vocês saibam a história de sua vida. Como vocês não podem vê-la, nem
ouvi-la, eu vou contando o que ela me diz. Enquanto isso Mãe Yara vai
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Meu pai? Foi tudo que pude exclamar e corri para o quarto dele.
Eles, porém me deram uma grande vaia e disseram que não faltariam
ao meu casamento. Fiquei apavorada com a algazarra deles, embora
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Minha relação com os “hippies” não era tão simples como pare-
cia.
desapareceu!
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Desolada e cheia de vergonha fui levada para a casa de meus
pais. Minha mãe tentava me consolar, mas eu estava certa que Mar-
ques não tardaria a aparecer. Ela perguntou se eu queria ficar com eles.
Eu, porém tentando aparentar uma calma que não tinha, disse-lhe que
iria esperar Marques em casa, na nossa casinha! Ele talvez estivesse lá
me esperando.
ava a tal ponto na paciência deles que chegava a pensar ser melhor
voltar para eles do que o retorno de Marques. Ele com certeza iria me
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Seu olhar era bondoso, ele disse chamar-se Januário e que esta-
va ali para me ajudar. Pegou em minha mão e me conduziu para uma
espécie de praça, cercada por todos os lados. Os sinos haviam parado
como por encanto. Sem que se percebesse, Januário desapareceu e eu
me senti só, completamente só. O que eu pensara ser uma praça, era
na verdade um bosque de relva verde escura e árvores simétricas.
brancas.
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Nisso ouvi soluços bem perto de mim. Olhei em torno, mas não
vi ninguém com aparência de estar chorando. Olhei interrogativamente
para Januário e ele deu a entender que também estava ouvindo.
Foi assim que soube que Marques havia se casado e que estava
muito feliz. Mesmo assim sofri muito com isso.
Um dia eles decidiram tirar umas férias e viajar até Brasília. Co-
mo de costume eu os acompanhei e graças ao trabalho de Januário e
outros Mentores, eles receberam um convite e vieram ao Vale do Ama-
nhecer.
Meus pais esperaram muito tempo, mas por fim chegaram dian-
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Peço Tia, que transmita aos seus Médiuns, que devem aprender
a perdoar seus filhos e serem pacientes com eles, como fizeram os
meus pais comigo. Se não fosse o amor e a tolerância deles eu não es-
taria aqui agora. É preciso que seus filhos não sintam medo nunca! Se
eu não tivesse tido certeza do perdão dos meus pais, nunca teria volta-
do para casa. Teria sido vítima dos Bandidos do Espaço ou talvez tivesse
me tornado obsessora dos meus antigos companheiros.
Salve Deus Tia, e recomende aos seus Médiuns para que contem
a minha história para todos que puderem. Agradeça aos dois Médiuns
que me atenderam com tanta generosidade.
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“O dever é uma obrigação moral da criatura para consigo mesmo em
primeiro lugar, em segundo para os outros. O dever é a Lei da Vida.”
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O VELHO CORONEL
Pequenas viagens!...
Eu, sentada com Pai Joaquim das Almas de Enoque, sentia o es-
plendor de tudo que víamos. Divisamos ao longe um homem de branco,
que caminhava de um lado para outro, sem sossego.
– Frazão? Ué, Pai Joaquim, o senhor disse que ele era Eugênio...
uma antiga namorada com quem eu não havia podido casar, porque
seus pais não confiavam em mim. Gente importante, para romper o
romance haviam partido para a França, levando a filha obediente da
qual nunca mais eu soubera qualquer notícia. A única coisa que sabia,
era que Geruza nunca havia se casado.
Na força que age sobre duas pessoas que se amam, nos abra-
çamos. E quando acordamos da surpresa estávamos abraçados. Fica-
mos sem graça sentindo o peso de nossas responsabilidades, tão im-
portantes nas nossas idades. Não me recordo bem do que falamos, mas
sei que com algum embaraço mais uma vez sentimos a crueldade da
separação. Não combinamos um novo encontro, não nos demos ende-
reços, enfim, sabíamos que não tínhamos condições para nos reencon-
trarmos.
– Sim, Coronel – disse eu, tenho certeza disso. O amor tira real-
mente muita terra do coração do homem. Digo isso por mim: o grande
amor que sinto por meus filhos – um amor tão grande que ultrapassou
as barreiras do som e me faz amar todo esse Universo. Só o amor edifi-
ca! Somente o amor absoluto, como por exemplo: o amor das Almas
Gêmeas que se encontram na Terra, faz uma transformação tão grande
que permite o nascimento no homem do Amor Incondicional, essa for-
ça bendita que ilumina os três reinos de nossa natureza, aumentando o
poder de nosso Sol Interior, esse sol que exige nosso bom comporta-
mento, que nos faz sentir em cada ser o novo resplandecer dentro de
nós.
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Muita coisa mesmo. Neiva como estás falando bonito! Aliás, o que é
mais bonito na Terra é ouvir o homem em seu sacerdócio. Sim, mesmo
o homem de poucas letras, explanando o sacerdócio.
– É fia, mas você não pode mentir. Seus olhos estão empenha-
dos a Jesus. O que te faz falar bonito é o que acabou de dizer: o grande
Amor Incondicional. Aqui é fácil falar, porém, na Terra é muito difícil. O
homem carrega sérios defeitos através dos milênios e fica muito difícil
amá-lo.
Oh, meu Deus! Eu mal sabia que aqueles homens eram meus al-
gozes e que Deus me colocara ali como Missionário, para evoluir aquele
povo e suavizar o terrível encontro, encontro esse em que o obsessor
era meu próprio pai. Pelo meu amor, pela minha compreensão, pela
ternura que lidava com cada um, eu estava encaminhando aquela gen-
te. Não podia saber que Deus havia mandado aquele pobre homem – o
Curandeiro – para me ajudar.
– Sim – disse eu, Jamais cairei nesta infração. Não aceito comen-
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Sim, como pudera ser tão vil? Como pude? Depois de tanta ex-
periência, fazer o que fiz? Tanta realização, mas na verdade eu estava
desajustado.
Mais uma vez me sentia como que morto por dentro. Aquela al-
gazarra... Se alguém viesse pelo menos dizer que não era nada com o
Curandeiro e sim alguém que chegava e estavam festejando... Qualquer
coisa menos o castigo do Curandeiro, pensava eu. No quarto ninguém
falava. Apenas se ouvia a respiração ofegante da criança moribunda e
os soluços dos pais e de minha velha esposa. Nesse momento, Tia Nei-
va, garanto que meu único pensamento era salvar meu netinho. Minha
nora parecia adivinhar meus pensamentos e levantando-se num repen-
te, com firme determinação, me disse que ia buscar o velho Curandeiro.
Não falei nada. Eu pensava que era muito corajoso, mas não passava de
um grande covarde.
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li, e saí correndo sem destino. Corria, corria e de repente senti-me leve,
leve como se não tivesse mais o corpo e me transportei, chegando aos
lugares onde meu pensamento me levava. Cheguei até aqui e então
soube que morrera na mata.
Essa é a minha história, Tia. Tudo teria dado certo se não tivesse
ouvido as mentiras do meu Ordenança. Triste e infeliz daquele que ou-
ve os fuxiqueiros, os malvados que se armam em julgadores... Aquele
Curandeiro era meu pai, que fora instrumento para testar a minha hu-
mildade. E eu que me sentia humilde, que me dizia humilde, porque
todos viviam a meus pés, à primeira prova caí como um louco. Oh, meu
Deus! Não me encontrei com o Curandeiro para lhe pedir perdão pelo
capricho do meu destino, de minha prova. Ele foi ter com Deus e eu
fiquei aqui Tia Neiva. Pai Joaquim segurou a mão do velho Coronel, e
seus olhos brilhavam quando falou:
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“Filhos! É preciso que conheças a vida fora da matéria, sabendo que
vivemos na Terra a experiência do que somos testados pelos nossos
amores e pesados pelos nossos corações.” 73
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O PEQUENO PAJÉ
tores complexos que circundam cada uma, mas de um modo geral, to-
das “vêem”, “escutam”, “tocam” o Mundo Invisível. As crianças “se co-
municam” tão naturalmente com o Mundo Invisível como com o Mun-
do Físico, na proporção inversa das idades. Os sentidos vão se desen-
volvendo e se firmando e, nessa proporção vão diminuindo as percep-
ções do Mundo Invisível até desaparecerem quase por completo na
faixa dos 7 anos.
dos físicos que os exagera. A voz luta por se firmar, os olhos começam a
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14. Mas Jesus disse: “Deixai as crianças e não proibais que venham a
mim, porque destas é o reino dos céus”.
Mateus, 19:13-15.
ança nas Estrelas do Céu. Assim, viajaram por muitos oceanos, viram
muitas terras e gentes. Conheceram os perigos dos mares bravios, vi-
ram toda sorte de fenômenos, animais estranhos e gigantescos. Certa
vez foram acompanhados, quase uma semana, por um bando de golfi-
nhos que pulavam em torno do seu minúsculo veleiro e brincavam com
o jovem casal. Paravam pouco tempo em cada lugar. Não perguntavam
pela ALDEIA ENCANTADA, porque não queriam arriscar o sonho de seu
coração com pessoas que não queriam compreende-los.
das. Mas o interessante é que não havia dificuldade para eles se enten-
derem! O jovem casal se instalou numa modesta casinha e desembar-
cou todo seu material de pesquisa. Sabiam agora que aquela era a AL-
DEIA ENCANTADA! Haviam chegado ao seu destino.
balbuciavam:
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– Viemos de longe em busca desta ALDEIA e gostaríamos de sa-
ber sobre ela. Disseram-nos que o senhor nos diria tudo o que sabe. Ao
mesmo tempo gostaríamos de fazer o que pudéssemos. Sentimos que,
também, temos alguma coisa a fazer aqui.
– Ora, disse o Pajé, você é livre e pode ficar ou ir. Use o seu livre
arbítrio.
Pois não, respondeu o Velho Pirata. Vamos até lá. Mas, teremos
que ir imediatamente. Tenho um pressentimento que sua Missão nessa
ALDEIA está se acabando!
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“Junto a mim, na longa estrada, em direção à porta estreita,
está comigo o Doutrinador!”
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UM HOMEM DE DOIS MUNDOS
Com isso ele quer dizer que não basta curar e tirar as pessoas de
suas angústias, mas, que é preciso dar-lhes algo mais, alguma coisa que
lhes sirva de guia nas suas resoluções, é preciso dar-lhes uma Doutrina
para lhes servir de amparo nas horas amargas, quando têm que tomar
alguma decisão.
Mas o Comando está nas mãos dos seus Mentores e ela aprovei-
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condes, uma senhora de uns quarenta anos mandou que eles entras-
sem. Entraram os três, mas para a família de Marcondes, haviam entra-
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do apenas Mãe Tildes e Neiva... Mãe Tildes era visível para eles por es-
tar na Aura de Neiva, o que, por razões técnicas, não estava acontecen-
do com Amanto, que era visto apenas por Neiva e Mãe Tildes.
– Ah, como foi maravilhoso! Imagine Tia Neiva, que todos eles
haviam sido em encarnações anteriores tremendos vikings!
Não (disse ela), ele não está desnorteado, ele está na Terra por-
que pediu a Deus por isso.
– Ele então pediu para voltar, e Deus através dos seus Ministros
concedeu-lhe essa prova, ou melhor, essa missão que está cumprindo.
– Sim (disse Neiva), mas afinal o que foi que ele deixou de fazer?
Oh meu Deus, ainda está vivo em minha memória o caso daquela viúva
cheia de filhos! A maioria deles havia descambado para o vício e o rou-
bo.
Inquieto pelo que havia feito a eles nessa encarnação, ele pediu
para reencarnar também. De acordo com seu Plano de Trabalho, ele
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acabou por se tornar o marido da antiga viúva, que por sinal era nova-
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mulher com olhos que imploravam disse: – Tia Neiva, enquanto Mar-
condes viver, essa mulher irá cobrá-lo sem piedade. Ajude-o Tia, sei que
no Plano Físico a senhora tem muito poder e pode fazer muita coisa!...
– Não minha irmã, não desanime, Jesus e Pai Seta Branca preci-
sam muito da senhora (disse ela com ar compungido).
Neiva olhou para aquele homem, que poucas horas antes falara
com ela com tanta firmeza, quando ainda no Plano Etérico, e buscou
em seus olhos alguma centelha que lembrasse o fato. Nada! Ele não se
lembrava de coisa alguma. A cobrança cármica se processava com per-
feição!
– Tia Neiva, Tia Neiva (murmurou ele com voz dolorida) não me
deixe morrer, por favor Tia, ajude-me, ajude-me!
– Não! (disse ela) Sou apenas uma amiga do casal, meu nome é
Neiva.
– É verdade Tia (disse Marcondes), que nós não temos muito pa-
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ra dar, pois ainda não temos graças para isso, mas nos sentimos felizes
em poder pelo menos ajudar a abrir as incorporações dos Aparás. Gra-
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ças a Deus nossos filhos também estão aqui. Salve Deus, Tia Neiva!
Neiva ficou comovida, mas atenta na sua Clarividência, viu que a
jovem Médium que ela iria classificar naquele momento, era um Espíri-
to que na Encarnação do Engenho Velho fora filha da viúva que Mar-
condes tanto perseguira. Só que essa Médium era uma das filhas de
Dona Judith, do seu primeiro casamento, concebida antes que Marcon-
des aparecesse em sua vida!
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“Quando estamos em paz com a gente mesmo, nada nos atinge.”
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O ADJUNTO E A FLOR
Não estou inventando nada do que vocês vão ouvir. Pai João
contou que certa vez houve uma reunião pedida pelo Pai Seta Branca
no anfiteatro de Capela, onde foram recebidos os doutrinadores adjun-
tos de povos, interessados em se consagrar arcanos.
sagra arcanos.
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“Qualquer atitude do homem na faixa vibra-tória de evolução é válida.
Porque estamos em um mundo, onde se confundem
as sombras e as claridades.”
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ARAGANA
Salve Deus!
Aragana e o Pai Seta Branca acharam por bem contar esta histó-
ria através de minha Clarividência, buscando lhes mostrar a seriedade
desta Prisão.
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Salve Deus!
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“Quando chego no Templo ou nas horas de trabalho, esqueço de Neiva
e passo a viver somente Tia Neiva.”
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OS MÉDICOS DO ESPAÇO
Fiquei encabulada!
Salve Deus!
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“Quando temos a missão de enxugar as lágrimas dos outros, não temos
tempo para enxugar as nossas.”
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DITINHO
- Tia, me ajude!...
- Não.
Expliquei a ela que minha vida estava cheia de impactos. Ela, en-
tão, passou a me dar lições que serviram para que eu visse minha irres-
ponsabilidade. Enquanto ela falava, eu ia ficando triste. Só faltava eu
recordar as orações do meu velho protetor... Tudo me surgia na mente,
enquanto ela tagarelava. Por fim, disse que ia me levar à casa de um
amigo seu, que nos ofereceria champanhe.
Como não tinha para onde ir, pensei que seria melhor ficar ali mesmo.
Mas o homem, já aos gritos, repetia sua pergunta.
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- Vamos, vamos! Responda! - falou-me a dona da casa, a pomba-
gira de nome Isaura.
- Como se chamava?
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- Teodoro! E com ele tive seis filhos...
- Onde estão?
- Há pouco Teodoro passou por aqui e levou todos, não sei para
onde...
- Não sei! Não conheço esses infelizes! Porém, dizem que são
meus filhos e me chamam de mãe!
Entendi que era uma proteção de Deus, que nunca deixa seus fi-
lhos, mesmo aqueles que, como nós, estão numa triste situação...
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- Há quanto tempo está perambulando por aqui? - perguntei -
Perdeu, como eu, o rumo de casa?
- Não, mãe, o anel é seu! Junte algumas roupas para mim. Logo
que se apure esse roubo, eu estarei de volta.
José era o gerente da oficina e, por isso, fora chamado. Não ha-
viam suspeitas dele. Quando fui arrumar suas roupas encontrei as du-
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aqui.
- Meu Deus! O que vamos fazer? - perguntei.
Ouvimos, então, uma voz que me era bem familiar. Era o velho
vigário que, se aproximando, colocou a mão sobre a cabeça da mulher
e disse:
- Esta mulher já pagou pelo seu erro. Nada mais tem a fazer. A
presença do seu filho será a sua comunhão.
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- Ditinho: tudo o que fizestes por esta mulher, a Lia, vai sempre
servir para ti. Duvidastes do amor de Deus, e eu fui instrumento para
não mais duvidares. Embora ela seja espírita e eu um representante da
Igreja Católica Apostólica Romana, nada tem a nos separar e continua-
rei com as minhas convicções. Ditinho, estamos num mundo de reali-
dades. As religiões não unem nem separam e, sim, o amor a Deus - o
verdadeiro amor no Espírito da Verdade! Sempre te chamei para a Igre-
ja, para que pudesses aprender a caridade, mas não me destes aten-
ção...
pensei.
Enquanto eu pensava, as jovens se acalmavam. Olhei em torno
de nós e vi, ao longe, o vigário.
Perguntei o que podíamos fazer, e ela logo nos deu uma tarefa.
De repente, ouvimos gritos.
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Como foi suicida, quer acabar de vez com a vida. Porque não quer viver,
cada vez que faz uma loucura piora sua situação...
- Eu sempre ouvi dizer que os suicidas ficam vagando... - arris-
quei falar.
- Sim, porém Deus não a deixou porque, com todo este ódio e
revolta, ela iria provocar muitos desencarnes e, então, foi preciso que
agíssemos.
- Sim. - disse Irmã Lívia - Conheço bem a sua história. Não era
espiritismo, mas sim uma pobre mulher que vendia suas faculdades
mediúnicas...
- Sim, ANODAI! Porque é sempre noite, uma vez que o sol se esconde
em uma grande muralha.
- Ah, - disse eu - já devo estar aqui há muito tempo, porque desde que
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- Filho, diga tudo que te vai na alma. Liberta-te dos teus pensa-
mentos! Arranques do peito todo o mal que te aflige!
- Oh, Ditinho, como podes ser tão egoísta! - falou o vigário - Aqui
não há restrições por nenhuma seita ou religião. Aqui é um vale de re-
cuperação. Temos que ajudar às pessoas em qualquer circunstância.
Não devemos escolher as pessoas que nos procuram.
A jovem foi com o vigário para mais distante de nós. Irmã Lívia
abraçou Ypuena, saudando-o:
Nisso, ouvimos outra das jovens que soluçava. Irmã Lívia foi a-
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- Ditinho, vais ter que freqüentar uma escola para poderes sair
daqui. Terás que ficar aqui, exposto aos chegantes da Terra, por um
período equivalente há seis anos terrestres, com muitas oportunidades
de reajustes. Não cuidastes do teu corpo e o perdestes, antes do tem-
po, sem atenuar tuas cobranças. No fim deste período, passará por aqui
uma senhorita, chamada Maria Rita. Lembra-te?
- Por quê?
- Deixe isso para lá, Ditinho. Vamos cuidar para que tenhas uma
vida nova!
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Oh, meu Deus! Queria poder amar alguém, queria voltar para a
Terra, ter novamente uma família, sofrer, ter alguém a quem pudesse
ser útil, enfim, evoluir! Não tinha noção do tempo, mas achei que se
haviam passado alguns dias quando eu estava recostado em um sofá e
fui alertado por gritos e um ruído estranho. Cheguei à janela e abri as
pesadas cortinas. Qual não foi minha surpresa: eram bandidos do espa-
ço, rosnando como animais ferozes, querendo agarrar as suas vítimas.
Olhei naquela escuridão e pude ver, claramente, o espetáculo. Aí me
dei conta de outro fenômeno: os olhos do espírito enxergam na escuri-
dão da noite! Não vacilei. Acostumado a não dar valor ao meu corpo,
pulei para fora e fui lutar contra os bandidos. Após uma luta desigual,
fui aprisionado por eles e levado para uma caverna, à frente de um bar,
de onde vinha o ruído de risadas, assuntos de negócios, etc.
meu vigário e a minha querida Irmã Lívia que não tinham evitado que
eu caísse na triste situação em que me encontrava. E quanto mais eu
pensava em sair dali, mais ficava preso! Comecei a vibrar no vigário.
Página
Ypuena, porém sem o seu resplendor. Ele fez como se não me conhe-
cesse e gritou:
Página
dade da querida Irmã Lívia! Oh, meu Deus! Quanto tempo se passou!
Senti minhas forças se acabando e me sentei, chorando copiosamente.
Pensava: Oh, Jesus, o que me resta? Súbito, minha mente começou a
despertar. Comecei a me lembrar daquela criatura a quem fizera tão
infeliz. Qual seria o seu estado de espírito? E os meus três filhos? O que
deveriam estar pensando de mim? Sim, fiz tudo errado! Tenho que me
conformar! Eu brinquei demais, mas, agora, não escapo. Lembrei-me
das palavras de Irmã Lívia, que dissera que eu estava sob a bênção de
Deus, e isso foi como um bálsamo para o meu coração. Retomei minha
caminhada. Caminhei muito, não sei por quanto tempo. Todas as mi-
nhas reações afirmavam que o tempo e o espaço nós marcamos de
conformidade com a nossa condição de espírito.
- Oh, não! Não foi isto que pensei. Oh, meu bom vigário!
- Sim, que vergonha! Sei de tudo isso, mas não sabia do com-
promisso!
nhas protegê-la.
- Mas como eu poderei encontrá-la?
- Oh, como vão? O que aconteceu? Estão todos com cara de dor!
Partimos para o albergue, que eu não sabia que ficava tão perto.
Estava cheio de pessoas, e eu entrei ali, cumprindo a minha sina. Che-
gamos na bendita “Hora da Prece”, quando foram servidos lindos pra-
tos contendo como que neves coloridas, soltando vapor também colo-
rido. Desinformado, ergui minhas mãos para receber um prato, mas o
vigário de deteve, dizendo baixinho:
139
- Não, Ditinho, você não pode ainda receber isso. Não tem bô-
nus nem merecimento!
Página
Fiquei tolhido e, muito envergonhado, vi que o vigário tinha ra-
zão. Todos os que recebiam aquele prato pagavam com os seus bônus.
Eu tinha tanto medo de chamar por Deus, mas, naquela hora, não resis-
ti. Sempre que sentia alguma dor, pensava em me suicidar. Mas, agora,
não. Eu só pensava em me reencontrar com Gilda.
Não sei por quanto tempo fiquei ali, naquele estado de alma.
Mas o tempo passou, muitas coisas aconteceram, até que resolvi traba-
lhar. Arregacei as mangas e comecei a socorrer toda aquela gente que
precisava de auxílio. Meu pensamento fixo era quando eu iria reencon-
trar Gilda! Fazia mentalizações, sabendo que, assim, ela me sentia, ali-
viando a saudade e as angústias. Uma enorme cassandra parou em
frente ao albergue, trazendo um homem recém-chegado da Terra. Irmã
Lívia foi toda gentil recebê-lo.
- Aqui não nos preocupamos com isso. Datas nada significam pa-
141
ra nós!
negativa!
Página
- Não, não estou sob qualquer influência negativa mas, sim, so-
frendo terrivelmente!
- Tudo vai dar certo, Ditinho. Breve Gilda vai chegar toda linda.
Nanã me disse que ela está indo muito bem.
- Não, ainda não. Mas não era o que pedias todos os dias?
ras felizes... Verei meus filhos, a quem voltei a amar, gastarei esta ener-
gia mas não estarei fazendo com ela a verdadeira caridade!
Página
dizado, sentindo todo o amor por tudo que recebera. Sentia a trans-
formação do meu espírito. Notei que estávamos descendo.
Página
- Sim, estamos descendo. - explicou Ypuena - Esse plano é quase
na crosta da Terra.
- Tem sol?
- Oh, Ditinho! Soube pela Gilda que você estava no Umbral e lo-
go seguiria para o Canal Vermelho! Enquanto isso, estou aqui, penando.
Fui aprisionado pelos bandidos do espaço e leiloado. Mas Nanã me
comprou e já me prometeu que vai me levar para lá, também.
Apesar da saudade, senti alívio por Gilda não estar por perto.
Página
- Sim, minha amada Gilda! Não sei o que nos reserva nosso des-
tino, a vontade de Deus ou a de nossos mentores, mas quero ficar com
você!
Salve Deus!
149
Página
“Quanto mais evoluído o espírito,
mais poderoso se torna o seu pensamento criador.”
150
Página
REILLI E DUBALY
se lhes dissesse:
Filhos, amai-vos uns aos outros!
Dubaly, olhando para Reilli, deixou cair a sua lança. Reilli seguiu
seu gesto. Os dois se abraçaram, vendo que nenhuma dor poderia ser
igual à de Jesus. Abraçados, ouviram os chicotes dos soldados de César.
se como irmãos, porque Jesus, com seu olhar, lhes dissera tudo. Até
Galba e Tanoro que, por se considerarem grandes inimigos, eram man-
tidos à distância por seus chefes, ao se reverem se abraçaram na pre-
sença de Reilli e Dubaly.
- Como se sente?
Dubaly colocou a mão sobre sua boca, não a deixando mais fa-
lar. Com firmeza, falou:
ração, de verdade mesmo, pois não sentiu revolta contra Jesus. O seu
amor e a sua confiança eram tão grandes que não vacilou. Então, Jesus
Página
o ouviu e a curou.
Por que não ser como Dubaly e Reilli?
- Vou deixar a Corrente. Minha vida está muito mal. Vou deixar a
Corrente! Trabalho, trabalho, e não tenho coisa alguma!
156
Página
O FILÓSOFO DOS ABATÁS
cido.
Página
159
Página
“Quando Pai Seta Branca estava aqui na Terra ele disse que chorou mui-
to, muitas vezes, de ver esses elítrios, estes espíritos arraigados no ódio
obsediando as pessoas, destruindo as pessoas.
O Pai Seta Branca... Ele tem mais compaixão do elítrio que está em você
do que no seu sofrimento.”
160
Página
A VIDA DE PAI SETA BRANCA
Nós falamos sobre Pai Seta Branca, e são poucos os que sabem
da vida de Pai Seta Branca.
Pai Seta Branca foi um, Pai Seta Branca foi um espírito sempre
missionário. Quando foi depois, depois da partida dos Jaguares, no, na
Terra, no lago de Titicaca, onde os Jaguares mais atuaram, depois da
partida deles pra Capella, que os Jaguares viveram, terminaram a mis-
são, quando, quando, Salve Deus!
Então eles voltaram e o Pai Seta Branca voltou, mas sempre co-
mo um missionário, sempre o Pai Seta Branca foi um espírito evoluído.
Ele sempre teve missão, ele sempre teve missão na volta dos Jaguares.
Sempre onde nós estamos, o Pai Seta Branca sempre é o Patrono, é o
nosso Patrono, é o nosso Cacique. Depois da, destas encarnações, Es-
parta, da Grécia, do Egito, de Roma, nós tivemos algumas encarnações
na França e em outros, em outros países também, muitos, diversos,
mas encarnações que daí a alguns anos quando nós começávamos a
entender depois de alguns anos, ia se juntar ao grupo onde Pai Seta
Branca mais atuava, como agora, muitos estrangeiros, outros que nas-
ceram em outros países, tão vindo pra cá, tão se unindo e não vão ficar
sozinho, nunca ficou. Sempre vai se unir ao grupo pra se fazer alguma
coisa. Então depois de todas essas encarnações, vivemos muito como
ciganos, e nos afirmamos muito como ciganos, grupo ciganos, até hoje
lá em Esparta se fala ou grupo de Esparta ou grupo Cigano. Então o Pai
161
Seta Branca veio como Cacique de uma tribo, de uma tribo... na Bolívia,
na Bolívia, e todos nós nesta época vivemos esta tribo.
Página
Ele veio com a missão outra vez de espírito espartano de civilizar
a Bolívia e a tribo, dos Incas néh! Então a missão maior dele foi... Salve
Deus! Mas a missão de Pai Seta Branca foi nos ensinar o poder das for-
ças mediúnicas na força de Deus. Ele veio justamente quando os espa-
nhóis, os espanhóis vieram tomar, vieram tomar... vieram tomar o, a
capital, os Incas, Salve Deus!
Então, então foi nos dias que os espanhóis iam tomar, ia invadir
os Incas, eu seu que o chefe Inca, mandou, foi lá pedir ao Pai Seta Bran-
ca, foi pedir à Pai Seta Branca as forças e os soldados do Pai, os guerrei-
ros e o Pai Seta Branca foi...
E durante o tempo que o Pai Seta Branca viveu, ninguém mexeu mais
com os Incas. Depois é que vieram e voltaram e tomaram mas. A pri-
meira vez, até na história tem, os Incas recuaram a primeira vez, os Es-
panhóis recuaram na primeira vez, mas nesta concentração, Salve
Deus!
com uma porção de ouro, com pedras preciosas e jogou nos pés do
Cacique, do Pai Seta Branca e ele mandou tirar depressa aquilo dali e
Página
que não repartisse com os soldados dele, com os índios, porque, por-
que aquilo queimava. Ele queria era que os Incas matassem vitelas e foi
feito um grande jantar, a noite inteira dançaram, foram buscar o resto
da tribo e eles fizeram uma festa muito grande junto com os Incas...
(Extraída de aula gravada em fita K7 por Tia Neiva).
“Pai Seta Branca prometeu a Jesus, que havia de nos unir, de nos
ensinar, de esclarecer, pra poder a gente sentir muito amor, como a-
gente está sentindo! Somente pra defender estes elítrios, tudo se resu-
me nestes elítrios.” Tia Neiva
164
Página
“A nossa responsabilidade é grande demais pelo compromisso
que assumimos nos Planos Espirituais, para sermos o socorro final
nesta Nova Era.” 165
Página
O RICO GARIMPO
166
Página
“Não peço disciplina, porém harmonia e dedicação do espírito
espartano que sabe marchar para a Vida e para a Morte com o mesmo
esclarecimento do Espírito da Verdade!”
167
Página
OS TAMBORES DE ESPARTA
• Cabala do Turigano
168
Página
“Sofremos o impacto da Vida e da Morte.”
169
Página
A PRECONIZAÇÃO DE TIA
Salve Deus!
Depois de ter sido internada várias vezes Tia Neiva sempre con-
trariava as previsões médicas em relação ao seu estado de saúde. Certa
feita Dr. Iton de Barros chamou a família de Tia Neiva e lhes disse:
- Leva-a daqui! O que a ciência podia fazer já foi feito! Quem sa-
be seus Mentores poderão fazer algumas coisa.
Planaltina!
Página
- Éh meus filhos! Fazer o que... eu pedi a ele que não saísse! E
ele não vai voltar mais. Respondeu a Clarividente fitando os olhos no
horizonte...
- Meu filho volte para seu corpo, pois não há mais o que fazer!
171
Página
“Cada criatura recebe de acordo com o que merece!”
172
Página
O CORDÃO DE OURO
Certo dia , uma fami ́lia espi ́rita na qual Paulo nunca acreditara ,
ensinou-lhe o que fazer um pequeno ponto de força:
Sim, filha!
“Abre! Abre!”
176
Página
Boa Leitura!
“Deus fez o Homem para viver cem anos neste mundo
e ser feliz no livre arbítrio.”
177
Página
O BALÃO DO ADEUS
Acho que foi isso! Sonhei com ela, não exatamente com ela, mas
em algum lugar do delírio ela passava arrastando o manto, com aquela
BELEZA DE RAINHA.
lhava nas águas do cerrado. Nós ficamos sentados numa pequena coli-
na naquela tarde, respeitosamente assistindo ao culto e à emoção, era
como o vento nos cabelos, uma carícia, um sopro de vida, quase um
Página
adeus!
Os Iniciados pediam a FORÇA DO JAGUAR...
Ah! leitor, se isso pudesse acalmar o fogo das entranhas, que vi-
esse então, esta FORÇA, que inundasse meu peito de serenidade, que
apagasse todo e qualquer vestígio de angústia e de saudade...
TIA NEIVA olhava além, muito além, e seu rosto era uma másca-
ra impenetrável!
179
Página
“O Homem sempre sabe o que tem ao seu redor.”
180
Página
A GAROTA PINGO D’ÁGUA
Salve Deus!
Então, ela fez tudo para pegar as criancinhas. E como nessa ci-
dade tinha uma menina muito levada. Chamavam-na de “Gota d'Água”.
Essa menina não parava! Ela saia só para fazer malvadeza com
os pobrezinhos. Ela saia por lá, naqueles cantos da rua, atirava pedras
em todos em todo pobrezinho, velhinho que ela achava e fazia suas
malvadezas. Depois, chegava em casa chorando, que as pessoas batiam
nela... ia reclamar que... e os pais ficavam zangados e iam brigar por
causa dela. Havia sempre uma queixa, e ela sempre prevenida para
181
estragar a vida de alguém. Certo dia, aconteceu uma coisa, o que não
podia se evitar. Pingo d'Água foi tomar banho num córrego e morreu
afogada... morreu afogada e todo mundo ficou chorando por causa
Página
dela. Ai ela deixou o corpo dela e saiu correndo... e foi andando, an-
dando, até que viu uma luzinha... parou e perguntou. Bateu na porta e
saiu um velhinho.
- Ah, é você! Salve Deus! Ai, eu estou com muito frio e queria
me agasalhar.
- Não - ele disse - aqui não! Você foi aquela menina que me ati-
rou uma pedra.
E assim, todo lugar que ela chegava, ela encontrava alguém que
reclamava uma coisa dela. Até que ela saiu correndo e ficou com medo
de parar em algum lugar, com medo que alguém prendesse ela. Pingo
d'Água não tinha lugar para ficar! Ela ficava vagando, subia naquelas
montanhas, descia... até que um dia ela encontrou! Ela ouviu uma voz
chamando ela. Era a professora dela. Ai a professora falou com ela, e
ensinou o caminho onde ela teria que ir, e disse:
- Olha, Pingo d'Água, você foi uma menina muito mau criada,
mas sempre foi bem aplicada na escola, por isso você vai encontrar o
seu caminho. Ai pegou ela pela mão, e levou ela numa cidade linda,
linda, linda! E ela vive com os Anjinhos até hoje, mas ela sofreu muito.
Salve Deus!
Um Doutrinador me explicou:
“Que tens, irmão? Calma! Este corpo não é seu. Comporte-se di-
reito.”
O Doutrinador continuou:
185
Página
“Cada indivíduo imprime certa modificação à sua aura, de conformida-
de, também, com suas necessidades de como ou onde vai reencarnar.”
186
Página
ZÉ RATINHO
E pronto!
– Oh, Irmã Neiva, graças a Deus! Por que não aproveitei mais?
Mas, por que Mãe Nenê não está aqui? Por que, por que não ouvi mais
Mãe Nenê? Ela com aquela doutrina dela…Enjoada, né? Enjoada… mas
graças a ela que estou recebendo uma luzinha aqui! A senhora está
boa, né, Irmã Neiva?
Então vi que ele jogara fora tudo o que eu tinha feito, todo a-
quele sacrifício. O que valera a ele, afinal, tinha sido a doutrina de Mãe
Nenê! Fiquei decepcionada. Eu, que fizera tudo de bom (que naquele
tempo eu pensava), via que a única coisa boa fora a doutrina de Mãe
Nenê.
189
Página
A ADÚLTERA
Salve Deus!
peito quando ouviu gritos de uma mulher que clamava algo em voz
alta. Pelas palavras proferidas, Tia Neiva entendeu que ela se referia ao
Página
marido e que este estava para chegar. Chegar aonde? (Questionou à
Amanto)
- CANAL VERMELHO?!
- E essa fila, para onde vai?- Vai para o embarque. São espíritos
que não precisam mais permanecer aqui, que já se conscientizaram de
sua condição de espíritos desencarnados; completaram seus reajustes e
vão agora para as casas de recuperação, de refazimento.
- Não Neiva! Você não é o burrão como você diz, acho que você
é mais um "burrinho" de Francisco de Assis... mas deixemos isso de
lado e vamos exemplificar (Continuou Amanto).
- Num certo sentido sim, embora tudo aqui seja matéria etérica,
de outra natureza, outra dimensão. Mas, da mesma forma que na Terra
Página
- Meu Deus! Não é justo que o assassino seja colocado num lu-
gar tão bonito, num ambiente tão espiritual...
195
Página
O MESTRE JACÓ
Salve Deus!
- Agora vão sofrer um pouco; vão ser conscientizar, até que che-
guem seus cobradores para os reajustes.
- Reajustes? Como?
quem trabalharam. Como você sabe, Neiva! Os Exus são um pouco pro-
duto da ganância dos seres humanos. As invocações e chamadas só
fazem aumentar suas forças. O médium que os invoca lhe dá oportuni-
Página
dade de se afirmarem nas suas metas e isso nada tem haver com a Um-
banda...
Salve Deus!
200
Página
“Deixe que a luminosidade divina ilumine o teu ser. Feche os olhos físi-
cos e abra os olhos do espírito, para que Jesus possa entrar.”
201
Página
O SUICIDA
Salve Deus!
- Tia Neiva, viemos até aqui para a senhora nos ajudar. Desde
que meu marido se matou que temos sofrido muito, principalmente
minha sogra que não se conforma.
diquei toda a minha vida a ele e aos nossos filhos. Eu não merecia isso
que aconteceu: o Lúcio deveria ter tido mais consideração conosco,
principalmente comigo!
- Foi por causa de seu filho que o seu segundo marido a deixou?
Página
(Perguntou Tia)
- Não sei, sei que ele queria se apoderar da herança deixada pe-
lo meu marido. Lúcio, meu filho, sempre falava no assunto e acabou
ficando decepcionado comigo. Vivia repetindo que o filho não deve
pensar nos defeitos da mãe; me beijava e ria, mas creio que tudo era só
da boca pra fora.
- Estive com sua família; sua mãe, sua esposa e seus filhos.
- Lúcio, sua mãe optou pelo homem que amava; foi quando você
a deixou pela primeira vez, embora devesse ter optado pelo filho...
Sim Tia, foi horrível o que aconteceu aquele dia. Meu padrasto
me esbofeteou na frente dela e disse que um de nós dois tinha que sair
daquela casa, e minha mãe virou-se para mim e disse: "Meu filho, vou
levá-lo para a casa de sua avó, a mãe do seu falecido pai." A decepção
foi tão grande Tia, que nunca mais me recuperei, apesar de todo o cari-
nho que minha avó me dedicou. Minha mãe não me quis, preferiu estar
ao lado do homem que gostava.
Nisso soou uma campainha e Lúcio avisou que tinha que partir.
207
Página
A BÊNÇÃO DO PAPA JOÃO PAULO II
sente que o problema escapa à sua área de ação. (Do material: O Vale
na Apreciação do Padre César, por Trino Triada Regente Tumarã, mes-
Página
Obs.: Não presenciei a frase dita por Tia Neiva, me foi contada
211
quando disse a Tia Lúcia (sua filha Carmem Lúcia) que eu tinha dó de
jogar a palhinha fora. Ela me contou a frase e disse que era eu quem
Página
- Fia, olhe para aquele médium ali e tenha muito carinho em sua
avaliação!
Com muito tato tocou no tema, e soube que ele havia adquirido
de um vizinho, por um preço mais em conta. Este colete tinha um Radar
que ele ainda não havia conquistado!
214
Página
MORTE COM HORA MARCADA
que dou um jeito com minhas meninas. Isso é assim mesmo. Aos pou-
cos, o povo vai aprendendo. Você parece que também está irritado com
Página
- Meus filhos, é preciso ter caridade para com os ricos, pois suas
vidas são mais difíceis que as dos pobres. Estes já têm tudo de que pre-
cisam para sua evolução, pois a própria condição de pobre lhes dá isso.
A rudeza da sua vida não os deixa sentir os problemas com maior inten-
sidade. Mas, o Homem que recebeu uma educação, tem uma certa fi-
nura e sensibilidade, esse sofre muito mais. Não quero que vocês o
submetam a humilhações. Vocês sabem o que significa, para uma pes-
soa educada, disputar um lugar para ser atendido por vocês? É preciso,
portanto, dar mais atenção a eles. Por que submeter uma pessoa fina,
educada, limpa, à humilhação de sentar-se no mesmo banco com uma
pessoa grosseira e cheirando mal? O pobre não se sente muito mal ao
sentar-se nesse banco, mas o rico sente. Vocês já repararam como o
homem rico de Brasília tem dificuldades em encontrar um lugar para se
tratar? Os hospitais de Brasília nivelam todos quase no mesmo plano.
Por isso, quero que vocês, no futuro, construam um hospital onde o
rico possa ser tratado com o conforto que merece. E há, ainda, as tradi-
ções humanas. Convencionou-se que a caridade é para os pobres, os
miseráveis, e se faz disso uma indústria. Essa é uma idéia muito materi-
al da caridade! Até essa palavra está tão desvirtuada que prefiro que a
usem o menos possível. Todos merecem ser bem tratados, e não quero
217
- Não tenho medo, pois não acredito que Deus deixe acontecer
algo ruim comigo. Vivo fazendo caridade aos outros, e não faço mal a
ninguém... Neiva prosseguiu:
Meu coração apertava cada vez mais. Ali estava aquela moça,
cheia de cuidados com o futuro, prestes a morrer, e eu sem poder fazer
nada por ela! Começava a não entender mais nada! Fui tomada de ter-
rível perturbação, e quase perdi os sentidos. Nem reparei quando elas
220
to, chegou Mãe Neném, nossa presidente, e que respondia pela maior
parte dos assuntos da UESB. Ainda perturbada, diante de Walda, vi
quando Elza se apresentou à Mãe Neném, e passou a lhe explicar a ra-
zão da vinda delas. Elas vinham de Brasília, em direção a Goiânia, e
Walda começara a se sentir mal, pedindo que parassem ali. Embora
Elza conhecesse a cunhada havia pouco tempo, achou-a esquisita e
diferente, e não teve dúvidas em atender o pedido dela. Já havia ouvido
falar da UESB, e achou que seria até oportuno, pois ela também queria
conhecer Tia Neiva. Agora, porém, se sentia meio sem jeito, diante da
atitude da cunhada com dona Neiva. Depois que elas saíram, fui até a
porta da cabana e vi o Simca se afastando – o mesmo carro que vira no
desastre em que Walda iria perder a vida! Após pequena pausa, Neiva
continuou:
- Vi, Mãe Neném, que Walda e Elza foram irmãs, numa encarna-
ção recente. Walda chamava-se Valéria, e Elza chamava-se Cláudia.
221
celo descobriu que amava Cláudia (a atual Elza), que era a mais velha
das duas irmãs. Inconformados coma situação e tomados de paixão,
Cláudia e Marcelo tramaram a morte de Valéria. Para a execução de
seus planos, se aliaram com uma camareira. Aproveitaram uma ocasião
em que Valéria estava distraída, num balcão do apartamento onde mo-
ravam. Empurraram-na, e ela esfacelou-se lá embaixo. O crime não foi
descoberto, e Marcelo casou-se com Cláudia, vivendo muito tempo em
relativa felicidade. Terminado o tempo na Terra, foram todos recolhi-
dos no astral, onde a Lei de Causa e Efeito determinou o reajuste. Pre-
parados pelos Mentores e tendo passado pelo sono do esquecimento,
nasceram e cresceram até o momento dos encontros e reajustes. Mar-
celo, hoje um comerciante de Pernambuco, de nome Josué, conheceu
Walda, a antiga Valéria, sua vítima do passado, com quem se casou.
Elza, a antiga Cláudia, sua cúmplice de ontem, casou-se com um irmão
de Walda, entrando, assim, na intimidade da família. Josué e Walda
tiveram apenas uma filhinha, hoje com 5 anos. Essa filha é, justamente,
a camareira que, na ocasião, ajudou a matar a antiga Valéria, que se
tornou sua mãe atual.
- Não, Mário, nunca se sabe a hora em que uma pessoa vai mor-
rer, mesmo que se tenha uma data, uma profecia.
gir, nem ele mesmo, nem Deus. Sim, Mário, nem Deus sabe como um
ser humano vai reagir diante de uma dada situação. É verdade, existe
uma programação cármica, um enredo de fatos a serem acontecidos,
dentre eles, a data da morte. Mas esses fatos, esses efeitos de causas
anteriores, vão acontecendo de acordo com as vontades, as reações
dos componentes dos mesmos fatos e de sua aceitação, e conforme a
maneira como eles reagem e interagem. Na verdade, Mário, não se
pode interpretar o carma como algo estático, definitivo, como, aliás,
não são os fatos humanos. Existe um dinamismo em que os fatores são
variáveis ao extremo e existem os carmas coletivos. Tudo depende da
gama da Lei em que os fatos se enquadram. Tudo é relativo a um ponto
de referência e, não se esqueça, se as reações humanas individuais são
imprevisíveis, muito mais são as reações coletivas. Na verdade, os Men-
tores e Guias têm um enorme trabalho para manter seus pupilos nas
respectivas faixas cármicas. Sua maior preocupação é a de que seus
protegidos não fujam de suas metas cármicas e não percam suas en-
carnações.
- Então foi como no caso do Alcino. Você viu a morte nos olhos
dela?
- Não, não vi. Você talvez esteja impressionado com essa ques-
227
- Não, Mário, a agonia dele não era dolorosa como nós imaginá-
vamos que fosse. Na verdade, os próprios Mentores é que estavam
228
tínhamos.
- E a propósito, Neiva, como é dada essa assistência dos Médicos
do Espaço? Qualquer pessoa tem essa assistência?
- Não, Mário, nós não sabemos tudo sobre a morte, porque cada
caso é diferente de outro. Não existem duas mortes iguais. Mais impor-
tante do que saber sobre a morte é saber sobre a vida!
religião da vida.
Página 230
CICLO 3 (DHARMAN-OXINTO)
30) Um Lindo Espírito de Luz Pág. 233
31) O Organizador de Cartas Pág. 239
32) O Presidiário Conselheiro Pág. 242
33) A Volta dos Ciganos Pág. 270
231
Página
Boa Leitura!
“Como era triste a vida sem o Doutrinador!
Pense na falta de luz, tendo os pés à beira dos pântanos!”
232
Página
UM LINDO ESPÍRITO DE LUZ
Ele ouviu tudo com aquele olhar que via-se estar ao mesmo
tempo no passado, no presente e no futuro. Só quem conheceu ela
sabe o que estou dizendo. Depois de alguns minutos de silêncio, e já
percebendo que nossa conversa particular iria ser interrompida por
outros assuntos, ela virou-me e disse:
Saí dali com uns 100 kilos a menos nas costas, Salve Deus! Como
era fenomenal aquela mulher, aquele espírito, que somente com o seu
olhar já nos aliviava a carga... Quanta luz tínhamos naqueles dias.
Página
Os dias passaram, comentei com o Luzimar nossa conversa e ele
ainda achou ruim comigo por ter ido levar problemas pra “veínha” co-
mo ele costumava dizer. Já está feito! Vamos aguardar disse eu comple-
tamente envolta num mar de esperanças.
e agora está pagando por todas as vezes que cometera abominável ato
contra a vida!
Página
Meu espírito foi lá na Espanha e voltou! Gelei por dentro e a-
quele choque de verdade fez todo sentido para tudo que eu e Luzimar
estávamos vivendo e em nossa conta já iam pra 7 abortos espontâneos,
se não me engano.
- Mário, veja bem este caso. Daqui por diante filha, você vai usar
suas fitas do branquinho assim, soltas entendeu?
Não preciso nem dizer que no primeiro dia de aula, tive que
contar o caso e o resto vocês já imaginam...
236
Outro, ponto que ela deixou bem claro foi de que eu deveria
participar do máximo de “Cruz do Caminho” que eu conseguisse, sob
Página
pretexto explicativo por parte de Tia Neiva de que aquele trabalho iria
promover um recartilhar khármico na minha situação pendente e que
isso ajudaria ela a resolver o meu caso “lá em cima”.
Foi uma cena de filme viu... ele me pegou pela cintura e rodopi-
ou comigo nos braços comemorando a bênção que tínhamos recebido
e me colocando de volta com os pés no chão, pegou na minha mão e
me levou para contar pra Neiva, foi assim que ele disse...
“Bálsamo... Pai Seta Branca está aqui dizendo que você será o
RESPONSÁVEL POR ESTES ACERVOS, TOMA! ESTA É A CHAVE DO AR-
MÁRIO.”
240
Página
“Remontamos séculos, atingindo nossos ensinamentos e nossas heran-
ças transcendentais, porque sabemos que tudo vibra e irradia neste
Universo, onde tudo é força, é luz, é vida!”
241
Página
O PRESIDIÁRIO CONSELHEIRO
Certa vez ouvi uma voz que chamava por meu nome. Ao me vol-
tar deparei-me com um senhor de mais ou menos 45 anos de idade,
com uma aparência de espírito evoluído que me disse:
- Tia Neiva, eu quero lhe contar a minha história para que sirva
de exemplo, aos espíritos que tem como lema a violência, acreditando
que somente a vingança lava seus corações.
- Oh, Tia Neiva! Deves imaginar o que sofri. Preso, sem amparo e
a família da vítima pensando somente em vingança, passando a me
perseguir. Um dia, um irmão daquele homem que morrera por minhas
mãos – que eu reconheci como um dos que haviam me atacado e fora o
assassino de José – foi ser carcereiro no presídio em que eu estava e
passou a fazer comigo os maiores absurdos.
reiro que entrava e me olhava com ódio. Sim, aquele era o assassino de
José. Então lembrei-me dos pais da moça que eu nem conhecia; lem-
brei-me da minha pequena Nice que eu deixara com apenas três anos
de idade... Minha cabeça parecia girar, mergulhada em pensamentos
estranhos.
- Acordei e senti alívio. Não sabia nada sobre o que tinha de real
aquele sonho. E quando vi meu sogro novamente, veio à minha mente
aqueles personagens do sonho: Ele era um homem cheio de maldade,
forte e me induzia a muitas maldades. Agora ali à minha frente, com
aquele ar compungido...
246
- Como está?
Página
- Como poderia estar? – Ele começou a chorar e entre soluços
continuou: Você sabe que sou um assassino? Matei meu próprio pai...
solo. Tornamo-nos amigos pela dor. E assim, como ele muitos se chega-
ram mim sempre carregados de ódio, de revolta, mas sempre recebiam
minhas palavras para aplacar o desespero que sentiam.
- Nossa vida ali não tinha muitas novidades, a não ser pelas mal-
vadezas de umas pessoas com outras. As suas dores, as suas paixões
sempre me encontravam disposto a dar um pouco de conforto àquelas
pessoas, graças a Deus!
- Certa noite eu tive um sonho com uma casa azul, uma casa
muito azul, cuja vida de seu dono era um mistério. Era riquíssimo, e só
recebia visitas que aparentavam alto nível social, dizendo-se estrangei-
ros de diversas partes do mundo. Um verdadeiro enigma.
- Nada tens a fazer aqui. Fique naquele canto e espere até que o
delegado vá embora.
- Avancei sobre ele que apavorado por ver minha reação, segu-
253
rou o apito e tentava sacar a arma, quando o agarrei e quebrei seu bra-
ço, derrubando-o com um golpe que o fez gemer de dor.
Página
- Foi um grande tumulto e outros presos acorreram, vindo a
guarda em pé de guerra, com medo de que se alastrasse uma rebelião
no presídio. Subi para um degrau e ali do alto comecei a falar. Parece
que chegara a minha hora, pois Deus mais cedo ou mais tarde toma o
partido da inocência oprimida, e todos pararam para me ouvir. Eu falei
para o meu carcereiro, que gemendo estava ali parado, amparado por
outros sentinelas, e disse como estivesse manifestado pelo Espírito da
Verdade:
- Oh meu Deus! Sei que fui assassino pela honra do meu lar, po-
rém jamais desrespeitei alguém, principalmente uma mocinha.
- É doutor, mas que será de mim agora? Sem lar, sem família,
sem ninguém...
po. Certo dia fomos para uma grande quermesse, numa festa realizada
em homenagem à santa padroeira do lugar. Esses acontecimentos eram
Página
da vida da maioria deles. E sabia que aquele mal não tinha cura e meu
cavalo teria que ser sacrificado. Sem saber o que fazer guardei segredo,
Página
- Contei-lhes de onde mas não lhes disse que não sabia onde es-
tava. Não sabia se podia confiar neles.
- Se quiser voltar para sua região moço, vai ter que vender o ca-
valo (disse o homem). Você está muito longe de casa e este animal não
ia agüentar uma viagem longa destas...
- Venha Nice, venha abraçar seu pai, pois parece que ele já vai
embora outra vez...
- Oh, meu paizinho querido! Não irás mais sozinho. Para onde
fores eu irei junto...
- Minha emoção foi tão grande ao saber que aquela jovem era
minha Nice, que senti minhas pernas fraquejarem. Oh, meu bom Deus!
Não há como descrever minha felicidade naquele reencontro.
262
coço num abraço. E foi contando muitas coisas novas para mim.
- Estou noiva do filho do delegado. Já marcamos nosso casamen-
to para breve e logo iremos visitar meus avós, que estão à tua espera,
ansiosos para te ver.
- Sim! Meu bom amigo. Não lhe disse nada, para não aumentar
seu sofrimento. Quando tive certeza da sua inocência, fui procurar sua
família e lhes contei tudo. Naquele dia em que o levei àquele terreiro, a
entidade de minha confiança me recomendou que eu nada lhe contas-
se. Até mesmo me revelou que você é meu filho espiritual, o que me
deu alegria e angústia ao mesmo tempo, pois não poderia revelar esse
fato a ninguém, enquanto você estivesse no presídio. Seria melhor para
263
- Minha volta foi muito festejada. Meus pais e meus irmãos re-
solveram fazer uma reunião para me homenagear. Os amigos da famí-
lia, muitos dos quais nem haviam me conhecido pessoalmente, compa-
receram e pude reviver aquela mesma alegria e confraternização que
existia quando eu era jovem. Eu me reencontrei com Dorinha. Embora
magoada pelo que eu lhe fizera, guardava o mesmo amor e parece que
sabia que eu um dia voltaria. O tempo suas marcas, mas aquele olhar
meigo, ainda era o mesmo que me emocionara naquele passado tão
264
mento, senti que eu também nunca pudera amar ninguém mais do que
ela.
- Num curto espaço de tempo, casei-me com Dorinha. E então
vivi um período de felicidade, sentindo um bem-estar tão grande que
por vezes sentia medo de que tudo se acabasse. Tivemos três filhos e o
mais velho chamou-se Wagner, em homenagem ao meu querido amigo
delegado, o meu pai espiritual que tanto me ajudara, que se aposentara
e fora viver com o jovem casal, Nice e seu filho, já formado em advoca-
cia.
- Tive uma febre muito alta e fui perdendo a noção das coisas.
Meu corpo ainda respirava fracamente e ouvia distante; vozes, gritos e
soluços. Aos poucos tudo foi desaparecendo e segui meu destino.
cer.
- Preparei-me para obedecer, quando uma voz me falou e jamais
esquecerei o que disse:
268
Página
“A dor faz o Homem humilde e o amadurece para Deus.”
269
Página
A VOLTA DOS CIGANOS
Estava ali, naquela pequena praça, uma linda cigana que canta-
va, dançando em sua graça, ricamente vestida. “Que quadro original!” –
pensei. Chegando-me mais para perto, pude melhor observar. Alguém,
que acabara de chegar, foi me explicando com detalhes:
Fiquei parada ali, sem nada dizer, enquanto mil coisas passavam
pelo meu pensamento. Ora veja! Como pode, meu Deus, uma cigana
viver agora entre nós? E qual seria o fim de tudo isso? Afinal, indaguei:
- Seja bem vinda a esta casa, linda cigana! – disse eu – Sou a go-
vernanta deste castelo, para lhe servir no que desejar.
- Oh! - disse ela – como sois boa, senhora... Porém, sou uma po-
bre cigana que pretende servir e não ser servida!
- Antera, não faças ruído para não assustar mamãe. Ela se lasti-
ma do lobo que comeu papai... Sabe, Antera, quando eu crescer e for
um homem, matarei todos os lobos, até encontrar o papai!
- Querida Antera!... Era uma vez uma infeliz tribo de ciganos que
tinha como rei um jovem por nome Augusto.
- Sim, minha filha!... Sei que nos faz bem este segredo de tua
formação. Desabafas, que melhor guiarás teus próprios passos.
Oh, Santo Deus! Sem que pudéssemos nos refazer nem socorrer
nossos irmãos feridos, famintos animais investiram contra nós. Foi uma
verdadeira luta da vida contra a morte!
Oh, Virgem Santa! Atrás de uma barrica que havia rolado, fui
274
dando tempo para qualquer defesa. Eram lobos, eu vi! Fui testemunha
e haveria de estar registrada, para a eternidade, aquela cena terrível!
Oh, meu Deus! Até agora parece-me ouvir os uivos daqueles a-
nimais, que fugiram levando suas vítimas na imensidão daquela trágica
noite. É verdade! Não havia dúvida! Estava ali – não havia sonhado!...
Corri os olhos ao redor e, desolada, vi que tudo havia sido destruído e
que só restavam eu e Augusto – narrava a cigana, como se estivesse
vivendo outra vez aquele drama tão triste e até então desconhecido
para mim e para o conde Rafael e, sem que pudéssemos interrompê-la,
continuou:
Em seguida, quis responder, mas minha voz não saía. Estava pe-
trificada. O único sinal de vida era aquela dor de cabeça. Ali adormeci.
Acordei com os gritos de Augusto. Já não me chamava mais, gritava
como um louco. Corri para perto dele e, tropeçando em alguma coisa,
abaixei-me para ver.
desgraças.
Página
de sua crença cigana, pois, afinal de contas, fora celebrada suas bodas
com Augusto, entre os encantos de suas pitonisas e de fantásticos ritu-
Página
liz! Amo-te, e não desejo viver longe deste castelo. Cumpri minha peno-
sa missão. Perdoa-me, por piedade! A minha pobre mãezinha desejava
me ver.
dessa. Não, esta a senhora não destruirá! Aquela cigana que ali está é a
herdeira do conde Rafael, tua vítima. Aquela criança é a luz que ilumina
este castelo. Somos todos felizes e não precisamos da senhora nem de
seus conselhos... – completei e, quando dei conta de tudo, vi que todos
estavam tão surpresos que não tinham pernas para saírem de seus lu-
gares.
- Sim, meu patrão, perdoa-me por não lhe ter dito há mais tem-
po pois, quando fiquei sabendo, esta infeliz já havia matado minhas
patroinhas queridas!
são as únicas criaturas que amo? Oh, minha Andaluza querida, vamos,
juntos, perdoar o nefando erro de Antera. Pelo amor do grande Deus,
Página
- Minha boa Antera, por piedade, tenha pena de mim! Por que
te condenastes a ti mesma?
- Fiz pelo meu patrão, Sinhá, porque sei que se saíres deste cas-
telo ele morrerá! Odeio a condessa Olga.
Tudo estava tão confuso que ninguém entendia nada, a não ser
eu e Etelvina, com sua clarividência. A condessa Olga me descompondo,
deixou o castelo. Os ciganos também se foram. Agora, restava somente
nós três, oprimidos pelo terrível acontecimento. O menino desapare-
ceu. Tudo era tristeza. Kazu fora queimada como ladra. Comecei, então,
a sentir certas anormalidades. Pensei em queixar-me, para ser vista por
um médico. Todavia, os meus sintomas anormais tomavam, com mais
freqüência, a minha voz, enquanto uma espessa nebulosa cobria total-
mente a minha visão. Tendo uma sensação de leveza, ouvia como que
um sussurro, palavras desconexas, como dizendo:
Eu estava desencarnando!
- E tu? – perguntei.
- Sim, elas já disseram que estou viva, mas não sabem onde. E
eu estou ali, naquele armário!
rível: aquele corpo esbelto era, agora, o símbolo da dor, pálido e assus-
tado. No auge do meu desespero, veio Germano, que foi logo me expli-
cando:
295
Página
Página 296
CICLO 4 (ELEVAÇÃO DE ESPADA)
34) As Nityamas Pág. 299
35) A Força do Prana Pág. 301
36) As Yuricys Pág. 304
37) As Jaçanãs Pág. 306
38) As Arianas Pág. 308
39) As Madalenas Pág. 311
40) As Franciscanas Pág. 313
41) As Narayamas Pág. 316
42) As Rochanas Pág. 318
43) A Virgem Tupinambá Pág. 320
44) As Cayçaras Pág. 323
45) O Nascimento da Estrela dos Aspirantes Pág. 325
46) A Troca do Forro das Capas Pág. 328
47) As Ciganas Aganaras Pág. 333
48) Uma Sereia no Vale do Amanhecer Pág. 336
49) A Senhora Condessa Natanhy Pág. 342
50) Transcendental Angicalense Pág. 345
51) O Pequeno Prisioneiro Jaguar Pág. 349
52) O Amanhecer das Princesas na Cachoeira do Jaguar Pág. 353
53) Tiãozinho e Justininha Pág. 398
54) Almas Gêmeas Pág. 413
55) As Vidas do Lenhador Pág. 432
297
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Boa Leitura!
“Sabemos que nossas vidas são governadas pelos nossos antepassados
e que tudo vem do princípio doutrinário que nos rege.”
298
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AS NITYAMAS
“As Nityamas é uma história, uma lenda contada por Pai Seta
Branca. Pai Seta branca conta que uma pequena província, que onde
houve um movimento de guerra e os homens partiram com suas tropas
pra guerra e elas ficaram, ficaram sozinhas... e uma profetiza, ela come-
çou a juntar todas aquelas mulheres, aquelas moças e faziam fogueiras
enormes, e traziam vasilhas de água invocando as forças dos devas e
então elas pediam e os devas batizou aquela Falange de Nityama que
na linguagem indiana, quer dizer Filha dos Devas, Nityama quer dizer
Filha de Devas, Devas o Deus das Nuvens; e as Nityamas então elas se
formaram e depois todo mundo tinha medo destas Nityamas porque
elas profetizavam e qualquer mal que houvesse elas diziam, elas invo-
cavam forças e todo mundo respeitavam elas, que as palavras delas
elas lançavam fogo então todo mundo tinha medo de uma Nityama,
mas ninguém podia escapar da força delas. então vinham de longe pra
ler as suas vidas, pra ver os seus destinos, tinham que procurar a Falan-
ge das Nityamas. elas trabalhavam com fogo e fogueira, com fogueira e
água. e como pai seta branca me deixou aqui pra ir preparando todo,
cada um com seus instrumentos, já estou preparando na “Cachoeira do
Jaguar”, uma fogueira muito linda para as Nityamas e vamos ver se elas
vão realmente profetizar. salve deus e nestes dias que nós, quando a
gente, quando for feito o batismo das Nityamas, nos vamos fazer uma
festa muito grande lá no solar dos médiuns, em frente à cachoeira, na-
299
OH! DEUS PAI TODO PODEROSO, SEJA FEITA A SUA SANTA VON-
TADE! DEIXE QUE DOA A MINHA FERIDA. QUE EU ME LEVANTE DO MEU
ORGULHO DE SÁBIO A CAMINHO DE DEUS. DAI-ME FORÇAS PARA QUE
EU POSSA CURAR, NÃO TIRE MINHA FERIDA.
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AS YURICYS
Daí a razão pela qual ela escolher jovens, cujos maridos estavam
na guerra, para auxiliá-la na sua missão. Essas jovens, as YURICYS, que
quer dizer “FLOR DOS CAMPOS” na linguagem indígena, percorriam as
planícies Gregas e Macedônicas, socorrendo, sob sua inspiração, os
soldados feridos em combate, famílias desgarradas de suas tribos e etc.
309
Página
“No Homem se acentua uma complexidade de coisas,
efeitos incomparáveis, porém o mais terrível de todos
é a vibração de pessoas irrealizadas.” 310
Página
AS MADALENAS
314
Página
“Cada aparelho sensitivo recebe a transmissão
e transmite ao cérebro, que é o órgão da inteligência,
a impressão de uma certa ordem de fenômenos.”
315
Página
AS NARAYAMAS
Quando Tia Neiva trouxe esta falange, ela colocou KOATAY 108
no livro que chamava de brasão devido a cruz do doutrinador que mos-
trava as duas forças. Por isso não temos missão específica “especial”
aqui no plano físico. Emanamos com TODOS OS TRABALHOS e nós,
componentes, nos escalamos com amor!
316
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“A aura capta as forças pela ternura dos seus bons pensamentos.”
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AS ROCHANAS
pre face à odiosa vingança da Rainha que afinal, não se realizou. Salve
Deus!
Página
“A sede do Amor está na alma!”
319
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A VIRGEM TUPINAMBÁ
Naquela tribo, que ele governava com amor e razão, havia uma
lei a ser seguida por todos os índios, para que houvesse ordem e respei-
to.
ços do Velho Pajé. Durante essa ausência, quem comandava a tribo era
um conselho dos índios veteranos, que decidia os rumos da aldeia.
Página
Triste e com o coração apertado pelo ocorrido com seu pai, te-
mendo por sua vida, a jovem decidiu que faria sua vontade, respeitaria
sua decisão. Assim resignou-se e, com o coração cheio de dor, marcou
um encontro com seu amado para lhe explicar a sua decisão e dele se
despedir. Na margem de um rio, aos prantos, os jovens se abraçavam
com ternura e se despediam, aceitando seu destino. Porém, não esta-
vam sós: de longe, o guerreiro via sua noiva, a sua prometida, abraçar-
se com outro índio. Mais do que isso, era imenso amor o que ele via
naqueles abraços.
322
Página
AS CAYÇARAS
Quando nossa mãe Tia Neiva começou a receber dos planos es-
pirituais os ministros de povos, o mestre Gladson Turial, era amigo ir-
mão do mestre Lacerda.
O Lacerda, feliz com sua missão, correu logo para fazer uma re-
lação dos mestres com suas ninfas, como possíveis voluntários, para
comporem o grupo. Lacerda mais que depressa colocou o nome do seu
melhor amigo para ser o seu sétimo número um. De pronto e aceito
pelo mestre Gladson, informaram à ninfa Yone (1ª Tupinambá e Escra-
va), e os três juntos foram se apresentar à Tia Neiva.
Tia Neiva olhou para os dois e no mesmo instante veio a sua vi-
325
dência. Por alguns instantes, ela ficou parada no tempo e com um sorri-
so no rosto completou.
Página
- Não meu filho, esse não poderá ser seu sétimo. Chegou na mi-
nha vidência um espírito muito lindo e me disse que ele também será o
representante dele na nossa missão. Ele disse que o nome dele é Mara-
bô e que terão uma missão grande pela frente.
327
Página
A TROCA DOS FORROS DAS CAPAS
çava a se formar, nossa mãe teve que mudar sua estratégia na semana
seguinte...
Página
Naquele ínterim já havia a classe dos RAMA 2000, que usavam o
FORRO VERDE (TOM ESCURO), classe esta fundamentada principalmen-
te pelos ADJUNTOS MAIORES, tendo abaixo deles os TRIADA HARPÁ-
SIOS que utilizavam-se já do FORRO LILÁS (TOM CLARO).
Tavares (AGORA RAMA 2000) por sua vez não deixou barato e
disse:
- Olha Tia! Vou ser sincero com a senhora... Eu, não uso esse for-
ro na minha capa não. Esse forro horroroso? Uso não Tia.
Uso não Tia, continuo com meu forrinho lilás, mas não uso
mesmo (risos).
Página
O momento não era de tensão, esse já tinha ficado na Consagra-
ção. Agora era descontrair sem desconcentrar, mas a Tia sempre atenta
as estratégias com seus filhos mais irredutíveis.
331
Página
“Ser honesto em todos os sentidos! Não se esqueça de que por mais
escondido que esteja, a sua sombra poderá ser vista!”
332
Página
AS CIGANAS AGANARAS
Os homens desta tribo por sua vez tocavam violão, e outros ins-
trumentos como: violino, banjo e pandeiro, bem como faziam jóias de
ouro e prata, e tachos de cobre para comercializar. Sabíamos que o
metal OURO é rico em condução e a PRATA é excelente para absorver
energias negativas...
334
Página
“Cada espírito se identifica na individualidade
que o sustenta com seus fluídos.”
335
Página
UMA SEREIA NO VALE DO AMANHECER
Chegando lá, fui recebida por Tia Neiva em sua casa. Ela me dis-
se ser “eu” sua contemporânea e chamou o Mário Sassi, afirmando se
tratar de uma velha contemporânea.
Ali eu me encontrei!
dente, com chuva ou Sol, estava eu ali (naquele tempo não havia ener-
gia elétrica e nem se pensava em microfones), na minha missão que era
abrir o canal que liga a Estrela com os Portais.
Página
Os mantras chegaram na Doutrina do Amanhecer através de
nossa Mãe Koatay 108 (Tia Neiva). O primeiro mantra iniciático foi o |
Hino do Doutrinador |, o segundo foi o | Hino Consagração aos Mestres
|, e o terceiro foi o | Hino dos Mestres |, e este HINO DA ESTRELA
CANDENTE foi o que me consagrou como 1ª CANTORA.
Outra passagem que muito me marcou foi o dia que ela me re-
cebeu na missão da doutrina; Isso para mim foi o primeiro passo onde
eu pude viver e conviver com ela em todos os sentidos. Pude compre-
ender a mim mesma, pude compreender meus irmãos, pude acompa-
nhar o sofrimento dela para implantar o amor no coração de todos nós,
pois no começo tudo era tão difícil e era complicado para ela distinguir
o físico do espiritual. Nós éramos o ponto de partida e o final para tudo,
337
pecial para mim. Eu a sinto muito na vida mediúnica dos mestres e nin-
fas deste Amanhecer, ela remonta os séculos... ela é a testemunha ocu-
Página
340
Página
“Quando somos acessíveis a todos, emitimos raios de luz e de amor.”
341
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A SENHORA CONDESSA NATANHY
• Condessa Natarry
• Condessa Natanry
• Condessa Natanhy
Ainda que detivesse tal influência, não foi possível usá-la em defesa de
seu marido que fora acusado “injustamente” de fazer parte daquele
Página
Mãe Tildes, alma gêmea de Pai João de Enoch, abrigou Tia Neiva
como Lídia. Em episódio anterior, Mãe Tildes já havia abrigado Mãe
Zefa do Congá, muito ferida por chicote dos feitores. A grande maioria
dos espíritos que hoje estão na roupagem de jaguares do Vale do Ama-
nhecer e que estiveram no episódio que envolveu Joaquim da Silva Xa-
vier “o Tiradentes”, voltou à Terra na localidade de Angical.
347
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“A melhor maneira de conhecer a nossa evolução é quando não passa-
mos desapercebidos das dores alheias. Então, emitimos amor para onde
olharmos, sentindo graças por tudo ou pelo pouco que temos!” 348
Página
O PEQUENO PRISIONEIRO JAGUAR
Jesus. Acho sinceramente que aquele bônus da Tia consagrou sua liber-
tação, até porque quando depois viemos a perguntar sobre o encerra-
mento do trabalho ela disse não ser preciso que ela já tinha tomado
conta de tudo.
Juliano guarda até hoje em seu Aledá, sua calça marrom, sua a-
taca roxa e seu caderno com muitas relíquias em forma de bônus assi-
natura... Agradeço muito Ao Pai, à Tia pela oportunidade concedida ao
meu filho que até hoje honra a missão entregue por aqueles dias. A
blusa preta e as morsas eu dei para minha falecida sogra, Dona Odete e
por lá ficou em meio aos seus pertences, Salve Deus! Teve uma ocasião
em que ele insistiu em ir na Tia para pegar um bônus, não me lembro se
seria o primeiro ou o segundo e lá fomos nós com ele para a Casa
Grande. Contudo, chegando lá Tia estava ocupada e ao ser abordada
por Juliano com o famoso “Um bônus em Cristo Jesus!”, ela educada-
mente respondeu a ele que estava ocupava e que depois a Vovó daria.
- Não quero mais! Na hora que te pedi você não deu, agora não
quero mais...
352
Página
O AMANHECER DAS PRINCESAS NA CACHOEIRA DO JAGUAR
CAPÍTULO I
Salve Deus, meu filho! Vamos sentir a vida das Princesas e me-
lhorar o nosso comportamento com respeito ao amor. Sim, as crioulas
Princesas, em 1700, no Brasil Colônia, anunciavam o seu tempo de evo-
lução nas senzalas. A dor do destino cármico de um povo em desenvol-
vimento. Então, tudo começou a vibrar quando os dois grandes missio-
nários – Pai Zé Pedro e Pai João – resolveram agir no campo vibracional
de nossa missão, com esse imenso amor, ouvindo e sentindo o Céu, os
poderes de Vô Agripino, que emitia aos mesmos toda a Luz do Santo
Evangelho.
res. Pai Zé Pedro tocava os tambores para alertar seu povo nas outras
fazendas vizinhas, onde vivam Iracema, Jandaia, Janara e Iramar, con-
tando, também, com Janaína, pequena sinhazinha que muito amava os
Nagôs. Eram jovens, com apenas 18 anos, que sofriam as incompreen-
sões de suas sinhazinhas e as perseguições e seduções dos seus sinho-
zinhos. Era uma desdita o que, naquele tempo, sofriam aquelas escra-
vas missionárias. Porém, na senzala de Pai Zé Pedro, tudo ia muito
bem! Vinha gente de longe, e as curas se realizavam com tanto amor
que se propagou o Africanismo com a sua presença.
- Cadê mamãe?
Jurema, em sua visão, se sentiu uma rica princesa, entre sedas e jóias.
Sua irmã e todos aqueles crioulos da senzala, inclusive a negra que,
hoje, era sua mãe, ridicularizavam uma jovem escrava, hoje a sinhazi-
nha da senzala. Jurema, compadecida da jovem – que até então era
355
- Filha, não chore, não se desespere. Eu, você, sua mãe e todos
os seus irmãos vivíamos na mais rica vida em Pompéia. Eu era Procura-
dor, Zé Pedro era Imperador, e todo esse povão estava lá. Só Deus sa-
be, minha Jurema, os desatinos, as tragédias que provocamos naquele
império. Fizemos a mais terrível escravidão. Hoje, filha querida, Deus
nos deu essa oportunidade de pagar todo este mal. Esta pequena si-
nhazinha é o espírito da jovem escrava de Pompéia.
- Não, Pai, não quero. Se ele for aquele crioulo feio do Japuacy,
não quero. Ele não está aqui como vocês estão, todos nós estamos.
Mas ele não pode. Não admito que seja feio como nós.
- Se arremessar, eu o mato!
358
E seu grito foi tão grande que se fez ouvir pelas redondezas. O
Página
- Parem! Parem!...
Pai João saiu de trás de uma grande árvore, perto da casa gran-
de. Um crioulo, que estava a cavalo, deu-lhe um tiro, acertando no om-
bro. Jurema, que havia sido deixada pelo senhor que fugira, apavorado
com o ataque, saiu da senzala e correu para socorrer Pai João.
- Calma! Calma, José Pedro. Estes centuriões, que hoje são ne-
gros, estão sob a tua tutela. Foram seus algozes e, entre eles, estão
também Messalina, Policena, Emeritiana – sim, a tua Emeritiana – hoje
na figura de Zefa. Salve Deus, José Pedro! Amor, tolerância e humilda-
de! – e, a seguir, Pai Seta Branca desapareceu.
- Sim, e João, o quê vai pensar? Como irá entender isso? Ó, meu
Deus, como me libertarei?
lou sobre estes negros. Eles são dos nossos, e vieram para nos salvar do
meu sinhozinho.
Página
CAPÍTULO III
- Ora, Pai Zé Pedro, acho muito bom que ele nunca mais cami-
nhe para chicotear nossos irmãos!...
Pedro: - Eles vão voltar para vingar a humilhação. Não podem mais ficar
aqui. Levanta acampamento! Leva Jurema e Juremá, recolhe teu povo e
Página
passar com aquela gente. Pai João se aproximou e disse, olhando a ma-
ravilhosa paisagem:
Página
- Sim, tudo pela condenação da matéria! A terra... A terra... Tão
lindo o mar e, no entanto, a terra é o que nos pertence, por ser a parte
sólida deste planeta. Porém, o que me conforta é que as forças cósmi-
cas continuam em atividade, porque, neste Universo, não há inércia.
Tudo se movimenta em nosso favor, pela bênção de Deus! A Sua ativi-
dade é, essencialmente, produtora desta nossa matéria orgânica e i-
norgânica. Logo nos dará forças, graças a Deus!
- E eu, que pensei que você, meu irmão, era um simples escra-
Página
vo!...
- Sim, – disse Pai João – tenho Vô Agripino que vem nos meus
sonhos e me conta tudo.
- Ó, meu Deus! – exclamou Pai João – Nossa vida não tem fim...
Continuaram a sorrir.
CAPÍTULO IV
Como em poucos, tenho o mais puro exemplo em ti, meu filho, de ago-
ra em diante.
Página
Jurema abriu os olhos e, um pouco estonteada, voltou para jun-
to de sua mãe. Os três correram para ela, dizendo:
- Sim, eu sei. Ouvi tudo o que lhes disse. Apenas não pude me
impedir de dizer!...
- Vê, – disse Pai Zé Pedro – Jurema bem que nos disse ter visto
uma linda loura e um crioulo que chegavam, com belas mantas para as
crioulas.
a onda das emigrações. Assim é que, por toda parte, através da suces-
são dos tempos e dos rastros dos povos, afirma-se a existência de um
Página
Pai Zé Pedro, vendo que ela poderia cair na fogueira, correu pa-
ra segurá-la. Foi atingido por Jurema, que também golpeou Pai João,
373
- Salve Deus! Viu, João? Fizestes tudo tão perfeito porque tens
constantemente livre o teu Sol Interior. Entregaste-te ao cristianismo,
esquecendo-te de ti mesmo. Sim, o ensino é como pétalas de rosa que
caem em nossas mentes, enquanto vai orvalhando os três reinos de
nossa natureza.
374
- O feitor!
- Meu Deus!...
- Sim, nem a Zé Pedro. Ele será feliz, pois saberá respeitar o seu
grande e imortal amor.
- E Japuacy?
375
Salve Deus!
- Sim, podem ficar. Deus não tem pressa, Cada um, aqui, assumi-
rá a sua sentença ou a sua libertação. – disse o espírito por Jurema, e
desincorporou.
mulher, desesperada, não sabia o que fazer. Então, Pai Juvêncio cochi-
chou no ouvido de Zefa, que concordou com ele: era um caso puramen-
Página
te espiritual, o da menina.
Calma, senhora! – falou brandamente Pai Juvêncio – Se quiser,
podemos ajudá-la. Temos prática desses casos.
- Eles comeram prenda ganha pela sua caridade! Por isso, estão
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sofrendo.
Vovó Cambina chegou com uma cuia de chá para os dois doen-
tes e, só então, eles contaram à sua gente o que se havia passado com
a menina quando chegaram a Abóbora. Esclarecida a causa do mal, to-
dos se abraçaram com os dois e entoaram um coro, troçando deles:
- Jurema! Pai João! Pai Zé Pedro! É gente que vem em busca da carida-
de! – e perguntou baixinho a Pai João: - Não tem perigo de a gente ter
dor de barriga?
Salve Deus!
Sim, meu filho, breve irão chegar os dias em que o Homem espi-
ritualizado será sentido pelo profano como uma música literária da
mais alta sinfonia.
mens não são nem eram mandados pelo pai de Janaína. Estavam, sim,
com más intenções na pobrezinha dessa virgem. Olha, Zé Pedro, já es-
Página
tamos aqui há mais de cinco anos. Não está lembrado que o sinhozinho
Erics vendeu tudo o que tinha e foi embora, pensando que sua filha
havia morrido afogada? Surgiu até a lenda que a nossa Janaína parecia
cantando, por cima das águas, nas noites de Lua cheia. De um ano para
cá, com o movimento de pessoas que vieram aqui, alguém começou a
desconfiar que a menina estava conosco. Confiança, Zé Pedro, nas coi-
sas de Deus. Estamos em um maremoto, porém para um nada. É confu-
so tudo isso...
ência Deus nos deu, à luz do saber. Pelo que sei pelos meus contatos
com Vô Agripino, Eufrásio é somente um instrumento de nossa evolu-
Página
- Sim. Vocês irão para bem longe. Jurema, Janaína, Iracema, Ju-
remá, Janara, Iramar, Jazaíra e Jaiza precisam se casar. Esta aldeia não
tem mais energia para vocês. Logo chegará a ordem para partirem!...
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“A língua é o chicote do corpo!”
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TIÃOZINHO E JUSTININHA
Sua filha mais velha, linda mocinha paraguaia, nos seus 14 anos
de idade, cabelos compridos e louros, olhos negros “rasgados”, chama-
va-se Justininha Perez.
Dizem que na Fazenda Perez tem um gado sadio e por bom preço. Sim,
meu filho, em breve estarás se casando, e deves, desde já, cuidar do
teu futuro. Vá, meu filho, aproveita estas invernadas...
Página
Três dias depois desta conversa, estava de partida. Equipei uma
tropa de bons animais, com cinco vaqueiros armados com seus baca-
martes de chumbo grosso, pois era aquela região muito perigosa, infes-
tada de onças traiçoeiras. Levei, também, dois comandantes, peritos
em guiar boiadas e um crioulinho, chamado Zeferino, homem de minha
inteira confiança, pois fomos criados juntos e eu o considerava como
um irmão. Só que eu era claro, e ele pretinho como piche. Com os car-
gueiros repletos de apetrechos de cozinha e mantimentos, com as bên-
çãos de meus pais, partimos para Ponta Porã.
Papaizinho me consola,
Garça branca vai buscar,
Não é mentira do papai,
Meu amor já vem pra cá!
- Jovem, parabéns. Tens uma bela voz, e creio que deixou mui-
tos corações apaixonados!...
- Foi para mim que o senhor cantou, não foi? Se foi, peço que a
recite agora, sem música... Quero ouvi-la novamente!
- Não, não tenho nenhum amor... Sei que sinto uma grande sau-
dade, que eu mesma não sei de quem! Só sei que ele existe e, um dia,
chegará, e me levará para longe daqui. O senhor vem de muito longe?
- Sim! Sim! – respondeu ela – Sinto que você é esse meu grande
amor!... Se o papaizito e a mamãezita consentirem, vamos nos casar, e
partiremos juntos... A tua canção... Sei, agora, que cantou para mim,
porém, naquele momento, não gostei, porque parecia que olhava, com
ternura, para Marinalva, aquela sirigaita, que eu não suporto!... E você
também aplaudiu muito quando a Maura cantou! Sabe? Fiquei sem
graça, com ciúme, quase com raiva, e por isso não quis mais cantar.
Ainda tinha uma linda canção para cantar para você... – e concluiu com
firmeza – E quando você quiser alguma coisa, peça para mim, que eu
mesma virei trazer. Pode dirigir-se a mim, ouviu? Não precisa pedir na-
da às outras moças, porque terei o maior prazer em atendê-lo.
anos, sem sair da fazenda, e que gostaria de dar um passeio com a fa-
mília. Aproveitei a oportunidade, e ofereci-lhes minha casa, ficando
Página
acertado que, tão logo pudessem, iriam passar uns dias conosco, em
nossa fazenda. Justininha foi até o curral para as nossas despedidas.
Contei-lhe sobre o convite que havia feito e a possibilidade de conhece-
rem meus pais. Ela saiu chorando, e senti algo atravessar minha gargan-
ta, sufocando-me. Parti com meu povo, levando quinhentas cabeças de
gado. Retornávamos pelos mesmos lugares que havíamos passado na
ida, mas não tinha a mesma alegria. Meus companheiros riam-se de
mim, dizendo:
Animei-o, dizendo que eu faria tudo para ver nós dois felizes, realizando
nossos sonhos de amor. Ele ficou tão alegre que pegou o bacamarte e
Página
disparou um tiro para cima, cujo estampido assustou todos. Para os
rapazes que se acercaram de nós, curiosos, ele disse:
- Sim! Vocês, agora, são espíritos! Vou lhes dar uma prova. Vá,
Tiãozinho, pegue Justininha e passem por eles – falou, apontando o
casal.
- Vamos agora – nos disse ele – até onde está aquele pequeno
grupo de senhores.
Salve Deus!
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“Não há consciência sem compromisso
assim como não existe dignidade sem lei.”
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ALMAS GÊMEAS
- Graças a Deus! Tem mais alguma coisa boa para dar continui-
dade?
gria com a presença dela. Então, peguei sua mão e a ergui, eu mesmo
me abaixando e catando as verduras para recolocá-las na cesta. Ela,
paralisada pelo medo, me olhava com lindos olhos marejados de lágri-
mas, balbuciava desculpas e pedia que eu não a castigasse. Acabei de
encher a cesta e me levantei, encarando aquela linda moça. Trocamos
um longo olhar e acho que consegui transmitir a ela o que eu sentia de
tal forma que ela pareceu se tranqüilizar, acabando por dar um tímido
sorriso. Eu é que me desculpei por minha falta de atenção e fiquei pa-
rado, vendo aquela figurinha tão querida sumir entre as plantas do jar-
dim, levando sua cesta...
filho, que seria aquele espírito reencarnado para se reajustar com am-
bos. Mas o fato de ficar grávida envergonhou tanto Rosa Maria perante
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criara uma responsabilidade a mais e teria que voltar à Terra para cum-
prir sua última missão. Após o feliz encontro, Rosa Maria ficou triste,
sabendo que ainda teriam que esperar a conclusão dessa missão para
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Mas Deus não diz para você que será tudo bonitinho e nem os
Mentores resolvem que será tudo fácil. Não! Ele, por exemplo, iria vol-
tar à Terra e desposar uma mulher que seria aquele mesmo espírito da
sinhazinha – mau a ponto de mandar matar uma criança – e, em meio a
muitas provações e dificuldades, deveria salvar seu filho, espírito que
até aquele instante não perdoara a ele e nem a Rosa Maria. Na Terra, o
início foi relativamente fácil. Casou-se com aquela que havia sido a si-
nhazinha e teve alguns filhos. Mas, esquecido dos planos do espaço
pelo efeito do sono cultural, não entendia o vazio que sentia. Faltava
alguma coisa, que não identificava, para sua vida fazê-lo feliz e realiza-
do.
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para resgatar suas dívidas do passado. Mas teve que retornar ao corpo
e sua memória apagou-se quase totalmente. Ficou uma lembrança do
menino mas, em sua fraqueza, não sabia separar bem os fatos. Seu es-
tado piorou e começou a delirar, falando de um menino louro, de olhos
azuis, que era seu filho que ele tinha que encontrar. Suas palavras não
eram entendidas nem pela mulher nem pelos filhos, que achavam ser
tudo fruto de sua delicada situação de saúde.
Mesmo assim, ela foi objeto da ajuda dos espíritos do Jaguar e de Rosa
Maria, que entenderam que tudo que ela havia cometido servira como
Página
degrau para a libertação deles, através da evolução. Na realidade, fora
a sinhazinha que preparara a subida dessas almas gêmeas.
Por isso, jamais devemos nos queixar de Deus! Ele nos dá tudo,
nos proporciona os meios para nossa libertação. O conhecimento, a
consciência, é que nos impulsionam no caminho certo. Ele nos dá força
antes de chegarmos aqui, e chegamos preparados para cumprir nossa
missão. É errado só se desejar coisas boas e reclamá-las de Deus. Pelo
sofrimento conseguimos nossa libertação, nossa evolução. Nem Deus
nem nossos Mentores nos seguram para que possamos subir os de-
graus da nossa jornada.
Temos que caminhar por nós mesmos, com nossas próprias per-
nas. Deus nos dá tudo!
Salve Deus!
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“Cria esperança e otimismo, onde estiveres, em favor dos outros,
sem pedir remuneração. Auxilia muito, e esperas pouco ou nada.”
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AS VIDAS DO LENHADOR
- Este homem tem um lindo exemplo a contar. Sua história alcança mui-
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tos séculos.
Página
Ouvindo, como eu, a narração de Amanto, ele se virou e, baten-
do a mão em meu ombro, foi me arrastando dali. Meio surpresa, o a-
companhei, e ele começou sua narrativa:
sentindo que uma corrente muito forte tomava conta de mim. Sem
visão, absolutamente sem nada, e sem esperanças. Minha Tia Neiva, só
Página
subconsciente a ponto de, muitas vezes, por maior que seja o desespe-
ro, temos medo de morrer. Esta a razão deste tamanho medo da mor-
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te. Dali, parti para um novo e desconhecido mundo. Só, mais uma vez,
só... Ouvia, agora, vozes no meu novo mundo, como se fossem me ins-
truir para mais outra experiência. “Seja o que Deus quiser!” pensava
sempre comigo e, assim, fui me libertando dos meus defeitos. No ter-
ceiro dia, levantei a vista e vi, ao longe, um lindo castelo. Parti para lá,
como se fosse minha única salvação, e qual não foi minha dor!... Ao
chegar ao portão, ouvi os gritos de Nice, dizendo:
Terra!
Não sei por quanto tempo ouvi a mesma voz. A cada momento
me sentia mais lúcido. O fato é que, não sei por que, tenho saudade de
uma certa harmonia que penetrava em meu nariz, em minha boca e
nos meus poros. Sim, não sei mais por quanto tempo. Lembro-me, so-
mente, de ter ouvido, como se fosse uma melodia, o Guia Universal
dizer:
Comecei a ter medo, o que até então não tivera. Para onde iria?
Enquanto pensava, fui atraído por um impulso, vindo a descortinar uma
grande rodoviária, onde pessoas teleguiadas tomavam os seus rumos.
Eu também segui o meu, sem qualquer percepção do meu destino. E
qual não foi minha surpresa: uma compressão muito grande e, em fra-
ção de segundos, estava em frente ao meu castelo. Quem sabe o que
estaria acontecendo? Meu Deus! Entrei como se estivesse vivo, porem
sem sentir as anormalidades do corpo físico. Agora, tudo era diferente.
Eu me sentia leve, como se tivesse um corpo de pluma. O castelo esta-
va cheio de gente, meus parentes, meu procurador e outras pessoas.
nete, ouvi seu choro convulsivo e corri para atendê-la, Meu gesto pare-
ceu comovê-la, embora ela não pudesse me ver, e eu – pobre de mim –
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me debrucei sobre seu corpo e ouvia o meu som, a dizer o que bem
precisava... Nisso, ouvi a Voz, que dizia:
- Basta, Lepant! Tua hora está chegada! Vamos, temos muito
que fazer. Uma nova vida!...
Era Germano, o meu Guia espiritual. Saí dali sem saber como
terminara meu inventário. Também, não me preocupei. Uma linda cha-
lana me esperava e saí sem pensar em mais nada. Se alguém pergun-
tasse o meu nome, não saberia dizer. Nuvens espessas cobriam o apa-
relho. Então, um novo mundo se descortinou em mim: RESSURREIÇÃO!
“Ressurreição!” – gritei, diante daquele quadro que se apresentava em
frente aos meus olhos. Ó, Deus Todo Poderoso! Saí de um mundo e
entrei em outro. De repente, comecei a raciocinar: como seria minha
vida? Nice, minha Nice, onde deverá estar neste momento, neste mun-
do tão imenso? Comecei a ter medo, medo do que eu não conhecia...
Sim, não sei por que, mas aquela beleza me dava medo. Oh, que sau-
dade de minha Nice! Por fim o aparelho parou diante de um enorme
hospital, onde havia um letreiro: CASA TRANSITÓRIA DE FABIANO. De-
sembarquei sem ninguém mandar. No interior do hospital encontrei um
amigo, Lafaiete, que me falou:
- Ela passou por aqui há dez anos. – respondeu - Não tenho ne-
nhum roteiro dela.
suor de teu rosto mas, sim, pelo ouro pesado. Aqui é o jardim que os
anos e o tempo não destroem. Fecha os teus olhos e verifique que ain-
da estás diante de ti mesmo, do teu jugo. Agora, deixa teu fardo nas
mãos de quem poderá sustentá-lo.
tras almas.
pedia por socorro. Instintivamente, corri para lá. Ó, meu Deus! Fui em
socorro de alguém pela primeira vez em minha vida! Era uma mulher
que acabava de chegar e não tinha consciência de sua situação. Acal-
mei-a e senti Germano chegar perto de mim. Falou-me:
- Vamos partir porque não tens mais com que pagar a tua esta-
da!
pensando como devem sofrer aqueles que, na Terra, não têm dinheiro
para se alimentar. Havia sido prevenido por minha alma. Salve Deus!
Página
Germano disse:
- Sim, este é o todo poderoso!
- Lepant, tenhas cuidado! Uma coisa de cada vez. Por que não
procuras saber o destino das escravas? - falou Germano.
razão nos seus amores, nos seus impulsos e nos seus desejos. Aqui tens
uma natureza e na Terra tivestes outra, bem mais ardente, aquela que
te faz chorar hoje mas poderá te fazer rir amanhã. A própria natureza
do homem ensina, por indução, que existe ordem. O ser é substância e
vida. A vida se manifesta pelo movimento e o movimento se perpetua
pelo equilíbrio. Assim, o equilíbrio é, pois, a Lei Imortal. A consciência é
o sentimento e a justiça. Chega, Lepant... Tu já te condenastes – e não
fizestes nada!
ria melhor...
- Não estou entendendo muito bem esta sua narração. Por aca-
so não estás com algum cobrador a te vibrar? Sim, se vais para a Terra...
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Boa Leitura!
Página
“Nosso coração só se cura pelo conhecimento.”
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ANGÉLICA E JERÔNIMO
rosa, marcando 1930. Com a minha chegada, virou-se para mim como
se me conhecesse, fui pronunciar o nome do médium, Pai Joaquim não
deixou. Então eu me obstinei em dizer, somente, mora aqui?
Página
Oh! Tia Neiva, eu e Angélica estamos completando o nosso
tempo e completou… eu a senhora já sabe, minha vida como é, cada dia
se torna mais difícil. Já pensei, entendendo, porque a gente se conforta
tão facilmente nestes tristes carreiros terrestres, sim minha filha.
Deus lhe pague, não fiz nada recebi apenas uma lição. Sorrimos
como se ele estivesse consciente.
Jerônimo equilibrou o seu Sol Interior. Quando estamos em paz
com a gente mesmo, nada nos atinge. Vamos meus filhos, equilibrar os
três reinos de nossa natureza, e pagarmos com amor o que destruímos
por não saber amar. Jesus que tem os meus olhos pela verdade de vos-
so amor.
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“O espírito que soube escolher sua mãe material tem mais condições,
mais facilidade de se evoluir, porque toda evolução é amor!”
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CÉLIA E ANTONÊ
família. Passei a viver num suspense terrível; Se saíamos para uma festa
e ele estivesse alegre e feliz, eu começava a me torturar e acabava por
manifestar qualquer mal, contanto que ele se sentisse infeliz e, estando
Página
Pensei ter um filho, pois era o seu ideal. Fomos ao médico; Este,
um velho conhecido, disse com a intimidade que tínhamos, que um
filho não encomendamos quando queremos, e disse mais, que pela
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que estava perdido? Propus pedir perdão à minha sogra, porém ele me
advertiu que minhas cunhadas ainda estavam sentidas demais comigo.
Não deveria então chegar até lá.
- Não! Chega disse ele; Não suporto mais e, quer saber? Não
quero mais sua assinatura! e foi saindo.
porém Deus não deixou que eu a fizesse sofrer mais. Uma camioneta
me atropelou. Me levaram para o hospital onde vim a morrer. Não fala-
va porém via todos: Minha sogra, meu marido e algumas cunhadas.
Meu marido chorava com resignação; O padre veio, e me deu a extre-
ma-unção. Foi só o que me lembrei.
Ressuscitar os mortos!
me enfrentou:
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- Célia aqui também? Este é o mundo que não pode existir orgu-
lho, e com o mesmo cinismo me desafiava com o olhar e novamente
começou a contar o que havia sucedido:
Comecei a gritar:
palavras. Fiquei onde estava e pela primeira vez senti aliviada. Emília
que tanto caluniei... Logo que saíram corri para lá e abracei a minha
rosa, a última esperança na Terra. Pedindo à Deus por Emília e Antonê.
Nada me levaria à ressurreição. Esta rosa é minha última esperança de
um perdão. Se Emília me perdoa todo mundo me perdoará! Fiquei ali
extasiada, não sei por quanto tempo, até que TUCURUÍ, o mesmo ÍN-
DIO que levou Lazinha, me entregou à senhora, Tia Neiva!
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“Há uma lei imutável, que nos cobra ceitil por ceitil!”
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UM DESPACHO NA ESTRELA CANDENTE
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O GUARDIÃO DO TEMPLO DO SOL
Hoje temos muitos jovens com você. Por isso vou narrar a linda
passagem de um jovem, culto e de grande formação espiritual. Interes-
sante... Assim, meu Filho, nada recebemos sem o devido preço. Jesus, o
nosso Guardião, nos dá a Contagem dos Sete Guardiões, por quem
dorme em sua porta.
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“Antes de culpares o teu vizinho,
por que não ser severo contigo mesmo?”
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O VELHO SERRANO
Respondendo disse:
Riram!
Página
Nisso, começou uma polêmica científica, que se equiparava ao
mestre, viram o quanto eram maravilhosos os ensinamentos daquele
mestre. Ficaram tão empolgados, que quase não se aperceberam de
uma mulher chorando, sentada na estrada, tendo a sua ferida sangran-
do. Se apavoraram com aquele sangue, e de imediato ergueram as
mãos para o céu e pediram a DEUS a força do prana, e a mulher ficou
curada.
É meu filho Jaguar, cada um, procure saber o que adquiriu, con-
sigo mesmo.
Salve Deus! Então um dia, eu passava por esse lugar com muito
medo, achava que eu que tava bisbilhotando, mas não era não, eu era
guiada pra passar por esse lugar. E um dia eu fui mais adiante e vi uma
casinha que eu também achei igualzinha, eu vou colocar tudo pra vocês
verem.
– Sabá.
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Então, ela começou a trabalhar na Alta Magia. Por isso que Sabá
é um Espírito da Alta Magia. E quando ela subiu, ela pediu ao Ministro
do Umbral, que ela queria ficar ali num Departamento daquele pra aju-
dar os espíritos. E começou a tomar conta de um certo lugar e tem aju-
dado muito! Então, aquele contato meu com Sabá, ela me contou a
história, e foi a minha maior evolução. Então, eu comecei tomar gosto
pela Vida Espiritual.
Salve Deus!
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“Existe em cada um de nós uma voz interior que nos alerta sobre o que
devemos fazer. Quando agimos mal, essa voz interior nos repele, nos
culpa; porém, se praticamos o bem, ela nos aprova e nos torna felizes.”
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MINHAS PALESTRAS COM UMAHÃ
nalista.
Página
486
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“Tens tudo para fazer o bem e o mal. Se fizeres o mal te destruirás; se
fizeres o bem, crescerás como rama selvagem!”
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O PEQUENO DRAMA DE UMA VIDA
Veja o que pode fazer pela minha sogra, Tia Neiva. Vim para
consolá-la porque Lúcio se suicidou e ela está sofrendo muito. Lúcio era
filho da anciã, ela está me dando muito trabalho. vê se a faz esquecer,
qualquer coisa que me dê sossego...
- Sim, disse a anciã, a minha maior dor é saber que meu filho
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não tem salvação. Foi tão bom, e não sei como pôde fazer isto.
Página
A viúva arrematou depressa e com desprezo pelo marido:
- Sim, disse o rapaz, o amor que meu pai tinha por nós, Tia Nei-
va, nã0 foi fácil entender o que ele fez e nem tão pouco para mim e
minha pobre mãe viver sem ele. Foi horrível o que eu passei, no fim ele
mostrou que não gostava mesmo era da gente, Tia Neiva. Minha vó,
coitada, pensa que ele irá penar. Isto eu não acredito muito, sei que
Deus não irá deixar, porque ele era bacana mesmo, compreendia a
mim, mais do que todo mundo. Eu não estava satisfeito com as coisas
da mãe e ele sempre me dizia que o filho que não gosta da mãe, nunca
se realiza. Era bacana, mesmo, não sei como foi tão fraco.
rido não combinava com ele. Por causa deste infeliz, Lúcio esteve sepa-
rado de mim. Lúcio saiu de casa e só voltou quando ele foi embora.
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Será, Tia Neiva, que foi por isto que ele suicidou-se? Guardou, toda vi-
da, esta mágoa?
- Foi pelo atrito com Lúcio Junior? Perguntei.
- E minha mãe?
Página
- Lúcio, sua mãe opinou pelo homem que amou, quando você
partiu pela primeira vez, e a mãe não tem porque opinar, senão, pelo
seu próprio filho.
- Sim, Tia Neiva, foi horrível no dia que meu padrasto, na frente
de minha mãe, esbofeteou-me dizendo que ele ou eu ficaria naquela
casa. E minha mãe disse: "Meu filho, vou te, levar para a casa de sua
avó, a mãe de meu falecido pai". Tive uma decepção tão triste, que
nunca mais me recuperei, apesar de todo o carinho de minha avó. Mi-
nha mãe não me quis, preferiu estar ao lado do homem a quem amava.
Mesmo traumatizado e cheio de tristeza, casei-me. Minha esposa pare-
cia amar-me muito. Tivemos dois filhos maravilhosos, Fernando e Fer-
nanda. Tudo corria, aparentemente, bem. Foi, então, que entrando na
casa de Marcelo, meu maior amigo, ouvi a voz de Edna, minha esposa.
Marcelo veio ao meu encontro. Perguntei de quem era aquela voz, ele
gaguejou e disse que não era ninguém. Desci e fiquei em frente à casa,
até que saíssem, e quem saiu foi ele, a própria Edna. Fiz uma viagem,
porém, não saía da minha cabeça. Pensei tudo o que um homem traído
em seu casamento pode pensar. Ela não se modificou e Marcelo tam-
bém persistiu no erro, e eu não quis mais ver o que estava acontecen-
do. Senti coragem e tive vontade de matar os dois, porém, decepcionar
Fernando, com sua própria mãe, não era possível, e se eu morresse, ele
nunca ficaria sabendo de sua traição. Pensei comigo, se tudo está bem
para Fernando, espero aqui o que Deus quiser. Deus há de me perdoar
a minha pobre incompreensão. Tenho certeza que um dia Deus me
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perdoará.
Página
Verdade, pensei. Fernando estava sem complexo, vivendo sua vida e
amando ainda mais sua mãe. Estávamos bem, quando ouvimos a cam-
painha de chamada.
filhos, dos quais Pedro, meu avô. Justamente Pedro, o nome do que
havia morrido no mar. Com a morte, seus filhos continuaram a obra.
Todos os membros da família se orgulhavam do seu valente tronco e
faziam questão de que todos nós soubéssemos desde o princípio.
Mais tarde, meu pai casou-se com a filha de Luiz Seixas (vulgo
Lulu) e foi uma luta para que meu nome não deixasse de ter “Medei-
ros”. Passei a me chamar Neiva de Medeiros Chaves, em vez de Neiva
de Seixas Chaves. Meu pai, Antônio de Medeiros Chaves, e José de Me-
deiros Chaves, resolveram partir. José de Medeiros Chaves (vulgo Juca)
viajou para Belo Horizonte, onde veio a ser presidente da Assembléia
Legislativa e meu pai ficou no Sul da Bahia, deixando Pedro de Medei-
ros Chaves, Manoel de Medeiros e Gracinha, já casada com o tio Quin-
cas. O seu primo e mais três, que, desgostosas, foram para o Convento
e se enclausuraram como irmãs Carmelitas do Verbo Divino: Zozó, Zezé
e Betina.
Depois, Zé Pinto foi num trem elétrico e não sei quanto tempo
depois retornou todo mutilado e com seu espírito forte e alegre, porém
ficou muito doente, a ponto de chegar na hora da morte. Faltava apro-
ximadamente meia hora para a morte dele, quando cheguei perto e
disse:
“Zé, seu Leonardo está dizendo que se você morrer com a perna
quebrada vão serrar a sua perna e puxar com sua mão de anjinho. Eu
ouvi ele dizer: ele morreu”. Enquanto isso, o Senhor Vicente barbeiro
foi convidado para fazer um saque em Água Preta, o distrito responsá-
vel por toda a região (de um caso a outro, porque não tenho noção do
tempo), mas o fato é que o Senhor Vicente - barbeiro me deu uma cai-
xinha com tesoura e tudo, dizendo:
“Vou te dar tudo porque não vou mais trabalhar. Vou ficar rico,
só não te dou a navalha porque é perigosa”.
cabras, quando eu ouvi papai dizendo: “Loucos, vocês fazem parte des-
te cangaço!... Sumam daqui pelo amor de Deus. Seu Chaves, pelo amor
de Neivinha”. Papai preparou uma mochila de comida e disse novamen-
te para eles sumirem dali e eles desapareceram.
Pensamos que ele havia sido salvo da volante. Foi melhor assim
do que passar aquela humilhação da maneira que vimos”. Sim, eu o vi
amarrado de costas no rabo dos cavalos.
Foi uma cena que não esquecerei jamais, eu tinha apenas cinco
anos aproximadamente.
500
Página
“Quando o Homem retorna aos planos espirituais, é interrogado para
prestar suas contas do tempo vivido na Terra e de suas possibilidades.”
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SONHEI COM TIA NEIVA
Salve Deus!
Ela fez uma chamada de Preto Velho, parecia que estava com
uma Entidade e no momento seguinte já estava com outra! E o mais
interessante que aquela Entidade estava dando comunicação.
Aquela piscada foi como dissesse : Pronto meu filho, não é mais
coincidência.
Página
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Página
O DOUTRINADOR
uma vida onde o foco será apenas na sua própria evolução ou pode
assumir uma Missão, onde também deverá ajudar outros seres a evolu-
ir. Tudo ocorre sob a Benção de Deus e respeito ao Livre Arbítrio de
cada Ser. Após tudo estabelecido, começa a preparação para uma nova
existência terrena. O espírito é levado para o Sono Cultural, onde pas-
sará por um processo de “esquecimento” de suas vidas transcenden-
tais, a sua nova personalidade será “moldada”, de acordo com a sua
trajetória, e por fim, assumirá a forma de um feto.
casa, na periferia da cidade, onde foi recolhido por um senhor, que ti-
nha um Centro Espírita. Ao tomar conhecimento da tragédia, o bondo-
Página
to bangalô. Este morro era cortado por uma linha de trem e o lugar era
muito bonito. A casa era simples, mas bem arrumada. Tinha uma bela
varanda e na sala havia uma lareira, onde o professor gostava de ficar
lendo. Lecionava na escola de Alfenas e todos gostavam muito dele.
Sua mãe, uma senhora viúva, já não sabia mais o que fazer. Ti-
nha levado-a a médicos, benzedeiras, à Igreja, e nada, ninguém conse-
guia resolver o problema da jovem. A loucura continuava e piorava a
cada dia. Já estavam amarrando a moça, para que não se machucasse e
não machucasse ninguém. Então, alguém falou para levar a menina
num Centro Espírita, que ficava na periferia da cidade, onde tinha um
moço que curava “essas coisas”. E a mãe, no desespero, levou a menina
até lá. Quando chegaram ao Centro e o velho viu o “quadro espiritual”,
falou que nada podia fazer. Que quem poderia resolver aquela situação
era o seu filho, mas ele não trabalhava mais ali. A mãe implorou para
que o velho atendesse sua filha, mas ele realmente não podia fazer
nada.
Aquela menina era a mocinha, que tinha sido raptada pelo filho
do fazendeiro, a viúva era a velhinha, mais uma vez como mãe da me-
nina, e o velho pai era o obsessor, o espírito que fora trazido para aque-
le reajuste, para saldar a dívida, o compromisso espiritual do rapaz.
dereço do filho, para aquela mãe desesperada. Ela pegou a filha e co-
meçou a subir o morro. À medida que se aproximavam da casa, a meni-
Página
Ele saiu correndo atrás, tentando falar com ela. A mãe, também,
correu para lá. A menina parou na borda do precipício. Lá embaixo, um
lanterneiro, da estação de trem, observava tudo. O professor foi se a-
proximando, devagar, tentando “doutrinar” aquele espírito. Quando
estava quase tocando o braço da moça, o obsessor a jogou no vazio, na
escuridão. Neste momento, o professor chegou a “escutar a risada” do
velho cobrador.
Ele definhava, dia após dia, e apenas seu velho pai e aquela jo-
vem do Centro, que muito o amava, o visitavam na prisão. O tempo foi
passando e a jovem moça precisava também seguir o seu caminho. As
visitas foram se tornando raras e suas esperanças também. Ele pensava
muito na sua incompreensão e pedia a Deus a oportunidade de sair
dali, para continuar com a sua missão, no Centro, junto com seu velho
pai.
- Meu filho, agora é tarde! Quem vai querer se tratar com você?
Mesmo que tenha sido inocentado, sempre haverá uma certa desconfi-
ança sobre você. E seu corpo, quem vai querer se tratar com alguém
cheio de feridas? Como pode um cego guiar outro cego? Não, meu fi-
lho, agora é tarde!
Apesar da dor que sentia, o professor sabia que seu pai tinha ra-
zão.
No fim de cada lição, das incontáveis que ELA nos deixou como
mapa para uma jornada segura neste TERCEIRO SÉTIMO, ela gostava de
Página
dizer: ENTENDEU?
Assim PODEMOS dizer para todos que ENTENDEMOS, mas de fa-
to se houve ENTENDIMENTO não haveremos de FAZER o que não se
DEVE, Salve Deus!
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“A caminho de nossa evolução, e como se não bastassem os nossos
carmas, sempre estamos a nos servir dos exemplos alheios.”
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O RAPAZ DA CADEIRA DE RODAS
Salve Deus!
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“Preserva tua mente do orgulho, pois o orgulho provém somente da
ignorância do Homem que não tem conhecimento e pensa ser grande,
ter feito esta ou aquela grande coisa.”
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A TROCA DE CONTINENTE
Durante o percurso, ele soltou que iria falar com Tia para autori-
zar-lhe a TROCA DE ADJUNTO, face a uma cena protagonizada pelo seu
Adjunto na Estrela - no caso falava-se do Nelson Cardoso - e que naque-
le continente - adjunto ele não ficaria mais.
“Não avance o sinal meu filho Jaguar! A sua emissão é uma cha-
ve para cada necessidade e tudo parte de um compromisso feito há 20
anos passados; Não altere e não diminua, e não aumente.” Tia Neiva
(06.06.81)
pode gerar conseqüências que ELA mesmo afirmava que não poderia
mensurar, portanto é melhor escolher com os pés no chão e a cabeça
Página
“Graças à Deus minha filha! Foi a primeira cura feita por um SU-
RIÊ, Graças à Deus!”
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“Aquele que segue somente o caminho da devoção faz, com ele, um
círculo vicioso, até se impregnar de superstição.”
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ASSOMBRAÇÃO EM MINHA CASA
A casa era muito boa na parte física, mas tanto Eu como o Luzi-
mar de pronto notamos algo no campo espiritual que não parecia bom,
mas deixamos os dias seguirem e a vida correr normalmente.
Deus!
“Concebo que a Verdade se resume em um Deus único, Todo Poderoso,
que, ao sentirmos Sua visão, acalmamos a alma e as tempestades, que
servem para burilar o nosso espírito.”
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A CIVILIZAÇÃO DOS MAYAS E YUCATÃS
e sua Natureza; sim, filho, Deus em seu Reino, em Seu Plexo, porque
filhos, o Homem reconhece que foi anunciado o Dilúvio, porque filho, o
Página
Homem tem certeza que naquela Era distante do Sol se escondeu, ar-
rebentou a trovoada e as águas caindo do Céu, arrastou para o oceano
toda a imundice daquela incomparável substância em valores para o
Etérico, eram Deuses querendo transformar sua própria natureza.
Deus, sim, porém, em sua Figura Perfeita Hieroglífica; Deus no Homem,
porém não existe e não existirá Homem Deus. A sua sabedoria não tem
limites, porém, há um limite para os seus poderes e seu limite está na
precária condição de sua própria natureza. Desta vez, em YUCATÃ toda
sua Terra, aquela inteligência que mesmo nos labirintos eternos, deixa-
ram seus rastros sucumbindo o Homem e subindo os Deuses. Desta vez
foi água, água que transbordou levando a fortuna inigualável. Quanto
vale a vida na mente de cada um dos seres humanos que vivem e vive-
ram em toda Época?
Saibas filho, que a libertação não está nas ruínas, voltamos tan-
tas vezes seja preciso. Voltamos sempre pelas nossas ruínas. Voltamos
em seu benefício, assim filho, pois seja qual for à provação das cicatri-
zes que assinala o teu caminho, sofras amando e agradeça a Deus a
oportunidade que te vez voltar. Quanto vale a vida na mente de cada
um? Vale alguma coisa? A vida para quem sofre, para quem reconhece
a si mesmo, a vida coloca-se acima das nossas dores e das nossas ale-
grias, porque ela é algo que vivemos, é algo onde vivemos, é nela que
as dores e as alegrias são por nós experiências que também experimen-
tamos e nos afasta da dor chamada “dor das dores”, que é a dor da
moral. Porém, isto não basta. Todavia, o trabalho sustenta e evolui a
ponto de não sentir.
cendo a ponto de conhecer toda a Terra, todo este Universo físico. Ro-
mances, conquistas, chegando mesmo ao começo da vida que espera-
Página
534
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Página 535
CICLO 6 (SÉTIMO RAIO)
75) O Cabeça Grisalha Pág. 538
76) O Bilhete de Chico Xavier Pág. 547
77) O Mundo dos Naiades Pág. 550
78) O Babalaô Joãozinho de Goméia Pág. 554
79) A Doutrina de Monsenhor Penzo Pág. 559
80) Tia Neiva e as Autoridades Pág. 564
81) O Assédio das Terríveis Falanges Pág. 568
82) Uma Doutrinadora no Canal Vermelho Pág. 577
83) O Velho Lino Pág. 582
84) Veleda Pág. 589
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Boa Leitura!
“A mente enferma produz o constante desequilíbrio.”
537
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O CABEÇA GRISALHA
- Homossexualismo.
por ele é lhe dar forças, ajudá-lo a carregar sua cruz até o fim.
Página
- Neiva, gostaria que esclarecesse melhor esse assunto. Tenho
lido muito a respeito, e sei que é muito complexo. Gostaria de saber
suas causas reais. Serão espirituais?
- Cada plano tem sua própria legislação, sua forma de vida, em-
bora os princípios sejam os mesmos para qualquer plano. O mesmo se
passa na Biologia do nosso plano. O equilíbrio biológico se faz de ma-
neiras diferentes no mar, na terra e no ar, embora os fatores básicos
sejam sempre os mesmos. Cada um desses planos, na Terra, tem sua
própria morfologia, de acordo com o meio-ambiente. Variam, pois, as
formas, embora elas todas pertençam à cadeia do transformismo. No
caso dos ovóides, esta é a forma mais simples que um espírito pode
tomar depois de uma encarnação. E não é só a forma que importa, mas,
540
invisível que nos cerca. Eles enxergam e ouvem, num raio de dois me-
tros em torno deles. Sua capacidade de aderência é espantosa. Por invi-
síveis mecanismo de ódio, eles aderem ao encarnado, e provocam os
mais variados sintomas de moléstias, em sua maioria de ordem convul-
siva. A esses espíritos se devem doenças como labirintite, meningite,
deformações da coluna, disritmia e inúmeras formas de distúrbios men-
tais e neurológicos. Sua aderência se faz de duas maneiras: por com-
pressão e por vampirismo. Atuam como corpos estranhos no organismo
e, ao mesmo tempo, como sanguessugas, alimentando-se de nutrientes
nobres do organismo, como hormônios e plasmas sutis. Aqueles espíri-
tos desencarnados naquela era remota tomaram, pois, a forma ovóide,
e ficaram, durante alguns milênios, esperando a reencarnação apropri-
ada de seus algozes, que lhes dariam o momento das cobranças. Natu-
ralmente, a situação deles não residia, somente, no episódio de Sodo-
ma e Gomorra, e sim sempre em situações semelhantes de abusos de
um ser por outro. O quadro se modificou, e vi nosso Cabeça Grisalha na
figura de um francês, abusando de um jovem e, depois, jogando-o nu-
ma infecta prisão, habitada por criminosos sexuais, espíritos atuados
por falanges de verdadeiros demônios. Terrivelmente maltratado, o
rapaz desencarnou, e seu ódio era tanto, que ele se transformou num
ovóide, tendo aderido aos órgãos sexuais do nosso amigo quando este
completou sete anos, momento em que se apagou sua mediunidade,
nesta encarnação.
outro tipo. A gente pode perceber, então, que não se tratava de uma
anormalidade congênita, isto é, algo que ele já trazia da formação fetal,
Página
a não ser considerado como seu carma. Sim, como carma, ele era can-
didato a isso.
vezes piores do que seu câncer original, se não houver sua complemen-
tação harmônica com o mundo invisível.
Página
- Bem, Neiva, creio ter entendido o que se passa no caso de o-
vóide. Entretanto, o problema é bem mais extenso. Há o caso das mu-
lheres. Elas, também, são passíveis de sodomia?
546
Página
O BILHETE DE CHICO XAVIER
gem intitulada “Meditação” e disse: Você vai levar uma mensagem mi-
nha para Neiva.
Página
Escrevendo no canto da mensagem, com sua caligrafia incon-
fundível redigiu o seguinte teor:
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Página
O MUNDO DOS NAIADES
Sem tempo para analisar muito, vi duas lindas moças que chega-
ram e, sem falar, tinham escrito nas roupas “Marta” e “Efigênia”; e da
maneira como eu ia harmonizando-me, ia também, dando conta de
onde estava. Estava em outra dimensão, que não a minha. A iluminação
era tão diferente, e um pouco triste. Pensei:
Esta moça tem sua alma gêmea segura em outra dimensão, on-
Página
- Não, Neiva! a vida não pára. Aqui o mundo vive a sua própria
evolução. Volte para o teu corpo, que já tem muito tempo que saístes.
Voltei.
552
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“O espírito na Terra, está sempre indeciso entre as solicitações de duas
potências: sentimento e razão.” 553
Página
O BABALAÔ JOÃOZINHO DE GOMÉIA
Então eu vi que Pai Xangô, Pai Xangô e Nhá (?) - são dois espíri-
tos poderosíssimos, são orixás de orixás - eles estavam fazendo um tra-
balho que nós chamamos de trabalho de Pai Xangô. Salve Deus! É um
trabalho especializado em que os mentores parecem que estão até de
armadura. Eu tenho uma estátua lá em casa, parece um Elmo, parece
que é São Jorge, não sei, mas se parece é com esses espíritos e eles
estavam naquele cuidado enorme e eu falei - Pai Xangô não foi? - Paz,
Paz de Xangô, pois é paz Ogú (?) é trabalho de Ogum. Quer dizer eu falo
554
assim para vocês: Eu vou abrir seus caminhos, eu vou fazer um trabalho
de paz Seta Branca, vou fazer de Pai João está compreendido? Paz é
Página
uma manipulação de forças, parece uma luz, uma luz materializada que
eu tenho a sensação de passar uma neblina, passar por vocês, é como
se fosse aquele nuvem no céu mas são como refletores, ela dói no cor-
po da gente, mas dói no espírito, no padrão daquela hora. Será que deu
para vocês entenderem?
Xangô é o São Jerônimo, Ogum é São Jorge, mas todos dois exis-
tem; um grande orixá com as mesmas forças de Xangô e de Ogum que
manda seus emissários, seus mensageiros sustentam aquele terreiro
até o final.
Então meus filhos, o Pai Seta Branca todo dia está nos dizendo:
Parem de julgar, deixe esse julgamento, vamos viver a nossa ESTRELA,
vamos viver os nossos caminhos e vamos trabalhar!
Compreendeu?
Salve Deus!
vinte anos. Foi um verdadeiro santo. Pediu para ficar aqui doutrinando
seus fiéis.
Com a graça de Deus esses espíritos vão se evoluindo a ponto de
se curarem do psiquismo do inferno e do purgatório que os falsos pre-
gadores ensinaram e impregnaram suas mentes e que nada resolveu. O
homem que acredita no inferno mata, rouba, dá vazão ao seus instintos
sem nenhum temor, porém em toda história do mundo muito pouco
tem registrado do filho que matou a própria mãe em sã consciência.
Porque neles existe a Lei do Amor, por mais daninho que seja o espírito.
Então esse sacerdote após eu desencarne sofreu por não ver o inferno
e vendo somente o amor transformando o espírito.
Porque todo ele fala no amor de Deus, Jesus jamais faria o in-
ferno ou colocaria seus filhos no fogo do inferno. Deus, Pai dos Pais.
- Não, disse Amanto, foi trazida há pouco tempo pois vivia va-
gando do cemitério para a Igreja Católica, pedindo pelo filho que você
560
também conhece.
- Sim Neiva! este lugar é novo e já lhe disse que este Canal é de
adaptação e recuperação. Jesus com seu amor procura recolher todos
os espíritos para a Nova Era. Estes loucos são espíritos das Falanges de
Murumbus e são, como sabes, hipnotizadores. Mais adiante perguntei:
562
Página
“Deve ser evitado o excesso de confiança, pensando que nada mais tem
a aprender, e cair no feio abismo da vaidade!”
563
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TIA NEIVA E AS AUTORIDADES
“Meus filhos, Pai Seta Branca está dizendo todos os dias que não
promete paz, tranqüilidade, aliás, promete uma luta! É como se tivesse
se levantando um exército crístico porque das sombras também estão
despertando seres que só nós, esse exército preparado poderá abater,
terá condições de esclarecer em cada coração. Salve Deus!”
E colocou. Salve Deus! Então ele colocou uma pessoa e foi a mi-
nha sorte.
tempo. Bom, Pai Seta Branca esta por cima de tudo isso.
Eu então... por isso eu atendia a todo mundo. Batia na minha
porta um Deputado altas horas da madrugada, eu sabia que estava
sendo vista e ficava sem preocupações. Eu assim ajudava todo mundo.
Fiquei sabendo por que eu tinha saído da UESB assim tão de repente.
Sabia as previsões mas ali eu tinha mais condições, perante às autori-
dades, de ajudar as pessoas. Salve Deus!
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“As coisas que desprezamos hoje nos faltarão amanhã.”
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O ASSÉDIO DAS TERRÍVEIS FALANGES
Ela chegou, o meu desejo hoje é contar a vocês como nós somos
atuados e porque somos atuados!
Bom, dali eu já perdi tudo. Não tinha nada que perguntar, não
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era da minha conta, mas foi isso que eu fiz. A gente, mas com isso eu
fiquei antipatizada para ela, eu acho que a pergunta tinha razão de ser.
Página
Está certo! É o que eu digo todo dia a vocês, nós não temos na-
da com a vida de ninguém, nós estamos nos preparando para ser úteis,
para sermos úteis, para a gente ser bacana, o que a pessoa está fazen-
do ou não está, você não tem nada a ver com isso.
Está certo ou errado? Eu não sei... Está certo não está? Todos os
dois estavam tranqüilos entendeu? Até aí não tinha nada que reparar.
O vergonhoso foi só eu ali com aquela pergunta de todo mundo. Está
bom. E a mulher tomou raiva de mim. Não sei o que ela viu em mim
que ela tomou raiva mesmo. Mas como ela já estava ali ela disse:
Salve Deus!
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Cheguei lá, ela estava num corredor, ela estava olhando assim
como se ela fosse uma vidente, estivesse olhando uma tela na frente
dela, assim parada, numa cadeira, como uma cadeira preguiçosa, uns
cobertores assim em cima. E ela estava ali. Depois eu vim saber que ela
não queria sair daquela cadeira, ficava nervosa e queria ficar ali naquele
lugar. Então eu fui descobrir o que estava acontecendo. Comecei a a-
calmar a moça. A moça foi ficando mais calma e a mãe viu, você vê o
que é um choque, a mãe viu que a filha estava melhorando apenas com
a minha visita. E depois de uns dois dias ela foi lá onde eu estava. Aí eu
tive que mudar todo o quadro. Salve Deus!
Ouçam bem, eu ensinei a vocês que quando nós viemos aqui pa-
ra a Terra, nós viemos com a nossa equipe formada para nossos reajus-
tes, isto é, para nos reajustarmos, pagando o que devemos de outras
eras. Nós trazemos os nossos cobradores que são os elítrios. Elítrios são
espíritos acrisolados no ódio...
Porque aqueles dois, era dos dois, e só aquele ridículo podia fazer aque-
la vingança. Porque vocês não viram o quadro que eu vi, vocês não tem
Página
condições de pensar que era natural, mas aquele caso não era natural.
Se vocês vissem a senhora que eu vi vocês veriam que não havia condi-
ções de uma vivência. Inclusive o rapaz... Eu prefiro contar a vocês ape-
nas a parte espiritual. Era um quadro terrível. Essa senhora tinha um
defeito horrível, físico, num lado ela teve uma... como é que se chama?
Essa doença que fica assim torto?... É uma senhora de sociedade, tanto
que ela tocava piano, depois não pode mais, por causa do defeito físico.
A boca dela era um pouco assim... horrível mesmo.
tos, ela ia ser contra a nossa religião. O rapaz foi para Belém, esteve lá
em casa depois de alguns meses e foi coisa assim, que se resolveu em
Página
pouco tempo. Eu mesmo arranjei até uma transferência para esse ra-
paz, depois de um ano, depois que eu tinha vindo até do sanatório, ar-
rumei com as autoridades uma transferência, ele foi para Belém.
Essa senhora tinha esse rapaz como uma mãe, mas ouve choque
entre filhos. E, no entanto, quando eles se casaram, casaram mesmo, os
filhos aceitaram, os filhos aceitaram. Para vocês verem como a capaci-
dade que os espíritos tem de transformar vidas, e se não fosse eu, a-
quele quadro ia cada vez piorando. Aquela jovem ia cada vez ficando
mais louca, o que não havia de acontecer. Aquela jovem não aceitar
aquela vida por tempo e aí que ia haver a séria vingança. E graças a
Deus! e é preciso que haja todos esses cuidados. Depois eu vou escre-
ver essa história, esse acontecimento, essa passagem com mais deta-
lhes para vocês verem até onde vai a cobrança desses espíritos, dos
elítrios, Salve Deus!
E tem outra, tem outra falange também terrível que ataca o se-
xo. Vamos ver se domingo eu vou explicar a vocês, inclusive me interes-
sa muito porque aqui, aqui no Brasil, eles falam muito de Pomba Gira,
que uma pessoa que tem Pomba Gira (um espírito de...) eles são sensu-
572
ros” chefes de terreiros falando comigo que a Pomba Gira, que eu tirei
a Pomba Gira de um cara, o sujeito estava... Ah! Eu vejo aquilo... que
coisa hein, graças a Deus!... entendeu?
Existe meus filhos, são os Sexus. Esses Sexus, eles foram criados
no Império Romano, mas não nessa Corrente Crística. E a Pomba Gira é
conversa de criança. É um espírito realmente de uma mulher que foi
depravada. Eles chegam a dizer que foi Lucrécia Bórgia, que foi messa-
lina, mas não foi ninguém. Foram muitas. Ela foi realmente uma mulher
até de cultura, ela tem uma caverna, tem um castelo e esse espírito
tem também turma de caça. Turma de Caça... Exus tem Turma de Caça!
Eles atuam aqui e jogam caçadores, espíritos que só fazem laçar, ele
chega aqui numa rodinha, está conversando, eles vão penetrando, sa-
bem que a pessoa vai morrer, ficam atuando ali, pessoas que não tem
compromisso. Isso aí é muito complexo, não é para hoje. Mas eles tem
a Turma de Caça. São Exus importantes.
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“A fé sem conhecimento do bem não evolui a mente.”
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UMA DOUTRINADORA NO CANAL VERMELHO
“Por que já que o Pai Seta Branca tem tanta vontade de nos ilus-
trar a vida fora da matéria, por que vocês não ficam conscientes dessas
viagens?”
Acorda lá e vem, tia, por que eu não fiquei sabendo dessa vez?
conheci que ele tinha saído por que... uma outra coisa, essa moça ia
passar por uma fase terrível, foi retirado esse espírito, ela foi ajudada,
mas continuava a não viver, eu sei que ela não vivia. Foi mais uma ex-
plicação que recebi:
Eu notei que ele... Isso! Estou falando com vocês porque vocês
me procuram muito, porque que não devem estar, que não são consci-
entes, e eu conhecida bem, conhecia bem o doutrinador aqui e o apará,
sua esposa, que estão sempre por aqui e são muito felizes graças à
Deus. Eles dois, depois daquele choque, ela caiu no pranto depois da-
quele choque, nem mais nem menos do que sabem fazer aqui. O espíri-
to e todos fizeram aquela corrente de força, nem mais nem menos do
que fazem aqui. Aquele espírito depois entrou na sintonia do Doutrina-
dor e ele foi conversando com ele, e foram mostrando que agora ele
pertencia ao plano físico da Terra, só essa doutrina que vocês ainda não
fizeram no Templo, mais ou menos igual... Depois foi como se fosse
incorporação, mas lá nós trabalhamos diferente, essa diferença eu que-
ro explicar a vocês, mas a passagem ectoplasmática do Apará, do Dou-
trinador, tudo entrou em sintonia, e aquele senhor “ex-murumbu”, ele
saiu completamente do plano da vibração, da sintonia dessa médium.
placa... quase uma placa, eu não sei explicar, é assim como aquilo ali,
aquela coisa de pedra sabe? Aquele monumento, e lá está escrito assim
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“cuidado, louco!” mesma coisa, sabe? Ali é difícil e eu falo para vocês,
pelos olhos que entreguei ao Cristo, eu estou penetrando e vou deva-
garzinho nesse lugar, já sou amada por um deles, graças à Deus!
Então eu fui lá, Pai Seta Branca fica feliz quando eu vou pelo
menos lá perto, porque ninguém vai, ninguém consegue ir. Depois essa
médium e esse doutrinador estavam tranqüilos, como se fossem... co-
mo se eles se amassem e fossem namorados, Salve Deus. Eu me apavo-
rei naquela hora, eu já fico cercando de cuidado sabe? Já com medo.
Mas Amando me disse: Isso aqui é tão comum, você já viu tantas vezes,
você acredita no espírito, como um filho de Seta Branca poderia se
despertar? Eu deixaria os dois tranqüilos.
Ninguém sabia seu nome completo até o dia em que foi neces-
sário verificar seus papéis para seu enterro. Conheciam-no apenas co-
mo o “Velho Lino”...
Ele chegara à UESB por seus próprios meios, mas tão doente
que foi logo encaminhado para o modesto “hospital”. O diagnóstico foi
cirrose hepática, sem possibilidade de recuperação. Assim mesmo du-
rou alguns meses e, durante todo esse tempo, Neiva cuidou dele com
carinho e afeição.
“Salve Deus!”
Página
Já fora do corpo, ela respondeu, e ele foi logo dizendo:
Ela ficou meio encabulada, talvez devido à maneira que eles co-
nheciam seus pensamentos e sentiu certa relutância em aceitar o con-
vite. Ao ouvir o nome do Velho Lino mencionado por Johnson, com seu
ar nobre e saudável, perdeu parte do seu entusiasmo. Na sua mente
passaram quadros dos últimos dias de sua vida e do cadáver inchado
daquele velho de setenta anos. Mas, imediatamente, sentiu vergonha
de seus pensamentos e seguiu-o sem mais comentários.
Neiva ainda não olhara e ela viu várias naves de grande porte, que se
pareciam muito com os zepelins da Terra, só que tinham enormes jane-
las, cuja luz amarelada se destacava na luz branda do luar. Chegaram ao
saguão do enorme edifício e Neiva se preparou para o choque. Sentia
saudades e um certo receio. Ficou olhando as pessoas que se movimen-
tavam nos seus afazeres e momentaneamente sozinha. Johnson e Eris
conversavam com alguém junto a um balcão. Nisso, ouviu seu nome e a
voz do seu Lino, que a chamava. Levantou os olhos receosa e viu diante
de si um homem que aparentava uns quarenta anos, cujo sorriso amplo
revelava os dentes alvos e perfeitos. Trajava roupas semelhantes aos
capelinos e tinha um ar saudável e desenvolto. Ela custou acreditar que
estava diante do Velho Lino!
- Sim Neiva, de fato ele morreu há alguns anos, mas não conse-
guiu se desligar dos seus compromissos cármicos e permaneceu na Ter-
ra, ligado aos seus interesses. Por muito tempo continuou entrosado
com seus correligionários e ao magnetismo das mentes dos que o odia-
vam ou o amavam.
Pensou ela...
Nisso, seu Lino apresentou suas despedidas e Neiva notou que
ele estava muito alegre com a partida. Mais uma vez agradeceu tudo
que ela fizera por ele e disse:
- Deus lhe pague Neiva! por tudo. Creio que vai ser difícil a gente
se encontrar nesse mundão para onde vou.
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“Cada inteligência se caracteriza pelas atribuições que lhe são próprias.
Sentirás que a estrada é longa e que se processa a cada passo,
lentamente, pelo chão.” 588
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VELEDA
A história registra que Veleda, que teria sido uma das encarna-
ções de Tia Neiva, vivia entre os Bructeri, mas sempre reclusa numa
torre, onde ela atendia aos que a procuravam, sendo suas respostas
interpretadas por um intermediador. Essa também era a forma como os
sacerdotes interpretavam as predições das pitonisas no Oráculo de Del-
fos, organizando as palavras e repassando-as aos consulentes. Assim, as
mulheres possuíam uma posição de grande respeito entre os germanos.
Eles acreditavam que havia algo de divino e profético nelas. Por esta
razão, sempre ouviam seus conselhos e acreditavam piamente nas pre-
dições de Veleda e de Aurínia. Ambas se tornaram tão famosas que
foram cultuadas quase como se fossem divindades.
"... Veleda foi chamada a Roma, onde sua fama tinha chegado,
para ver o quadro do Imperador Vespasiano. Quando chegou a Roma,
não conteve seu desprezo pela vida que levavam. Naquela época, a
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CICLO 7 (ESTRELAS)
85) O Homem do Chapéu Branco Pág. 595
86) As Reinvenções de Tia Neiva Pág. 597
87) O Jaguar Pág. 602
88) O Mortinho Pág. 609
89) O Acidente Pág. 618
90) Visão do Futuro Pág. 625
91) O Cacique Guerreiro Pág. 631
92) O Castelo Pág. 642
93) O Incêndio Pág. 651
94) Colegas Pág. 658
95) O Bispo Pág. 667
96) Os Exus Pág. 673
97) Amanto Pág. 681
98) O Chegante Pág. 691
99) Umahã Pág. 703
100) Isadora Pág. 712
101) Parto Difícil Pág. 719
102) Cascavel Pág. 727
103) Judas Iscariotes Pág. 735
104) A Moça X Pág. 739
105) Troca de Rosas Pág. 743
106) Jesus de Nazaré Pág. 746
107) O Quinto Ciclo da Terra Pág. 751
108) O Livro Koatay 108 Pág. 756
593
Página
Boa Leitura!
“O tempo mudou a vida. Vamos procurar atualizar os nossos pensa-
mentos para criar e desenvolver aquilo que a noite nos mostrou.”
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O HOMEM DO CHAPÉU BRANCO
Você sabia?
Por fim, vale lembrar que os VALES NEGROS estão cada vez mais
organizados, e sempre atentos a movimentação humana, inclusive cien-
te das previsões, o que nos faz também cogitar que estas profecias po-
dem vir a se realizar por outros caminhos, talvez imperceptíveis aos
olhos do corpo físico, mas sensíveis aos do espírito, sendo nosso racio-
cínio lógico arrimado com o poder da intuição nossas reais garantias de
boas escolhas, no que tange pensamentos, palavras e ações.
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Título da Reportagem:
para levar os dois netos mais velhos. Não conseguiram por bem, quise-
ram conseguir por mal. Hospedaram-se numa pensão e arregimenta-
Página
ter da revista Vera Cruz. Logo juntou dinheiro, comprou novo caminhão
e começou a prestar serviços para a Prefeitura de Goiânia. Chega 1957,
o ano em que Brasília começa a ser construída. Todo o Brasil observa o
sonho desvairado de Juscelino e dos goianos. Atenta, Neiva sabe que é
a hora e que no quadradinho há alguém que ela conhece, Bernardo
Sayão, um dos poderosos da nova capital, diretor de Obras da Novacap.
ratórias.
“Não somos políticos; porém, temos como obrigação
obedecer as Leis e cumprir com dignidade o que nos regem
os governantes de nossa Nação.” 601
Página
O JAGUAR
"Acho que não soube fazer a pergunta certa, disse Nestor, talvez
eu quisesse perguntar por que a sua clarividência, que é um fenômeno
tão fora do comum, tão extraordinário, não causa maior impacto, não
desperta a curiosidade dos cientistas, dos teólogos. Para mim, continu-
ou ele, este Vale deveria estar efervescendo de curiosidade..."
dela. Sim, filho, a humanidade e o planeta com seus outros seres estão
na luta universal. Seu único objetivo é infundir no homem a necessida-
Página
de dos últimos preparativos para que essa passagem seja uma conquis-
ta harmoniosa.
Não se preocupe Nestor que vou lhe dar tudo isso escrito.
“O enigma do mundo tem agora um farol que brilha: o Doutrinador!”
608
Página
O MORTINHO
tava muito minhas angústias, fazendo com que aquela mulher que exis-
tia dentro de mim começasse a se apagar, ela estava se ausentando de
si mesma.
Houve um, dia Porém que ela chegou com ar mais sério.
"Neiva, disse ela, já fiz de tudo para chegar até você. Já me fiz de
aleijada dando o nome de Adelina, mas desta vez a farei saber que o
amor é a arma imponderável do espírito missionário. Você já não tem
escolha pois a sua missão é divina".
"Em nenhuma de suas vidas você foi piedosa e é por isso que
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era muito arrumado, não faltando inclusive o sofá alto para exame dos
pacientes, uma pia com torneira, uma estante com alguns livros e um
biombo num canto da sala. Ele olhou para minhas botas de cano alto e
meu culote, e vi por trás de seus óculos que ele não estava ainda acos-
tumado com nossa vida de acampamento, com as ruas enlameadas e
com o ar desenvolto que tais circunstâncias produzem nas pessoas.
Quando eu lhe disse com uma ponta de orgulho, que era moto-
rista profissional, pois quando eu respondera as perguntas da ficha eu
dissera apenas, "motorista", ele me olhou com mais atenção e continu-
ou com seu monólogo paternal. Nisto senti um calafrio percorrer minha
espinha e vi um vulto saindo de trás do biombo. Quase saltei da cadei-
ra, pois pensei que alguém estivera o tempo todo me espionando. O
médico deve ter notado minha repentina agitação, pois parou de falar e
me olhou com um ar de interrogação. O vulto foi se aproximando e,
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– O doutor olhou-me apreensivo – “Meu pai” – Sim, seu pai, ele diz que
se chama Juca, e que morreu há dois meses no Rio...”
Página
Nem bem acabara de falar quando o médico se levantou, pálido, com
as feições transtornadas, os olhos quase fora das órbitas clamando com
voz rouca: "Meu Pai, meu pai, oh! meu Deus!, meu pai, onde?, a senho-
ra está vendo ele, como é que ele está?".
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Página
“Jesus nos coloca como discípulo ao alcance dos Mestres.”
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Página
O ACIDENTE
prios pés. Desperte para a vida, para a verdadeira vida. Não desanime
frente aos obstáculos; eles São atraídos peja força dos nesses tristes
Página
"A sua luz filha, brilha de dentro para fora. Mantenha os seus
amigos, seja forte nos embates da vida. A purificação está além de tu-
do, dos falsos preconceitos sociais e das mesquinharias da vida. É muito
longo o caminho do amor, principalmente para você, que será um e-
nigma deste planeta até a sétima dimensão. Vá Neiva, vá caminhando,
distribuindo o bem que Deus lhe deu, com gestos de carinho, usando
sempre esta honestidade sã e pura. Você jamais será abandonada. Seja
alegre e confiante como sempre foi. Não deixe que a calúnia perturbe a
sua mente; não se nivele ao caluniador, para que não seja igual a ele.
Não responda e nem se altere; vá e continue sua estrada mesmo com
seus conflitos”.
"E seus pais, seus parentes, seus amigos, como é que eles esta-
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se tornar uma "mãe de santo" que é muito pior do que ser uma "bea-
ta". Sim, muito pior no seu caso, porque a mãe de santo veio preparada
Página
para ser isso, uma mãe de santo, enquanto que você veio para continu-
ar a jornada de Amon-Rá, de Ankhnáton e suas grandes realizações no
delta no Nilo... E o que dizer de Pítia de Delfos com seu Deus Apolo,
hoje unificado em Cristo Jesus, graças a essa mesma Pítia... "
"Mas, perguntou Nestor, como era então o seu dia a dia, o seu
trabalho. A senhora ainda dirigia seu caminhão?"
Pois é Nestor eu estava com aquelas coisas que Mãe Yara havia
me revelado na cabeça, e meu coração estava, apreensivo com tanta
responsabilidade que me havia sido acenada. Um dia eu sai bem tarde
e ainda insegura sobre o que iria fazer. Meu carro estava fichado na
Novacap mas as tarefas eram sempre variadas. Mas sempre começa-
vam cedo e não era raro eu estar na rua as 5 ou 6 noras da manhã, com
621
carro; muitas vezes aparecia uma senhora muito bonita e simpática que
vinha me dar conselhos: Mãe Matildes. Uma vez o Beto, meu filho, es-
tava comigo na cabine e Mãe Tildes chegou dando um recado: – Vai
Neiva, vai agora mesmo que tem uma mulher doente esperando por
você na sua casa.
rem no barro. Meu coração quase saiu pela boca e, num relâmpago o
desastre passou pela minha cabeça. Pronto, pensei, estava perdida!
Matei esses coitados e agora? Meu Deus! Onde estava minha cabeça?
Num relance vi todo meu futuro embaralhado, processo, cassação da
carteira, indenizações, vergonha... E meus filhos o que haveriam de
dizer? E meus colegas, que tanto se orgulhavam de mim como motoris-
ta?... Tudo por causa desses espíritos que não me dão sossego! Não
tive pernas para descer do carro, e só tive tempo de ver o guarda de
trânsito se aproximar do carro, antes de deitar no volante e chorar co-
piosamente.
"O que está havendo Baiana?, porque essa freada doida? E bem
aqui no meio da rua?
"Que candangos? Olha Baiana, acho melhor você tirar seu carro
do meio da rua. Será que você está biruta? Olha., vou lhe dar um conse-
lho, estou achando você muito estranha ultimamente. Porque você não
vai procurar um terreiro?" Disse isso e se afastou balançando a cabeça.
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Sim Nestor, teriam sido mais fáceis, se não fosse minha resistên-
cia. Eu tenho uma personalidade forte e nunca abri mão dela. Mesmo
depois, quando já aceitara minha missão, eu pedi ao Pai Seta Branca
que rico me obrigasse a abrir mão daquilo que é meu, a personalidade
que desenvolvi nos embates de uma vida boa mas difícil.
os outros passageiros?
Página
dar as pessoas, como havia ajudado aquele casal. Com a cabeça cheia
de pensamentos e o coração apreensivo andava lentamente. Se eu era
essa pessoa, se isso realmente me acontecera, então eu não iria retro-
Página
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Página
“Irei sempre as matas frondosas do Xingú em busca das mais puras e-
nergias para o conforto e harmonia da cura do corpo e do espírito e
para o desenvolvimento material de vossas vidas.”
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Página
O CACIQUE GUERREIRO
cia os casos que se contavam a esse respeito; diz-se que a agulha per-
corre o corpo todo e que quando atinge o coração a pessoa morre. O
Mendonça era muito meu amigo. Eu costumava transportar o pessoal
da topografia da Novacap e foi assim que nos conhecemos. Quando
começaram as manifestações da minha clarividência o Mendonça me
ajudou muito, principalmente em relação aos meus filhos. Ele sempre
tinha uma palavra de carinho e dava um ar de seriedade onde todo
mundo dava apenas palpites e ainda por cima negativos. Ele era espírita
kardecista e tinha a mente aberta. Mas, o mais importante é que ele
acreditava em mim.
"Bem, Tia, acho que entendo, aliás até hoje não creio que ela se-
ja entendida..."
Fiquei muito triste quando soube que esse espírito iria subir e
lembrei logo de falar com Mãe Yara. Entre as providências que Mãe
Neném havia tomado para o meu desenvolvimento, estava a reserva de
um canto da casa para os trabalhos espirituais. Dirigi-me para esse can-
to com a intenção de ouvir Mãe Yara e lá estavam Mãe Neném e o Ci-
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senando. Tomei o maior susto pois percebi que não contavam com mi-
nha presença, e o pior é que o Cisenando estava incorporado e, para
Página
meu maior espanto, com Mãe Yara! E pela boca desse médium, ela di-
zia:
"Mas então Tia, desculpe desviá-la de sua estória que está muito
bonita, mas então como ficamos nisso, qual a nossa atitude diante dos
médiuns que dão comunicações e se dizem inconscientes?"
quando eu partir.
Página
Eu estava naquela fase triste e sem saber o que fazer, quando
um dia, Mãe Yara chegou de mansinho e começou a falar no meu ouvi-
do... E, tão logo eu a vi comecei a me desabafar. Como?! Disse eu, a
senhora me disse tanta coisa bonita, me prometeu o céu e agora isso,
até o Cacique Guerreiro que eu gosto tanto vocês querem afastar...
Mas, Mãe Yara, diga alguma coisa sobre esse médium, diga al-
guma coisa sobre o que eu vi...
novamente num terrível conflito. Desta vez a coisa tinha sido muito
pior, eu havia atingido a minha filha, que era a razão de toda a minha
luta, minha vida. Meus filhos eram como o sangue que corria nas mi-
nhas veias. Mas, na minha vergonha e no meu orgulho, eu já consciente
nos meus sentidos, comecei a maltratá-la ainda mais...
"Está tudo bem, minha filha, tudo bem. A sua filha Carmem Lú-
cia é a Marcinha, filha de Márcia, um bom espírito que está em grandes
alturas. Mas ela está preocupada com o que está acontecendo aqui,
principalmente com sua filha. A intenção dela é levar a menina consigo
para os planos espirituais..."
"Basta, disse ele, você já abusou demais. Puxe pela sua individu-
alidade. Não é a primeira vez na terra que você está sendo clarividente.
Página
A Mãe Yara, a Senhora do Espaço não virá mais aqui devido ao seu des-
respeito aos espíritos. Mas eu vim para lhe ensinar, eu e a Matildes. De
hoje em diante seremos seus instrutores. Mas exijo muito respeito para
com os espíritos, sejam de luz ou sofredores."
"É para sua felicidade, disse ele, se você continuar a cair no pa-
drão dos espíritos sofredores, você poderá enlouquecer..."
Meu rosto estava pegando fogo. Senti tremenda raiva e fui di-
zendo, tenho ódio de espíritos e espiritismo, como querem me obrigar
a ser espírita?
Olhei para o Pai João e Mãe Tildes e senti todo o amor que e-
manava dessas preciosas criaturas de Deus. Sim, agora eu sabia do meu
rumo, do meu roteiro e da minha missão com o doutrinador!
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Página
“A alma se revela por teu pensamento e, também, pelos teus atos.”
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O CASTELO
Nestor, por incrível que possa parecer, eu, apesar de ser viúva e
bonita eu era respeitada e acatada mais pela minha capacidade profis-
sional e camaradagem de colega do que como mulher. Realmente, Nes-
tor, desde aquele tempo, o Pai já cuidava de mim e eu sentia intuitiva-
mente o meu destino de missionária. Meus amores eram meus filhos e
minha vida o lar mais ou menos móvel que mantínhamos. Assim, eu
morei em Anápolis, São Paulo, Londrina e alguns outros lugares. Meu
último pouso antes da Cidade Livre e da abertura da minha clarividên-
cia foi Goiânia. Gilberto já estava com 11 anos e Carmem Lúcia com 10
e eu tinha que pensar na escola deles. Aluguei uma casa nessa cidade
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jeito foi trabalhar na única empresa de ônibus que havia. Ela fazia uma
linha de micro-ônibus entre Goiânia e Campinas e eu trabalhava um
bocado. O sistema envolvia salário e comissão e tudo dependia do mo-
torista em parar e ter paciência com os passageiros. Gilberto apesar dos
seus 11 anos já me ajudava como cobrador.
trar nele e na sua intimidade. Porém eu tinha a impressão que com isso
estaria penetrando na vida de meus filhos, o que sentia ser um desres-
peito e não entendia bem o meu procedimento.
"Neiva, viva a sua vida interior com mais intensidade, Deus está
sempre dentro de você. Comece a trabalhar com amor em benefício
dos outros".
E, sorrindo, se foi...
Página
Eu quis ficar frustrada, mas pensei: meus filhos estão comigo e
eu sempre os protegi e continuarei a protegê-los. Sempre foi assim e
não serei eu quem vai mudar o curso das coisas...
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O INCÊNDIO
nho; ele era um esmoler habitual e dizia que pedia esmola como mis-
são. Ouvi então quando disse que eu devia trabalhar muito e eu sorri
pensando... Ele está caduco, mais do que eu trabalho? Logo em seguida
porém me lembrei que ele já tinha morrido, e que por ocasião de sua
morte se descobriu que tinha até casas de aluguel.
ção vi logo que eu não sustentaria aquela vida dupla; teria que optar
entre a vida espiritual e a vida material.
Página
Pensava, tenho que descobrir um jeito... Estava assim, nesse de-
sânimo, quando ouvi a voz de Mãe Yara:
Rodei, não sei por quanto tempo. Subitamente, como por en-
canto, me vi diante de uma grande luz opaca e que não iluminava as
imediações; dentro dela estava tudo claro mas em sua volta só havia
escuridão. Ouvi alguém dizendo: "Faculdade mediúnica de transporte
em desdobramento".
Transporte em desdobramento...
Dei o meu carro ao Delei e fiquei em casa. Mais tarde Pai João
me disse para comer pouco no almoço e nada a tarde, dizendo: "Você
terá um lindo trabalho a fazer".
Pensava: como será? Darão falta do porteiro? Para onde irão le-
vá-lo? Para algum outro planeta?
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“Quando estamos em paz com a gente mesmo, nada nos atinge!”
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Página
COLEGAS
mos Juntando tudo e fazendo a nossa cultura. Eu sou a mãe que vem
buscar os seus filhos. Só Deus sabe o preço que pagamos por isso. Sim,
porque nada é de graça, tudo tem o seu preço.
Fiquei muito satisfeita com aquela visita. Nelson falou muito, sem pa-
rar, e seu tema principal era me tirar de Brasília. Dizia que me daria um
caminhão novo e que onde eu estava não servia para mim etc. Enquan-
to ele falava um espírito se colocou atrás dele e começou a fazer gestos
mímicos e eu disparei a rir...
Gilberto, meu filho, dizia: "Não, mamãe não deve ir, ela aqui
trabalha perto de nós".
-Sim, eu sei, disse Nelson, é melhor você ficar Neiva, você já está
se acostumando aqui".
Tive um susto muito grande e contei a ele tudo que tinha acon-
tecido, inclusive o vidro quebrado. Fui então avisar o seu Jaime que
precisava ir a Goiânia comprar outro vidro, antes que acabasse de esfa-
relar. Ele foi olhar o carro e voltou dizendo que não viu vidro quebrado.
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prejuízo a você..."
Salve Deus!
Muitos dias sem novidades, até que... Chegou uma menina com
uma linda rosa vermelha. Estávamos em meados de 1959. A menina
entregou-me a rosa dizendo:
ainda: "A sua dor foi tanta que refletiu pelo fenômeno. Deus se compa-
deceu de você. Aquela tinta vermelha, da cor da rosa, cor de sangue ou
outra cor, não importa, se chama "Charme Cósmico". A partir daquele
instante você ficou preparada, iniciada, para efeitos de objetos".
Eu, sem saber na ocasião, o que elas haviam dito, fui trabalhar
nos tronos. Depois me senti doente e fui para casa, pedindo ao meu
bendito "fenômeno" que me dissesse algo...
"Na consulta anterior eu vira que elas seriam mortas pelo noi-
vo".
Puxei com todo amor as forças dos mundos encantados dos Hi-
malaias a pedi à minha flor, a minha rosa; o noivo assaltante iria espe-
rá-las no apartamento para fazer melhor saque, mas... ele teve pressa e
levou tudo que podia, logo...
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“A vida não perdoa filho! Morreremos pelo caminho se não nos consci-
entizarmos, de não soubermos exatamente aquilo que nos pertence.” 666
Página
O BISPO
Meados de 1984.
to que tenho, vou apartar essa briga... Quando alguém disse no meu
ouvido:
Página
"Não se meta Neiva, a briga não é sua. E continuou: A mulher
está com ciúmes de você... Não conte comigo, eu vou embora".
"Saí daqui sua intrometida, não vê que a briga é por sua causa,
infeliz! Vá cuidar da sua vida".
Padre, fui dizendo. Seus pais são dois velhinhos que são dois
santinhos. Deus lhes deu a graça de terem um filho como o senhor, mas
porque eles têm também um outro filho que é epilético e vive pelas
ruas embriagado?
Tudo foi muito desagradável. Falei com Mãe Yara e ela me disse
que não ficaria só nisso, outros e outros me abordariam. Foi uma dura
Página
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Página
“Ver e viver, antes que os sinais da angústia te obriguem,
te oferecendo novos olhos, novas perspectivas,
te complicando para entender em novas ciências o que há
de mais simples: Amor e Deus, esta eterna verdade.”
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OS EXUS
Meus Filhos,
Porém, a minha dor agora era tão grande que eu mal ouvia a-
quelas palavras. Resolvi então continuar a minha farsa de companheira
de Getúlio. Assim pude manter um pouco o respeito, sem causar tanto
ciúme. Sim meu filho, no campo da vida cada inteligência se caracteriza
pelas atribuições que lhes são próprias. Senti pois que a estrada é longa
e que se processa, a cada passo, lentamente pelo chão... "Sede pois,
vós outros perfeitos, como perfeito é o vosso Pai Celestial". (Mateus
5:48)
Entrei num suntuoso castelo. Tudo era riqueza e não me foi difí-
cil saber que estava diante do trono do poderoso Exu Sete Flechas.
"Já sei muito bem, disse ele, das suas intenções. Eu me com-
prometo de não penetrar em sua área, antes porém vou fazer um teste
com você para lhe fazer sentir a minha força".
nhã às três horas da tarde, vou arrancar todo o telhado de sua casa.
Quero ver sua força!"
Página
Voltei para o corpo sentindo o sabor desagradável daquela via-
gem". Tornei a voltar onde ele estava, porém em outro local, em outro
salão e desta vez tudo foi pior. Ele jurou na verdade que não tocaria nos
meus filhos Doutrinadores, porém só se realizaria quando medisse sua
força comigo. Sustentei sua ameaça três anos, até que um dia, eu já
estava em Taguatinga, senti que as coisas estavam ficando perigosas.
Fui pela terceira vez falar com ele e qual não foi o meu sofrimento: sua
ameaça estava de pé!
Qual não foi a minha surpresa: uma velha, dessas que vivem pa-
ra melhor fazer suas cobrançazinhas, mais ou menos as 2 horas da tar-
de, começou uma das suas.
"Ô, irmã Neiva, como vai? Eu precisava tanto falar com você,
mas dizem que você não fala com os pobres..."
Voltamos três anos atrás. Isto foi uma experiência; veja, meu fi-
lho, até que ponto o espírito espera para fazer a sua vingança.
1961
"Ajudar sem participar. Cuidado, você não devia dizer que o tal
seu Aprígio estava reencarnado em Manoel seu neto, porque não po-
demos causar ansiedade nos outros pelas ações do nosso corpo, pelos
pensamentos de nossa mente ou por palavras".
Nesse mesmo dia, uma coisa que eu não gostaria que me acon-
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choque e voltei à estaca zero, não podia admitir o que ouvira. Porém
aquentei, quase tonta e sem rumo. Voltei para Umahã para que ele me
dissesse o que teria que fazer.
E mãe Neném?
Página
"O que realmente não queremos é que sejas frustrada. Neném
te reprova porque sua vida conjugal a traumatizou, a ponto de perder o
equilíbrio. Mas esse é um detalhe corriqueiro. Se tu não fosses uma
criatura perfeita não conhecerias com tanto amor os teus irmãos. Não
passes por religiosa simplesmente, pela forma ou pelo nome, não sejas
como um falso profeta".
Disse isso como se não me visse ali perto. Dei um gemido como
se quisesse arrebentar o peito.
Joguei o pau fora e gritei, porém desta vez sem tomar partido,
685
Oh, meu Deus! Gritei. Agora me sinto doente, como vou viver? –
Meus filhos sem estudar, sem eu para criá-los, como será?
"Sou Amanto"
687
E eu sou Neiva!
Página
Não, não estou com medo! Ele sorriu, porque eu estava com as
pernas tremendo de medo e não percebia. Ele ria...
Lucidez?
Página
meu Deus!
“Sempre que envergarem seus uniformes, suas indumentárias,
devem deixar que a individualidade passe a conduzi-los.”
690
Página
O CHEGANTE
Como era triste viver longe da vida dos meus, daqueles que re-
almente acreditavam em mim como profissional e como mulher. Oh,
meu Deus! Como me sentia insegura
Todos os homens?
Certo dia Mãe Neném disse: "Neiva, Umahã já sabe que este
homem está se apaixonando por você? Cruz credo, ele não quer nada
comigo".
"Neiva, me disse ele, porque você não foi mais franca comigo?
"Dizem que você está sem medicamentos porque não pode comprar e
que o Seta Branca está preparando você para um intelectual que irá
descrever com certo critério esta doutrina. Sabe Neiva? O Pai Seta
Branca é sábio, porém você não quer sair daqui? Eu terei todo respeito
as coisas do nosso Pai".
"Não Neiva, o que eu estou lhe dizendo, antes talvez nada signi-
ficasse, porém hoje lhe toca porque você está sofrida e sente solidão.
Fui desprezado por minha mulher. Ela queria um filho, porém eu tive
uma doença que me impede de ter filhos. Minha mulher já está casada
com outro e, inclusive, tem dois filhos e eu ainda não me equilibrei".
Foi muito brusca a atitude dela. Não esperava e caí, sem saber
696
quando me levantarei".
Você cai facilmente. Pelo que vejo essa saída com Mãe Neném
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"Vou, Getúlio, tão logo Pai Seta Branca me libere. Vim para ser
útil, mas nada sei fazer. Só sei ficar ao lado de Neiva recebendo seus
ensinamentos que são pérolas."
"É verdade, disse Getúlio, magoado com Mãe Neném, fique co-
nosco precisamos de uma pessoa como você. Não o aborrece ficar ao
lado de Neiva?"
Não quis ouvir mais, fui para o corpo, meu coração batia des-
compassadamente, olhei o relógio, eram 3 horas da madrugada, basta-
va apenas que eu desse vinte passos e estaria com ele e tudo estaria
certo. A certeza de voltar a ficar sozinha era terrível. Pensei: mais um
que eu irei sacrificar. Queria apenas alguém que me ajudasse. Seriam
reais meus pensamentos?
Fiquei ali petrificada. Oh, meu Deus! As coisas que eram tão
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Não, respondi.
"Não filha, foi a maneira brutal dos que te cercam, de sua má in-
terpretação."
"Não filha, não será ele. Já te disse: vinte anos sem irmã ou ir-
mão"
Getúlio Volnei cada vez mais queria se libertar de mim. Até que
um dia chegou a minha porta um viajante com sua bagagem missioná-
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“Os fenômenos somente não nos esclarecem.
Pelo contrário, nos trazem conflitos!”
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UMAHÃ
dos seus habitantes. Há outra vida, como eu já disse, em cima das nos-
sas cabeças."
Página
Eu perguntei espantada: então os aviões arrebentam tudo
quando passam?
Ó Meu Deus!, não foi isto que eu vim buscar, meu Mestre!
das e conflitos.
Página
Quando voltei ao corpo estava melhor. Realmente a menina não
havia perdido nenhum dedo, ou melhor, somente um dedo, exatamen-
te o do anel, que ela, como Isadora, usava para carregar o veneno, um
processo que era usado pelos Borjias. Foi triste, porém tudo passou.
Oh filha, disse ele, não existe horário para nós, somente hoje me
pegaste desprevenido. Porém, muitas vezes, eu não estava sentado
naquele tapete como tu me vias, tu me vias sentado, em corpo fluídico.
No entanto, o meu corpo físico, o meu pobre corpo, estava dormindo
em cima, no dormitório, onde dormem também, mais dois outros ra-
mas.
que atravessam uma região que antes nunca foi percorrida por alguém.
Tem que caminhar sem um guia, tendo como guia sua própria mente,
confiando apenas na sua orientação e suas defesas. Neiva, minha Nei-
va, te encontras ante uma floresta virgem, cujas árvores são muitas, e o
campo da tua visão é a tua consciência diante dos problemas que se
apresentam. Faça Neiva, a maior concentração de tua alma. Demonstre
rigorosamente a tua alma. Demonstre vigorosamente a tua força e faça
as coisas chagarem onde Seta Branca deseja que cheguem. Filha, a for-
ça vital é produzida pela energia bioquímica, quando a motricidade do
sistema nervoso desagrega e inflama o teu plexo, e ele, instintivamen-
te, emite sua força vital. Vai, filha, eles na UESB já estão preocupados
contigo".
Não, não vi nada! Estou ficando louca, qualquer hora dessas vo-
cê vai me levar para um manicômio.
Meus filhos cresciam e eu não via uma maneira de sair dali. Le-
vantei-me cedinho e fui me sentar no pé de pequi, quando chegou um
carro cheio de gente, cujo aspecto era o pior possível. Pensei: eles es-
tão com fome, me parece que estão vindo de longe. Vamos fazer algu-
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ma coisa para que eles possam comer. Mãe Neném adivinhou o meu
pensamento.
Página
"Não Neiva, lembre-se do que diz Umahã... Devemos alimentar
somente a alma, temos tão pouco para repartir..."
Depois desse dia senti que Mãe Neném também estava melhor,
compreensiva e mais razoável, tornando as nossas dores mais amenas,
nos unindo mais. Apesar do acidente continuamos a fabricar farinha.
Comprei um caminhão de mandioca e com a maior dificuldade mandei
Gilberto meu filho buscar. Gilberto tinha apenas 16 anos e o caminhão
era dele. Ele havia saído às 10 horas da manhã, e até aquela hora não
aparecera. Fiquei um pouco aflita e fui até a estrada para me distrair. Ô
meu Deus! Parece que tudo estava marcado para me testar melhor: em
vez de Gilberto eis que chega o Samuel, um velho colega de estrada
com o qual tinha muita afinidade.
Meu Deus! Pensei, qual será a reação dele diante da minha nova
vida? Pensei em correr, me esconder... Porém, para onde?
"Neiva, disse ele, você escolheu... está realizada? Está tudo cer-
to? Só nós não entendemos_ Somos, realmente, teus amigos, e mais
que amigos, irmãos. Mas o Alcides não se conforma... Você sempre nos
ajudou, e me abraçando com carinho continuou - estou feliz em encon-
trá-la assim, tão segura. Você sempre foi você mesma, eu a entendo...
Eu e Lourdes, minha mulher, já freqüentamos alguns terreiros e gosta-
mos muito..."
Samuel disse ainda: "Graças a Deus eu vivo pelo mundo para dar
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conforto à minha família. Neiva sabe como somos felizes". E assim Sa-
muel desmanchava toda má impressão que meu povo tivera.
Página
Vamos até Alexânia? Vamos também Mãe Neném? Ela aceitou o
convite.
Quem? – Não gostei e ele notou que eu não tinha gostado... Ca-
lou-se com ar desdenhoso.
via há dois anos. Ele tinha certeza que eu não sabia e nem tampouco
cobraria a dívida, se não tivesse visto o dinheiro no seu bolso. Samuel
Página
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ISADORA
"Neiva, me disse, Salve Deus! Venha filha, sei o quanto está so-
frendo! Porém serás em Deus muito feliz."
zendo: "Neiva!
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Gostas de pensar em ti Mesma. Seta Branca está Incessante-
mente vigilante, sob pena de vires a falir. Mesmo quando houveres te
desviado das coisas mundanas, ainda precisas meditar, fazendo conjec-
turas. Jesus nos adverte: "Antes de culpar o teu vizinho, porque não ser
mais sincera contigo mesma?"
A tua vidência é algo sem limite, tens tudo para fazer o bem e o
mal. Se fizeres o mal te destruirás e se fizeres o bem crescerás como a
rama selvagem. Não te esqueças também, que acima de tudo, estás
aqui para aprender e para guardar segredo, mesmo fazendo mistério
das tuas revelações.
O fidalgo saiu dali em desespero; o seu filho que até então era a
sua alegria, passou a ser a própria sentença. Daí por diante não fez ou-
tra coisa senão sofrer, a espera dos acontecimentos, por toda a sua
vida.
po filha, e vá enfrentar as feras, como dizes. Porém saiba que todos são
melhores que tu, elas não tem um ideal como tu, elas sofrem pelo teu
Página
incontrolável temperamento".
Me julgam como se eu fosse uma... Porque sou motorista.
Sim ela tinha razão, porém, quem nos entregara aquelas crian-
ças?
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Página
“A nossa pista é longa e, por cima dela,
estamos a apagar os nossos rastros.”
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PARTO DIFÍCIL
Eu?!
"Não mamãe, não podemos sair daqui. Pai Seta Branca poderá
perder a aposta com Yemanjá"
Sim, Pai Seta Branca nos disse que havia uma aposta com Ye-
manjá, que lhe daria um anel se eu não levasse esta obra até o fim. E
nosso amor por Pai Seta Branca sempre foi muito grande. Num gemido
fiz esta prece, talhando na velha estrada:
De hoje e sempre,
Salve Deus!
Página
"Neiva! "Ouvi Umahã".
"Isto é o que você pensa! Zele pela tua lâmpada para que as per-
turbações do caminho não te façam mergulhar nas trevas. O trabalho é
a chama que define a vida. A fé é o óleo que sustenta e clareia a estra-
da, para que se acolham na luz que te cerca".
Eu era toda esta filosofia! Para que ver tantas coisas? Quem me
acreditaria?
do que puderes, sem te preocupares, com o futuro dos outros. Nós não
temos um futuro definido, porque tudo depende nós mesmos".
Página
Vamos filha, ânimo! O dia de hoje já nos trouxe muitas preocu-
pações, por que nos preocupar com o dia de amanhã?
Jesus! Sim, realmente, no outro dia tudo foi diferente. Fui leva-
da a diversas provas, porém já conscientizada pelo meu consolador.
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“Só devemos falar quando há alguém que nos ouça,
e entenda: Eu sou aquele que fala e cala quando deve!” 726
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CASCAVEL
"Quero só ver!..."
Não Mãe Neném, não fale assim pelo amor de Deus! Ela ficará
boa.
"Não tive tempo de lhe contar direito o meu encontro com Chi-
co Xavier. Ele me disse que sua clarividência é algo magnífico. Porém
você deveria estudar um pouco, procurar a Federação... Assim como
estamos é um pouco perigoso... Você não acha que está certo?"
Não tenho dúvidas da sua santidade, porém vá... Não quero na-
da do mundo que anule a minha personalidade, vá a senhora... E vou
lhe dizer mais ou a senhora fica aqui ou lá...
Ó, meu Deus!, por que tudo isso? De que servirão essas humi-
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lhações? Olhei para Mãe Neném e me pus no lugar dela. Talvez fizesse
o mesmo...
Em meio do calor do conflito, me chamaram do pequeno ambu-
latório onde estava a doente. Dado o tom de urgência de quem chamou
fiz menção de correr junto com os outros. Em vez disso corri para "o
que era meu". Como contei antes, "o que era meu" era na verdade o
lugar embaixo do pequizeiro onde eu ficava a meditar e a fazer meus
transportes, com as pernas penduradas no quase abismo, encostada na
árvore como se fosse numa poltrona. Foi para lá que eu me dirigi. Fui
para lá como de costume, porém uma força grande me impediu e uma
voz imperativa me disse: "Volte! Volte já!"
Mãe Neném lhe trouxe o recado de Chico Xavier? Ele faz críticas
a seu respeito".
que nunca seja por amor a ti mesma e sim para que possas ser um ca-
nal, através do qual o teu amor chegue aos teus semelhantes. Só temos
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“Assim como existe um único Deus, existe uma só Verdade. Como pode-
rás conhecer a Verdade senão na fonte original de vida? A Verdade só
se manifesta nos princípios espontâneos e aperfeiçoados.” 734
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JUDAS ISCARIOTES
unidade e a loucura.
“Coma amanhã – continuou Mãe Yara... Não irás festejar as in-
compreensões, as fraquezas daquele pobre instrumento que foi Judas!”
Fenômenos testemunhados...
O que viu foi Jesus ser amarrado e a ponta pés ser levado à pre-
sença de Pôncio Pilatos... Não foi remorso, foi um grande arrependi-
mento, uma grande dor, de não haver compreendido a grande missão
de Jesus que o levou, chorando, pensando, a enforcar-se na figueira.
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“Não te esqueças da multiplicação do teu coração. Não cresças em ti
mesmo. Procura ser pequeno para caber no coração dos demais.”
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A MOÇA X
graçou da última. Então, tudo deu errado, e eu passei a não ter mais
aquela feliz ajuda. Depois, tudo voltou ao normal. Elas ficaram amigas,
e nós decepcionados. Elas se casaram e foram felizes.
Sim, não existe nada que impeça. Pai Seta Branca só nos dá feli-
cidade!
Será que alguém decepcionou estas jovens como elas nos de-
cepcionaram?
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“Nossa alma está cheia de amor. Só falta saber empregá-lo. E pensar
que o mal progride pela falta do emprego do amor!”
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TROCA DE ROSAS
Tia Neiva em seu aniversário. Era uma peça de uns 10 centímetros mais
ou menos que seria rateado o seu custo por vários médiuns inclusive
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eu.
Fiz a encomenda com muito carinho e dedicação...
Aquilo foi uma surpresa para todos nós, mas Tia Neiva, continu-
ou em tom agradável dizendo que era missionária e que estava aqui
para servir a todos, ensinando-os. Que tinha um verdadeiro amor de
mãe por todos nós e concluindo disse:
Filhos!
Filhos!
por nós, embora conheça o nosso livre arbítrio. Vejamos filho, a rica
oportunidade daqueles que viveram na mesma época de Jesus de Naza-
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- Vou chamá-lo. Vou pedir para que Jesus venha até aqui. Dizem
que Ele gosta dos humildes. Vou falar com Ele e trazê-lo. Ele irá curar a
minha mãezinha e, jogando um manto sobre os seus ombros, foi até o
profeta. Chegando ao local, a multidão não a deixou se aproximar. Mar-
ta pedia a Deus para que Jesus pelo menos olhasse para ela, porém, Ele
estava atendendo milhares de pessoas e não a notava.
Marta não sabia dizer por quanto tempo ficou ali parada. Já es-
tava escurecendo e, sem esperanças ela estava voltando para casa,
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quando de longe viu pessoas em volta de sua casa. Era quase uma mul-
tidão. E a sua mãe que a deixara sobre o leito em estado grave, estava
de pé com os braços abertos, rindo e chorando ao mesmo tempo, en-
quanto dizia:
- Sim, eu o chamei.
preciso ir até a Jesus; o importante era estar em paz com ela mesma, ao
lado dos seus irmãos. Foi um paraíso para elas. Marta e sua mãe auxili-
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Sim filho!
Jesus ama aos que precisam D’Ele, aos fracos e a todos que con-
fiam nele...
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“Não dê ouvidos a intrigas nem a calúnias. Só a árvore que dá bons fru-
tos é apedrejada por aqueles que não alcançam seus frutos. A árvore
que não dá bons frutos, ninguém dá importância a ela.”
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O QUINTO CICLO DA TERRA
Sim, vivendo o quinto período, o que quer dizer que a nossa Ter-
ra já passou à era madura. Há algum tempo atrás, ela atingira a sua
expressão de matéria física, mais baixa e mais densa.
A Terra é uma obra de Deus, é uma obra divina, com os seus sá-
bios, nesta evolução física atual. Mas o que seria dos físicos? Enfim, o
que seria desta obra perfeita com a atuação de mil planos em involu-
ção? Se os espíritos já atuam pela mente, pelos compromissos, repro-
vações dos que já estão em outros planos?
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“A vida iniciática evangélica é força, razão e consciência. Religião é
conduta doutrinária na família e em Deus.”
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O LIVRO KOATAY 108
estar fora à serviço dos nossos irmãos. Um dos acervos que sempre
esteve à mão em nossa jornada como aprendiz e instrutor foram as
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sentadas a minha ninfa, não agradavam, dizendo ela que faltava alguma
coisa para ser ajustada...
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Durante aquele dia todo, permaneci envolto naquela energia
criativa até que cheguei ao rascunho do que hoje é a atual capa desta
obra, que tem a arte final assinada pelo meu irmão querido, Adjunto
Anarã koatay 108, mestre Elzo Amorim.
dentro do livro.
Foi-nos dito que esta obra já se encontra plasmada e disponível
nas bibliotecas espirituais de nossa corrente e face nossa condição fi-
nanceira limitada, houveram incontáveis sacrifícios feitos por nós e co-
laboradores para que este livro fosse produzido na melhor qualidade e
maior quantidade possível, e entregue aleatória e gratuitamente aos
Templos do Amanhecer, de forma abnegada e serviu.
(*) – Em memória
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BIBLIOTECA DO AMANHECER