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Samuel Alfredo Samuel

O COMERCIO INFORMAL: Dimensão Sociológica em Torno dos Vendedores


Informais e a Policia Municipal do Mercado Grossista do Zimpeto (2017-2018).

Licenciatura em sociologia

4ᵒ Ano, Laboral

Universidade Pedagógica

Maputo

2020
Samuel Alfredo Samuel

O COMERCIO INFORMAL: Dimensão Sociológica em Torno dos Vendedores


Informais e a Policia Municipal do Mercado Grossista do Zimpeto (2017-2018).

Licenciatura em sociologia

4ᵒ Ano, Laboral

Trabalho de pesquisa da cadeira de Estagio


Técnico Profissional em Sociologia a ser
apresentado na FCSF para fins avaliativos
sob orientação do Prof. Doutor José Alberto
Raimundo e Mestre Alípio Siquice

Universidade Pedagógica

Maputo

2020
ÍNDICE

1. Tema e sua Delimitação.............................................................................................3

2. Motivação...................................................................................................................4

3. Justificativa................................................................................................................4

4. Problema....................................................................................................................5

5. Hipótese......................................................................................................................7

6. Objectivo geral...........................................................................................................7

7. Objectivos específicos................................................................................................7

8. Revisão Bibliográfica.................................................................................................8

9. Referencial Teórico....................................................................................................9

10. Metodologia..........................................................................................................10

Cronograma.....................................................................................................................12

Orçamento.......................................................................................................................13

Referencias Bibliograficas...............................................................................................14

ANEXOS.........................................................................................................................15

APÊNDICE.....................................................................................................................21
1. TEMA E SUA DELIMITAÇÃO

O presente trabalho de pesquisa, tem como tema: “o comercio informal”, e para a sua
efectivação, será realizado na cidade de Maputo, concretamente no Mercado grossista
do Zimpeto entre os anos 2017-2018.

Entendendo que o mercado informal tem muito a contribuir na economia do nosso país,
escolheu-se a cidade de Maputo como local de investigação por oferecer condições para
tal, mas especialmente o Mercado do Zimpeto onde possui facilidades de apanhar
transporte e maior número de vendedores informais. A escolha do período 2017 à 2018
deveu-se ao facto de neste período, a cidade de Maputo ter vivido uma explosão
económica, devido aos megaprojectos, querendo deste modo observar as mudanças
havidas neste período pela contribuição do sector informal.

Titulo

O Comercio Informal: Dimensão Sociológica em torno dos Vendedores Informais do


Mercado Grossista do Zimpeto e a Polícia Municipal.

2. MOTIVAÇÃO

O presente estudo, foi motivado primeiramente pelo facto de estar a frequentar um curso
que esta relacionada em compreender, interpretar e explicar os problemas sociais. A
Sociologia procura desvendar aspectos sociais que não são possíveis observar com os
nossos olhos.

Para além disso, a segunda motivação foi a quando as visitas feitas ao mercado do
zimpeto, no acto de compra de alimentos para o consumo familiar. Nestas visitas
constatamos um aglomerado populacional que, para além de estarem interessado em
desenvolver o comércio de diferenciados produtos, com objectivo de suprir suas
necessidades, encontravam-se também a se deslocarem de um lugar para outro com os
seus produtos como se estivessem a fugir de alguma coisa.

E a terceira motivação foi pelo facto de ter constatado frequentes reportagens nos
órgãos de comunicação com assuntos relacionados com comércio informal, como por
exemplo, demolições de barracas, retiradas de vendedores nos passeios e em alguns
pontos da cidade de Maputo e no país em geral, estas acções são desencadeadas pelas
Autoridades Municipais. E me parece que é um assunto que vem sendo repetido a
bastante tempo.

A cidade de Maputo, grande parte dela tornou se corredor dos ambulantes que dia pós
dia se apoquentam com a polícia camarária, na fuga de prestarem contas fiscais ou taxas
diárias. Apesar dos megaprojectos, relaciona se com o aumento de índice de
desemprego. As autoridades municipais defendem a ideia de que tal se deve ao fluxo de
pessoas na cidade a procura de uma oportunidade para trabalhar.

3. JUSTIFICATIVA

O presente tema, será desenvolvido pelo facto de haver escassez nos estudos
sociológicos cujos temas abordam o aspecto actual do sector informal ligado às
diferentes possibilidades de incidência das relações sociais que, podem ser explicadas
pelas pessoas que vivem graças a renda advinda deste sector.

Deste modo, este contributo demonstra a vontade de enriquecer os estudos já realizados


sobre a temática em causa mas, desta vez virando o foco para a abordagem sociológica.

Pertinência pessoal

No que concerne a pertinência pessoal, o estudo é válido porque procura uma imagem
geral sobre a forma como se estrutura o quotidiano dos vendedores informais não só do
parque do mercado grossista do Zimpeto, como também o quotidiano de vendedores
informais localizados em outros lugares cuja mobilidade tanto dos vendedores e polícias
municipais é mais visível.

Pertinência académica

O estudo tem também pertinência teórica na medida em que ele procura trazer a
compreensão e o surgimento do processo de socialização de um grupo social, por meio
de comportamentos e acções face a realidade que os cerca perante o exercicio das suas
actividades quotidianas.

Para além disso, traz um desafio para a abertura de novos debates sociólogicos sobre
como o indivíduo em colectivo, estrutura, organiza e exterioriza suas acções e atitudes,
tendo em conta as especificidades contextuais, as relações que este estabelece com o
colectivo e os seus valores culturais.

Pertinência social

Como validade social, o estudo tem relevância na medida em que pode ser usado como
modelo nos vendedores informais, facilitando na compreensão da ideia de que ao optar
em integrar no sector informal para além dos conflitos que se correm, observa-se a
reorganização dos aspectos culturais e as pré-noções que se trazem no contexto social
anterior. Em outros termos, pode se referir que, as novas circunstâncias obrigam a
tomada de novas posições sociais a fim de garantir a estabilidade social.

4. PROBLEMA

A reflexão do problema deste estudo partiu das constatações frequentes das reportagens
em diferentes órgãos de comunicação com assuntos relacionados com comércio
informal, como por exemplo, demolições de barracas, retiradas de vendedores nos
passeios e em alguns pontos da cidade de Maputo e no país em geral, estas acções são
desencadeadas pelas Autoridades Municipais. É um assunto que vem sendo repetido a
bastante tempo.

Para além disso, constatamos o mesmo cenário descrito acima no mercado Grossista do
Zimpeto, os vendedores informais durante a realização das duas actividades, implica
estarem algumas ocasiões em conflitos com as autoridades municipais, mas salientamos
que estas acções são perpetradas pelas autoridades municipais. Pois é notável observar
uma certa aglomeração dos vendedores informais de um lado, assim, como dos polícias
municipais do outro lado do mercado a se movimentarem de um lado para outro.

E constatamos que os tais movimentos efectuados pelos vendedores informais


denunciavam uma certa instabilidade dentro do Mercado, isto é, quando um polícia
municipal se aproximava de um vendedor informal, ele colocava-se a fugir levando
consigo os seus produtos, aqueles vendedores que eram surpreendidos e não tendo
formas de se escapulir da Polícia Municipal eram aprendidos os seus produtos e ate
jogados no chão.
Numa outra ocasião, constatamos um outro caso, alguns vendedores informais, ficavam
lado-á-lado com as autoridades Municipais a conversarem de uma forma harmoniosa,
como se nada de mal lhes pudesse acontecer.

Estes factos criaram-nos algumas questões preliminares: Porque é que os vendedores


informais colocam-se a fugir quando sentem a presença da Policia Municipal?

E porque razão uma parte dos vendedores informais não se sentem intimidados com a
presença das autoridades Municipais e a outra parte se sentem inseguros, uma vez que,
todos eles exercem a mesma actividade de venda?

Passados algumas semanas, constatamos uma outra situação, quase a maior parte dos
vendedores informais encontravam-se do lado de fora do parque, e alguns produtos
tinham sido jogados no chão e outros apreendidos, o parque estava totalmente quase
sem nenhum vendedor informal, o que se observava do lado de dentro eram a penas os
policias municipais, os transportadores e os respectivos passageiros.

Estas evidências acima mencionadas, fizeram reflectir e procurar aprofundar mais para
poder compreender melhor como tem sido o dia-a-dia dos vendedores informais perante
as autoridades municipais.

Sem querer subestimar outros estudos julgados pertinentes na construção do


conhecimento sobre o sector informal, julgou-se ser relevante alargar o debate em torno
do estudo das diferentes formas de actuação do sector informal, trazendo à superfície
outras reflexões teóricas, mas desta vez virando o foco para análise em torno das
relações sociais no contexto do sector informal. Desta forma, coloca-se a seguinte
questão:

Que relações sociais são estabelecidas entre a Policia Municipal e os vendedores


informais do mercado grossista do zimpeto na realização das suas actividades
quotidianas?

5. HIPÓTESE
 A relação que se estabelece entre os vendedores informais do parque do
mercado grossista do zimpeto e a polícia municipal é uma relação de
conflitualidade, mas para os vendedores informais esta relação é como algo
inevitável e está fora do seu controlo, por isso, ela não vai influenciar
negativamente na prática das suas actividades comerciais neste local.

6. OBJECTIVO GERAL
 Compreender as relações sociais estabelecidas entre os vendedores informais do
Mercado Grossista do Zimpeto e os Polícias Municipais.

7. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
 Descrever o perfil social dos vendedores informais do Mercado Grossista do
Zimpeto.
 Identificar os códigos e os símbolos usados pelos vendedores informais do
Mercado Grossista do Zimpeto na realização das suas actividades.
 Analisar a racionalidade e os comportamentos das autoridades municipais
perante aos vendedores informais do Mercado Grossista do Zimpeto.
 Relacionar a ocorrência de conflitos entre os vendedores informais e a polícia
municipal, e os mecanismos adoptados por eles para ultrapassar esta dicotomia.
 Averiguar as estratégias usadas pelos vendedores informais para suprimir as suas
dificuldades diárias no Mercado Grossista do Zimpeto.
 Identificar as motivações que levam os vendedores informais a realizar suas
actividades no Mercado Grossista do Zimpeto.

8. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

As análises e os estudos sobre o sector informal são discutidos em diversas vertentes do


saber científico nas ciências sociais, de entre as quais constam várias abordagens,
particularmente no contexto Moçambicano.

De acordo com Maposse (2011), a partir do ano de 1995, houve um aumento de


indivíduos que ingressaram nesta actividade informal em todo o país. Mas, foi no
período entre 2001-2005 que se registou um aumento acentuado tendo atingido valores
acima de 60% de novos ingressos nas três regiões de Moçambique. A maior parte destes
são jovens, o que significa que antes de 1990 eram crianças e não podiam desenvolver
este tipo de actividades. O segundo factor que parece estar associado ao aumento de
indivíduos no comércio informal, a partir de 1995, tem a ver com o PRE que permitiu
que a economia informal fosse consentida e liberalizada pelo governo.
Existem dois grupos de comerciantes informais: um grupo mais representativo (82,2%),
constituído por indivíduos que possuem uma actividade alternativa (principal) que serve
de única fonte da sua sobrevivência e da do seu agregado familiar, e um segundo grupo
que desenvolve o comércio informal como actividade complementar (secundária) para
fazer face aos baixos rendimentos obtidos no mercado formal. No comércio informal, a
faixa etária mais predominante em todo o país é dos 25-34 anos (jovens), sendo a mais
representativa nos que praticam o comércio informal como actividade alternativa.
Porém, para o comércio informal como actividade complementar a concentração em
termos de idade verifica-se na faixa etária de 35-44 anos. Este resultado leva a
afirmação de que os jovens desenvolvem o comércio informal como meio alternativo
para a sua ocupação criando o auto-emprego (idem).

Maposse (2011), refere que, é notório a maior presença de indivíduos com nível de
educação reduzido com experiência de trabalho adquirida na própria aprendizagem do
trabalho, o que leva a concluir que esta actividade é praticada maioritamente por
indivíduos com poucos anos de escolaridade que privilegiam a auto-aprendizagem no
próprio processo de trabalho.

Em geral o comércio informal é dominado por mulheres. Mas há diferença entre as três
regiões do país. Na região sul o comércio informal é dominado por mulheres, enquanto
nas regiões centro e norte é dominado por homens. Estas diferenças podem estar
relacionadas ao tipo de produtos comercializados que difere as três regiões. Por outro
lado, na região sul, a maior parte dos agregados familiares que desenvolvem actividades
no comércio informal são chefiados por mulheres, devido a migração dos homens para a
África do Sul e a Guerra civil que aumentou o número de viúvas, divorciadas e solteiras
(idem).

Para Cruz e Silva (2001) o desenvolvimento descontrolado da cidade de Maputo, com


níveis acentuados de pobreza, o crescimento das taxas de desemprego, a redução de
oportunidades e o crescimento da exclusão, deixavam à maioria dos cidadãos poucas
possibilidades de emprego no sector formal, o que foi agravado pelo próprio sistema
produtivo urbano, baseado em serviços, na indústria e num sistema de capital intensivo,
ficando como única alternativa o emprego no sector informal (Cimeira Nacional para o
Desenvolvimento Social de Copenhagen, 1995).
Ilustrando esta situação, Ardeni, citado pelo Relatório Nacional de Desenvolvimento
Humano para Moçambique, refere que “84,6% dos trabalhadores em Moçambique
aparentam estar empregues no sector informal: 92,6% dos trabalhadores rurais e 65% de
todos os trabalhadores nas zonas urbanas” (PNUD, 2001).

De acordo com Cruz e Silva (2001) o sector informal se refere particularmente ao


pequeno negócio, que envolve com frequência apenas o proprietário e um ou dois
membros da família e, nalguns casos mais raros, um ou dois empregados. Os pequenos
comerciantes operam com um capital de base limitado e as suas actividades situam-se
normalmente nas áreas de: alimentação confeccionada e bebidas, venda de bens
alimentares diversos, roupas, utensílios domésticos, ferragens, quinquilharias, entre
outros.

Refira-se, no entanto, que nos mercados informais onde realizámos o nosso estudo estão
também presentes comerciantes com vários empregados, para além de familiares, e
manuseando um volume maior de capitais, entre grossistas e retalhistas.

O sector informal enquadra os novos tipos de actores que, operando na área do


comércio, não são reconhecidos pelos regulamentos vigentes e por isso são gravemente
reprimidos pelas autoridades policiais no exercício das suas actividades.

Segundo Cruz e Silva (2001) Hoje, o sector informal representa formas novas ou
ajustadas do exercício da actividade comercial, resultantes das experiências de guerra e
pós-guerra e influenciadas pelos impactos dos processos das reformas económicas
impostas pelo neoliberalismo.

Um aspecto importante a observar no sector informal, e em que o caso de Moçambique


não constitui excepção no continente africano, é o facto de a maior parte dos agentes
informais serem mulheres. A vulnerabilidade criada pelas mudanças operadas no
mercado do trabalho incrementou a fraca capacidade de sobrevivência das famílias
urbanas. Nestas circunstâncias, o número de mulheres que se juntou ao mercado de
trabalho cresceu de forma considerável, como modo de tentar responder ao declínio do
rendimento familiar. Para além do trabalho como empregadas domésticas que soluciona
muitas vezes problemas a curto prazo, permitindo garantir a compra de alimentação
para a família e/ou o pagamento da escola para os filhos e pequenas despesas, o sector
informal, embora bastante competitivo, constitui um caminho para a geração de
rendimentos e, muitas vezes, uma das poucas alternativas reservadas à mulher, pela
iniquidade de acesso à escolarização, ao crédito e aos bancos. “À função doméstica, não
remunerada e invisível, alia-se o salário ou o dinheiro obtido prioritariamente em
actividades informais”.

Voltando a referenciar Ardeni, citado pelo Relatório Nacional de Desenvolvimento


Humano para Moçambique, constata-se que nos últimos anos cresceu a proporção de
mulheres empregadas no sector informal e, “entre as mulheres, 95,9% daquelas que
trabalham nas zonas rurais e 77,9% das que estão nas cidades trabalham no sector
informal” (PNUD, 2001).

Este aspecto acaba por assumir uma importância maior, se considerarmos que a mulher
se encontra entre o maior grupo de excluídos sociais. Refira-se, no entanto, que se trata
de uma actividade que até muito recentemente era considerada pouco convencional para
indivíduos do sexo feminino.

Para Cruz e Silva (2001) se quisermos situar o surgimento dos mercados informais, em
termos de espaço e tempo histórico, poderemos colocar o ano de 1987 como um marco,
já que não podemos dissociar este processo do sistema de liberalização do mercado. O
pequeno negócio de esquina, feito nos passeios das estradas, dominado por mulheres e
associado inicialmente à venda de bens alimentares (que sofreram o primeiro impacto
da liberalização de preços), constitui assim a fase emergente do que são presentemente
estes mercados.

Hoje mantêm-se as formas de pequeno comércio de esquina, ou ambulante, mas a


evolução deste sector assumiu características diferentes. Entre grossistas e retalhistas, o
sector informal oferece-nos uma variedade de produtos em termos de qualidade e
quantidade, que são o reflexo do seu crescimento.

Uma vez que a maior parte dos regulamentos vigentes não contempla o tipo de
actividade comercial praticada pelo sector informal, os seus agentes são considerados
pelas autoridades municipais como exercendo actividades ilegais, porque não
licenciadas e porque instaladas em locais considerados impróprios para o seu exercício.
Ao mesmo tempo, e contraditoriamente, ao pagarem taxas municipais para o seu
funcionamento, os operadores e trabalhadores do sector informal acabam por funcionar
dentro de um quadro relativamente legal. Uma tal ambiguidade, se por um lado lhes
permite lutar por algumas regalias, por outro lado cria algumas dificuldades ao
município para definir políticas ligadas ao sector. A situação assume características
mais difíceis quando se analisa o sector informal no âmbito da crise económica e social
que atinge o país, onde as medidas administrativas não podem ser a alternativa para uma
situação conjuntural.

Não podemos perder de vista que a pobreza e as taxas de desemprego atingem uma
parte significativa da população que habita Maputo, que sobrevive do comércio
informal, e que Moçambique continua ainda situado no ranking internacional dos países
mais pobres do mundo. Com uma variada gama de intervenientes, é comum nos
mercados informais a existência de uma diversidade de sistemas informais de poupança
e crédito e de mecanismos de entreajuda.

As redes de solidariedade, acciona das em momentos de crise ou para manter a


estabilização da sociedade, os grupos de poupança e crédito, alguns de tradições
centenárias, que foram ajustados e recuperados para se adaptarem a um contexto
diferente e a um meio ambiente urbano, podem caracterizar mecanismos que,
ultrapassando universos mais limitados, desenvolvem formas mais amplas de
organização que poderão ser eventualmente utilizadas para uma gestão alternativa de
serviços sociais, desde que estimuladas e enquadradas.

Uma ilustração típica desta situação pode ser dada pela Associação dos Operadores e
Trabalhadores do Sector Informal (ASSOTSI), que nasceu da experiência das
Comissões e Núcleos de Trabalho gerados nos mercados informais, num sistema de
auto-organização, para defender as posições e interesses dos operadores e trabalhadores
deste sector. Tirando partido da situação ambígua em que se encontram os mercados
informais da cidade de Maputo, entre o não reconhecimento pelas autoridades
municipais e o facto de pagarem taxas municipais para poderem funcionar, a ASSOTSI
tenta fazer uma gestão social alternativa dos mercados informais, visando ocupar o
vazio deixado pela ausência do Estado.

A fraqueza do Estado na produção do bem-estar social, ao inibir o funcionamento e


extensão de serviços sociais básicos (saneamento, água, electricidade, educação, saúde,
etc.) à maioria da população, não pode priorizar a extensão destes benefícios (mesmo
mínimos) aos mercados informais, não só pela sua incapacidade, mas também pelo
estatuto que estes mercados ocupam no quadro legal existente, como foi acima referido.
A acção do Estado acaba, assim, por se resumir a medidas administrativas, onde o
estatuto de “provisório” que rotula os mercados informais acaba por criar uma relação
de permanente tensão entre este sector e a administração da cidade. Assim, no processo
de negociações com o Estado e outras entidades públicas e privadas, a ASSOTSI
assume o papel de defesa dos interesses dos operadores e trabalhadores do sector
informal, nos mercados onde está inserida, ao mesmo tempo que procura preencher o
vazio criado pela ausência do Estado, na produção de condições básicas mínimas para
o funcionamento dos mercados informais (água canalizada, higiene e limpeza, lavabos,
criação de uma força de segurança para a protecção física dos vendedores e utentes dos
mercados onde estão inseridos, bem como para a protecção das mercadorias). No
exercício das suas funções, esta associação também se destaca no processo informal de
resolução de litígios na área laboral, quando assume a função de mediadora nos
conflitos entre empregador e empregado ou entre operadores/trabalhadores do sector.

Não podemos, no entanto, deixar de referir que a ASSOTSI enferma ainda de vários
constrangimentos, que são um obstáculo para que, a curto e médio prazo, ela possa
eventualmente fazer a gestão social alternativa no sector informal: i) uma inserção ainda
fraca nos mercados; ii) fraca capacidade económica, pela dificuldade em angariar
fundos entre os seus membros (que sofrem também de constrangimentos económicos) e
a nível nacional; iii) dificuldade do ponto de vista organizativo e financeiro para poder
preencher o vazio criado pela ausência do Estado, na criação de condições de trabalho
mínimas e criação de um sistema de crédito aos seus associados; iv) embora tendo
origem num processo de auto-organização nos próprios mercados, está desligada, em
termos institucionais, dos processos informais de ajuda mútua e redes de solidariedade
existentes nos mercados.

Longe de poder ainda desempenhar o papel de alternativa viável para assegurar o acesso
a serviços básicos aos seus associados, a ASSOTSI acaba por contribuir, através dos
seus serviços, para uma estratégia de sobrevivência, minimizando a exclusão social e
económica dos seus membros. Destaca-se, no entanto, o facto de esta associação,
através do seu comité de mulheres, estar a desenvolver acções cujo objectivo consiste
em dar mais poder às mulheres que estão nos mercados informais, para a defesa dos
seus direitos e criação de melhores condições de trabalho.
Na cidade de Maputo desenha-se já a criação de uma outra associação para a defesa dos
interesses dos operadores grossistas dos mercados informais, o que reflecte mais uma
vez o crescimento do movimento associativista, em busca de soluções alternativas para
assegurar o acesso das “classes populares” a bens e serviços básicos que o Estado não
consegue prover.

As redes de solidariedade existentes nos mercados informais, baseadas em laços de


parentesco e etnia, funcionam regra geral para a ajuda no sistema de empregos,
montagem de um novo negócio e financiamento de algum empreendimento. É assim
que, por exemplo, para arranjar um local bem situado para vender no mercado (dada a
competição existente), obter o capital inicial necessário para iniciar o negócio, fazer
obras ou melhorar as infra-estruturas da banca ou local de venda de produtos, se acciona
este tipo de redes de solidariedade primária. Os laços de tipo religioso e profissional são
geralmente activados em casos de funerais e doenças. A morte é um momento de
passagem rodeado de rituais e simbologias, que despoleta, mesmo entre os grupos mais
empobrecidos, sistemas de ajuda aos familiares da pessoa falecida e desencadeia o
cruzamento entre diversos tipos de solidariedade, onde laços de parentesco, vizinhança,
religiosos e étnicos se cruzam com os profissionais.

Nos bairros residenciais da periferia da cidade, foi possível constatar a existência de


sociedades funerárias baseadas em diversos tipos de laços, viradas para a organização
dos funerais e apoio aos familiares do indivíduo falecido, ou sistemas de ajuda
despoletados apenas para situações pontuais. Em qualquer dos casos, foi possível
constatar que a solidariedade gerada através da morte de um vizinho, conterrâneo ou
colega de trabalho acabou muitas vezes por constituir um embrião para a formação de
associações, formais e informais.

De acordo com Cruz e Silva (2001) nas duas últimas décadas do século XX, o sector
informal na cidade de Maputo sofreu um processo de crescimento explosivo, não só em
termos quantitativos, mas também na variedade do seu espectro de actividades
económicas e formas de trocas sociais entre os seus mais diversos tipos de actores. Esse
crescimento e evolução podem ser vistos como uma resposta aos constrangimentos
criados pelo desenvolvimento dos impactos provocados por uma economia neoliberal,
que produziu o aumento do desemprego, da exclusão e da vulnerabilidade e, ao mesmo
tempo, a procura de uma resposta para preencher o vazio criado pela ausência de
políticas sociais públicas.

O sector informal acaba, assim, por espelhar a crise geral que afecta o país,
representando por um lado a fraqueza do Estado na produção de respostas para os
problemas económicos e sociais e, ao mesmo tempo, as formas alternativas (e seus
constrangimentos) que visam compensar quer os impactos económicos, quer os
impactos sociais produzidos pela crise, através das redes de solidariedade.

9. REFERENCIAL TEÓRICO E CONCEPTUAL

Neste subcapítulo vai se trazer o universo de princípios e conceitos que serão usados
para o trabalho.

Teoria de base

A pesquisa tomará como fundamento à teoria do neoliberalismo fundamentado por


Negrão que ajuda a compreender as razoes que levam os indivíduos a engrenarem no
comércio informal mesmo sabendo que é uma actividade ilegal ou proibida pelo estado.

Deste modo, com base em Negrão citado por Baptista (2013) o neoliberalismo pode ser
divido em duas vertentes:

“A primeira significou uma doutrina voltada para adaptação do liberalismo clássico as


exigências de um estado regulador e assistencialista (p, 56) ”.

Esta doutrina permitia com que o mercado estivesse no total controlo, e qualquer tipo de
intervenção estatal na economia e na sociedade.

“a segunda doutrina pode se definir neoliberalismo como um conjunto de ideias


políticas e económicas capitalistas que defende a não participação do estado na
economia(p, 58)”.

De acordo com esta doutrina, deve haver total liberdade de comércio (livre mercado),
pois este princípio garante o crescimento económico e o desenvolvimento social de um
país.
Esta doutrina está centrada na ideia da absoluta liberdade de mercado, abertura
comercial e especialmente financeira e na redução do tamanho e papel do estado, é
nesse segundo sentido que o termo é mais usado até hoje em dia e que vai nos ser útil
para dar suporte a melhor compreensão do nosso trabalho.

Conceitos chaves

 Sector Informal

A informalidade não é um fenómeno social novo. A título de exemplo, temos actores


como Marx, no século XIX, revela este sector como uma “super população excedente
estagnada” (Sabadini & Nakatani, 2009:135).

Theodoro (2000) enfatiza esse aspecto do conceito do sector informal ao dizer que,
constitui um marco importante, muito menos pela sua capacidade explicativa visáveis à
realidade do terceiro Mundo, mas principalmente por justificar e avaliar uma nova
postura institucional face ao problema do sub-emprego. É a ideia do sector informal que
vai servir de base para acção institucional em termos de políticas de apoio.

Segundo Castel (1994), define o sector informal como sendo um sector de produção de
bens e serviços destinados no mercado, legal ou ilegal, que escapa da detenção das
estimativas oficiais e de produto interno bruto.

De acordo com Cacciamali (1983) para facilitar o entendimento do conceito informal,


considera se as formas. A primeira define como informal aqueles trabalhadores sem
contrato de trabalho sendo fora da legislação trabalhista. A segunda designa o sector
informal por resíduo do sector formal, onde se considera informal tudo que não se
enquadra na economia formal.

Numa visão mais moçambicana, o sector informal pode ser visto como um conjunto de
métodos de sobrevivência com um desenvolvimento de um complexo de actividades
não formais, (Amaral, 2005:60).

Segundo Mosca (2010) pode ser visto ainda, como um conjunto de relações de natureza
económica, jurídica, social ou burocrática que, não estando reguladas parcial ou
totalmente, existem e fazem parte de regras de funcionamento da sociedade e
contribuem para que os padrões de reprodução da sociedade e economia persistam.
O sector informal, muitas vezes definido em termos do que não é actividades
económicas e empresas sem registo, sem regulação e que não pagam impostos tem
como base as actividades caracterizadas por um baixo nível organizacional, como
limitada ou inexistente divisão entre o trabalho e o capital e onde as relações de trabalho
são sempre baseadas em colaborações ocasionais, as ligações familiares, entre outras.
Inclui pequenas empresas sem qualquer tipo de registo e trabalho remunerado sem
contratos, seguros, benefícios ou protecção legal, (Trindade, 2007).

O Instituto Nacional de Estatistica (2006) define o SI em Moçambique como sendo


todas as actividades não registadas, ou registadas apenas no Municipio, ou junto a
administração Distrital ou local, não possuindo portanto autorização por parte das
autoridades fiscais para exercício da sua actividade e empregando não mais de 10
trabalhadores.

A Organização Mundial dos Trabalhares (OIT-1991) considera o sector informal como


sendo o conjunto de unidades de pequenas escala que produzem e distribuem bens e
serviços e é composto essencialmente por produtos independentes e que operam por
conta própria e, empregando mão-de-obra familiar e/ou poucos trabalhadores,
funcionando com reduzida e baixa produtividade, tendo receitas bastantes irregulares.

Operacionalização de conceitos

O sector informal, segundo a visão dos autores acima pode ser entendida como o
conjunto das actividades à margem da lei, com níveis de produção e organizacionais
baixos com finalidade de geração de auto-emprego para sobrevivência familiar. O sector
informal desenvolve várias actividades e compreende uma variedade de carpinteiros,
pedreiros, alfaiates, negociantes, artesões, bem como cozinheiros e motoristas de táxi,
todos informais, e transforma os empreendedores em pequenos empresários informais,
criativos a medida em que a sua actividade vai crescendo, sendo que a maior parte das
actividades do sector informal é economicamente eficiente e lucrativo, apesar de
pequenas na escala e limitadas por tecnologias simples, pouco capital e falta de vínculo
com o sector formal.

Fazendo as considerações em torno do posicionamento dos autores acima citados,


podemos compreender o sector informal como sendo um conjunto de pequenas
empresas, geralmente não licenciadas, caracterizadas pela fácil entrada, propriedade
familiar, uso de recursos locais e tecnologia de trabalho intensivo que não requerem
conhecimentos educacionais formais. Podemos aceitar esta definição, por conter em si
os caracteres essenciais do que é de facto o sector informal (empresas pequenas e não
licenciadas, trabalho intensivo, etc.), a sua formulação no incluir de maneira genérica
uma alusão a propriedade familiar e no admitir que a mão-de-obra empregue não
precisa de ter conhecimentos formais.

Mais para este trabalho ficamos com o conceito de Mosca (2010), porque enquadra-se
nos objectivos que pretendemos para compreender neste trabalho.

Onde afirma que:

“O sector informal pode ser visto ainda, como um conjunto de relações de


natureza económica, jurídica, social ou burocrática que, não estando reguladas
parcial ou totalmente, existem e fazem parte de regras de funcionamento da
sociedade e contribuem para que os padrões de reprodução da sociedade e
economia persistam (p, 132) ”.

10. METODOLOGIA

No presente capítulo são apresentados os passos metodológicos que irão sustentar este
estudo. Assim, este estudo será realizado na cidade de Maputo, no mês de Agosto a
Setembro, concretamente no mercado grossista do Zimpeto, com enfoque para os
vendedores informais localizados no Mercado.

Método de procedimento

A pesquisa contará com o método qualitativo. Visto que, com este método irá nos ajudar
a recolher informações mais profundas no campo da pesquisa. Informações que
dificilmente são observáveis.

Método de abordagem

Para este estudo, escolheu-se o método hipotetico-dedutivo. Deste modo o estudo


propõe estudar relações sociais, este método irá permitir que as hipóteses escolhidas
sejam testadas empiricamente a quando da realização do trabalho do campo, que inclui a
observação directa e a aplicação das entrevistas.

Como a preocupação do presente estudo é de estudar as relações sociais estabelecidas


entre os vendedores informais do parque do mercado grossista do zimpeto, com
objectivo de compreender, nos seus próprios termos, os diferentes significados e
sentidos que os vendedores informais dão à sua realidade.

Técnicas de recolha de dados

Quanto as técnicas de recolha de dados, o estudo far-se-á valer pela análise e revisão
bibliográfica que debruça sobre o sector informal, relatórios oficiais sobre o surgimento
e o papel do sector informal em Moçambique, particularmente em Maputo, análise de
diferentes teorias, a observação directa e as entrevistas semi-estruturadas dirigidas aos
vendedores informais e os polícias municipais.

Amostra

A população desta pesquisa, são as pessoas que fornecerão os dados que o pesquisador
necessita. Assim sendo, a população deste estudo serão do Mercado Grossista do
Zimpeto. Os sujeitos da pesquisa serão seleccionados de forma aleatória, visto que,
apenas serram entrevistados aqueles que aceitaram responder as nossas questões por
livre e espontânea vontade. No entanto, por ser impossível estudar todos os elementos
desta população, extraiu-se uma amostra constituída por 20 indivíduos.

Procedimentos de recolha de dados

No que concerne as etapas que compreendem a colecta de dados, numa primeira fase
será a aquisição das credenciais para posteriormente submeter nos locais definidos; na
segunda fase faremos uma breve observação em torno das dinâmicas sociais que o
distrito apresenta; na terceira fase seguiremos com as entrevistas nos locais
identificados.

Tratamento de dados
Esta fase pretende-se com todo o processo de investigação, começando por dar
significado às primeiras impressões, fazendo interpretação directa e da ocorrência
individual até que se possamos definir classes ou padrões e no fim dar significado as
conclusões finais.

Resultados Esperados
Espera-se com os resultados obtidos nesta pesquisa, possa a se realizar uma avaliação
dos impactos que podem emergir com o comércio informal no que concerne a estrutura
e o funcionamento de uma sociedade. Além disso, a partir da divulgação dos resultados
da pesquisa, espera-se que sejam estimuladas as instituições sociais que garantem a
ordem e segurança em diferentes mercados a terem um novo olhar perante os
vendedores ambulantes. A pesquisa também poderá despertar uma maior supervisão e o
monitoramento por parte do governo assim como todas as instituições sociais
interessadas com este fenómeno.

CRONOGRAMA

Actividades Fevereiro Março- Maio Junho


Abril

Preparação para o Estágio 

Realização do Estágio 

Resultados do Estágio 

Relatório final 

ORÇAMENTO

Material Quantidade Valor Total


Computador 1 25000 mt 25000 mt
Gravador 1 10000 mt 10000 mt
Note book 1 100 mt 100 mt
Canetas 2 25 mt 50 mt
Corrector 1 75 mt 75 mt
Maquina 1 5000 mt 5000 mt
fotográfica
Transporte 45 dias 50 mt 2250 mt
Total Geral

42.475.00 mt

ESTRUTURA PROVISÓRIA
1. Introdução
-Problema
-hipótese
-Objectivo geral
-Específicos
-Justificativa
2. Desenvolvimento
Capitulo I
-Passos da pesquisa e a população da pesquisa
Capitulo II
-Revisao Bibliografica
Capitulo III
-Quadro teórico e conceptual
Capitulo IV
-Metodologia
Capitulo V
-Apresentacao e discussão dos resultados
3. Conclusão
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMARAL, I. Importância do sector informal da Economia Urbana em países da África


Subsariana. Finisterra.2005

BAPTISTA, S. S. J. O contributo do sector informal para a renda familiar na


comunidade de kuachena. 2013.

CACCIAMALI, M. C.(1983). Sector informal urbano e formas de participação na


produção. São Paulo. 1983.

CASTEL, R. Indigência à exclusão, a desfiliação. Precariedade do trabalho e


vulnerabilidade relacional. São Paulo, Husitec, 1994.

CRUZ E SILVA, TERESA: Determinantes globais e locais na emergência de


solidariedades sociais: O caso do sector informal nas áreas periurbanas da cidade de
Maputo. Maputo, 2001.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA. O sector informal em Moçambique,


resultados do primeiro inquérito nacional. Maputo, 2006.

MOSCA, J. Pobreza, economia informal, informalidades e desenvolvimento.”In


pobreza, Desigualdades e Vulnerabilidade em Moçambique. Maputo, 2010.

SABADINI, M. De S. & NAKATANI, P. Desestruturação e informalidade do mercado


de trabalho no Brasil. Revista venezolana de Analisisde Coyuntura, caracas, 2009.

THEODORO, M. As bases da política de apoio ao sector informal no Brasil. Texto


para a discussão. Brasília, 2000.

TRINDADE, C. C. Como as instituições de micro-crédito promovem a autonomia das


mulheres em Moçambique- Estado de caso da Thuma, cooperativa de crédito e
poupança. Coimbra, 2007.
ANEXOS
Guião de observação

Este guião de observação surge no âmbito da realização de um trabalho de carácter


académico e visa recolher informações sobre as relações sociais estabelecidas entre os
vendedores informais e a Policia Municipal no Mercado Grossista do Zimpeto, na
realização das suas actividades no seu dia-a-dia.

1. Observar a delimitação espacial do mercado grossista do Zimpeto.


2. Observar os sectores de venda que se encontram dentro no mercado grossista do
Zimpeto.
3. Observar os codigos utilizados pelos vendedores informais durante a realização
das suas actividades e para se escapar da Policia Municipal.
4. Observar o comportamento dos Policias Municipais perante os vendedores
informais (vice-versa).
Guião de entrevistas para a categoria dos vendedores informais

Caro (a) vendedor (a), esta entrevista surge no âmbito da realização de um trabalho de
carácter académico e visa recolher informações sobre as relações sociais estabelecidas
entre os vendedores informais do Mercado do Zimpeto e a Polícia Municipal, na
realização das suas actividades no seu dia-a-dia. Garantimos sigilo e os nomes poderão
ser fictícios como forma de preservar a sua privacidade. Esperamos a sua colaboração e
desde já agradecemos pela sua compreensão. Obrigado.

1. Dados pessoais

Idade: ________ Religião……………………..

Residência:-----------------------------------------------------------------------Sexo:-------------

Nível académico.............................................................................................................
Estado civil:.........................................................................................................................

1. Questões

1.1. A quanto tempo exerce a sua actividade de venda aqui no mercado?

……………………………………………………………………………………….

1.2. Que razões o (a) levaram a vender neste local?

.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
..................................................................................................................................

2.3. Quanto ganha mensalmente, mais ou menos? Opcional.

.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................

2.4. Antes de trabalhar aqui, realizava uma outra actividade?

Sim....... Não........

Se for sim, que actividade, e onde realizava?


.............................................................................................................................................
................................................................................................................................

2.5. Em quantas horas trabalha por dia?

...........................................................................................................................................

2.6. Para que se destina o rendimento que ganha nesta actividade?

.............................................................................................................................................
................................................................................................................................

2.6. Para além do rendimento que ganha com as vendas aqui, existe outro tipo de
rendimento?

Sim: Não:

Se sim, de onde advem o outro rendimento?

..........................................................................................................................................

2.7. Que outros mecanismos tens para a sua sobrevivência?

.......................................................................................................................................

3. Sobre a relação dos vendedores com a policia Municipal e sua racionalidade

3.2. O que acha em torno da vossa relação com a policia na realização das suas
actividades aqui (vice-versa)?

......................................................................................................................................

3.3. No seu ponto de vista, quem acha que está interferindo nos assuntos do outro? E
porquê (vice-versa)?

.............................................................................................................................................
.................................................................................................................................

3.4. Como é que a polícia municipal se comporta perante a vós?

.............................................................................................................................................
.................................................................................................................................
3.5. A falta de colaboração por parte da polícia interfere na realização das suas
actividades?

Sim......

Como?

.............................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Não........

Porquê?

.............................................................................................................................................
................................................................................................................................

4. Estrategias usadas pelos vendedoresinformais.

4.1. Já viu alguma agressão, ou alguem a confiscarem os seus produtos pela policia?

Sim: Não:

Se sim quantas vezes e como se deu?

.............................................................................................................................................
...................................................................................................................................

4.2. Alguma vez sofreu uma agressão perpetuado pela policia?

Sim...... Não......

Se sim que danos teve, caso não, porque nunca aconteceu-te?

.............................................................................................................................................
....................................................................................................................................

4.3. No teu ponto de vista, o que deveriam fazer os teus colegas que também vendem
aqui?

.............................................................................................................................................
................................................................................................................................
4.4. O que tem feito para evitar conflitos deste genero?

.............................................................................................................................................
....................................................................................................................................
Guião de Entrevistas para a Categoria dos Policias Municipais

Caro (a) agente, esta entrevista surge no âmbito da realização de um trabalho de


carácter académico e visa recolher informações sobre as relações sociais estabelecidas
entre os vendedores informais e a polícia municipal, na realização das suas actividades
do dia-a-dia. Garantimos sigilo e os nomes poderão ser fictícios como forma de
preservar a sua privacidade. Esperamos a sua colaboração e desde já agradecemos pela
sua compreensão. Obrigado.

Perfil Social

Função:
Experiencia:

Questões

1. Há quanto tempo trabalha como agente da Polícia de Municipal?


2. Já ouviu falar do comércio informal?
3. Se for sim! O que é?
4. Como caracteriza os vendedores informais deste mercado?
5. E qual tem sido o tratamento que tem para com eles?
6. Como avalia a atitude dos vendedores informais?
7. Já confiscou um bem de algum vendedor informal? Se sim, por qual motivo?
8. Porque alguns vendedores colocam-se a fugir e os outros não, quando sentem a vossa
presença?
9. Quais são as estratégias usadas para lidar com os vendedores informais, visto que,
eles se mantém sempre neste local a exercerem as suas actividades?
APÊNDICE

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