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Resumo
Introdução
Ao estudar as teorias do desenvolvimento, fazemos um percurso histórico desde as
primeiras décadas do século XIX, mais especificamente até 1960/1970, onde as teorias do
desenvolvimento eram ancoradas exclusivamente no crescimento econômico, passando pelo
processo de industrialização mais fortemente impulsionado no Brasil a partir de 1950. A partir
de 1970, observa-se que já há uma associação das dimensões sociais como componentes do
desenvolvimento, a própria inclusão do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) como
indicador socioeconômico já representa uma evidência deste novo cenário.
Mais recentemente, a partir de 1990, o tema tem se voltado para as questões regionais
e locais, acompanhado de um movimento político de descentralização das políticas públicas,
delegando mais responsabilidades aos Estados e Municípios. Este conceito do
desenvolvimento local então passa a ser foco de diversos estudos tanto na academia quanto
nos órgãos governamentais de apoio à elaboração de políticas públicas, recebendo também o
termo de desenvolvimento endógeno.
Nesta primeira etapa do artigo pretende-se provocar uma breve reflexão teórica sobre
esses conceitos de desenvolvimento regional, local e endógeno, bem como as controvérsias
que existem tanto na academia quanto na sua aplicação como resultado de políticas públicas.
Na sequência apresenta-se o APL (arranjo produtivo local) selecionado para o estudo de caso:
Vale da Eletrônica de Santa Rita do Sapucaí, MG, no qual se destaca o panorama da
localidade com indicadores socioeconômicos demonstrando a evolução dos índices com a
presença do arranjo produtivo, e em especial da Prefeitura Municipal como impulsionadora da
aglomeração. Na última etapa o foco será para o movimento mais recente que vem sendo
organizado desde 2013 na mesma localidade, o programa denominado “Cidade Criativa”.
A discussão em torno do conceito de desenvolvimento local traz à tona os processos
de aglomerações de empresas, Martins et al (2010) faz inclusive tal questionamento em uma
de suas pesquisas: a discussão do desenvolvimento local obrigatoriamente faz suscitar o
estudo das articulações dos atores no ambiente de clusters? O que de fato se percebe, é que no
Brasil as experiências que retratam as políticas públicas de estímulo ao desenvolvimento
regional e local, se encontram concentradas nos chamados APL´s.
Posto desta forma, o tema do desenvolvimento regional tem representado um
paradigma para os estudos sobre desenvolvimento nas últimas décadas, não havendo muito
consenso teórico nem metodológico no emprego dos termos. Assim como também não há
consenso metodológico na classificação de um APL, o que pode ser o pano de fundo das
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principais críticas ao modelo, visto que um conceito onde se permite muita flexibilidade de
enquadramento, o seu uso pode ser facilmente enviesado para qualquer finalidade que se
deseja.
O termo APL (arranjo produtivo local) passou a ser utilizado no Brasil a partir de
1990, abrangendo uma diversidade de fenômenos relacionados à aglomeração de empresas,
porém com algumas características bem definidas, entre elas o fator similaridade e forte
integração ou inter-relacionamento entre os participantes. Porter (1989) também se refere a
aglomeração geográfica e setorial de empresas, porém utilizando-se do termo “cluster”.
Através de uma análise histórica da formação do APL na cidade de Santa Rita do
Sapucaí, consegue-se identificar o quanto os atores locais investiram no objetivo de um
desenvolvimento endógeno para o município. E continuam nesta busca até os dias atuais,
através de novos projetos como o “Cidade Criativa”, que vem representando esta busca pelas
vias da comunicação e da cultura, envolvendo a cada ano, mais áreas do conhecimento.
Além disso, no ano de 2009, houve uma reunião de várias instituições da cidade, em
parceria com a Faculdade de Administração e Informática - FAI, onde formaram o BIDI
(Bureau de Informação, Desenvolvimento e Inovação do APL Eletroeletrônico de Santa Rita
do Sapucaí), financiado pela FAPEMIG, onde se desenvolveu o Planejamento Estratégico
do APL (Arranjo Produtivo Local Eletrônico de Santa Rita do Sapucaí), e que servirá de
ponto de partida para esse breve estudo que se realiza, bem como, o programa ‘Cidade
Criativa, Cidade Feliz’ realizado pelo poder público local e que oferta inúmeras atividades
de interlocução entre poder público, iniciativa privada e sociedade civil, a partir de um
conjunto de eventos que em 2019 vai para sua sétima edição.
Como é possível observar, a cidade oferece um cenário muito rico para este estudo,
com a presença constante de parcerias e interações entre os diversos atores que compões este
ecossistema. O objetivo do artigo passa a ser a busca de situações que evidenciem as
características anteriormente levantadas em relação ao desenvolvimento endógeno.
respeito à compreensão dos distintos papéis de cada um dos atores sociais. E a terceira, a
necessidade de comunicação do local com o global. E por último, a implementação de
políticas pelos governos que reduzem o desenvolvimento econômico local e regional à
simples promoção de clusters (MEYER, 2001; BALTHELT, 2005; MARTINS, 2010)
aos anos de 2010 a 2015. Opta-se por demonstrar comparativamente a outras duas
importantes cidades vizinhas, Itajubá e Pouso Alegre, que embora apresentem populações de
2,5 a 04 vezes maiores, respectivamente, entende-se que sejam boas referências em termos de
infraestrutura urbana e porte dos seus distritos industriais.
Santa Rita do Sapucaí pertence a uma microrregião formada por outros 14 municípios,
a saber: São Gonçalo do Sapucaí, Pedralva, Cachoeira de Minas, Conceição dos Ouros,
Careaçu, Heliodora, Silvianópolis, São Sebastião da Bela Vista, Turvolândia, Natércia, São
José do Alegre, Cordislândia, Conceição das Pedras e São João da Mata. A comparação dos
indicadores com os municípios classificados geograficamente na denominada microrregião,
também serão apresentados, porém entende-se como mais coerente a comparabilidade com os
municípios de Itajubá e Pouso Alegre, pelo fato do foco das análises estar no desenvolvimento
proporcionado pelo APL, interessando as similaridades dos parques industriais destes
municípios.
Far-se-á um recorte do setor industrial nos três municípios, para que se possa observar
se o município de Santa Rita do Sapucaí apresenta alguma diferença de comportamento do
aglomerado de indústrias, nos momentos de recessão econômica, em função da concentração
do seu ramo de atividade:
Verifica-se que não há grande discrepância de Santa Rita do Sapucaí em relação aos
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Abaixo se apresenta como este índice comportou nas três décadas avaliadas, bem
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De acordo com IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a renda per capita
média de Santa Rita do Sapucaí também apresentou crescimento de 79,55% neste período,
passando de R$ 411,24, em 1991, para R$ 621,02, em 2000, e para R$ 738,40, em 2010. Ou
seja, houve uma taxa média anual de crescimento nesse período de 3,13%.
Quanto ao índice de Gini, observa-se também uma redução significativa nos períodos
avaliados, sendo o menor em relação às cidades selecionadas para fins de comparabilidade.
Considerando o objetivo proposto, de avaliar a influência do APL no desenvolvimento
da localidade de Santa Rita do Sapucaí, observa-se que houve uma melhora expressiva dos
indicadores socioeconômicos nestas três últimas décadas, principalmente de desigualdade de
renda. Ou seja, os empregos gerados por estas empresas certamente contribuíram para este
cenário. Porém, é necessário aprofundar nos dados históricos e em outros dados quantitativos
de cada período para identificar o quanto a geração de emprego e renda é responsável ou está
relacionada a esta melhoria.
Uma análise positiva que podemos inferir pelos dados levantados: é notável o quanto o
município se distancia dos demais municípios da microrregião, em termos de geração de
empregos, e o quanto está acompanhando os municípios vizinhos maiores em população e
número de indústrias.
Há um destaque negativo a ser observado nos indicadores: a urbanização de vias, onde
o município apresenta um índice muito baixo em relação aos demais, apenas 14,1%, o que
merece uma atenção e detalhamento em futuras pesquisas.
Pereira (2006), em sua tese que trata das políticas públicas para o município, relata as
ações relacionadas aos aspectos imigratórios e de urbanização de novos bairros:
2006, p.261)
No entanto, chancelar uma cidade como criativa é assunto amplo, onde diversas
perspectivas podem surgir ao tentar definir conceitualmente o que seria uma cidade criativa.
É olhando para as mais variadas interpretações sobre o conceito de cidade criativa, que Reis
& Kageyama (2011) reuniram acadêmicos, urbanistas e arquitetos de 18 países a fim de
trazer um olhar analítico sobre a realidade de cidades dadas como criativas. Nas perspectivas
encontradas pelos autores, as inovações tecnológicas e sociais (sobretudo o modo como a
cidade é capaz de olhar para os velhos e novos desafios e se reinventar); a cultura como
ambiente propício para gerar a criatividade, como identidade de uma cidade e o impacto
econômico que pode trazer; e as conexões entre áreas diversas, por exemplo entre público,
privado e sociedade civil a fim de pensar e construir a cidade como um sistema; são aspectos
comuns entre cidades tratadas como criativas.
Mas, será que uma cidade consegue de fato identificar a importância dos processos
criativos, das pessoas criativas e sobretudo, da relação criativa e saudável entre os diversos
setores que compõem essa cidade, e até que ponto podemos dizer que essas cidades têm
características diferenciadas de desenvolvimento local? Quando abrimos esse
questionamento o que queremos saber é: como esse modelo segmentado contribui para o
desenvolvimento da cidade? Quem participa desse processo de desenvolvimento criativo da
cidade e como a segmentação dessa ‘vocação’ cultural acontece? Ela acontece?
equalizador dessas vozes, sobretudo, por ser uma construção colaborativa entre setores da
sociedade. Mas quais são seus desafios?
Pensar o ambiente onde os festivais acontecem exige considerar toda paisagem
cultural local e como cada recorte geográfico da cidade participa desse ambiente para o
diálogo. É para toda cidade participar? O programa Cidade Criativa, Cidade Feliz só na sua
quinta edição (2017) levou atividades do seu calendário para bairros periféricos, mesmo
assim, apenas um bairro foi atendido com uma atividade. Nas edições anteriores as atividades
se concentravam na região central, em praças públicas ou nos espaços disponibilizados pelas
instituições de ensino e pontos comerciais. O Hack Town por exemplo, ocupa todo o
hipercentro da cidade, transformando bares, lojas, restaurantes e hotéis, em espaços de
palestra que recebem cerca de três mil participantes, em sua maioria de outras cidades.
Quantas pessoas da cidade acessam o festival? Para quem é o festival?
Naturalmente que os festivais que compõem o programa alimentam a economia da
cidade, fomentam sua rede criativa e projetam a cidade em todo cenário nacional, mesmo
assim devemos perguntar de que maneira esses eventos se comunicam com seus próprios
cidadãos. Ao realizar o movimento de levar uma atividade do programa para a periferia, o
poder público sinaliza alguma preocupação com o papel do programa em sua totalidade:
desenvolver a qualidade de vida da cidade. Mas sem dúvidas tem inúmeros desafios.
Toda a heterogeneidade que compõe uma cidade abriga uma enorme diversidade de
elementos comunicacionais e como aponta CANEVACCI (1997) “a cidade em geral e a
comunicação urbana em particular comparam-se a um coro que canta com uma
multiplicidade de vozes autônomas que se cruzam, relacionam-se, sobrepõem-se umas às
outras, isolam-se ou se contrastam (...)”, isso faz do ambiente de diálogo um lugar a ser
descoberto paulatinamente para que seja possível identificar as diferentes vozes que compõem
a ecologia deste lugar. Além disso é preciso considerar que, como um organismo, esse
ambiente está em constante transformação, portanto, faz-se necessário manter-se próximo
para compreender suas transformações e as convergências e divergências entre as várias vozes
ao longo de sua continua construção.
Outra abordagem a se destacar sobre o programa “Cidade Criativa, Cidade Feliz”
trata-se do que esse programa quer comunicar, ou seja, qual sua intenção comunicativa e
quais são essas vozes que são ouvidas e dialogam com o referido programa. Olhar para essa
composição de vozes é compreender um pouco melhor essa intenção comunicativa. De onde
vem essas vozes e quem são elas para cidade? Assumir o compromisso de aumentar a
qualidade de vida de uma cidade através de um conjunto de eventos locais e que se
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correspondem com um público local e um público que vem de outras cidades é também
assumir o risco de sobrepor vozes ou mesmo isolar algumas delas.
Torna-se importante olhar para a composição do programa e verificar seu
planejamento e seu alcance local a fim de que se possa cumprir com maior abrangência a
proposta de promover maior qualidade de vida para cidade. Longe de ser exercício de crítica
pela crítica, o que se pretende aqui é levantar a problemática de que existem inúmeros fatores
que precisam ser observados ao assumir o desafio de impactar o desenvolvimento de uma
cidade a partir de festivais como eventos comunicacionais. Há de se concordar que um
programa com inúmeras ações e formatos é ferramenta importante para o processo de
desenvolvimento local, mas trazem desafios complexos que exigem não só cuidado
programático, mas também metodológico e para este exercício o uso da interdisciplinaridade
pode reforçar a intenção da colaboração como pilar do programa.
Inspirado no processo colaborativo entre os setores que pensam e executam o
programa é preciso também promover o encontro dos contraditórios da cidade para que seja
possível na divergência encontrar as convergências possíveis e não apenas atrair os holofotes
para cidade, mas, de fato gerar uma comunicação com intercâmbio suficiente para impactar a
qualidade de vida de seus munícipes. Sem dúvidas este é o maior desafio do programa
“Cidade Criativa, Cidade Feliz”, no entanto, Santa Rita do Sapucaí tem se mostrado
habilidosa na transição das tendências tecnológicas e de culturas de mercado que vai da
cultura de café com leite ao Vale da Eletrônica, e do Vale da Eletrônica à Cidade Criativa.
Considerações Finais
A intensidade da competitividade econômica que varia no tempo de acordo com a
força dos costumes e da inovação pode impactar em que proporção nossas cidades? Parece
mais fácil quando se pensa na competitividade e inovação em escala global, ou em âmbito
nacional. Mas, o quanto e de que maneira isso reflete no desenvolvimento de nossas cidades?
Dialogando com Arrighi (1998), podemos dizer que a competição posicional entre empresas
acontece numa “onda longa”1, onde as novas combinações insumo-produto são introduzidas e
seus benefícios são distribuídos ao acaso e mesmo os inovadores podem não colher os
benefícios. Arrighi (1998) aponta que os benefícios acabam advindos para quem tem a sorte
de estar assentado sobre os recursos para os quais a nova combinação cria uma demanda.
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ARRIGUI, G. A ilusão do desenvolvimento. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 1998. Ao falar sobre a competição
excessiva entre as indústrias, Arrighi define a competição como uma onda longa, onde a competição acontece
em estágios, até que se defina quais são as empresas que tiveram fôlego para enfrentar essa onda.
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uma de nossas preocupações neste artigo é com o alcance dessa informação dentro da própria
cidade, principalmente com o tipo de comunicação que ocorre internamente, e como a
construção de sua identidade se dá e de que maneira as vozes se reconhecem e são
reconhecidas na e pela cidade. Quando entramos na cidade, ao acessarmos o seu portal de
entrada somos recebidos com a frase: “Bem vindo a cidade do Urso” referente ao carnaval
realizado na cidade considerado um dos maiores de Minas Gerais, mas na região e no estado a
cidade é facilmente reconhecida como “O Vale da Eletrônica” em virtude de seu polo
industrial e de suas instituições de ensino, ao mesmo tempo, desde 2013, a cidade trabalha um
programa local chamado “Cidade Criativa, Cidade Feliz”. Como os munícipes de Santa Rita
do Sapucaí reconhecem a própria cidade? Quais vozes se fazem ouvir na cidade? Essas são
importantes reflexões quando falamos de um desenvolvimento que pretende ir além de uma
perspectiva exclusivamente econômica.
Em relação ao APL do Vale da Eletrônica, certamente há um grande esforço político,
organizacional e financeiro entre os atores do município para manter as atividades deste polo
industrial e tecnológico em constante crescimento. O diálogo entre poder público, instituições
de ensino e indústrias é muito presente em toda a história do APL. Os próprios eventos
comunicacionais da cidade são exemplos desta sinergia existente.
Os números demonstrados apresentam melhorias nas condições de vida da população.
Mas a população participa e se identifica nestes eventos e slogans criados para a cidade:
“Cidade Criativa”, “Vale da Eletrônica”, etc.? Ou seja, temos mais perguntas que respostas
quanto às benesses colhidas pela população em relação ao modelo de desenvolvimento que se
instaurou nesta localidade, e que ancora atualmente as projeções para o desenvolvimento
local. Mas é certo que se trata de um ambiente extremamente rico para estudos sobre um
formato de gestão pública que consegue aplicar diálogos entre as diversas entidades
representativas da cidade, sobretudo que seja capaz de demonstrar o viés social e sustentável
deste desenvolvimento.
É possível dizer que a cidade sabe comunicar muito bem aquilo que ela pretende e tem
capacidade de atrair atenção de olhares externos estratégicos para o desenvolvimento
econômico local. Naturalmente que um estudo mais profundo nos auxiliaria responder sobre o
processo de comunicação dos planejadores dessas ações com a própria cidade, mas por hora,
o que podemos dizer com certo rigor, é que a as ações desenvolvidas na cidade apresentam
certa articulação entre poder público, sociedade civil e iniciativa privada e são capazes de
construir uma imagem de desenvolvimento que tem, também se materializado através de
índices de desenvolvimento econômico. É fundamental encarar que o desenvolvimento de
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uma cidade vai muito além do aspecto econômico mas, as premissas de que uma cidade é
capaz de estabelecer diálogos entre setores e de que essa relação tríplice tem demonstrado
resultados positivos através dos índices de desenvolvimento humano do município podem
promover pelo menos boas expectativas quando se encara as propostas centrais do programa
“Cidade Criativa, Cidade Feliz”, isto é, um ambiente de diálogo entre diferentes culturas onde
é possível gerar uma visão de futuro criatividade e propulsora da qualidade de vida.
Referências bibliográficas:
ARRIGUI, G. A ilusão do desenvolvimento. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 1998.
Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Disponível em http://atlasbrasil.org.br
Acessado em 29/05/2018
BATHELT, H., Malmberg, A., & Maskell, P. (2004). BATHELT Clusters and knowledge:
Local buzz, global pipelines and the process of knowledge creation. Progress in Human
Geography, 28(1), 31-56
REIS, Ana Carla Fonseca; KAGEYAMA, Peter (Orgs.). Cidades Criativas – Perspectivas.
1ª ed. São Paulo: Garimpo de Soluções & Creative Cities Productions. 2011.
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