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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR RIOGRANDENSE - CESURG

CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

JOICE LIMA TABORDA

GESTÃO FINANCEIRA: UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA E-


COMMERCE DO NORTE GAÚCHO

MARAU (RS)
2019
JOICE LIMA TABORDA

GESTÃO FINANCEIRA: UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA E-


COMMERCE DO NORTE GAÚCHO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Ciências Contábeis do Centro de
Ensino Superior Riograndense – CESURG
com finalidade de atender requisito parcial
para obtenção do título de Bacharel em
Ciências Contábeis.

Orientadora: Sara Vanin Giasson

MARAU (RS)
2019
JOICE LIMA TABORDA

GESTÃO FINANCEIRA: UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA E-


COMMERCE DO NORTE GAÚCHO

Este trabalho foi julgado


( ) Aprovado
( ) Reprovado

___________________________________________
Coordenação do Curso de Graduação em Ciências Contábeis

Banca Avaliadora:

Membro: .....................................................................................................
Prof. Adriane Margarida Mignoni – Mestre em Administração
Membro: .....................................................................................................
Prof. Elizabete Casagrande Lazarotto – Mestre em Administração
Presidente: .....................................................................................................
Prof.ª Sara Vanin Giasson – Mestre em Ciências Contábeis – Orientadora

Marau (RS), Outubro de 2019


AGRADECIMENTOS

A Deus.

Ao meu filho Anthony e toda a minha família.

A quem me deu força - um olhar, um gesto, uma ação...

À minha mãe, por sempre estar ao meu lado.

A quem acompanhou este longo caminhar.

A todos vocês,

MEU MUITO OBRIGADO


RESUMO

O ambiente digital tem se tornado cada vez mais utilizado pelos mais variados públicos para a
realização de diferentes atividades e não seria diferente com as empresas. O comércio por
meio da plataforma digital se tornou algo comum e assim como qualquer outra empresa
tradicional, um e-commerce precisa aplicar o gerenciamento contábil para o controle
econômico e financeiro da empresa. Nesse sentido, busca-se verificar a aplicação da
contabilidade gerencial na gestão financeira de um e-commerce, utilizando como objetivo
geral do estudo, analisar a aplicação das ferramentas da contabilidade gerencial para a gestão
financeira e tomada de decisão em um e-commerce. Como objetivos específicos busca-se
analisar a relevância da contabilidade gerencial para o e-commerce, identificar como uma
empresa e-commerce utiliza as informações provenientes da contabilidade gerencial, calcular
os indicadores financeiros de Liquidez, Lucratividade e Endividamento e o Retorno sobre o
Patrimônio Líquido e analisar como a contabilidade gerencial pode beneficiar a gestão
financeira de um e-commerce. Para isso foi realizada uma pesquisa quali-quantitativa,
descritiva, por meio de um estudo de caso de um e-commerce da região norte do estado do
Rio Grande do Sul, utilizando a aplicação de questionário e análise documental. Constatou-se
que há crescimento no setor de compras online e por isso, a contabilidade gerencial torna-se
uma importante ferramenta de apoio ao gestor. A Shopsempre, possui seus indicadores com
bons resultados, com baixos índices de endividamento ao longo dos anos e crescentes
retornos, assim como, bons índices de liquidez.

Palavras-chave: Comércio Eletrônico. Contabilidade. Gestão Financeira.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - E-commerce no mundo........................................................................................13


Figura 2 - Diferenças entre contabilidade financeira e gerencial.........................................18
Figura 3 - Processo para a tomada de decisão......................................................................24
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Marketing e a Internet............................................................................................14


Quadro 2 – Resumo dos principais pontos destacados.............................................................40
Quadro 3 – Demonstrações contábeis da Sonda Supermercados 2017 e 2018.........................43
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Índices de Liquidez..............................................................................................26


Tabela 2 – Índices de Liquidez Seca.....................................................................................26
Tabela 3 – Índices de Liquidez Imediata...............................................................................26
Tabela 4 – Índices de Liquidez Geral....................................................................................27
Tabela 5 – Índices de Lucratividade......................................................................................27
Tabela 6 – Índices de Endividamento Geral..........................................................................27
Tabela 7 – Índice de Retorno sobre o Patrimônio Líquido...................................................28
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................9
2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................11
2.1 E-commerce.................................................................................................................11
2.2 Contabilidade para e-commerce................................................................................16
2.3 Objetivos e finalidade da contabilidade gerencial...................................................17
2.4 Gestão e planejamento financeiro.............................................................................19
3 METODOLOGIA.......................................................................................................32
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS................................................................35
4.1 Desenvolvimento do e-commerce...............................................................................35
4.2 Caracterização da empresa estudada........................................................................36
4.3 E-commerce na empresa estudada............................................................................37
4.4 Contabilidade gerencial no E-
commerce ..................................................................39
4.5 Análise dos indicadores..............................................................................................41
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................46
REFERÊNCIAS......................................................................................................................48
APÊNDICE..............................................................................................................................52
APÊNDICE A – Questionário de Pesquisa Empresa..........................................................53
APÊNDICE B – Roteiro de pesquisa para o escritório de contabilidade..........................54
1 INTRODUÇÃO

Com o crescimento do uso da tecnologia da informação pelas empresas, muitas


mudanças foram sendo aplicadas nos mais diversos departamentos empresariais, e no
marketing, o qual faz uso da informação digital e das redes para alcançar o público alvo e
manter-se competitiva.
Sempre que há a incorporação de novas tecnologias na sociedade, as quais passam a
ser largamente empregadas pelas pessoas, existe a necessidade das empresas se adaptarem
para poder alcançar o grupo de clientes desejados. Assim, os serviços e produtos on-line
tornaram-se populares, pois promovem a facilidade da informação, a comodidade e a
diversidade de interação entre empresa e cliente (SANTOS; MIRANDA, 2015).
Nessa premissa, Santos e Miranda (2015) relatam em seu estudo que o mundo virtual
veio para apresentar às pessoas novos meios e modelos de negócios e de consumo,
evidenciado pelo comércio eletrônico. Com isso, as empresas passaram a visualizar o novo
mercado consumidor on-line e o gerenciamento econômico financeiro das empresas atuantes
nesse segmento, se torna necessário.
Nesse sentido, a contabilidade enquanto ferramenta gerencial, proporciona uma gama
de relatórios e informações que podem ser empregados para a tomada de decisão. Cabe relatar
que existem sistemas contábeis específicos que são empregados pela contabilidade gerencial,
para calcular e gerar indicadores que posteriormente, podem ser empregados na análise das
demonstrações (IUDÍCIBUS, 1995). Dessa forma, compreender como a contabilidade
gerencial pode contribuir para a gestão econômico financeira de um e-commerce se torna de
grande relevância.
O ambiente de negócios tem passado por mudanças intensas, impulsionadas pelo
crescente avanço das inovações no ambiente tecnológico e socioeconômico, emergindo,
assim, uma variedade de desafios para as organizações modernas. Entre elas, por exemplo,
está a criação de ambientes digitais para a cooperação global entre empresas e clientes, que
estão transformando os modelos tradicionais de negócios baseados em estruturas centralizadas
(SANTOS; MIRANDA, 2015).
Em 2018, o e-commerce brasileiro apresentou no primeiro semestre um aumento de
12,1%, representando um faturamento de R$ 23,6 bilhões (E-COMMERCE BRASIL, 2018).
Desse aumento, 2,2% correspondem ao segmento de alimentos e bebidas, último colocado
entre os dez segmentos de maiores vendas, porém, com inúmeras possibilidades de
crescimento em volume de pedidos, conforme o E-commerce Brasil (2018), sendo que a
região Sul é a segunda colocada na quantidade de compras realizadas.
Em vista desses elementos então é que surge a questão que motiva esse trabalho: Qual
a aplicação da contabilidade gerencial na gestão financeira de um e-commerce? Nessa
lógica, o objetivo geral estipulado foi analisar a utilização das ferramentas da contabilidade
gerencial para a gestão financeira e tomada de decisão em um e-commerce.
Os objetivos específicos elencados, visando alcançar o objetivo geral desse estudo,
são:
a) analisar a relevância da contabilidade gerencial para o e-commerce;
b) identificar como uma empresa e-commerce utiliza as informações provenientes da
contabilidade gerencial;
c) calcular os indicadores financeiros de Liquidez, Lucratividade e Endividamento e
o Retorno sobre o Patrimônio Líquido;
d) analisar como a contabilidade gerencial pode beneficiar a gestão financeira de um
e-commerce.
e) Comparar os indicadores de desempenho considerando os resultados da Shop
Sempre x Sonda Supermercados.
Em decorrência do crescimento evidenciado para o setor conforme destaca resultados
apresentados pelo E-commerce Brasil (2018), comenta-se que a adoção dessa tecnologia e sua
adaptação para a contabilidade possuem estudos incipientes e vale destacar quais são os
desafios que possivelmente serão enfrentados pelos contadores com a adoção dessa tecnologia
o que justifica, pela sua oportunidade temporal, este trabalho. Compreende-se que a boa
gestão financeira é a responsável pelo sucesso das empresas, pois decisões tomadas
erroneamente, com base em indicadores calculados de maneira errada ou mesmo, sem a
análise de demonstrativos e relatórios, podem responder pela ruína de um e-commerce.
Portanto, a contabilidade gerencial com base nos documentos fiscais, fornece para a empresa
dados fidedignos sobre a saúde financeira.
Sendo assim, o presente estudo, está organizado em capítulos, sendo esta introdução o
primeiro deles. No segundo capítulo será abordado o referencial teórico, e, no terceiro a
metodologia a ser utilizada. No quarto capítulo será discutido os resultados encontrados e no
quinto, as considerações finais.

10
2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo traz o referencial teórico sobre os temas abordados na pesquisa, servindo
como base para aplicação prática da mesma. Inicialmente, são apresentados conceitos sobre e-
commerce e a contabilidade para esse modelo de negócio. Também aborda-se a finalidade da
contabilidade gerencial para o e-commerce, além dos objetivos. Busca-se relatar também
sobre a gestão financeira e sua relevância para o comércio eletrônico, além de indicadores
financeiros e econômicos de uma empresa.

2.1 E-COMMERCE

Em virtude de o mundo virtual estar cada vez mais presente no cotidiano das pessoas,
as empresas buscam fazer uso dessa tecnologia para atingir um número cada vez maior de
consumidores e por isso, estão investindo fortemente no comércio eletrônico (SANTOS;
MIRANDA, 2015). O varejo online ou comércio eletrônico, vai muito além de somente
vender produtos para um consumidor final por meio das lojas virtuais. Conforme relata
Almeida (2014), o comércio eletrônico abrange diversas transações que envolvem produtos,
serviços, dinheiro, informações, entre outros.
Em um levantamento histórico, Machado Junior, Reis e Cunha (2016), comentam que
o comércio via web iniciou-se nos anos 90, cujo período era promissor para a criação de
websites. Nesse período, havia muito capital a ser investido, e as promessas de sucesso para
quem optasse por esse novo modelo de comércio eram auspiciosas. As empresas que
resistiram, após anos conturbados na década de 2000, investiram nas suas operações online
como forma de se diferenciar no mercado. Assim, surgiram as estratégias de e-marketing, que
representa o marketing planejado e elaborado essencialmente para atender ao e-commerce.
Nesse sentido, compreende-se que no comércio eletrônico envolve toda a cadeia de
valor dentro de um cenário eletrônico (ALMEIDA, 2014). Também denominado de e-
commerce, conforme o autor, em seu ambiente além de um fornecedor e um consumidor,
11
existem parceiros e intermediários que estão envolvidos na transação, o que torna o comércio
eletrônico um serviço abrangente.
Para os varejistas, o advento do comércio eletrônico proporcionou novas estruturas
para a comercialização dos seus produtos e serviços e para os consumidores, facilidade e
comodidade em pesquisar preços, comparar produtos e flexibilidade nas compras à distância
(HOR-MEYL, et al, 2012). Contudo, os autores salientam que apesar de promissor, há um
número elevado de reclamações dos consumidores quanto às compras online o que também,
traz consequências para as empresas.
Conforme ressalva Almeida (2014, p. 2):

O ambiente de vendas pela internet ainda que vasto e repleto de oportunidades, pode
apresentar-se hostil ou destinado ao fracasso se mal planejado e administrado. Uma
vez que, qualquer loja pode estar a alguns cliques de distância das concorrentes e o
consumidor não satisfeito tem o poder de atingir milhares de pessoas com uma má
impressão inicial.

Apesar de um cenário muito promissor, o que se observa na prática são empresas


praticantes do varejo online com baixos resultados econômicos (SANTOS; MIRANDA,
2015). Muitas dificuldades que podem ser premissas para a ocorrência de baixos resultados
para o e-commerce, podem estar relacionados à aspectos como logística de entrega ou
conectividade com a plataforma da empresa.
De acordo com o Ebit (2019), em seu relatório que divulga dados sobre o comércio
eletrônico brasileiro, o Brasil já se encontra no penúltimo nível de consumo: o de bens não-
duráveis. Segundo a rota global do e-commerce, como é denominada pela Ebit (2019), os
níveis envolvem os produtos de categorias de Entretenimento, Turismo/Serviço, Bens
Duráveis, Bens Não-Duráveis e Perecíveis. Os três primeiros níveis são os mais
representativos, tanto em volume de vendas quanto na quantidade de empresas que atuam. No
entanto, ainda há campo para crescimento no Brasil, principalmente no nível de alimentos
perecíveis.
A nível mundial, o e-commerce cresceu em 2018, 24 %, liderados por Ásia e Pacífico,
apresentando um valor na casa de 2,9 bilhões de dólares em vendas. Nesses parâmetros, as
vendas online apresentam consideravelmente, um crescimento superior aos das vendas
tradicionais, evidenciando que a América Latina possui grandes oportunidades para
crescimento, conforme demonstra a Figura 1.

12
Figura 1 – E-commerce no mundo.

Fonte: Ebit (2019, p. 8).

Analisando a Figura 1, observa-se que somente 2,7% das vendas ocorridas são pela
plataforma digital, evidenciando um vasto campo a ser explorado ainda pelas empresas.
Conforme ressalta o Ebit (2019), entre os países da América Latina, o Brasil é o pais mais
desenvolvido no e-commerce, cujas vendas online tem a importância de 4,3%, no total das
vendas realizadas.
Contudo, Gomes e Reis (2016) citam também que existem algumas desvantagens,
como a demora para a criação da estratégia, que muitas vezes se resume à criação e Fan
Pages, onde os usuários devem curtir e seguir a página. Essa atividade consome muita
determinação e trabalho por parte dos profissionais que estão administrando. Apesar de
trabalhosa, a comunicação pelo e-marketing pode trazer mais benefícios para a empresa do
que atrapalhar suas ações.
É preciso que a mesma tenha um suporte estruturado para a comunicação exigida por
essa ferramenta. Apesar disso, observando a crescente utilização das mídias digitais, esse é
um nicho a ser explorado e considerado pelas empresas que buscam um relacionamento mais
próximo ao cliente.
Outro problema encontrado pelas empresas digitais é a comunicação com o cliente,
que se não for realizada, não resultará nos retornos em vendas esperados, o que por sua vez,
pode ser um dos motivos do baixo rendimento do setor. Com a competitividade das empresas
chegando ao nível global, a realidade digital fez com que as empresas se desenvolvessem
13
estratégias voltadas ao marketing digital (ABRANTES, 2015). Conforme relaciona Abrantes
(2015), as novas tecnologias chegaram para mudar e melhorar o comportamento humano, e
sai na frente na competitividade do mercado aquela que conhecer e se adaptar a essa nova
tendência. Com a Internet, as empresas podem realizar o monitoramento das suas campanhas
publicitárias, os acessos e origem do público interessado, favorecendo o mapeamento do
público alvo.
Contudo, a internet traz uma excessiva gama de informações, disponibilizadas ao
mesmo tempo e para os mesmos públicos, dificultando a escolha dos consumidores por uma
opção entre todas as demais. Nesse cenário, vence a empresa que também investir melhor o
seu mix de marketing. Quanto maior e mais especifica for a divulgação de um produto na
internet, mais segura é a escolha do consumidor (ABRANTES, 2015). Para Costa et al (2016),
o marketing digital refere-se ao marketing praticando em ambientes digitais, basicamente
focado no consumidor. Torres (2009, apud Costa et al, 2016, p. 341), pontua sobre a relação
existente entre o marketing tradicional e o digital, conforme exposto no Quadro 1.

Quadro 1 – Marketing e a Internet


Estratégia de Estratégia de Ações táticas e Tecnologias e
marketing marketing digital operacionais plataformas
Comunicação Marketing de conteúdo Geração de conteúdo; Blogs
corporativa Marketing de busca SEO/SEM
Relações Públicas
Marketing de Marketing nas mídias Ações em redes sociais; Twitter, Facebook,
relacionamento sociais Ações com blogueiros YouTube, LinkedIn.
Marketing direto E-mail marketing Newsletter, Promoções; E-mail; SMS
Lançamentos
Publicidade e Marketing viral Postagem de vídeos, Redes sociais
Propaganda Marketing animações, música, YouTube
de Guerrilha publicações widgets. Widgets virais
Publicidade e Publicidade online Banners, Podcast e Sites, blogs, Mídias
propaganda; Branding videocast, Widgets e sociais; Google
Jogos online. AdWords
Pesquisa de mercado; Pesquisa online Buscas e clipping; Google; Redes sociais;
Branding Monitoramento de marca, Clipping
Monitoramento de mídias
Fonte: Torres (2009, apud Costa et al, 2016, p. 341).

Observa-se que as estratégias de marketing digital não diferem dos objetivos das
estratégias de marketing tradicional, conforme observado no Quadro 1. No entanto, o que se
observa na literatura é que as estratégias de marketing +digital, tem se mostrado eficaz em
muitas empresas. Para Santos e Oliveira (2016), o marketing digital não trata somente de uma
ou outra ação de publicidade, mas sim de um conjunto coerente e eficaz de ferramentas sendo

14
algumas o website, e-commerce, e-mail marketing, banner, links patrocinados, redes sociais,
entre outras.
Para Abrantes (2015), o marketing online traz como algumas vantagens a
conveniência pelo acesso a qualquer hora do dia e em qualquer lugar; a informação em grande
quantidade sobre qualquer coisa, disponível à todos os consumidores; a facilidade de pesquisa
e ausência de contato com vendedores, nem pressões emocionais. Portanto, o autor define que
o marketing digital está moldado para uma nova relação com o cliente, cujo foco é a
velocidade e a qualidade da informação. Observa-se que:

Com os meios digitais, o consumidor passou a assistir apenas aos anúncios das
marcas que gosta ao contrário do que acontece na televisão onde a publicidade é
imposta nos intervalos. Assim, os marketers viram o seu trabalho dificultado na
tentativa de atrair os seus potenciais clientes para os seus anúncios na internet. O
marketing teve de se adaptar ao novo comportamento do consumidor que viu o seu
quotidiano invadido pelas novas tecnologias. Pode dizer-se que o poder do
consumidor foi intensificado, se antes só comprava os produtos que queria, agora
também só consome a publicidade que quer. É o consumidor que inicia o processo
de comunicação (ABRANTES, 2015, p. 12).

Compreende-se também, que a internet quebrou as barreiras geográficas, e atualmente,


consumidores do mundo todo podem estar atentos ao produto de uma empresa, sem que a
mesma necessite de lojas físicas em cada um dos continentes. Muitos dos consumidores que
antes não eram atingidos por campanhas publicitárias, devido á custos elevado ou por serem
pouco representativos para as empresas, atualmente também são considerados importantes,
pois a distância já não é mais um fator inibidor para o marketing (ABRANTES, 2015).
Contudo, o autor menciona que se observa o fato das empresas ainda não estarem
aptas a lidar com a participação ativa das pessoas visto que não estão estruturadas para possuir
uma comunicação integrada e atender essas pessoas com respostas rápidas (ABRANTES,
2015). Vale ressaltar ainda que no caso do Brasil, existe uma particularidade em relação à sua
extensão territorial, que interfere de forma direta no custo das entregas dos produtos e
dificultando também a logística de bens perecíveis. Há ainda, diferenças entre os impostos e
tributações, diferenças culturais e comportamento do consumidor, que demandam grandes
esforços para a expansão do e-commerce brasileiro. Consequentemente, traz também grandes
desafios para a contabilidade.

15
2.2 Contabilidade para e-commerce

A contabilidade pode ser considerada como uma ferramenta gerencial, cuja


informações geradas proporcionam a possibilidade de planejar, controlar e realizar a tomada
de decisão. Conforme Crepaldi (2006), por meio das informações geradas pela contabilidade,
a empresa tem a capacidade de acompanhar a evolução do setor, especialmente no que
abrange o controle de custos, diversificação de culturas e comparação de resultados.
A contabilidade utiliza-se de relatórios contábeis para gerar informações para as
empresas da situação econômico-financeira das mesmas, denominadas também de
demonstrações contábeis (ANASTÁCIO, 2004). De acordo com Anastácio (2004),
demonstrações contábeis são compreendidas na literatura como relatórios elaborados com
base em livros, registros, e documentos que compõe o sistema contábil.
A forma de estruturação contábil é de grande importância para que as informações
sejam transmitidas adequadamente. Com toda a movimentação que ocorre nas empresas, faz-
se necessário a utilização de instrumentos que possibilite uma abordagem das informações
contábeis. As demonstrações são ferramentas que transmitem a informação de um modo mais
resumido e simplificado, sem deixar de passar qualquer dado que se diz importante
(ANASTÁCIO, 2004).
É relevante que as demonstrações sejam apresentadas adequadamente de acordo com a
legislação, seja em empresas tradicionais ou e-commerce, com informações complementares
de itens importantes, permitindo maior transparência das administrações (ANASTÁCIO,
20114). É por meio desses dados que se verificam todas as informações da gestão econômica,
financeira e administrativa. Por isso devem ser realizadas atendendo aos Princípios
Fundamentais da Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade (ANASTÁCIO,
2004).
As análises dos relatórios são de extrema importância para investidores. A iniciativa
de investimentos na empresa A ou B, principalmente relacionada à compra de ações, resultam
da análise criteriosa dos interessados, nos resultados financeiros de empresas, como o caso
das Sociedades Anônimas, que comercializam seus papéis da Bolsa de Valores (IUDÍCIBUS,
1995).
A análise de balanço, por exemplo, é de extrema importância para uma empresa que
pretende evoluir, principalmente no meio eletrônico, pois através dela podem-se obter
informações importantes sobre sua condição econômica e financeira (SANTOS; MIRANDA,
16
2015). Com base nas análises são tiradas conclusões de dados relevantes como se a empresa
analisada em um determinado momento merece crédito ou não, se a mesma tem condições de
pagar suas obrigações, e se está sendo bem administrada.
Nesse sentido, os dados colhidos pela contabilidade podem ser demonstrados em
relatórios, originados de sistemas contábeis. Sua função é informar aos interessados os fatos
geradores da situação financeira da empresa (CARMO; LIMA; OTERO, 2012). Para um bom
trabalho do analista devem ser adotados vários instrumentos de análise, visando à
interpretação e formulação de conclusões relativas aos diversos aspectos que envolvem a
situação geral da empresa.
Sendo assim, compreende-se que a contabilidade, no caso de um e-commerce, não se
aplica somente para o registro e controle dos fatos contábeis, pois isto é responsabilidade da
Escrituração. As funções da contabilidade vão além do registro, evidenciando causas e
consequências de fatos contábeis e buscando formar interpretações dos fenômenos (SANTOS;
MIRANDA, 2015).
É necessário que as demonstrações sejam apresentadas adequadamente de acordo com
a legislação, com informações complementares de itens relevantes permitindo maior
transparência das administrações. É por meio desses dados, que se verificam todas as
informações da gestão econômica, financeira e administrativa (SANTOS; MIRANDA, 2015).
No estudo realizado por Santos e Miranda (2015), que analisou indicadores de liquidez,
estrutura, capita de giro, rentabilidade entre outros, de um e-commerce, ficou demonstrado
que havia problemas em relação ao endividamento e despesas operacionais, que eram
elevados, além de uma má gestão identificada nas operações da empresa. Por ser um ramo de
negócios recente, entende-se que as empresas atuantes nesse segmento ainda não se
adaptaram às peculiaridades do comércio elétrico. Isso evidencia que há uma necessidade
maior de gerir a contabilidade de um e-commerce.

2.3 Objetivos e finalidade da contabilidade gerencial

A evolução das atividades econômicas nos últimos anos, conforme comenta Koliver
(2005), desencadeou um aumento da concorrência e da competitividade, fazendo com que as
empresas se adaptassem ás novas tendências quanto à qualidade das informações gerenciais
para subsídio à tomada de decisões. Segundo o autor, “as atividades de controle, notadamente

17
no âmbito interno, mas também no quadrante externo, passaram a integrar o vocabulário
corrente de pessoas ligadas à gestão de empreendimentos” (KOLIVER, 2005, p. 10).
Considerando o exposto por Bruni e Gomes (2010), devido ao processo de fusão
ocorrido com muitas empresas, que proliferaram durante a Revolução Industrial, foram
requisitados por parte de seus acionistas e gestores um controle central. Assim, a sempre
crescente necessidade de informações por parte das empresas, atribui aos sistemas de controle
a atividade de zelar pela eficácia e eficiência organizacional, assegurando a sua continuidade
e otimização dos seus resultados.
Presume-se que a necessidade de manter controles internos eficazes para uma boa
gestão financeira, está diretamente relacionada com a contabilidade gerencial. Em outras
palavras, pode-se compreender que a gestão financeira emprega ferramentas comuns á
contabilidade como análise de balanços, relatórios, custos, de maneira a auxiliar os gestores
nos processos de tomada de decisões gerencias (BRUNI; GOMES, 2010).
Isso também é demonstrado por Bruni e Gomes (2010), onde os autores comentam que
o uso da contabilidade auxilia a gerência na administração do negócio. O autor admite que a
contabilidade gerencial, é empregada para elaborar relatórios conforme a necessidade dos
administradores, utilizando basicamente dados advindos dos relatórios de contabilidade
financeira. Por isso, Sell apud Bruni e Gomes (2010) apresenta uma comparação entre a
contabilidade tradicional, nesse caso a financeira e, a contabilidade gerencial, representada
pela controladoria. A Figura 2 expõe essa comparação.

Figura 2 - Diferenças entre contabilidade financeira e gerencial

Fonte: Sell apud Bruni e Gomes (2010, p. 18).

18
Conforme nota-se na Figura 2, a contabilidade gerencial utiliza além das informações
originárias da contabilidade financeira, várias outras advindas de outros ramos da
administração, para proporcionar o maior número de informações contábeis possíveis aos
gestores. No entanto, admite-se o comentado por Beuren (2002), de que a contabilidade
mediante seus processos surgiu como complemento ao sistema de informações utilizado
anteriormente pelas empresas para suprir o controle gerencial.
Segundo Iudícibus et al. (2010) o objetivo da contabilidade é a prevalência da essência
sobre a forma, deste modo, fornecer a seus usuários em geral o máximo de informação sobre
o patrimônio de uma entidade e suas mutações, obtendo maior transparência e menores riscos
nas decisões. Já para Crepaldi (2013) o patrimônio de uma entidade é considerado o objeto da
contabilidade, visto que há a necessidade de mensurar esse patrimônio. Essa necessidade
surge pelo fato de que as pessoas, entidades e empresas realizarem muitas transações, com
isso se torna necessário um maior controle.
Conforme a estrutura conceitual, o objetivo da elaboração e divulgação de relatórios
contábil é auxiliar os usuários das demonstrações contábeis na interpretação de informações
nelas contidas, elaboradas em conformidade com as normas, interpretações e comunicados
técnicos e assim proporcionar aos interessados informações sobre o enfoque adotado na
formulação das normas, das interpretações e dos comunicados técnicos (RESOLUÇÃO CFC
N.º 1.374/11).
Deste modo, a importância da contabilidade vai além de registrar e gerar informações
sobre as alterações do patrimônio, mas é essencial para o controle do processo de gestão, para
o planejamento das ações para o futuro com o intuito de atingir os objetivos e se manter em
atividade no mercado atual, que é considerado concorrido e exigente nos dias atuais.
A finalidade da contabilidade, segundo Crepaldi (2013), é que é um dos principais
meios de controle e informação das entidades. Através da análise do balanço patrimonial e da
demonstração do resultado do exercício, é possível verificar a situação da empresa, através da
análise da estrutura, de evolução, de solvência, de garantia de capitais próprios e de terceiros e
de retorno de investimentos.

2.4 Gestão e planejamento financeiro

A gestão financeira de uma empresa, representa todos os procedimentos e métodos


que tem por objetivo garantir a manutenção dos ativos, fornecer informações para a
19
Contabilidade e auxiliar o processo de tomada de decisão e gestão (BORDIN; SARAIVA,
2005). Para os autores, o controle interno não é propriamente um sistema complexo de rotinas
burocráticas que precise ser implementado na empresa conforme suas especificações iniciais.
Segundo eles, dependerá de cada administrador determinar a melhor maneira de utilizar os
sistemas de informação para o controle gerencial, os quais devem ser favoráveis para a
empresa, buscando atender suas necessidades e particularidades.
Corroborando com os autores supracitados, Araújo e Luca (2006) salientam que o
sistema de controle interno é composto pelo ambiente de controle, a análise de riscos, ás
atividades de controle, informação e comunicação e o contínuo monitoramento das operações.
Tais elementos objetivam a proteção dos ativos da empresa, a verificação da exatidão e a
fidedignidade das informações contábeis, a promoção da eficiência operacional e total adesão
de todos os setores com as políticas de administração da empresa.
Sob esta premissa, o processo de identificar, analisar e gerir os riscos operacionais é
um fator crítico para a gestão financeira. Segundo Araújo e Luca (2006), a importância em
manter uma gestão financeira está em identificar as mudanças do ambiente para que os
gestores tenham a possibilidade de tomar decisões assertivas referentes à essas mudanças.
Contudo, para que seja possível uma gestão financeira eficaz, deve-se dispor de um
conjunto de relatórios, que são gerados conforme expõe Stair e Reynolds (2006), em uma rede
de processamento que inclui vários subsistemas, sendo um deles o contábil. Conforme os
autores, um sistema contábil pode integrar muitas informações, principalmente as
relacionadas aos gastos e receitas da empresa, oriundas de fontes internas e externas,
possibilitando a realização de transações contábeis como análise e controle de custos,
auditoria, gerenciamento de impostos, entre outros (STAIR; REYNOLDS, 2006). Um sistema
de informações contábeis deve suprir as necessidades informativas de seus usuários, a fim de
possibilitar melhores resultados, mediante a obtenção de informações significativas e
relevantes para análise do que a empresa realiza.
Em outro conceito, o sistema de informação contábil tem por objetivo o fornecimento
de informações para a gestão financeira da empresa, baseadas em dados de origem segura,
proporcionando confiabilidade e exatidão nos relatórios (ÍUDÍCIBUS, 1995). Segundo
Iudícibus (1995), o sistema de informações contábeis passa pelas fases de coleta de dados,
ajustes e saídas do sistema. Esta última fase é de particular interesse para os objetivos do
presente estudo.

20
As saídas do sistema contábil podem ser classificadas conforme Iudícibus (1995) em
quatro categorias:
a) Relatórios sobre a posição financeira em determinado momento, como exemplo, o
Balanço Patrimonial;
b) Relatórios sobre mudanças (Fluxos) durante determinado período, como
Demonstrativo de Fluxos de caixa, Demonstração de Resultados, Demonstração de
Fontes e Usos de Capital de Giro Líquido, Demonstrações de Fluxos de Caixa;
c) Dados para planejamento e controle de lucro, principalmente dados e relatórios de
lançamento, de experiência real em comparação com previsões de orçamento;
d) Dados para estudos especiais que podem ser necessários a decisões relativas a
investimentos de capital, combinação de produtos etc.
Os usuários das informações contábeis fazem o uso das demonstrações para uma
melhor análise da situação econômico financeira das empresas. A gestão financeira de um e-
commerce é a mesma de qualquer empresa, apesar de possuir um local físico, o e-commerce
se equipara às empresas em geral na contabilidade.
Sabe-se que a preocupação dos gestores está relacionada basicamente com a geração
de valor aos acionistas ou proprietários da empresa. Nesse sentido, uma gestão que se
estrutura na geração de valor, tem como objetivo principal maximizar a riqueza dos acionistas
ou proprietários. O sucesso de uma empresa é medido pela sua capacidade de gerar riquezas,
dentro de um determinado espaço de tempo (SILVA, 2005). Por isso, compreende-se a
relevância das demonstrações contábeis como fonte agregadora de valor no curto e no longo
prazo, visando sempre a continuidade da empresa, a sua capacidade de competir, ajustando-se
aos mercados e gerar riquezas.
A busca pela criação de valor está relacionada ás decisões gerenciais e estratégias de
avaliação econômico-financeiras. Assim, entende-se que as demonstrações contábeis
fornecem o apoio necessário para a tomada de decisões, o que por sua vez, está estreitamente
relacionada com a contabilidade gerencial. Conforme salienta Silva (2005), a criação de valor
envolve o desenvolvimento de práticas que devem ser disseminadas e praticadas em todo o
ambiente da empresa, nos processos operacionais, na gestão de pessoas e consequentemente,
na satisfação dos clientes internos e externos. Para o autor, o controle dessas práticas, as quais
devem ser transformadas em informações gerenciais, serve para posteriormente serem
utilizadas pelos gestores.

21
Na visão de Cunha, Araújo e Lima (2003), a análise de demonstrações contábeis
abrange desde as estratégias até a definição de indicadores de desempenho, considerando a
maximização do valor como meta financeira da empresa. Por isso, nesse processo, é
indispensável identificar as variáveis que exercem impacto na organização, denominadas de
direcionadores de valor. Destaca-se, que a empresa jamais poderá atuar diretamente sobre a
maximização do seu valor, podendo somente agir sobre aquilo que pode vir a influenciar o
valor, os aspectos críticos apontados pela análise das demonstrações.

2.4.1 A importância da Contabilidade Gerencial para o e-commerce

Para que as empresas obtenham sucesso, deve-se saber administrar os pontos críticos
que se apresentam ao negócio. Conforme esclarecem Casali e Treter (2015), o ponto mais
crítico de uma empresa é o setor financeiro. Sem a disponibilidade de capital, seja no curto ou
no longo prazo, nenhuma empresa, seja ela comercial, industrial, empresa rural, entre outras,
consegue honrar seus compromissos. A organização e o planejamento do setor financeiro da
empresa representam a sua gestão financeira (CASALI; TRETER, 2015).
O planejamento financeiro, alinhado com as estratégias do negócio facilitam aos
gestores as tomadas de decisões, facilitando o alcance dos objetivos. Fazer com que o capital
necessário esteja disponível no momento certo é tarefa do gestor financeiro. Conforme
destaca Maximiano (2009), a boa administração é essencial para a organização, desde o início
das atividades, isso porque todas as decisões devem passar por análises financeiras que
deixem clara a sua viabilidade, para que então possam ser tomadas as decisões pelo gestor.
Reiterando, Casali e Treter (2015), relatam que quando se aborda sobre gestão de
empresas, independentemente do tamanho, forma e faturamento, entende-se que seus
administradores precisam utilizar-se de ferramentas que facilitem a identificação e
mensuração dos resultados operacionais. Sendo assim, por gestão financeira compreende-se o
ato de conduzir a obtenção de resultados satisfatórios mediante os objetivos organizacionais
propostos (OLIVEIRA, et al, 2003). Assim, para que os objetivos sejam alcançados, alguns
instrumentos podem ser empregados pelos gestores como planejamento, orçamento, fluxo de
caixa, entre outros.
Segundo Vieira, Winck e Filipin (2014), para que empresas tenham bons resultados,
elas não devem considerar somente o valor de venda dos produtos, visto que os preços
22
obedecem a diversos aspectos de fora da empresa, como cotações de mercado, dólar, ações,
entre outros indicadores econômicos. Assim, a empresa precisa acompanhar o desempenho
entre o preço estabelecido e os custos apurados na produção, pois a obtenção de lucro tornar-
se-á mais fácil mediante bons processos de gestão financeira.
É notável que em qualquer atividade, a avaliação de custos é algo indispensável, que
pode ser transformado em custo unitário quando dividido pela produtividade (VIEIRA;
WINCK; FILIPIN, 2014). A gestão financeira nesses casos proporciona a identificação dos
gastos com a produção, para utilizar tais dados nas classificações, análises, mensurações e
controles subsequentes, transformando esses dados em relevantes instrumentos de gestão e
tomada de decisão (VIEIRA; WINCK; FILIPIN, 2014).
As análises dos relatórios e demonstrações contábeis provenientes de uma boa gestão
financeira são de extrema importância para investidores. A iniciativa de investimentos na
empresa A ou B, principalmente relacionada à compra de ações, resultam da análise criteriosa
dos interessados, nos resultados financeiros de empresas, como o caso das Sociedades
Anônimas, que comercializam seus papéis da Bolsa de Valores (IUDÍCIBUS, 1995).
Nesses casos compreende-se que a contabilidade pode ser considerada como uma
ferramenta gerencial. Através das informações geradas obtém-se a possibilidade de planejar,
controlar e realizar a tomada de decisão. Dessa forma, a contabilidade de custos também pode
desempenhar um papel importante como técnica gerencial, visto que fornece informações
para o planejamento, controle e tomada de decisão. Com isso, possibilitando a eficiência da
empresa.
Também importa salientar, que as demonstrações contábeis são elaboradas e
apresentadas para usuários externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e
necessidades diversas, como governos, órgãos reguladores ou autoridades tributárias, por
exemplo, podem determinar especificamente exigências para atender a seus próprios
interesses (RESOLUÇÃO CFC N.º 1.374/11). Mas as demonstrações também têm como
objetivo fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões econômicas e avaliações
por parte dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender finalidade ou necessidade
específica de determinados grupos de usuários. (RESOLUÇÃO CFC N.º 1.374/11). Em
síntese, a contabilidade atua como uma ferramenta de gestão para as pessoas físicas, jurídicas
e de direito público nas mais distintas áreas, assim como para os e-commerce, além de registra
os fatos e atos que geram mudanças no patrimônio, fornecendo informações úteis através de
relatórios para os vários usuários dessas informações.

23
2.4.2 Indicadores financeiros e econômicos de uma empresa

As informações contábeis apresentam sinteticamente, os principais elementos que


evidenciam a situação patrimonial da empresa. Justamente por assim se apresentarem, tais
informações necessitam de tratamentos para serem utilizadas de forma gerencial. Tais
tratamentos correspondem a técnicas contábeis que visam transformar as demonstrações em
relatórios e dados suscetíveis de análises (ANASTÁCIO, 2004). Assim, analisar as
demonstrações contábeis refere-se à transformá-las em pequenas partes que possam ser
melhor compreendidas e interpretadas. Cabe comentar que a análise, somente deve ser
realizada considerando os seus elementos de forma conjunta e de forma comparativa.
A análise de balanço proporciona uma avaliação dos efeitos relacionados à situação
financeira da empresa, mediante a análise dos pontos fortes e fracos (MARION, 2005).
Conforme Marion (2005), a análise das demonstrações pode ser consideradas sob três
perspectivas: a primeira aborda a análise de indicadores como índices de liquidez,
endividamento ou rentabilidade; a segunda, além dos índices anteriores, são analisados outros
indicadores que demonstram a situação econômica e financeira da empresa, como o
demonstrativo do fluxo de caixa; a terceira traduz vários indicadores que complementam a
análise das demonstrações contábeis.
Há um modelo de processo para ser utilizado na tomada de decisão com base na
análise das demonstrações contábeis, como exemplo, o Balanço Patrimonial. O modelo é
apresentado na Figura 3.

Figura 3 - Processo para a tomada de decisão

Fonte: Matarazzo (2003, p. 19).

24
Seja qual for o modelo utilizado, ele compreende quatro fases conforme demonstra
Matarazzo (2003) na Figura 3. A primeira evolve a escolha de indicadores, a segunda é a
comparação com resultados ou padrões existentes, para então, a partir das fases seguintes, ser
possível a elaboração de conclusões acerca dos resultados. A abrangência das análises
depende das informações desejadas para a tomada de decisão. São empregados índices de
liquidez, análise vertical e o horizontal, entre outras.
Para Poli e Schvirck (2010), as análises horizontal e vertical proporcionam a obtenção
de variações patrimoniais em diferentes períodos e grupos. Na análise vertical, verifica-se a
composição de um grupo de elementos em relação à sua totalidade na demonstração contábil.
Já, a análise horizontal demonstra a variação de uma conta em períodos de tempo, analisando-
se tendências de crescimento ou declínio (POLI; SCHVIRCK, 2010).
Na análise horizontal, pode-se verificar o comportamento das contas patrimoniais,
auxiliando na tomada de decisão. Quando analisados de forma conjunta, é possível verificar
variações de forma mais completa, identificando pontos fortes e fracos. Contudo, necessita do
apoio de outros indicadores para que as decisões sejam mais assertivas (POLI; SCVIRCK,
2010). Conforme reitera Matarazzo (2003, p. 249):

A análise através de Índices Financeiros é genérica; relaciona grandes itens das


demonstrações financeiras e permite dar uma avaliação à empresa. A análise
Vertical/Horizontal desce a um nível de detalhes que não permite essa visão ampla
da empresa, mas possibilita localizar pontos específicos de falhas, problemas e
características da empresa e explicar os motivos de a empresa estar em determinada
situação.

Considerando a citação do autor, compreende-se que analisar resultados com base em


indicadores é uma ferramenta relevante dentro das possibilidades oportunizadas pela
contabilidade, visto que agiliza a análise dos demonstrativos além do olhar somente técnico
da organização dos custos em contas respectivas, mas verificando oscilações entre elas em
períodos de tempo definidos e assim, identificar possíveis problemas.
Dentre os índices que podem ser empregados estão os de Liquidez, de Estrutura de
Capitais e de Lucratividade e Desempenho (MATARAZZO, 2003). Os indicadores de
Liquidez, conforme Matarazzo (2003), envolve a relação entre as contas do ativo circulante e
do Passivo, possibilitando evidenciar o quanto a empresa está comprometida financeiramente
com suas dívidas. Entre eles menciona-se os índices de liquidez corrente, liquidez geral,
imediata e liquidez seca. Com o cálculo desses indicadores, é possível apontar se a empresa
tem capacidade de gerar lucro mediante boa aplicação do seu capital.

25
As análises utilizando índices é a forma mais comumente utilizada para análise
econômico-financeira da empresa. Dentre os índices estão os de Liquidez, Endividamento,
Lucratividade e Retorno sobre o Patrimônio Líquido. Os índices de Liquidez Corrente, por
exemplo, demonstram o montante em dinheiro, bens e direitos realizáveis à curto prazo, em
relação às obrigações a serem pagas. Assim, quanto maior for o índice de liquidez corrente,
maior é a capacidade da empresa em honrar suas dívidas no curto prazo (ASSAF NETO,
2006).
A fórmula para o cálculo do Índice de Liquidez Corrente é apresentada abaixo
conforme a Tabela 1:

Tabela 1 – Índices de Liquidez


Fórmula
Liq. Corr. = Ativo C. / Passivo C.
Fonte: Assaf Neto (2006)

Há também o índice de Liquidez Seca, que indica o quanto a empresa possui de


disponibilidades, conforme a liquidez corrente, excluindo-se os estoques, conforme
demonstrado na tabela 2. No mesmo raciocínio dos índices de liquidez geral e corrente,
quanto maior melhor (SILVA, 2005).

Tabela 2 – Índices de Liquidez Seca


Fórmula
Liq. Seca = (Ativo C – Estoques) / Pass. C.
Fonte: Silva (2005)

No índice de Liquidez Imediata, considera somente o caixa, saldos bancários e


aplicações de liquidez imediata, para quitar as obrigações. Analisa a situação a curto prazo da
empresa (MARION, 2005). É calculado pela fórmula exposta na Tabela 3.

Tabela 3 – Índices de Liquidez Imediata


Fórmula
Liq. Imediata = Disponível / Pass. C.
Fonte: Marion (2005)

26
Outro índice de liquidez comumente calculado, é a Liquidez Geral, a qual demonstra a
saúde financeira da empresa a curto e longo prazo, indicando quanto a empresa possui de
Ativo Circulante e de Realizável a Longo Prazo para assumir todos os compromissos (ASSAF
NETO, 2006). Para cálculo desse índice, utiliza-se a fórmula da Tabela 4.

Tabela 4 – Índices de Liquidez Geral


Fórmula
Liq. Geral = A.C. + Realizável /
P.C. + Não P.C.
Fonte: Assaf Neto (2006)

Para corroborar com as análises dos índices de liquidez, tem-se a lucratividade, que
segundo Bruni (2014), não deve ser analisada individualmente, mas sim, considerando outros
índices como volume de vendas e investimento realizado. No entanto, a Lucratividade
considera o volume de vendas líquidas e o valor das saídas líquidas de caixa, ou seja,
demonstra o retorno obtido por casa unidade monetária investida, respeitando a fórmula da
Tabela 5.

Tabela 5 – Índices de Lucratividade


Fórmula
Lucratividade = Lucro Líquido
Receita Total x 100
Fonte: Bruni (2014)

Quanto à análise de endividamento, o índice empregado, Endividamento Geral, mede


o percentual de endividamento da empresa junto aos credores, assim, quanto maior o índice,
mais é o grau de dependência da empresa ao capital de terceiros. Para Gitman (1997, p. 117),
“(...) mede a proporção dos ativos totais da empresa financiada pelos credores”. Na Tabela 6,
está a fórmula para o cálculo do Endividamento Geral.

Tabela 6 – Índices de Endividamento Geral


Fórmula
27
E. Geral = (PC + PNC)/ P L x 100
Fonte: Gitman (1997)

Além de analisar os índices de Liquidez, Lucratividade e Endividamento, é relevante o


cálculo de índice de Retorno sobre o Patrimônio Líquido. Esse índice demonstra o quanto a
empresa remunera o seu investimento. Conforme Bruni (2014), o retorno é obtido pelo
resultado da equação entre Lucro Líquido e Patrimônio Líquido, conforme demonstrado na
Tabela 7.

Tabela 7 – Índice de Retorno sobre o Patrimônio Líquido


Fórmula
IRPL = (Lucro Líquido/Patrimônio Líquido) x 100
Fonte: Bruni (2014)

Já os índices de Estrutura de Capitais, de acordo com Poli e Scvirck (2010), analisa a


composição das fontes de financiamento da empresa, como o caso dos fundos aplicados em
ativos. Nesses casos, sejam oriundos dos proprietários ou de terceiros, ambos necessitam
informações quanto ao retorno desses investimentos. Para tal, analisa-se os índices que
verificam a imobilização do Patrimônio Líquido, Participação de capitais de Terceiros, e
composição do endividamento (POLI; SCVIRCK, 2010).
Matarazzo (2003), traz ainda a análise do Capital Circulante Líquido (CCL), que é
obtido pela diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante. Seu cálculo visa analisar
os recursos financeiros no curto prazo, ou seja, o quanto no curto prazo sobra, se a empresas
honrar todas as suas dívidas. Nesse caso, o CCL será positivo e a empresa encontra-se em
uma situação financeira confortável, salientando a existência de maiores recursos do que
dívidas. Inversamente a isso, compreende-se que a empresa encontra-se em situação de risco,
pois seu passivo é maior o que gera necessidade de recursos no curto prazo (MATARAZZO,
2003).
No estudo de Poli e Scvirck (2010), há ainda o índice de alavancagem financeira, o
qual analisa a viabilidade da realização de financiamentos com terceiros, analisando se o
emprego de recursos de terceiros ou de capitais próprios, é mais viável e rentável. A
rentabilidade seria o indicador que determina a análise da alavancagem financeira, ao apontar
o meio que gerará maiores lucros e consequentemente, possibilite os melhores retornos aos

28
proprietários ou investidores. Comenta-se que nem sempre índices considerados ruins indicam
que a empresa esteja à beira da insolvência (POLI; SCVIRCK, 2010)
Vale apontar o discutido por Franco (1992) quando leciona que a análise de aspectos
do patrimônio possibilita a decomposição dos componentes de cada conta e a comparação de
cada componente entre si e com o conjunto. Para o autor, os processos de análise devem
considerar: a decomposição dos componentes patrimoniais; a determinação da porcentagem
de cada conta ou do grupo de contas (análise vertical); estabelecer a relação dos componentes
de um mesmo conjunto (análise horizontal); e comparação entre outros componentes.
Assim, ao estabelecer a porcentagem de cada uma das contas, em relação ao grupo,
verifica-se a relação de cada uma com o patrimônio. Ao efetuar comparações, visualiza-se
com maior exatidão excessos em contas específicas, como o caso das despesas. Vale comentar
que a essência da análise de balanço é a comparação entre contas.
Para Silva e Andrade (2014), as comparações ocorrem nos valores de determinado
período em relação à períodos anteriores e ainda, a relação desses valores com outros. A
comparação favorece as análises pois quando uma conta é vista de forma individual, não se
pode verificar a relevância do mesmo e nem seu desempenho em um determinado período de
tempo.
No estudo de Anastácio (2004), pode-se verificar as finalidades da análise das
demonstrações contábeis, a citar o repasse de informações para a administração, a certeza do
cumprimento das metas, planejamentos, auxílio na tomada de decisões, entre outros. Como
resultado das análises, tem-se relatórios que facilitam a compreensão dos interessados, por
possuírem uma linguagem clara.
Outras vantagens na realização de análises do balanço está na avaliação da situação
líquida do patrimônio e a situação econômica financeira da empresa (ANASTÁCIO, 2004).
Quando o resultado do ativo é maior significa que a empresa está com um resultado positivo,
porém quando o resultado do passivo for maior, a empresa não se encontra em uma situação
favorável, pois as dividas estão a maior do que seus ganhos. Para a empresa é muito
importante conhecer a natureza de suas receitas e despesas, para que possa verificar o que
contribuiu para que a mesma chegue a determinado resultado (ANASTÁCIO, 2004).
As técnicas de análise de balanço possibilitam um grande número de informações
sobre a empresa. A análise através de índices, que possibilita chegar-se a uma avaliação
global da empresa analisada, o que é de extrema utilidade nas tomadas de decisões. A
principal função dos índices de balanço é fornecer avaliações genéticas sobre diferentes

29
aspectos da empresa em análise. Essa profundidade, porém, é alcançável através de outras
técnicas (ANASTÁCIO, 2004).
A análise de capital de giro, por meio dos cálculos dos índices de rotação ou prazos
médios, é possível construir um modelo de análise dos investimentos e financiamentos do
capital de giro, de grande utilidade gerencial, bem como a avaliação da capacidade de
administração do capital de giro por parte da empresa (BÄSCHTOLD, 2015). Outras
informações originam-se da análise interna, realizada dentro da empresa, para feedback à
gestores e auxílio na tomada de decisões. Por ser realizada pelos analistas da própria empresa,
não há dificuldades para a coleta e comparação dos dados, tendo inclusive acesso aos
controles internos. Por esse motivo a análise interna é considerada a mais completa
(BÄSCHTOLD, 2015).
A análise externa por sua vez, é realizada fora da entidade o objeto de análise, e tem
por finalidade informar aos interessados a cerca da situação econômica ou da estabilidade da
entidade para concretização de negócios, concessões de crédito e financiamentos. É efetuada
por profissional externo normalmente pertence às entidades interessadas no resultado da
análise (BÄSCHTOLD, 2015). Pode ser apresentada com base em índices.
A análise tem por finalidade, segundo Gomes et al (2015), gerar informações úteis
para tomadas de decisões partindo das demonstrações extraídas, sendo assim essa técnica
interpreta os demonstrativos financeiros de uma empresa. O processo de contabilidade e
respectivamente de demonstrações contábeis exige uma adequada gestão financeira que
análise, planeje e articule o controle financeiro de maneira correta, a partir de instrumentos
que permite obter relatórios e índices que se aproxime ao máximo dos fatores exercidos, tais
como saldo de caixa, patrimônio, estoques, contas a pagar a receber, enfim são essas e outras
que exigem a utilidade contábil e de análise de demonstrações.
Ao confrontar as informações supracitadas, entende-se que a análise de balanço, tem a
finalidade de informar, com base em dados contábeis da empresa, a sua real situação
econômica, evidenciando possíveis causas dos resultados identificados, por meio da
comparação de indicadores de forma temporal ou entre contas de um mesmo grupo. Portanto,
salientando o exposto por Iudícibus (1995), torna-se mais fácil utilizar números calculados
por indicadores e compará-los com valores já existentes ou padrões definidos, e então, sugerir
causas e efeitos.
Gomes et al (2015) complementam, mencionando que para se realizar a análise de
balanço, devem ser empregadas técnicas, além das já mencionadas, como análise vertical e

30
horizontal, análise de rotatividade e análise de fluxo de caixa e indicadores. Partindo-se das
considerações do autor, infere-se que a análise de balanço traduz uma visão da empresa em
uma perspectiva de passado, presente e futuro, compreendendo a sua evolução, sendo
relevante para todos as pessoas para as quais a empresa relaciona-se.
O cálculo por meio de índices favorece a análise econômico financeira da empresa, e
servirão como indicadores para o presente estudo. Os mesmos serão aplicados para analisar a
Liquidez, a Lucratividade, o Endividamento e o Retorno de um e-commerce.

31
3 METODOLOGIA

Neste capítulo será apresentado o procedimento metodológico adequado no sentido de


fornecer suporte para alcançar os objetivos desta pesquisa. Conforme Marconi e Lakatos
(2008), a metodologia é mais do que uma disciplina, significa introduzir o discente no mundo
dos procedimentos sistemáticos e racionais, base de formação tanto do estudioso quanto do
profissional, pois ambos atuam, além da prática, no mundo das ideias, até a prática nasce da
concepção sobre o que deve ser realizado e qualquer tomada de decisão fundamenta-se
naquilo que se afigura como o mais lógico, racional eficiente e eficaz.
Vale considerar o exposto por Gerhardt e Silveira (2009), a diferença entre
metodologia e métodos, sendo que a metodologia se preocupa com a validade do caminho
escolhido, para se chegar ao fim proposto pela pesquisa, deste modo, não deve ser confundida
com o conteúdo (teoria) nem com os procedimentos (métodos e técnicas). Portanto, a
metodologia vai além da descrição dos procedimentos, métodos e técnicas a serem utilizados
na pesquisa, mas indicam a escolha teórica realizada pelo pesquisador para abordar o objeto
de estudo.
O estudo ainda se caracterizou por ser descritivo, pois como afirma Gil (2007) tem
como principal objetivo a definição das características de determinado fenômeno ou
população. Portanto esse tipo de pesquisa pode envolver vários estudos e, uma de suas
principais características é o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados, um exemplo é a
observação sistemática e o questionário.
A pesquisa descritiva tem como finalidade observar, registrar e analisar os fenômenos,
assim define Triviños (1987, apud GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p. 35), “a pesquisa
descritiva exige do investigador uma série de informações sobre o que deseja pesquisar. Este
tipo de estudo pretende descrever os fatos e fenômenos de determinada realidade”. Nesse
sentido, a pesquisa foi descritiva ao discorrer sobre a contabilidade gerencial e sua aplicação
na gestão financeira de um e-commerce.
Quanto à abordagem do problema classificou-se a pesquisa como quali-quantitativa,
que conforme Diehl e Tatim (2004), utiliza a quantificação e cálculos para análise dos dados.
Assim, a pesquisa se caracteriza como quali-quantitativa pois buscou relatar e analisar como a
contabilidade gerencial pode auxiliar a gestão financeira do e-commerce e como ela é
utilizada pela empresa em estudo para a tomada de decisão gerencial. A pesquisa
caracterizou-se como quantitativa por calcular os indicadores de liquidez, endividamento,
lucratividade e retorno sobre o patrimônio líquido da empresa.
Tratou-se também de um estudo de caso, considerando o esclarecido por Yin (2005), o
qual considera como estudo de caso, pesquisas que visem responder questões do tipo “como”
e “por que”, pelo fato dessas questões trabalharem com ligações operacionais que necessitam
serem traçadas ao longo do tempo, ao oposto de serem encaradas como meras repetições ou
incidências.
Segundo o mesmo autor, essas questões para o estudo de caso incorrem sobre um
conjunto contemporâneo de acontecimentos, sobre o qual o pesquisador tem pouco ou
nenhum controle. A pesquisa de estudo de caso pode incluir tanto o estudo de caso único
quanto de casos múltiplos. Conforme Yin (2005), uma forte característica do estudo de caso
que o difere dos demais é a observação direta realizada pelo pesquisador dos acontecimentos
que estão sendo estudados, e por sua capacidade de trabalhar com uma ampla variedade de
evidências como documentos, artefatos, entrevistas e observações.
Sendo assim, o estudo envolveu uma empresa de e-commerce, situado na região Norte
do estado do Rio grande do Sul, do ramo de produtos alimentícios. A empresa existe desde
2016 e possui grande aceitação e relevância na região. A escolha da empresa se deu pela
disponibilidade da empresa em fornecer os documentos necessários para que fosse feita a
pesquisa e também pelo modelo de negócio da mesma, tratando-se de um e-commerce que é o
foco de estudo deste trabalho.
De acordo com Diehl e Tatim (2004) população ou universo é um conjunto de
elementos passíveis de serem mensurados com respeito as variáveis que se pretende levantar.
Sendo que a população pode ser constituída por pessoas, famílias, empresas, ou qualquer
outro tipo de elemento, conforme os objetivos da pesquisa, a pesquisa foi realizada em e-
commerce da região norte do estado do Rio Grande do Sul, sendo, portanto, um estudo de
caso.
O plano de coleta de dados, segundo Gil (2007p), é mais complexo do que o de outras
modalidades da pesquisa, isto por que, este modelo de pesquisa pode obter dados mediante
procedimentos diversos. Para o mesmo autor a coleta de dados do estudo de caso é mais
completa, pois se vale tanto de dados extraídos de pessoas, fontes primárias, quanto de dados
extraídos de papéis, fontes secundárias.
Diante disso, a coleta de dados foi realizada através da aplicação de dois questionários
(APÊNDICE A e B), sendo um deles para o proprietário da empresa e o outro, para o
contador responsável, aplicando, portanto, uma entrevista estruturada. A mesma corresponde

33
a um roteiro com perguntas específicas sobre o que se deseja investigar, buscando o maior
número de informações possíveis, mantendo a padronização (DIEHL; TATIM, 2004). Os
questionários foram enviados por e-mail e aplicados pelo diretor do e-commerce com data e
horário a serem definidos com os profissionais sujeitos do estudo, nas dependências do
escritório contábil, que dá suporte à empresa e-commerce.
Além disso, foi empregada a análise documental, a fim de extrair os dados das
demonstrações contábeis para cálculo dos indicadores. A etapa de análise dos dados é muito
importante, conforme Marconi e Lakatos (2008), análise ou explicação é a tentativa de
evidenciar as relações existentes entre o fenômeno estudado e outros fatores. Já a
interpretação, busca dar um significado mais amplo as respostas, procurando relacionar-se a
outros conhecimentos, representando o verdadeiro significado do estudo apresentado em
relação aos objetivos propostos ao tema.
Após os questionários serem aplicados, os mesmos serão analisados mediante análise
de conteúdo. Esta forma de análise segundo Bardin (2011) refere-se a um conjunto de técnicas
que buscam analisar a comunicação em uma mensagem, descrevendo o seu conteúdo e
comparando-o com indicadores que promovam a inferência de considerações acerca do tema
em estudo. Já os dados coletados pela pesquisa documental, que servirão para o cálculo dos
indicadores, utilizaram-se de cálculos matemáticos e foram expostos em Tabelas.

34
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Diante da coleta de dados concluída, passou-se a análise das respostas obtidas em cada
entrevista realizada e o cálculo dos indicadores. Buscando então, discorrer sobre a
contabilidade gerencial e sua relevância para o e-commerce e identificar como uma empresa
e-commerce utiliza as informações provenientes da contabilidade gerencial, analisou-se as
respostas coletadas com o empresário e com o contador responsável pela empresa.
A fim de apresentar os resultados, esse capítulo será dividido em subtítulos, sendo que
o primeiro tem por objetivo descrever as principais características do e-commerce com base
no depoimento do proprietário e do referencial pesquisado. No segundo subtítulo, apresenta-
se a caracterização da empresa estudada e no terceiro subtítulo, descreve-se como ocorre o e-
commerce na empresa analisada, considerando as opiniões do proprietário e do contador
responsável. Por fim, serão apresentados os indicadores econômicos e financeiros da empresa.

4.1 Desenvolvimento do e-commerce

O desenvolvimento de um e-commerce conforme verificado na literatura e confirmado


pelas respostas obtidas na entrevista com o proprietário, parte sempre de um estudo de
mercado e da identificação da necessidade das pessoas de um determinado local, pelo serviço
ou produto oferecido por ele. Conforme relatado pelo proprietário “estávamos em busca de
uma nova oportunidade de negócio, e como atuamos há anos na área de tecnologia de
software e internet, e vendo o crescimento de soluções web e comércio online, pensou-se em
uma loja virtual”.
Observa-se que o comércio eletrônico surgiu como um meio para atender a
necessidade de consumidores ocupados, que dispõem de tempo para irem até uma loja física,
ou preferem a comodidade de compras online. Conforme as considerações de Almeida (2014,
p. 2) “O ambiente de vendas pela internet ainda que vasto e repleto de oportunidades, pode
apresentar-se hostil ou destinado ao fracasso se mal planejado e administrado”.
Por ser algo novo, a maioria dos empreendedores que decidem iniciar o negócio
eletrônico, partem da identificação de uma oportunidade e dela aplicam as tecnologias
relacionadas ao comércio eletrônico na base da tentativa e erro, como ocorreu com a empresa
Shopsempre. Outro ponto que pode ser mencionado ao analisar as respostas obtidas, é o fato

35
dos proprietários de e-commerce não terem conhecimento anterior nesse tipo de negócios, o
que justifica também a falta de planejamento inicial. Em decorrência dessa inexperiência é
que muitas empresas acabam fracassando com o tempo.
A comunicação com o cliente é de extrema relevância nesse tipo de negócio.
Conforme justificam Santos e Oliveira (2016), o marketing digital não trata somente de uma
ou outra ação de publicidade, mas sim de um conjunto coerente e eficaz de ferramentas sendo
algumas o website, e-commerce, e-mail marketing, banner, links patrocinados, redes sociais,
entre outras. Considerando isso, compreende-se a importância do planejamento, do estudo de
mercado, da análise de indicadores de viabilidade, entre outros planejamentos antes da
execução de uma empresa online.
Além de uma oportunidade para novos empreendedores, para os varejistas já
consolidados no mercado, o advento do comércio eletrônico proporcionou novas estruturas
para a comercialização dos seus produtos e serviços e para os consumidores, facilidade e
comodidade em pesquisar preços, comparar produtos e flexibilidade nas compras à distância
(HOR-MEYL, et al, 2012). Presume-se assim que essas novas estruturas necessitam
constantemente de adequações, pois demandam de tecnologias cada vez mais avanças e que
estão em constantes mudanças, exigindo que seus proprietários se atentem às necessidades
dos clientes e às novas tecnologias.

4.2 Caracterização da empresa estudada

A empresa atua como comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância


de produtos alimentícios. A ideia do negócio foi iniciada em 2014, pelo sócio proprietário e
sua esposa, que obtiveram a ajuda de outra profissional na área, atual sócia. O proprietário,
pós-graduado, atua no cargo de Diretor há 2 anos e cuida do marketing e da tecnologia
utilizada pela empresa.
A partir da concepção da ideia da empresa, segundo relatos do proprietário “se
debateu e se pesquisou sobre e-commerce, o ramo de supermercados e tudo que envolve o
negócio. Após, tudo pronto e definido, a Shopsempre Mercado Online iniciou suas operações
em 12/2016” (SÓCIO PROPRIETÁRIO, 2019). A partir de então, foram iniciadas as
atividades de divulgação e reconhecimento do público alvo.
A ideia de criar uma loja virtual surgiu pela busca, dos proprietários, por uma nova
oportunidade de negócio. Como já atuavam na área de tecnologia de software e internet, e
36
percebendo a crescente demanda de soluções web e comércio online, surgiu então a ideia de
uma loja virtual.

4.3 E-commerce na empresa estudada

Na entrevista aplicada ao empresário, constatou-se que ao analisar a questão da loja


virtual e da loja real, o proprietário relatou que em um estudo de mercado, ficou identificada a
existência de pessoas que não possuíam tempo disponível para idas ao supermercado ou
mesmo que não gostavam dessas tarefas. Isso porque compras em supermercados são
rotineiras e mecânicas para a maioria das pessoas e com isso, uma empresa virtual viria a
trazer facilidade e praticidade para essas pessoas. Uma loja virtual com produtos alimentícios
auxiliaria o cliente e lhe proporcionaria comodidade para o processo de compra, além de
fornecer posteriormente informações de gastos e produtos mais consumidos.
Quando questionado quais as dificuldades encontradas na implementação da empresa,
o proprietário relatou que as tecnologias do e-commerce são vastas e com muitas opções,
então escolher as tecnologias que melhor atendessem à necessidade do negócio e lidar com a
complexidade de parametrização e configurações, foi um desafio. No que se refere ao modelo
de gestão e formas de trabalho na empresa, inicialmente, não foram seguidos modelos
prévios, “íamos identificando o que não estava correto ou não dava certo, alterávamos e
tentávamos novamente até ir alinhando de forma satisfatória. Fazemos isso até hoje e não
vejo um fim para isso. A busca pelo melhor, mais rápido, mais barato e de melhor qualidade
é constante” (SÓCIO PROPRIETÁRIO, 2019).
No que se refere às vantagens e desvantagens, no caso da empresa analisada, a
principal vantagem é a diferenciação em relação aos concorrentes no mesmo ramo
alimentício. A disponibilidade dos produtos em um espaço virtual onde o cliente pode acessar
e realizar as compras sem sair de casa, representa um grande diferencial. No entanto, como
desvantagem a esse tipo de comércio, está a concorrência que já está consolidada no mercado
e a cultura da população que ainda se restringe a esse tipo de comércio virtual. Contudo, a
Shopsempre é pioneira no município com esse modelo de comércio eletrônico de itens de
supermercado e certamente, está desbravando um novo modo de compra, conforme
informações coletadas com o sócio proprietário da empresa analisada.
Outro questionamento realizado durante a entrevista foi sobre a mão de obra
contratada, se haviam funcionários específicos para o trabalho na loja virtual. De acordo com
37
o proprietário “A Shopsempre é uma empresa como qualquer outra, o que existem são
processos que uma loja que vende somente na loja física, não possui. O que existem são
processos específicos da loja virtual” (SÓCIO PROPRIETÁRIO, 2019). O que se
compreende, é que as lojas virtuais não demandam de mão de obra como uma empresa física.
Visto que seus processos ocorrem de forma virtual.
Por isso, questionou-se o que diferencia uma loja virtual em relação a uma loja física,
no processo de vendas. Conforme resposta, o principal fato é a possiblidade do cliente realizar
suas compras de qualquer local e horário, recebendo a sua compra em casa, no horário
programado. Além disso, as compras pela internet evitam aquelas aquisições realizadas por
impulso, que normalmente ocorrem nas lojas físicas, favorecendo assim que o cliente passe a
manter um controle em relação aos seus gastos. Há ainda outros diferenciais, que são
estratégicos da própria Shopsempre, conforme relatou o Sócio Proprietário (2019).
Em se tratando de faturamento proporcionado por uma loja virtual, o proprietário foi
questionado em termos percentuais, de quanto a loja virtual era responsável no faturamento
total da empresa. De acordo com ele, 100% das vendas da empresa ocorrem de forma online,
apesar de pouquíssimos casos de clientes que vão pessoalmente até a empresa, mas
aproveitamos a ocasião e apresentamos a eles o site e como o mesmo funciona, pois, o foco
principal da empresa são as vendas online.
Em relação ao controle de estoques em uma loja virtual, o proprietário relatou que a
Shopsempre apesar de ser virtual, é uma loja real, possui um estoque físico, com processo de
compra, validade e todos os demais processos que um mercado físico possui. Justamente pelo
fato de atuar virtualmente, existe uma grande preocupação com a organização e qualidade de
todas as informações que circulam na empresa.
Como há um estoque conforme relatado pelo proprietário, questionou-se se os bens e
serviços fornecidos estão disponíveis no estoque para entrega imediata ou dependem de
fornecedores para serem entregues. Segundo ele, a empresa possui sim seu próprio estoque e
alguns produtos são adquiridos no momento da entrega em estabelecimentos parceiros da
Shopsempre, como o caso de produtos perecíveis, como carnes. Ressalta-se que em caso de
produtos resfriados há um acondicionamento térmico para eles até a entrega ao cliente. Da
mesma forma, os produtos hortifrúti são cuidadosamente selecionados diretamente em uma
fruteira parceira garantindo produtos de boa qualidade para o cliente.
Também se questionou quais as modalidades de cobrança que são oferecidas aos
clientes. Na finalização da compra pelo site, são disponibilizados aos clientes o pagamento

38
com cartão de crédito ou a opção de pagar diretamente no momento da entrega com cartão de
débito, crédito, Banricard, Alelo, Sodexo, Ticket, GreenCard, dentre outros, além da opção
em dinheiro.
Por fim, questionou-se quais as garantias oferecidas aos clientes, quanto à segurança
na entrega do produto e no fornecimento dos dados ao realizar a compra. Conforme relatado,
o pagamento online é realizado a partir da REDE, uma das maiores operadoras do país. Os
dados do cliente não são armazenados e as páginas do site onde o cliente informa seus dados
são todas criptografadas e com alta segurança. Além de o site estar hospedado em Datacenters
de alta qualidade e segurança. No que se refere aos produtos, o proprietário relatou que levam
muito a sério a qualidade dos mesmos, pois o cliente tem alta expectativa do que vai receber
em casa e sabe-se que somente produtos entregues com qualidade vai manter os clientes, visto
que ninguém quer receber em casa produtos de má qualidade. Isso tem se confirmado com a
recorrência das compras e novos clientes, o que demonstra que a qualidade é satisfatória e a
empresa, tem demonstrado ser séria e com credibilidade.

4.4 Contabilidade gerencial no E-commerce

Também se realizou a entrevista com o responsável contábil pela empresa.


Questionou-se primeiramente, como a contabilidade pode auxiliar na forma de gerenciamento
de uma empresa no segmento da tecnologia da informação. Para o contador responsável, a
contabilidade fornece os números que a empresa precisa, como balancetes e demais relatórios
contábeis, integrando os sistemas da empresa e do contador.
Em se tratando de uma modalidade diferente de empresa, a virtual, questionou-se o
contador precisou buscar novos conhecimentos profissionais para atender a um e-commerce.
Afirmativamente, o contador responsável relatou que houve a necessidade do mesmo em
aperfeiçoar seus conhecimentos para atender à nova empresa, pois mesmo tratando-se de um
comércio de produtos alimentícios em geral, havia a necessidade de conhecimentos sobre
regras especiais, formas de tributação, folha de pagamento e questões trabalhistas, visto que
não se tratava de uma loja com local físico. Além disso, certamente haveria critérios
específicos para os alvarás de funcionamento e sanitários, entre outros quesitos.
Há constantemente a troca de informações entre empresa e contador, visto que é
essencial para o bom andamento do negócio e controle. Quanto à sua classificação tributária,
a empresa virtual obedece às mesmas legislações de uma empresa física, cuja contabilização é
39
realizada por meio da integração do arquivo da nota fiscal eletrônica, dentro do sistema
contábil utilizado pelo escritório que realiza a contabilidade da empresa. Assim, tanto uma
empresa virtual como uma empresa física, após o advento da nota fiscal eletrônica, possuem a
mesma forma de escrituração e contabilização. Da mesma forma, a elaboração dos
demonstrativos, fluxos de caixa, relatórios, e indicadores são os mesmos para ambas as
modalidades de empresas.
Apesar de nenhuma diferença entre empresa física e virtual, em resposta à entrevista o
contador relatou que a legislação brasileira não está preparada para as transações comerciais
via internet, pois carece de regras e normas especificas destinadas ao comercio eletrônico.
Com isso, não há segurança jurídica para regrar as relações entre compradores e vendedores
que utilizam esse meio.
Assim considerando as repostas obtidas, pode-se elaborar o Quadro 2 com um resumo
dos principais apontamentos realizados pela empresa e pela contabilidade.

Quadro 2 – Resumo dos principais pontos destacados


Empresa Contabilidade
Desvantagens Concorrência consolidada e Falhas na legislação. Pouca
cultura da população. segurança jurídica para
Conhecimentos específicos regras as relações entre
em comércio eletrônico e empresa e cliente
tecnologia.
Vantagens Não demanda loja física. Mesma forma de tributação
das demais empresas e
contabilização, o que facilita
a gestão.
Necessidades identificadas Pesquisa de mercado para Conhecimentos específicos
na gestão de um e- aceitação desse tipo de quanto aos alvarás de
commerce empresa na região. funcionamento, organização
da empresa e gestão de um
e-commerce.
Benefícios Facilidade de compra, A contabilidade gerencial é
redução de compras por aliada para o processo de
impulso, gestão de um e-commerce
pois através da geração dos
relatórios o gestor toma
decisões e visualiza a
situação da empresa,
principalmente dos estoques,
já que não possui loja física.
Fonte: Dados da pesquisa (2019).

40
Apesar de muito promissor, conforme destacado no Quadro 2, o setor ainda sofre
restrições de aceitação pela população que prefere comprar em lojas físicas. Outro ponto
importante em se relatar é que a importância dos relatórios contábeis para que o gestor possa
controlar e visualizar o andamento do seu negócio virtual e em decorrência disso, os cálculos
de indicadores se tornam relevantes para uma gestão eficaz.

4.5 Análise dos indicadores

O objetivo seguinte almejava calcular os indicadores financeiros de Liquidez,


Lucratividade, Endividamento e o Retorno sobre o Patrimônio Líquido. Para isso, foi
consultado o contador responsável, que forneceu os dados necessários para o cálculo de tais
indicadores, sendo que não foram disponibilizados para consulta e análise neste estudo, os
relatórios e demonstrativos da empresa. O cálculo que considerou as fórmulas descritas no
presente referencial teórico, apresentou os indicadores expostos na Tabela 8, para a
Shopsempre.

Tabela 8 – Cálculos dos indicadores da Shopsempre no período de 2016 a 2018


INDICADORES 2016 2017 2018
Índice de liquidez corrente 6,85 5,98 6,01
Índice de liquidez seca 5,34 5,02 4,93
Índice de liquidez geral 1,09 1,00 1,19
Índice de liquidez imediata 5,46 4,67 5,03
Índice de lucratividade 29,86% 26,91% 27,55%
Índice de endividamento 18,87% 18,03% 17,43%
Índice de retorno sobre o 37,05 36,87 39,98
patrimônio liquido
Fonte: Relatórios Financeiros Shopsempre (2019)

41
Ao serem analisados tais indicadores, observa-se que o ano de 2016, apresentou-se
melhor diante dos demais analisando, quando considerado os índices de liquidez e
lucratividade da Shopsempre. Vale relatar que a empresa iniciou as suas atividades no mês
12/2016, o que demonstra pouco tempo para movimentações financeiras para o ano em
específico e ainda, trata-se do mês com grande quantidade de compras pela proximidade das
festas natalinas, acarretando em um melhor fluxo de caixa, receitas com vendas e
consequentemente, maior liquidez para a empresa.
Aponta-se também que o índice de liquidez corrente da empesa, que analisa a situação
da mesma no curto prazo pois representa a quantidade de ativo circulante disponível para a
quitação do passivo circulante, é, entre os índices de liquidez, o que apresenta melhor
resultado, evitando uma maior disponibilidade de recursos pela empresa no curso prazo. Já o
índice de endividamento, logicamente foi maior em 2016, em decorrência do início das
atividades da empresa.
Comenta-se que o índice de endividamento considera o montante do passivo da
empresa em relação ao Patrimônio Líquido, ou seja, a quantidade de capital próprio da
empresa que é formada por capital de terceiros. A maioria das empresas, para iniciar suas
atividades utilizam-se de empréstimos, financiamentos ou mesmo, com elevada aquisição de
mercadorias para formação de estoques de venda, aumentando assim consideravelmente a
quantidade de Passivos que a mesma possui. No caso da Shopsempre, nota-se que ao longo do
período analisado, o percentual de endividamento vai diminuindo, o que representa que ano a
ano, que as dívidas da empresa vão diminuindo.
Diferentemente dos índices anteriores, o retorno sobre o patrimônio líquido mede o
percentual de lucro produzido pela empresa em relação ao patrimônio líquido investido. Nota-
se que esse índice anualmente vem aumentando na Shopsempre, representando resultados
satisfatórios para o investimento.
Como não foi possível acesso aos demonstrativos de forma detalhada, não podemos
especificar quais contas foram as responsáveis pelos índices apresentados, o que limitou a
análise à comparação anual entre os índices. Para melhor analisar o desempenho financeiro da
Shopsempre, optou-se em obter informações de uma e-commerce do mesmo ramo, na qual foi
possível ter acesso às demonstrações contábeis.
A Sonda Supermercados atua na região de São Paulo, sendo uma das maiores do
Brasil. Atualmente possui 38 lojas, 5 s redes de supermercados do estado de São Paulo.

42
Atualmente são 43 lojas com um total de 10 mil funcionários. Mensalmente, uma média de
cinco mil clientes compram os produtos da rede.
Originou-se em Erval Grande, no Rio Grande do Sul, em 1960, sendo inaugurado o
primeiro supermercado em 1974, na cidade de Erechim. Em 2005, a empresa passou a
implantar o Sonda Delivery, o e-commerce da empresa. Em seu site é possível ter acesso às
suas informações financeiras conforme o Quadro 3.

Quadro 3 – Demonstrações contábeis da Sonda Supermercados 2017 e 2018

Fonte: Sonda Supermercados (2019)

43
Com base nas informações retiradas das contas analisadas nos demonstrativos,
procedeu-se ao cálculo dos indicadores financeiros da Sonda Supermercados nos anos de
2017 e 2018. A Tabela 9 apresenta os resultados obtidos.

Tabela 9 – Indicadores financeiros da Sonda Supermercados


INDICADORES 2017 2018
Índice de liquidez corrente 1,20 1,22
Índice de liquidez seca 0,62 0,62
Índice de liquidez geral 1,04 1,08
Índice de liquidez imediata 0,17 0,19
Índice de lucratividade 0,04% 0,05%
Índice de endividamento 1,30% 1,31%
Índice de retorno sobre o
27,98 32,97
patrimônio liquido
Fonte: Sonda Supermercados (2019)

Observa-se na análise da Tabela 9, que nos índices de liquidez, pouca variação é


observada entre os anos de 2017 e 2018. Outro ponto relevante é o índice de lucratividade da
empresa que se apresenta consideravelmente baixo. Já quanto ao índice de endividamento,
observou-se pouca variação, apesar de um leve aumento em 2018, pelo que se observa no
Balanço Patrimonial, pela obtenção de empréstimos e financiamentos.
Apesar disso, o retorno sobre o patrimônio líquido apresentou boa recuperação em
2018, devido ao aumento dos lucros, evidenciados pelo demonstrativo de resultados. Sendo
assim, realizou-se uma comparação entre os índices financeiros da Shopsempre e os
calculados para a Sonda Supermercados, a serem visualizados na Tabela 10.

Tabela 10 – Comparativo entre os indicadores


SHOPSEMPRE SONDA
INDICADORES 2017 2018 2017 2018
Índice de liquidez corrente 5,98 6,01 1,20 1,22
44
Índice de liquidez seca 5,02 4,93 0,62 0,62
Índice de liquidez geral 1,00 1,19 1,04 1,08
Índice de liquidez imediata 4,67 5,03 0,17 0,19
Índice de lucratividade 26,91% 27,55% 0,04% 0,05%
Índice de endividamento 18,03% 17,43% 1,30% 1,31%
Índice de retorno sobre o
36,87 39,98 27,98 32,97
patrimônio liquido
Fonte: Dados da pesquisa (2019)
De maneira comparativa, observa-se que a Shopsempre quando comparada com
resultados de outra e-commerce, apresenta-se favorável dentro mercado de compras online.
Por ser uma empresa com proporções e abrangência menor que a Sonda, não tem necessidade
de empréstimos constantes, o que vem a comprometer o endividamento da empresa, como
ocorreu com a Sonda em 2018. Diferentemente, o índice de endividamento da Shopsempre
apresentou retração em 2018.
Em relação ao retorno sobre o patrimônio líquido, apesar de a Sonda ter apresentado
em pontos percentuais, um índice superior em 2018 do que a Shopsempre, o crescimento
apresentado por esta última, é valoroso, evidenciando a estabilidade financeira da mesma no
mercado local, e o crescimento constante dos seus lucros. Nesse sentido, pode-se observar
diante dos indicadores calculados, que o e-commerce, dentro do segmento de supermercados,
vem estabelecendo-se como um negócio promissor, haja vista a necessidade de otimização do
tempo das famílias atualmente.
Quanto aos benefícios que a contabilidade gerencial disponibiliza à gestão financeira
de um e-commerce, pode-se relatar a facilidade no controle das contas do Ativo e do Passivo,
principalmente, ao possibilitar o cálculo dos índices de liquidez e endividamento, por
exemplo. Diante da análise financeira, os gestores podem verificar o andamento de cada
conta, analisando a disponibilidade de capital circulante, contas a receber, a quantidade de
contas a pagar, empréstimos, imobilizado entre outras informações que facilitam a tomada de
decisões e estabelecimento de metas para o exercício futuro.

45
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando os resultados obtidos, o qual buscou analisar a aplicação das


ferramentas da contabilidade gerencial para a gestão financeira e tomada de decisão em um e-
commerce, infere-se que os objetivos do estudo foram atingidos, constatou-se que há
crescimento e a relevância que as compras online vêm desempenhando dentro do cenário
varejista, principalmente de bens de consumo de primeira necessidade, como alimentos. Com
o crescimento de um setor diversificado e com específicas características de negociação e
compra, como o e-commerce, a contabilidade gerencial torna-se uma importante ferramenta
de apoio ao gestor, que dispondo de informações eletrônicas somente, restringe-se à análise
dos indicadores financeiros para avaliar o negócio.
Salientando que o objetivo estabelecido era analisar a utilização das ferramentas da
contabilidade gerencial para a gestão financeira e tomada de decisão em um e-commerce,
relata-se que assim como uma empresa física, este possui as mesmas demandas de
informações gerenciais. Da mesma forma, também são tributadas e contabilizadas com base
na mesma legislação. Por isso, a contabilidade gerencial tem para um e-commerce, a mesma
importância que para as demais empresas, ou seja, uma ferramenta de apoio à tomada de
decisões e avaliação econômico-financeira.
Tendo como problemática verificar qual a aplicação da contabilidade gerencial na
gestão financeira de um e-commerce, observou-se diante das entrevistas que em posse de
informações geradas pela contabilidade, um gestor de e-commerce tem em suas mãos uma
visão da sua empresa considerando vários aspectos relacionados aos seus estoques,
disponibilidades de capital circulante, facilidade de pagamento de fornecedores, além de
informações sobre o retorno do seu capital investido, da sua lucratividade, rentabilidade,
liquidez, endividamento, entre outros. Ao possibilitar responder ao problema de pesquisa
levantado, compreende-se que a contabilidade gerencial é um fomentador para a gestão
financeira de qualquer empresa, com grande aplicabilidade dentro do comércio eletrônico,
visto que este restringe o campo de ação do gestor.
Pode-se constatar que a Shopsempre, possui seus indicadores com bons resultados,
com baixos índices de endividamento ao longo dos anos e crescentes retornos, assim como,
bons índices de liquidez. Atenta-se ao pouco tempo em que a empresa atua no mercado, sendo
uma novidade na região e a única empresa desse ramo na cidade. Vale relatar que a
contabilidade de um e-commerce é a mesma realizada para uma empresa física.
Apesar de responder ao problema de pesquisa levantado, o presente estudo limitou-se
a analisar o cálculo dos indicadores financeiros da Shopsempre, em decorrência da limitação
de acesso às demonstrações contábeis. Apesar disso, com a complementação das entrevistas
realizadas com o proprietário e contador, compôs-se um cenário para o e-commerce praticado
pela Shopsempre. Sugere-se, portanto, que estudos futuros analisem as demonstrações
contábeis da empresa por um período maior de tempo, visto que a mesma iniciou suas
atividades no final de 2016 somente. Assim, estudos futuros poderão mapear o desempenho
da empresa em período maior de tempo, que o presente estudo.

47
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51
APÊNDICE

52
APÊNDICE A – Questionário de Pesquisa Empresa

1. Perfil do Entrevistado
1.1. Qual é a sua formação?
1.2. Qual é o seu cargo na empresa?
1.3. Quais são as suas atribuições/responsabilidades?
1.4. Quantos anos você está na empresa?

2. Perfil da empresa
2.1. Apresente um breve histórico da empresa.
2.2. Qual o ramo de atuação da empresa?

3. Loja real x loja virtual


3.1. Como surgiu a ideia de criar uma loja virtual?
3.2. Por que vocês optaram pela sua criação?
3.3. Quais foram as dificuldades encontradas na sua implantação?
3.4. Houve alguma mudança na forma de gestão e de trabalho na empresa após a sua
implantação?
3.5. Quais as vantagens de possuir uma loja virtual? E quais as desvantagens?
3.8. Existem funcionários específicos para trabalharem na loja virtual?
3.9. O que as diferenciam em relação às vendas?
3.10. Em termos percentuais, de quanto a loja virtual é responsável pelo faturamento total da
empresa?
3.11. Como é feito o controle de estoque na loja virtual? É o mesmo da loja real? Caso
contrário, o que o diferencia?
3.11. Os bens e serviços fornecidos estão disponíveis no estoque para entrega imediata ou
dependem de seus fornecedores para serem entregues?
3.12. Quais as modalidades de cobrança que são oferecidas aos clientes?
3.13. Quais as garantias oferecidas aos clientes quanto à segurança na entrega do produto e no
fornecimento de seus dados ao executar uma compra?
APÊNDICE B – Roteiro de pesquisa para o escritório de contabilidade

1. Dados do escritório de contabilidade


1.1. Nome:
1.2. Nome do responsável pela contabilidade da empresa Shopsempre:
1.3. Função do responsável pela contabilidade da empresa Shopsempre:

2. Questionário aos responsáveis pela Contabilidade da empresa


2.1. Como a contabilidade pode auxiliar na forma de gerenciamento de uma empresa que está
cada vez mais investindo em tecnologia da informação?
2.2. Houve necessidade de atualização dos conhecimentos profissionais para atender a
empresa ao ser implantada a loja virtual? Quais?
2.3. Como é o relacionamento do escritório de contabilidade com a loja/proprietários?
2.4. Como é feita a classificação tributária dos bens e serviços virtuais oferecidos pela loja
virtual, como por exemplo, software e informações?
2.5. Como esses bens e serviços são contabilizado e escriturados?
2.6. Quais as diferenças encontradas na forma de tributação da loja virtual em relação à loja
real?
2.7. As transações comerciais ocorridas na loja virtual facilitam os registros contábeis?
Como? 2.8. Quais os principais procedimentos contábeis utilizados na loja virtual que diferem
dos utilizados na loja real?
2.9. Os relatórios contábeis-gerenciais da loja virtual são os mesmos da loja real? Caso
contrário, o que os diferenciam?
2.10. Você concorda que a legislação brasileira não está preparada para as transações
comerciais via internet? Por quê?

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