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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais

Maria Clara Santos Pacheco Melo

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO:
LUCRO PRESUMIDO E SIMPLES NACIONAL – um estudo de caso em um comércio.

Contagem
2022
Maria Clara Santos Pacheco Melo

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO:
LUCRO PRESUMIDO E SIMPLES NACIONAL – um estudo de caso em um comércio.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


curso de Ciências Contábeis da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais, como
requisito parcial para obtenção do título de Bacharel
em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Dr. Cláudio Luiz Gonçalves de


Souza.

Contagem
2022
Maria Clara Santos Pacheco Melo

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO:
LUCRO PRESUMIDO E SIMPLES NACIONAL – um estudo de caso em um comércio.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao curso de Ciências Contábeis da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais, como
requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Dr. Cláudio Luiz Gonçalves de Souza.

Banca Examinadora: Roanjali Aux. G. Salviano Araújo

Banca Examinadora: Vanderlei Lopes Barbosa

Contagem, 13 de Dezembro de 2022.


RESUMO

Esta monografia teve como objetivo mostrar a relevância do planejamento tributário e


do profissional contábil para a continuidade das empresas e, consequentemente, avaliar a forma
de tributação mais adequada para o comércio de bicicletas em estudo, sob o ponto de vista da
redução da carga tributária. A partir disso foi realizado um levantamento bibliográfico em
livros, artigos e na legislação com o propósito de embasamento teórico ao estudo. Foram
abordados conceitos referentes aos seguintes temas: Contabilidade, Contabilidade tributária,
Sistema Tributário Nacional, Tributos, Formas de Tributação das Pessoas Jurídicas, Lucro
Presumido, Lucro Real, Simples Nacional e Planejamento Tributário. A metodologia adotada
consiste em uma pesquisa qualitativa/quantitativa, aplicada e descritiva, foi realizado um estudo
de caso em um comércio de bicicletas, exercícios fiscais 2020 e 2021 e realizada uma
comparação entre os regimes tributários: Simples Nacional e Lucro Presumido. Foi elaborada
uma simulação entre os regimes tributários, com o intuito de identificar qual o regime com a
menor carga tributária e a melhor forma de tributação para a empresa em estudo. A análise foi
elaborada à partir dos dados do faturamento, fornecidos pela empresa em estudos. Após o
tratamento de dados, constatou-se que a forma de tributação mais econômica e vantajosa para
a entidade pesquisada é pelo Lucro Presumido. Neste contexto, sugere-se como possibilidade
de pesquisas futuras o estudo com uma amostra maior de empresas uma vez que o planejamento
tributário é uma ferramenta valiosa para as organizações definirem qual a opção mais vantajosa
dentro os regimes tributários, podendo contemplar os três regimes tributários Lucro Presumido,
Lucro Real e Simples Nacional.

PALAVRAS-CHAVES: Planejamento tributário. Regimes de tributação: Simples Nacional e


Lucro Presumido.
ABSTRACT

This monograph aimed to show the relevance of tax planning and professional
accounting for the continuity of companies and, consequently, evaluate the most appropriate
form of taxation for the trade of bicycles under study, from the point of view of reducing the
tax burden. From this, a bibliographic survey was carried out in books, articles and legislation
with the purpose of theoretical basis to the study. Concepts on the following topics were
addressed: Accounting, Tax Accounting, National Tax System, Taxes, Forms of Taxation of
Legal Entities, Presumed Profit, Real Profit, Simple National and Tax Planning. The
methodology consists of a qualitative/quantitative, applied and descriptive research, a case
study was carried out in a bicycle trade, fiscal years 2020 and 2021 and a comparison was made
between tax regimes: Simple National and Presumed Profit. A simulation was developed
between the tax regimes, in order to identify the regime with the lowest tax burden and the best
form of taxation for the company under study. The analysis was elaborated from the billing data
provided by the company in studies. After data processing, it was found that the most
economical and advantageous form of taxation for the surveyed entity is the Presumed Profit.
In this context, it is suggested as a possibility of future research the study with a larger sample
of companies since tax planning is a valuable tool for organizations to define the most
advantageous option within tax regimes, tax regimes Presumed Profit, Real Profit and Simple
National.

KEYWORDS: Tax planning. Taxation regimes: Simple National and Presumed Profit.
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Comparação tributária – 2020................................................................................52

Gráfico 2 – Comparação tributária – 2021................................................................................53


LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Base de cálculo para o Lucro Presumido................................................................23

Quadro 2 – Alíquotas e partilha do Simples Nacional anexo I – comércio................................27

Quadro 3 – Percentual de repartição dos tributos – comércio..................................................28

Quadro 4 – Cronograma de atividades – 2º semestre de 2022...................................................37


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Faturamento – 2020.................................................................................................43

Tabela 2 – Apuração Simples Nacional – 2020.........................................................................44

Tabela 3 – Apuração ICMS – 2020...........................................................................................45

Tabela 4 – Apuração PIS e COFINS – 2020..............................................................................46

Tabela 5 – Apuração IRPJ – 2020.............................................................................................47

Tabela 6 – Apuração CSLL – 2020...........................................................................................47

Tabela 7 – Faturamento – 2021.................................................................................................48

Tabela 8 – Apuração Simples Nacional – 2021.........................................................................49

Tabela 9 – Apuração ICMS – 2021...........................................................................................49

Tabela 10 – Apuração PIS e COFINS – 2021............................................................................50

Tabela 11 – Apuração IRPJ – 2021...........................................................................................51

Tabela 12 – Apuração CSLL – 2021.........................................................................................51

Tabela 13 – Simples Nacional x Lucro Presumido – 2020........................................................52

Tabela 14 – Simples Nacional x Lucro Presumido – 2021........................................................53


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Art. Artigo;

CF Constituição Federal;

COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social;

CSLL Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido;

EPP Empresa de Pequeno Porte;

FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços;

INSS Instituto Nacional do Seguro Social;

IR Imposto de Renda;

IRPJ Imposto de Renda – Pessoa Jurídica;

LTDA Sociedade limitada;

ME Microempresa;

PIS/PASEP Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Imposto Sobre


Serviços;

SAT Seguro Acidente do Trabalho;


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11
1.1 Contextualização do Problema ........................................................................................ 13
1.2 Objetivos ............................................................................................................................ 13
1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 13
1.2.2 Objetivo específicos ......................................................................................................... 13
1.3 Justificativas e relevância da pesquisa............................................................................ 14
1.4 Estrutura do trabalho ...................................................................................................... 15

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 16


2.1 Contabilidade .................................................................................................................... 16
2.2 Contabilidade tributária .................................................................................................. 17
2.3 Sistema tributário nacional ............................................................................................. 18
2.4 Tributos ............................................................................................................................. 18
2.4.1 Impostos ........................................................................................................................... 19
2.4.2 Taxas................................................................................................................................ 20
2.4.3 Contribuições de melhorias ............................................................................................. 21
2.5 Formas de tributação das pessoas jurídicas ................................................................... 22
2.5.1 ICMS ................................................................................................................................ 23
2.5.2 PIS/PASEP ...................................................................................................................... 24
2.5.3 COFINS ........................................................................................................................... 25
2.5.4 IRPJ ................................................................................................................................. 25
2.5.5 CSLL ................................................................................................................................ 26
2.5.6 Contribuições sobre a folha de salário ........................................................................... 27
2.6 Lucro presumido .............................................................................................................. 28
2.7 Lucro real .......................................................................................................................... 31
2.8 Simples nacional ............................................................................................................... 33
2.9 Planejamento tributário ................................................................................................... 35
2.10 Pesquisas anteriores ....................................................................................................... 36

3 METODOLOGIA................................................................................................................ 38
3.1 Classificação da pesquisa ................................................................................................. 38
3.1.1 Quanto aos objetivos ....................................................................................................... 38
3.1.2 Quanto à abordagem do problema.................................................................................. 38
3.1.3 Quanto aos procedimentos .............................................................................................. 39
3.2 Caracterização da organização/amostra ........................................................................ 40
3.3 Coleta de dados................................................................................................................. 41
3.4 Tratamento dos dados ..................................................................................................... 41
3.5 Limitações da pesquisa .................................................................................................... 42

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................. 43


4.1 Análise dos fatos observados em 2020 ............................................................................ 43
4.1.1 Simples Nacional............................................................................................................. 44
4.1.2 Lucro presumido ............................................................................................................. 45
4.2 Análise dos fatos observados em 2021 ............................................................................ 48
4.2.1 Simples Nacional............................................................................................................. 48
4.2.2 Lucro Presumido ............................................................................................................. 50
4.3 Análise do resultado ......................................................................................................... 52

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 54

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 56
11

1 INTRODUÇÃO

No âmbito do sistema tributário brasileiro, é a sua alta carga e complexibilidade o que


mais preocupa os empreendedores do país, porquanto atinge diretamente as empresas. As
microempresas e empresas de pequeno porte e os demais tipos de empresas possuem,
obrigatoriamente, a responsabilidade do cumprimento de obrigações fiscais no âmbito,
estadual, federal e municipal, entre taxas, impostos e contribuições para que possam realizar
suas atividades operacionais de acordo com o seu ramo de atividade.
Diante do cenário atual, um mercado competitivo, os empreendedores buscam por
ferramentas que auxiliarão na gestão dos tributos, dentro do âmbito legal, que proporcionem a
redução dos custos tributários com maximização de lucro, visando atingir o sucesso e garantir
sua permanência no mercado.
O contador/administrador é um grande aliado das entidades e possuem um papel
importante no cenário tributário. Com toda experiência na área, possuem um panorama das
atividades financeiras, fiscais e tributária confiável. Através de informações das entidades,
auxiliam na tomada de decisão para a escolha e determinação do melhor regime tributário a
seguir, utilizando o planejamento tributário para decisão viável, visando a saúde financeira da
empresa e reflexos positivos em seus resultados.
O planejamento tributário é uma ferramenta importante utilizada para estudos
financeiros aplicados nas entidades, buscando principalmente minimizar a carga tributária.
Com o estudo podem projetar as despesas e fornecer aos gestores das empresas informações
mais próximas da real necessidade de qual enquadramento tributário adotar, buscando a melhor
forma de apuração tributária para redução de tributos.
Diante dessa situação, as empresas necessitam, cada vez mais, de um planejamento
tributário e devem se organizar para redução dos custos tributários, sem afrontar as diversas
legislações que regem os tributos e obtenção de melhor resultado financeiro, para que
continuem competindo no mercado. Neste contexto, torna-se necessário que um planejamento
tributário seja laborado e aplicado.
Segundo Fabretti (2009, p. 8) o planejamento tributário como um meio de estudos que
adota procedimentos dentro da legalidade brasileira que visam contribuir para redução dos
custos acerca dos pagamentos relativos a impostos devidos pela empresa, ou seja, é uma
ferramenta estratégica, onde custo/benefícios devem ser bem avaliados, que as empresas devem
12

realizar para determinar a opção do regime tributário mais adequado para o seu respectivo ano
fiscal.
Dentro das empresas o planejamento tributário tornou-se uma ferramenta de
fundamental importância. Oliveira et al. (2014, p. 23) aborda que a falta do planejamento
tributário dentro de uma entidade pode deixá-la mal preparada para investimentos futuros,
precisando gastar seus fundos com despesas desnecessárias e que não estavam previstas. Sendo
assim, o planejamento é utilizado de modo preventivo para avalizar os dados da entidade junto
com a legislação, buscando redução da carga tributária, dentro da legalidade, possibilitando
novos investimentos graças aos recursos economizados.
No Brasil, atualmente existem três regimes tributários, criados para recolhimento de
impostos federais, estaduais e municipais, sendo eles: Lucro Real, onde as taxas e alíquotas são
calculadas em cima do lucro obtido pela empresa no exercício; Lucro Presumido, onde o cálculo
dos impostos é em cima de uma presunção de lucro no exercício. Nessa hipótese, as guias e
DAEs – Documentos de Arrecadações Estaduais, dos dois regimes citados são separadas por
recolhimento federal, estadual e municipal. E por último, o regime Simples Nacional, que
apresenta por força da legislação de regência o cálculo de alíquotas e taxas por segmentação da
entidade, onde cada um possui uma tabela e, diante da média dos últimos doze meses de
faturamento, é aplicada a tabela para definição da alíquota concernente ao recolhimento que é
unificado em apenas um DAE.
Mediante apresentação dos regimes tributários, suas peculiaridades e complexidade da
legislação regida por cada um deles, é muito importante a realização de um planejamento
tributário, pois como mencionado por Fabretti (2005, p. 320) uma vez elaborado e definido o
planejamento tributário norteará o presente exercício fiscal, tomando as obrigações de gestão
de tributos, prazos para pagamentos e prestação das dezenas de informações exigidas pelas
autoridades tributárias federais, estaduais e municipais.
O presente trabalho teve como objetivo de estudo uma das decisões mais importantes
que uma empresa deve tomar para o seu exercício, que é o regime tributário e seu
enquadramento correto. É uma decisão que a entidade vai levar com ela durante um ano de
exercício e, sendo bem planejada e estudada, alavancará e contribuirá para um bom
desenvolvimento.
O enfoque da pesquisa foi nos enquadramentos tributários Simples Nacional e Lucro
Presumido, e foram analisados os impostos a serem recolhidos, com variação de taxas e
alíquotas, para verificar se o mais vantajoso é o recolhimento avulso, federal, municipal,
13

estadual, cada um com uma guia, como é no Lucro Presumido, ou com recolhimento único
DAS, que é oferecido pelo Simples Nacional.
A pesquisa teve como base os estudos em um comércio varejista de bicicletas, e foram
evidenciadas as despesas e receitas com base no exercício real da entidade, e assim verificados
os pontos tributários positivos e negativos, bem como a melhor forma de tributação.

1.1 Contextualização do Problema

Uma empresa já atuante no mercado com segmentação no comércio varejista de


bicicletas, tem potencializado suas vendas e expandido no mercado. Com o crescimento do
comércio, é importante realizar um planejamento tributário e, segundo ele, avaliar qual a melhor
opção tributária a ser elaborada, para que o crescimento continue e a despesa com a carga
tributária seja minimizada de forma lícita. Atualmente, a empresa encontra-se enquadrada no
regime Simples Nacional e, com o estudo, foi avaliado se há vantagens para a entidade mudar
para o regime tributário Lucro Presumido.
Neste sentido argumenta-se:
 Qual regime tributário é mais viável economicamente para o crescimento do
comércio de bicicletas?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Identificar na entidade pesquisada qual o regime tributário mais viável, a fim de


economizar tributariamente e aumentar sua lucratividade.

1.2.2 Objetivo específicos

- Estudar e demonstrar a importância do planejamento tributário para entidades e


especificamente do comércio varejista.
- Apontar tributariamente as principais obrigações exigidas pelo regime Simples
Nacional e Lucro presumido, com base na legislação atual.
14

- Identificar na entidade pesquisada as receitas e despesas do exercício para objeto de


estudo.
- Comparar as informações com as devidas obrigações e com base nos dados obtidos;
sugerir e orientar a entidade a optar pela melhor tributação.

1.3 Justificativas e relevância da pesquisa

Esse trabalho foi desenvolvido como consequência da atuação da autora no meio


contábil, especificamente no departamento pessoal e fiscal de uma contabilidade, quando
obteve o conhecimento de que cada regime tributário tem um ponto positivo e negativo. Um
regime Simples não é tão simples quanto se diz no nome e, por isso, pode ser inviável até mesmo
para uma empresa pequena e, lado outro, um regime com vários impostos pode ser mais viável
economicamente.
O estudo foi desenvolvido com o intuito de auxiliar a empresa na tomada de decisão
quanto a qual o melhor regime tributário escolher. Analisado a fundo as obrigações
determinadas por cada regime tributário, realizando comparações com dados do exercício e
assim obtido um direcionamento.
Devido ao grande número de tipos de comércios existentes no escritório contábil é
necessário um estudo sobre o assunto, para que eles sejam enquadrados da melhor forma,
conseguindo uma economia nos custos e aumentando o resultado, possibilitando o crescimento
do comércio e, consequentemente, um giro favorável na economia.
O maior obstáculo enfrentado pelas empresas é a escolha do regime tributário, sendo ele
para as empresas “confuso” e “extenso”. Por isso é essencial um estudo elaborado para
avaliação do melhor enquadramento a ser feito, objetivando uma economia nos impostos dentro
das leis exigidas. O estudo é conhecido como planejamento tributário, e como o nome já diz é
um planejamento, ou seja, possui visão futura e, com isso, é necessário trabalhar com
informações atuais da entidade, para que o estudo atinja o seu objetivo.
Sendo assim o estudo realizado com base nos dados atuais oferecidos pela empresa, foi
demonstrado o quão importante e essencial é o estudo sob planejamento tributário, o
conhecimento da legislação que rege cada um dos regimes tributários e um comparativo com
os resultados nos regimes Simples Nacional e Lucro Presumido, repassando o resultado para os
administradores da empresa e orientando-os a melhor tomada de decisão.
15

1.4 Estrutura do trabalho

O trabalho de conclusão de curso foi estruturado em cinco capítulos, o primeiro capítulo


consta a introdução com apresentação conceitual, o problema pesquisado, o objetivo geral e os
específicos, a justificativa e estrutura da pesquisa.
O segundo capítulo apresenta a fundamentação teórica informando a importância do
planejamento tributário nas entidades, tendo profissionais capacitados para analisarem as
movimentações e obterem bons resultados. A definição de carga tributária brasileira,
identificando os tipos e taxas cobrados, enfatizando a tributação para os regimes tributários
Simples Nacional e Lucro Presumido.
No terceiro capítulo, foi elaborado a metodologia, nela consta a classificação da
pesquisa, a caracterização da organização/amostra pesquisada, a coleta de dados e o tratamento
de dados.
O quarto capítulo apresenta o desenvolvimento da pesquisa e a análise dos resultados
decorrentes do desenvolvimento prático da pesquisa, do tratamento e da análise dos dados
coletados.

O quinto capítulo apresenta as considerações finais, uma síntese da pesquisa realizada e


as sugestões para a continuidade da pesquisa e possibilidades futuras.
16

2. REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico é embasar-se de pesquisar e teorias por meio de fontes


bibliográficas para que o estudo tenha confiabilidade (AZEVEDO, 2016).

Nesta seção será abordado várias concepções de autores constituindo os seguintes


assuntos: contabilidade, contabilidade tributária, sistema tributário nacional, legislação
tributária, forma de tributação das pessoas jurídicas, lucro presumido, lucro real, simples
nacional e planejamento tributário.

2.1 Contabilidade

Para Santos e Veiga (2014, p. 3), “a contabilidade, por tanto, estuda a formação e
variação do patrimônio das entidades, sejam elas pessoa física ou jurídica, com fins lucrativos
ou não. Tem a finalidade de fornecer controles e informações sobre a composição do patrimônio
e suas variações com o objetivo de prover os usuários internos e externos com informações e
avaliações dos aspectos econômicos, financeiros e sociais, estando condicionada aos aspectos
legais e fiscais.”

De acordo com Fabretti (2017, p. 35) “Contabilidade é a ciência que estuda, registra e
controla o patrimônio e as mutações que nele operam os atos e fatos administrativos,
demonstrando no final de cada exercício social o resultado obtido e a situação econômico-
financeira da entidade.”

Segundo Oliveira (2013, p. 5) “a contabilidade é a ciência social que desenvolveu


processos próprios com a finalidade de estudar e controlar os fatos que podem afetar as
situações patrimoniais, financeiras e econômicas de uma entidade”

A contabilidade informa os aspectos quantitativos e qualitativos do patrimônio das


empresas. Constitui um instrumento para a gestão e controle das entidades, representando um
suporte para a sociedade se informar sobre o resultado da aplicação dos recursos conferidos as
entidades (SZUSTER et al., 2013).

Entende-se que a contabilidade controla a vida econômica e financeira de uma entidade,


gerando informações importantes que auxiliam os gestores nas tomadas de decisões.
17

Por exigências da legislação tributária, as evoluções e mudanças na lei, que interferem


no desenvolvimento dos negócios e das empresas, surge a contabilidade tributária, com papel
importante na apuração dos valores devidos pelas empresas ao governo.

Na próxima seção será abordado sobre a contabilidade tributária, que representa uma
ramificação da contabilidade.

2.2 Contabilidade tributária

De acordo com Fabretti (2017, p. 34) a contabilidade tributária é o ramo da contabilidade


e tem por objetivo aplicar conceitos, princípios e normas da contabilidade e da legislação
tributária simultaneamente. “Como ramo da contabilidade, deve demonstrar a situação do
patrimônio e o resultado do exercício, de forma clara e precisa, rigorosamente de acordo com
conceitos, princípios, pressupostos e normas básicas de contabilidade. O resultado apurado
deve ser economicamente exato.”

Fabretti (2017) ainda completa:

O objeto da contabilidade tributária é apurar com exatidão o resultado econômico do


exercício social, demonstrando-o de forma clara e sintética, para, em seguida, atender
de forma extracontábil às exigências das legislações do IRPJ e da Contribuição Social
sobre o Lucro, determinando a base de cálculo fiscal para formação das provisões
destinadas ao pagamento desses tributos, as quais serão abatidas do resultado
econômico (contábil), para determinação do lucro líquido à disposição dos acionistas,
sócios ou titular de firma individual. (FABRETTI, 2017, p. 36).

Outro ponto principal, segundo Crepaldi (2019, p. 22) é que a contabilidade tributária
tem como objetivo principal “atender a legislação nas três esferas, União, Estado e Município,
dessa forma busca cumprir a obrigação principal que é gerar o tributo e também cumprir as
obrigações acessórias de gerar as informações de como se chegou ao montante do tributo.”

A contabilidade tributária atua por meio de procedimentos específicos, adotados com o


objetivo de registrar e escriturar todos os fatos geradores que constituem a incidência de
obrigações tributárias.

Dessa forma, o contador fiscal apura os lucros e despesas tributárias da empresa, por
meio de um controle de todo o patrimônio. Essa apuração e controle são importantes para
18

manter uma boa gestão do recolhimento de impostos que incidem sobre os negócios, evitando
o pagamento errôneo de valores ou até mesmo o recolhimento incorreto de tributos.

2.3 Sistema tributário nacional

O Sistema Tributário Nacional além de ter uma carga elevada, é complexo e extenso.
Atualmente existem vários tributos que são cobrados, sendo eles de competência federal,
estadual e municipal. Devido à complexidade do sistema, algumas empresas possuem
departamento exclusivo que se ocupa apenas com a parte tributária.

De acordo com o art.1º da Emenda Constitucional nº 18 de 1965:

O sistema tributário nacional compõe-se de impostos, taxas e contribuições de


melhoria, e é regido pelo disposto nesta Emenda, em leis complementares, em
resoluções do Senado Federal, e, nos limites das respectivas competências, em leis
federal, estadual ou municipal. (BRASIL, 1965)

De acordo com Costa (218, p. 64), entende-se Sistema Tributário Nacional por
“conjunto de normas constitucionais e infraconstitucionais que disciplinam a atividade
tributante”.

Segundo Martins (2015, p.126) o Sistema Tributário Brasileiro “é considerado rígido,


ou seja, não há possibilidade de o legislador ordinário estabelecer regras diferenciadas do
previsto na Constituição Federal, que disciplina integralmente o sistema.”

Diante do que foi exposto pode-se concluir que o Sistema Tributário Brasileiro é
complexo, devido aos vários tipos de impostos diferentes, além da carga tributária elevada.

2.4 Tributos

De acordo com o art. 3º da Lei nº 5.172/66 “tributo é toda prestação pecuniária


compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituído em lei e cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada”
(BRASIL, 1966). Ou seja, o pagamento deve ser feito em dinheiro ou pecúnia, não é permitido
efetuar o pagamento por meio de bens ou serviços. O tributo é obrigatório e não opcional, trata
19

de uma relação jurídica na qual o sujeito ativo (o fisco) pode exigir do devedor, somente
mediante a lei, assim a cobrança deve ser feita dentro dos limites fixados por lei, sem haver
abuso de lei ou desvio do poder (COSTA,2018).

Segundo Oliveira et al. (2015) é possível decompor tal definição, para facilitar a
compreensão:

• Prestação pecuniária: significa que o tributo deve ser pago em unidades


de moeda corrente, inexistindo o pagamento in natura ou in labore, ou seja,
o que é pago em bens ou em trabalho ou prestação de serviços;
• Compulsória: obrigação independente da vontade do contribuinte;
• Em moeda ou cujo valor se possa exprimir: os tributos são expressos em
moeda corrente nacional (reais) ou por meio de indexadores;
• Que não constitua sanção de ato ilícito: as penalidades pecuniárias ou
multas não se incluem no conceito de tributo; assim, o pagamento de
tributos não decorre de infração de determinada norma ou descumprimento
da lei;
• Instituída em lei: só existe a obrigação de pagar o tributo se uma norma
jurídica com força de lei estabelecer essa obrigação;
• Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: a
autoridade não possui liberdade para escolher a melhor oportunidade de
cobrar o tributo; a lei já estabelece todos os passos a serem seguidos.
(OLIVEIRA et al., 2015, p. 5).

De acordo com Crepaldi e Crepaldi (2014), mediante o recolhimento do tributo, o


montante arrecadado é aplicado na execução de suas finalidades, garantindo recursos para o
funcionamento do Estado, sendo assim, é uma receita derivada, uma vez que o cidadão tem a
obrigação de dispor de parte de seus recursos para o custeio das atividades administrativas.

Conforme (FABRETTI, 2012) os tributos possuem alguns elementos fundamentais,


como: fato gerador, contribuinte ou responsável e base de cálculo, e só podem ser definidos por
lei complementar, conforme disposto na Constituição Federal no art. 146, III.

Diante do exposto entende-se que tributos são receitas, providas de patrimônio


particular e destinadas ao Estado para gastos em melhorias.

2.4.1 Impostos

De acordo com o art. 16º da Lei nº 5.172/66 “imposto é o tributo cuja obrigação tem por
fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte.” (BRASIL, 1966), ou seja, os impostos se dão através de um ato do contribuinte.
20

Para Fabretti e Fabretti (2013), uma vez estabelecido por lei, os impostos são devidos,
independentes de qualquer atividade estatal em relação ao contribuinte. Portanto, não está
vinculado a nenhuma prestação específica do Estado ao sujeito passivo. O imposto é de
competência exclusiva da União, Estados, Municípios ou Distrito Federal.

Os impostos representam o instrumento no qual o Estado dispõe tanto para arrecadar


recursos para gerir a administração pública e permitir investimentos em obras públicas, como
também para direcionar o comportamento da economia (OLIVEIRA, et al., 2015).

Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica de cada contribuinte, facultando a administração tributária, identificar,
respeitados os direitos individuais conforme a lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte (MARTINS, 2015).

Assim, Costa (2018) conclui que cabe a União a vasta competência tributária, além dos
impostos passíveis de serem instituídos mediante o exercício de suas competências. Já os
Estados e Municípios possuem competência tributária de apenas três impostos cada um. O
Distrito Federal conjuga as competências estaduais e municipais.

Entende-se que os impostos são devidos, quando estabelecidos por lei e de acordo com
a capacidade financeiro do contribuinte. O imposto é de competência exclusiva da União,
Estados, Municípios ou Distrito Federal.

2.4.2 Taxas

De acordo com art. 77 da Lei 5.172/1966 taxa é definido como uma quantia obrigatória
recolhida em contrapartida de um serviço público, considerado essencial destinado ao
contribuinte ou colocado a sua disposição:

As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato geradoridênticos aos que
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.
(BRASIL, 1966).
21

Martins (2015, p. 92) define como “taxa é a espécie de tributo que compreende atividade
estatal específica em relação ao contribuinte, em razão da prestação de serviço público, trata-se
de um tributo vinculado.”

Segundo Costa (2018, p. 145) “taxas são tributos vinculados a uma atuação diretamente
referida ao sujeito passivo, que pode consistir no exercício do poder de polícia ou na prestação
de serviço público específico e divisível, em utilização efetiva ou potencial.”

Para Oliveira et al. (2015) as taxas estão diretamente ligadas a contraprestação de


serviços públicos consumados ou potencial, utilizados pelo contribuinte.

As taxas não podem ser confundidas com os impostos, pois elas não possuem como base
de cálculo um fato gerador, nem podem ser calculadas de acordo com o capital das empresas
(FABRETTI, 2015).

De acordo com o exposto entende-se que taxas são atreladas à prestação de serviço e
são pagas por meio de um serviço destinado a determinado contribuinte, prestados pela União,
Estado, Municípios ou Distrito Federal. Não podem ser confundidas com impostos.

2.4.3 Contribuições de melhorias

De acordo com a art. 81 da Lei nº 5.172/66 observa-se:

A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal
ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer
face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como
limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da
obra resultar para cada imóvel beneficiado. (BRASIL, 1966).

No art. 82, observa-se alguns requisitos mínimos exigidos em relação as contribuições


de melhorias:

I - Publicação prévia dos seguintes elementos:


a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona
ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - Fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos
interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
22

III - Regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da


impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação
judicial.

Segundo Crepaldi e Crepaldi (2014, p. 140) “as contribuições de melhorias se referem


a um tributo sobre a valorização de imóvel particular, oriundo das obras públicas realizadas.”
Ou seja, as contribuições de melhorias têm como fato gerador a valorização do imóvel do
contribuinte em decorrência de obra pública.

Para Oliveira et al. (2015), as contribuições de melhorias são efetivadas em prol de obras
públicas, realizadas em determinas áreas, ocorrendo benefício ao contribuinte, devido à
valorização do imóvel.

Conclui-se que as contribuições de melhorias são efetivas em prol de obras públicas,


resultando na valorização do imóvel de determinado contribuinte e são cobradas de acordo com
os custos auferidos na obra,

2.5 Formas de tributação das pessoas jurídicas

A escolha do regime tributário nem sempre é possível, algumas empresas são obrigadas
a adotar determinado regime tributário. Para as empresas que possuem a possibilidade de
escolha de enquadramento tributário, é válido lembrar que é uma escolha de extrema
importância para os resultados da empresa e a legislação tributária brasileira possui três opções
que poderão influencia-la (CREPALDI, 2017).

Entende-se que as pessoas jurídicas são tributadas por umas das formas de apuração do
Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido
(CSLL)., sendo por opção do contribuinte ou por determinação legal (CREPALDI, 2017).

Além de influenciar nos cálculos dos tributos IRPJ e CSLL, os regimes tributários
podem influenciar também na lucratividade da empresa, no preço de venda, entre outros pontos
relevantes (FABRETTI, 2015).

As pessoas jurídicas devem adotar um regime tributário, ou seguir aquele em que a


empresa se adequar devido a lei. Sendo as seguintes formas de tributação: Simples Nacional,
Lucro Presumido e Lucro Real. A empresa deve avaliar bem sua escolha, pois a mesma é
definitiva, não podendo realizar troca durante o exercício fiscal.
23

2.5.1 ICMS

Segundo Crepaldi e Crepaldi (2014) O imposto sobre circularização de mercadorias


(ICMS), trata-se de um imposto estadual, de competência do Estado. Sua competência pode ser
privativa dos Estados e do DF (art. 155, II, CF) e extraordinário da União (art. 154, II, CF). A
função do ICMS é fiscal, sendo a principal fonte de onde provêm os recursos para os Estados e
para o Distrito Federal, representando cerca de 80% da sua arrecadação.

O ICMS incide sobre operações relativas à circulação de mercadorias, entrada e saída,


sobre prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação
(MARTINS, 2015).

O ICMS possui o mecanismo de não cumulatividade, ou seja, toda vez que adquire uma
mercadoria ou serviço com a incidência de imposto, um crédito: e toda saída um débito fiscal.
Assim, toda entrada independente da sua destinação, havendo destaque do ICMS, gera, em
favor do adquirente, um crédito fiscal, que deverá ser compensado nas operações de saídas
posteriores (OLIVEIRA et al., 2015).

Como apresentado por Fabretti (2015) as alíquotas de ICMS variam conforme a região
de onde se adquire a mercadoria ou para onde se vende o produto, podendo variar entre 7%,
12% e 18%.

De acordo com Oliveira et al. (2015, p. 80) a substituição tributária do ICMS “ é um


regime no qual é exigido o pagamento antecipado do imposto referente às operações
antecedentes, concomitantes ou subsequentes” ou seja, fica determinado à responsabilidade, a
um contribuinte, de recolhimento do imposto referente à venda, e também as operações de
circulação dessa mercadoria, já ocorridas ou projeção futura.

Entende-se que a legislação atribui, à determinado contribuinte que integra uma


determinada cadeia de produção e circulação de bens e serviços, a obrigação de recolher ICMS
devido pelo próximo contribuinte (operação subsequente), e ou pelo anterior (operação
antecedente), ou por ambos (operação concomitante). Dessa forma, a lei estabeleceu a figura
do contribuinte substituto e do contribuinte substituído (FABRETTI, 2015). Sendo:

 Substituto: o contribuinte responsável pela retenção e recolhimento do imposto;


24

 Substituído: aquele que promove as operações antecedentes ou subsequentes, com as


mercadorias que estão sujeitas ao regime de substituição tributária (ST).

Entende-se que o ICMS é um imposto estadual, sendo a principal fonte de recursos para os
estados e para o distrito federal. Possui mecanismo de não cumulatividade.

2.5.2 PIS/PASEP

Conforme o art. 2º da Lei nº 9.715/98, a contribuição para o Programa de Integração


Social/ Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP), será apurada
mensalmente:

I - Pelas pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela
legislação do imposto de renda, inclusive as empresas públicas e as sociedades de
economia mista e suas subsidiárias, com base no faturamento do mês;
I - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.158-35, de 24.8.2001)
III - pelas pessoas jurídicas de direito público interno, com base no valor mensal das
receitas correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas.
(BRASIL, 1998)

O PIS/PASEP trata-se de uma contribuição que é apurada e recolhida baseando-se na


receita bruta das empresas e devida mensalmente pelas pessoas jurídicas de direito privado e as
que lhe são equiparadas pela legislação do IR, entidades sem fins lucrativos e PJ de direito
público interno (OLIVEIRA et al., 2015).

As alíquotas variam de acordo com o regime adotado, cumulativo ou não cumulativo e


são aplicadas sobre o faturamento mensal da entidade (FABRETTI, 2015).

No regime de incidência cumulativa, voltada as empresas que apuram o IR com base no


regime tributário lucro presumido, a alíquota é de 0,65%. Já no regime de incidência não
cumulativa (empresas optantes pelo lucro real), a alíquota é de 1,65% (FABRETTI, 2015).

Entende-se que PIS é um tributo recolhido pela empresa, depende do regime tributário
adotado, podendo ser cumulativo ou não cumulativo, sendo aplicadas diretamente sobre o
faturamento mensal.
25

2.5.3 COFINS

A Contribuição Social Para Financiamento da Seguridade Social (COFINS), tem como


objetivo assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Trata-se de
um tributo incidente sobre o faturamento mensal da entidade ou a elas equiparadas pela
legislação do imposto de renda (OLIVEIRA et al., 2015).

O fato gerador é o faturamento mensal, assim entendido como o total das receitas
auferidas pela entidade, independente de sua denominação ou classificação contábil, assim, a
base de cálculo da contribuição é o faturamento mensal apurado (FABRETTI, 2015).

Existem setores aos quais se aplica outro regime de apuração de base de cálculo, bem
como as alíquotas, como é o caso dos bancos comerciais e do sistema monofásico de cálculo
dessa contribuição (FABRETTI, 2015). Mas em uma regra geral as alíquotas correspondem em
cumulativas, sendo 3% e não cumulativas, sendo 7,6%.

Conforme abordado por Oliveira et al. (2015), as empresas tributadas com base no
regime tributário lucro real estão sujeitas ao regime não cumulativo da COFINS, e as demais
empresas continuam sujeitas ao regime cumulativo (sem direito a quaisquer débitos), ou seja,
as empresas tributadas pelo lucro presumido ou arbitrados, as optantes pelo simples nacinal,
entre outras pessoas jurídicas.

Da mesma forma que ocorre no regime de substituição tributária do ICMS, em que o


primeiro empresário que é o elo da cadeia produtiva, deve reter tributos que serão devidos no
preço de venda para o consumidor final, a Lei nº 10.637/02 criou um sistema semelhante para
o recolhimento do PIS e COFINS nomeado de sistema monofásico (FABRETTI, 2015).

De acordo com o que foi abordado entende-se COFINS um tributo que tem como fato
gerador a base de cálculo da contribuição e é calculado em cima do faturamento mensal de
pessoa jurídica. As alíquotas seguem uma regra geral, exceto para os bancos comerciais e o
sistema monofásico.

2.5.4 IRPJ

Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) segundo Crepaldi (2019):


26

é um imposto cuja função é claramente fiscal, haja vista que representa a principal
fonte de receita da União. Não se pode negar, contudo, certa função extrafiscal,
porquanto consiste em um instrumento de intervenção do Poder Público no domínio
econômico. (CREPALDI, 2019, p. 203).

De acordo com Crepaldi e Crepaldi (2014), o imposto sobre a renda e proventos de


qualquer natureza está disposto no art. 153, III, da CF, nos arts. 43 a 45, CTN, e no Decreto
3.000/1999 (RIR).

Oliveira et al. (2011, p. 168) explica que “o Imposto de Renda em geral é cobrado (ou
pago) mensalmente e no ano seguinte o contribuinte prepara uma declaração de ajuste anual de
quanto deve de imposto (ou tem restituição de valores pagos a mais), sendo que esses valores
deverão ser homologados pelas autoridades tributárias.”

A base de cálculo do imposto é o montante real, arbitrado ou presumido da renda ou dos


proventos tributáveis conforme disposto no art. 44 do CTN, sendo o rendimento a base de
cálculo do IR (MARTINS, 2015).

Martins (2015) ainda completa, a incidência do imposto independe da denominação da


receita ou rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem
e da forma de percepção. Se a fonte perceber renda, haverá a incidência do imposto.

Conforme nos conta Oliveira et al. (2011) são contribuinte do Impostos de Renda as
pessoas jurídicas, públicas ou privadas, pessoas físicas e empresas individuais.

Entende-se que o IR incide sobre qualquer renda gerada e representa a principal fonte
da União. O fato gerador trata de qualquer aquisição de disponibilidade econômica de qualquer
natureza.

2.5.5 CSLL

Sobre as origens da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Oliveira et al.
(2011) diz:

a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) foi instituída pela Lei nº 7.689,
de 15-12-1988; é uma contribuição de competência da União. É uma das fontes de
recursos previstas no art. 195 da Contribuição Federal de 1988. São contribuintes as
pessoas jurídicas domiciliadas no país e as que lhes são equiparadas pela legislação
do Imposto de Renda. (OLIVEIRA, et al., 2011, p. 189).
27

Conforme o Portal Tributário (2021), “aplicam-se à CSLL as mesmas normas de


apuração e de pagamento estabelecidas para o imposto de renda das pessoas jurídicas, mantidas
a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor (Lei 8.981, de 1995, artigo 57).
Desta forma, além do IRPJ, a pessoa jurídica optante pelo Lucro Real, presumido ou Arbitrado
deverá recolher a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), também pela forma
escolhida.”

A alíquota da CSLL é de 9% para as pessoas jurídicas em geral, e de 15% no caso das


pessoas jurídicas de seguros privados e de capitalização. A base de cálculo da CSLL, em cada
mês, será determinada pela soma de 12% ou de 32% (prestação de serviço geral, entre outros)
da receita brita auferida no período base (BRASIL, 2015).

Entende-se que a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido é um tributo de


competência da União. Deve acompanhar a forma de tributação do lucro adotado pelo IRPJ,
sendo a base de cálculo o lucro líquido do período base e a aplicação da alíquota determinada.

2.5.6 Contribuições sobre a folha de salário

De acordo com Oliveira et al. (2015), além do salário pago aos funcionários, as
entidades possuem gastos adicionais com os encargos sociais que são diversos e incidem sobre
os salários, horas extras e outros benefícios.

Os empregados contribuem sobre a folha de salário, na forma da Lei nº 8.212/91, sendo


a contribuição da seguinte forma: para o INSS 20% sobre o salário bruto; e para o Seguro
Acidente do Trabalho (SAT) aplicação das alíquotas, que variam de acordo com o grau de risco
da empresa, sendo 1% para risco leve, 2% para risco médico e 3% para risco grave, sobre o
bruto (FABRETTI, 2015).

Além dos diversos encargos, as empresas devem recolher mensalmente, em guias


específicas, 8% da remuneração paga, ou a pagar, aos funcionários referentes ao Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A legislação tributária concede aos funcionários das
empresas diversos benefícios adicionais aos salários, como as férias, sendo o salário acrescido
de 1/3 e 13º salário (OLIVEIRA et al., 2015).
28

Fabretti (2015) apresenta que, algumas empresas possuem contribuições com terceiros
sobre a folha de pagamento, que são as contribuições com o Sebrae (0,6%), Senai ou Senac
(1%), Incra (0,2%), Salário-Educação (2,5%), Sesi ou Sesc (1,5%). Totalizando 5,8% da folha
de pagamento. Essas contribuições para terceiros podem ser conveniadas com esses órgãos,
desde que a empresa preste a ela própria o serviço que seria prestado por eles.

Entretanto, alguns empresa possuem a opção de ser integradas na política


governamental de desoneração da folha de pagamento, que compreende a substituição às
contribuições previdenciárias de 20% sobre o total da folha de empregados, passando à recolher
sobre o faturamento da entidade, podendo ser 1,5% ou 4,5%, dependendo da segmentação
(OLIVEIRA et al., 2015).

De acordo com o abordado compreende que além da folha de pagamento, ou seja,


remuneração dos colaboradores da entidade, as empresas possuem gastos adicionais com os
encargos sociais e outros benefícios que incidem sobre os salários.

2.6 Lucro presumido

Oliveira et al. (2011), menciona que:

a legislação, ao introduzir a figura do lucro presumido, que é uma alternativa de


tributação opcional para algumas pessoas jurídicas, como será́ estudado a seguir, visou
facilitar as rotinas burocráticas e administrativas de algumas organizações, geralmente
algumas empresas de menor porte e menor nível de estrutura e cujo pagamento do
imposto presumido satisfaz o tesouro nacional.
É uma forma simplificada de apuração da base de cálculo dos tributos com o Imposto
de Renda e da contribuição social, restrita aos contribuintes que não estão obrigados
ao regime de apuração de tributação com base no lucro real. (OLIVERA et al. 2011,
p180).

A legislação tributária segundo Crepaldi (2017, p. 172), “mostra que o lucro presumido
é uma forma de tributação simplificada para determinação da base de cálculo do IRPJ e da
CSLL das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas, no ano-calendário, à apuração do
lucro real.”

Conforme disposto no art. 13 da Lei nº 12.814/13:


29

A pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-calendário anterior tenha sido igual
ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a R$ 6.500.000,00
(seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de atividade
do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses, poderá optar pelo
regime de tributação com base no lucro presumido. (BRASIL, 2013)

As empresas que optam pela apuração do IRPJ e CSLL pelo lucro presumido não estão
obrigadas a possuir escrituração contábil detalhada de suas receitas e despesas, que informe seu
lucro real, basta que escriture o livro caixa. Assim, mostrará, entre outras coisas, as receitas
recebidas. O lucro presumido deve ser apurado trimestralmente nos dias 31 de março, 30 de
junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário (OLIVEIRA et al., 2015).

Conforme ressalta Crepaldi (2019),

a manifestação de opção pela tributação pelo Lucro Presumido se dará por ocasião do
pagamento da primeira cota ou cota única do imposto devido no primeiro trimestre do
ano-calendário, cujo vencimento ocorre no último dia do mês de abril, e a opção é
definitiva para todo o ano-calendário. (CREPALDI, 2019, p. 232)

De acordo com a Lei nº 9.249/95, em seu art. 15:

a base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do


percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida mensalmente,
observado o disposto no art. 12 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977,
deduzida das devoluções, vendas canceladas e dos descontos incondicionais
concedidos, sem prejuízo do disposto nos arts. 30, 32, 34 e 35 da Lei no 8.981, de 20
de janeiro de 1995. (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014).
(BRASIL, 1995)

O percentual deve ser aplicado à receita bruta e desse resultado, a empresa levanta a
base de cálculo, que estará sujeita a adições e subtrações previstas em lei. Quem estiver no lucro
presumido deve acrescentar a base de cálculo do IR se for o caso, o ganho de capital na venda
de bens do ativo permanente. Definida a base, resta aplicar as alíquotas do imposto, e, caso atue
em diversos setores, a empresa deve adotar o percentual correspondente à receita apurada em
cada atividade (CREPALDI, 2017).

O Quadro 1, contém as diferentes bases de cálculo (presunção) possíveis para quem


optou por pagar o IR pelo Lucro Presumido.
30

Quadro 1 – Bases de cálculo para o Lucro Presumido (art. 15, Lei n. 9.249/1995).
BASE (INCIDENTE SOBRE A
ATIVIDADES
RECEITA BRUTA)
Venda de mercadorias e produtos. 8%
Revenda, para consumo, de combustível derivado
de petróleo, álcool etílico carburante egás natural. 1,60%

Prestação de serviços de transporte, exceto de


16%
carga.

Transporte de cargas. 8%

Empresas que têm como atividade contratual a


8%
venda de imóveis.

Prestação de demais serviços, exceto


hospitalares. 32%

Prestação de serviços, em geral das pessoas


jurídicas, com receita bruta anual até
R$120.000,00, exceto serviços hospitalares, de 16%
transportes etc.

Empresas que têm como atividade contratual a


venda de imóveis. 8%

Fonte: Crepaldi e Crepaldi (2014, p. 344).

De acordo com Crepaldi e Crepaldi (2014), o IR tem 15% de alíquota básica e 10% de
alíquota de adicional, que é paga somente sobre a parcela do lucro que exceder R$ 60.000,00
no trimestre.

De acordo com Fabretti (2015) para a apuração no lucro presumido, as alíquotas para
PIS e COFINS normalmente utilizadas são no regime cumulativo, com valores de 0,65% (PIS)
e 3% (COFINS).

De acordo com Martins (2015), as principais vantagens do lucro presumido são:

• ser mais simples e exigir menos documentação que o Lucro Real;

• as alíquotas de PIS e COFINS são menos elevadas, comparadas ao Lucro Real;

• quando o lucro da empresa é superior à presunção, há uma vantagem tributária.

Segundo Martins (2015), as principais desvantagens do lucro presumido são:


31

• não permite nenhuma dedução de despesa ou prejuízo fiscal anterior;

• não é um regime interessante para a empresa que tem prejuízo, pois, como o IR é pago com
base na receita bruta e não sobre o lucro efetivo, a empresa paga mais quando ocorrem
prejuízos;

• não é possível abater nenhum crédito fiscal em sua base de cálculo (PIS e COFINS).

De acordo com Crepaldi e Crepaldi (2014), as desvantagens desse regime, porém, é que
nem todas as empresas podem optar por ele, já que há limitações relacionadas ao volume de
faturamento e ao ramo de atividade. O lucro presumido pode permitir planejamento fiscal,
desde que se considerem suas limitações e restrições específicas, advindas da legislação.

Entende-se que o lucro presumido é uma forma simplificada para aplicação das bases
de cálculo do IRPJ e da CSLL para pessoa jurídica. Podem optar por esse regime as PJ não
obrigadas à apuração do lucro real, cuja receita bruta total, no exercício anterior, tenha disso
igual ou inferior a R$ 48.000.000,00. A base de cálculo do IR das empresas tributadas pelo
lucro presumido, em cada trimestre, será determinada mediante aplicação de percentuais
fixados em lei, e de acordo com sua atividade, acrescido de outras receitas, rendimentos ou
ganhos de capital.

2.7 Lucro real

Conforme Oliveira et al. (2015, p. 191), o lucro real “é aquele realmente apurado pela
contabilidade, com base completa na escrituração contábil fiscal, com estrita e rigorosa
observância dos princípios de contabilidade e demais normais fiscais e comerciais.”

De acordo com Crepaldi e Crepaldi (2014, p. 325) o lucro real “é a base de cálculo do
imposto sobre a renda apurada de acordo com os registros contábeis e fiscais efetuados
sistematicamente conforme as leis comerciais e fiscais.”

O lucro real é analisado de maneira trimestral ou anual. Neste sentido, Oliveira et al.
(2011, p. 170) afirma que, o lucro real pode ser apurado a critério do contribuinte, podendo ser
trimestral ou anualmente.

As alíquotas ao regime não cumulativo de PIS e COFINS correspondem: PIS 1,65% e


COFINS 7,6%. As empresas que utilizam da tributação pelo Lucro Real, têm a possibilidade
de recuperarem o PIS e COFINS pagos inclusos no valor da mercadoria na hora da compra.
32

Existem setores aos quais se aplica outro regime de alíquotas, bem como de apuração da base
de cálculo, como é o caso dos bancos comerciais e do sistema monofásico de cálculo dessas
contribuições (FABRETTI, 2015).

O art. 14 da Lei nº 9.718/98 conceitua quais pessoas jurídicas estão a adotar o regime
de tributação lucro real:

Art. 14. Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas:


I - cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$
78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou proporcional ao número de meses
do período, quando inferior a 12 (doze) meses;
II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de
desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e
investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos,
valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas
de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e
de capitalização e entidades de previdência privada aberta;
III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais
relativos à isenção ou redução do imposto;
V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo
regime de estimativa, na forma do art. 2° da Lei n° 9.430, de 1996;
VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de
assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração
de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas
mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).
VII - que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros
e do agronegócio. (BRASIL, 1998)

De acordo com Martins (2015), as principais vantagens do lucro real são:

• há menos distorções nos cálculos do IRPJ e a CSLL, devido ao cálculo ser feito com base no
lucro real da empresa;

• é possível compensar prejuízos na base de cálculo, e/ou;

• possui regime não cumulativo de PIS e COFINS, contribuindo para redução da carga destes
tributos.

Segundo Martins (2015), as principais desvantagens do lucro real são:

• mais complexo que o lucro presumido, no tratamento das obrigações acessórias;

• exige um controle mais rigoroso e mais observância dos princípios contábeis, e/ou;

• requer maior vigor contábil pelas regras tributárias já que todas as empresas devem realizar a
escrituração contábil de seus fatos.
33

Entende-se, que o lucro real é o resultado, ou seja, receitas menos custos e despesas, e
posteriormente, ajustado com as adições e exclusões. No regime lucro real, a empresa paga o
IR sobre o lucro apurado nos seus balanços, as opções são lucro real trimestral ou lucro real
anual.

2.8 Simples nacional

De acordo com a Receita da Fazenda (2021), “o Simples Nacional é um regime


compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às Microempresas
e Empresas de Pequeno Porte”.

Segundo Martins (2015, p. 404), o “Simples Nacional é um regime especial unificado


de arrecadação de tributos e contribuições devidos pelas microempresas (ME) e empresas de
pequeno porte (EPP), instituído pela lei complementar n°123/2006”. Este mesmo autor ainda
relata que o sistema corresponde a um regime diferenciado de tributação para essas empresas,
com pagamento por uma guia unificada.

Conforme o Portal Tributário (2021):

um exemplo típico de regime tributário especial é o Simples Nacional (Lei


Complementar 123/2006), aplicável às microempresas e empresas de pequeno porte
no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante
regime único de arrecadação, inclusive de obrigações acessórias. (PORTAL
TRIBUTÁRIO, 2021).

A lei complementar n°123/2006 estabelece normas gerais relativas à apuração e


recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, mediante a um documento único de arrecadação e suas obrigações acessórias. A
lei geral classifica as pessoas jurídicas em ME ou EPP, pelos parâmetros fiscais da receita bruta
(FABRETTI, 2012).

Segundo Crepaldi e Crepladi (2014, p. 362) “considera-se ME, para efeito do Simples
Nacional, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, que auferir em cada ano-calendário, receita
bruta igual ou inferior a R$ 3.600.000,00”. Assim, “entende-se por EPP, para efeito do Simples
Nacional, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada que auferir em cada ano-calendário, receita
bruta superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00”.
34

Segundo Crepaldi e Crepaldi (2014), o Simples Nacional implica o recolhimento


mensal, mediante documento único de arrecadação dos seguintes tributos: IRPJ, IPI, CSLL,
COFINS, PIS/PASEP, CPP, ICMS e ISS.

O valor devido pela empresa optante pelo Simples Nacional será apurado por meio de
uma média da receita bruta acumulado dos 12 (doze) últimos meses, aplicando a alíquota das
tabelas e anexos estabelecidos, de acordo com o ramo de atividade da empresa.

No Quadro 2 são apresentadas as alíquotas e partilha do simples nacional aplicadas ao


comércio, para cálculo e recolhimento do simples nacional.

Quadro 2 - Alíquotas e partilha do Simples Nacional anexo I - comércio.

ANEXO I - Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Comércio


Alíquota
Receita Bruta em 12 meses (em R$) Valor a Deduzir (em R$)
Nominal
1° Faixa Até 180.000,00 4,00% -

2° Faixa De 180.000,00 a 360.000,00 7,30% 5.940,00


3° Faixa De 360.000,00 a 720.000,00 9,50% 13.860,00
4° Faixa De 720.000,00 a 1.800.000,00 10,70% 22.500,00
5° Faixa De 1.800.000,00 a 3.600.000,00 14,30% 87.300,00
6° Faixa De 3.600.000,00 a 4.800.000,00 19,00% 378.000,00
Fonte: Brasil (2016).

De acordo com os dados apresentados no Quadre 2, o simples nacional anexo I abrange


a segmentação comércio, suas alíquotas variam de 4% a 19%. A primeira faixa abrange os
faturamentos de até R$ 180.000,00 e para receitas superiores a essa, sendo o limite de R$3,6
milhões, os impostos serão apurados com alíquotas superiores, de acordo com o enquadramento
da faixa.

No Quadro 3 são apresentados os percentuais de repartição dos seguintes tributos: IRPJ,


CSLL, COFINS, PIS/PASEP, CPP e ICMS pelo Simples Nacional, que são aplicadas ao
comércio.
35

Quadro 3 - Percentual de repartição dos tributos – comércio.


Percentual de Repartição dos Tributos
Faixas IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ICMS
1° Faixa 5,50 % 3,50 % 12,74% 2,76% 41,5% 34,00%
2° Faixa 5,50 % 3,50 % 12,74% 2,76% 41,5% 34,00%
3° Faixa 5,50 % 3,50 % 12,74% 2,76% 42,00% 33,50%
4° Faixa 5,50 % 3,50 % 12,74% 2,76% 42,00% 33,50%
5° Faixa 13,50% 10,00% 28,27% 6,13% 42,10% -
Fonte: Brasil (2016).

Os dados apresentados no Quadro 3 representam as alíquotas e os impostos que


compõem a guia do Simples Nacional - comércio, conhecido também como Documento Único
de Arrecadação (DAE). A análise inicial deve ser feita no Quadro 2, após apuração das receitas,
e depois do enquadramento de anexo, identificar a faixa adequada no Quadro 3, aplicando as
devidas alíquotas e impostos.

Conforme analisado por Crepaldi e Crepaldi (2014) relata que dependendo do caso,
porém, mesmo com as desvantagens apresentadas, o Simples Nacional pode valer a pena até
pra quem recolhe o INSS à parte. Quem adere o Simples Nacional fica isento do pagamento
das contribuições para o chamado sistema S (Sesi, Senai, Sesc, Senac, Sest/Senat, Sebrae) e o
salário-educação. Juntas, essas contribuições equivalem a 5,8% da folha de pagamento.

Conforme as informações apresentadas, entende-se simples nacional um regime


tributário de arrecadação simplificada e unificada, de recolhimento dos impostos e
contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante ao DAE.

2.9 Planejamento tributário

Segundo Crepaldi (2017, p. 3), planejamento tributário “é um ato preventivo que, dentro
da estrita observação da legislação brasileira vigente, visa encontrar mecanismos que permitam
diminuir o desembolso financeiro com o pagamento de tributos”.
36

De acordo com Oliveira et al. (2015, p. 23), “entende-se por planejamento tributário
uma forma lícita de reduzir a carga fiscal, o que exige alta dose de conhecimento técnico e bom-
senso dos responsáveis pelas decisões estratégicas no ambiente corporativo”.

O estudo feito de modo preventivo, ou seja, antes da realização do fato administrativo,


observando-se seus efeitos jurídicos e econômicos e as opções legais menos onerosas,
denomina-se planejamento tributário. O planejamento tributário busca analisar as alternativas
e as lacunas existentes na legislação vigente brasileira, e realizado preventivamente produz a
elisão fiscal, ou seja, a redução da carga tributária dentro da legalidade (FABRETTI, 2015).

A principal finalidade do planejamento tributário tem como base evitar a incidência


tributária, com o objetivo de prevenir a ocorrência do fato gerador do tributo, reduzindo, assim,
seu montante, sob o ponto de vista da redução da alíquota ou base de cálculo (CREPALDI,
2017).

De acordo com Crepaldi (2017), os principais benefícios que o contribuinte pode obter
com o planejamento tributário são:

• entender o processo entre planejamento tributário e sonegação fiscal;

• identificar as oportunidades de eliminação ou minimização da carga tributária;

• maximizar a utilização de oportunidades legais existentes dentro da legislação;

• redução da carga tributária de forma legal.

Entende-se, que o Planejamento tributário é um estudo que busca dentro da legislação,


lacunas e brechas, para a redução do custo tributário das empresas, ou seja, é um estudo feito
preventivamente com o objetivo de encontrar a alternativa legal menos onerosa para o
contribuinte.

2.10 Pesquisas anteriores

Buscando similaridade para embasamento da problemática algumas pesquisas foram


identificadas, seguindo a mesma metodologia em identificar qual o regime de tributação mais
adequado dentre os disponíveis do Brasil.

Segundo Suelen Petry Santos (2015), em seu artigo científico Planejamento Tributário
Para Serviços De Representação Comercial: Simples Nacional X Lucro Presumido,
37

inicialmente dispõe de um banco de dados com o faturamento e contribuições de 12 meses,


realizando os cálculos de cada tributo designado pelos regimes Simples Nacional e Lucro
Presumido. De forma conclusiva, se observou que o melhor enquadramento foi pelo regime de
Lucro Presumido sendo aproximadamente 10% mais rentável. Durante a definição, vale
ressaltar a importância do setor envolvido e seu faturamento, pois, são pré-requisitos para a
escolha de quais impostos e percentuais para oneração.

Outro exemplo pode ser ilustrado com a pesquisa de Holzmann (2015), em


Planejamento Tributário: Lucro Presumido X Simples Nacional Um Estudo De Caso Na
Microempresa Madeireira Pantanal. O autor buscou analisar a aplicabilidade do comércio no
Simples Nacional e no Lucro Presumido, simular a atribuições aos regimes e levantar os
possíveis tributos e seus impactos, e, finalmente comprar os resultados para escolha do regime
mais adequado. Sendo possível observar um ganho de aproximadamente 37% aderindo ao
regime de tributação do Simples Nacional.

Observando os artigos ilustrados e comparando-os com o presente trabalho,


identificamos que durante a escolha por qual regime mais adequado, saber se a empresa é
prestadora de serviços ou comércio varejista se torna crucial para designar os tributos mais
rentáveis durante a execução do planejamento tributário. Esta observação somente foi possível
visto que, o primeiro exemplo aderiu ao regime do Lucro Presumido com ganho em cerca de
10% sendo atuante como prestador de serviço. Já o segundo artigo obteve ganhos de
aproximadamente 37% atuando no comércio varejista, semelhante ao presente trabalho.

Mediante isso, vale ressaltar a importância do contador para levantar e apresentar


resultados a fim de, tangenciar a importância do planejamento tributário para o ramo de
açougue, visto a dificuldade em encontrar trabalhos publicados para este ramo.
38

3 METODOLOGIA

3.1 Classificação da pesquisa

3.1.1 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa pode ser classificada como aplicada e descritiva.

A pesquisa aplicada é estruturada, objetivando a resolução de problemas definido. Esse


tipo de pesquisa possui finalidade prática, e tem como características a composição de trabalhos
originais, e a obtenção de conhecimento, entretanto a princípio designada a um fim ou objetivo
determinado (VERGARA, 2016).

Esta pesquisa é aplicada porque analisou a melhor forma de tributação da empresa


Comercial Cicle Ltda. Foram realizados os cálculos dos exercícios de 2020 e 2021, para mostrar
para a empresa qual a melhor opção adotar, e propor alterações caso necessário.

De acordo com Bertucci (2011, p. 50) “as pesquisas descritivas têm como objetivo
principal estabelecer relações entre variáveis analisadas e levantar hipóteses ou possibilidades
para explicar essas relações.”

A pesquisa descritiva foi utilizada durante a obtenção de dados nos demonstrativos


contábeis e para descrever os conceitos e particularidades de cada regime tributário: Lucro
Presumido e Simples Nacional.

3.1.2 Quanto à abordagem do problema

No que diz respeito a abordagem do problema, a pesquisa foi definida como qualitativa
e quantitativa.

A pesquisa quantitativa é a forma que se expressa uma opinião através de números, de


forma que sejam classificadas e avaliadas, usando técnicas estatísticas (FARIAS FILHO;
ARRUDA FILHO, 2015).

Neste sentido, a pesquisa quantitativa foi realizada através da análise contábil, ou seja,
os cálculos tributários dos regimes: Lucro Presumido e Simples Nacional. Através dos dados
39

coletados nos demonstrativos contábeis que foram disponibilizados pela contabilidade da


empresa, e assim, foi possível analisar os resultados e identificar a forma de tributação mais
econômica para a drogaria.

A pesquisa qualitativa é o estudo aprofundado de determinado assunto, a interpretação


de acontecimentos e atribuições em relação aos seus significados, e que não pode ser expressa
de forma numérica (FARIAS FILHO; ARRUDA FILHO, 2015).

Assim, a pesquisa qualitativa foi realizada através da análise documental, coletando


informações, baseando-se, a partir dos demonstrativos contábeis, exercícios fiscais de 2020 e
2021 disponibilizados pela contabilidade da empresa.

3.1.3 Quanto aos procedimentos

Quanto aos procedimentos técnicos esta pesquisa se classifica como documental,


bibliográfica e estudo de caso.

O estudo de caso é uma forma de pesquisa caracterizada como um estudo intensificado


e detalhado, resultando em conhecimento, utilizados em estudos atuais e circunstâncias reais
(GIL, 2017).

O estudo de caso é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como


pessoa, família, produto, empresa, órgão público, comunidade ou mesmo país. Tem caráter de
profundidade e detalhamento. Pode ou não ser realizado no campo. Utiliza métodos
diferenciados de coleta de dados. (VERGARA, 2016, p. 44).

Assim a pesquisa é classificada como estudo de caso, pois foram analisadas as


demonstrações dos exercícios de 2020 e 2021 da empresa Comercial Cicle Ltda, afim de avaliar
o regime tributário mais adequado.

A pesquisa documental utilizou as informações documentais da empresa em análise, que


ajudaram a responder os questionamentos do trabalho. Caso essas informações não tiverem sido
publicadas, é necessário autorização da empresa para utilizá-las (ALMEIDA et al., 2018).

A pesquisa se caracteriza como documental, pois utilizou as demonstrações de


resultado, afim de realizar os cálculos do simples nacional e lucro presumido.
40

Segundo Marconi e Lakatos (2019, p. 33) “A pesquisa bibliográfica é um tipo específico


de produção científica: é feita com base em textos, como livros, artigos científicos, ensaios
críticos, dicionários, enciclopédias, jornais, revistas, resenhas, resumos”.

A pesquisa bibliográfica segundo Gil (2010, p. 29), “é elaborada com base em material
já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de estudo inclui material impresso, como
livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos”.

Nesta pesquisa foram utilizadas as principais fontes bibliográficas sobre o assunto em


estudo, que foram disponibilizadas em redes eletrônicas, livros, outros trabalhos acadêmicos já
realizados, pesquisas sobre o assunto, Leis, Decretos, e Emenda Constitucional.

3.2 Caracterização da organização/amostra

A Comercial Cicle Ltda é uma empresa familiar que surgiu em 2009 em Belo
Horizonte/MG, ela tem como atividade principal a comercialização de bicicletas.

A empresa trabalha com foco em clientes específicos, que são os ciclistas e usuários de
bicicletas e triciclos.

Sua missão é comercializar de forma inovadora e com toda qualidade exigida pelo
mercado e pelo seu público alvo, buscando sempre a garantia da satisfação do cliente e de forma
respeitosa.

A visão da empresa é se tornar referência na cidade e região onde atua, sendo provedora
de eficiência e eficácia, satisfação e confiança dos clientes, produtos com extrema qualidade,
buscando sempre ser a melhor, atendendo e satisfazendo as necessidades de produto, serviço e
autor regularização de seus clientes.

Seus valores são:

• Desenvolvimentos sustentável;

• Conduta ética;

• Respeito, transparência e integridade;

• Qualidade e excelência em seus produtos e serviços;

• Sempre buscar inovação, antecipando tendências e cumprindo com as


expectativas dos clientes; e
41

• Sustentabilidade.

A empresa promove a sustentabilidade fazendo reciclagem e aquecimento de água


através de placas solares, dentre outras atitudes que reduzem os impactos ambientais.

3.3 Coleta de dados

Na coleta de dados deverão ser mencionados, quais dados serão necessários para que
seja resolvida a problemática da pesquisa, e também para alcançar os objetivos propostos.
(VERGARA, 2016).

Os dados foram coletados através da Demonstração de Resultado que permitiu


desenvolver os seguintes objetivos:

• analisar os dados fornecidos pela empresa para realização do cálculo do Simples


Nacional e Lucro Presumido nos exercícios de 2020 e 2021;

• elaborar o cálculo dos tributos de acordo com cada regime tributário;

• comparar os cálculos e identificar qual o melhor regime tributário; e

• verificar qual a redução de encargos tributários poderá ser gerada através da


escolha do melhor regime tributário.

3.4 Tratamento dos dados

O tratamento de dados é a etapa do trabalho no qual o leitor compreende como serão


abordados os dados a coletar, mostrando o porquê de tal tratamento se enquadrar aos objetivos
do trabalho. Serão elaborados gráficos, serão utilizados métodos estatísticos, cálculos
matemáticos, dentre outros (DIDIO, 2014).

Nesta pesquisa foram analisadas as demonstrações de resultado de 2020 e 2021 da


empresa Comercial Cicle Ltda, com a finalidade de identificar a opção tributária mais vantajosa,
para a empresa, de acordo com a Lei.
42

Para alcançar os objetivos propostos os dados foram coletados para realização dos
cálculos do simples nacional e lucro presumido, após realizados foram desenvolvidas tabelas e
gráficos, demonstrando as variações entre os regimes tributários e comparações entre os
exercícios abordados.

3.5 Limitações da pesquisa

Conforme Vergara (2016, p. 61) “o pesquisador deve explicitar quais as limitações que
o método escolhido para a pesquisa oferece, mas que ainda assim o justificam como o método
mais adequado aos propósitos da investigação”.

A pesquisa pode ter como limitação, o fato de várias empresas terem o receio de enviar
informações por não realizarem a contabilidade de forma correta.

Porém a Comercial Cicle Ltda se propôs a disponibilizar as informações necessárias, e


dar todo o apoio para que o trabalho seja desenvolvido da melhor forma possível, pois ela possui
interesses nos resultados.

Outra limitação é o fato de a autora ter que utilizar do princípio da neutralidade


cientifica, não permitindo que sua opinião interfira nas conclusões da pesquisa, pois o trabalho
será enviado para a empresa.
43

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este capítulo apresenta a Empresa Comercial Cicle Ltda e a análise realizada mediante
o levantamento de dados, que foram disponibilizados pela empresa, referente aos exercícios
fiscais de 2020 e 2021.
Foram realizados cálculos para atender a sistemática do trabalho e condicionar a
estabilidade para escolha do sistema tributário adequado.
A empresa analisada é um comércio de bicicletas. Os dados ilustrados na pesquisa são
reais, mas o proprietário da empresa não autorizou a divulgação do CNPJ e razão social, sendo
a mesma representada na presente pesquisa como “Comercial Cicle Ltda”.

4.1 Análise dos fatos observados em 2020

A empresa objeto desse estudo, em 2020 era regida pelo Simples Nacional, com um
faturamento mensal em média de R$343.338,63 (trezentos e quarenta e três mil trezentos e
trinta e oito reais e sessenta e três centavos), com a receita bruta total dos 12 meses em
R$4.120.063,61 (quatro milhões, cento e vinte mil e sessenta e três reais e sessenta e um
centavos), conforme tabela 1.

Tabela 1 – Faturamento 2020


Faturamento ano calendário - 2020
Mês Receita Bruta
Janeiro R$ 249.694,39
Fevereiro R$ 103.886,10
Março R$ 285.781,16
Abril R$ 438.540,60
Maio R$ 494.329,60
Junho R$ 770.010,42
Julho R$ 566.839,39
Agosto R$ 291.968,70
Setembro R$ 262.384,94
Outubro R$ 91.857,96
Novembro R$ 174.747,59
Dezembro R$ 390.022,76
Acumulado do ano R$ 4.120.063,61
Fonte: Elaborado pela autora, segundo dados da pesquisa, 2022.
44

4.1.1 Simples Nacional

Para realizar o cálculo do Simples Nacional deve observar em qual anexo a empresa se
encontra, a Comercial Cicle Ltda se enquadra no anexo I, comércio. No geral para calcular o
imposto é utilizada a seguinte fórmula, RBT12 x alíquota – parcela dedutível / RBT12.
A empresa em estudo variou seu enquadramento entre a 5ª e 6ª faixa da receita bruta do
anexo I do Simples Nacional. A alíquota na 5ª faixa do anexo I é de 14,30% com a parcela a
deduzir de R$ 87.300,00 (oitenta e sete mil e trezentos reais) e a alíquota na 6ª faixa do anexo
I é de 19% com a parcela a deduzir de R$ 378.000,00 (trezentos e setenta e oito mil reais).
Vale ressaltar que os impostos que estão inclusos dentro da DAS do simples nacional
são o PIS/PASEP, COFINS, IRPJ, CSLL, CPP e ICMS.
Segue o cálculo do Simples Nacional de 2020 da empresa Comercial Cicle Ltda,
conforme dados enviados pela mesma:

Tabela 2 – Apuração Simples Nacional – 2020


EMPRESA COMERCIAL CICLE LTDA- Valores informados no SIMPLES NACIONAL 2020
CÁLCULO ALÍQUOTA (RB12 X
RECEITA BRUTA VALOR À
PROVISÃO DE ALÍQUOTA - VALOR A ALÍQUO
ACUMULADA PAGAR
MÊS RECEITA DEDUZIR)/ RB12 = ALÍQUOTA TA
DOS 12 ÚLTIMOS SIMPLES
BRUTA DO MÊS EFETIVA EFETIVA
MESES NACIONAL
ALÍQUOTA VALOR A DEDUZIR
Janeiro R$ 249.694,39 R$ 3.278.163,30 14,30% R$ 87.300,00 11,64% R$ 29.056,74
Fevereiro R$ 103.886,10 R$ 3.338.402,86 14,30% R$ 87.300,00 11,68% R$ 12.139,07
Março R$ 285.781,16 R$ 3.238.351,69 14,30% R$ 87.300,00 11,60% R$ 33.162,57
Abril R$ 438.540,60 R$ 3.317.079,44 14,30% R$ 87.300,00 11,67% R$ 51.169,65
Maio R$ 494.329,60 R$ 3.427.372,56 14,30% R$ 87.300,00 11,75% R$ 58.097,86
Junho R$ 770.010,42 R$ 3.740.618,54 19,00% R$ 378.000,00 8,89% R$ 68.490,27
Julho R$ 566.839,39 R$ 4.315.107,76 19,00% R$ 378.000,00 10,24% R$ 58.044,81
Agosto R$ 291.968,70 R$ 4.594.125,55 19,00% R$ 378.000,00 10,77% R$ 31.451,16
Setembro R$ 262.384,94 R$ 4.634.723,85 19,00% R$ 378.000,00 10,84% R$ 28.453,48
Outubro R$ 91.857,96 R$ 4.636.624,89 19,00% R$ 378.000,00 10,85% R$ 9.964,31
Novembro R$ 174.747,59 R$ 4.350.398,96 19,00% R$ 378.000,00 10,31% R$ 18.018,47
Dezembro R$ 390.022,76 R$ 4.120.666,65 19,00% R$ 378.000,00 9,83% R$ 38.326,47
TOTAL R$ 4.120.063,61 - - - - R$ 436.374,86
Fonte: Elaborado pela autora, segundo dados da pesquisa, 2022.

A carga tributária da empresa Comercial Cicle Ltda calculada pelo regime do Simples
Nacional, sobre o faturamento de 2020 foi de R$ 436.374,86 (quatrocentos e trinta e seis mil e
trezentos e setenta e quatro reais e oitenta e seis centavos).
Na apuração realizada observou-se que a empresa em estudo, no ano de 2020,
ultrapassou o sublimite estabelecido pelo regime do Simples Nacional. De acordo com o art.
13-A da Lei Complementar nº 155/16 “Para efeito de recolhimento do ICMS e do ISS no
45

Simples Nacional, o limite máximo de que trata o inciso II do caput do art. 3o será de R$
3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais)” (BRASIL, 2016). Ou seja, no próximo ano
vigente, caso a empresa continue a tributar pelo Simples Nacional, terá de recolher o ICMS por
fora do DAS.

4.1.2 Lucro presumido

No regime de tributação Lucro Presumido tributa-se apenas os impostos incidentes


sobre a atividade da empresa, especificamente. Na Comercial Cicle Ltda os impostos incidentes
são o ICMS, PIS/COFINS, IRPJ e CSLL.
O cálculo do ICMS será não cumulativo, ou seja, o imposto pago ao adquirir uma
mercadoria, seja ela no estado ou de outro estado, será compensado na venda da mesma. Na
hipótese do crédito adquirido em uma competência não for todo utilizado, poderá acumular para
competências futuras.
A alíquota a ser utilizada deve ser consultada no artigo de nº 42 do Ricms/MG.
A empresa Comercial Cicle Ltda apurou um montante tributário de ICMS, no ano de
2020, no valor de R$ 356.768,09 (trezentos e cinquenta e seis mil setecentos e sessenta e oito
reais e nove centavos), conforme tabela 3.
Segue o cálculo do ICMS de 2020 da empresa Comercial Cicle Ltda., conforme dados
enviados pela entidade:

Tabela 3 – Apuração ICMS - 2020


EMPRESA COMERCIAL CICLE LTDA- Valores informados no ICMS 2020
COMPRA APURAÇÃO
MÊS FATURAMENTO DÉBITO ICMS CRÉDITO ICMS ICMS DEVIDO
MERCADORIA ICMS
Janeiro R$ 249.694,39 R$ 44.944,99 R$ 116.579,89 R$ 20.984,38 R$ 23.960,61 R$ 23.960,61
Fevereiro R$ 103.886,10 R$ 18.699,50 R$ 45.029,38 R$ 8.105,29 R$ 10.594,21 R$ 10.594,21
Março R$ 285.781,16 R$ 51.440,61 R$ 100.194,02 R$ 18.034,92 R$ 33.405,69 R$ 33.405,69
Abril R$ 438.540,60 R$ 78.937,31 R$ 138.967,78 R$ 25.014,20 R$ 53.923,11 R$ 53.923,11
Maio R$ 494.329,60 R$ 88.979,33 R$ 133.012,25 R$ 23.942,21 R$ 65.037,12 R$ 65.037,12
Junho R$ 770.010,42 R$ 138.601,88 R$ 279.777,56 R$ 50.359,96 R$ 88.241,91 R$ 88.241,91
Julho R$ 566.839,39 R$ 102.031,09 R$ 183.086,82 R$ 32.955,63 R$ 69.075,46 R$ 69.075,46
Agosto R$ 291.968,70 R$ 52.554,37 R$ 310.395,46 R$ 55.871,18 -R$ 3.316,82 R$ -
Setembro R$ 262.384,94 R$ 47.229,29 R$ 196.948,00 R$ 35.450,64 R$ 11.778,65 R$ 8.461,83
Outubro R$ 91.857,96 R$ 16.534,43 R$ 204.144,91 R$ 36.746,08 -R$ 20.211,65 R$ -
Novembro R$ 174.747,59 R$ 31.454,57 R$ 198.276,42 R$ 35.689,76 -R$ 4.235,19 R$ -
Dezembro R$ 390.022,76 R$ 70.204,10 R$ 231.606,15 R$ 41.689,11 R$ 28.514,99 R$ 4.068,15
TOTAL R$ 4.120.063,61 R$ 741.611,45 R$ 2.138.018,64 R$ 384.843,36 R$ 356.768,09 R$ 356.768,09
Fonte: Elaborado pela autora, segundo dados da pesquisa, 2022.
46

Na apuração realizada observou-se que a empresa não teve obrigações com o tributo em
três competências do ano de 2020: agosto, outubro e novembro. A não obrigação ao tributo se
deu devido ao crédito gerado na aquisição de mercadorias, que é compensada na venda.
O crédito gerado e não utilizado nas competências de agosto, outubro e novembro foram
empregados em competências subsequentes.
O cálculo do PIS e COFINS no regime tributário Lucro Presumido é cumulativo, ou
seja, a base de cálculo foi a receita da mercadoria vendida sem deduções de custos, despesas e
encargos, somente diminuição do ICMS recolhido na competência. As alíquotas aplicadas são
0,65% e 3%, respectivamente.
A empresa Comercial Cicle Ltda apurou um montante tributário de PIS e COFINS, no
ano de 2020, no valor de R$ 24.461,42 (vinte e quatro mil quatrocentos e sessenta e um reais e
quarenta e dois centavos) e R$ 112.898,87 (cento e doze mil oitocentos e noventa e oito reais e
oitenta e sete centavos), respectivamente.
Na tabela 4 abaixo consta o cálculo do PIS e COFINS de 2020 da empresa Comercial
Cicle Ltda, conforme dados enviados:

Tabela 4 – Apuração PIS e COFINS – 2020


EMPRESA COMERCIAL CICLE LTDA- Valores informados no PIS e COFINS 2020
ICMS PIS COFINS
MÊS FATURAMENTO BASE DE CÁLCULO
RECOLHIDO 0,65% 3%
Janeiro R$ 249.694,39 R$ 23.960,61 R$ 225.733,78 R$ 1.467,27 R$ 6.772,01
Fevereiro R$ 103.886,10 R$ 10.594,21 R$ 93.291,89 R$ 606,40 R$ 2.798,76
Março R$ 285.781,16 R$ 33.405,69 R$ 252.375,47 R$ 1.640,44 R$ 7.571,26
Abril R$ 438.540,60 R$ 53.923,11 R$ 384.617,49 R$ 2.500,01 R$ 11.538,52
Maio R$ 494.329,60 R$ 65.037,12 R$ 429.292,48 R$ 2.790,40 R$ 12.878,77
Junho R$ 770.010,42 R$ 88.241,91 R$ 681.768,51 R$ 4.431,50 R$ 20.453,06
Julho R$ 566.839,39 R$ 69.075,46 R$ 497.763,93 R$ 3.235,47 R$ 14.932,92
Agosto R$ 291.968,70 R$ - R$ 291.968,70 R$ 1.897,80 R$ 8.759,06
Setembro R$ 262.384,94 R$ 8.461,83 R$ 253.923,11 R$ 1.650,50 R$ 7.617,69
Outubro R$ 91.857,96 R$ - R$ 91.857,96 R$ 597,08 R$ 2.755,74
Novembro R$ 174.747,59 R$ - R$ 174.747,59 R$ 1.135,86 R$ 5.242,43
Dezembro R$ 390.022,76 R$ 4.068,15 R$ 385.954,61 R$ 2.508,70 R$ 11.578,64
TOTAL R$ 4.120.063,61 R$ 356.768,09 R$ 3.763.295,52 R$ 24.461,42 R$ 112.898,87
Fonte: Elaborado pela autora, segundo dados da pesquisa, 2022.

O cálculo do IRPJ no regime tributário Lucro Presumido é trimestral e utiliza-se como


base de cálculo o faturamento obtido sobre as vendas. A alíquota de presunção é de 8%, devido
a empresa Comercial Cicle Ltda ser um comércio. Após aplicação da presunção forma-se a
segunda base de cálculo e em cima dela aplica-se 15% do IRPF. Caso a segunda base ultrapasse
R$ 60.000,00 (sessenta mil), aplica-se um adicional de 10% sobre o valor que ultrapassou. A
soma dos valores obtidos na alíquota de 15% e na de 10% é o IRPJ devido no trimestre apurado.
47

Segue o cálculo do IRPJ de 2020 da empresa Comercial Cicle Ltda, conforme dados
enviados:

Tabela 5 – Apuração IRPJ – 2020


EMPRESA COMERCIAL CICLE LTDA- Valores informados no IRPJ 2020
PRESUNÇÃO
RECEITA COMÉRCIO ADICIONAL
COMPETÊNCIAS IRPJ 15% TOTAL IRPJ
BRUTA 8% DE 10%
1º TRIMESTRE R$ 639.361,65 R$ 51.148,93 R$ 7.672,34 R$ - R$ 7.672,34
2º TRIMESTRE R$ 1.702.880,62 R$ 136.230,45 R$ 20.434,57 R$ 7.623,04 R$ 28.057,61
3º TRIMESTRE R$ 1.121.193,03 R$ 89.695,44 R$ 13.454,32 R$ 2.969,54 R$ 16.423,86
4º TRIMESTRE R$ 656.628,31 R$ 52.530,26 R$ 7.879,54 R$ - R$ 7.879,54
TOTAL R$ 4.120.063,61 R$ 329.605,09 R$ 49.440,76 R$ 10.592,59 R$ 60.033,35
Fonte: Elaborado pela autora, segundo dados da pesquisa, 2022.

A empresa objeto de estudos apurou um montante tributário de IRPF, no ano de 2020,


no valor de R$ 60.033,35 (sessenta mil trinta e três reais e trinta e cinco centavos).
Observou-se na apuração realizada que, no segundo e terceiro trimestre, a empresa
auferiu o limite de sessenta mil reais, assim adicionando ao seu imposto 10%.
O cálculo da CSLL no regime tributário Lucro Presumido é trimestral e utiliza-se como
base de cálculo o faturamento obtido pelas vendas. A alíquota de presunção é de 12%, devido
a empresa Comercial Cicle Ltda ser um comércio. Após a aplicação da presunção forma-se a
segunda base de cálculo e em cima dela aplica-se a alíquota de 9% da CSLL.
Na tabela 6 abaixo consta o cálculo da CSLL de 2020 da empresa Comercial Cicle Ltda,
conforme dados enviados pela mesma:

Tabela 6 – Apuração CSLL – 2020


EMPRESA COMERCIAL CICLE LTDA- Valores informados no CSLL 2020
COMPETÊNCIAS RECEITA BRUTA PRESUNÇÃO 12% CSLL 9%
1º TRIMESTRE R$ 639.361,65 R$ 76.723,40 R$ 6.905,11
2º TRIMESTRE R$ 1.702.880,62 R$ 204.345,67 R$ 18.391,11
3º TRIMESTRE R$ 1.121.193,03 R$ 134.543,16 R$ 12.108,88
4º TRIMESTRE R$ 656.628,31 R$ 78.795,40 R$ 7.091,59
TOTAL R$ 4.120.063,61 R$ 494.407,63 R$ 44.496,69
Fonte: Elaborado pela autora, segundo dados da pesquisa, 2022.

A empresa Comercial Cicle Ltda apurou um montante tributário de CSLL, no ano de


2020, no valor de R$ 44.496,69 (quarenta e quatro mil quatrocentos e noventa e seis reais e
sessenta e nove centavos).
48

4.2 Análise dos fatos observados em 2021

A empresa Comercial Cicle Ltda em 2021 obteve um faturamento mensal médio de


R$255.693,35 (duzentos e cinquenta e cinco mil seiscentos e noventa e três reais e trinta e cinco
centavos) e receita bruta total dos 12 meses em R$2.708.320,23 (dois milhões, setecentos e oito
mil trezentos e vinte reais e vinte e três centavos), conforme tabela 7.

Tabela 7 – Faturamento 2021


Faturamento ano calendário - 2021
Mês Receita Bruta
Janeiro R$ 242.429,84
Fevereiro R$ 147.094,68
Março R$ 488.921,56
Abril R$ 464.576,01
Maio R$ 371.461,23
Junho R$ 229.106,74
Julho R$ 201.254,52
Agosto R$ 206.820,65
Setembro R$ 129.739,15
Outubro R$ 56.882,55
Novembro R$ 77.650,43
Dezembro R$ 92.382,87
Acumulado do ano R$ 2.708.320,23
Fonte: Elaborado pela autora, segundo dados da pesquisa, 2022.

4.2.1 Simples Nacional

Para realizar o cálculo do Simples Nacional no ano de 2021 a empresa Comercial Cicle
Ltda permanece no anexo I, comércio. Utilizamos a mesma fórmula do ano anterior para o
cálculo do DAS, RBT12 x alíquota – parcela dedutível / RBT12. Mas a alíquota de ICMS não
poderá estar inclusa dentro da alíquota efetiva, devido ao alto faturamento apurado no ano
anterior, o mesmo será apurado fora do Simples Nacional.
De acordo com o BRT12, apurado da empresa objeto de estudo, variou seu
enquadramento entre a 5ª e 6ª faixa da receita bruta do anexo I do Simples Nacional.
Vale ressaltar que os impostos inclusos na DAS no ano de 2021 foram PIS/PASEP,
COFINS, IRPJ, CSLL e CPP.
49

Na tabela 8 abaixo consta o cálculo do Simples Nacional de 2021 da empresa Comercial


Cicle Ltda, conforme dados enviados pela mesma:

Tabela 8 – Apuração Simples Nacional – 2021


EMPRESA COMERCIAL CICLE LTDA- Valores informados no SIMPLES NACIONAL 2021
CÁLCULO ALÍQUOTA (RB12 X
RECEITA BRUTA VALOR À
PROVISÃO DE ALÍQUOTA - VALOR A
ACUMULADA ALÍQUOTA PAGAR
MÊS RECEITA DEDUZIR)/ RB12 = ALÍQUOTA
DOS 12 ÚLTIMOS EFETIVA SIMPLES
BRUTA DO MÊS EFETIVA
MESES NACIONAL
ALÍQUOTA VALOR A DEDUZIR
Janeiro R$ 242.429,84 R$ 4.120.063,61 19,00% R$ 378.000,00 9,83% R$ 23.819,66
Fevereiro R$ 147.094,68 R$ 4.112.799,06 19,00% R$ 378.000,00 9,81% R$ 14.428,78
Março R$ 488.921,56 R$ 4.156.007,64 19,00% R$ 378.000,00 9,90% R$ 48.426,37
Abril R$ 464.576,01 R$ 4.359.148,04 19,00% R$ 378.000,00 10,33% R$ 47.984,11
Maio R$ 371.461,23 R$ 4.385.183,45 19,00% R$ 378.000,00 10,38% R$ 38.557,91
Junho R$ 229.106,74 R$ 4.262.315,08 19,00% R$ 378.000,00 10,13% R$ 23.212,13
Julho R$ 201.254,52 R$ 3.721.411,40 19,00% R$ 378.000,00 8,84% R$ 17.796,06
Agosto R$ 206.820,65 R$ 3.355.826,53 14,30% R$ 87.300,00 7,78% R$ 16.090,65
Setembro R$ 129.739,15 R$ 3.270.678,48 14,30% R$ 87.300,00 7,73% R$ 10.028,84
Outubro R$ 56.882,55 R$ 3.138.032,69 14,30% R$ 87.300,00 7,66% R$ 4.357,20
Novembro R$ 77.650,43 R$ 3.103.057,28 14,30% R$ 87.300,00 7,64% R$ 5.932,49
Dezembro R$ 92.382,87 R$ 3.005.960,12 14,30% R$ 87.300,00 7,58% R$ 7.002,62
TOTAL R$ 2.708.320,23 - - - - R$ 257.636,83
Fonte: Elaborado pela autora, segundo dados da pesquisa, 2022.

Na tabela 9 abaixo consta o cálculo do ICMS de 2021 da empresa Comercial Cicle Ltda.,
conforme dados enviados pela mesma:

Tabela 9 – Apuração ICMS – 2021


EMPRESA COMERCIAL CICLE LTDA- Valores informados no ICMS 2021
COMPRA APURAÇÃO
MÊS FATURAMENTO DÉBITO ICMS CRÉDITO ICMS ICMS DEVIDO
MERCADORIA ICMS
Janeiro R$ 242.429,84 R$ 43.637,37 R$ 187.471,61 R$ 33.744,89 R$ 9.892,48 R$ 9.892,48
Fevereiro R$ 147.094,68 R$ 26.477,04 R$ 373.272,26 R$ 67.189,01 -R$ 40.711,96 R$ -
Março R$ 488.921,56 R$ 88.005,88 R$ 222.936,85 R$ 40.128,63 R$ 47.877,25 R$ 7.165,28
Abril R$ 464.576,01 R$ 83.623,68 R$ 202.647,09 R$ 36.476,48 R$ 47.147,21 R$ 47.147,21
Maio R$ 371.461,23 R$ 66.863,02 R$ 239.010,66 R$ 43.021,92 R$ 23.841,10 R$ 23.841,10
Junho R$ 229.106,74 R$ 41.239,21 R$ 207.438,59 R$ 37.338,95 R$ 3.900,27 R$ 3.900,27
Julho R$ 201.254,52 R$ 36.225,81 R$ 147.802,12 R$ 26.604,38 R$ 9.621,43 R$ 9.621,43
Agosto R$ 206.820,65 R$ 37.227,72 R$ 78.115,83 R$ 14.060,85 R$ 23.166,87 R$ 23.166,87
Setembro R$ 129.739,15 R$ 23.353,05 R$ 112.180,55 R$ 20.192,50 R$ 3.160,55 R$ 3.160,55
Outubro R$ 56.882,55 R$ 10.238,86 R$ 27.323,89 R$ 4.918,30 R$ 5.320,56 R$ 5.320,56
Novembro R$ 77.650,43 R$ 13.977,08 R$ 36.847,99 R$ 6.632,64 R$ 7.344,44 R$ 7.344,44
Dezembro R$ 92.382,87 R$ 16.628,92 R$ 127.587,05 R$ 22.965,67 -R$ 6.336,75 R$ -
TOTAL R$ 2.708.320,23 R$ 487.497,64 R$ 1.962.634,49 R$ 353.274,21 R$ 134.223,43 R$ 140.560,19
Fonte: Elaborado pela autora, segundo dados da pesquisa, 2022.

A carga tributária da empresa Comercial Cicle Ltda calculada pelo regime do Simples
Nacional, sobre o faturamento de 2021, foi de R$257.636,83 (duzentos e cinquenta e sete mil
seiscentos e trinta e seis reais e oitenta e três centavos) recolhidos pela DAS e R$104.728,32
(cento e quatro mil setecentos e vinte e oito reais e trinta e dois centavos) recolhidos pelo ICMS.
50

4.2.2 Lucro Presumido

No ano de 2021 os impostos incidentes no regime tributário Lucro Presumido para a


empresa objeto de estudos permaneceram os mesmos.
O ICMS apurado foi o mesmo utilizado no Simples Nacional, conforme quadro 13.
Apuração realizada pelo regime não cumulativo. Na apuração do ICMS no ano de 2021
observa-se duas competências que não geraram imposto a pagar, fevereiro e dezembro, geraram
crédito que serão empregados nos próximos meses.
Para apuração do PIS e COFINS no regime tributário Lucro Presumido é cumulativo,
sendo a base de cálculo o faturamento auferido com as vendas mensais, sem exclusão de custos
e despesas, somente o débito de ICMS apurado na competência. Sobre a base aplica-se as
alíquotas de PIS e COFINS, sendo 0,65% e 3%, respectivamente.
Na tabela 10 abaixo consta o cálculo do PIS e COFINS de 2021 da empresa Comercial
Cicle Ltda, conforme dados enviados pela mesma:

Tabela 10 – Apuração de PIS e COFINS – 2021


EMPRESA COMERCIAL CICLE LTDA- Valores informados no PIS e COFINS 2021
ICMS PIS COFINS
MÊS FATURAMENTO BASE DE CÁLCULO
RECOLHIDO 0,65% 3%
Janeiro R$ 242.429,84 R$ 9.892,48 R$ 232.537,36 R$ 1.511,49 R$ 6.976,12
Fevereiro R$ 147.094,68 R$ - R$ 147.094,68 R$ 956,12 R$ 4.412,84
Março R$ 488.921,56 R$ 7.165,28 R$ 481.756,28 R$ 3.131,42 R$ 14.452,69
Abril R$ 464.576,01 R$ 47.147,21 R$ 417.428,80 R$ 2.713,29 R$ 12.522,86
Maio R$ 371.461,23 R$ 23.841,10 R$ 347.620,13 R$ 2.259,53 R$ 10.428,60
Junho R$ 229.106,74 R$ 3.900,27 R$ 225.206,47 R$ 1.463,84 R$ 6.756,19
Julho R$ 201.254,52 R$ 9.621,43 R$ 191.633,09 R$ 1.245,62 R$ 5.748,99
Agosto R$ 206.820,65 R$ 23.166,87 R$ 183.653,78 R$ 1.193,75 R$ 5.509,61
Setembro R$ 129.739,15 R$ 3.160,55 R$ 126.578,60 R$ 822,76 R$ 3.797,36
Outubro R$ 56.882,55 R$ 5.320,56 R$ 51.561,99 R$ 335,15 R$ 1.546,86
Novembro R$ 77.650,43 R$ 7.344,44 R$ 70.305,99 R$ 456,99 R$ 2.109,18
Dezembro R$ 92.382,87 R$ - R$ 92.382,87 R$ 600,49 R$ 2.771,49
TOTAL R$ 2.708.320,23 R$ 140.560,19 R$ 2.567.760,04 R$ 16.690,44 R$ 77.032,80
Fonte: Elaborado pela autora, segundo dados da pesquisa, 2022.

A empresa objeto de estudos apurou um montante tributários de PIS e COFINS, no ano


de 2021, no valor de R$ 16.690,44 (dezesseis mil seiscentos e noventa reais e quarenta e quatro
centavos) e R$ 77.032,80 (setenta e sete mil trinta e dois reais e oitenta centavos),
respectivamente.
Para apuração do IRPJ no regime tributário Lucro Presumido utilizou como base de
cálculo o faturamento sobre as vendas, aplicando sobre ele a presunção no percentual de 8%,
51

devido a empresa objeto de estudo ser um comércio. Após aplicação da presunção é formado a
segunda base de cálculo e sobre ela aplicado a alíquota de 15% do IRPJ. Caso a segunda base
ultrapasse o limite de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) é adicionado ao imposto uma alíquota
de 10% sobre o valor ultrapassado.
Na tabela 11 abaixo consta o cálculo do IRPJ de 2021 da empresa Comercial Cicle Ltda,
conforme dados enviados pela mesma:

Tabela 11 – Apuração IRPJ – 2021


EMPRESA COMERCIAL CICLE LTDA- Valores informados no IRPJ 2021
PRESUNÇÃO
RECEITA COMÉRCIO ADICIONAL
COMPETÊNCIAS IRPJ 15% TOTAL IRPJ
BRUTA 8% DE 10%
1º TRIMESTRE R$ 878.466,08 R$ 70.277,29 R$ 10.541,59 R$ - R$ 10.541,59
2º TRIMESTRE R$ 1.065.143,98 R$ 85.211,52 R$ 12.781,73 R$ 2.521,15 R$ 15.302,88
3º TRIMESTRE R$ 537.814,32 R$ 43.025,15 R$ 6.453,77 R$ - R$ 6.453,77
4º TRIMESTRE R$ 226.915,85 R$ 18.153,27 R$ 2.722,99 R$ - R$ 2.722,99
TOTAL R$ 2.708.340,23 R$ 216.667,22 R$ 32.500,08 R$ 2.521,15 R$ 35.021,23
Fonte: Elaborado pela autora, segundo dados da pesquisa, 2022.

A Comercial Cicle Ltda apurou um montante tributário de IRPJ, no ano de 2021, no


valor de R$ 35.021,23 (trinta e cinco mil vinte e um reais e vinte e três centavos).
Observa-se na apuração realizada que no segundo trimestre/2021 a segunda base,
calculada pela presunção, ultrapassou o limite de sessenta mil reais, sendo assim, foi acrescido
ao seu imposto um adicional de 10% sobre o valor ultrapassado.
Para apuração da CSLL no regime tributário Lucro Presumido utilizou como base o
faturamento apurado das vendas, plicando sobre ele a presunção de 12%, devido a empresa
objeto de estudo ser um comércio. Após a aplicação é formado a segunda base de cálculo e
sobre ela aplicado a alíquota de 9% da CSLL.
Na tabela 12 abaixo consta o cálculo da CSLL de 2021 da empresa Comercial Cicle
Ltda, conforme dados enviados pela mesma:
Tabela 12 – Apuração CSLL – 2021
EMPRESA COMERCIAL CICLE LTDA- Valores informados no CSLL 2021
COMPETÊNCIAS RECEITA BRUTA PRESUNÇÃO 12% CSLL 9%
1º TRIMESTRE R$ 878.466,08 R$ 105.415,93 R$ 9.487,43
2º TRIMESTRE R$ 1.065.143,98 R$ 127.817,28 R$ 11.503,55
3º TRIMESTRE R$ 537.814,32 R$ 64.537,72 R$ 5.808,39
4º TRIMESTRE R$ 226.915,85 R$ 27.229,90 R$ 2.450,69
TOTAL R$ 2.708.340,23 R$ 325.000,83 R$ 29.250,07
Fonte: Elaborado pela autora, segundo dados da pesquisa, 2022.
52

A Comercial Cicle Ltda apurou um montante tributário da CSLL, no ano de 2021, no


valor de R$ 29.250,07 (vinte e nove mil duzentos e cinquenta reais e sete centavos).

4.3 Análise do resultado

Tabela 13 – Simples Nacional x Lucro Presumido – 2020


SIMPLES NACIONAL X LUCRO PRESUMIDO 2020
REGIME
ICMS PIS COFINS IRPJ CSLL TOTAL
TRIBUTÁRIO
SIMPLES
R$ 436.374,86 R$ 436.374,86
NACIONAL
LUCRO
R$ 356.768,09 R$ 24.461,42 R$ 112.898,87 R$ 60.033,35 R$ 44.496,69 R$ 598.658,42
PRESUMIDO
Fonte: Elaborado pela autora, segundo dados da pesquisa, 2022.

Observa-se na tabela 13 que o regime tributário Simples Nacional foi mais vantajoso
para a empresa Comercial Cicle Ltda, apurando uma economia no valor de R$ 162.283,56
(cento e sessenta e dois mil duzentos e oitenta e três reais e cinquenta e seis centavos).
A seguir o gráfico 1 demonstra em percentual o comparativo entre os regimes tributários
Simples Nacional e Lucro Presumido, conforme mencionado anteriormente, o regime tributário
Simples Nacional é a opção mais vantajosa para a empresa no ano de 2020. O Simples Nacional
tem um percentual de 42% de carga tributária e o Lucro Presumido um percentual de 58% de
carga tributária a ser paga, ou seja, no regime de tributação do Simples Nacional a empresa terá
uma economia tributária/financeira de 16%.

Gráfico 1 – Comparação Tributária – 2020

SIMPLES
NACIONAL
42%
LUCRO
PRESUMIDO
58%

Fonte: Elaborado pela autora, segundo dados da pesquisa, 2022.


53

Tabela 14 – Simples Nacional x Lucro Presumido – 2021


SIMPLES NACIONAL X LUCRO PRESUMIDO 2021
REGIME
ICMS PIS COFINS IRPJ CSLL TOTAL
TRIBUTÁRIO
SIMPLES
R$ 140.560,19 R$ 257.636,83 R$ 398.197,02
NACIONAL
LUCRO
R$ 140.560,19 R$ 16.690,44 R$ 77.032,80 R$ 35.021,23 R$ 29.250,07 R$ 298.554,73
PRESUMIDO
Fonte: Elaborado pela autora, segundo dados da pesquisa, 2022.

Observa-se na tabela 14 que o regime tributário Lucro Presumido foi mais vantajoso
para a empresa Comercial Cicle Ltda. Nos comparativos dos dois regimes tributários
apresentados, o regime tributário Lucro Presumido apresenta uma economia no valor de R$
99.642,29 (noventa e nove mil seiscentos e quarenta e dois reais e vinte e nove centavos) sobre
o regime tributário Simples Nacional.
Observa-se também que no Simples Nacional de 2021 o ICMS foi apurado separado dos
demais tributos contidos no DAS, devido ao auto faturamento apurado em 2020 ultrapassou o
sublimite, trazendo assim uma alta carga tributária para o regime do Simples Nacional.
Conforme o gráfico 2 abaixo, já citado anteriormente, a opção mais vantajosa para a
empresa no ano de 2021 é o Lucro Presumido, dando o percentual de 43% e o Simples Nacional
o percentual de 57%, ou seja, o Lucro Presumido apurou uma carga tributária/financeira no
percentual de 14% à menos.

Gráfico 2 – Comparação Tributária – 2021

Fonte: Elaborado pela autora, segundo dados da pesquisa, 2022.


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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, entende-se que cada vez mais é necessário buscar recursos para
reduzir o impacto tributário nas operações das empresas, pois a legislação tributária é
considerada complexa, o que faz as empresas pagarem muito imposto sobre suas receitas.
Portanto, os empreendedores precisam de alternativas precisas para reduzir custos, para ter
sucesso é necessário estudar as informações contábeis da empresa a fim de encontrar lacunas e
alternativas que maximizem seus resultados.
O planejamento tributário é uma ferramenta eficaz que, quando pesquisada e aplicada
de forma adequada, pode gerar uma economia tributária real para as empresas sem infringir a
lei. Assim, por meio de uma estratégia tributária, os gestores podem gerenciar de forma eficaz
a carga tributária de sua empresa e, o mais importante, conseguir escolher a melhor opção de
regime tributário para elas.
Sendo assim, o presente trabalho de conclusão de curso teve como objetivo geral avaliar
as formas de tributação do Simples Nacional e Lucro Presumido, apurando a forma de
tributação mais econômica e vantajosa para um comércio de bicicletas. Através deste estudo,
procura-se encontrar uma resposta para a seguinte questão: Qual o regime tributário mais viável
economicamente para o crescimento do comércio de bicicletas?
Com base nos resultados realizados na seção anterior, chegou-se aos seguintes
resultados.
O primeiro objetivo específico da pesquisa fora destinado a estudar e demonstrar a
importância do planejamento tributário para as entidades. Enquanto o segundo objetivo
específico buscou apontar, tributariamente, as principais exigências dos regimes tributários
Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real. Através da legislação em vigor e de uma
bibliografia específica, cada regime tributário fora pormenorizado, demonstrando suas
características e complexidades e, assim, a importância do planejamento tributário somado ao
auxílio de um profissional contábil.
O terceiro objetivo específico, que se voltou a identificar na entidade pesquisada as
receitas e despesas do exercício. Para o objeto de estudo, a empresa aqui retrata como
“Comercial Cicle Ltda”, forneceu todos os dados necessários e, após a coleta desses, a
monografia tratou de tabulá-los em planilhas de Excel, facilitando então as simulações e
comparações e assim, minimizando a possibilidade de erros.
55

Para o quarto objetivo específico, que tratou da comparação das informações com as
devidas obrigações e com base nos dados obtidos sugerir a empresa qual a melhor forma de
tributação. Diante dos estudos e análises, conclui-se que no ano de 2020 o regime tributário
mais viável pela empresa foi o Simples Nacional, proporcionando uma carga tributário de
R$436.374,86 (quatrocentos e trinta e seis mil trezentos e setenta e quatro reais e oitenta e seis
centavos), conforme a tabela 13. Quando comparado com o Lucro Presumido, o Simples
Nacional demonstrou uma economia no valor de R$ 162.283,56 (cento e sessenta e dois mil
duzentos e oitenta e três reais e cinquenta e seis centavos).
A respeito do exercício fiscal de 2021, concluiu-se que o regime tributário Lucro
Presumido foi o mais vantajoso para empresa, objeto do presente estudo. Conforme tabela 14,
uma carga tributária no valor de R$ 298.554,73 (duzentos e noventa e oito mil quinhentos e
cinquenta e quatro reais e setenta e três centavos) e uma economia financeira no valor de R$
99.642,29 (noventa e nove mil seiscentos e quarenta e dois reais e vinte e nove centavos) sobre
o regime tributário Simples Nacional foram apuradas. Essa conclusão se deu ao fato de o ICMS
não poder ser apurado dentro no Simples Nacional, devido ao seu alto faturamento no ano de
2020. Esse mesmo imposto foi apurado à parte do DAS, assim, dando um aumento significativo
na tributação.
Vale ressaltar que, o foco principal desta monografia é demonstrar a prática do
planejamento tributário, ou seja, selecionar a melhor forma de tributação por meio do cálculo
dos tributos, em cada regime tributário. Dessa maneira, diante dos resultados e conclusões aqui
discutidos, pode-se concluir que os objetivos propostos na pesquisa foram todos alcançados e
as questões todas respondidas com base na pesquisa bibliográfica realizada e nos dados
coletados nas demonstrações contábeis fornecidas pela empresa objeto de estudo, identificando
a tributação econômica mais viável para o comércio de bicicletas.
Neste contexto, sugere-se como possibilidade de pesquisas futuras o estudo com uma
amostra maior de empresas uma vez que o planejamento tributário é uma ferramenta valiosa
para as organizações definirem qual a opção mais vantajosa dentro os regimes tributários,
podendo contemplar os três regimes tributários Lucro Presumido, Lucro Real e Simples
Nacional.
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financiamento destinadas a aquisição e produção de bens de capital e a inovação tecnológica e
em projetos de infraestrutura logística direcionados a obras de rodovias e ferrovias objeto de
concessão pelo Governo federal; altera a Lei nº 11.529, de 22 de outubro de 2007, quanto à
concessão de subvenção econômica em operações destinadas a financiamentos a diferentes
setores da economia; altera a Lei nº 12.409, de 25 de maio de 2011, quanto à concessão de
subvenção econômica em financiamentos destinados a beneficiários localizados em Municípios
atingidos por desastres naturais; altera as Leis nºs 12.487, de 15 de setembro de 2011, 9.718,
de 27 de novembro de 1998, e 11.491, de 20 de julho de 2007; prorroga os prazos previstos nas
Leis nºs 12.249, de 11 de junho de 2010, e 11.941, de 27 de maio de 2009. Diário Oficial da
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