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PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO:
LUCRO PRESUMIDO E SIMPLES NACIONAL – um estudo de caso em um comércio.
Contagem
2022
Maria Clara Santos Pacheco Melo
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO:
LUCRO PRESUMIDO E SIMPLES NACIONAL – um estudo de caso em um comércio.
Contagem
2022
Maria Clara Santos Pacheco Melo
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO:
LUCRO PRESUMIDO E SIMPLES NACIONAL – um estudo de caso em um comércio.
This monograph aimed to show the relevance of tax planning and professional
accounting for the continuity of companies and, consequently, evaluate the most appropriate
form of taxation for the trade of bicycles under study, from the point of view of reducing the
tax burden. From this, a bibliographic survey was carried out in books, articles and legislation
with the purpose of theoretical basis to the study. Concepts on the following topics were
addressed: Accounting, Tax Accounting, National Tax System, Taxes, Forms of Taxation of
Legal Entities, Presumed Profit, Real Profit, Simple National and Tax Planning. The
methodology consists of a qualitative/quantitative, applied and descriptive research, a case
study was carried out in a bicycle trade, fiscal years 2020 and 2021 and a comparison was made
between tax regimes: Simple National and Presumed Profit. A simulation was developed
between the tax regimes, in order to identify the regime with the lowest tax burden and the best
form of taxation for the company under study. The analysis was elaborated from the billing data
provided by the company in studies. After data processing, it was found that the most
economical and advantageous form of taxation for the surveyed entity is the Presumed Profit.
In this context, it is suggested as a possibility of future research the study with a larger sample
of companies since tax planning is a valuable tool for organizations to define the most
advantageous option within tax regimes, tax regimes Presumed Profit, Real Profit and Simple
National.
KEYWORDS: Tax planning. Taxation regimes: Simple National and Presumed Profit.
LISTA DE GRÁFICOS
Art. Artigo;
CF Constituição Federal;
IR Imposto de Renda;
ME Microempresa;
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11
1.1 Contextualização do Problema ........................................................................................ 13
1.2 Objetivos ............................................................................................................................ 13
1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 13
1.2.2 Objetivo específicos ......................................................................................................... 13
1.3 Justificativas e relevância da pesquisa............................................................................ 14
1.4 Estrutura do trabalho ...................................................................................................... 15
3 METODOLOGIA................................................................................................................ 38
3.1 Classificação da pesquisa ................................................................................................. 38
3.1.1 Quanto aos objetivos ....................................................................................................... 38
3.1.2 Quanto à abordagem do problema.................................................................................. 38
3.1.3 Quanto aos procedimentos .............................................................................................. 39
3.2 Caracterização da organização/amostra ........................................................................ 40
3.3 Coleta de dados................................................................................................................. 41
3.4 Tratamento dos dados ..................................................................................................... 41
3.5 Limitações da pesquisa .................................................................................................... 42
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 56
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1 INTRODUÇÃO
realizar para determinar a opção do regime tributário mais adequado para o seu respectivo ano
fiscal.
Dentro das empresas o planejamento tributário tornou-se uma ferramenta de
fundamental importância. Oliveira et al. (2014, p. 23) aborda que a falta do planejamento
tributário dentro de uma entidade pode deixá-la mal preparada para investimentos futuros,
precisando gastar seus fundos com despesas desnecessárias e que não estavam previstas. Sendo
assim, o planejamento é utilizado de modo preventivo para avalizar os dados da entidade junto
com a legislação, buscando redução da carga tributária, dentro da legalidade, possibilitando
novos investimentos graças aos recursos economizados.
No Brasil, atualmente existem três regimes tributários, criados para recolhimento de
impostos federais, estaduais e municipais, sendo eles: Lucro Real, onde as taxas e alíquotas são
calculadas em cima do lucro obtido pela empresa no exercício; Lucro Presumido, onde o cálculo
dos impostos é em cima de uma presunção de lucro no exercício. Nessa hipótese, as guias e
DAEs – Documentos de Arrecadações Estaduais, dos dois regimes citados são separadas por
recolhimento federal, estadual e municipal. E por último, o regime Simples Nacional, que
apresenta por força da legislação de regência o cálculo de alíquotas e taxas por segmentação da
entidade, onde cada um possui uma tabela e, diante da média dos últimos doze meses de
faturamento, é aplicada a tabela para definição da alíquota concernente ao recolhimento que é
unificado em apenas um DAE.
Mediante apresentação dos regimes tributários, suas peculiaridades e complexidade da
legislação regida por cada um deles, é muito importante a realização de um planejamento
tributário, pois como mencionado por Fabretti (2005, p. 320) uma vez elaborado e definido o
planejamento tributário norteará o presente exercício fiscal, tomando as obrigações de gestão
de tributos, prazos para pagamentos e prestação das dezenas de informações exigidas pelas
autoridades tributárias federais, estaduais e municipais.
O presente trabalho teve como objetivo de estudo uma das decisões mais importantes
que uma empresa deve tomar para o seu exercício, que é o regime tributário e seu
enquadramento correto. É uma decisão que a entidade vai levar com ela durante um ano de
exercício e, sendo bem planejada e estudada, alavancará e contribuirá para um bom
desenvolvimento.
O enfoque da pesquisa foi nos enquadramentos tributários Simples Nacional e Lucro
Presumido, e foram analisados os impostos a serem recolhidos, com variação de taxas e
alíquotas, para verificar se o mais vantajoso é o recolhimento avulso, federal, municipal,
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estadual, cada um com uma guia, como é no Lucro Presumido, ou com recolhimento único
DAS, que é oferecido pelo Simples Nacional.
A pesquisa teve como base os estudos em um comércio varejista de bicicletas, e foram
evidenciadas as despesas e receitas com base no exercício real da entidade, e assim verificados
os pontos tributários positivos e negativos, bem como a melhor forma de tributação.
1.2 Objetivos
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Contabilidade
Para Santos e Veiga (2014, p. 3), “a contabilidade, por tanto, estuda a formação e
variação do patrimônio das entidades, sejam elas pessoa física ou jurídica, com fins lucrativos
ou não. Tem a finalidade de fornecer controles e informações sobre a composição do patrimônio
e suas variações com o objetivo de prover os usuários internos e externos com informações e
avaliações dos aspectos econômicos, financeiros e sociais, estando condicionada aos aspectos
legais e fiscais.”
De acordo com Fabretti (2017, p. 35) “Contabilidade é a ciência que estuda, registra e
controla o patrimônio e as mutações que nele operam os atos e fatos administrativos,
demonstrando no final de cada exercício social o resultado obtido e a situação econômico-
financeira da entidade.”
Na próxima seção será abordado sobre a contabilidade tributária, que representa uma
ramificação da contabilidade.
Outro ponto principal, segundo Crepaldi (2019, p. 22) é que a contabilidade tributária
tem como objetivo principal “atender a legislação nas três esferas, União, Estado e Município,
dessa forma busca cumprir a obrigação principal que é gerar o tributo e também cumprir as
obrigações acessórias de gerar as informações de como se chegou ao montante do tributo.”
Dessa forma, o contador fiscal apura os lucros e despesas tributárias da empresa, por
meio de um controle de todo o patrimônio. Essa apuração e controle são importantes para
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manter uma boa gestão do recolhimento de impostos que incidem sobre os negócios, evitando
o pagamento errôneo de valores ou até mesmo o recolhimento incorreto de tributos.
O Sistema Tributário Nacional além de ter uma carga elevada, é complexo e extenso.
Atualmente existem vários tributos que são cobrados, sendo eles de competência federal,
estadual e municipal. Devido à complexidade do sistema, algumas empresas possuem
departamento exclusivo que se ocupa apenas com a parte tributária.
De acordo com Costa (218, p. 64), entende-se Sistema Tributário Nacional por
“conjunto de normas constitucionais e infraconstitucionais que disciplinam a atividade
tributante”.
Diante do que foi exposto pode-se concluir que o Sistema Tributário Brasileiro é
complexo, devido aos vários tipos de impostos diferentes, além da carga tributária elevada.
2.4 Tributos
de uma relação jurídica na qual o sujeito ativo (o fisco) pode exigir do devedor, somente
mediante a lei, assim a cobrança deve ser feita dentro dos limites fixados por lei, sem haver
abuso de lei ou desvio do poder (COSTA,2018).
Segundo Oliveira et al. (2015) é possível decompor tal definição, para facilitar a
compreensão:
2.4.1 Impostos
De acordo com o art. 16º da Lei nº 5.172/66 “imposto é o tributo cuja obrigação tem por
fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte.” (BRASIL, 1966), ou seja, os impostos se dão através de um ato do contribuinte.
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Para Fabretti e Fabretti (2013), uma vez estabelecido por lei, os impostos são devidos,
independentes de qualquer atividade estatal em relação ao contribuinte. Portanto, não está
vinculado a nenhuma prestação específica do Estado ao sujeito passivo. O imposto é de
competência exclusiva da União, Estados, Municípios ou Distrito Federal.
Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica de cada contribuinte, facultando a administração tributária, identificar,
respeitados os direitos individuais conforme a lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte (MARTINS, 2015).
Assim, Costa (2018) conclui que cabe a União a vasta competência tributária, além dos
impostos passíveis de serem instituídos mediante o exercício de suas competências. Já os
Estados e Municípios possuem competência tributária de apenas três impostos cada um. O
Distrito Federal conjuga as competências estaduais e municipais.
Entende-se que os impostos são devidos, quando estabelecidos por lei e de acordo com
a capacidade financeiro do contribuinte. O imposto é de competência exclusiva da União,
Estados, Municípios ou Distrito Federal.
2.4.2 Taxas
De acordo com art. 77 da Lei 5.172/1966 taxa é definido como uma quantia obrigatória
recolhida em contrapartida de um serviço público, considerado essencial destinado ao
contribuinte ou colocado a sua disposição:
As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato geradoridênticos aos que
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.
(BRASIL, 1966).
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Martins (2015, p. 92) define como “taxa é a espécie de tributo que compreende atividade
estatal específica em relação ao contribuinte, em razão da prestação de serviço público, trata-se
de um tributo vinculado.”
Segundo Costa (2018, p. 145) “taxas são tributos vinculados a uma atuação diretamente
referida ao sujeito passivo, que pode consistir no exercício do poder de polícia ou na prestação
de serviço público específico e divisível, em utilização efetiva ou potencial.”
As taxas não podem ser confundidas com os impostos, pois elas não possuem como base
de cálculo um fato gerador, nem podem ser calculadas de acordo com o capital das empresas
(FABRETTI, 2015).
De acordo com o exposto entende-se que taxas são atreladas à prestação de serviço e
são pagas por meio de um serviço destinado a determinado contribuinte, prestados pela União,
Estado, Municípios ou Distrito Federal. Não podem ser confundidas com impostos.
A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal
ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer
face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como
limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da
obra resultar para cada imóvel beneficiado. (BRASIL, 1966).
Para Oliveira et al. (2015), as contribuições de melhorias são efetivadas em prol de obras
públicas, realizadas em determinas áreas, ocorrendo benefício ao contribuinte, devido à
valorização do imóvel.
A escolha do regime tributário nem sempre é possível, algumas empresas são obrigadas
a adotar determinado regime tributário. Para as empresas que possuem a possibilidade de
escolha de enquadramento tributário, é válido lembrar que é uma escolha de extrema
importância para os resultados da empresa e a legislação tributária brasileira possui três opções
que poderão influencia-la (CREPALDI, 2017).
Entende-se que as pessoas jurídicas são tributadas por umas das formas de apuração do
Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido
(CSLL)., sendo por opção do contribuinte ou por determinação legal (CREPALDI, 2017).
Além de influenciar nos cálculos dos tributos IRPJ e CSLL, os regimes tributários
podem influenciar também na lucratividade da empresa, no preço de venda, entre outros pontos
relevantes (FABRETTI, 2015).
2.5.1 ICMS
O ICMS possui o mecanismo de não cumulatividade, ou seja, toda vez que adquire uma
mercadoria ou serviço com a incidência de imposto, um crédito: e toda saída um débito fiscal.
Assim, toda entrada independente da sua destinação, havendo destaque do ICMS, gera, em
favor do adquirente, um crédito fiscal, que deverá ser compensado nas operações de saídas
posteriores (OLIVEIRA et al., 2015).
Como apresentado por Fabretti (2015) as alíquotas de ICMS variam conforme a região
de onde se adquire a mercadoria ou para onde se vende o produto, podendo variar entre 7%,
12% e 18%.
Entende-se que o ICMS é um imposto estadual, sendo a principal fonte de recursos para os
estados e para o distrito federal. Possui mecanismo de não cumulatividade.
2.5.2 PIS/PASEP
I - Pelas pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela
legislação do imposto de renda, inclusive as empresas públicas e as sociedades de
economia mista e suas subsidiárias, com base no faturamento do mês;
I - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.158-35, de 24.8.2001)
III - pelas pessoas jurídicas de direito público interno, com base no valor mensal das
receitas correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas.
(BRASIL, 1998)
Entende-se que PIS é um tributo recolhido pela empresa, depende do regime tributário
adotado, podendo ser cumulativo ou não cumulativo, sendo aplicadas diretamente sobre o
faturamento mensal.
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2.5.3 COFINS
O fato gerador é o faturamento mensal, assim entendido como o total das receitas
auferidas pela entidade, independente de sua denominação ou classificação contábil, assim, a
base de cálculo da contribuição é o faturamento mensal apurado (FABRETTI, 2015).
Existem setores aos quais se aplica outro regime de apuração de base de cálculo, bem
como as alíquotas, como é o caso dos bancos comerciais e do sistema monofásico de cálculo
dessa contribuição (FABRETTI, 2015). Mas em uma regra geral as alíquotas correspondem em
cumulativas, sendo 3% e não cumulativas, sendo 7,6%.
Conforme abordado por Oliveira et al. (2015), as empresas tributadas com base no
regime tributário lucro real estão sujeitas ao regime não cumulativo da COFINS, e as demais
empresas continuam sujeitas ao regime cumulativo (sem direito a quaisquer débitos), ou seja,
as empresas tributadas pelo lucro presumido ou arbitrados, as optantes pelo simples nacinal,
entre outras pessoas jurídicas.
De acordo com o que foi abordado entende-se COFINS um tributo que tem como fato
gerador a base de cálculo da contribuição e é calculado em cima do faturamento mensal de
pessoa jurídica. As alíquotas seguem uma regra geral, exceto para os bancos comerciais e o
sistema monofásico.
2.5.4 IRPJ
é um imposto cuja função é claramente fiscal, haja vista que representa a principal
fonte de receita da União. Não se pode negar, contudo, certa função extrafiscal,
porquanto consiste em um instrumento de intervenção do Poder Público no domínio
econômico. (CREPALDI, 2019, p. 203).
Oliveira et al. (2011, p. 168) explica que “o Imposto de Renda em geral é cobrado (ou
pago) mensalmente e no ano seguinte o contribuinte prepara uma declaração de ajuste anual de
quanto deve de imposto (ou tem restituição de valores pagos a mais), sendo que esses valores
deverão ser homologados pelas autoridades tributárias.”
Conforme nos conta Oliveira et al. (2011) são contribuinte do Impostos de Renda as
pessoas jurídicas, públicas ou privadas, pessoas físicas e empresas individuais.
Entende-se que o IR incide sobre qualquer renda gerada e representa a principal fonte
da União. O fato gerador trata de qualquer aquisição de disponibilidade econômica de qualquer
natureza.
2.5.5 CSLL
Sobre as origens da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Oliveira et al.
(2011) diz:
a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) foi instituída pela Lei nº 7.689,
de 15-12-1988; é uma contribuição de competência da União. É uma das fontes de
recursos previstas no art. 195 da Contribuição Federal de 1988. São contribuintes as
pessoas jurídicas domiciliadas no país e as que lhes são equiparadas pela legislação
do Imposto de Renda. (OLIVEIRA, et al., 2011, p. 189).
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De acordo com Oliveira et al. (2015), além do salário pago aos funcionários, as
entidades possuem gastos adicionais com os encargos sociais que são diversos e incidem sobre
os salários, horas extras e outros benefícios.
Fabretti (2015) apresenta que, algumas empresas possuem contribuições com terceiros
sobre a folha de pagamento, que são as contribuições com o Sebrae (0,6%), Senai ou Senac
(1%), Incra (0,2%), Salário-Educação (2,5%), Sesi ou Sesc (1,5%). Totalizando 5,8% da folha
de pagamento. Essas contribuições para terceiros podem ser conveniadas com esses órgãos,
desde que a empresa preste a ela própria o serviço que seria prestado por eles.
A legislação tributária segundo Crepaldi (2017, p. 172), “mostra que o lucro presumido
é uma forma de tributação simplificada para determinação da base de cálculo do IRPJ e da
CSLL das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas, no ano-calendário, à apuração do
lucro real.”
A pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-calendário anterior tenha sido igual
ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a R$ 6.500.000,00
(seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de atividade
do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses, poderá optar pelo
regime de tributação com base no lucro presumido. (BRASIL, 2013)
As empresas que optam pela apuração do IRPJ e CSLL pelo lucro presumido não estão
obrigadas a possuir escrituração contábil detalhada de suas receitas e despesas, que informe seu
lucro real, basta que escriture o livro caixa. Assim, mostrará, entre outras coisas, as receitas
recebidas. O lucro presumido deve ser apurado trimestralmente nos dias 31 de março, 30 de
junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário (OLIVEIRA et al., 2015).
a manifestação de opção pela tributação pelo Lucro Presumido se dará por ocasião do
pagamento da primeira cota ou cota única do imposto devido no primeiro trimestre do
ano-calendário, cujo vencimento ocorre no último dia do mês de abril, e a opção é
definitiva para todo o ano-calendário. (CREPALDI, 2019, p. 232)
O percentual deve ser aplicado à receita bruta e desse resultado, a empresa levanta a
base de cálculo, que estará sujeita a adições e subtrações previstas em lei. Quem estiver no lucro
presumido deve acrescentar a base de cálculo do IR se for o caso, o ganho de capital na venda
de bens do ativo permanente. Definida a base, resta aplicar as alíquotas do imposto, e, caso atue
em diversos setores, a empresa deve adotar o percentual correspondente à receita apurada em
cada atividade (CREPALDI, 2017).
Quadro 1 – Bases de cálculo para o Lucro Presumido (art. 15, Lei n. 9.249/1995).
BASE (INCIDENTE SOBRE A
ATIVIDADES
RECEITA BRUTA)
Venda de mercadorias e produtos. 8%
Revenda, para consumo, de combustível derivado
de petróleo, álcool etílico carburante egás natural. 1,60%
Transporte de cargas. 8%
De acordo com Crepaldi e Crepaldi (2014), o IR tem 15% de alíquota básica e 10% de
alíquota de adicional, que é paga somente sobre a parcela do lucro que exceder R$ 60.000,00
no trimestre.
De acordo com Fabretti (2015) para a apuração no lucro presumido, as alíquotas para
PIS e COFINS normalmente utilizadas são no regime cumulativo, com valores de 0,65% (PIS)
e 3% (COFINS).
• não é um regime interessante para a empresa que tem prejuízo, pois, como o IR é pago com
base na receita bruta e não sobre o lucro efetivo, a empresa paga mais quando ocorrem
prejuízos;
• não é possível abater nenhum crédito fiscal em sua base de cálculo (PIS e COFINS).
De acordo com Crepaldi e Crepaldi (2014), as desvantagens desse regime, porém, é que
nem todas as empresas podem optar por ele, já que há limitações relacionadas ao volume de
faturamento e ao ramo de atividade. O lucro presumido pode permitir planejamento fiscal,
desde que se considerem suas limitações e restrições específicas, advindas da legislação.
Entende-se que o lucro presumido é uma forma simplificada para aplicação das bases
de cálculo do IRPJ e da CSLL para pessoa jurídica. Podem optar por esse regime as PJ não
obrigadas à apuração do lucro real, cuja receita bruta total, no exercício anterior, tenha disso
igual ou inferior a R$ 48.000.000,00. A base de cálculo do IR das empresas tributadas pelo
lucro presumido, em cada trimestre, será determinada mediante aplicação de percentuais
fixados em lei, e de acordo com sua atividade, acrescido de outras receitas, rendimentos ou
ganhos de capital.
Conforme Oliveira et al. (2015, p. 191), o lucro real “é aquele realmente apurado pela
contabilidade, com base completa na escrituração contábil fiscal, com estrita e rigorosa
observância dos princípios de contabilidade e demais normais fiscais e comerciais.”
De acordo com Crepaldi e Crepaldi (2014, p. 325) o lucro real “é a base de cálculo do
imposto sobre a renda apurada de acordo com os registros contábeis e fiscais efetuados
sistematicamente conforme as leis comerciais e fiscais.”
O lucro real é analisado de maneira trimestral ou anual. Neste sentido, Oliveira et al.
(2011, p. 170) afirma que, o lucro real pode ser apurado a critério do contribuinte, podendo ser
trimestral ou anualmente.
Existem setores aos quais se aplica outro regime de alíquotas, bem como de apuração da base
de cálculo, como é o caso dos bancos comerciais e do sistema monofásico de cálculo dessas
contribuições (FABRETTI, 2015).
O art. 14 da Lei nº 9.718/98 conceitua quais pessoas jurídicas estão a adotar o regime
de tributação lucro real:
• há menos distorções nos cálculos do IRPJ e a CSLL, devido ao cálculo ser feito com base no
lucro real da empresa;
• possui regime não cumulativo de PIS e COFINS, contribuindo para redução da carga destes
tributos.
• exige um controle mais rigoroso e mais observância dos princípios contábeis, e/ou;
• requer maior vigor contábil pelas regras tributárias já que todas as empresas devem realizar a
escrituração contábil de seus fatos.
33
Entende-se, que o lucro real é o resultado, ou seja, receitas menos custos e despesas, e
posteriormente, ajustado com as adições e exclusões. No regime lucro real, a empresa paga o
IR sobre o lucro apurado nos seus balanços, as opções são lucro real trimestral ou lucro real
anual.
Segundo Crepaldi e Crepladi (2014, p. 362) “considera-se ME, para efeito do Simples
Nacional, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, que auferir em cada ano-calendário, receita
bruta igual ou inferior a R$ 3.600.000,00”. Assim, “entende-se por EPP, para efeito do Simples
Nacional, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada que auferir em cada ano-calendário, receita
bruta superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00”.
34
O valor devido pela empresa optante pelo Simples Nacional será apurado por meio de
uma média da receita bruta acumulado dos 12 (doze) últimos meses, aplicando a alíquota das
tabelas e anexos estabelecidos, de acordo com o ramo de atividade da empresa.
Conforme analisado por Crepaldi e Crepaldi (2014) relata que dependendo do caso,
porém, mesmo com as desvantagens apresentadas, o Simples Nacional pode valer a pena até
pra quem recolhe o INSS à parte. Quem adere o Simples Nacional fica isento do pagamento
das contribuições para o chamado sistema S (Sesi, Senai, Sesc, Senac, Sest/Senat, Sebrae) e o
salário-educação. Juntas, essas contribuições equivalem a 5,8% da folha de pagamento.
Segundo Crepaldi (2017, p. 3), planejamento tributário “é um ato preventivo que, dentro
da estrita observação da legislação brasileira vigente, visa encontrar mecanismos que permitam
diminuir o desembolso financeiro com o pagamento de tributos”.
36
De acordo com Oliveira et al. (2015, p. 23), “entende-se por planejamento tributário
uma forma lícita de reduzir a carga fiscal, o que exige alta dose de conhecimento técnico e bom-
senso dos responsáveis pelas decisões estratégicas no ambiente corporativo”.
De acordo com Crepaldi (2017), os principais benefícios que o contribuinte pode obter
com o planejamento tributário são:
Segundo Suelen Petry Santos (2015), em seu artigo científico Planejamento Tributário
Para Serviços De Representação Comercial: Simples Nacional X Lucro Presumido,
37
3 METODOLOGIA
Quanto aos objetivos esta pesquisa pode ser classificada como aplicada e descritiva.
De acordo com Bertucci (2011, p. 50) “as pesquisas descritivas têm como objetivo
principal estabelecer relações entre variáveis analisadas e levantar hipóteses ou possibilidades
para explicar essas relações.”
No que diz respeito a abordagem do problema, a pesquisa foi definida como qualitativa
e quantitativa.
Neste sentido, a pesquisa quantitativa foi realizada através da análise contábil, ou seja,
os cálculos tributários dos regimes: Lucro Presumido e Simples Nacional. Através dos dados
39
A pesquisa bibliográfica segundo Gil (2010, p. 29), “é elaborada com base em material
já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de estudo inclui material impresso, como
livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos”.
A Comercial Cicle Ltda é uma empresa familiar que surgiu em 2009 em Belo
Horizonte/MG, ela tem como atividade principal a comercialização de bicicletas.
A empresa trabalha com foco em clientes específicos, que são os ciclistas e usuários de
bicicletas e triciclos.
Sua missão é comercializar de forma inovadora e com toda qualidade exigida pelo
mercado e pelo seu público alvo, buscando sempre a garantia da satisfação do cliente e de forma
respeitosa.
A visão da empresa é se tornar referência na cidade e região onde atua, sendo provedora
de eficiência e eficácia, satisfação e confiança dos clientes, produtos com extrema qualidade,
buscando sempre ser a melhor, atendendo e satisfazendo as necessidades de produto, serviço e
autor regularização de seus clientes.
• Desenvolvimentos sustentável;
• Conduta ética;
• Sustentabilidade.
Na coleta de dados deverão ser mencionados, quais dados serão necessários para que
seja resolvida a problemática da pesquisa, e também para alcançar os objetivos propostos.
(VERGARA, 2016).
Para alcançar os objetivos propostos os dados foram coletados para realização dos
cálculos do simples nacional e lucro presumido, após realizados foram desenvolvidas tabelas e
gráficos, demonstrando as variações entre os regimes tributários e comparações entre os
exercícios abordados.
Conforme Vergara (2016, p. 61) “o pesquisador deve explicitar quais as limitações que
o método escolhido para a pesquisa oferece, mas que ainda assim o justificam como o método
mais adequado aos propósitos da investigação”.
A pesquisa pode ter como limitação, o fato de várias empresas terem o receio de enviar
informações por não realizarem a contabilidade de forma correta.
Este capítulo apresenta a Empresa Comercial Cicle Ltda e a análise realizada mediante
o levantamento de dados, que foram disponibilizados pela empresa, referente aos exercícios
fiscais de 2020 e 2021.
Foram realizados cálculos para atender a sistemática do trabalho e condicionar a
estabilidade para escolha do sistema tributário adequado.
A empresa analisada é um comércio de bicicletas. Os dados ilustrados na pesquisa são
reais, mas o proprietário da empresa não autorizou a divulgação do CNPJ e razão social, sendo
a mesma representada na presente pesquisa como “Comercial Cicle Ltda”.
A empresa objeto desse estudo, em 2020 era regida pelo Simples Nacional, com um
faturamento mensal em média de R$343.338,63 (trezentos e quarenta e três mil trezentos e
trinta e oito reais e sessenta e três centavos), com a receita bruta total dos 12 meses em
R$4.120.063,61 (quatro milhões, cento e vinte mil e sessenta e três reais e sessenta e um
centavos), conforme tabela 1.
Para realizar o cálculo do Simples Nacional deve observar em qual anexo a empresa se
encontra, a Comercial Cicle Ltda se enquadra no anexo I, comércio. No geral para calcular o
imposto é utilizada a seguinte fórmula, RBT12 x alíquota – parcela dedutível / RBT12.
A empresa em estudo variou seu enquadramento entre a 5ª e 6ª faixa da receita bruta do
anexo I do Simples Nacional. A alíquota na 5ª faixa do anexo I é de 14,30% com a parcela a
deduzir de R$ 87.300,00 (oitenta e sete mil e trezentos reais) e a alíquota na 6ª faixa do anexo
I é de 19% com a parcela a deduzir de R$ 378.000,00 (trezentos e setenta e oito mil reais).
Vale ressaltar que os impostos que estão inclusos dentro da DAS do simples nacional
são o PIS/PASEP, COFINS, IRPJ, CSLL, CPP e ICMS.
Segue o cálculo do Simples Nacional de 2020 da empresa Comercial Cicle Ltda,
conforme dados enviados pela mesma:
A carga tributária da empresa Comercial Cicle Ltda calculada pelo regime do Simples
Nacional, sobre o faturamento de 2020 foi de R$ 436.374,86 (quatrocentos e trinta e seis mil e
trezentos e setenta e quatro reais e oitenta e seis centavos).
Na apuração realizada observou-se que a empresa em estudo, no ano de 2020,
ultrapassou o sublimite estabelecido pelo regime do Simples Nacional. De acordo com o art.
13-A da Lei Complementar nº 155/16 “Para efeito de recolhimento do ICMS e do ISS no
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Simples Nacional, o limite máximo de que trata o inciso II do caput do art. 3o será de R$
3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais)” (BRASIL, 2016). Ou seja, no próximo ano
vigente, caso a empresa continue a tributar pelo Simples Nacional, terá de recolher o ICMS por
fora do DAS.
Na apuração realizada observou-se que a empresa não teve obrigações com o tributo em
três competências do ano de 2020: agosto, outubro e novembro. A não obrigação ao tributo se
deu devido ao crédito gerado na aquisição de mercadorias, que é compensada na venda.
O crédito gerado e não utilizado nas competências de agosto, outubro e novembro foram
empregados em competências subsequentes.
O cálculo do PIS e COFINS no regime tributário Lucro Presumido é cumulativo, ou
seja, a base de cálculo foi a receita da mercadoria vendida sem deduções de custos, despesas e
encargos, somente diminuição do ICMS recolhido na competência. As alíquotas aplicadas são
0,65% e 3%, respectivamente.
A empresa Comercial Cicle Ltda apurou um montante tributário de PIS e COFINS, no
ano de 2020, no valor de R$ 24.461,42 (vinte e quatro mil quatrocentos e sessenta e um reais e
quarenta e dois centavos) e R$ 112.898,87 (cento e doze mil oitocentos e noventa e oito reais e
oitenta e sete centavos), respectivamente.
Na tabela 4 abaixo consta o cálculo do PIS e COFINS de 2020 da empresa Comercial
Cicle Ltda, conforme dados enviados:
Segue o cálculo do IRPJ de 2020 da empresa Comercial Cicle Ltda, conforme dados
enviados:
Para realizar o cálculo do Simples Nacional no ano de 2021 a empresa Comercial Cicle
Ltda permanece no anexo I, comércio. Utilizamos a mesma fórmula do ano anterior para o
cálculo do DAS, RBT12 x alíquota – parcela dedutível / RBT12. Mas a alíquota de ICMS não
poderá estar inclusa dentro da alíquota efetiva, devido ao alto faturamento apurado no ano
anterior, o mesmo será apurado fora do Simples Nacional.
De acordo com o BRT12, apurado da empresa objeto de estudo, variou seu
enquadramento entre a 5ª e 6ª faixa da receita bruta do anexo I do Simples Nacional.
Vale ressaltar que os impostos inclusos na DAS no ano de 2021 foram PIS/PASEP,
COFINS, IRPJ, CSLL e CPP.
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Na tabela 9 abaixo consta o cálculo do ICMS de 2021 da empresa Comercial Cicle Ltda.,
conforme dados enviados pela mesma:
A carga tributária da empresa Comercial Cicle Ltda calculada pelo regime do Simples
Nacional, sobre o faturamento de 2021, foi de R$257.636,83 (duzentos e cinquenta e sete mil
seiscentos e trinta e seis reais e oitenta e três centavos) recolhidos pela DAS e R$104.728,32
(cento e quatro mil setecentos e vinte e oito reais e trinta e dois centavos) recolhidos pelo ICMS.
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devido a empresa objeto de estudo ser um comércio. Após aplicação da presunção é formado a
segunda base de cálculo e sobre ela aplicado a alíquota de 15% do IRPJ. Caso a segunda base
ultrapasse o limite de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) é adicionado ao imposto uma alíquota
de 10% sobre o valor ultrapassado.
Na tabela 11 abaixo consta o cálculo do IRPJ de 2021 da empresa Comercial Cicle Ltda,
conforme dados enviados pela mesma:
Observa-se na tabela 13 que o regime tributário Simples Nacional foi mais vantajoso
para a empresa Comercial Cicle Ltda, apurando uma economia no valor de R$ 162.283,56
(cento e sessenta e dois mil duzentos e oitenta e três reais e cinquenta e seis centavos).
A seguir o gráfico 1 demonstra em percentual o comparativo entre os regimes tributários
Simples Nacional e Lucro Presumido, conforme mencionado anteriormente, o regime tributário
Simples Nacional é a opção mais vantajosa para a empresa no ano de 2020. O Simples Nacional
tem um percentual de 42% de carga tributária e o Lucro Presumido um percentual de 58% de
carga tributária a ser paga, ou seja, no regime de tributação do Simples Nacional a empresa terá
uma economia tributária/financeira de 16%.
SIMPLES
NACIONAL
42%
LUCRO
PRESUMIDO
58%
Observa-se na tabela 14 que o regime tributário Lucro Presumido foi mais vantajoso
para a empresa Comercial Cicle Ltda. Nos comparativos dos dois regimes tributários
apresentados, o regime tributário Lucro Presumido apresenta uma economia no valor de R$
99.642,29 (noventa e nove mil seiscentos e quarenta e dois reais e vinte e nove centavos) sobre
o regime tributário Simples Nacional.
Observa-se também que no Simples Nacional de 2021 o ICMS foi apurado separado dos
demais tributos contidos no DAS, devido ao auto faturamento apurado em 2020 ultrapassou o
sublimite, trazendo assim uma alta carga tributária para o regime do Simples Nacional.
Conforme o gráfico 2 abaixo, já citado anteriormente, a opção mais vantajosa para a
empresa no ano de 2021 é o Lucro Presumido, dando o percentual de 43% e o Simples Nacional
o percentual de 57%, ou seja, o Lucro Presumido apurou uma carga tributária/financeira no
percentual de 14% à menos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, entende-se que cada vez mais é necessário buscar recursos para
reduzir o impacto tributário nas operações das empresas, pois a legislação tributária é
considerada complexa, o que faz as empresas pagarem muito imposto sobre suas receitas.
Portanto, os empreendedores precisam de alternativas precisas para reduzir custos, para ter
sucesso é necessário estudar as informações contábeis da empresa a fim de encontrar lacunas e
alternativas que maximizem seus resultados.
O planejamento tributário é uma ferramenta eficaz que, quando pesquisada e aplicada
de forma adequada, pode gerar uma economia tributária real para as empresas sem infringir a
lei. Assim, por meio de uma estratégia tributária, os gestores podem gerenciar de forma eficaz
a carga tributária de sua empresa e, o mais importante, conseguir escolher a melhor opção de
regime tributário para elas.
Sendo assim, o presente trabalho de conclusão de curso teve como objetivo geral avaliar
as formas de tributação do Simples Nacional e Lucro Presumido, apurando a forma de
tributação mais econômica e vantajosa para um comércio de bicicletas. Através deste estudo,
procura-se encontrar uma resposta para a seguinte questão: Qual o regime tributário mais viável
economicamente para o crescimento do comércio de bicicletas?
Com base nos resultados realizados na seção anterior, chegou-se aos seguintes
resultados.
O primeiro objetivo específico da pesquisa fora destinado a estudar e demonstrar a
importância do planejamento tributário para as entidades. Enquanto o segundo objetivo
específico buscou apontar, tributariamente, as principais exigências dos regimes tributários
Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real. Através da legislação em vigor e de uma
bibliografia específica, cada regime tributário fora pormenorizado, demonstrando suas
características e complexidades e, assim, a importância do planejamento tributário somado ao
auxílio de um profissional contábil.
O terceiro objetivo específico, que se voltou a identificar na entidade pesquisada as
receitas e despesas do exercício. Para o objeto de estudo, a empresa aqui retrata como
“Comercial Cicle Ltda”, forneceu todos os dados necessários e, após a coleta desses, a
monografia tratou de tabulá-los em planilhas de Excel, facilitando então as simulações e
comparações e assim, minimizando a possibilidade de erros.
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Para o quarto objetivo específico, que tratou da comparação das informações com as
devidas obrigações e com base nos dados obtidos sugerir a empresa qual a melhor forma de
tributação. Diante dos estudos e análises, conclui-se que no ano de 2020 o regime tributário
mais viável pela empresa foi o Simples Nacional, proporcionando uma carga tributário de
R$436.374,86 (quatrocentos e trinta e seis mil trezentos e setenta e quatro reais e oitenta e seis
centavos), conforme a tabela 13. Quando comparado com o Lucro Presumido, o Simples
Nacional demonstrou uma economia no valor de R$ 162.283,56 (cento e sessenta e dois mil
duzentos e oitenta e três reais e cinquenta e seis centavos).
A respeito do exercício fiscal de 2021, concluiu-se que o regime tributário Lucro
Presumido foi o mais vantajoso para empresa, objeto do presente estudo. Conforme tabela 14,
uma carga tributária no valor de R$ 298.554,73 (duzentos e noventa e oito mil quinhentos e
cinquenta e quatro reais e setenta e três centavos) e uma economia financeira no valor de R$
99.642,29 (noventa e nove mil seiscentos e quarenta e dois reais e vinte e nove centavos) sobre
o regime tributário Simples Nacional foram apuradas. Essa conclusão se deu ao fato de o ICMS
não poder ser apurado dentro no Simples Nacional, devido ao seu alto faturamento no ano de
2020. Esse mesmo imposto foi apurado à parte do DAS, assim, dando um aumento significativo
na tributação.
Vale ressaltar que, o foco principal desta monografia é demonstrar a prática do
planejamento tributário, ou seja, selecionar a melhor forma de tributação por meio do cálculo
dos tributos, em cada regime tributário. Dessa maneira, diante dos resultados e conclusões aqui
discutidos, pode-se concluir que os objetivos propostos na pesquisa foram todos alcançados e
as questões todas respondidas com base na pesquisa bibliográfica realizada e nos dados
coletados nas demonstrações contábeis fornecidas pela empresa objeto de estudo, identificando
a tributação econômica mais viável para o comércio de bicicletas.
Neste contexto, sugere-se como possibilidade de pesquisas futuras o estudo com uma
amostra maior de empresas uma vez que o planejamento tributário é uma ferramenta valiosa
para as organizações definirem qual a opção mais vantajosa dentro os regimes tributários,
podendo contemplar os três regimes tributários Lucro Presumido, Lucro Real e Simples
Nacional.
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