Você está na página 1de 60

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE MINAS GERAIS

Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais


Curso de Ciências Contábeis

Francesco Alcantara Roque

DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO CONTÁBIL: um estudo sobre o mercado


para o profissional contábil e sua adaptação aos novos modelos e exigências
da profissão

Belo Horizonte
2021
Francesco Alcantara Roque

DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO CONTÁBIL: um estudo sobre o mercado


para o profissional contábil e sua adaptação aos novos modelos e exigências
da profissão

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Ciências Contábeis do Instituto de
Ciências Econômicas e Gerenciais da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais como
requisito parcial para obtenção do título de
bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Amilson Carlos Zanetti

Área: Contabilidade Societária/Financeira

Belo Horizonte
2021
Francesco Alcantara Roque

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Ciências Contábeis do


Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais da Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em
Ciências Contábeis.

DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO CONTÁBIL: um estudo sobre o mercado


para o profissional contábil e sua adaptação aos novos modelos e exigências
da profissão

RESUMO DAS AVALIAÇÕES:

1. Do professor orientador __________

2. Da apresentação oral __________

3. Nota final __________

Conceito __________
RESUMO

A inserção de novas tecnologias e a mudança das metodologias utilizadas na


profissão contábil vem acontecendo de forma gradual no decorrer das décadas. É
perceptível como as evoluções que ocorreram no mundo influenciaram diretamente
na forma de exercer a profissão, bem como na percepção do mercado de trabalho
sobre o perfil dos profissionais contábeis. A medida que o mercado evolui, esses
profissionais vem se tornando cada vez mais dinâmicos e estratégicos. Neste sentido,
o objetivo do presente estudo é dissertar sobre a evolução da profissão contábil e dos
profissionais, identificando quais são as principais ferramentas tecnológicas que estão
sendo inseridas no mercado, bem como as principais habilidades exigidas a esses.
Para tanto, foi aplicado um questionário junto a 200 profissionais, entre graduandos e
graduados do curso de Ciências Contábeis. A metodologia utilizada foi o método da
pesquisa explicativa e exploratória, onde os dados foram agrupados de forma
quantitativa e analisados subjetivamente. Como resultado da pesquisa, foi identificado
que a profissão contábil possui uma grande diversidade de profissionais atuantes.
Constatou-se também, que a maioria deles que estão em processo de graduação, se
enquadram na faixa etária de até 25 anos e possuem uma renda de até R$ 3.000,00.
De acordo com as informações coletadas, pode-se destacar que a maioria dos
profissionais estão em busca de atualização no mercado, passando por um processo
de adaptação em relação as mudanças que vem ocorrendo. No que tange o mercado
para a profissão, percebe-se um aumento da necessidade de um perfil mais dinâmico
e um aumento das áreas de atuações disponíveis.

Palavras-chave: Profissional Contábil. Habilidades. Mercado de Trabalho. Evolução.


Ferramentas Tecnológicas.
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Formação profissional ........................................................................... 36


Gráfico 2 - Gênero .................................................................................................. 36
Gráfico 3 - Região geográfica ................................................................................. 37
Gráfico 4 - Faixa etária ........................................................................................... 37
Gráfico 5 - Principais áreas de atuação .................................................................. 38
Gráfico 6 - Remuneração........................................................................................ 39
Gráfico 7 - Habilidades necessárias ....................................................................... 40
Gráfico 8 - Valorização no ambiente profissional .................................................... 40
Gráfico 9 - Classificação da qualidade de vida ....................................................... 41
Gráfico 10 - Principais ferramentas utilizadas........................................................... 42
Gráfico 11 - Dificuldade de utilização das ferramentas ............................................. 43
Gráfico 12 - Armazenamento de arquivos ................................................................ 44
Gráfico 13 - Impacto da pandemia covid-19 ............................................................. 45
Gráfico 14 - Tempo necessário para encontrar trabalho .......................................... 46
Gráfico 15 - Qualificação extra curricular .................................................................. 46
Gráfico 16 - Currículo acadêmico ............................................................................. 47
Gráfico 17 - Desafios do mercado de trabalho ......................................................... 48
LISTA DE ESQUEMAS

Esquema 1 – Esquema explicativo das possíveis áreas de atuação do contador .... 34


LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Competências profissionais de contabilidade ......................................... 24


Quadro 2 - Características apresentadas pelo organismo em cada fase do SAG .... 26
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Linha do tempo – Evolução da Contabilidade ........................................... 19


Figura 2 – Livro Manuscrito ....................................................................................... 28
Figura 3 – Máquinas de escrever primitivas .............................................................. 29
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................8
1.1 Formulação do problema...............................................................................8
1.2 Metodologia de pesquisa............................................................................. 11
1.3 Estrutura de trabalho ................................................................................... 15

2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................. 16
2.1 A contabilidade............................................................................................. 16
2.2 Contexto histórico da contabilidade........................................................... 17
2.2.1 Evolução da contabilidade.............................................................................. 17
2.2.2 Evolução da contabilidade no Brasil ............................................................... 20
2.3 Profissão contábil ........................................................................................ 21
2.3.1 Habilidades e competências........................................................................... 22
2.3.2 Qualidade de vida e estresse ......................................................................... 25
2.4 Processos contábeis ................................................................................... 27
2.4.1 Evolução dos processos................................................................................. 28
2.4.2 Ferramentas e tecnologias ............................................................................. 30
2.4.3 SPED.............................................................................................................. 32
2.5 Mercado de trabalho .................................................................................... 33

3 APRESENTAÇÃO E DESCRIÇÃO DOS DADOS ......................................... 35


3.1 Elaboração do questionário ........................................................................ 35

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................... 36


4.1 Sobre a profissão ......................................................................................... 38
4.2 Sobre o dia a dia do profissional ................................................................ 42
4.3 Sobre o mercado de trabalho ...................................................................... 45

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................ 50

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 53

APÊNDICE A - Questionário ........................................................................ 57


8

1 INTRODUÇÃO

1.1 Formulação do problema

Não é de hoje que estão acontecendo diversas mudanças no cenário da


economia mundial, através do surgimento e de implementações de novas tecnologias,
seja no âmbito do entretenimento ou no âmbito empresarial. Para as organizações
contábeis e para os contadores, o cenário não é diferente, com mais velocidade e com
maior impacto nas organizações, essas mudanças vêm ocorrendo e redefinindo a
profissão contábil, bem como o modo de abordar a contabilidade no âmbito
empresarial.
Essas modificações vêm acontecendo no decorrer dos últimos anos. Com a
inserção de novos métodos, o mercado contábil está se tornando cada vez mais
exigente e competitivo. A eficiência e a qualidade do trabalho vem sendo colocados
em pauta de uma maneira mais assertiva. As empresas e os clientes em geral vêm
consumindo cada vez mais as informações e demonstrativos contábeis e
consequentemente sendo mais exigentes quanto ao serviço que estão contratando.
Nesta perspectiva, é necessário que os profissionais contábeis sejam mais
qualificados em suas funções e estejam atualizados quanto as novas tecnologias e
softwares que estão surgindo e modificando o mercado da profissão como um todo,
mas claro sem deixar toda a técnica e teoria contábil de lado. Essas mudanças
dinâmicas dos métodos que vêm ocorrendo no mundo dos negócios, trouxeram para
os profissionais de contabilidade um novo desafio. Entre eles, a necessidade de
desenvolvimento de múltiplas habilidades.
Sobre o profissional da área contábil, o presidente do Conselho Federal de
Contabilidade – CFC, Breda (2018), informa que é preciso ficar atento à mudança no
perfil dos profissionais, exigidas pelo mercado. Maior qualificação técnica, visão de
negócios e habilidades analíticas e de comunicação estão entre os requisitos
essenciais exigidos pelo mercado. Nessa rapidez das transformações, o profissional
contábil está sendo chamado a sair do nível operacional e se aproximar de um nível
mais estratégico nas organizações.
O contador, no papel de preparador das demonstrações contábeis e, também,
o auditor, no papel de revisor dessas mesmas demonstrações, têm o compromisso
público de levar toda a verdade aos usuários das informações produzidas. Esta é a
9

postura que a sociedade espera do profissional da contabilidade e é, também, a única


razão pela qual a profissão é regulamentada em lei (BREDA, 2018).
Neste sentido, a introdução de novas ferramentas e tecnologias é um dos
principais fatores que impactam na profissão contábil e nas organizações. Simons
(2017), indaga que com a introdução de novas ferramentas, como sistemas de
informação integrados e a adoção de novas formas de trabalho, todos os métodos e
princípios organizacionais tradicionais precisaram ser reexaminados. O desafio é
integrar essas mudanças nas organizações. A profissão do contabilista está em
constante mudança, e a inserção de novas tecnologias e ferramentas ao trabalho do
contador, não é um dos primeiros impactos que a profissão vem sofrendo e se
adaptando.
A discussão acerca da tecnologia gira em torno também da segurança das
informações contábeis, com a inserção de novas formas de gerir, arquivar e manusear
as informações financeiras, acabam vindo à tona pontos positivos e negativos sobre
essa linha de pesquisa. Sendo um tema que se torna de extrema necessidade para o
desenvolvimento profissional.
Dessa forma, esta pesquisa teve como proposta analisar como os avanços da
profissão contábil e as exigências do mercado de trabalho impactam os profissionais
que atuam nas diversas áreas que englobam as Ciências Contábeis. Foi realizada
uma pesquisa de campo, com a aplicação de um questionário junto a profissionais da
área contábil. O perfil inicialmente proposto foi de graduandos e bacharéis em
Ciências Contábeis que atuam em diferentes cargos, empresas e áreas, objetivando
assim, uma amostra mais ampla para o desenvolvimento do estudo.
Sabe-se que as normas e pronunciamentos contábeis sofrem mudanças e
reformulações com uma frequência alta, seja em torno da tributação vigente,
escrituração contábil e fiscal, procedimentos contábeis ou métodos de contabilização.
Uma discussão que está em foco e tem gerado diversos debates, é como a
dinâmica da profissão contábil e as ferramentas de trabalho, estão influenciando no
dia a dia do profissional contábil e contribuindo para a melhoria da eficiência das
organizações. No contexto da pandemia global do vírus da Covid-19, essa discussão
se intensificou, pois de forma direta, os profissionais estão sendo obrigados a adotar
novas metodologias de trabalho e comunicação, para implementação e adequação do
trabalho em homeoffice, seja com a inserção de novas tecnologias ou com uma nova
forma de comunicação.
10

Sabe-se que esses profissionais enfrentam vários desafios, entre eles o de


realizar a integração das suas atividades com as novas ferramentas de trabalho,
reunindo todas as técnicas que englobam as Ciências Contábeis e se adequando ao
que é exigido pelo mercado de trabalho.
Neste sentido, questiona-se:
Qual o nível de aceitação e utilização das novas ferramentas tecnológicas
disponibilizadas no mercado pelos profissionais Contábeis? Bem como, qual o perfil
e as habilidades exigidas pelo mercado de trabalho?
Considerando então, as mudanças ocorridas no mundo dos negócios e por
consequência na necessidade de um profissional mais antenado com o seu papel de
oferecer informações capazes de contribuir na continuidade dos negócios, tem-se
como objetivo para esse estudo, analisar os impactos que os avanços tecnológicos e
a inserção de novas ferramentas de trabalho exercem sobre a profissão contábil,
compreendendo o nível de aceitação e utilização das novas tecnologias, observando
o perfil, as habilidades e competências que são exigidas aos profissionais contábeis.
Dito isso, tem-se como objetivos específicos:

a) identificar possíveis barreiras entre os profissionais contábeis que atuam no


mercado de trabalho e as novas ferramentas que estão surgindo e modificando
a profissão;
b) demonstrar as principais exigências extracurriculares solicitadas pelo mercado
de trabalho aos profissionais da área;
c) apontar a perspectiva dos profissionais sobre o futuro do mercado de trabalho
e as possíveis mudanças que poderão acontecer.

No intuito de justificar os estudos, entende-se que a profissão contábil desde


quando surgiu passou por diversas mudanças, remodelando-se ao passar do tempo
e se tornando cada vez mais necessária para todas as partes interessadas, seja para
os estudantes, os pesquisadores, os tomadores de serviços contábeis ou até mesmo
para os stakeholders.
Diversos autores relatam que a profissão contábil está sob uma constante
mudança em sua dinâmica de execução, dessa forma, dar continuidade a esse tipo
de pesquisa se torna extremamente necessário para os profissionais que a
escolheram para exercer, principalmente em uma época de incerteza sobre o
11

crescimento econômico do país.


Ainda justificando a pesquisa, argumenta-se que a princípio a contabilização
foi manual e com o surgimento de máquinas de datilografia e de processadores
automáticos surgiu no mercado uma nova prática contábil. O mesmo processo
aconteceu quando houve a chegada da internet e dos microcomputadores. Volumes
maiores de informações contábeis puderam ser processadas, analisadas e
transformadas em demonstrativos contábeis, e a qualidade das informações
melhoraram, pois as informações estavam se tornando mais confiáveis e precisas.
Neste sentido, esta pesquisa se torna extremamente útil e necessária, não só
aos estudantes das Ciências Contábeis, mas também a toda a comunidade
acadêmica, que poderá usufruir dos resultados obtidos, podendo assim expandir a
pesquisa e abordar diferentes áreas do assunto.
O tema abordado também contribui para os profissionais e organizações da
área, que estão em busca de informações sobre as novas ferramentas utilizadas no
mercado, pois um dos objetivos deste trabalho foi identificar possíveis tendências da
área da tecnologia juntamente com o desenvolvimento contábil. Há de se comentar
que, esse estudo contribui também para o desenvolvimento do pesquisador como
conhecedor e profissional que busca aprofundar na profissão.
Segundo Constant (2016) “é saudável antecipar-se às críticas que o leitor
poderá fazer ao trabalho, explicitando quais as limitações que o método escolhido
oferece”. (VERGARA, 2016, p. 57).
Nesta lógica, esta pesquisa apresentou as seguintes limitações: É possível que
os contadores selecionados para a pesquisa não representem a totalidade dos
profissionais que atuam no mercado; Não houve uma abrangência nacional da
amostra, havendo possíveis divergências, tendo em vista que a amostra não foi
selecionada de todo o território do país; Comunicação não muito precisa, pois o
questionário foi aplicado de forma online.

1.2 Metodologia de pesquisa

Com a finalidade de atender ao objetivo principal e analisar as principais


mudanças no perfil do profissional contábil nos últimos anos, identificando possíveis
tendências de mercado para a profissão, foram utilizados dois viés de pesquisa, a
explicativa e a exploratória.
12

De acordo com Gil (2017), a pesquisa explicativa tem como principal propósito
“identificar fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência de fenômenos''.
“Elas são as que mais aprofundam o conhecimento da realidade, pois têm como
finalidade explicar a razão, o porquê das coisas”. (GIL, 2017, p. 26).
Esta pesquisa se classifica como explicativa, porque analisou e apresentou o
resultado do questionário que foi aplicado para a amostra de profissionais da área
contábil selecionada, e esclareceu-se quais as conclusões que puderam ser tomadas
a partir dos resultados obtido.
As pesquisas exploratórias compreendem diversos campos, desde
levantamentos em fontes secundárias; levantamentos de experiências; Pesquisa de
Campo e outros.
Já para a abordagem do problema, nesta pesquisa, se fez necessário coletar
dados quantitativos e analisá-los, sendo uma pesquisa quantitativa e também
qualitativa. Para Gonçalves a pesquisa exploratória "[...] se caracteriza pelo
desenvolvimento e esclarecimento de ideias, com objetivo de fornecer uma visão
panorâmica, uma primeira aproximação a um determinado fenômeno [...]."
(GONÇALVES apud MENEZES et al., 2019, p 34).
De acordo com Antônio Carlos Gil (2017), “na pesquisa quantitativa os
resultados são apresentados em termos numéricos. Podem ser definidas como
pesquisas quantitativas: pesquisa experimental, ensaio clínico, pesquisa de campo,
controle e levantamento”. (GIL, 2017, p.39).
Nesse estudo, a aplicação do questionário retornou dados numéricos,
apresentados no desenvolvimento do trabalho através de gráficos e tabelas, a fim de
exemplificar o resultado obtido.
No que tange a pesquisa qualitativa, o foco foi centralizado na análise subjetiva
dos dados que foram investigados. Algumas características norteiam esse tipo de
pesquisa, identificando os estudos denominados qualitativos. Segundo esta
perspectiva, um fenômeno pode ser mais bem compreendido no contexto em que
ocorre e do qual é parte, devendo ser analisado numa perspectiva integrada. Para
tanto, o pesquisador vai a campo buscando captar o fenômeno em estudo a partir da
visão das pessoas nele envolvidas, considerando todos os pontos de vista relevantes
(GODOY, 1995, p.1).
A pesquisa qualitativa, teve como foco a análise dos dados obtidos através do
processo quantitativo, apresentando um resultado mais completo quanto ao objetivo
13

de trazer novas e atuais perspectivas dos fenômenos que acontecem na profissão


contábil e no dia a dia do contador.
Quanto aos procedimentos, esta pesquisa se classifica como bibliográfica,
documental e de campo.
De acordo com Gil (2017), a pesquisa bibliográfica se caracteriza como
“o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros,
revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral.
Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa”. (GIL, 2017,
p.49).
Neste estudo, foram externados os principais autores que dissertam sobre os
conhecimentos necessários. Esses, foram extraídos de livros, artigos, revistas e de
fontes online.
Já a pesquisa documental, de acordo com Pádua (2017), é realizada a partir
de documentos antigos ou contemporâneos autênticos, tem como principal objetivo
comparar os fatos sociais e históricos, podendo ser utilizadas também fontes
secundárias, com dados estatísticos elaborados por institutos confiáveis. A pesquisa
documental é utilizada em praticamente todas as ciências sociais e constitui um dos
delineamentos mais importantes no campo da História e da Economia. Como
delineamento, apresenta muitos pontos de semelhança com a pesquisa bibliográfica.
A principal diferença está na natureza das fontes. A pesquisa bibliográfica
fundamenta-se em material elaborado por autores com o propósito específico de ser
lido por públicos específicos. Já a pesquisa documental vale-se de toda a sorte de
documentos, elaborados com finalidades diversas, tais como assentamento,
autorização, comunicação etc. (GIL, 2017, p.29).
Na pesquisa foram utilizados dados estatísticos, atuais e históricos, publicados
por órgãos oficiais, como o CFC. Entre os documentos pode-se citar a pesquisas
realizadas por estes órgãos, e notícias divulgadas nas midias sociais.
No que tange a pesquisa de campo, a investigação pode ser considerada
empírica, podendo ser realizada no local onde ocorreu um fenômeno ou que dispõe
de elementos para explicá-lo. Ela pode ser realizada através de entrevistas, aplicação
de questionários, testes e observação.
Neste estudo, também foi realizada a pesquisa de campo, pois foram
verificados diversos pontos específicos, como a mudança no exercício da profissão
contábil. A identificação foi feita através do questionário aplicado para os graduandos
14

e bacharéis que atuam nas diversas áreas das Ciências contábeis.


De acordo com Antônio Carlos Gil (2017), "a amostragem nos levantamentos
sociais pode assumir formas diversas, em função do tipo de população, de sua
extensão dar condições materiais para realização da pesquisa etc.” (GIL, 2017,
p.100).
A amostragem estratificada foi o tipo de seleção realizada para o estudo,
segundo Gil (2017), é feito uma seleção de uma amostra de subgrupos delimitados
de uma população geral. A fundamentação para a delimitação dos subgrupos pode
ser encontrada em propriedades como sexo, idade ou classe social.
O subgrupo selecionado foi de graduandos e profissionais graduados no curso
de Ciências Contábeis, sendo classificados de acordo com gênero, remuneração e
faixa etária. Para que os dados fossem analisados de uma maneira mais adequada,
os resultados foram separados de acordo com esses extratos.
José Osvaldo (2017) indaga que “o pesquisador pode realizar coleta de dados
utilizando diferentes técnicas: questionário, entrevista, observação, colaboração
espontânea de terceiros, além da captura de documentos, registros e artefatos.”
(SORDI, 2017, p. 90).
Na realização da pesquisa bibliográfica, buscou-se estudos sobre o
comportamento, mudanças e comprometimento dos contadores e da profissão
contábil com relação ao mercado de trabalho. A pesquisa foi realizada em livros,
artigos, sites, teses e publicações.
O questionário foi disponibilizado de maneira online, a fim de coletar as
respostas em redes sociais, através do ‘Google Docs’, dessa forma, houve uma maior
abrangência da amostra selecionada.
Os dados foram coletados de forma qualitativa. O tratamento e a análise foram
conduzidos de diferentes formas. Já os dados coletados de forma quantitativa
apresentam uma estrutura bem definida para a redação final do estudo (SORDI,
2017).
Nesta pesquisa, foram avaliados os resultados obtidos, através da aplicação
do questionário aplicado na amostra que foi selecionada, tendo como objetivo analisar
as diversas variáveis de respostas, no intuito de chegar a uma conclusão quanto ao
desenvolvimento da profissão contábil e de seus profissionais.
No decorrer da pesquisa, os dados foram coletados e analisados, através da
utilização da estatística e métodos. Foram incluídos gráficos e tabelas analisados de
15

forma subjetiva.

1.3 Estrutura de trabalho

Este trabalho está estruturado em cinco capítulos. O primeiro apresenta a


introdução, contextualização do problema, os objetivos, a justificativa e a metodologia
utilizada. Nele foi demonstrado a importância da realização deste trabalho e a das
informações apuradas.
O segundo capítulo trata-se do referencial teórico, no qual foi apresentado o
desenvolvimento das pesquisas bibliográficas relacionadas com o tema, abordando o
conceito de contabilidade e a evolução dos processos e da profissão contábil no
Brasil. Também foi dissertado sobre a utilização de tecnologias, ferramentas de
trabalho e sobre a qualidade de vida dos profissionais contábeis.
No terceiro capítulo foi apresentado o modo de realização da coleta e da
elaboração do questionário da pesquisa, bem como da seleção da quantidade de
participantes, apresentando toda a estrutura da aplicação para a aplicação das
perguntas para os respondentes.
O capítulo quatro apresenta a análise dos resultados obtidos com a pesquisa,
onde toda a base foi analisada, correlacionando as informações e análises realizadas
com notícias e dados divulgadas pela mídia e por órgãos responsávei.
Por fim, o capítulo cinco apresenta as considerações finais, na qual todos os
objetivos propostos foram concluídos e as principais informações retiradas desta
pesquisa foram abordadas.
16

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A contabilidade

A contabilidade é objeto de estudo há centenas de anos, e diversos autores


discorrem sobre a perspectiva do tema, gerando opiniões e saberes diferentes ao
decorrer dos anos. Em torno da conceituação sobre o que é a contabilidade, José
Carlos (2018), explica que a “contabilidade é uma ciência social, pois estuda o
comportamento das riquezas que se integram no patrimônio, em face das ações
humanas (portanto, a Contabilidade ocupa-se de fatos humanos).” (MARION, 2018,
p. 10).
Corroborando com a ideia, Samir Bazzi (2016), define a contabilidade uma
ciência que tem como pilar principal a aplicação do conhecimento contábil na prática.
Como qualquer ciência a contabilidade tem seu objetivo claro e específico, sendo o
principal estudar o patrimônio das empresas e das pessoas físicas, registrando,
controlando e interpretando todas as mudanças no espaço de período que se propõe
a analisar, gerando assim relatórios que irão servir de base para análise de gestores
e partes interessadas.
Reafirmando o conceito apresentado, Faria, Iudícibus e Marion (2017),
explicam que "a Contabilidade não é uma ciência exata. Ela é uma ciência social
aplicada, pois é a ação humana que gera e modifica o fenômeno patrimonial. Todavia,
a Contabilidade utiliza os métodos quantitativos como sua principal ferramenta.”
(IUDÍCIBUS; MARION; FARIA, 2017, p. 9).
Em contribuição, define-se que a contabilidade possui um papel de extrema
importância na vivência e na gestão empresarial, diminuindo as divergências de
informações entre os relatórios emitidos com a realidade da empresa, demonstrando
a realidade financeira e a saúde da instituição (COSTA, 2020).
Para Viceconti e Neves (2017), a contabilidade é uma ciência que desenvolveu
uma metodologia própria com a finalidade de controlar o patrimônio das empresas,
apurar o resultado das atividades das empresas e prestar informações às pessoas
que tenham interesse na avaliação da situação desempenho patrimonial.
Dessa forma, pode-se observar que todos os conceitos apresentados pelos
autores, a contabilidade, por ser uma Ciência Social aplicada, utiliza de fatores
humanos em conjunto com metodologias lógicas para gerar informações, seja sobre
17

uma pessoa física ou uma pessoa jurídica, gerando informações através de relatórios
e informações financeiras e patrimoniais dos entes.

2.2 Contexto histórico da contabilidade

Muito se discute sobre a origem da profissão, o que se tem registrado é que


ela surgiu a milhares de anos atrás. De acordo com Antônio Lopes de Sá, “a
escrituração contábil nasceu antes mesmo que a escrita comum aparecesse, o
registro da riqueza antecedeu aos demais, como comprovam os estudos realizados
sobre a questão [...]”. (SÁ apud SANTOS; KONZEN, 2020, p. 5).
Justamente por ser tão antiga, há interpretações que identificam indícios da
contabilidade estar presente nas histórias descritas na bíblia, comprovando a
utilização da mesma, José Carlos (2018), expressa que “a Contabilidade é tão antiga
quanto a origem do homem. Se abrirmos a Bíblia em seu primeiro Livro, Gênesis,
entre outras passagens que sugerem a Contabilidade [...]". (MARION, 2018, p.10).
Ainda de acordo com José Carlos (2018), diversas histórias na bíblia
demonstravam que existia o controle quantitativo para demonstrar a variação da
riqueza entres os homens, mesmo que de forma rudimentar.
Concluindo o assunto, o autor completa que “no livro de Jó que é considerado
o mais antigo da Bíblia [...] há uma descrição exata da riqueza de Jó, nos mínimos
detalhes. Isso mostra que Jó, considerado na época o homem mais rico do Oriente,
tinha um “excelente contador”.
Neste sentido, conclui-se que a contabilidade é de suma importância para o
progresso da humanidade e sempre acompanhou o homem, podendo ser verificado
vestígios da utilização de sistemas contábeis na pré-história.

2.2.1 Evolução da contabilidade

Nos primórdios da humanidade, mesmo que de forma inconsciente foi


entendido a função da contabilidade, diante da necessidade de avaliar e separar a
riqueza do ser humano, e também seus aumentos e perdas. Sem a existência de
números e linguagens, essa contagem de riquezas era feita através de pedrinhas,
onde o volume representava a riqueza do homem (FARIA; IUDÍCIBUS; MARION,
2017).
18

De acordo com Alves (2017), na Idade Média foi onde se desenvolveu a fase
que posteriormente foi conhecida como sistematização da contabilidade, onde foi
escrito o primeiro livro sobre as partidas dobradas por Frei Luca Pacioli, publicado no
ano 1494, posteriormente essa obra foi batizada pelos europeus como "Método
Italiano".
Na linha da evolução histórica pode se afirmar que entre os séculos XIV e XVI,
já na idade moderna ocorreram as principais evoluções nas diversas áreas do
conhecimento, nas artes, na economia e todas elas impulsionaram o desenvolvimento
da Contabilidade como uma Ciência (IUDÍCIBUS, 2017).
O autor cita ainda que, houve um marco para esse período moderno
extremamente relevante para a evolução e identificação da Ciência Contábil, ele
destaca que o marco, neste período, foi a primeira literatura contábil relevante pelo
Frei Luca Pacioli em 1494.
A obra de Pacioli pode muito bem ser vista como início do pensamento
científico da Contabilidade, expressando a causa efeito do fenômeno patrimonial com
os termos débito e crédito (IUDÍCIBUS, 2017).
Bazzi (2016), indaga que por constar registros em estudos apontando que o
homem primitivo já controlava suas riquezas, a contribuição de Pacioli para a
contabilidade aconteceu mais voltada em sistematizar o método contábil, que já
existia, através da criação de uma metodologia.
Já Hendriksen e Breda (2021), tem uma explicação mais precisa sobre a obra
do conhecido pai da contabilidade, explicando que o livro era um tratado de
matemática que possuía um capítulo dedicado ao estudo da escrituração através das
partidas
Para uma melhor compreensão, o autor Bazzi (2012), resumiu de forma simples
a evolução da contabilidade de acordo com cada período ilustrado na figura 1:
19

Figura 1 - Linha do tempo – Evolução da Contabilidade

Fonte: Bazzi apud Hoss et al. (2012).

No entendimento do autor, a contabilidade evoluiu da seguinte forma:

a) Empirismo: Aconteceu o início do processo de urbanização, com isso houve a


necessidade de as pessoas controlarem suas posses. Houve assimilação da
escrita e de símbolos como forma de controle, a contabilidade se iniciava de
forma primitiva.
b) Renascimento: Houve a consolidação da contabilidade como ciência, através
da consolidação da burguesia e outros processos que resultaram na revolução
industrial. Surgimento do método das partidas dobradas de Lucas Pacioli.
c) Racionalismo:Surgimento de diversas empresas e companhias no mundo,
sendo compostas por diversos sócios, dando a possibilidade assim do
surgimento de novas áreas de atuação da contabilidade, como a auditoria
externa. Outro destaque do período é o surgimento de novas teorias e escolas
de estudos das Ciências Contábeis.
d) Contingencialismo: Com surgimento em meados dos anos 2000, essa fase teve
como premissa a análise da informação contábil por meio do passado, presente
e futuro, destacando questões relacionadas à estratégia dos negócios.

Os acontecimentos históricos e econômicos têm impacto direto no


desenvolvimento da contabilidade. No século XX, por exemplo, após a depressão de
1929 dos Estados Unidos, houve um crescente aumento de pesquisas nessa área
para que as informações contábeis fossem mais precisas (MARION, 2018).
20

O autor completa que, diversos outros fatores contribuíram e impactam até hoje
a contabilidade no mundo todo, entre os diversos pode-se citar: "A ascensão cultural
e econômica dos EUA; O crescimento do mercado de capitais e, consequentemente,
da Auditoria; A preocupação em tornar a Contabilidade algo útil para a tomada de
decisão e vários outros". (MARION, 2018, p.11).
Sendo assim, a contabilidade se desenvolveu e vem se desenvolvendo
conforme a sociedade evolui, de acordo com seus interesses e suas necessidades,
contribuindo de forma ativia no crescimento da população.

2.2.2 Evolução da contabilidade no Brasil

No Brasil os primeiros registros sobre a contabilidade foram realizados na


época do descobrimento e início da exploração, por parte de Portugal, visando os
bens naturais que o país possuía na época. Logo começou o escambo e as moedas
de troca surgiram. O Conselho Federal de Contabilidade (2016), elucida que no Brasil
" a atividade contábil surgiu no período da Colônia (1500-1808). Entre 1500 e 1530,
as expedições marítimas portuguesas eram intensas devido à exploração de grande
quantidade de matéria-prima brasileira". (CONSELHO FEDERAL DE
CONTABILIDADE, 2016).
Ainda, de acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (2016), em 1850
com o objetivo de regulamentar os procedimentos contábeis, foi criado o código
comercial brasileiro, impondo pela primeira vez que a escrituração fosse feita em
livros. Já em 1860 esse acordo sofreu alterações, foi estabelecido a obrigatoriedade
e prazos para que as empresas reportassem ao governo suas demonstrações
contábeis.
Nesse sentido, a contabilidade no Brasil seguiu seu fluxo, mas seguindo
diretrizes de escolas internacionais, Marion (2018, p.10) destaca que "com a criação,
em 1902, da Escola de Comércio Álvares Penteado, em São Paulo, observamos a
adoção da Escola Europeia de Contabilidade, basicamente a italiana e a alemã".
Ainda sobre o assunto José Carlos (2018), destaca a escola Escola Contábil
Americana começou a se destacar no Brasil com a criação da da Faculdade de
Economia e Administração da USP em 1946, mas a influência dessa escola começou
na década de 70 com o lançamento do livro de Contabilidade Introdutória pelos
professores da FEA, atualmente conhecida como Universidade de São Paulo- USP
21

Outro ponto de destaque foi a publicação do Decreto-lei 27 de maio de 1946


foram criados o Conselho Federal de Contabilidade – CFC, e dos Conselhos
Regionais de Contabilidade- CRCs, por cada estado, a partir dessa mudança a
profissão contábil no Brasil ganhou regulamento próprio, seguindo suas próprias
diretrizes e tendo um órgão responsável por nortear os profissionais e as normas
contábeis adotadas no país (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2016).
Utilizando de suas atribuições legais e regimentais, no dia 07 de outubro de
2005, o CFC através da resolução Nº 1.055/05 criou e compôs o Comitê de
Pronunciamentos Contábeis (CPC), tendo como principal objetivo "o estudo, o preparo
e a emissão de documentos técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a
divulgação de informações dessa natureza [...]". (CONSELHO FEDERAL DE
CONTABILIDADE, 2016. Resolução 1.005/05).
O Comitê de Pronunciamento Contábeis foi e é de extrema relevância para
adequar as práticas contábeis brasileiras com os modelos adotados
internacionalmente, servindo como uma eficiente ferramenta de consulta para os
profissionais contábeis padronizarem suas ações dentro das diversas atuações que o
profissional pode exercer.
O Brasil é um dos países mais interessantes para o estudo das mudanças e da
evolução da contabilidade junto a sociedade. Faria, Iudícibus e Marion (2017, p.13)
afirmam que “nossa legislação contábil, no que se refere às demonstrações contábeis
que devem ser publicadas todo ano, principalmente para as sociedades de capital
aberto, é uma das mais aperfeiçoadas do mundo”.

2.3 Profissão contábil

Com o passar das décadas e com o desenvolvimento dos conceitos acerca da


Ciência Contábil, a profissão do contabilista foi se moldando tanto dentro do mercado
de trabalho, quanto na sociedade. Faria, Iudícibus e Marion (2017), exemplificam que
a contabilidade é importante na mesma proporção que se desenvolve a economia. A
profissão atualmente é muito valorizada nos países desenvolvidos.
Para expressar a diversidade na atuação do profissional contábil, José Carlos
(2018), explica que a área da contabilidade é uma das que mais oferecem
oportunidades para os usuários da mesma, o estudante que optou por essa área terá
inúmeras possibilidades de escolha, entre elas, tem:
22

a) Contador: que poderá atuar na Contabilidade Financeira; Contabilidade


Custos; Contabilidade Gerencial e Contabilidade Estratégica;
b) Auditor: que poderá atuar como auditor independente; Auditor interno ou
Auditor externo;
c) Analista Financeiro;
d) Consultor Contábil;
e) Perito Contábil;
f) Pesquisador Contábil;
g) Cargos Públicos.

Vê-se que a profissão contábil possui uma extrema abrangência referente a


área de atuação do profissional graduado, abrindo um leque de possibilidades para a
ação do mesmo no mercado de trabalho, seja na área de pesquisa, na área
administrativa, no ensino, em empresas ou até mesmo exercendo funções em órgãos
públicos, sejam elas administrativas, de liderança, de gestão ou em outras áreas de
possíveis atuações do profissional.
Dessa forma, no contexto da profissional, observa-se que a Ciência Contábil é
uma ferramenta utilizada por pesquisadores e aplicadores da área a fim de contribuir
para uma melhor gestão do patrimônio tangível e intangível de organizações ou de
pessoas físicas.

2.3.1 Habilidades e competências

O exercício da profissão contábil requer uma constante evolução por parte do


profissional que estudou e se dispôs a trabalhar na área, continuar estudando, se
aperfeiçoando e se mantendo atualizado é indispensável para se obter sucesso e
crescimento profissional.
De acordo com a Domínio Sistemas (2020), o profissional contábil precisa
praticar e desenvolver habilidades para acompanhar o ritmo dos clientes e aprender
a usar as soluções tecnológicas da melhor maneira possível. Apenas dessa forma ela
conseguirá criar valor de seu trabalho para seu cliente. Quem não tiver o interesse em
se desenvolver será facilmente ultrapassado pelos seus concorrentes.
O blog ainda afirma que o contador precisa ir além do conhecimento de rotina
e das regras, elencando cinco competências essenciais que os contadores devem
23

desenvolver, sendo elas:

a) saber se adaptar;
b) ter um pensamento sistêmico;
c) comunicar-se bem;
d) focar na resolução de problemas;
e) ter afinidade com as novas tecnologias.

É possível notar que essa habilidade e competências vem sendo exigidas para
os profissionais contábeis já há alguns anos. Roberto Dias (2020), esclarece que para
2021as habilidades sociais (soft skills) juntamente com as habilidades técnicas (hard
skills) são imprescindíveis para construir uma carreira de sucesso, voltados para a
vertente de estratégia das empresas.
Percebe-se que com as transformações ocorridas na contabilidade o
profissional contábil precisa se adaptar a um novo cenário. Roberto Dias (2020),
também esclareceu que os empregadores da área contábil estão buscando que os
profissionais desenvolvam as diversas vertentes das habilidades sociais, entre elas
estão: A capacidade se comunicar; A pática da audição e da empatia dentro do
ambiente de trabalho; O bom conhecimento tecnológico; Capacidade de atendimento
ao cliente; Colaboração e liderança; Criatividade; Entusiamo pelo aprendizado
contínuo.
Esse conceito de transformação do profissional e das suas habilidades se faz
necessário em diferentes épocas. Para o Jornal do Comércio (2019), o presidente do
Conselho Federal de Contabilidade, Zulmir Breda, destacou que as habilidades e
competências necessárias aos profissionais da área estão mudando e, cada vez mais,
incluem a aptidão para construir relacionamentos, a comunicação eficaz, a
capacidade de solucionar problemas, a qualificação para a inovação e a capacidade
de lidar com dados e tecnologia.
Percebe-se que independente da época e do contexto que a profissão contábil
está inserida a mudança é inevitável, diversos autores destacam elas como
extremamente necessárias para atingir os objetivos e atender as expectativas das
organizações que contratam os serviços dos contadores, sendo em qualquer uma,
das diversas áreas de atuação.
24

Quadro 1 – Competências profissionais de contabilidade


Habilidade Descrição
- Exercer julgamento;
- Identificação e avaliação de alternativas;
Intelectual
- Análise crítica;
- Pensamento inovador para resolução de problemas;
- Cumprimento das exigências legais e regulamentares;
Técnica e funcional
- Análise de risco;
- Compromisso com aprendizagem contínua;
- Avaliação crítica e imparcial de todas as informações;
Pessoal
- Estabelecer e monitorar desempenho pessoal;
- Antecipar desafios e planejar soluções potenciais
- Aplicar escuta ativa;
- Competências consultivas para minimizar conflitos e maximizar as
Interpessoal e de oportunidades;
comunicação
- Demonstrar domínio eficaz de diferentes idiomas;
- Comunicação de forma clara para apresentar e discutir informações
- Desenvolvimento de visão ampla do negócio;
- Realizar tarefas de acordo com as práticas estabelecidas;
Organizacional - Desenvolver trabalhos de acordo com padrão de qualidade;
- Aplicar ferramentas e tecnologias apropriadas para aumentar a
eficiência;
- Gestão de pessoas e trabalho em equipe.
Fonte: Adaptado de Pereira apud Oliveira e Silva (2015).

Neste quadro percebe-se as diversas possibilidades de competências que


podem e devem ser desenvolvidas por um profissional da área contábil, essas que
irão elevar a qualidade do mesmo no mercado de trabalho e levarão o contador a se
tornar um profissional cada vez mais adequado.
Ainda, de acordo com a da Domínio Sistemas (2020), “manter-se aberto para
o novo e querer aprender sempre mais é uma das prioridades do contador do futuro”.
(DOMÍNIO SISTEMAS, 2020).
O profissional contábil, na verdade, é o profissional que se adapta e que se
mantém sempre atualizado, tanto com relação a normas técnicas que são exigidas na
profissão quanto a questões tecnológicas, administrativas, sistêmicas e as demais.
Alinhado aos padrões internacionais de Contabilidade, o CFC possui o Programa de
Educação Profissional Continuada (PEPC) que visa atualizar e expandir os
conhecimentos e competências técnicas e profissionais, juntamente com as demais
habilidades dos bacharéis da área das Ciências Contábeis, que visam se manter
sempre atualizados.
25

Dessa forma, Aires, Moreira e Freire (2017) concluem que “além do


conhecimento técnico, os profissionais precisam saber colocar seu conhecimento em
prática, solucionando problemas com criatividade e inovação, gerando valor para a
organização em que está atuando [...].” (AIRES, MOREIRA E FREIRE, 2017, p. 12).

2.3.2 Qualidade de vida e estresse

É de conhecimento geral, que o estresse esta presente na vida do ser humano,


seja nas relações pessoais ou profissionais. Saber equilibrar a qualidade de vida com
os deveres e obrigações da profissão é uma habilidade que muitos tentam
desenvolver durante sua jornada profissional. O estresse é uma das principais causas
de afastamento dos profissionais de exercerem suas atividades.
Cooper e Straw, dissertam sobre o estresse ocupacional, "fatores como o
emprego (ambiente, deslocamentos, tecnologia, pressão), o papel na organização, as
relações de trabalho, o desenvolvimento profissional e as mudanças organizacionais
podem ser relacionados ao estresse no trabalho." (COOPER; STRAW apud
BORGES, 2017, p. 48).
O estresse ocupacional se origina da incapacidade do trabalhador de lidar com
as diversas fontes de pressão no trabalho, assim como a pressão excessiva por parte
de seus contratantes, resultando em problemas na saúde física e mental desses.
Segundo Selye, o estresse é uma reação inespecífica do corpo a qualquer
demanda. Ele definiu como Síndrome de Adaptação Geral (SAG) a "reação defensiva
a qualquer estímulo aversivo, provocando um conjunto de modificações não
especificadas. A síndrome desenvolvida plenamente possuiria três fases: reação de
alarme, resistência e exaustão." (SELYE, 1956 apud BORGES, 2017, p. 31).
Na reação de alarme, ainda de acordo com Selye, o indivíduo ao perceber a
presença de alguma ameaça à sua integridade que demande uma adaptação, o
mesmo desencadeia a fase de alarme. “Esta ameaça, denominada de “fonte de
pressão”, provoca uma alteração biológica no organismo, originando atividades
aceleradas denominadas de tensão.” (SELYE, 1956 apud BORGES, 2017, p. 31).
A fase seguinte, a fase de alarme pode terminar de duas formas, sendo a
eliminação ou prolongação das fontes de pressão, de acordo com Selye “quando
ocorre a eliminação das fontes de pressão, o organismo retoma a condição de
homeostase, desaparecendo os sintomas observados nas fases de alarme e
26

resistência.” (SELYE, 1956 apud BORGES, 2017, p. 31).


Em seguida, como ocorre o prolongamento da pressão, a resistência do
organismo fica fragilizada, chegando então na fase da exaustão. “Nesta fase o
organismo perde a batalha para os agentes de estresse, configurando o quadro de
estresse, caracterizado por um desequilíbrio entre os níveis de pressão (estressores),
advindos do meio, e a estrutura psíquica do indivíduo tensão.” (SELYE, 1956 apud
BORGES, 2017, p. 31).
Essas três fases são características do desenvolvimento do estresse nos
indivíduos e a reação que seus organismos têm perante a tal exposição. Neste sentido,
segue o quadro abaixo demonstrando as fases da Síndrome Geral de adaptação:

Quadro 2 - Características apresentadas pelo organismo em cada fase do SAG

Fonte: Elaborado por BORGES (2017) com dados extraídos de Limongi-França e Rodrigues
(1996).
27

Já no que tange o estresse relacionado aos profissionais da área contábil que


são atingidos por diversos motivos, Vinicius Roveda (2018), explica que umas das
principais causas que afetam os profissionais com relação ao estresse é a
necessidade cumprir prazos. Para o contador esse processo é ainda mais difícil, pois
ele está presente na vida das empresas, orientando sobre impostos, finanças e
demais ações de consultoria que acabam gerando um elevado desgaste mental.
Um trabalho tão decisivo traz grande responsabilidade e eleva potencialmente
o estresse de quem está na linha de frente. Os desafios da função são muitos, como:
clientes difíceis de lidar, documentos recebidos de forma incompleta (prejudicando o
andamento do trabalho ou levantando a possibilidade de que o cliente esteja envolvido
em lavagem de dinheiro, por exemplo) e a necessidade de trabalhar sempre com
muita concentração para não errar na digitação e conferência dos números enviados
ao fisco. Um pequeno erro pode resultar em uma grande multa/penalidade para o
cliente ou para o escritório (ROVEDA, 2018).
Neste sentido, vê-se que o estresse sempre esteve presente na vida do
homem, seja nos primórdios da humanidade, nas cavernas, no século passado ou na
atualidade. Conviver com ele é uma boa habilidade a se desenvolver tanto na vida
pessoal quanto na vida profissional, na profissão contábil principalmente, mitigar seus
riscos é uma questão a se desenvolver.

2.4 Processos contábeis

São notórias e importantes as mudanças que ocorrem na metodologia das


diversas áreas das Ciências Contábeis. Cada vez mais estão sendo exigidas melhores
qualificações dos profissionais contábeis. Nada mais justo, do que compreender,
neste capítulo, o contexto histórico e destacar os avanços dos processos contábeis
no Brasil de acordo com cada época e processo de evolução.
Para isso, é necessário saber quais processos se mantiveram no decorrer dos
anos e quais foram substituídos por processos mais recentes, seja pela inserção da
tecnologia no mercado de trabalho ou pela mudança da metodologia utilizada nas
tarefas que competem a execução por profissionais contábeis.
28

2.4.1 Evolução dos processos

Desde o início da contabilidade todo o procedimento era feito de maneira


manual, Silva e Silva (2016) apontam que devido ao volume de informações e dos
registros que eram necessários realizar, os profissionais que faziam contabilidade
manuscrita tinham grande dificuldade em manter as escritas atualizadas. Registrar e
emitir informativos contábeis como balanço, balancete e DRE era extremamente
trabalhoso e demandava um controle preciso das informações, sendo uma fase difícil
para os contabilistas. Conforme demonstra a figura abaixo:

Figura 2 – Livro Manuscrito

Fonte: Capturada do acervo do museu itinerante da Contabilidade (2017).

No intuito de dinamizar esse processo, diversas mudanças ocorreram nos dois


últimos séculos, de acordo com Costa, Silva e Silva (2017), o processo mecanizado,
dentro da contabilidade, se tornou realidade com o aparecimento das máquinas de
escrever e datilografia, sendo ferramentas utilizadas dentro do dia a dia contábil a fim
de facilitar os processos da profissão. O decalque também apareceu na mesma época
para facilitar. segue abixo exemplos das máquinas utilizadas na época:
29

Figura 3 – Máquinas de escrever primitivas

Fonte: Jornal DEBATE (2017).

Como citado, a máquina de escrever teve um papel importante para o


desenvolvimento da contabilidade no mundo todo, assumindo um papel de
protagonista desse processo, trazendo uma maior conforto e agilidade para as
escriturações no mundo contábil.
Apesar dos séculos de duração, de acordo com o Jornal Debate (2017) a
máquina foi abandonada em poucas décadas, assim que o computador passou a
dominar escritórios, escolas e agências bancárias, fazendo quase todo o serviço.
Com o crescimento das empresas, do volume e das complexidades das
transações financeiras a demanda por uma escrituração em massa e mais ágil
começou a surgir e se fazer necessária nos escritórios de contabilidade e nos setores
contábeis das empresas de diversos ramos.
No século passado, ocorreu uma das principais mudanças no processo
contábil, sendo a alteração da prática mecanizada para a utilização da forma
computadorizada. Nesse sentido Marion (2018), elenca os principais pontos e
diferenças entre esses dois sistemas:

a) O aspecto visual – o mecanizado é composto de máquinas de contabilidade e


calculadoras elétricas que são demasiadamente lentas em comparação com o
computador, que é acionado por impulsos elétricos velozes por meio de
circuitos eletrônicos;
b) A possibilidade de o equipamento de computação ser interligado – existe a
possibilidade de uma ou várias unidades periféricas de entrada ou saída
estarem ligadas à Unidade Central, que efetua o processamento mediante a
30

entrada dos dados e envia de volta a resposta, já programada, para as


unidades de saída.

Esse processo se manteve manual até meados dos anos 90, onde se iniciou a
revolução digital no Brasil. Ocorreu a chegada dos Microcomputadores e o mercado
contábil, interessado na mudança, não ficou de fora. Os softwares contábeis
começaram a surgir nessa época, as contabilidades que saíram na frente
conseguiram se destacar, ganharam em produtividade, em eficiência e de bônus ainda
melhoraram o controle e a qualidade do serviço prestado (NUCONT, 2019).
Neste sentido, os processos, as tarefas e as exigências do profissional contábil
se tornaram muito mais amplos e dinâmicos dentro das empresas. esses que
dinamizam e filtram os profissionais da área com uma maior facilidade. Dessa forma,
"diante de um leque diversificado de atividades, podemos dizer que a tarefa básica do
Contador é produzir e/ou gerenciar informações úteis aos usuários da Contabilidade
para a tomada de decisões." (IUDÍCIBUS; MARION; FARIA, 2017, p. 23).
Quando se observa o cenário atual e as mudanças que vêm ocorrendo nas
empresas e por sua vez na forma de prestar os serviços é notório que uma segunda
mudança tão radical quanto a introdução dos sistemas contábeis vem acontecendo,
e novamente as empresas que se adaptam a ela estão saindo na frente e estão
conseguindo aumentar sua produtividade sem perder em qualidade.
Desse modo, Dias Duarte (2016), indaga que a contabilidade digital, através da
escrituração por meios digitais tem mais a somar para o contador. Sendo uma
excelente forma de ganhar em questão de produtividade e renda e melhorar a
qualidade dos serviços que são prestados. O autor explica que os escritórios estão
saindo dos métodos tradicionais, assim como ocorreu com as instituições financeiras
na década de 90.

2.4.2 Ferramentas e tecnologias

Muitas foram as ferramentas que surgiram com o passar das décadas acerca
da profissão contábil, e pode-se dizer que em sua grande maioria, elas vieram para
somar e facilitar o trabalho dos profissionais da área.
A escrituração contábil digital, por exemplo, é um dos tipos de instrumentos
tecnológicos, que junto a datilografia e a escrita manual, estavam autorizados a
31

utilização, desde que os informativos contábeis (livros contábeis, balanço patrimonial


e outros) fossem assinados pelos responsáveis da empresa, pelo contabilista, e
posteriormente autenticados no órgão público responsável. Para a substituição
desses livros impressos a ECD foi uma das grandes invenções do sistema Sped. O
livro seria recebido e autenticado pelo próprio sistema, de forma online (HENRIQUE,
2016).
Ainda, de acordo com o autor, a partir do surgimento da tecnologia da
informação voltada para a contabilidade, a profissão elevou seu valor de importância
nacional e internacional, contribuindo para uma notória melhoria das informações
contábeis que são oriundas da escrituração digital, melhorando assim o cenário
económico e financeiro das empresas.
Existem alguns programas que foram essenciais para mudanças de processos
no método de trabalho dos profissionais da área contábil. Sabe-se que na profissão
contábil o volume de documentos emitidos e analisados é muito alto.
No intuito de modernizar o processo de emissão de nota fiscal no Brasil, a nota
fiscal eletrônica foi desenvolvida, o processo de digitalização da mesma começou em
2006, substituindo o modelo tradicional de papel e trazendo mais facilidade para o
emissor, melhorando o trabalho da Receita Federal (TOM, 2020).
Esse processo foi de suma importância para a contabilidade e também para a
sociedade no geral, de acordo com o Carin Tom (2020) “hoje, a NF-e é o documento
mais utilizado pelos brasileiros e também o mais importante nas transações entre os
clientes e os consumidores dos produtos.” (TOM, 2020, p. 1).
O certificado digital, por sua vez, foi criado a fim de agilizar ainda mais os
processos administrativos que norteiam a prática contábil, como exemplifica Carin,
(2020), o certificado digital "é um dispositivo em formato físico ou virtual que armazena
uma assinatura digital da empresa. Ele serve para assinar documentos online sem que
seja necessária a presença física do responsável e garante segurança nas transações
pela internet." (TOM, 2020, p.1).
Ainda, de acordo com o Carin (2020), existem dois tipos de certificados, o A1 e
o A3, o primeiro é disponibilizado de forma online e pode ser armazenado no
computador, podendo ser compartilhado por e-mail ou por outras ferramentas. O
segundo é físico e é disponibilizado em forma de token – Pen Drive e em formato de
cartão, dependendo pode apresentar algumas restrições para instalação em alguns
computadores.
32

2.4.3 SPED

Através do decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007 foi instituído o Sistema


público de escrituração digital, popularmente conhecido como Sped, esse sistema
veio para alavancar ainda mais os avanços tecnológicos dentro das Ciências
Contábeis. O site do Sped (2020), explica que de modo geral "consiste na
modernização da sistemática atual do cumprimento das obrigações acessórias,
transmitidas pelos contribuintes às administrações tributárias e aos órgãos
fiscalizadores [...].” (SPED, 2020).
Através desse sistema, o envio da escrituração contábil e fiscal tornou-se
obrigatório, sendo enviada em um modelo único, onde o modelo foi definido pela
legislação tributária federal vigente, onde o processo de recebimento e autenticação
foram todos feitos de forma conjunta (HENRIQUE, 2016).
Os três principais projetos desse sistema são: Escrituração Contábil Digital;
Escrituração Fiscal Digital e a NFe – Ambiente Nacional. Atualmente o Sped é
composto por módulos, sendo dividido:

a) ECD - Escrituração Contábil Digital;


b) CT- e - Conhecimento de Transporte Eletrônico;
c) ECF - Escrituração Contábil Fiscal;
d) EFD Contribuições - Escrituração Fiscal Digital – Contribuições;
e) EFD ICMS IPI - Escrituração Fiscal Digital, Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre Produtos Industrializados;
f) EFD Reinf - Escrituração Fiscal Digital das Retenções e Informações da
Contribuição Previdenciária Substituída;
g) e-Financeira;
h) eSocial;
i) MDF-e - Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais;
j) NFC-e - Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica;
k) NF-e - Nota Fiscal Eletrônica;
l) NFS-e - Nota Fiscal de Serviços Eletrônica.

Sendo um dos principais módulos do sistema, a ECD tem como principal


objetivo a substituição da escrituração em papel pela transmitida de forma online,
33

garantindo assim que as empresas tenham a obrigatoriedade de transmitir de forma


digital os arquivos a seguir:

a) Livro Diário e seus auxiliares, se houver;


b) Livro Razão e seus auxiliares, se houver;
c) Livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos
assentamentos neles transcritos.

A Escrituração Contábil Fiscal (ECF) substitui a Declaração de Informações


Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), sendo instituída a partir de 2014, tendo
como o prazo máximo para a entrega o último dia de julho do ano subsequente das
informações declarada (SPED, 2020).
São obrigadas ao preenchimento da ECF todas as pessoas jurídicas, inclusive
imunes e isentas, sejam elas tributadas pelo lucro real, lucro arbitrado ou lucro
presumido, exceto: "I - As pessoas jurídicas optantes pelo Regime Especial Unificado
[...]; II- Os órgãos públicos, às autarquias e às fundações públicos; III - As pessoas
jurídicas inativas de que trata a Instrução Normativa RFB nº 1.536, de 22 de dezembro
de 2014." (SPED, 2020).

2.5 Mercado de trabalho

Entende-se que no mundo acontecem diversas mudanças, seja na economia,


nas artes, na cultura ou em qualquer área que envolva a relação interpessoal e a troca
de informações entre indivíduos, tanto na linguagem, quanto na simbologia ou até em
outras áreas. Com a profissão contábil não é diferente.
A cada mudança ocorrida as informações são modificadas, os processos são
alterados, as rotinas são aprimoradas. Observa-se que a maioria dessas mudanças
são pra melhor, onde o profissional deve se adequar às mesmas, compreendendo
que "Cada vez mais o profissional de contabilidade tem deixado de ser um agente
especializado em lidar com questões burocráticas do dia a dia para tornar-se um
colaborador capaz de dar sugestões em relação aos negócios das empresas."
(CEFIS, 2021, p.1).
A adaptação dos profissionais com relação a uso de tecnologias será um
grande diferencial no futuro da profissão contábil. De acordo com um artigo publicado
34

pela CEFIS (2021), será necessário que o profissional mude seus hábitos, usando-os
como diferenciais para colocações no mercado de trabalho. Os sistemas ERP que já
existem no mercado deverão ser atualizados com maior frequência.
O mercado de trabalho para atuação do profissional contábil é bastante amplo
e o mesmo poderá exercer diversas funções e conquistar uma carreira bem-sucedida
na que ele se identificar.
Já Marion (2018), explica que “O profissional contábil é, às vezes, visto como
“curinga”, uma pessoa versátil, que se presta a diferentes funções”. (MARION, 2018,
p.9).

Esquema 1 – Esquema explicativo das possíveis áreas de atuação do contador

Fonte: Marion (2018, p.9)

No esquema observa-se que o profissional contábil possui um leque muito


abrangente de atuação dentro de diversas áreas. Podendo atuar no ensino, através
da docência, na pesquisa, etc, ou até mesmo de forma autônoma, como na consultoria
por exemplo, reafirmando o pensamento do autor de que o contador se adapta e atua
em diferentes áreas.
35

3 APRESENTAÇÃO E DESCRIÇÃO DOS DADOS

Os dados dessa pesquisa foram coletados através da aplicação de um


questionário direcionado a graduandos e graduados do curso de Ciências Contábeis,
sendo esses, profissionais atuantes dos diversos segmentos da área.
O objetivo principal foi obter informações e opiniões sobre a área contábil, o
mercado de trabalho, e além disso, entender e reunir informações sobre evolução da
profissão, métodos e ferramentas utilizadas no cotidiano dos profissionais.

3.1 Elaboração do questionário

O questionário foi aplicado online, através do Google Docs, sendo divulgado


em diferentes Mídias sociais de comunicação, entre elas o Instagram, WhatsApp,
Linkedin e outros. O questionário foi respondido por duzentas (200) pessoas que
atuam nas grandes áreas das Ciências Contábeis.
Possuindo 18 questões ele foi divido em quatro partes, refletindo o objetivo
geral do estudo. Essas partes foram separadas no intuito de segregar as perguntas e
desenvolver a aplicação da pesquisa.
As quatro primeiras perguntas foram direcionadas para classificar os
respondentes de acordo com o seu perfil e suas características principais, como
gênero e faixa etária. As perguntas de cinco a nove foram direcionadas para entender
sobre a profissão que os entrevistados atuam e os detalhes que a cercam.
Já as perguntas de dez a treze foram formuladas no intuito de entender como
funcionam o dia a dia dos profissionais e como suas atividades são realizadas. Por
fim, as perguntas de quatorze a dezoito foram aplicadas, a fim de entender qual a
visão que os profissionais possuíam sobre o mercado de trabalho que estavam
inseridos no momento da pesquisa.
36

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Inicialmente, desejou compreender o perfil dos entrevistados. Neste sentido,


foram aplicadas diversas perguntas que definiram suas características. Assim,
indenticou-se que dos respondentes, 80,5% estão no processo de se graduar e 19,5%
já são graduados no curso de Ciências Contábeis. O gráfico 1 apresenta esses dados:

Gráfico 1 - Formação profissional

Fonte: Dados da pesquisa.

Sobre a identidade de gênero dos participantes foi constatado que 66,5% deles
são do gênero feminino e 33,5% pertencem ao masculino, conforme é demonstrado
no gráfico 2:

Gráfico 2 - Gênero

Fonte: Dados da pesquisa.


37

Diversos indicadores podem alterar conforme a localidade que o entrevistado


reside, assim buscou-se informações sobre a região geográfica dos respondentes.
Pode-se verificar que a grande maioria reside na região sudeste do Brasil, sendo 93%
do total. Os restantes dos participantes se dividem entre as demais regiões, conforme
o gráfico 3:

Gráfico 3 - Região geográfica

Fonte: Dados da pesquisa.

Já, quanto a faixa etária dos respondentes, verifica-se que a maioria, sendo
42% do total, possuem até 25 anos, seguido por 29,5% entre 26 e 35 anos e o restante
variando entre menos que 45 anos e mais que 45. Através das informações obtidas,
pode-se analisar que existe uma grande variedade no perfil etário dos profissionais,
mostrando ser uma profissão que continua atraindo pessoas jovens, como
demonstrado no gráfico 4:

Gráfico 4 - Faixa etária

Fonte: Dados da pesquisa.


38

Feita a análise dos gráficos e das informações acima apresentadas, é seguro


afirmar que dos duzentos entrevistados, cerca de 80% estão em processo de
graduação, dentro desse total 42%, possuem até 25 anos e apenas 5,48% possuem
mais que 45 anos, o que pode caracterizar que o perfil de graduandos no curso de
Ciências Contábeis é composto, em sua maioria, por pessoas mais jovens.

4.1 Sobre a profissão

É de extrema importância saber um pouco mais sobre o que pensam os


entrevistados. Seja com relação a profissão contábil, sobre a evolução da mesma, e
sobre como os profissionais estão se sentindo com relação a qualidade de trabalho.
É necessário averiguar as principais habilidades que estão sendo exigidas para
exercer suas funções, nas diversas áreas de atuação do curso de Ciências Contábeis.
Nesse sentido, foi necessário incluir uma questão para identificar quais as
principais áreas os respondentes estavam atuando no momento da pesquisa. Da
totalidade, cerca de 31% atuam na área contábil, seguido por 27% no setor fiscal ou
departamento pessoal. Com o resultado obtido, pode-se observar também que cerca
de 34% do total atuam em áreas diferentes das opções disponíveis, conforme pode
ser visualizado no gráfico 5:

Gráfico 5 - Principais áreas de atuação

Fonte: Dados da pesquisa.

Outra informação relevante extraída, foi sobre a remuneração recebida pelos


participantes da pesquisa para exercerem suas funções. Foi possível relacionar
39

diversos indicadores com a informação obtida, conforme apresentado no gráfico 6:

Gráfico 6 - Remuneração

Fonte: Dados da pesquisa.

Com os dados apresentados no gráfico, foi aceitável tecer algumas


considerações: A primeiro é que quase 62% dos pesquisados recebem um salário de
até R$ 3.000,00, sendo que desse total 83% ainda estão em processo de graduação
no curso superior. Desses 83%, cerca de 59% possuem até 25 anos. Contudo pode-
se concluir que a renda dos profissionais é menor de acordo com a idade e com o
nível de escolaridade.
A outra consideração é que nenhum dos participantes de até 25 anos possuem
renda superior a R$ 9.000,00, da totalidade que possui renda superior a este valor,
quase 90% tem idade superior a 36 anos, confirmando assim a teoria de que o nível
de escolaridade na área é diretamente relacionado a renda.
Foi questionado também sobre quais eram as principais habilidades exigidas
pelas oportunidades de emprego. As respostas foram diversas, entretanto, as
habilidades que foram mais marcadas pelos entrevistados, foram: Conhecimento
técnico avançado com 77,2%, línguas estrangeiras (inglês, espanhol...) com 37,6%,
perfil multidisciplinar com 74,3% e comunicação com 68,3%.
No questionário existia a possibilidade de marcar mais de uma opção nesta
pergunta e diversas outras respostas foram incluídas, como: Trabalhar sob pressão;
Excel; Disponibilidades para viagens; Conhecimento em informática; versatilidade,
entre outros. Conforme demonstrado no gráfico 7:
40

Gráfico 7 - Habilidades necessárias

Quais das habilidades abaixo são necessárias para um retorno positivo em


oportunidades na sua área?
200 respostas

Línguas estrangeiras (inglês, espanhol...) 38%

Perfil multidisciplinar 74%

Comunicação 68%

Conhecimento técnico avançado 78%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

Fonte: Dados da pesquisa.

É perceptível que no mercado de trabalho, as pessoas vêm buscando melhores


condições para desenvolver em sua área de atuação, procurando não apenas
reconhecimento financeiro, mas também qualidade de vida e valorização profissional.
Foi identificado na pesquisa que, no que tange a profissão contábil, nem todos os
respondentes se sentem valorizados. No gráfico 8 está representado as percepções
deles quanto ao assunto:

Gráfico 8 - Valorização no ambiente profissional

Fonte: Dados da pesquisa.

É interessante observar que praticamente a metade dos participantes não se


sentem valorizados nos cargos que exercem. Relacionando os dados obtidos nessa
41

pesquisa, é viável constatar que, dentre as áreas citadas pelos entrevistados, as que
mais possuem profissionais que não se sentem valorizados são as de contabilidade e
fiscal/departamento pessoal, com 28% e 26% respetivamente. Essa proporção pode
nos levar há um possível entendimento que, essas áreas possuem um índice alto de
insatisfação de seus profissionais.
Seguindo a mesma linha de raciocínio, tem-se o gráfico 9, que apresenta a
compreensão dos entrevistados no que se refere a sua qualidade de vida, exercendo
o cargo que possuíam no momento da entrevista. Segue o resultado:

Gráfico 9 - Classificação da qualidade de vida

Fonte: Dados da pesquisa.

A maioria dos entrevistados, cerca de 45% classificaram que possuem uma


qualidade de vida mediana, seguido por cerca de 28% que consideraram sua
qualidade de vida melhor que a média obtida. Alguns respondentes indicaram possuir
uma qualidade de vida ruim ou péssima. Daqueles que classificam a qualidade de
vida como ruim ou péssima, cerca de 23% atuam na área contábil e 14% na auditoria
e no departamento fiscal/pessoal.
Dessa forma, constata-se que entre os respondentes a área que mais possui
profissionais que não se sentem valorizados e também possuem a qualidade de vida
ruim é a contábil, seguida pelas áreas do departamento fiscal e pessoal. Observa-se
também, que para os profissionais que atuam na auditoria a qualidade de vida é ruim,
mas não estão entre os profissionais que mais se sentem desvalorizados,
demonstrando um possível excesso de trabalho nessa área, mas em contrapartida
compensações que proporcionam uma melhor qualidade de vida.
42

4.2 Sobre o dia a dia do profissional

Para entender sobre as metodologias e principais ferramentas utilizadas no dia a


dia dos entrevistados, foram feitas algumas perguntas relacionadas a este tema.
A primeira foi relacionada sobre quais eram as principais ferramentas utilizadas
pelos respondentes ao exercer suas atividades. As respostas foram variadas. Entre
elas, pode-se destacar a utilização do pacote office que foi marcado por quase a
totalidade dos entrevistados, sendo 98%, e sistemas integrado de contabilidade com
50%. Nesta pergunta foi possível marcar mais de uma opção, como demonstrado no
gráfico abaixo:

Gráfico 10 - Principais ferramentas utilizadas

Quais ferramentas você utiliza ou já utilizou?


200 respostas

Arquivei 11,50%

ContaAzul 10,50%

Sistema integrado de contabilidade 50%

Pacote office (excel, word, power point...) 98%

0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%

Fonte: Dados da pesquisa.

Algumas outras ferramentas foram citadas pelos entrevistados, entre elas


estão: Power BI; Sistemas de programação linguagem SQL; Sistema ERP; Sistema
de gestão próprio.
Além de entender quais ferramentas são utilizadas foi interessante constatar
quais são as principais dificuldades dos entrevistados ao utiliza-las. As respostas
estão apresentadas no gráfico 11:
43

Gráfico 11 - Dificuldade de utilização das ferramentas

Fonte: Dados da pesquisa.

Da totalidade dos respondentes, é cabível identificar que a maior dificuldade


está na utilização da linguagem SQL e programação, com cerca de 81% dos
informando possuir essa dificuldade. Em seguida, temos a utilização do Power BI com
66,5%, e a dificuldade nas ferramentas do pacote office com 17% do total.
Sobre essas informações é imprescindível fazer duas observações: As
ferramentas que apresentam a maior dificuldade de utilização dos profissionais, foram
introduzidas no mercado nos últimos anos, ou seja, são ferramentas, que apesar de
disseminadas no mercado, são recentes no dia a dia do profissional; A segunda é que
mesmo com o pacote office sendo uma das principais ferramentas utilizadas pelos
profissionais contábeis, ainda assim, um grande número de pessoas possuem
dificuldade em sua utilização.
Para enriquecer essas informações foi analisado qual a faixa etária das
pessoas que possuem dificuldade com o pacote office, e foi constatado que 70% delas
possuem mais que 26 anos, ou seja, é aceitável relacionar a idade com a dificuldade
em ferramentas, neste caso até já obsoleta no mercado. Outra análise importante a
se destacar, é que cerca de 89% das pessoas que possuem dificuldade com o Power
BI também apresentam embaraço com ferramentas que envolvem programação e
linguagem SQL. As áreas que esses profissionais atuam são diversas, mas a
contabilidade está em 1º lugar com 33% do total, seguida pelo departamento
fiscal/pessoal com 28%.
Nesse sentido, esses dados levam a teorização que essas áreas estão em
44

processo de implantação de sistemas automatizados através da programação na


linguagem SQL, e por isso utilizam mais dessas ferramentas. Além, dessas áreas
possuírem a necessidade de apresentações de relatórios e consequentemente da
utilização da possível utilização do Power BI para criá-los.
Outro dado interessante a ser apresentado, foi sobre o arquivamento dos
documentos que são utilizados pelos profissionais, pois nas diversas áreas de atuação
dos profissionais contábeis, a análise de documentos é imprescindível. Nesse sentido,
os entrevistados foram indagados a respeito do processo de armazenamento dos
arquivos nas empresas que trabalham ou são proprietários. O resultado está expresso
no gráfico abaixo:

Gráfico 12 - Armazenamento de arquivos


Como os arquivos são armazenados na empresa que trabalha?
200 respostas

Servidor próprio 3%

Em nuvem (online) 80%

Almoxarifado 10%

Armários e estantes 41%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

Fonte: Dados da pesquisa.

Analisando as informações, pode-se interpretar que para a maior parte dos


participantes o armazenamento é feito em nuvem, ou seja, de forma online, totalizando
76%, mas ainda assim 41% informaram a opção de armazenamento em armários
estantes e 10% em almoxarifado. Outras opções foram informadas, como: HD externo
e aplicativo próprio criado pela empresa.
Verificando os dados, é necessário salientar que dos respondentes que
optaram pela opção do armazenamento em nuvem, cerca de 33% também
informaram a utilização da armazenagem em estantes/armários e almoxarifados.
Desse modo, entende-se que mesmo com a disponibilidade de armazenamento online
45

algumas empresas optam ou precisam armazenar alguns arquivos de forma física,


mas isso não quer dizer que são empresas que não se atualizaram, provavelmente
tem relação com a necessidade de cada segmento.
Por fim, tendo em vista o contexto atual que a humanidade está passando, da
pandemia global do Covid-19, foi feita uma pergunta para entender o impacto que
esse desastre exerce no dia a dia dos entrevistados. O resultado foi interessante de
analisar, conforme demonstrado no gráfico abaixo:

Gráfico 13 - Impacto da pandemia covid-19

Fonte: Dados da pesquisa.

A maioria dos entrevistados (37%) responderam que a pandemia teve um


impacto alto em seu dia a dia, 32,5% classificaram como médio e 25% definiram como
baixo. Um dado interessante é que cerca de 6% informaram que a pandemia não
exerceu impacto em suas atividades.

4.3 Sobre o mercado de trabalho

Em constante mudança, o mercado de trabalho para os profissionais contábeis


é bastante amplo, possuindo diversos segmentos, dos quais os profissionais da área
podem fluir entre eles e até mesmo atuar em mais de uma área ao mesmo tempo.
Entender sobre essas mudanças, características e sobre a percepção dos
entrevistados é de extrema importância para identificar a posição atual do mercado
de trabalho paras os profissionais contábeis e possíveis evoluções na área.
A princípio, foi necessário entender quanto tempo levou para que os
46

respondentes encontrassem a oportunidade de emprego ideal. As respostas foram


diversas, conforme o gráfico 14:

Gráfico 14 - Tempo necessário para encontrar trabalho

Fonte: Dados da pesquisa.

Nesse gráfico, percebe-se que a maioria (43,5%) dos entrevistados


encontraram a oportunidade ideal na área com menos de 6 meses, em contrapartida
39% necessitaram de mais de 12 meses para encontrar sua oportunidade.
Entendido o tempo necessário para encontrar a oportunidade ideal, foi
perguntado aos entrevistados se para o cargo que exercem atualmente, alguma
qualificação extracurricular foi exigida, a maioria, cerca de 62%, responderam que não
foi necessário, como mostra o gráfico abaixo:

Gráfico 15 - Qualificação extra curricular

Fonte: Dados da pesquisa.


47

Alguns entrevistados responderam que foi exigido alguma qualificação


extracurricular. Diversas respostas foram consideradas, entre elas estão: inglês; Excel
intermediário e avançado; Pacote office; Plano de contas COSIF; Linguagem SQL;
Liderança e Gestão de pessoas; Power BI; Conhecimento em legislação;
Conhecimento em DIRPF, entre outros.
Para estabelecer um parâmetro de análise mais adequada, foi questionado aos
respondentes se o currículo da instituição que estudam ou se graduaram estava de
acordo com o que está sendo exigido pelo mercado de trabalho. As respostas se
dividiram, cerca de 23,8% informaram que o currículo acadêmico está em linha com
o exigido e 23,3% informaram que não. Os restantes dos entrevistados responderam
que o currículo os preparou parcialmente para o mercado, como demonstrado no
gráfico 16:

Gráfico 16 - Currículo acadêmico

Fonte: Dados da pesquisa.

Com as constantes mudanças e novos desafios no mercado de trabalho, ainda


por vir, foi interessante averiguar quais os possíveis desafios que serão enfrentados
pelos profissionais contábeis nos próximos anos. Algumas opções foram as mais
selecionadas pelos entrevistados, sendo elas: Inserção de novas tecnologias com
47%; Mudanças de processos e metodologias com 34%; Oferta excessiva de
profissionais com 16,5%, entre outros. O gráfico 17 demonstra essas e as demais
respostas coletadas:
48

Gráfico 17 - Desafios do mercado de trabalho

Fonte: Dados da pesquisa.

Entre as respostas apresentadas no gráfico acima, algumas outras foram


citadas, como: Falta de atualização do profissional no mercado; o próprio profissional;
alto índice de desemprego e todas as opções acima. Nesse sentido, percebe-se que
a dificuldade com novas tecnologias e metodologias da profissão contábil são os
principais desafios que os profissionais temem enfrentar nos próximos anos.
Considerando então, os dados apresentados, é possível estabelecer algumas
percepções acerca do desenvolvimento da profissão contábil e das metodologias e
ferramentas que são utilizadas no mercado de trabalho.
No que tange o perfil da amostra selecionada, pode-se entender que na região
sudeste do país (região com maior número de respondentes) existe uma grande
variedade de pessoas que atuam nas diversas áreas da profissão contábil, tanto com
relação a gênero quanto a faixa etária.
De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade - CFC (2021), na região
sudeste, do total de contadores registrados, cerca de 42% pertencem ao gênero
feminino e 58% ao masculino, corroborando com o que foi constatado na pesquisa,
de que há uma diversidade dentro da profissão contábil, mas que atualmente ela ainda
é dominada por homens.
Outro ponto a destacar, são que as novas ferramentas estão sendo utilizadas
no desenvolvimento da rotina de trabalho dos profissionais da área, fazendo com que
esses tenham que se atualizar com maior frequência, agregando mais conhecimentos
e habilidades a seus currículos. Entre as ferramentas mais utilizadas foram citadas o
49

pacote office, sistema integrado de contabilidade, arquivei e Conta Azul.


Outra consideração a se fazer sobre o resultado da pesquisa, é que grande
parte dos entrevistados informaram possuir dificuldade com a utilização do Power BI
e em ferramentas que é necessário o conhecimento em linguagem SQL, o que pode
ser um ponto de destaque, pois certamente dominar esses conhecimentos no
mercado, totalmente encabeçado pela tecnologia é um diferencial observado pelas
empresas.
Acrescentando a essa ideia, foi constatado que entre os respondentes, 39%
necessitaram de mais de 12 meses para encontrar a oportunidade de emprego ideal,
e desses, cerca de 75% possuem dificuldade nas ferramentas acima citadas.
Sobre o mercado de trabalho, pode-se concluir que os respondentes acreditam
que ele está se tornando cada vez mais exigente quanto a necessidade de
conhecimento dos profissionais sobre tecnologias.
A oferta excessiva de profissionais contábeis no mercado de trabalho, foi um
ponto de alerta citado pelos respondentes. Apesar de ser uma profissão com diversas
possibilidades de atuação é notável a crescente procura pelo curso.
Os dados do Censo de Educação Superior realizado pelo Ministério da
Educação (MEC) exibem uma visão mais abrangente. De acordo com esse estudo, o
curso de Ciências Contábeis nos anos de 2018 e 2019 foi o 4ª colocado com o maior
número de matrículas realizadas no Brasil, tendo respectivamente 359.840 e 358.240
alunos matriculados. Não aparecendo no top 10 nos anos anteriores.
Neste sentido, é plausível e mensurável a preocupação abordada pelos
respondentes de que nos próximos anos possa haver um excesso de profissionais na
área, com um número de oferta maior do que a demanda de mercado.
Feita as considerações acima, pode-se destacar que os leitores dessa
pesquisa podem usufruir e utilizar de diversas informações que possam servir para
profissionais e estudantes da área, como as principais atividades extracurriculares que
são exigidas pelo mercado de trabalho. Espera-se também que as informações
possam ser utilizadas como fonte para novas pesquisas, podendo agregar pontos
positivos e servindo como base para continuação dos estudos.
50

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A profissão contábil vem se desenvolvendo no decorrer dos anos. A função do


contador também se alterou drasticamente desde seu surgimento, seja com a
implementação de novos métodos de trabalho ou com a inserção de diversas
tecnologias no dia a dia do profissional contábil.
O mercado para os profissionais dessa área também se modificou, se
modelando de acordo com as alterações dos ambientes em que eles estão inseridos.
As necessidades se ampliaram com o passar das décadas e o perfil dos profissionais
dessa área se tornou cada vez mais dinâmico e multidisciplinar.
Neste sentido, a problemática identificada, que originou essa pesquisa foi
entender e classificar quais são as principais habilidades exigidas pelo mercado de
trabalho, e qual a percepção acerca das mudanças que aconteceram nele. A inserção
de novas tecnologias e ferramentas no desenvolvimento das atividades desses
profissionais também contribuíram para a pesquisa desenvolvida.
Com o referencial teórico foi possível entender o conceito da Contabilidade
como Ciência Social e as alterações que ocorreram em seu contexto histórico. Foi
plausível estabelecer uma linha de evolução acerca da profissão do contabilista e do
desenvolvimento dela no Brasil, desde sua chegada até o momento atual. Além disso,
descreveu-se os principais métodos de escrituração dos livros contábeis e as diversas
alterações na legislação que regula os procedimentos técnicos da profissão.
No estudo de caso, foi aplicado um questionário, sendo possível identificar as
principais características da amostra, diversas observações puderam ser feitas acerca
dos participantes da pesquisa.
A princípio pode ser identificado uma grande variedade na amostra
selecionada, principalmente com relação a gênero (o que pode ser confirmado com
dados estatísticos emitidos pelo MEC) e faixa etária.
Pode-se analisar que os profissionais contábeis utilizam diversas ferramentas
no desenvolver de suas profissões e estão buscando se atualizar quanto as novas
tecnologias que estão surgindo para facilitar seu trabalho. Percebe-se uma certa
resistência e dificuldade para profissionais que possuem idade mais avançada.
Destacou-se também, que na área contábil a qualidade de vida é pior que na auditoria,
por exemplo.
Sobre as habilidades necessárias para o profissional contábil em 2021,
51

destaca-se que a comunicação, o perfil multidisciplinar em consonância com o


conhecimento técnico adequado e o domínio em línguas estrangeiras são as
principais competências que o mercado de trabalho buscará nos profissionais.
Esta pesquisa foi realizada em um período que o processo de inserção de
novas tecnologias e a implantação da contabilidade digital pelas empresas ainda não
foi totalmente aceita, e uma certa resistência a utilização de novas tecnologias foi
identificada por uma parte significativa dos respondentes.
No que tange ao mercado de trabalho, uma das principais preocupações
identificadas pelos profissionais que atuam na área, foi a inserção de novas
tecnologias. Considerando o contexto do mundo durante a aplicação da pesquisa
(pandemia global - COVID 19), grande parte dos profissionais trabalhavam em home
office, através da utilização de diversas tecnologias para exercer esse tipo de trabalho.
Neste sentido, foi identificado com essa pesquisa que grande parte dos
profissionais se sentiram afetados no que tange o desenvolvimento de suas
profissões, mas uma parte relevante ressaltou que não houve impacto, o que pode
levar a conclusão de que a contabilidade digital e a inserção de novas tecnologias
está em um estágio avançado em uma grande parte de escritórios e empresas no
país.
Como em todo estudo identificou-se limitações nesta pesquisa. A primeira
delas é sobre a aplicação do questionário, que foi realizada de forma online, e dessa
forma, a comunicação com os entrevistados pode não ter ficado tão clara quanto o
esperado. A outra limitação é com relação a abrangência da amostra selecionada,
considerando que 93% dos respondentes, é da região sudeste e pelas diferenças
sazonais acabam não representando todos os profissionais brasileiros.
Para o complemento desse estudo sugere-se a ampliação da amostra,
expandindo o questionário para técnicos contábeis e profissionais que ainda não
passaram pelo processo de graduação.
Indica-se também a inserção de novas perguntas: Acerca do tempo de atuação
dos profissionais na área; O tipo de processo de graduação que passaram (ensino
público ou privado); quais as possíveis mudanças no currículo acadêmico para melhor
preparação dos profissionais para o mercado de trabalho.
Acredita-se que com a inclusão dessas perguntas e com a ampliação da
amostra o estudo possa se tornar mais completo e novas conclusões possam ser
apresentadas sobre o tema.
52

Considerando todas as informações, conclui-se que esta pesquisa agrega


novos conhecimentos acerca do desenvolvimento da profissão contábil no Brasil,
proporcionando uma visão abrangente para os profissionais a respeito do mercado de
trabalho. Contribuindo, não só para esses, mas também para estudantes e
pesquisadores acerca do tema.
53

REFERÊNCIAS

5 PREVISÕES para o Futuro do Mercado Contábil. CEFIS, [S. l.], 10 jan. 2021.
Disponível em: https://blog.cefis.com.br/mercado-contabil/. Acesso em: 19 maio
2021.

AIRES, Regina Wundrack do Amaral; MOREIRA, Fernanda Kempner; FREIRE,


Patrícia de Sá. Indústria 4.0: Competências requeridas aos profissionais da quarta
revolução industrial. In: VII CONGRESSO INTERNACIONAL DE CONHECIMENTO
E INOVAÇÃO. Foz do Iguaçu/PR, p. 1-15, set./2017. Anais [...]. Foz do Iguaçu,
2017.

ALVES, Aline. Teoria da contabilidade. Porto Alegre: Sagah Educação, 2017, p. 7-


65.

BAZZI, Samir (Org). Contabilidade intermediária. São Paulo: Pearson, 2016.

BORGES, Janaina Faria Fidelis. Estresse ocupacional em gestores: estudo com


profissionais da área de Gestão de Pessoas. 2017. 158 f. Dissertação (Mestrado) -
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em
Administração Disponível em:
http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/Administracao_BorgesJF_1.pdf. Acesso em:
22 abr. 2021.

BORGES, Janaina Farias Felis. Estresse ocupacional em gestores: estudo com


profissionais da área de gestão de pessoas. 2017. Dissertação para Mestrado
Acadêmico – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Belo Horizonte,
2017.

BRASIL. Ministério da Educação. Resultados. Brasilia, DF: Instituto Nacional de


Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2021. Disponível em:
https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/pesquisas-estatisticas-e-
indicadores/censo-da-educacao-superior/resultados. Acesso em: 28 abr. 2021.

BRASIL. SPED - Apresentação. [S. l.: s. n.], 2021. Disponível em:


http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/964. Acesso em: 25 out. 2020.

BRASIL. Tribunal Superior de Justiça. Resolução CFC Nº 1.055/2005 de 7 de


outubro de 2005. Diário Oficial da União, Brasília, DF: TSJ, 24 out. 2005.
Disponível em: http://www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/cfc1055.htm.
Acesso em: 15 out. 2020.

BREDA, Zulmir Ivânio. Uma reflexão sobre os impactos da tecnologia na


Contabilidade. Brasília, DF: CFC, 2018. Disponível em:
https://cfc.org.br/destaque/uma-reflexao-sobre-os-impactos-da-tecnologia-na-
54

contabilidade/. Acesso em: 04 out. 2020.

CINCO competências essenciais para o contador do futuro. Dominio Sistemas, [S.


l.], 4 fev. 2020. Disponível em: https://www.dominiosistemas.com.br/blog/5-
competencias-essenciais-para-o-contador-do-futuro/. Aceso em: 20 out. 2020.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (Brasil). Consultas por região.


Brasilia, DF: CFC, 2021. Disponível em:
https://www3.cfc.org.br/spw/crcs/ConsultaPorRegiao.aspx?Tipo=0. Acesso em: 28
abr. 2021.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (Brasil). Resolução Nº 1.055/05 de 7


de outubro de 2005. Conheça o CPC. Brasilia, DF: CFC, 2005. Disponível em:
https://cfc.org.br/tecnica/perguntas-frequentes/cpc/. Acesso em: 28 out. 2020.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. (Brasil). 70 anos de contabilidade.


Brasilia, DF: CFC, 2016. [122 slides: color].

CONSENZA; José Paulo; ROCCHI, Carlos Antonio de. A automatização da


escrituração contábil no Brasil: desenvolvimento e utilização do sistema ficha
tríplice. Rio Grande do Sul: Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, , p.22.
2014.

COSTA, Simone Alves da. Contabilidade financeira. São Paulo: Editora Senac,
2020.

DUARTE, Roberto Dias. 7 habilidades necessárias para profissionais da


contabilidade a partir de 2021. Aceleração Contábil, [S. l.], 7 dez. 2020. Disponível
em: https://www.robertodiasduarte.com.br/7-habilidades-necessarias-para-
profissionais-da-contabilidade-a-partir-de-2021/. Acesso em: 18 maio 2021.

DUARTE, Roberto Dias. Contabilidade on-line é uma inovação disruptiva?.


Contadores.Cnt.br. São Paulo, p, 5. jan. 2016.

FUTURO da contabilidade. NUCONT, [S. l.], 2019. Disponível em:


https://blog.nucont.com/category/nucont/futuro-da-contabilidade/. Acesso em: 20 out.
2020.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas:
2017.

GIRARDI, Samara Daiane da Silva. A percepção dos docentes sobre o ensino da


contabilidade à distância: um estudo comparativo entre Brasil e Portugal. 2021.
Tese de Doutorado, [S. l.], 2021.
55

GODOY, Arilda Schmidt. Pesquisa Qualitativa, tipos fundamentais. Revista de


Administração de Empresas. São Paulo, v. 35, n.3, p, 20-29. jun. 1995.

HENRIQUE, Manoel de Almeida. Livros contábeis a escrituração contábil no


atual cenário tributário. São Paulo: Trevisan, 2016.

IUDÍCIBUS, Sergio de. Teoria da contabilidade. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015. [E-
book].

IUDÍCIBUS, Sergio de. Introdução à teoria da contabilidade para graduação. 6.


São Paulo: Atlas, 2017. [E-book].

MACHADO, D. G.; FREITAS, L.; OLIVEIRA, A. F. Exigências do Mercado de


Trabalho para o profissional contábil: um estudo realizado no Rio Grande do Sul.
Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul, [S. l.], v.
148, p. 40-56, 2012.

MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 18. Rio de Janeiro: Atlas, 2018.

MARION, José Carlos; FARIA, Ana Cristina; IUDÍCIBUS, Sergio de Jose.


Introdução a contabilidade para graduação: de acordo com os CPCs e as normas
internacionais de contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas 2017, p. 3.

MELLO, Roberta. CFC indica que os contadores explorem mais competências.


Jornal do Comércio, Porto Alegre, 17 set. 2019. Contabilidade. Disponível em:
https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/cadernos/jc_contabilidade/2019/09/70
3384-cfc-indica-que-os-contadores-explorem-mais-competencias.html. Acesso em:
22 out. 2020.

MENEZES, Afonso Henrique Noaves et al. Metodologia científica teoria e


aplicação na educação a distância. Petrolina: Universidade Federal do Vale do
São Francisco, 2019.

MORAES, Sérgio Fleury. Máquina de escrever, o incrível equipamento que resiste à


tecnologia. Jornal DEBATE. São Paulo, 16 maio 2017. Disponível em:
https://www.debatenews.com.br/editoriais/cultura/detalhes/maquina-de-escrever-o-
incrivel-equipamento-que-resiste-a-tecnologia. Acesso em: 16 mar. 2021.

PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da pesquisa: abordagem


teórico-prática. São Paulo: Papirus, 2017.

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS. Pró-Reitoria de


Graduação. Sistema Integrado de Bibliotecas. Orientações para elaboração de
trabalhos cientificos: projeto de pesquisa, teses, dissertações, monografias,
relatório entre outros trabalhos acadêmicos, conforme a Associação Brasileira de
56

Normas Técnicas (ABNT). 3, ed. rev. atual. Belo Horizonte: PUC Minas, 2019.
Disponível em: http://www.pucminas.br/ biblioteca. Acesso em: 05 out. 2020.

ROVEDA, Vinicius. 7 dicas para lidar com o estresse na carreira contábil.


ContaAzul, 2 maio 2018. Disponível em: https://contadores.contaazul.com/blog/7-
dicas-lidar-stress-trabalho-contadores. Acesso em: 20 out. 2020.

SANTOS, Emilaine Kullmann dos; KONZEN, Juliano. A percepção dos escritórios de


contabilidade do Vale do Paranhana/RS e de São Francisco de Paula/RS sobre a
contabilidade digital. Revista Eletrônica do Curso de Ciências Contábeis, [S. l.],
v. 9, n. 2, p. 101-130, 2020.

SILVA, Thais Souza da; SILVA, Luzia Ribeiro da. A relevancia da escrituração
contábil e fiscal com ênfase na evolução do processo de informatização. Revista
Facisa On-line, Barra do Garças, v. 5, n. 1, p. 78-89, jan./jul. 2016. Disponível em:
http://periodicos.faculdadecathedral.edu.br/revistafacisa/article/view/111/87. Acesso
em: 20 abr. 2021.

SIMONS, R. Sistemas de controle contábil e estratégia de negócios: uma análise


empírica. Contabilidade, Organizações e Sociedade, São Paulo, v. 12, p. 357-374,
2017.

SORDI, José Osvaldo de. Desenvolvimento de projeto de pesquisa. São Paulo:


Saraiva, 2017.

TOM, Carin. Guia definitivo da nota fiscal: passo a passo para emitir. Blog Conta
Azul, [S. l.], 2020. Disponível em: https://blog.contaazul.com/emissao-nota-fiscal/.
Acesso em: 25 out. 2020.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em


administração. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2016. [E-book]. Disponível em:
http://portal.pucminas.br/biblioteca/index_padrao.php. Acesso em: 20 out. 2020.

VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade básica. 17. ed. São Paulo:
Saraiva, 2017, p.79-487.

ZWIRTES, A.; ALVES, T. W. Os impactos causados pela inovação tecnológica nos


escritórios de contabilidade do rio grande do sul: uma análise de cluster. Revista
Contraponto, Rio Grande do Sul, v. 1, n. 3, 2015.
57

APÊNDICE A - Questionário

Olá!
Sou aluno do curso de Ciências Contábeis da Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais, unidade Coração Eucarístico. Estou desenvolvendo meu Trabalho
de Conclusão de Curso sobre a profissão contábil e o desenvolvimento do profissional
em suas diversas áreas de atuação, nesse sentido gostaria de contar com sua ajuda
respondendo o questionário abaixo.
A pesquisa é anônima, se você desejar ter uma cópia, ao término deixe seu e-
mail para contato.

Caracterização
1- Qual seu gênero? 6- Em qual faixa salarial se enquadra
( ) Masculino ( ) Até que R$ 3.000,00
( ) Feminino ( ) De R$ 3.000,00 a R$ 6.000,00
( ) Outro ( ) De R$ 6.000,00 a R$ 9.000,00
( ) Maior de R$ 9.000,00
2- Qual a sua idade?
( ) Até 25 anos 7- Se sente valorizado exercendo seu
( ) De 26 a 35 anos cargo?
( ) De 36 a 45 anos ( ) Sim
( ) Maior que 45 anos ( ) Não

3- Reside em qual região do país? 8- Como classifica sua qualidade de


( ) Sul vida exercendo sua profissão ?
( ) Sudeste ()0
( ) Centro-Oeste ()1
( ) Nordeste ()2
( ) Norte ()3
()4
4- É estudante ou já se graduou em ()5
Ciências Contábeis?
( ) SIM 9- Quais das habilidades abaixo são
( ) Não necessárias para um retorno positivo
em oportunidades na sua área? (É
Sobre a profissão possível marcar mais de uma opção)
5- Você exerce atividades em alguma ( ) Conhecimento técnico avançado
das áreas abaixo? (É possível marcar ( ) Línguas estrangeiras (Inglês,
mais de uma opção) espanhol...)
( ) Contabilidade ( ) Comunicação
( ) Auditoria ( ) Perfil multidisciplinar
( ) Perícia Contábil ( ) Outros__________________
( ) Controladoria
( ) Fiscal ou Departamento pessoal
( ) Outros
58

Sobre seu dia a dia

10- Quais ferramentas você utiliza ou 15- Para o cargo que exerce
já utilizou? (É possível marcar mais de atualmente foi necessária alguma
uma seleção) qualificação extra curricular?
( ) Pacote office (excel, word, power SIM ( ) NÃO ( )
point...) caso positivo, qual foi a qualificação?
( ) ContaAzul _____________________________
( ) Arquivei
( ) Sistema integrado de contabilização 16- Acredita que o currículo
() acadêmico da sua universidade te
Outros________________________ preparou completamente para o
mercado de trabalho?
11- Possui dificuldade em alguma das ( ) Sim
ferramentas abaixo? (É possível ( ) Não
marcar mais de uma opção) ( ) Parcialmente
( ) Excel e ferramentas do pacote
office 17 -Na sua visão, quais os maiores
( ) Power BI desafios que os profissionais da área
( ) SQL e programação de sistemas poderão encontrar nos próximos
( ) Não possuo dificuldade anos?
( ) Inserção de novas tecnologias
12- Como os arquivos são ( ) Mudanças de processos e
armazenados na empresa que metodologias
trabalha? ( ) Oferta excessiva de profissionais
( ) Almoxarifado ( ) Outros_______________________
( ) Nuvem (online)
( ) Armários e estantes
( ) Outros____________________

13- Como classifica o impacto que a


pandemia (covid-19) exerceu no dia a
dia da sua profissão?
( ) Não exerceu impacto
( ) Baixo
( ) Médio
( ) Alto

Sobre o mercado de trabalho

14 - Quanto tempo foi necessário para


encontrar a oportunidade de emprego
ideal?
( ) Até 6 meses
( ) De 7 a 12 meses
( ) Mais de 12 meses

Você também pode gostar