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RENE FONDO
MAPUTO
2023
RENE FONDO
MAPUTO
2022
Lista de Abreviaturas e Siglas
DF- Demonstração financeira
OTC – Over-the-counter
PWC- PricewaterhouseCoopers
1.1 Contextualizaçao
O controlo interno é entendido como sendo uma actividade que procura garantir as boas práticas
de gestão e procedimentos, bem como do cumprimento das políticas determinadas pela gestão.
Ele constitui uma forma de organização que pressupõe a existência de um plano e sistemas
coordenados, destinados a prevenir a ocorrência de erros e irregularidades ou a minimizar as suas
consequências e ainda, maximizar o desempenho da entidade na qual se insere. Diariamente,
todas as empresas precisam de gerir e controlar os seus fluxos de entrada e saída de dinheiro da
organização e tomar decisões estratégicas.
A gestão de tesouraria realiza a gestão diária dos movimentos de recursos financeiros e a partir
disso, consegue-se identificar eventuais desequilíbrios com antecedência e providenciar a
liquidez necessária. Esta gestão é necessária, pois existe um desequilíbrio entre o tempo de
pagamento e o tempo em que o dinheiro está disponível.
Essa área está exposta a diversos riscos que devem ser previstos e acautelados, principalmente no
setor da construção, onde ocorrem vários pagamentos por dia, e como tal, necessitam ter um
Sistema de Controlo Interno eficaz, importante também para prevenção da fraude, tema que nos
últimos anos tem sido notícia em Portugal pela sua ocorrência.
Assim, a avaliação do risco é uma ferramenta essencial para determinar as áreas de maior
vulnerabilidade e a resposta a dar para prevenir esses riscos
.
1.3Objectivos da pesquisa
1.3.1 Geral
O objectivo geral da presente pesquisa é analisar o sistema de controle interno utilizado na
tesouraria da empresa PETROMOC, SA e avaliar o grau de eficácia no que diz respeito à
minimização de erros ou fraudes.
Os objetivos desta dissertação passam por identificar os controlos internos existentes na área de
tesouraria nas empresas de Construção Civil, demonstrar a importância da gestão de tesouraria nas
Construtoras como instrumento estratégico na tomada de decisões, assim como a relevância da
elaboração do orçamento de tesouraria neste setor. Além disso, sendo esta área particularmente
suscetível a erros/distorções pela natureza do negócio, a finalidade desta dissertação também passa
pela identificação das falhas que podem ocorrer na tesouraria, compreender como a definição de
procedimentos/políticas contribuem para a prevenção e redução de riscos, e por fim compreender
como estas empresas percecionam a fraude e a combatem.
1.3.2 Específicos
Levando em consideração o objectivo geral, a pesquisa teve como objectivos específicos os
seguintes:
1.4 Justificativa
A pesquisa sobre a contribuição da gestão de tesouraria na estabilidade financeira das grandes
empresas, reveste-se de um interesse pessoal, científico e sócio-económico.
Esta área de formação (Gestão de Empresas) está ligada directamente com a saúde financeira das
empresas, pois, a gestão faz parte do quotidiano das empresas, portanto, pretende-se explorar a
parte mais sensível das empresas, designadamente a tesouraria. O que seria duma empresa com
gestão de tesouraria eficaz, e o que acontece caso contrário, pois é, são situações de extrema
importância para ilucidar as possíveis direções que uma empresa pode seguir, e os possíveis
contornos, dependendo da situação.
O modo como as empresas fazem o controlo da gestão da tesouraria é crucial para permanência e
estabilidade da empresa no mercado por tempo indeteminado, assim sendo, o estudo de forma
particular abrange a gestão de tesouraria feita nas grandes empresas. Tendo em conta o estado da
economia em Moçambique, o aparecimento e permanência de empresas no mercado ajudam no
aumento da receita do estado através de canalização do imposto de pessoas colectivas (IRPC),
impulsionando positivamente a economia do país. Nesta mesma ordem de ideias as empresas não
agem por si só, elas estão integradas num meio envolvente, especificadamente os fornecedores,
clientes, accionistas, estado e o público em geral, que estão preocupados com a situação
financeira da empresa, deste modo, os resultados desta pesquisa facultarão informações
importantes para os diferentes stakeolders da empresa
Escolheu – se a PETROMOC,SA para a recolha de dados, não só por ser um das grandes
empresas nacionais também por ser uma empresa que seguramente processa a sua informação
contabilística com base nas normas de relato financeiro .
1.5 Estrutura do Projecto
O Projecto esta organizada em 6 seis capítulos nomeadamente
CAPITULO I INTRODUCAO, onde será apresentada uma ideia geral do tema abordado,
expõe o problema em estudo, os objectivos da pesquisa e sua justificativa, finalizando com uma
aspetos relacionados com a importância do sistema de controle interno nas grandes empresas,
seus aspectos gerais e suas ferramentas deauxilio na gestao de custos destacando um breve
historico desde sua origem ate a evolucao para os padroes actuais. Sao tambem abordados
conceitos basicos relacionados a contabilidade de custos e distincoes com o proposito de
evedenciar aspectos relevantes e necessarios para o calculo dos custos.
trabalho.
As perdas por imparidade com empréstimos representam um risco materialmente relevante para
a carteira de ativos dos Bancos, assumindo que evidenciam a parte dos ativos financeiros que não
será recebida e desde modo tem o poder de influenciar nos resultados e no capital dos bancos.
Primeiramente é importante definir um conjunto de conceitos que serão utilizados ao longo deste
trabalho, nomeadamente:
Instrumento Financeiro
Instrumento Financeiro é definido na NCRF 25 como qualquer contrato que da origem a um
activo financeiro de uma entidade e a um passivo financeiro ou um instrumento de capital
próprio de uma outra entidade.
1.1.1 Um ativo financeiro: conforme indicado na NCRF 25 é qualquer ativo que seja:
a) Caixa;
b) um instrumento de patrimônio de outra entidade;
c) um direito contratual:
i. de receber valor à vista ou outro ativo financeiro de outra entidade; ou
ii. de trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade sob
condições que sejam potencialmente favoráveis à entidade; ou
d) um contrato que será ou que poderá ser liquidado com instrumentos de patrimônio
próprios da entidade e que seja:
i. um não derivativo pelo qual a entidade esteja ou possa estar obrigada a receber um
número variável de seus próprios instrumentos de patrimônio; ou
ii. um derivativo que será ou que poderá ser liquidado de outro modo que não pela troca
de um valor fixo de caixa ou outro ativo financeiro por um número fixo de
instrumentos de patrimônio próprios da entidade.
1.1.2 Um passivo financeiro: conforme definido na NCRF 25 é qualquer passivo que seja:
(a) uma obrigação contratual:
(i) de entregar caixa ou outro ativo financeiro a outra entidade; ou
(ii) de trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade
sob condições que sejam potencialmente desfavoráveis à entidade; ou
(b) um contrato que será ou que poderá ser liquidado com instrumentos de patrimônio
próprios da entidade e que seja:
i. um não derivativo pelo qual a entidade esteja ou possa estar obrigada a entregar um
número variável de seus próprios instrumentos de patrimônio; ou
ii. um derivativo que será ou que poderá ser liquidado de outro modo que não pela troca
de um valor fixo de caixa ou outro ativo financeiro por um número fixo de
instrumentos de patrimônio próprios da entidade. Para essa finalidade, direitos,
opções ou bônus de subscrição para adquirir um número fixo de instrumentos de
patrimônio próprios da entidade por um número fixo de qualquer moeda são
instrumentos de patrimônio se a entidade oferece os direitos, opções ou bônus de
subscrição proporcionais à totalidade de seus proprietários existentes da mesma classe
de seus instrumentos de patrimônio próprios não derivativos.
Derivativos
Por fim, destacam-se entre os instrumentos financeiros, os derivativos.
A perda do valor recuperável é definida quando o valor contabilístico atual de um ativo é maior
do que o valor estimado de recuperação do ativo.
Existem inúmeros indicadores externos e internos de que isso possa acontecer: como queda do
valor de mercado; mudanças em leis, em tecnologias, em mercados; aumento da taxa de juros;
obsolescência ou dano físico a um ativo; desempenho econômico pior que o esperado, entre
outros. A indústria de serviços financeiros lida com esses aspectos diariamente na forma de risco
de mercado, risco de crédito, risco operacional e risco de liquidez. Portanto, a prática contábil de
impairment é extremamente relevante para a indústria.
Mensuração
Com base na IFRS 9 e IAS 39, no reconhecimento inicial todos os ativos financeiros devem ser
reconhecidos pelo valor justo, que é geralmente o preço da transação. Contudo, o tratamento dos
custos de transação difere entre as normas, uma vez que pela IFRS 9 todos os ativos financeiros
mensurados pelo valor justo têm os custos de transação reconhecidos no resultado, enquanto pela
IAS 39 os ativos disponíveis para venda têm os custos de transação reconhecidos no ativo. Tanto
pela IAS 39 quanto pela IFRS 9, todos os custos de transação relacionados a ativos financeiros
mensurados pelo custo amortizado são adicionados ao ativo.
Com base na IFRS 9, as variações nos ativos mensurados pelo valor justo são reconhecidas
diretamente no resultado, diferente da categoria “disponíveis para venda”, contida na IAS 39, em
que a variação no valor justo é reconhecida no patrimônio líquido, sendo posteriormente, quando
realizada, transferida para o resultado.
Os instrumentos patrimoniais dentro do escopo da IFRS 9 devem ser avaliados pelo seu valor
justo, com variações reconhecidas no resultado. Contudo, no reconhecimento inicial a entidade
pode eleger, de maneira irrevogável, o reconhecimento das variações no valor justo com
contrapartida direta no patrimônio líquido e não no resultado. Quando da opção por esse tipo de
classificação, mesmo na realização do instrumento patrimonial a variação acumulada do valor
justo jamais transitará pelo resultado.
Justo Valor
Pela IFRS 13 o valor justo é definido como: “O preço que seria recebido na venda de um ativo
ou pago para transferir um passivo em uma transação ordinária entre participantes de mercado na
data de mensuração”. (IFRS FOUNDATION, 2011).
O uso da mensuração com base no valor justo tem se expandido nos últimos anos. O valor justo
foi introduzido inicialmente na contabilidade para mensuração de variação cambial,
posteriormente para recursos minerais e instrumentos financeiros e, atualmente, até para ativos
biológicos e produtos agrícolas (obrigatoriamente) e propriedades para investimentos
(optativamente)
Imparidade
Segundo Barth e Landsman (2010) o modelo de impairment da IFRS 9 é mais realista, pois não
espera o acontecimento de um evento-gatilho para assumir a perda. Considera as perdas em
bases correntes, sendo reconhecidas mais simétricas e tempestivamente, o que pode reduzir a
desconfiança dos mercados.
O conceito de Imparidade está definido na IAS 36, tanto a IAS 39 e a IFRS 9 tratam a
imparidade nos mesmos moldes.
Risco de Credito
Risco de Credito é o que influencia mais significantemente o futuro das instituições financeiras.
Logo, medidas preventivas devem ser tomadas para reduzir ao máximo possível as suas
consequências.
O risco de crédito é geralmente definido como o risco de um devedor não liquidar integralmente
seus compromissos em tempo hábil (inadimplência). A gestão desse risco abrange: originação;
empréstimo ou gestão da dívida; cobrança e recuperação. (PWC, 2019)
Segundo Giesecke (2003, p. 3), “o risco de crédito é a distribuição de perdas financeiras devido a
mudanças inesperadas na qualidade de crédito de uma contraparte em um acordo financeiro”.
Está centrado na probabilidade de inadimplência, ou seja, na ocorrência de qualquer tipo de falha
da contraparte em honrar os termos do contrato, e permeia virtualmente toda e qualquer
transação financeira.
Por estar ligado à principal atividade do banco, o risco de crédito – definido como a
possibilidade de perdas resultantes da incerteza de recebimento de um valor contratado, seja
causada pela inadimplência ou pelo custo de recuperação dos valores aplicados (ARAÚJO,
2014).
Segundo Bouvatier e Lepetit (2008), os modelos de estimação de perdas são de duas naturezas:
backward-looking, quando estimado com base em perdas incorridas, e forwardlooking, quando
conceitualmente baseado em perdas esperadas.
Quando estimado com base em perdas incorridas, a mensuração terá como fundamento as perdas
identificadas que podem impactar os resultados correntes. Para tanto, tal modelo requer a
identificação inicial de uma situação, conhecida como “evento de perda”, sobre a qual recaia
uma possibilidade de prejuízo futuro e cujo valor possa ser estimado com razoabilidade, para só
então permitir que a entidade reconheça uma provisão para perda (ARAÚJO, 2014). Desse
modo, o modelo de estimação backward-looking baseia-se em eventos e condições existentes no
passado, que podem impactar os resultados da entidade à data das demonstrações financeiras.
Com base em Silva (2009), a IAS 39 evidencia e apura a imparidade dos ativos financeiros.
Inicialmente, avalia se possui um ativo ou um grupo de ativos financeiros com imparidade e,
caso se verifique, a entidade deverá mensurar e reconhecer essa perda por imparidade (isto é,
procede a um ajuste do valor da operação de crédito ao seu correspondente valor de realização)
De acordo com a Bernert et. al. (2019), o modelo de perdas esperadas possui três etapas. A
primeira etapa inicia-se quando o ativo financeiro é adquirido, provisionando e reconhecendo a
perda em 12 meses, sendo definida como a parte correspondente às perdas de crédito esperadas
para a vida completa do ativo. A segunda fase ocorre se o risco de crédito aumentar
significativamente e a sua qualidade for baixa. O último estágio é verificado se o risco de crédito
aumentar significativamente ao ponto de o crédito ser debilitado. Com base em Dantas et. al.
(2017), neste caso a receita de juros será calculada tendo por base o custo amortizado.
Capítulo III: Metodologia
Segundo ANDRADE (1999), a metodologia de pesquisa constitui um conjunto de procedimentos
sistêmicos. Baseados no raciocínio logico, que objectiva encontrar soluções para os problemas
propostos, mediante utilização de métodos científicos.
Quanto a Abordagem
O presente trabalho será quantitativo, na medida em que, de acordo com Kauark et al. (2010),
considera o que pode ser quantificável, que significa traduzir em números opiniões e
informações para classificálas e analisa-las
Pesquisa Bibliográfica
Segundo Fonseca, (2002, p. 32), esta pesquisa é feita a partir do levantamento de referências
teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros, artigos
científicos, páginas de Web sites.
Estudo do caso
Assumindo que faremos um estudo da PETROMOC,SA de forma a analisar o controlo interno
na Gestao de tesouraria nas nos períodos de 2020 e 2021 estaremos perante um estudo de caso
pois, de acordo com Gil (2007, p. 54), um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo
de uma entidade bem definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma
pessoa, ou uma unidade social.
RESULTADOS ESPERADOS
Assumindo a obrigatoriedade da adopção desta norma pelos bancos na preparação das suas
DF’S, augura-se que a instituição financeira em questão esteja a cumprir com o novo normativo
da IFRS-9. E em sequência espera-se desta pesquisa o seguinte:
Referências Bibliográficas
Costa, C. B. (2014). Contabilidade Financeira . Porto: Atlas.
Fonseca, J. (2002). Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC.
Silva, E. S. (2004). Normas Internacionais de Contabilidade. Porto: ADI - Manufactura de Brindes, Lda.
Beerbaum, D. & Ahmad, S. (2015). Credit Risk according to IFRS 9: Significant increase in Credit Risk and
implications for Financial Institutions. [online]. Disponível em: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?
abstract_id=2654120.
Consultado em [09/04/2022]
Farhi, M., Prates, M. D., Freitas, M. C. P. e Cintra, M. A. M. (2009). A crise e os desafios para a nova
arquitetura financeira internacional. [online]. São Paulo: Revista de Economia Política.
GBM. (2007). Aviso n.º04/GBM/2007 - Introdução das Normas Internacionais de Relato Financeiro
(NIRF). Maputo: Boletim da Republica. IASB. (2014). IFRS 9 – Instrumentos Financeiros. IFRS Fundation.