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Tânia Viriato Dengo

Análise da Demostração de Fluxo de Caixa como Instrumento de Gestão Financeira:


Estudo de caso da Arco Investimentos, SA – 2018 a 2020

Licenciatura em Contabilidade com Habilitação em Auditoria

Universidade Pedagógica de Maputo

Maputo

2023
Tânia Viriato Dengo

Análise da Demostração de Fluxo de Caixa como Instrumento de Gestão Financeira:


Estudo de caso da Arco Investimentos, SA – 2018 a 2020

Projecto de monografia Científica a ser entregue ao


Departamento Pedagógico da Faculdade de
Economia e Gestão, UP Maputo, como requisito
para obtenção do grau académico de Licenciatura
em Contabilidade com Habilitação em Auditoria,
sob orientação de:

Supervisor: Msc. Silva Macarringue


Co. Supervisor Emílio Uandzo

Universidade Pedagógica de Maputo

Maputo

2023
ÍNDICE

Lista de Tabelas................................................................................................................................i
Lista de Siglas e Abreviaturas.........................................................................................................ii
Declaração de Honra......................................................................................................................iii
Dedicatória......................................................................................................................................iv
Agradecimentos...............................................................................................................................v
Resumo...........................................................................................................................................vi
Abstract..........................................................................................................................................vii
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO.....................................................................................................1
1. Contextualização......................................................................................................................1
1.1. Delimitação do estudo.......................................................................................................2
1.1.2. Espacial......................................................................................................................2
1.2. Identificação do problema.................................................................................................2
1.3. Objectivos.........................................................................................................................3
1.3.1. Objectivo geral...........................................................................................................3
1.3.2. Objectivos Específicos...............................................................................................3
1.4. Justificativa.......................................................................................................................3
1.5. Estrutura do Trabalho........................................................................................................4
CAPÍTULO II – REVISÃO DA LITERATURA............................................................................5
2.1. Empresa.............................................................................................................................5
2.2. Decisões Financeiras.........................................................................................................5
2.3. Tomada de Decisão...........................................................................................................6
2.3.1. Instrumentos ou elementos de tomada de decisão.....................................................6
2.3.2. Níveis de tomada de decisão......................................................................................7
2.4. Demonstrações Financeiras...............................................................................................7
2.4.1. Objectivo das demonstrações financeiras..................................................................7
2.4.2. Importância das demonstrações financeiras..............................................................8
2.4.3. Principais demonstrações financeiras........................................................................8
2.4.4. Características qualitativas das Demonstrações Financeiras.....................................9
2.5. Fluxo de caixa.................................................................................................................11
2.5.1. Objectivos do Fluxo de Caixa..................................................................................12
2.5.2. A importância do fluxo de caixa..............................................................................13
2.5.3. Abrangência do Fluxo de Caixa..............................................................................13
2.5.4. Etapas para a elaboração do Fluxo de Caixa...........................................................14
2.5.5. Fontes de informação, fases e métodos da elaboração das DFC.............................15
2.5.6. Método para elaboração do fluxo de caixa..............................................................15
2.5.6.1. Método directo.....................................................................................................15
2.5.6.1.1. Vantagens e desvantagens do método directo......................................................16
2.5.6.2. Método indirecto..................................................................................................16
2.5.6.2.1. Vantagens e desvantagens do método indirecto..................................................16
2.5.7. Estrutura de uma demonstração de fluxo de caixa..................................................17
2.5.8. Vantagens e desvantagens do Fluxo De Caixa........................................................18
2.5.9. Rácios obtidos através da DFC que auxiliam na tomada de decisão.......................19
CAPÍTULO III – METODOLOGIA.............................................................................................20
3.1. Método................................................................................................................................20
3.1. Tipo de pesquisa..............................................................................................................20
3.1.1. Quanto ao objectivo.................................................................................................20
3.1.2. Quanto à abordagem................................................................................................21
3.1.3. Quanto aos procedimentos.......................................................................................21
3.3. Pesquisa documental...................................................................................................22
3.4. Procedimento para análise de dados...............................................................................22
3.5. Limitações da Pesquisa...................................................................................................22
CAPÍTULO IV – ESTUDO DE CASO.........................................................................................23
4.1. Arco Investimentos S.A..................................................................................................23
4.2. Apresentação de dados....................................................................................................27
4.3. Análise e Interpretação dos resultados............................................................................30
CAPÍTULO V – CONCLUSÕES E SUGESTÕES......................................................................33
5.1. Conclusões......................................................................................................................33
5.2. Sugestões.........................................................................................................................35
6. Referências Bibliográficas.....................................................................................................36
Anexos...........................................................................................................................................38
i

Lista de Tabelas
Tabela 1:Demonstrações de fluxo de caixa da Arco Investimentos SA........................................27
Tabela 2:Fluxo de caixa gerado pelas actividades operacionais de 2018 a 2020..........................30
Tabela 3.Fluxo de caixa das actividades de investimentos de 2018 a 2020..................................31
Tabela 4: Fluxo de caixa das actividades de financiamento de 2018 a 2020................................31
Tabela 5: Variação de caixa 2018 a 2020......................................................................................32
ii

Lista de Siglas e Abreviaturas


DCF – Demostração de Fluxo de Caixa
FCI – Fluxo de Caixa de Investimento
DF’s – Demostrações Financeiras
DOAR – Demostração de Origens e Aplicações de Recursos
@ – Cada
MT – Meticais
iii

Declaração de Honra

Declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do meu
supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção
de qualquer grau académico.

Maputo, Agosto de 2023

________________________________
(Tânia Viriato)
iv

Dedicatória

Dedico a esta monografia à minha família pela fé e confiança demonstrada e aos meus amigos
pelo apoio incondicional.
Aos professores, pelo simples fato de estarem dispostos a ensinar.
Ao meu orientador, pela paciência demonstrada no decorrer deste trabalho.
Em fim, a todos que de alguma forma tornam este caminho mais fácil de ser percorrido.
v

Agradecimentos

Agradeço a Deus em primeiro lugar pela força e pela coragem que a cada dia me proporciona e
por estar sempre em minha vida.
Vai um Agradecimento especial ao meu mentor, líder, pai espiritual pelos seu ensinamentos e
encorajamento.
Aos meus preciosos país, em especial a minha mãe que acompanharam cada dia dessa trajetória.
O incentivo constante da minha mãe Helena da Graça Zandamela e da minha querida irmã Judite
Viriato Dengo.
A minha tia querida Rabeca zandamela que plantou amor incondicional em mim de modo a viver
a vida com alegria.
Ao meu orientador Silva Macaringue que dedicou muito do seu tempo me orientando, embora
tivesse outros interesses a resolver. Obrigado pelos ensinamentos, atenção, amizade e dedicação
ao longo da realização desta monografia.
A minha amada família no geral, avó, tios, primos, sobrinhos etc
A colaboração de irmãos na fé vai o meu muito obrigada aos meus eternos amigos da faculdade.
A colaboração de vocês foi fundamental para a concretização deste sonho.
Todos vocês são responsáveis por mais essa vitória em mim vida que Deus os abençoe hoje e
sempre.
vi

Resumo

O presente trabalho de pesquisa foi desenvolvido com o objectivo geral de analisar o fluxo de
caixa da Arco Investimentos, SA. como instrumento de gestão financeira. Este, partiu do
pressuposto de que os gestores devem se actualizar e buscar alternativas capazes de fazer que a
empresa prospere e obtenha lucros, o gestor financeiro deve estar preparado para os novos
desafios do mercado. O fluxo de caixa como ferramenta de gestão fornece a empresa o volume
de capital necessário para suprir os compromissos do dia-a-dia e como alocar os recursos para
superar o caixa. Contudo, na prática, tem se verificado que certas empresas não recorrem ao
fluxo do caixa no âmbito da determinação estratégica do instrumento de gestão financeira com
intuito de tomada de decisões de natureza financeira. Com a adopção da abordagem qualitativa,
com recurso à análise documental, ou seja, análise dos relatórios e contas da empresa Arco
Investimentos, SA, constatou-se que o método usado para a sua elaboração é o directo e que a
empresa, no ano de 2018, apresentou um fluxo de caixa operacional positivo, envolvendo apenas
as actividades relacionadas à sua funcionalidade, ou seja, suas operações comuns, sendo que no
ano de 2018 apresentava um fluxo de caixa superior aos anos de 2019 e 2020 devido a uma boa
gestão dos fluxos de caixa das actividades operacionais. Neste caso, mediante à pergunta,
inicialmente estabelecida, ou seja, Será que o fluxo de caixa da Arco Investimentos, SA
contribuiu como instrumento de gestão Financeira? Feita a pesquisa, concluiu-se que, para o ano
em análise, o fluxo de caixa da Arco Investimentos, SA contribuiu como instrumento de gestão
Financeira.

Palavras-chave: Demostrações Financeiras, Demostrações de Fluxo Caixa, Tomada de decisões.


vii

Abstract
The present research work was developed with the general objective of analyzing the cash flow
of Arco Investimentos, SA. as a financial management tool. This, based on the assumption that
managers must update themselves and seek alternatives capable of making the company prosper
and earn profits, the financial manager must be prepared for the new challenges of the market.
Cash flow as a management tool provides the company with the volume of capital necessary to
meet day-to-day commitments and how to allocate resources to overcome cash flow. However,
in practice, it has been verified that certain companies do not resort to cash flow in the context of
the strategic determination of the financial management instrument in order to make decisions of
a financial nature. By adopting the qualitative approach, it was found that the method used for its
elaboration is the direct one and that the company, in the year 2018, presented a positive
operating cash flow, involving only the activities related to its functionality, that is, its common
operations, being that in 2018 it had a higher cash flow than in 2019 and 2020 due to good
management of cash flows from operating activities. In this case, through the question, initially
established, that is, Did Arco Investimentos, SA's cash flow contribute as a financial
management tool? After carrying out the research, it was concluded that, for the year under
analysis, the cash flow of Arco Investimentos, SA contributed as a financial management
instrument.

Key words: Financial Statements, Cash Flow Statements, Decision Making.


1

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1. Contextualização

Actualmente, tem se observado como as pequenas e médias empresas tem sido competitivas no
mercado, onde cada empresa trabalha em se diferenciar para obter sucesso em seus negócios e
consequentemente atingir os resultados esperados. Há uma necessidade de não se ignorar a
existência do instrumento chamado fluxo de caixa, que é de grande auxílio aos que buscam se
destacar no mercado, este instrumento permite que o empresário tenha o controlo de seus
recursos financeiros.

É impossível imaginar uma empresa alcançando seu sucesso sem manter um controlo das
finanças da mesma, é partindo dai que se nota a importância do fluxo de caixa, pois, é através
dele que o gestor avalia a real situação financeira da empresa. O fluxo de caixa é uma ferramenta
que ajuda a e identificar as potencialidades assim como as fragilidades relativas à área financeira
em determinados períodos.

Para Neto (2002), o fluxo de caixa pode ser definido como um instrumento que relaciona
entradas e saídas de recursos financeiros da empresa em um período de tempo, e a partir da sua
elaboração, pode-se prever sobra ou falta de recursos no caixa da empresa, permitindo assim a
tomada de medidas para mantê-lo em equilíbrio.

A empresa que não utiliza o fluxo de caixa fica vulnerável a possíveis mudanças que o mercado
pode apresentar. Isso porque, a empresa não tem a previsão de quanto e quando precisará de um
financiamento.

A demonstração do fluxo de caixa tem se mostrado como um instrumento eficaz no subsídio à


tomada de decisões, pois compreende aspectos monetários que mencionam a saúde financeira da
empresa, o que torna a análise desta essencial para a continuidade dos negócios.

Numa empresa tomam-se decisões a todo momento, que precisam ser eficientes e eficazes, por
isso, ê necessário que a empresa tenha todo tipo de informação para que os gestores possam usar
no processo de tomada de decisão. Uma empresa que tem dentre os seus instrumentos de gestão
financeira um fluxo de caixa torna-se mais competitiva e preparada para novos desafios que o
mercado apresentar.
2

As tomadas de decisões são geralmente baseadas na visão de objectivo final, que é o lucro. O
fluxo de caixa e sua gestão não são uma preocupação apenas das grandes empresas, e sim de uma
maneira geral em todas organizações ter seu fluxo de caixa gerenciado, que é um instrumento de
auxílio na tomada de decisão.

1.1. Delimitação do estudo


A presente pesquisa foi delimitada tendo como base o horizonte temporal e espacial.

1.1.1. Temporal
O presente trabalho de pesquisa limitou a sua abordagem no período de 2018 a 2020.

1.1.2. Espacial

O estudo foi realizado na Arco Investimentos, SA.

1.2. Identificação do problema


Actualmente, a busca pela fixação no mercado está fazendo com que as empresas tenham um
acompanhamento contínuo do desempenho do seu empreendimento. Os gestores/administradores
da empresa tendo conhecimento da importância que o fluxo de caixa tem devem optar pela
análise do fluxo de caixa e utilizá-lo para servir de auxílio no processo de tomada de decisão
financeira.

Ainda mais, os gestores buscam novos instrumentos que os auxiliem a interpretar a realidade do
empreendimento, dentre eles encontra-se o fluxo de caixa. No entanto, o fluxo de caixa tem sido
usado, quase que exclusivamente, como instrumento de avaliação de investimentos. Pouco se
tem escrito acerca do fluxo de caixa como um instrumento imprescindível na gestão financeira,
por isso de um modo geral as empresas tem um uso limitado de suas possibilidades. O objectivo
básico da função financeira é prover a empresa de recursos de caixa suficiente de modo a
respeitar os vários compromissos assumidos e prover a maximização de seus lucros.

Os gestores devem se actualizar e buscar alternativas capazes de fazer que a empresa prospere e
obtenha lucros, o gestor financeiro deve estar preparado para os novos desafios do mercado. O
fluxo de caixa como ferramenta de gestão fornece a empresa o volume de capital necessário para
suprir os compromissos do dia-a-dia e como alocar os recursos para superar o caixa.
3

Na prática tem se verificado que certas empresas não recorrem ao fluxo do caixa no âmbito da
determinação estratégica do instrumento de gestão financeira com intuito de tomada de decisões
de natureza financeira, é neste contexto que surge a seguinte questão: Será que o fluxo de caixa
da Arco Investimentos, SA contribuiu como instrumento de gestão Financeira?

1.3. Objectivos

1.3.1. Objectivo geral


 Analisar o fluxo de caixa da Arco Investimentos, SA. como instrumento de gestão
financeira.

1.3.2. Objectivos Específicos


 Caracterizar o Fluxo do caixa e os seus elementos reconhecidos pela Arco
Investimentos, SA;
 Descrever as demonstrações financeiras e a suas funções na Arco Investimentos, SA;
 Mostrar o posicionamento da Arco Investimentos, SA relativamente às decisões
inerentes ao fluxo de caixa.

1.4. Justificativa
Fluxo de caixa bem utilizado numa empresa, pode gerar produtividade, redução de custos e
manutenção de capital para investimentos, estes são os factores que elevam a possibilidade do
negócio tornar-se economicamente favorável longo.

Com o fluxo de caixa é possível conhecer a situação financeira da empresa e com isso saber
como e quando investir assim como permite que o administrador saiba onde deve aplicar o
capital. É através do fluxo de caixa que a empresa tem conhecimento de quanto gasta com
despesas e quanto recebe com as receitas, e é possível melhorar o gerenciamento financeiro do
empreendimento assim como tomar decisões na empresa.

O fluxo de caixa reúne as informações relacionadas com as entradas e saídas de recursos


financeiras na empresa. Marion (2007, p. 64), diz que “a demonstração do fluxo de caixa indica
as alterações ocorridas no exercício no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregadas em
fluxos de operações, dos funcionamentos e investimentos”.
4

Para empresas pequenas o fluxo de caixa tende a ser a principal fonte instrumentalizada que tem
forte contribuição ao administrador ou gestor quanto a tomada de decisão, isto devido a sua
simplicidade na estrutura sem departamentos definidos assim como funções bem definidas.

O presente material será relevante para estruturar conceitos que irão indicar às empresas a
importância de buscar aperfeiçoar a elaboração de suas demonstrações de fluxos de caixa,
levando a um planeamento mais confiável que traga benefícios económicos futuros para a
entidade.

Os resultados desta pesquisa poderão também despertar nos gestores das organizações o maior
interesse de analisar as demonstrações financeiras para saber qual é a posição da empresa, o seu
desempenho e, como e quando alocar os recursos financeiros.

Este trabalho contribui para a linha de pesquisa em Contabilidade Financeira e Gestão


Financeira, somando-se, assim, aos trabalhos já existentes e agregando novos conhecimentos
adquiridos na realização da pesquisa exploratória.
O resultado da presente pesquisa pode ser útil a gestores, accionistas, professores, estudantes em
contabilidade e auditoria e com foco no processo de tomadas de decisão.
Pode, ainda, ser útil a profissionais que objectivem compreender como as demonstrações
financeiras podem tornar eficaz e eficiente o funcionamento organizacional.

1.5. Estrutura do Trabalho


O presente trabalho é constituído por cinco capítulos, nomeadamente: Capítulo I: Composto pela
Introdução, delimitação e formulação da pergunta de partida; justificativa; Objectivos da
investigação e hipóteses relacionados a pesquisa. Capítulo II: em que podemos encontrar a
Revisão da Literatura, onde é feito o levantamento de ideias de vários autores com intuito de
sustentar mais ainda o tema em análise; Capítulo III: Metodologia da Investigação; Capítulo IV:
Apresentação, análise e tratamento de Dados e dos Resultados da Pesquisa, E por fim o Capítulo
V: composto pelas Conclusões de Pesquisa e Recomendações de Pesquisa.
5

CAPÍTULO II – REVISÃO DA LITERATURA


2.1. Empresa
Na doutrina de Cassarro (1999), empresa é uma entidade jurídica que tem como obrigação
apresentar lucro, lucro este suficiente para permitir sua expansão e o atendimento das
necessidades sociais.
Segundo Crepaldi (1998), empresa é uma associação de pessoas para a exploração de um
negócio que produz e/ou oferece bens e serviços, com vistas, em geral, à obtenção de lucros. Ela
pode ser particular, governamental ou de economia mista, além de poder ter diferentes formas
jurídicas.
Ainda, de acordo com Franco (1991), empresa é toda entidade constituída sob qualquer forma
jurídica para exploração de uma actividade económica seja mercantil, industrial, agrícola ou
prestação de serviços.
A empresa não pertence só aos sócios ou accionistas. A forma como conduz seus negócios
reflecte no desenvolvimento económico e social da comunidade onde está inserida. Segundo
Kinlaw (1998), empresa é a força contemporânea mais poderosa de que dispomos para
estabelecer o curso dos eventos da humanidade, ela transcende as fronteiras e os limites do
nacionalismo, exercendo influência predominante nas decisões políticas e sociais.

2.2. Decisões Financeiras


Decidir significa optar, escolher ou seleccionar de entre várias alternativas, aquela que pareça
mais adequada. As decisões exigem um processo e são tomadas em resposta a problemas,
alguma necessidade ou simplesmente para alcançar um objectivo. As condições de certeza,
incerteza e o risco associado são factores que, não estando sob o controlo do tomador de decisão,
influenciam as decisões.
Conforme Medina (2010), no dia-a-dia das empresas, o Gestor/Administrador necessita tomar
decisões empresariais distintas e diferentes, que têm de ser coerentes com os recursos
disponíveis, condicionalismos internos e externos e objectivos da empresa. Devem ser tomadas
de forma organizada e equilibrada, no sentido de garantir um bom funcionamento da globalidade
da empresa. Existem três tipos de decisões financeiras a saber:
6

 Decisões de Investimento – Dizem respeito às decisões tomadas, tendo em conta


a empresa e o seu meio envolvente, exigem muita cautela pois interferem directamente no
futuro das empresas.
 Decisões de Financiamento – São decisões relacionados com a estruturação,
aquisição e desenvolvimento de recursos disponíveis, isto é, são decisões relacionadas
com as fontes de geração de capital para a operacionalização e lucratividade do
empreendimento, de modo a criar possibilidades de realizar as opções estratégicas e ter
melhores resultados possíveis de desempenho.
 Decisões Operacionais – São decisões relacionadas com a concretização dos
planos definidos nas decisões administrativas. Dizem respeito a todos os aspectos de
operação, de forma a maximizar a eficiência e rentabilidade dos processos de
transformação dos recursos.
Estes três tipos de decisões, apesar de distintas, são interdependentes e complementares e são
tomadas num ambiente de recursos limitados o que obriga, necessariamente, à escolha entre
alternativas, todas elas, com um custo de oportunidade associado.

2.3. Tomada de Decisão


Certo (2005) defende que decisão é a escolha feita entre duas ou mais alternativas disponíveis e
que “…tomada de decisão é o processo de escolha da melhor alternativa” ou a que mais
beneficiará a empresa.
Chiavenato (1997) elucida ao definir decisão como “ o processo de análise e escolha entre várias
alternativas disponíveis do curso de acção que a pessoa deverá seguir”.

2.3.1. Instrumentos ou elementos de tomada de decisão


Segundo o autor as decisões possuem fundamentalmente seis elementos:
1) Tomador de decisão: pessoa que faz a selecção entre várias alternativas de situação;
2) Objectivos: propósito ou finalidade que o tomador de decisão almeja alcançar com sua
acção;
3) Preferências: critérios com juízo de valor do tomador de decisão que vai distinguir a
escolha;
7

4) Estratégia: direcção ou caminho que o tomador de decisão sugere para melhor atingir
os objectivos e que depende dos recursos que se dispõe;
5) Situação: aspectos ambientais dos quais envolve o tomador de decisão, muitos dos
quais fora do controlo, conhecimento ou compreensão e que afectam a opção;
6) Resultado: é a decorrência ou resultante de uma dada estratégia definida pelo
responsável à decisão.
2.3.2. Níveis de tomada de decisão
Segundo Neves (2005), o processo de tomada de decisão é baseado numa análise da
Demonstração do Fluxo de Caixa e só se justifica ao diagnosticar um ou vários problemas.
As decisões podem ser tomadas em três níveis a saber:
1) Estratégicas: são decisões normalmente de médio e longo prazo que movem todos os
recursos de uma entidade, correspondem às decisões de investimento e de
financiamento a médio e longo prazo em (termos financeiros);
2) Operacionais: são decisões que dizem respeito à actividade corrente, tal como o
aprovisionamento, fabricação e a comercialização, correspondendo ao volume de
clientes, existências e fornecedores;
3) Decisões de tesouraria: são decisões de financiamento de curto prazo, o que permite
que a empresa mantenha a curto prazo um nível mínimo de liquidez.

2.4. Demonstrações Financeiras


As Demonstrações financeiras constituem um importante instrumento de apoio à tomada de
decisão nas organizações, permitindo o conhecimento da situação financeira e económica.
Demonstrações financeiras são representações estruturadas da posição financeira e do
desempenho financeiro de uma determinada entidade.
Silva e Souza (2011) afirmam que as demonstrações financeiras também são chamadas de
relatórios contabilísticos e são a fonte de informações para análise, servindo de base, inclusive
para avaliar possíveis investimentos.
Para Ribeiro (2003) as demonstrações financeiras são relatórios ou quadros técnicos que contêm
dados extraídos dos livros, registos e documentos que compõem o sistema contabilístico de uma
entidade.
2.4.1. Objectivo das demonstrações financeiras
8

Para Martins (2011), as demonstrações financeiras têm como finalidade: proporcionar


informação útil aos utilizadores; Avaliar a capacidade da entidade gerar dinheiro e equivalentes
de dinheiro e da tempestividade e certeza da sua geração: Informar sobre os recursos económicos
controlados pela entidade, estrutura financeira, liquidez e solvência.
Demonstrações financeiras são instrumentos utilizados pela contabilidade para expor a situação
económico-financeira da empresa e prover aos diversos utentes internos e/ou externos as
informações que servem de base para a tomada de decisões (Silva & Souza, 2011).
O objectivo das DF é de proporcionar informação acerca da situação e/ou posição financeira, do
desempenho e das alterações na posição financeira de uma entidade que seja útil a um vasto
leque de utentes na tomada de decisões económicas.

2.4.2. Importância das demonstrações financeiras


É através da análise das informações contidas nas demonstrações financeiras que a
empresa consegue aprovar financiamentos, pois estas têm informação relacionada com os
recursos disponíveis em caixa e a capacidade de pagamento.

2.4.3. Principais demonstrações financeiras


2.4.3.1. Balanço – informação acerca da posição financeira.
Balanço é um instrumento contabilístico que apresenta ou demonstra a posição financeira da
entidade num determinado período de tempo. O balanço para poder retractar a respectiva
situação, mostra de forma contabilística os activos (bens e direitos, ou seja, aquilo que a
organização possui), os passivos (as suas dívidas) e evidencia a diferença entre ambos (Salas,
2005).
Baptista da Costa e Alves (2008) definem o balanço como uma demonstração que divulga os
activos, os passivos e os capitais próprios (devidamente agrupados e classificados), divulgando
assim a posição financeira de uma empresa no fim do seu período económico.
A partir do balanço os gestores podem ter acesso a informações úteis à sua actividade e a partir
daí passam a ter uma ideia mais ampla do capital disponível, de estado das suas dívidas e das
suas fontes de financiamento.
2.4.3.2. Demonstrações dos Resultados – informação acerca do desempenho
9

Conforme Borge et al., (2007), demonstração dos resultados é também um quadro


alfanumérico que contem informação reportada a um determinado intervalo de tempo, isto é, a
um período […].
Segundo Gitman (2010) fornece um resumo financeiro dos resultados operacionais da
entidade durante um período específico de tempo, sendo mais comum o período que vai até 31
de Dezembro de cada ano.

2.4.3.3. Demonstração das alterações no capital próprio


Evidencia as alterações no capital próprio ocorrido no período, esta demonstração deve reflectir
todas alterações no capital próprio, o aumento e a diminuição nos activos líquidos da empresa.
A demonstração de alterações no capital próprio é o elemento mais recente do conjunto das
demonstrações financeiras, que cruza informação em coluna, que inclui os elementos do capital
próprio, evidenciados no balanço, com a informação em linha, que indica os acontecimentos que
geram modificações no capital próprio (Borges et al., 2007).
Para Grenha et al., (2009) as variações no capital próprio têm três origens possíveis: “as que
resultam das transacções com detentores de capital próprio, na sua figura e capacidade de
detentores; o resultado líquido que representa a diferença entre rendimentos e gastos em cada
período, ou seja, a gerada pelas actividades de entidade; todas as alterações que são geradas pelas
actividades da entidade mas que não transitam pela demonstração dos resultados.

2.4.3.4. Demonstração de fluxos de caixa- informação acerca da liquidez


De acordo com Kuster e Nogacz (2002) esta demonstração “é um instrumento que permite ao
gestor monitorar a evolução do equilíbrio ou desequilíbrio entre a entrada e saída de dinheiro
durante um determinado período, possibilitando a adopção antecipada de medidas que venham
assegurar a disponibilidade de recursos para o suprimento das necessidades de caixa”. Para estes
autores “toda a actividade realizada por uma entidade resume-se na entrada e saída de dinheiro e
é nesse jogo de entra e sai que o Fluxo de Caixa é importante, uma vez que ajuda-nos a perceber
antecipadamente quando vão faltar ou sobrar recursos”.

2.4.4. Características qualitativas das Demonstrações Financeiras


10

De acordo com a estrutura conceptual (adoptado pelo nosso SNCRF) as características


qualitativas são os atributos que tornam a informação proporcionada nas DF’s útil aos utentes.
As quatro principais características qualitativas são: a compreensibilidade, a relevância, a
fiabilidade e a comparabilidade.
 A compreensibilidade
Uma qualidade essencial da informação proporcionada nas DF’s é a de que seja rapidamente
compreensível pelos utentes.
Porém, a informação acerca de matérias complexas, a incluir nas DF's dada a sua relevância para
a tomada de decisão dos utentes, não deve ser excluída meramente com o fundamento de que ela
possa ser demasiado difícil para a compreensão de certos utentes.
 A relevância
Para ser útil, a informação tem de ser relevante para a tomada de decisões dos utentes. A
informação tem a qualidade da relevância quando influencia as decisões económicas dos utentes
ao ajudá-los a avaliar os acontecimentos passados, presentes ou futuros ou ainda confirmar, ou
corrigir, as suas avaliações passadas. A relevância da informação é afectada pela sua natureza e
materialidade. Em alguns casos, a natureza da informação é por si só mesma suficiente para
determinar a sua relevância. A informação é material se a sua omissão ou inexactidão
influenciarem as decisões das utentes tomadas na base das DF’s. A materialidade depende da
dimensão do item ou do erro julgado nas circunstâncias particulares da sua omissão ou distorção.
 A fiabilidade
Para que seja útil, a informação também deve ser fiável. A informação tem a qualidade da
fiabilidade quando estiver isenta de erros materiais e de preconceitos. Para que a informação se
considere fiável ela deve atender também: à sua substância e realidade económica e não
meramente com a sua forma legal; à sua neutralidade; à aplicação de prudência na sua
preparação; e à sua plenitude. O que ela pretende representar ou possa razoavelmente representar
é a inclusão de um grau de precaução no exercício dos juízos necessários ao fazer as estimativas
necessárias em condições de incerteza, de forma que os activos ou os rendimentos não sejam
sobreavaliados e os passivos ou gastos não sejam subavaliados. Porém, o exercício da prudência
não permite, por exemplo, a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas, a subavaliação
deliberada de activos ou de rendimentos, ou a deliberada sobre avaliação de passivos ou de
gastos, porque as DF’s não seriam neutras e, por isso, não teriam a qualidade de fiabilidade.
11

 A comparabilidade
Os utentes têm de ser capazes de comparar as DF’s de uma entidade ao longo do tempo a fim de
identificar tendências na sua posição financeira, no seu desempenho e das alterações na posição
financeira. Os utentes têm também de ser capazes de comparar as DF’s de diferentes entidades a
fim de avaliar de forma relativa a sua posição financeira, o seu desempenho e as alterações na
posição financeira.
Uma implicação importante da característica qualitativa da comparabilidade é a de que os utentes
sejam informados das políticas contabilísticas usadas na preparação das DF’s, de quaisquer
alterações nessas políticas e dos efeitos de tais alterações. Os utentes necessitam ser capazes de
identificar diferenças entre as políticas contabilísticas para transacções e outros acontecimentos
semelhantes usados pela mesma entidade de período para período e entre diferentes entidades.

2.5. Fluxo de caixa


Conceitualmente, o fluxo de caixa é um instrumento que relaciona os ingressos e saídas
(desembolsos) de recursos monetários no âmbito de uma empresa em determinado intervalo de
tempo. A partir da elaboração do fluxo de caixa é possível prognosticar eventuais excedentes ou
escassez de caixa, determinando-se medidas saneadoras a serem tomadas. (Neto & Silva, 2006,
p. 39). Fluxo de caixa refere-se a movimentação do capital na empresa, isto é, é o movimento de
entradas e saídas de dinheiro do caixa da empresa, o que a empresa recebe e o que paga. O fluxo
de caixa é o instrumento que permite ao administrador financeiro planear, organizar, coordenar,
dirigir e controlar os recursos financeiros de sua empresa para determinado período.
Para Zdanowicz (2000), o fluxo de caixa é o instrumento que permite demonstrar as operações
financeiras que serão realizadas pelas empresas, facilitando a análise e a decisão de comprometer
recursos financeiros, de relacionar o uso das linhas menos onerosas, de determinar o quanto a
organização dispõe de capital próprio, bem como utilizar as disponibilidades da melhor forma
possível.
Para Quintana (2009), o controle de fluxo de caixa ocorre a partir da comparação entre o valor
projectado e o valor realizado. Desta forma, mais do que atingir exactamente o valor, o principal
objectivo da empresa, ao elaborar o fluxo de caixa, é identificar os motivos das variações entre o
que foi projectado efectivamente realizado, para que assim exista uma contribuição efectiva para
o processo de gestão financeira.
12

Silva (2006), diz que o fluxo de caixa é o principal instrumento da gestão financeira que planeia,
controla e analisa as receitas, as despesas e os investimentos, considerando determinado período
projectado.
Para pequenas empresas o fluxo de caixa tende a ser a principal fonte instrumentalizada que tem
forte contribuição ao administrador ou gestor quanto a tomada de decisão, isto devido a sua
simplicidade na estrutura sem departamentos definidos assim como funções bem definidas.
A contribuição do fluxo de caixa para entendimento dessas decisões, é importante, uma vez que
nas pequenas empresas as decisões geralmente são concentradas pelo próprio empreendedor.
Devido a escassez de caixa, há uma necessidade de controlar o fluxo de caixa de pequenas
empresas, para evitar fracassos independentemente de estar a lucrar.
O fluxo de caixa tem sido uma ferramenta valiosa no que concerne ao planeamento financeiro de
uma empresa, pois estabelece projecções através de informações sobre as entradas e saídas de
recursos financeiros, trazendo um auxílio pertinente às necessidades financeiras de curto e longo
prazo, ilustrando com antecedência a real situação financeira da empresa e facilitando o controlo
dos custos e despesas de um determinado período.
De acordo com Neto (2022), o fluxo de caixa é de vital importância para as empresas, é o fluxo
que indicará o rumo financeiro dos negócios.
Ainda para Neto (2002), problema com fluxo de caixa não acontece somente com empresas que
não são lucrativas, isso acontece devido ao comportamento de seu ciclo operacional.
A geração de caixa é mais importante do que a geração de lucro, já que o que quebra uma
empresa não é a falta de lucro, é a falta de caixa (SÀ, 2006).
Para Dornelas (2005), o fluxo de caixa é a principal ferramenta de planeamento financeiro do
empreendedor. O período de tempo coberto pelo fluxo de caixa é normalmente dividido em
intervalos. O número de intervalos depende da natureza do negócio.
Empresas que enfrentam sazonalidades devem, em princípio, trabalhar com fluxos semanais,
mensais e trimestrais. De qualquer maneira, o horizonte coberto pelo fluxo de caixa é
estabelecido em função dos objectivos e metas definidos pela administração.

2.5.1. Objectivos do Fluxo de Caixa


O Fluxo de Caixa tem como objectivo principal, a previsão das entradas e saídas de recursos
financeiros de um determinado período.
13

Segundo Zdanowicz (2000), também fazem parte dos objectivos do Fluxo de Caixa:
 Buscar o equilíbrio financeiro entre os fluxos de entradas e saídas de recursos;
 Proporcionar ao gestor financeiro uma visão estratégica da situação da empresa;
 Demonstrar em que período a empresa precisa captar recursos ou aplica-los quando
existir excedente de caixa;
 Análise da situação de inadiplência dos clientes.
2.5.2. A importância do fluxo de caixa
O fluxo de caixa é um instrumento que permite ao administrador financeiro: planear, organizar,
coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua empresa num determinado período”
(Zdanowicz, 2000).
Matarazzo (1995) a demonstração do fluxo líquido de caixa permite extrair importantes
informações sobre o comportamento financeiro da empresa.
Segundo Matarazzo (1995), podem ser extraídas informações como:
 Amortizar dívidas bancárias de curto e de longo prazo;
 Gerar recursos para manter e expandir o nível de investimentos;
 Independência do sistema bancário de curto prazo;
 Autofinanciamento das operações (compra, produção e vendas).
Com base nisso, é notória a importância da demonstração do fluxo de caixa nas empresas pois
O fluxo de caixa é uma ferramenta que uma análise sobre a situação financeira da empresa, e
auxilia o gestor no controlo financeiro do negocio como um todo, isto é, ao organizar todas a
receitas e despesas é possível ter uma visão clara de todas as movimentações que ocorrem no
período em questão.
Auxilia na tomada de decisões: as informações contidas no fluxo de caixa podem ser utilizadas
para verificar quais fontes de receita tem mais destaque e, além disso é possível identificar
despesas desnecessárias ou que podem ser reduzidas, isto é, saber a origem e aplicação de fundos
auxilia na tomada de decisão.
A boa utilização da ferramenta Fluxo de Caixa possibilita o conhecimento do grau de
independência financeira da empresa, com base na avaliação do seu potencial para geração de
recursos no futuro, para saldar seus compromissos e para pagar a remuneração dos seus
empreendedores.
14

2.5.3. Abrangência do Fluxo de Caixa


O Fluxo de Caixa não deve ser tratado como uma preocupação exclusiva da área financeira, por
isso, é importante que haja um comprometimento de todos os sectores da empresa para que o
caixa se mantenha saudável. Veja como cada uma das áreas pode contribuir:
 Área de produção: Ao fazer alterações nos prazos de fabricação dos produtos, há novas
necessidades de caixa. Da mesma forma os custos de produção fluxo de caixa;
 Departamento de Compras: Devem ser efectuadas de maneira ajustada com os saldos
que estão disponíveis no caixa. É importante haver uma sincronização entre os prazos
concedidos para recebimento das vendas com o pagamento das compras;
 Políticas de cobrança: Devem ser ágeis e eficientes. A política de cobrança permite
colocar recursos financeiros a disposição da empresa, constituindo um importante reforço
de caixa;
 Área de vendas: Junto a meta de crescimento da actividade comercial, deve ter um
controle próximo dos prazos concedidos e do hábito de pagamento dos clientes de
maneira que o fluxo de caixa não fique negativo. Em outras palavras é recomendado que
toda decisão envolvendo vendas seja tomada após uma prévia avaliação de suas
implicações sobre os resultados de caixa;
 Área financeira: Deve avaliar o perfil de seu endividamento, de forma que os
desembolsos necessários ocorram junto a geração de caixa da empresa.
2.5.4. Etapas para a elaboração do Fluxo de Caixa
Para a elaboração do Fluxo de Caixa são necessárias as seguintes informações:
 Saldo Inicial: é o valor constante no caixa no início do período considerado para a
elaboração do Fluxo de Caixa. É composto pelo dinheiro no caixa e os saldos bancários
disponíveis para saque;
 Entradas de Caixa: correspondem às vendas realizadas à vista, bem como a outros
recebimentos, tais como duplicatas, cheques pré-datados, facturas de cartão de crédito
etc., disponíveis como “capital” na respectiva data;
 Saídas de Caixa: correspondem a pagamentos de fornecedores, pró-labore (retiradas dos
sócios), alugueis, impostos, folha de pagamento, agua, luz, telefone e outros;
15

 Saldo Operacional: representa o valor obtido de entradas menos as saídas de caixa na


respectiva data. Possibilita avaliar como se comportam seus recebimentos e gastos
periodicamente, sem influência dos saldos de caixa anteriores;
 Saldo Final de Caixa: representa o valor obtido da soma do saldo inicial com o saldo
operacional. Permite constatar a real sobra ou falta de dinheiro no período considerado e
passa a ser o saldo inicial do próximo período.

2.5.5. Fontes de informação, fases e métodos da elaboração das DFC


Na visão de Caiado e Gil (2004), as informações para preparar a demonstração dos fluxos de
caixa provêm de três fontes a saber:
 Balanços comparativos: as informações destes documentos indicam o montante das
variações nas rubricas do activo, do passivo e do capital próprio do início para o final do
período;
 Demonstração dos resultados: as informações deste documento ajudam a determinar o
montante de caixa originado ou a ser utilizado pelas operações durante o período;
 Alguns dados complementares: os dados seleccionados são obtidos das contas do razão
e fornecem as informações adicionais detalhadas que são necessárias para determinar
como a caixa e equivalentes foi provisionada ou utilizada durante o período.

2.5.6. Método para elaboração do fluxo de caixa


A demonstração do fluxo de caixa pode ser feita por dois métodos que são o método directo e o
método indirecto.
2.5.6.1. Método directo
Refere-se a pagamentos e recebimentos relacionados ao caixa bruto da empresa.
Segundo Marion (2007), as demonstrações financeiras utilizadas para a realização do fluxo de
caixa modelo directo são: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício (DRE),
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados e Demonstração de Origens e Aplicações de
Recursos.
16

O método directo explicita os recebimentos (clientes, juros, dividendos e outros) e os


pagamentos (empregados, fornecedores de produtos e serviços, juros, impostos e outros) brutos
de capital dos componentes das actividades operacionais.
Para Ribeiro (2005), “ [...] pelo método directo os Recursos Derivados das operações são
indicados a partir dos recebimentos e pagamentos decorrentes das operações normais efectuados
durante o período.” Ressalte-se ainda, que o método directo é de fácil entendimento por não
informar as entradas e saídas de recursos pelas variações nas contas operacionais activas e
passivas.
Conforme Sá (2006), o fluxo de caixa pelo método directo faz o empresário perceber se o caixa
está tendo um déficit ou superávit.

2.5.6.1.1. Vantagens e desvantagens do método directo


Dalmaz e Sobrinho (2007) elencam as vantagens e as desvantagens da utilização do Fluxo de
Caixa pelo método directo:
1. Vantagens do método directo
a) Cria condições favoráveis para que a classificação dos recebimentos e pagamentos siga
critérios técnicos e não fiscais;
b) Permite que a cultura de administrar pelo caixa seja introduzida mais rapidamente nas
empresas;
c) As informações de caixa podem estar disponíveis diariamente.
2. Desvantagens do método directo
a) O custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos;
b) A falta de experiência dos profissionais das áreas contabilística e financeira em usar partidas
dobradas para classificar os recebimentos e pagamentos.

2.5.6.2. Método indirecto


Refere-se a relação entre o resultado do caixa das actividades e o lucro líquido.
De acordo com Iudícibus, Martins, Gelbcke (2003), o método indirecto consiste na demonstração
dos recursos provenientes das actividades operacionais a partir do lucro líquido, ajustado pelos
itens que afectam o resultado (tais como depreciação, amortização e exaustão), mas que não
modificam o caixa da empresa.
17

Segundo Neves (2005) a demonstração do fluxo de caixa pelo método indirecto, é muito similar
a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos, com a diferença que as variações do
Activo Circulante (excepto o disponível) e o Passivo Circulante passam a integrar as origens e
aplicações de recursos da demonstração.

2.5.6.2.1. Vantagens e desvantagens do método indirecto


Dalmaz e Sobrinho (2007), destacam as vantagens e desvantagens do Fluxo de Caixa pelo
método indirecto:
1. Vantagens do Método Indirecto
a) Apresenta baixo custo. Basta utilizar dois balanços patrimoniais (o do início e do final do
período), a demonstração de resultados e algumas informações adicionais obtidas na
contabilidade.
b) Concilia o lucro contabilístico com o fluxo de caixa operacional líquido, mostrando como se
compõe a diferença.
2. Desvantagens do método indirecto
a) O tempo necessário para gerar as informações pelo regime de competência e só depois
convertê-las para regime de caixa. Se isso for feito uma vez por ano, por exemplo,
podemos ter surpresas desagradáveis e tardiamente.
b) Se há interferência da legislação fiscal na contabilidade oficial, e geralmente há, o
método indirecto irá eliminar somente parte dessas distorções.

2.5.7. Estrutura de uma demonstração de fluxo de caixa


Neto e Silva (1997), explicam que o Fluxo de caixa de maneira ampla, é um processo pelo qual
a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados pelas várias actividades
desenvolvidas, onde as actividades da empresa dividem-se em:
1. Actividades operacionais: abrangem os gastos e despesas relacionadas às actividades
geradoras de receita da empresa. Por isso, são geralmente consequência das operações e outros
acontecimentos que entram na determinação de lucros ou prejuízos da empresa.
Essas actividades podem ser:
 Recebimentos de clientes;
 Contas a pagar e receber;
18

 Imposto;
 Pagamento de fornecedores.
Exemplos:
a) Recebimentos da caixa provenientes da venda de bens e da prestação de serviços;
b) Pagamento de caixa a favor de empregados;
c) Pagamento de caixa ou restituições de impostos sobre o rendimento a menos que
possam ser especificamente identificados com as actividades de financiamento e
de investimento.
2. Actividades de investimento: são ligadas a investimentos realizados pela empresa
relativos a patrimónios de longo prazo. Refere-se a recebimentos e pagamentos relacionados com
aquisição e venda de activos fixos, bem como investimentos e recebimentos de subsídios para a
apoio ao investimento.
Essas actividades podem ser:
 Compra de imóveis;
 Compra de móveis;
 Recebimentos de valores;
 Aquisição de veículos.
Exemplos de actividades de investimento:
a) Recebimento de caixa de vendas de instrumentos de capital próprio ou de divida
de outras entidades;
b) Pagamento de caixa para aquisição de activos fixos tangíveis, intangíveis, e outros
activos de longo prazo.
3. Actividades de financiamento: são o passivo circulante e não circulante juntamente do
património líquido. Referem-se a recebimentos e pagamentos de empréstimos de
financiamento e juros de empréstimos.
Exemplos:
a) Reembolso de caixa de quantias de empréstimos obtidos;
b) Pagamento de caixa por um locatário para a redução de uma dívida em aberto
relacionada com uma locação financeira.

2.5.8. Vantagens e desvantagens do Fluxo De Caixa


19

2.5.8.1. Vantagens
Segundo Caiado e Gil (2004), mostra a capacidade da empresa gerar fluxos monetários, bem
como a qualidade dos resultados, essas informações são de grande relevância para as partes
interessadas na empresa;
 Em conjunto com as restantes demonstrações financeiras a DFC permite melhor
compreensão da situação financeira, nomeadamente a liquidez e a solvabilidade;
Possibilita ainda o cálculo do valor actual dos fluxos de caixa futuros;
 Trata-se de uma demonstração bastante intuitiva, que devido a sua simplicidade pode ser
analisada por utentes que não sejam especialistas em análise financeira;
 Fornece informação útil para o planeamento financeiro nas projecções de resultados/
objectivos futuros;
 Permite á administração da empresa decidir com antecedência se a empresa deve tomar
recursos ou aplicá-los, e ainda, avalia e controla ao longo do tempo as decisões
importantes que são tomadas na empresa e seus reflexos monetários.

2.5.8.2. Desvantagens
Segundo Caiado e Gil (2004) – apresenta limitações, no sentido que é um complemento ao
conjunto de demonstrações financeiras, pelo que para uma informação mais clarificada é
necessário aos utentes analisar em conjunto com o balanço, demonstração de resultados etc.;
 Sendo uma metodologia baseada nos movimentos de caixa, não traduz a complexidade
dos aspectos da gestão financeira das empresas, designadamente os que estão próximos
de caixa ou da liquidez.

2.5.9. Rácios obtidos através da DFC que auxiliam na tomada de decisão


Como acontece com outros indicadores da análise de empresas, a utilização de rácios facilita a
análise para os responsáveis pela tomada de decisões. Segundo Neves (2005), pode-se, em geral,
classificar esses rácios nas seguintes categorias:
 Rácio de cobertura: o rácio de cobertura pretende dar uma visão da capacidade de uma
empresa, em satisfazer os seus compromissos financeiros;
20

 Rácio de qualidade dos fluxos: indica as divergências entre resultados e fluxos de caixa
em consequências dos critérios contabilísticos do acréscimo, da eficiência em gerir as
necessidades em fundo maneio ou em controlar o crescimento;
 Rácio de financiamento do investimento: este rácio de intensidade de investimento,
ajudam a avaliar em que medida a empresa consegue autofinanciar o crescimento;
 Rácio de rendibilidade financeira: mostra a capacidade de gerar fluxos de caixa
passada e futura da entidade;
 Rácio de capacidade de reembolso e de endividamento: mostra a capacidade da
empresa em reembolsar as suas dívidas de médio e longo prazo e de curto prazo.

CAPÍTULO III – METODOLOGIA


3.1. Método

Richardson (2007), define método, como sendo o conjunto de procedimentos, estratégias e regras
estabelecidas e utilizadas para se chegar a um determinado objectivo. Método consiste em
estudar e avaliar os métodos disponíveis, também examina e avalia as técnicas de pesquisa bem
como a geração ou a verificação de novos métodos que conduzem à captação e processamento de
informações com vista à resolução de problemas de investigação.
De acordo com Gil (2008), pode se definir método como caminho para chegar-se a um
determinado fim. Método científico como um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos
adoptados para se atingir o conhecimento.

Para esta pesquisa usou-se o método hipotético-dedutivo que consistiu em iniciar pela percepção
de uma lacuna nos conhecimentos acerca da qual formula hipóteses e pelo processo de inferência
dedutiva, testa a predição da ocorrência de fenómenos abrangidos pela hipótese (Marconi &
Lakatos 2009).

3.1. Tipo de pesquisa

A pesquisa é caracterizada quanto ao objectivo, quantos aos procedimentos e quanto a


abordagem.
21

3.1.1. Quanto ao objectivo


Segundo Gil (2008), as pesquisas descritivas têm como objecto primordial a descrição das
características de determinada população, fenómeno ou, então, o estabelecimento de relações
entre variáveis.

Segundo o mesmo autor, as pesquisas exploratórias têm como objectivo proporcionar maior
familiaridade com o problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.
Podendo assim se dizer que estas pesquisas têm como objectivo principal o aprimoramento das
ideias ou a descoberta de intuições. Seu planeamento é, portanto, bastante flexível, de modo que
possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao facto estudado.

Por outro lado, a pesquisa explicativa pode ser a continuação de outra descritiva, posto que a
identificação dos factores que determinam um fenómeno exige que este esteja suficientemente
descrito e detalhado.

Para esta pesquisa, adoptou-se a pesquisa exploratória porque segundo Selltiz, Wrightsman e
Cook (1965), este tipo de pesquisa busca descobrir ideias e intuições, na tentativa de adquirir
maior familiaridade com o fenómeno pesquisado.

3.1.2. Quanto à abordagem


Quanto à abordagem, para este estudo, para este estudo, foi adoptada uma abordagem qualitativa,
conforme explicado no principio, porque se trata de um estudo de caso cujos resultados não são
extrapoláveis e usou-se análise de conteúdo. Segundo Malhotra (2006), a “pesquisa qualitativa é
uma pesquisa não estruturada e exploratória baseada em pequenas amostras que proporcionam
percepções e compreensão do contexto do problema”. Acrescenta Koche (2009) que o método
qualitativo contribui com procedimentos racionais e intuitivos capazes de contribuir com a
compreensão dos fenómenos.

3.1.3. Quanto aos procedimentos


Beuren (2009) defende que existe vários tipos de pesquisa, quanto aos procedimentos podem ser:
bibliográfica, documental, experimental, levantamento, estudo de caso e participante.

A técnica de recolha de dados foi efectuada por meio da revisão bibliográfica. Segundo Martins
(2006), é a que se efectua para resolver problema ou adquirir conhecimento a partir de consultas
22

a livros, artigos, jornais, entre outros. Tem como objectivo recolher, seleccionar, analisar e
interpretar as contribuições teóricas já existentes sobre determinado assunto.
Desenvolveu-se, tentando explicar o problema, através de teorias publicadas em livros, artigos,
etc. Segundo Gil (2002), o objectivo deste tipo de pesquisa é de conhecer e analisar as principais
contribuições teóricas existentes sobre um determinado assunto ou problema, tornando-se um
instrumento indispensável para qualquer pesquisa.
Marconi e Lakatos (2008) defendem que pesquisa bibliográfica abrange toda bibliografia já
tornada pública em relação ao tema em estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais,
revistas, livros, monografias até mesmo meios de comunicação orais: gravações em fita
magnética, rádio, televisão.

A pesquisa ou recolha bibliográfica consistiu na consulta de livros e artigos que falam sobre a
demonstração de fluxo de caixa. O trabalho usou a pesquisa bibliográfica porque fornece
informações mais confiáveis em relação aos outros instrumentos de recolha de dados.

3.2. Estudo de Caso


De acordo com Beuren (2009) estudo de caso caracteriza-se principalmente pelo estudo
concentrado de um único caso.
De acordo com Andrade et al., (2007) a colecta de dados é efectuada “no campo” onde ocorrem
espontaneamente os fenómenos, uma vez que não há interferência do pesquisador sobre eles.
E a elaboração do caso de estudo do presente trabalho, cingiu-se principalmente em relatórios e
contas da empresa em análise os quais foram os objectos de análise.
Para esta pesquisa o delineamento do campo de estudo constituiu em um facto primordial para
facilitar a colecta de dados conciliando as respectivas técnicas.

3.3. Pesquisa documental


Segundo Moresi (2003), a pesquisa documental é realizada em documentos conservados no
interior de órgãos públicos e privada de qualquer natureza, ou com pessoas: registos,
regulamentos, memorandos, filme, fotografias.

Para o presente trabalho, foi priorizada a pesquisa documental, que permitiu a recolha de dados a
partir de alguns relatórios da empresa em estudo, que ajudaram na interpretação dos resultados
23

obtidos. A escolha deste instrumento deve-se a sua facilidade em atender aos objectivos da
pesquisa assim como comparar e confrontar dados e provas.

3.4. Procedimento para análise de dados

A análise de dados foi feita mediante a descrição e comparação da informação apresentada pelas
Demostrações Financeiras em função do pronunciamento de especialistas (autores).

3.5. Limitações da Pesquisa


O que constituiu uma limitação na elaboração da presente pesquisa foi o facto de não ter
conseguido ter acesso aos agentes de pesquisa, ou seja, notou-se certa indisponibilidade em
responder ao questionário, fornecendo apenas as demostrações financeiras, facto que possibilitou
apenas à análise documental.

Outra limitação prendeu-se ao facto de ter tido acesso apenas às demostrações financeiras
respeitantes ao período mais recente de 2018 a 2020, embora queria ter desenvolvido a pesquisa
para o período de 2021, de forma abrangente.
24

CAPÍTULO IV – ESTUDO DE CASO


4.1. Arco Investimentos S.A
A ARCO INVESTIMENTOS, S.A. é uma Sociedade Anónima, e foi constituída por tempo
indeterminado, contando-se o seu início, para todos os efeitos jurídicos, a partir da data da sua
constituição, em 13 de Janeiro de 2011. A ARCO INVESTIMENTOS tem por objecto o
exercício das seguintes actividades:
a) Promoção de investimentos;
b) Desenvolvimento de espaços para projectos imobiliários;
c) Promoção e Desenvolvimento imobiliário;
d) Desenvolvimento turístico;
e) Prospecção e exploração de recursos naturais;
f) Desenvolvimento de infra-estruturas;
g) Serviços e logística.
A sociedade poderá exercer outras actividades subsidiárias ou complementares do seu objecto
principal, nomeadamente, nas áreas de indústria, comércio e serviços e poderá praticar todos os
actos complementares da sua actividade.
A sociedade poderá, ainda, exercer qualquer outra actividade distinta do seu objecto principal,
desde que para o efeito obtenha as necessárias autorizações e licenças que a Lei para tal permita.
Empresa cotada na Bolsa de Valores.
 Principais políticas contabilísticas
As principais políticas contabilísticas utilizadas na preparação das Demonstrações Financeiras
foram os seguintes:
a) Activos Fixos Intangíveis
Os activos intangíveis estão valorizados ao custo de aquisição, líquido das amortizações
acumuladas. As amortizações são calculadas segundo o método das quotas constantes, numa
base duodecimal, de forma a amortizar o seu valor ilíquido durante a vida útil esperada do activo.
b) Activos tangíveis
Os Activos Tangíveis são mostrados ao valor de aquisição, deduzido das depreciações
acumuladas. As depreciações são calculadas segundo o método das quotas constantes, numa base
25

duodecimal, sobre os valores de aquisição, de forma a reintegrar totalmente os bens no fim da


sua vida útil esperada.
c) Reconhecimento do rédito
Os proveitos líquidos de descontos que excluem o imposto sobre valor acrescentado representam
o valor facturado de serviços fornecidos pela empresa. A empresa mensura o proveito pelo justo
valor de retribuição recebida ou a receber. O proveito é reconhecido apenas quando é provável
que os benefícios económicos inerentes a transacções fluam para a entidade, e a quantia do
proveito, custos associados incorridos ou a serem incorridos possam ser mensurados com
fiabilidade.

d) Moeda de relato
A moeda de relato é o Metical. As transacções em moeda estrangeira são convertidas, no
momento do seu reconhecimento inicial, à taxa de câmbio existente na data da transacção. Os
activos monetários expressos em moeda estrangeira são convertidos à taxa de câmbio
prevalecente na data da sua liquidação ou do Balanço, entre elas a que ocorrer primeiro. As
diferenças cambiais resultantes da liquidação ou conversão de activos ou passivos monetários
são incluídas nos resultados do período em que ocorram e divulgados. As diferenças cambiais
resultantes da liquidação ou conversão de activos e passivos monetários são incluídas nos
resultados do período em que ocorram, e divulgados como ajustamento de instrumentos
financeiros.

e) Imposto
A despesa do imposto inclui apenas o imposto corrente. Impostos correntes são reconhecidos
como uma despesa ou receita na demonstração de resultados excepto quando se referem a itens
directamente creditados ou debitados ao capital próprio, caso em que o imposto é reconhecido
directamente no capital próprio. O encargo do imposto corrente é baseado nos resultados dos
períodos ajustados pelos itens que não ARCO INVESTIMENTOS, SA Notas às Demonstrações
Financeiras referentes ao ano findo a 31 de Dezembro de 2019 Valores expressos em Meticais
(MZN) 14 são tributáveis ou dedutíveis. O imposto corrente é mensurado pela quantia que se
espera ser paga usando as taxas fiscais, que tenham sido decretadas ou substantivamente
decretadas a data do balanço.
26

f) Imparidade dos activos financeiros


Os activos financeiros que não sejam avaliados pelo justo valor através dos resultados, são
avaliados por indicadores de imparidade a data do balanço. Os activos financeiros são
questionados e perdas por imparidade são consideradas incorridas quando há uma evidência
objectiva de que, como resultado de um ou mais eventos que tenham ocorrido posteriormente ao
reconhecimento inicial do activo financeiro, a empresa não terá capacidade de cobrar na sua
totalidade os valores devidos de acordo com as condições inicias do activo financeiro e que isso
tenha impacto nos fluxos de caixa previsto no futuro.
g) Desconhecimento
Os activos financeiros ou uma parte deles são desconhecidos quando expiram os direitos
contratuais da empresa sobre os fluxos de caixa, quando a empresa transfere substancialmente
todos riscos e vantagens relacionados com o activo financeiro transferido, ou quando a empresa
não transfere e nem retêm substancialmente todos riscos e vantagens do activo financeiro
transferido, mas perde o controlo sobre o activo financeiro transferido. No desconhecimento, a
diferença entre o valor escriturado do activo financeiro e valor recebido, para além de qualquer
outro ajustamento anteriormente efectuado no capital próprio para reflectir o justo valor, será
transferida para resultados. Os passivos financeiros ou parte deles são de reconhecidos quando
estiver terminada, cancelada ou expirada a obrigação estipulada no contracto. No
desconhecimento a diferença entre o valor escriturado do passivo financeiro incluindo os custos
não amortizados que lhe são relacionados, e os valores pagos são transferidos para resultados.
h) Compensação
Quando existe um direito legal de compensação entre activos e passivos financeiros
reconhecidos e não há intenção de pagar o passivo e realizar o activo simultaneamente, ou quitá-
lo pelo valor líquido, todos efeitos financeiros relacionados são compensados. ARCO
INVESTIMENTOS, SA Notas às Demonstrações Financeiras referentes ao ano findo a 31 de
Dezembro de 2019 Valores expressos em Meticais (MZN)
27

i) Imparidade de activos não correntes, excepto goodwill Activos financeiros


O valor recuperável de um activo financeiro pode vir a ser reduzido se houver uma evidência
objectiva de que um ou mais acontecimentos afectaram negativamente os fluxos de caixa
estimados futuros desse activo.
Uma perda por imparidade a respeito de um activo financeiro registado pelo custo amortizado é
calculada como a diferença entre o seu valor contabilístico, e o valor actual dos fluxos de caixa
estimados futuros, descontados à taxa de juro efectivo original. Uma perda por imparidade a
respeito de um activo financeiro disponível para venda é calculada por referência ao seu valor
justo corrente. Os activos financeiros individualmente significativos são testados para
imparidade numa base individual. Os activos financeiros remanescentes são avaliados em grupos
que partilhem características de risco de crédito semelhantes. Todas as perdas por imparidade são
reconhecidas em lucros ou perdas. Todas as perdas acumuladas respeitantes a um activo
financeiro disponível para venda que foram previamente reconhecidas em capitais próprios são
transferidas para lucros ou perdas. Uma perda por imparidade é anulada se a anulação puder ser
objectivamente relacionada a um acontecimento que ocorrer depois da perda por imparidade ter
sido reconhecida. Para os activos financeiros medidos ao custo amortizado e activos financeiros
disponíveis para venda que sejam títulos de dívida, a anulação é reconhecida em lucros ou
perdas. Para os activos financeiros disponíveis para venda que sejam títulos negociáveis de
capitais próprios, a anulação é reconhecida directamente em capitais próprios. Activos não
financeiros Os valores contabilísticos dos activos não-financeiros da Empresa, com excepção das
existências, são revistos na data de cada relatório para determinar se existe alguma indicação de
imparidade. No caso de existir essa indicação, o valor recuperável do activo é estimado. Para o
goodwill e activos incorpóreos com uma vida útil indefinida, o valor recuperável é estimado na
data de encerramento de cada exercício económico. Uma perda por imparidade é reconhecida
sempre que o valor contabilístico de um activo ou da sua unidade geradora de caixa exceder o
seu valor recuperável. Uma unidade geradora de caixa é o grupo de activos identificáveis mais
pequenos que gera fluxos de caixa largamente independentes dos outros activos e grupos. As
perdas por imparidade são reconhecidas na demonstração de resultados. As perdas por
imparidade ARCO INVESTIMENTOS, SA Notas às Demonstrações Financeiras referentes ao
ano findo a 31 de Dezembro de 2019 Valores expressos em Meticais (MZN) 16 reconhecidas a
28

respeito das unidades geradoras de caixa são atribuídas para reduzir o valor contabilístico dos
activos na unidade geradora de caixa numa base pro rata.

j) Caixa e Equivalentes de Caixa


Os montantes incluídos na rubrica de caixa e equivalentes de caixa correspondem aos valores de
caixa em cofre, depósitos bancários à ordem, depósitos a prazo e outras aplicações de tesouraria,
vencíveis a menos de três meses, e que possam ser imediatamente mobilizáveis com risco de
alteração de valor insignificante. Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a rúbrica de
caixa e equivalentes de caixa compreende também os descobertos bancários incluídos na rubrica
de empréstimos e descobertos bancários, no balanço.

4.2. Apresentação de dados


O processo de análise de dados do tema “Análise do Fluxo de Caixa como Instrumento para a
Tomada de Decisão nas Pequenas e Medias Empresas: Caso Arco Investimentos S.A (2018-
2020) ”, foi feito com base na análise de conteúdo da entrevista feita e das DF’s da empresa
Arco Investimentos S.A.
4.2.1. Demonstração de Fluxo de Caixa da Arco Investimentos SA, nos anos 2018 a 2021
A empresa dispõe de uma contabilidade organizada que permite a elaboração da Demonstração
de Fluxo de caixa pelo método directo. Neste trabalho foi analisado a DFC dos anos de 20218 a
2020.
Para os períodos em análise apurou-se os seguintes resultados:
Tabela 1:Demonstrações de fluxo de caixa da Arco Investimentos SA
Rúbricas 2020 2019 2018
Valores (MZN)
Fluxo de caixa de actividades operacionais
Resultado líquido do período (840.000) (834.671) 2.173.597
Ajustamento ao resultado relativos a:
Depreciações e amortizações - 26.201 40.791
Ajustamentos ao resultado transitado 119.566 - -
29

Abate de activos intangíveis 113.521 - -


Antes das alterações no fundo de maneio (607.512) (808.470) 2.214.388
Variação de outros activos correntes 514.406 680.628 (2.084.097)
Acréscimos e diferimentos 84.289 25.641 (14.559)
Variação de outros passivos correntes (17.264) 54.362 (255.896)
Caixa liquida usada nas actividades (26.081) (47.839) (140.164)
operacionais

Fluxos de caixa das actividades de investimento


Pagamentos respeitantes a:
Aquisição de investimentos financeiros - - (909.000)
Caixa liquida usada nas actividades de - - (909.000)
investimento

Fluxos de caixa das actividades de financiamento


Recebimentos respeitantes a actividades de - - -
financiamento
Pagamentos respeitantes a actividades de - - -
financiamento
Caixa liquida usada nas actividades de - - -
financiamento

Variação de caixa e equivalentes de caixa (26.081) (47.839) (1.049.164)


Caixa e equivalentes de caixa no início de 183.512 231.351 1.280.515
período
Caixa e equivalentes de caixa no fim de 157.432 183.512 231.351
período
Fonte: elaborado com base nos relatórios e contas da Arco Investimentos (2018 a 2020)

a) Actividades operacionais
30

Segundo NCRF 2 o fluxo de actividades operacionais representa um indicador essencial, na


medida em que compreende as operações geradoras de fluxos de caixa suficientes para fazer face
às responsabilidades da entidade.

Uma empresa que consegue manter suas actividades operacionais com seus próprios recursos
significa que ela terá um retorno financeiro com menor tempo e que, provavelmente, continuará
em funcionamento por um longo período. Este fato poderá atrair mais investidores, maiores
benefícios e facilidades para empresa perante o mercado.
No presente estudo, pode se constatar que nos três (03) anos em análise a Arco Investimentos
S.A apresentou fluxos de caixa negativo, demonstrando que a empresa não teve uma gestão
operacional muito boa, sendo o ano 2018 que apresentou resultados superiores aos anos 2019 e
2020. Os fluxos de caixa das actividades operacionais em 2019 decresceram.

b) Actividades de investimento
Segundo a NIRF 2, o fluxo de caixa das actividades de investimento representam a extensão pela
qual os dispêndios foram feitos relativamente a recursos destinados a gerar rendimento e fluxos
de caixa futuros.
Nos três anos em análise a empresa teve não a capacidade de gerar fluxos operacionais positivos,
o que pode impossibilitar a realização de alguns investimentos que geram retorno para a mesma.
No período de 2018 fizeram investimentos no montante de 909.000,00 MZN, e nos períodos de
2019 e 2021 não houve investimentos.
Em relação aos anos 2019 e 2020 a empresa deixou de investir, transformando assim seus
investimentos em caixa e equivalentes de caixa.
A empresa apresentou resultado positivo no fluxo de caixa de 2018 o que
demonstra que neste exercício poderia investir com recursos gerados internamente
(recursos próprios) sem recorrer a capital alheio para realizar tal investimento.

c) Actividades de financiamento
Segundo a NIRF 2, o fluxo de caixa das actividades de financiamento são importantes porque é
útil na predição de reivindicações futuras de fluxos de caixa pelos fornecedores de capitais á
entidade.
31

Relativamente às actividades de financiamento, nos três anos em análise a empresa não


apresentou algum financiamento, representando assim uma tesouraria não muito boa para a
actividade da empresa, onde não recorreu a capital próprio bem como a capitais alheiros para
fazer face as actividades.
4.3. Análise e Interpretação dos resultados
A tabela abaixo demostra o fluxo de caixa gerado pelas actividades no período em análise

Tabela 2:Fluxo de caixa gerado pelas actividades operacionais de 2018 a 2020.


Período 2018 2019 2020
Fluxo de Caixa (140.164,00) (47.839,00) (26.081,00)
operacional
Fonte: elaborado com base nas DF’s da Arco (2018 a 2020)

Respeitante ao fluxo de caixa gerado pelas actividades operacionais, a empresa em estudo


registou no ano 2018 o montante negativo de 140.164,00 ( Cento e Quarenta Mil e Cento e
Sessenta e Quatro Meticais); no ano de 2018 registou o montante, também negativo, de
47.839,00 (Quarenta e Sete Mil e Oitocentos e Trinta e Nove Meticais; e para o ano de 2020 a
empresa registou o montante negativo de 26.081,00 ( Vinte e Seis Mil e Oitenta e Um Meticais).
Nota-se que em todos os anos os fluxos de caixa operacionais foram negativos, mesmo
mostrando uma melhoria do ano 2018 a 2019 houve uma variação negativa de 92.325,00 o que
em termos percentuais corresponde a aproximadamente 66%; do ano 2019 para 2020 houve
também redução de 21.758,00 que em termos percentuais corresponde a aproximadamente 45%.

Notou-se que para o ano de 2018 para 2019 uma das causas, dentre as diversas, da redução do
valor foi a variação (aumento) de outros activos correntes, ou seja, para o ano de 2018 foi
registado valor de 2.084.097,00 (Dois Milhões e Oitenta e Quatro Mil e Noventa e Sete Meticais)
negativo o que aumentou variou no ano 2019 para 680.628,00 (Seiscentos e Oitenta Mil e
Seiscentos e Vinte e Oito Meticais) positivos.

Em geral, a empresa mostrou que não conseguiu gerar lucros a partir das suas actividades
principais uma vez que o fluxo de caixa das actividades operacionais em todos os anos foi
negativo.
32

Relativamente ao fluxo de caixa das actividades de Investimento, a tabela abaixo indica a sua
variação:

Tabela 3.Fluxo de caixa das actividades de investimentos de 2018 a 2020.


Período 2018 2019 2020
FCI (909.000,00) - -
Fonte: elaborado com base nas DF’s da Arco (2018 a 2020)

Relativamente ao Fluxo de caixa das actividades de investimento, a empresa em análise apenas


registou um montante negativo de 909.000 (Novecentos e Nove Mil Meticais) decorrentes da
aquisição dos Instrumentos Financeiros no ano de 2018 (O investimento financeiro no montante
de 909.000 Meticais, corresponde a 909 Acções ordinárias nominativas @ 1000.00). Para o ano
de 2019 e 2020 não houve nenhum registo das actividades de investimento.

Em geral, nota-se que apenas houve investimento no ano de 2018, o que pode ter ocorrido devido
a certas políticas internas.

Relativamente ao Fluxo de caixa das actividades de Financiamento, a tabela abaixo indica a sua
variação:

Tabela 4: Fluxo de caixa das actividades de financiamento de 2018 a 2020

Período 2018 2019 2020


FCF - - -
Fonte: elaborado com base nas DF’s da Arco (2018 a 2020)

No que tange aos recebimentos respeitantes às actividades de financiamento assim como aos
pagamentos respeitantes às actividades de financiamento, ou simplesmente Fluxo de Caixa das
actividades de Financiamento, a Arco Investimentos não arrolou nenhum registo.

Feita verificação dos fluxos de caixa de financiamento, analisou-se os aspectos respeitantes a


caixa e equivalentes de caixa, a tabela abaixo indica a sua variação:
33

Tabela 5: Variação de caixa 2018 a 2020

Período 2018 2019 2020


FCF - - -
Fonte: elaborado com base nas DF’s da Arco (2018 a 2020).

Quanto à variação de caixa e equivalentes de caixa, no ano de 2018 a empresa registou um


resultado negativo de 1.049.164 (Um Milhão e Quarenta e Nove Mil e Cento e Sessenta e Quatro
Meticais); o mesmo registo negativo foi efectuado no ano de 2019 no montante de 47.839,00
(Quarenta e Sete Mil e Oitocentos e Trinta e Nove Meticais); no ano de 2020 o mesmo
procedimento é verificado na medida em que a empresa registou uma variação de caixa e
equivalentes de caixa negativa no valor de 26.081 (Vinte e Seis Mil e Oitenta e Um meticais).
Este fenómeno ocorrido nos anos de 2018 e 2019, 2020 significa que a empresa gastou um
montante de caixa superior ao que foi internamente gerado pelas suas actividades nos três anos
analisados.

Olhando para o caixa e equivalentes de caixa no início e no fim do exercício, pode-se constatar
que o registo do valor vem decrescendo durante o desenvolvimento das actividades. No ano
2018, a empresa havia registado um montante inicial de 1.280.515,00 (Um Milhão e Duzentos e
Oitenta Mil e Quinhentos e Quinze Meticais) e que no fim reduziu em aproximadamente 82%
passando para saldo final de 231.351,00 ( Trezentos e Trinta e Um Mil e Trezentos e Cinquenta e
Um Meticais).

Para o ano de 2019 registou-se um montante inicial de 231.351,00 ( Trezentos e Trinta e Um Mil
e Trezentos e Cinquenta e Um Meticais) e que no fim reduziu em aproximadamente 21%
passando para saldo final de 183.512,00 (Cento e Oitenta e Três Mil e Quinhentos e Doze
Meticais).
34

E por fim para o ano de 2020 registou-se um montante inicial de 183.512,00 (Cento e Oitenta e
Três Mil e Quinhentos e Doze Meticais), tendo sido reduzido em aproximadamente 14%
passando para saldo final de 157.432,00 (Cento e Cinquenta e Sete Mil e Quatrocentos e Trinta e
Dois.

Notou-se que, mesmo apresentando saldos negativos, o índice da utilização dos recursos de caixa
e equivalentes de caixa foi reduzindo ao longo do período de 2018, 2019 e 2020 tendo os
montantes negativos de 1.049.164,00, 47.839,00 e 26.081,00 respectivamente.
35

CAPÍTULO V – CONCLUSÕES E SUGESTÕES


5.1. Conclusões
A análise da Demonstração dos Fluxos de Caixa constitui um dos estudos mais importantes,
despertando um enorme interesse tanto para os administradores internos da empresa, como aos
diversos segmentos de usuários externos.
Com relação a Demonstrações de Fluxo de Caixa da Arco Investimentos SA., depois de
analisadas observou-se que o método usado para a sua elaboração é o directo. Segundo Caiado e
Gil (2004), diz que o método directo permite a divulgação dos componentes de fluxos de caixa
dos recebimentos e pagamentos em termos brutos.
Nesta modalidade de fluxo de caixa refere-se às transacções originadas das actividades
operacionais, de investimento e de financiamentos, nesse estudo apresentado pelo método directo
que explicita os recebimentos (clientes, juros, dividendos e outros) e os pagamentos
(empregados, fornecedores de produtos e serviços, juros, impostos e outros) brutos de dinheiro
dos componentes das actividades, baseado no Balanço Patrimonial, nas Demonstração dos
Lucros ou Prejuízos Acumulados; na de Resultado do Exercício e na do Fluxo de Caixa, assim os
gestores da empresa têm informações formuladas segundo suas necessidades, especificando os
pontos mais relevantes. Pelo método directo os Recursos Derivados das operações são indicados
a partir dos recebimentos e pagamentos decorrentes das operações normais efectuados durante o
período.
Para Maximiano (2000), o usuário dessa demonstração tem uma visão do planeamento, da
tomada de decisão e da capacidade do gestor em lidar com muitas das acções concernentes ao
caixa.” A Demonstração do Fluxo de Caixa analisada, em conjunto com as demais
demonstrações financeiras, gera informações que auxiliam os usuários na avaliação de liquidez,
solvência, e capacidade que as empresas possuem em se adaptar às novas circunstâncias e
aproveitar as melhores oportunidades de investimento. É oportuno lembrar que o modelo da
demonstração apresentado é ferramenta de apoio no processo de tomada de decisão.
Portanto, fica evidenciada a necessidade de se prestar especial atenção ao caixa gerado pelas
actividades operacionais, uma vez que ele é o termómetro aferidor do potencial de sucesso da
organização, o demonstrativo do fluxo de caixa pelo método directo na empresa, teve o objectivo
36

de informar como comportou-se o fluxo de pagamentos e recebimentos no período. O fluxo de


caixa busca informações no financeiro da entidade.
É através dele que a empresa planeia e toma decisões importantes de investimentos,
financiamentos, distribuição de recursos, entre outros fundamentais para a continuidade das
operações normais do seu negócio.
A empresa no ano de 2018 apresentou um fluxo de caixa operacional positivo, envolvendo
apenas as actividades relacionadas à sua funcionalidade, ou seja, suas operações comuns, sendo
que no ano de 2018 apresentava um fluxo de caixa superior aos anos de 2019 e 2020 devido a
uma boa gestão dos fluxos de caixa das actividades operacionais. Em 2019 e 2020 o saldo dos
fluxos de caixa foi negativo o que podemos constatar que nesse período as actividades
operacionais não geraram capital suficiente para fazer face as despesas de investimento e de
financiamento.
Em relação a actividade de investimentos, a empresa nos três anos em análise só apresentou
investimentos no ano de 2018 e é importante que os gestores saibam que a actividade de
investimento examina a quantidade de capital que a empresa gerou e gastou com as despesas de
capital, tais como, aquisição de novos equipamentos ou qualquer outro activo que será preciso
para manter o negócio.
A empresa não apresentou financiamento nos três anos em análise, o que pode ser bom assim
como não.
Para evitar esta situação a empresa terá que ter em atenção a gestão operacional, pois a
actividade operacional compreende as operações geradoras de fluxos de caixa para fazer face às
responsabilidades financeiras da entidade.
Mediante à pergunta, inicialmente estabelecida, ou seja, Será que o fluxo de caixa da Arco
Investimentos, SA contribuiu como instrumento de gestão Financeira? Feita a pesquisa,
concluiu-se que, para o ano em análise, o fluxo de caixa da Arco Investimentos, SA contribuiu
como instrumento de gestão Financeira.
37

5.2. Sugestões
Neste contexto, sugere-se:

 Aos gestores da Arco que adoptem continuamente o fluxo de caixa como instrumento de
gestão financeira;
 Aos gestores da Arco que optem sempre pela actualização e na busca de alternativas
capazes de fazer que a empresa atinha os seus objectivos.
 A quem possa se interessar que analise outros itens das demonstrações financeiras a fim
de verificar se estão em conformidade com o pronunciamento recomendado pelos
especialistas, bem como outros elementos da gestão financeira.
38

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40

Anexos

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