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1.

Introdução
A fruticultura praticada em Moçambique pode ser considerada, atualmente, uma das
principais atividades agrícolas. Nesse contexto, merece destaque a fruticultura irrigada,
existindo, hoje, muitos polos de irrigação em franco desenvolvimento, nos quais a cultura da
bananeira apresenta destacada importância socioeconómica.
A bananeira encontra, nos projetos irrigados o, condições climáticas das mais favoráveis,
registrando-se, em algumas cultivares, produtividade superior a 80 t/ha/ano. Isso ocorre, pela
excelente resposta agronômica da bananeira às condições de clima e solo predominantes e,
principalmente, porque a nível de pequeno produtor, a cultura apresenta, após o início da
colheita, um fluxo de caixa quase contínuo, permitindo aos produtores remuneração em
curtos intervalos de tempo.
Este aspecto é de fundamental importância, pela pouca disponibilidade de capital de giro na
pequena propriedade agrícola, pois possibilita a sobrevivência financeira do empreendimento
agrícola na época de entres safra de outras fruteiras ou cultivos temporários.
A expansão da cultura da banana em bases tecnológicas e empresariais modernas tem
proporcionado o aumento da renda e do emprego em várias partes do Nordeste brasileiro e
contribuído para a consolidação de um novo modelo de desenvolvimento regional baseado
nos pólos agrícolas de alta competitividade.
Apesar da ocorrência de muitas espécies de insetos em bananais, poucas causam danos
significativos à produção, sendo de fundamental importância a identificação das principais
pragas e o seu monitoramento populacional para subsidiar a tomada de medidas de controle.
Também várias doenças podem causar severas perdas na produção, além de comprometer a
qualidade da fruta. O baixo rendimento é dado principalmente a práticas inadequadas de
manejo, ao ataque de pragas e à ocorrência de doenças, que diminuem a capacidade produtiva
e a viabilidade da cultura.
1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
O presente trabalho tem como objetivo geral compreender a importância da cultura da
bananeira no desenvolvimento agrícola.
1.1.2. Objectivos Específicos
 Descrever a cultura da bananeira como um todo;
 Identificar as características e aplicação da cultura de bananeira;
 Indicar a origem da cultura de bananeira em Moçambique e as regiões onde é
praticada;
2. Metodologia
Esse capítulo é reservado para a descrição dos processos metodológicos, usados para o
desenvolvimento da presente pesquisa. De acordo com GALLIANO (1986) a metodologia
corresponde aos procedimentos que serão utilizados para a realização do trabalho, bem como
o uso dos mecanismos de resolução das questões específicas do trabalho como se deve
resolver uma questão.
O presente estudo, visa contribuir para o desenvolvimento do conhecimento científico,
usando para tal o método científico como base para a realização do mesmo. Segundo
GALLIANO (1986, pg. 19) “o conhecimento científico resulta da investigação metódica,
sistemática, da realidade. Ele transcende os fatos e os fenómenos em si mesmos, analisa-os
para descobrir suas causas e concluir as leis gerais que os regem”.
2.1. Tipo de pesquisa
Para se desenvolver uma determinada pesquisa, é necessário entender o que é uma pesquisas
e como classificar a mesma, nessa perspectiva, GIL (2008) define a pesquisa, como “o
processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objecto
fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de
procedimentos científicos”. Para elaboração da presente pesquisa, foram usados os seguintes
métodos:
 Qualitativa
Segundo ANDRADE (2007), pesquisa qualitativa esta relacionada ao levantamento de dados
sobre motivação de um grupo, em compreender e interpretar determinados comportamentos,
a opinião e as expectativas dos indivíduos de uma população.
 Quantitativo
Esse tipo de estudo caracteriza-se pelo uso de ferramentas estatísticas para o tratamento dos
dados, visando medir as relações existentes entre variáveis, que por sua vez são previamente
estabelecidas, à semelhança das hipóteses. (ANDRADE, 2007)
2.2. Método de abordagem
Segundo GIL (2008), os métodos de abordagens buscam a relação entre o campo teórico e o
campo empírico. Os métodos de abordagens possuem um carácter mais geral e fornecem as
bases lógicas do raciocínio que norteiam o desenvolvimento da pesquisa científica. No
presente estudo, foi aplicado o método hipotético-dedutivo, que foi a base usada para
elaboração de hipóteses, estabelecidas previamente e cuja validação ou refutação
constituíram os principais alicerces para o alcance das conclusões do trabalho.

2.3. Método de procedimento


Os métodos de procedimento, também chamados de específicos ou discretos, estão
relacionados com os procedimentos técnicos a serem seguidos pelo pesquisador dentro de
determinada área de conhecimento (GIL, 2008). Para o presente trabalho, foram usados os
seguintes métodos:
Método Estatístico – representa a redução de fenómenos sociológicos, políticos, económicos
e outros em termos quantitativos, e a manipulação estatística, que permite comprovar as
relações dos fenómenos entre si, e obter generalizações sobre sua natureza, ocorrência ou
significado (MARCONI E LAKATOS, 2003, pg. 108).
Método monográfico – método monográfico consiste no estudo de determinados indivíduos,
profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter
generalizações. (MARCONI E LAKATOS, 2003, pg. 108).
2.4. Técnicas e instrumentos de investigação
As técnicas e instrumentos de investigação implementados na realização da pesquisa são:
Técnica de Entrevista – de acordo com MARCONI E LAKATOS (2003, pg. 276)
Entrevista é o acto de natureza interactiva que permite tratar assuntos complexos, que
dificilmente poderiam ser investigados adequadamente através de questionários, explorando-
os em profundidade.
Técnica de questionário – serviu de material para suprir o referencial teórico e de guia para
o desenvolvimento das hipóteses, pergunta de pesquisa e outros componentes pré-textuais do
trabalho.
2.5. População e Amostra
Segundo GIL (2008), população é um conjunto definido de elementos que possuem
determinadas características. Comummente fala-se de população como referência ao total de
habitantes de determinado lugar.
Ainda para GIL (2008), Amostra é um subconjunto da população, por meio pelo qual se
estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população.
2.6. Tipo de Amostragem
De acordo com LAKATOS e MARCONI (2003, p.112), a amostra intencional apresenta-se
como representativa do universo. Entende-se por sujeito-tipo aqueles que representam as
características típicas de todos os integrantes que pertencem a cada uma das partes da
população. A amostragem aleatória é um método de selecção dos elementos da amostra, em
cada um deles tem uma probabilidade igual (e não nula) de ser seleccionada do universo.

3. Revisão da Literatura
Muitas pragas e doenças causam danos econômicos às culturas e com a bananicultura não é
diferente, sendo importante fazer um estudo de suas ocorrências e quantifica-las nas
principais regiões produtoras. Assim justifica-se a realização de levantamentos de dados e
seus estudos na atividade da bananicultura no estado para que possam ser úteis para o
desenvolvimento de práticas sustentáveis no manejo e produção da cultura.
3.1. A banana e sua origem
Segundo BORGES e SOUZA (2004), a banana (Musa ssp.) tem como centro de origem, o sul
e sudeste do continente Asiático. Estende-se desde a Índia até a Papua Nova Guiné, incluindo
a Malásia e a Indonésia. Supõe-se que nesta região o homem a tenha utilizado durante toda a
sua história, pois, a história das cultivares de banana está intimamente ligada às populações
humanas nos trópicos e é possível que a domesticação da bananeira tenha iniciado de forma
paralela à agricultura dos cultivos alimentícios.
As primeiras plantas de bananeiras chegaram no continente Americano no ano de 1516
trazidas por Frei Tomas de Berlenga, ele era bispo de Panamá na época. Nos meados do
século XIX a produção de banana adquiriu importância mundial chegando ao segundo lugar
logo atrás das uvas e um crescimento ótimo, prejudicada somente na I e II guerras mundiais e
na depressão econômica dos anos trinta.
A bananeira é uma planta típica da zona tropical, portanto ela encontra-se em condições
climáticas satisfatórias para seu cultivo em quase todo mundo, destacando-se as regiões
Norte, Nordeste, Centro – Oeste, grande parte da região Sudeste e alguns microclimas do Sul.
A planta precisa de calor constante, chuvas bem distribuídas e umidade elevada (BORGES e
SOUZA, 2004).
Também se mostrou excelente matéria-prima para a produção de artefactos de uso diário,
como cestos e balaios. Os métodos de preparo do material foram gradualmente desenvolvidos
e passados de geração em geração, sendo utilizados até hoje na elaboração de peças de
artesanato.
A banana é uma das frutas mais consumidas do nosso planeta, ela tem uma ótima composição
nutricional possuindo Vitaminas A, B e C. A presença de três tipos diferentes de açúcares
naturais, sacarose, frutose e glicose. Cultivada principalmente em regiões tropicais é uma
cultura perene e de crescimento rápido, os quais os frutos podem ser colhidos durante todo o
ano e são importantes para as economias de muitos países em desenvolvimento (FAO, 2019).

Dentre os principais fatores determinantes na qualidade da banana, destacando-se o ponto de


colheita do cacho, condições de crescimento da planta, cuidados no manuseio do cacho e
fatores bióticos, os quais são ataque de pragas e doenças. Saber reconhecer as principais
pragas que ocorrem no bananal é indispensável para a tomada de medidas corretas de
controle, no caso de ataques severos, sem romper o equilíbrio biológico na plantação.
(BORGES et al 2006).
3.2. Características da Banana
Conforme BORGES e SOUZA (2004), a bananeira é uma monocotiledônea pertencente à
família botânica Musácea, e tem crescimento contínuo. É uma planta herbácea, com porte de
2 metros a 5 metros, com raízes fibrosas e superficiais. O caule verdadeiro é subterrâneo
(rizoma), e as folhas apresentam bainhas foliares que superpostas formam um pseudocaule
(perfilhos). A sua inflorescência tem flores masculinas, femininas e raramente hermafroditas.
Como não há polinização, não há sementes viáveis, sendo propagadas vegetativamente pelo
plantio de rizomas.
 Seu caule é subterrâneo, de onde saem as raízes primárias, em torno de três ou quatro,
podendo ter um total 200 a 500 raízes, com diâmetro menor que 0,5 mm, chegando a
ter 8 mm, sendo brancas e tenras quando são novas e saudáveis, e amareladas e
endurecidas quando fica mais velhas;
 O órgão central da bananeira é um caule rizomatoso e dele saem as raízes
subcilíndricas que se dispõem em feixe. Normalmente o sistema radicular não é muito
profundo, o que condiciona toda a instalação e gestão dos bananais.
 O rizoma da bananeira é um órgão sucoso de crescimento simpodial e nele aparecem
os rebentos, geralmente periféricos.
 Os frutos das bananeiras comestíveis são partenocárpicos e por isso a sua propagação
tem de ser por via vegetativa, através de pedaços de rizoma com um ou mais rebentos
(socas) ou por propagação.
 O pseudocaule é composto por bainhas foliares, finalizando com uma copa de folhas
compridas e largas, com nervura central desenvolvida. Uma planta pode revelar de 30
a 70 folhas, com o aparecimento de uma nova folha a cada 7 a 11 dias.
 A inflorescência sai do centro da copa, emitindo brácteas ovaladas, de coloração
normalmente roxo-avermelhada, em cujas axilas saem as flores (BORGES e SOUZA,
2004).
 A folha de bananeira tem quatro partes: bainha foliar, pseudopecíolo, nervura central
e limbo foliar.
 O pseudopecíolo da folha da bananeira começa na região em que a bainha apresenta o
ponto de início do estrangulamento em “U” e termina onde os limbos foliares se
expandem.
 As bainhas das folhas da bananeira se fixam no rizoma de forma concêntrica, gerando
arcos cujas extremidades não se tocam e determinando o aparecimento de um ponto
em que se observa um pequeno conjunto de células denominado gema lateral de
brotação.

3.3. Propagação a Bananeira


As bananeiras são propagadas vegetativamente (partes da própria planta darão origem a uma
nova planta), sendo as mudas obtidas a partir do desenvolvimento natural de filhotes ou por
técnicas de fracionamento de rizoma. No momento da propagação, as mudas podem se
encontrar em diferentes estádios de desenvolvimento ou tamanho, recebendo uma
denominação que as diferenciam e que permite a identificação dos diferentes tipos existentes.
O tipo de muda usado exerce influência direta na duração do primeiro ciclo de produção e no
peso médio do cacho (MENDONÇA, 2011).

3.3.1. Clima e Solo para plantio da bananeira


Segundo Borges e Souza (2004), os fatores que influenciam na produção da bananeira
classificam-se em fatores internos e externos. Sendo os fatores internos, os relacionados com
a genética da planta e sua variedade. E os externos, relacionados com as condições do solo,
do clima, agentes biológicos e à ação do homem interferindo nesses fatores.
A bananeira é uma planta tipicamente tropical, cujo bom desenvolvimento exige calor
constante, elevada umidade e boa distribuição de chuvas. Essas condições são registadas na
faixa compreendida entre os paralelos de 30° de latitude norte e sul, nas regiões onde as
temperaturas situam-se entre os limites de 15°C e 35°C. Há, entretanto, a possibilidade de seu
cultivo em latitudes acima de 30° de latitude norte e sul, desde que a temperatura e o regime
hídrico sejam adequados.
A bananeira é uma planta exigente em água, uma vez que seu crescimento é contínuo em
condições de temperatura suficiente, podendo emitir até uma folha por semana. A falta de
água acarreta no aumento do ciclo da bananeira, uma vez que seu metabolismo é afetado
negativamente. Como necessidades da bananeira em relação a água, os trabalhos
experimentais tem indicado a quantidade de 1800mm a 2800mm por ano.
Processo produtivo da bananeira
A bananeira é uma planta pouco erosiva e que pouco degrada o solo, porém isso não dispensa
as boas práticas na preparação do mesmo e a escolha do terreno para o plantio. O preparo do
solo visa melhorar as condições do terreno para um bom crescimento das raízes. A área
escolhida para o plantio deve ser com solos drenados, exposição Norte ou Leste,
preferencialmente e uma área pouco sujeita a ventos fortes e geadas. Para implantação do
bananal é importante fazer a análise do solo, o qual deve ter seu pH corrigido para 6,0 com
uso de calcário caso necessário. Os principais nutrientes exigidos pela banana são: nitrogênio,
fósforo, potássio, cálcio, magnésio, boro e zinco (NEGREIROS et al., 2015).
Importância económica
A fruta da bananeira tem grande importância nutricional, baixo teor calórico, contém
satisfatória quantidade de potássio e várias vitaminas como (A, B e C), minerais (cálcio,
potássio e ferro), carboidratos (23 a 32 g/100g), proteínas (1,0 a 1,3 g/100g), gordura (0,37 a
0,48 g/100g) e baixo teor calórico (90 a 120 kcal/100g). (SOUSA et al, 2012).
O cultivo da banana tem um papel fundamental para a agricultura familiar, proporcionando
atividades de rentabilidade. A base da cadeia produtiva destaca-se por sua força agrícola,
também influencia no desenvolvimento local e no crescimento econômico por meio da
fruticultura, também tem grande importância econômica para o Brasil, destacando-se como
uma das frutas mais importantes em área colhida, quantidade produzida, valor da produção e
consumo. É plantada por grandes, médios e pequenos produtores, sendo na sua maioria a
produção proveniente da agricultura familiar. (SOUSA et al, 2019).

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