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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Curso de Ciências Contábeis

Layla Emanuely de Oliveira Alves

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO COMO FERRAMENTA PARA REDUÇÃO


LEGAL DA CARGA TRIBUTÁRIA:
uma análise comparativa dos regimes tributários em uma grande empresa
de comercio varejista de Hortifrúti em Contagem MG

Contagem
2020
Layla Emanuely de Oliveira Alves

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO COMO FERRAMENTA PARA REDUÇÃO


LEGAL DA CARGA TRIBUTÁRIA:
uma análise comparativa dos regimes tributários em uma grande empresa
de comercio varejista de Hortifrúti em Contagem MG

Monografia apresentada à disciplina de


Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso
– Programa de Graduação em Ciências
Contábeis da Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Ciências
Contábeis

Orientador: Prof. Paulo Emidio Lopes Gaetani

Contagem
2020
Layla Emanuely de Oliveira Alves

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO COMO FERRAMENTA PARA REDUÇÃO


LEGAL DA CARGA TRIBUTÁRIA:
uma análise comparativa dos regimes tributários em uma grande empresa
de comercio varejista de Hortifrúti em Contagem MG

Monografia apresentada à disciplina de


Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso
– Programa de Graduação em Ciências
Contábeis da Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Ciências
Contábeis

Orientador: Prof. Paulo Emidio Lopes Gaetani

_______________________________________________________
Prof. Paulo Emidio Lopes Gaetani (Orientador)

_______________________________________________________
Prof. Othon Pereira de Mello (Examinador)

Contagem, 25 de junho de 2020.


RESUMO

O planejamento tributário se torno uma ferramenta indispensável, ele e


vistocom uma forma legal que possui o intuito de diminuir a cagar tributaria da
entidades empresarias.No Brasil, atualmente existem mais de 80 diferentes taxas,
impostos e contribuições. Diante deste contexto fiscal, passou a ser necessário á
elaboração eimplementação do planejamento tributário.
Para identificar a melhor forma de tributação de uma empresa para reduzir
aomáximo os custos de um empreendimento, inclusive de seus impostos, é
necessário selecionar uma série de informações precisas. Na hora de fazer o
planejamento tributário de uma empresa para fins de opção entre Simples Nacional,
Lucro Presumido ou Lucro Real, É preciso e fazer um levantamento dos resultados
contábeis e tributários apurados em exercício anteriores, é identificar a atividade de
cada empresa, a legislação aplicada.
Este trabalho tem como objetivo utilizar é desenvolver o planejamento
tributário como ferramenta de redução de custos, a realizar uma analise
comparativa entre os enquadramentos tributários vigentes, instituídos pela
legislação, no âmbito federal e estadual.
Para que o objetivo seja alcançado, será realizada uma revisão bibliográfica
sobre principais conceitos sobre o assunto abordado que implicam o planejamento
tributário, assim como os regimes de tributação.
Diante da pesquisa realizada, constatou-se que é necessário estar atento
às inúmeras particularidades tributarias que constantemente são alteradas é
atualizadas, a fim de não haver prejuízo financeiro e, consequentemente, fazê-lo
sofrer processos judiciais.
O cumprimento do objetivo geral buscado reflete diretamente na eficácia do
planejamento tributário, ou seja, deter a criação do fato gerador, reduzir, adiar ou
evitar a incidência do tributo.

Palavras-chave: Planejamento Tributário; Carga tributaria; Tributo.


ABSTRACT

Tax planning becomes an indispensable tool, it is seen with a legal form that
aims to reduce the tax burden of business entities. In Brazil, there are currently over
80 different rates, taxes and contributions. Given this fiscal context, it became
necessary to elaborate and implement tax planning.
In order to identify the best form of taxation for a company to reduce the costs
of a project as much as possible, including its taxes, it is necessary to select a series
of accurate information. When making a company's tax planning for the purposes of
choosing between Simples Nacional, Presumed Profit or Real Profit, It is necessary to
make a survey of the accounting and tax results determined in previous years, it is to
identify the activity of each company, the legislation applied.
This work aims to use the development of tax planning as a tool to reduce costs,
to carry out a comparative analysis between the current tax frameworks, instituted by
legislation, at the federal and state levels.
In order for the objective to be achieved, a bibliographic review will be carried
out on the main concepts on the subject addressed that involve tax planning, as well
as taxation regimes.
In view of the research carried out, it was found that it is necessary to be
attentive to the innumerable tax peculiarities that are constantly altered and updated,
in order to avoid financial loss and, consequently, make it suffer lawsuits.
Compliance with the general objective sought reflects directly on the
effectiveness of tax planning, that is, stopping the creation of the taxable event,
reducing, postponing or avoiding the incidence of the tax.

Keywords: Tax Planning; Tax Burden; Tribute.


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Anexo I no Simples Nacional ................................................................ 47


FIGURA 2 – Percetual de Repartição dos tributos Anexo I no Simples Nacional ..... 48
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Apuração do Simples Nacional ano de 2018 ........................................ 49


TABELA 2 – Apuração do Simples Nacional ano de 2019 ....................................... 50
TABELA 3 – Simulação Lucro Presumido ano de 2018 ........................................... 52
TABELA 4 - Simulação Lucro Presumido do ano de 2019 ....................................... 53
TABELA 5 - Simulação Lucro Real do ano de 2018 ................................................. 55
TABELA 6 - Simulação Lucro Real do ano de 2019 .................................................. 56
TABELA 7 - Comparação das Tributações ............................................................... 57
TABELA 8 - Economia na mudança de Regime (%).................................................. 57
LISTA DE SIGLAS

CGSN - Comitê Gestor do Simples Nacional


DAS - Documento de arrecadação Simples Nacional
ME - Microempresa
EPP – Empresas de Pequeno Porte
RBC – Revista Brasileira de Contabilidade
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados
IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores
ICMS – Impostos sobre circulação de Mercadoria e Serviços
ICMS-ST - Substituição Tributária do Impostos sobre circulação de Mercadoria e
Serviço.
ITCMD – Imposto sobre Transmissão ‘’ Causa Mortis’’ e Doação
PIB – Produto Interno Bruto
RFB – Receita Federal do Brasil
COFINS – Contribuição para o Financiamento de Seguridade Social
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Liquido
CPFM – Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira
IBGE – Instituto Brasileiro de Estatística
IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário
IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica
ME – Microempreendedor Individual
Cide - Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico
ICMS-ST - Substituição Tributária do Impostos sobre circulação de Mercadoria e
Serviços.
CF - Constituição Federal.
OAB - Ordem dos Advogados do Brasil
CREA - Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
CRC - Conselho Regional de Contabilidade
CRM - Conselho Federal de Medicina
CRA - Conselho Regional de Administração
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 18
1.1 Contextualização do problema ...................................................................... 20
1.2 Objetivos ......................................................................................................... 20
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 20
1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................... 20
1.3 Justificativas da pesquisa ............................................................................. 21
1.4 Estrutura do trabalho ..................................................................................... 22

2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 23


2.1 O Sistema Tributário Brasileiro ..................................................................... 23
2.2 Tributo ............................................................................................................. 24
2.2.1 Tipos de Tributos ......................................................................................... 25
2.2.4 Contribuições ............................................................................................... 29
2.3 Regimes Tributários ....................................................................................... 30
2.3.1 Lucro Real ..................................................................................................... 30
2.3.2 Lucro Presumido .......................................................................................... 31
2.3.3 Lucro Arbitrário ............................................................................................ 32
2.3.4 Simples Nacional .......................................................................................... 33
2.3.5 MEI (Microempreendedor individual).......................................................... 34
2.3.6 Influência do regime tributário no custo .................................................... 34
2.4 Planejamento Tributário ................................................................................. 35
2.5 Elisão Fiscal .................................................................................................... 37
2.6 Evasão Fiscal .................................................................................................. 40
2.7 Fatores que motivam a sonegação ............................................................... 42

3 METODOLOGIA.................................................................................................. 43
3.1 Classificações da pesquisa ........................................................................... 43
3.1.1 Quanto aos objetivos ................................................................................... 43
3.1.2 Quanto à abordagem do problema ............................................................. 43
3.1.3 Quanto aos procedimentos ........................................................................ 44
3.2 Caracterização da organização / amostra .................................................... 45
3.3 Coleta dos dados ............................................................................................ 45
3.4 Tratamento dos dados ................................................................................... 46
3.5 Limitações da pesquisa ................................................................................. 46

4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA ............................................................... 47


4.1 Regime Tributario Atual ................................................................................. 47
4.1.1 Simples Nacional ......................................................................................... 49
4.2 Comparação com o Lucro Presumido .......................................................... 51
4.3 Comparação com o Lucro Real ..................................................................... 54
4.4 Comparação entre os três Regimes Tributarios .......................................... 57

5CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 58

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 60
18

1 INTRODUÇÃO

O planejamento tributário se tornou uma ferramenta indispensável no


cumprimento com todas as obrigações fiscais exigidas pelo fisco, levando em
consideração à realidade complexa tributaria do Brasil, com o objetivo do meio
empresário em trazer uma carga tributaria adequada para as empresas e risco de
endividamento junto a Receita,
Planejamento tributário pode ser denominado como a atividade do meio
empresarial, que projeta os ações e eventos administrativos com o objetivo de
informar quais as cargas tributárias em cada uma das opções legais disponíveis de
forma estritamente preventiva (LATORRACA, 2000).
Dentro deste conceito o planejamento visa adequar uma empresa ao formato
mais adequado de forma legal e vantajosa, por intermédio de uma gestão
inteligente com o objetivo de avaliar a melhor forma de apurar e recolher os tributos
e as contribuições com o intuito de diminuir o desembolso financeiro com
pagamento de tributos. Uma vez que a geração dos tributos tem por fato gerador a
situação definida por lei como necessária e suficiente para sua ocorrência.
Nesse sentindo a redução ou o aproveitamento de carga tributária de forma
lícita, prevista na legislação, é denominada elisão fiscal. Para isso é direito da
organização entender a gestão de tributos para buscar o menor impacto possível
dentro dela, pagando o menor tributo justo perante a lei.
Para Padoveze (2006), a elisão fiscal é lícita quando praticada sem que
esteja coberta por nenhuma prática simuladora, obtendo a menor carga tributária
permitida perante a lei. Por outro lado, quando o feito de forma não autorizada pela
lei, recebe o nome de evasão fiscal.
Tributo é a receita provinda, compulsoriamente lançada e arrendada pelo
Estado, vulgo Governo, de acordo com a lei, em moeda corrente, que no qual não
constitua ato ilícito, instituída em lei e cobrada pela mesma, mediante a atividade
vinculada. (BRASIL, 1966)
O planejamento tributário e realizado por profissionais com conhecimentos
específicos da área de contabilidade, direito; mais especificadamente área
tributária, administração de empresas e economia.
Segundo Crepaldi (2015), devido ao governo agir de forma ágil na cobrança
19

das dividas fiscais, em com foco em evitar as consequências danosas oriundas da


divida com impostos, tais como penhora e execução de bens da entidade
empresaria, penhora de faturamento, dificuldades em obter parcelamentos e
financiamentos e até mesmo ameaça de prisão por apropriação indébita ou
depositário infiel entre outras consequências.
O planejamento tributário se tornou muito importante, pois através dele a
empresa pode ser enquadra do regime tributário adequado com seu campo de
atuação e faturamento, e assim, pode-se afirmar que a sociedade empresaria pode
reduzir de forma eficaz a incidência tributária, e obter resultados operacionais
crescentes e duradouros e utilizar as oportunidades que a legislação tributária, e
se tornar eficiente tributariamente falando.
A elaboração do planejamento tributário de acordo com Chaves (2015),
consiste primeiramente na definição do melhor regime tributário no âmbito Federal
para a empresa seja: lucro real, lucro presumido, lucro arbitrário, Simples Nacional
ou MEI (Microempreendedor individual). Para a definição correta
um organograma que inclua claramente as fases de todo o processo operacional e
do fluxo financeiro da entidade e, estabelecer metas e ações para um prazo para
que seja possível comparar a previsão de redução de impostos entre diferentes
regimes, bem como saber a importância de conhecer os benefícios fiscais federais,
estaduais e municipais incidentes sobre os produtos ou serviços da empresa,
localidade dos fornecedores.
A escolha do regime de tributação e seu enquadramento, e que irão definir
a incidência dos tributos e base de calculo para apuração dos impostos federais e
a escolha adequada e o que define se a carga tributária, poderá ser alta ou baixa.
Dentre os regimes, podemos optar por; o Lucro Real, Lucro Presumido, Lucro
Arbitrário, Simples Nacional e MEI (Microempreendedor individual).
Quanto aos tributos fica instituído de acordo com Brasil (1988), a União, os
Estados, o Distritos Federais e Municípios podem instituir, impostos, contribuições
de melhorias e taxas em razão do exercício do poder ou utilização de serviços
públicos, sejam eles prestados pelo contribuinte ou postos à disposição. Sempre
que possível, os impostos e serão graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte em questão e terão caráter pessoal, autorizados à administração
tributária, em especial com intuito de conferir efetividade, identificar, respeitados os
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
20

atividades econômicas do contribuinte dos tributos. Que são eles, IRPJ, ITR, Cide,
COFINS, CSLL, FGTS, INSS, PIS/PASEP, ICMS, IPVA, ITCMD, IPTU, ISS e ITBI.
Desta forma, está pesquisa tem como proposta, realizar implementação do
planejamento tributário, a fim de reduzir a carga tributaria da entidade. Realizando
um analise das despesas com tributos do período do inicio do ano de 2018 até o
final de 2019 dentro dos regimes de tributação que a empresa se enquadra, e a
partir dos dados definir qual o melhor regime de tributação para a entidade.

1.1 Contextualização do problema

O planejamento tributário da rede atacadista de hortifrúti tem por objetivo


analisar qual regime tributário que a entidade pode se encaixa corretamente de
acordo com a legislação vigente que atualmente se encontra e enquadrado no
Simples Nacional. Com a busca de melhor aproveitamento de créditos fiscais e
diminuição na carga tributaria, e realizar a transição no ano de 2020 para o novo
regime. Neste sentindo argumenta-se:

 Qual regime tributário se enquadra melhor para a empresa em questão?


 O montante pago nos últimos anos poderia ter sido de um valor menor, em
relação ao novo regime tributário que será adotado em 2020?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

A pesquisa busca identificar, avaliar e reconhecer o melhor regime tributário


para organização empresária. Afim de demonstrar os resultados do ano de 2018 é
2019, caso o regime adequado houvesse sido instituído.

1.2.2 Objetivos específicos

Identificar os produtos com incidência de ICMS, ICMS-ST, PIS e COFINS, e


produtos isentos, e quanto aos créditos de ICMS e PIS e COFINS, caso haja.
21

Avaliar o pagamento de cada imposto, de acordo com os produtos de


compra, e revenda.
Realizar o enquadramento no regime tributário adequado e realizar a analise
dos pagamentos dos tributos verificando a diferença de valor de acordo com a
tributação do período de atualização da Lei do Simples que entrou em vigor e 2018
até o período de 2019.

1.3 Justificativas da pesquisa

Sabemos que a carga tributária do Brasil é uma das maiores do mundo,


Crepaldi (2015) afirma que o sistema tributário brasileiro atualmente e formado 61
tributos, sendo eles federais, estaduais e municipais. Levando em consideração o
grande endividamento de empresas junto ao Governo por falta de comprimento de
obrigações junto ao FISCO. O planejamento tributário tem um papel crucial no
desempenho adequado da empresa no campo fiscal.
O foco principal que levou a realização desta pesquisa é a busca por uma
solução para que a empresa em questão como a grande maioria das empresas que
sentem dificuldades financeiras em lidar com a alta carga tributária, que faz com
que o custo seja bastante elevado, possa ser diminuído dentro da legalidade.
Sendo assim, o tema do presente trabalho foi definido, devido ao objetivo da
redução da carga tributaria da rede de comercio varejista de hortifrúti, buscar um
melhor aproveitamento de créditos fiscais, e obter a oportunidade de ampliação da
empresa e crescimento no mercado.
Segundo Crepaldi (2015) em média, 33% do valor referente ao faturamento
global das entidades é direcionado ao pagamento de montantes oriundo de tributos.
Do lucro, até 34% vai para o governo. Da soma dos custos e despesas oriundas da
atividade exercida pela empresa, mais da metade do valor e referente a tributos.
Assim, torna-se imprescindível a adoção de um sistema de economia legal.
Planejar é eleger, entre duas ou mais opções lícitas, aquela que possa
proporcionar melhores resultados para a empresa. Sendo assim o Planejamento
tributário não deve ser confundido com sonegação fiscal. Pois a sonegação, nada,
mas é do que, utilizar-se de meios ilegais, de forma fraudulenta, para deixar de
recolher um tributo que é devido, sendo considerado como omissão dolosa
22

tendente a impedir ou retardar o conhecimento do fato gerador da obrigação fiscal.


(SOUZA, 2019)
A pesquisa em questão proporciona conhecimento adquirido como algo
imensurável, tornando-se norteadora para nossa experiência cotidiana. A atividade
desenvolvida, visa a novas descobertas e contribuindo, assim, para a qualidade da
vida intelectual, e aplicabilidade das informações na pratica.

1.4 Estrutura do trabalho

Este trabalho de conclusão de curso foi estruturado em 04 capítulos, no 1º


capítulo consta a introdução do tema no qual foi contextualizado o problema, foram
evidenciados os objetivos e as justificativas da pesquisa.
O segundo capítulo apresenta a fundamentação teórica, tem como base os
conteúdos investigados por outros autores inerentes a temática proposta,
contempla os assuntos relevantes para a compreensão da pesquisa.
No terceiro capítulo, foi elaborada a metodologia, nele consta a classificação
da pesquisa, a caracterização da organização amostra pesquisada, a coleta de
dados e o tratamento dos dados, nesta parte descreve-se também a caracterização
societária da empresa pesquisada ou do grupo de empresas em estudo, a história,
missão, valores das instituições pesquisadas.
O quarto capítulo apresenta o cronograma da pesquisa, nele consta o
planejamento para a execução da investigação proposta e as etapas que serão
cumpridas para a elaboração do trabalho de conclusão de curso.
23

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico também é chamado de revisão da bibliografia. Nesta


parte da pesquisa são apresentados as teorias e os conceitos que irão delinear a
investigação (MICHEL, 2015). Como forma de dar credibilidade à pesquisa são
apresentados os temas, conceitos e autores que pesquisaram sobre os assuntos
que serão abordados (GIL, 2016).

2.1 O Sistema Tributário Brasileiro

Segundo Crepaldi (2015), o fim do Estado e o bem comum, ou seja, os


conjuntos de todas as condições de vida social humana que consistem e favorecem
o desenvolvimento integral, tem um fim geral, constituindo-se em meio para que os
indivíduos e os demais possam atingir seus fins particulares.
De acordo com Carneiro (2014), podemos dizer que a constituição de 1946
foi o ponto de partida do sistema tributário atual, ou seja o sistema tributário previsto
na constituição de 1988. Sendo assim a Emenda Constitucional número 18 de
1965, introduziu o sistema de tributação como como modalidade autônoma.
Carneiro (2014) afirma, que o Brasil é o país do confisco. A República
brasileira herdou do Império boa parte da estrutura tributária que esteve em vigor
até a década de 30. Desde a época de sua colonização, os severos impostos
cobrados pela Coroa Portuguesa já consumiam boa parte da riqueza brasileira. Os
achaques da Coroa iniciaram com a alta tributação sobre a produção do açúcar e
do fumo, principais culturas desenvolvidas no Brasil colonial, seguidos pela
cobrança do quinto, exigência fiscal do Império Português que lhe reservava o
direito a quinta parte de toda a extração do ouro obtido nas jazidas brasileiras (1750
e 1770)
Sendo assim por intermédio de atividades financeiras, o Estado desenvolve
diversas ações voltadas para obtenção, aplicação e a gestão de recursos
pecuniários nos fins almejados pelo poder público.
Ainda segundo Crepaldi (2015), a tributação no estado, constitui instrumento
da sociedade. E é por meio das receitas oriundas de tributos que e viabilizada a
manutenção das estruturas políticas e de administração do Estado, como também
24

das ações do governo. Porem a tributação em excesso ou arbitraria pode, por si


só, ter efeitos cruéis. De essa forma a Constituição trata de definir as possibilidades
e limites da tributação, fazendo-a por meio de outorga constitucional de
competência tributária, que nada mais e que declaração por meio de escritura
pública, onde são definidos os tributos instituídos e sob que forma, e seus efeitos
sobre as atividades empresariais.
A tributação se torna valida, quando exercida na forma e medida de acordo
com a Constituição Federal. A tributação que não possui embasamento legal, não
constitui propriamente tributação, mas sim violência dos direitos individuais,
arbítrio, inconstitucional e ilegal perante a lei.
Quanto às espécies tributarias, o art. 5° do CTN (1966) e art. 145° da CF
(1988), deixa claro que existem três espécies tributarias. Tais dispositivos
determinas que a União, os Estados, o Distrito Federal e o Municípios, podem
instituir impostos, taxas e contribuições de melhoria.

2.2 Tributo

Os tributos segundo Crepaldi (2015), são receitas oriundas de arrecadações


do Estado para financiar a despesa pública. Que são divididas em ordinária,
derivada de meios próprios do Estado sem qualquer ato de império, e despesa
derivada, oriundas de bens de patrimônios particulares onde há a obrigatoriedade
de pagamento, como é o caso dos tributos.
A fundamentação do Sistema Tributário em vigor, está nos artigos 145 a 162
da Constituição Federal (CF), onde está definida a metodologia geral da tributação
brasileira (Arts. 145 a 149), os limites de tributação (Arts. 150 a 152) e os tributos
dos entes federativos (Arts. 153 a 156), e também a partilha das receitas dos
tributos arrecadados (Arts. 157 a 162).
A existência de um fato gerador, determina a obrigatoriedade de pagamento
de determinado tributo, ou seja, o tributo será devido e a obrigação tributária criada,
quando um fato gerador, determinado em lei, ocorrer (OTTO, 2013)
Assim dispõe a CTN - Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 no Art. 3º, 4º
e 5º que dispões sobre o Sistema Tributário Nacional:
25

Art. 3º § 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo


valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em
lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Art. 4º § 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador
da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela
lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
Art. 5º§ 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. (BRASIL,
1966).

Crepaldi (2015) afirma que os tributos representam, uma obrigação ex lege,


pois nasce diretamente da vontade da lei, que traças todas as hipóteses de sua
incidência independente do desejo do contribuinte.
Em situações extraordinárias previstas em lei, é possível que o Fisco aceite
a satisfação da obrigação tributária com a entrega de bens, cujo o valor do mesmo
possa ser convertido em moeda, mesmo que o pagamento obrigatório seja em
dinheiro corrente.

2.2.1 Tipos de Tributos

De acordo com o artigo 145 da Constituição Federal, a União, os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios poderão estabelecer os seguintes tributos:

I impostos;
II. taxas; em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos ou divisíveis,
prestados ao contribuinte ou postos sua disposição;
III. contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas (BRASIL, 1988).

De acordo com Giambiagi e Além (2000), os impostos são tributos recolhidos


pelo governo, o qual não possui um determinado fim de contrapartida, por exemplo,
como o imposto PIS, que a Federação cobra a fim de destinar a promover a
integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas. Já a taxa
é um tributo que está ligado a determinado serviço público prestado ao sujeito
passivo (contribuinte), como exemplo as taxas de lixo urbano ou até mesmo as
taxas de transportes públicos. Por fim, existem as contribuições de melhoria, que
são tributos que possuem uma contrapartida específica, isto é, o governo apenas
poderia utilizar- se dessa arrecadação para algumas finalidades. Pode-se citar
como exemplo característico deste tributo a contribuição previdenciária, que possui
26

como intuito, subsidiar os dispêndios com a seguridade social.


O artigo inicial do conteúdo que relata o Sistema Tributário Nacional na
Constituição Federal (CF) estabelece o dificuldade da divisão das obrigações
tributárias entre União, Estados e Municípios associado aos impostos, taxas e
contribuições de melhoria. Em seguida, a Constituição Federal pressupõe a
formação de outros meios de recolhimentos, produzindo grande contradição em
relação à classificação dos tributos. A lei estabelece a divisão dos tributos em cinco
gêneros, uma vez que considera o texto constitucional em vigência, os quais são
divididos em: impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições especiais e
empréstimos compulsórios. (POHLMANN, 2010).
Segundo Carneiro (2014), os tributos de maior relevância para as empresas,
e que abrangem o cenário nacional estão situados nas esferas municipais,
estaduais e federal, sendo:

 Municipais:
1. Imposto sobre Serviços (ISS), a alíquota mínima de cobrança é de 2%,
podendo chegar a 5%;
2. Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)
incide sobre os imóveis de qualquer espécie e em geral, o percentual fica
entre 1% e 3% sobre o valor de venda do imóvel.
3. Imposto sobre Transmissão de Bens Inter Vivos (ITBI) é pago pelo
comprador do imóvel. A alíquota varia de cidade para cidade e em média é
de 2% sobre o valor de mercado do imóvel;

 Estaduais:
1. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incide
sobre todas as mercadorias e serviços vendidos no Brasil, cada estado é
livre para atribuir a alíquota que desejar sobre a circulação de mercadorias;
2. Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) incide
sobre a propriedade veicular, cuja alíquota de contribuição varia de estado
para estado e de acordo com o valor do veículo na tabela da Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE). Metade do valor fica com o
Estado e a outra metade vai para a cidade na qual o bem foi registrado.
27

 Federais:
1. Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) que detém a alíquota de 15%
sobre o lucro real, presumido ou arbitrado apurado pelas pessoas jurídicas
em geral.
2. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) detém a alíquota
de 9% para as pessoas jurídicas em geral, e de 15% (quinze por cento), no
caso das pessoas jurídicas consideradas instituições financeiras, de seguros
privados e de capitalização. A apuração da CSLL deve acompanhar a forma
de tributação do lucro adotada para o IRPJ.
3. Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS),
o imposto é destinado para auxiliar o governo a financiar programas de
seguridade social, como previdência social e saúde pública, por exemplo. As
alíquotas variam entre 3% e 7,6%, de acordo com o regime de lucros.
4. Programa de Integração Social e Programa de Formação do
Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP), as alíquotas variam tendo
em vista o regime de tributação adotado pela empresa e variam entre 0,65%
e 1,65%.
5. Instituto Nacional da Seguridade Nacional (INSS) varia de acordo com
o valor do salário, ou seja, quanto maior o salário do colaborador, maior é o
desconto e as alíquotas variam entre 8% e 11%.
6. Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) incide sobre o salário
do trabalhador com carteira assinada e a alíquota corresponde a 8%.
7. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), outro tributo de
competência da União, o Imposto sobre Produtos Industrializados deve ser
pago por importadores ou comerciantes e donos de indústrias. Existem
inúmeras alíquotas e estão presentes na Tabela de Incidência do Imposto
sobre Produtos Industrializados (TIPI).
8. Imposto de Importação (II), como o próprio nome indica, incide sobre
todos os produtos importados. Ao trazer mercadorias de um outro país para
o Brasil elas só terão a entrada liberada no país se o II for recolhido. A base
de cálculo é o valor aduaneiro e a alíquota está indicada na Tarifa Externa
Comum (TEC)
28

9. Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), O IOF incide sobre


qualquer tipo de operações de crédito, câmbio, seguro e qualquer outro tipo
de operações relacionadas a títulos e valores mobiliários.
10. Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), incide sobre a renda bruta de
cada brasileiro que possua ganhos superiores a R$ 28.559,70 por ano. A
alíquota varia de acordo com a renda mensal, que pode ir de 7,5% a 27,5%.
Alguns rendimentos não são tributáveis, como as cadernetas de poupança,
bolsas de estudo, as pensões e as heranças.

2.2.2 Imposto

Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
(BRASIL , cap.I , art. 16).
O tributo mais conhecido na sociedade, e o imposto. Ele está presente no
dia a dia do consumidor, de forma direta ou indiretamente, sendo devidos em
âmbitos, Mupicais, Estaduais ou Federais.
O fato gerador do imposto, segundo Carneiro (2014), é uma circunstância
que não tem conexão com nenhuma atividade do Estado especificamente dirigida
ao contribuinte. Dessa forma, para ser exigido um imposto de um indivíduo não é
necessário que o Estado lhe preste algo determinado.
Segundo Sabbag (2010) há dois tipos de impostos: diretos e indiretos. O
primeiro é aquele que não repercute, pois a carga econômica é suportada pelo
contribuinte, como por exemplo, o Imposto de Renda. O segundo é aquele que
repercute em terceira pessoa, não sendo assumido por quem realizou o fato
gerador.

2.2.3 Taxas

De acordo com Paulsen (2012), o fato gerador da taxa é um fato do Estado


e não do contribuinte, onde o Estado exerce determinada atividade e quem a
aproveitou é cobrada a taxa. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições,
29

têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização,


efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição (BRASIL, 1966).
O fato gerador e a base de cálculo da taxa são diferente ao dos impostos,
não sendo também calculada pelo capital da organização. Paulsen (2012) define
taxa como um tributo vinculado à ação estatal que se liga à atividade pública, e não
à particular, que têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou
a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico é divisível prestado
ao contribuinte ou postos à disposição da população.

2.2.4 Contribuições

Segundo Crepaldi (2015), as contribuições estão divididas em dois grupos:


Contribuição Especial que é cobrada quando se destina a um determinado grupo
ou atividade, como por exemplo: Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), PIS
(Programa de Integração Social) e a Contribuição de Melhoria que é quando ocorre
uma melhoria que resulte em benefício ao contribuinte, como por exemplo: quando
é feito asfaltamento em uma rua, que consequentemente acaba aumentando o
valor do imóvel por conta desta melhoria, e isso gera a contrapartida do cidadão,
pois ele teve um claro benefício. Segundo o Portal Tributário, os tipos de
contribuições existentes são: contribuição de melhoria que é decorrente de obras
públicas.
As contribuições sociais ou especiais integram o sistema tributário nacional,
já que a Constituição Federal (CF) ressalva quanto à exigibilidade da contribuição
sindical (art. 80, inciso IV, Constituição Federal), das contribuições previdenciárias
(artigo 201 da Constituição Federal), sociais (artigo 149 da Constituição Federal),
para a seguridade social (artigo 195 da Constituição Federal) e para o Programa
de Integração Social (PIS) e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
Público (PASEP) (artigo 239 da Constituição Federal) e ainda como contribuições
especiais tem as exigidas a favor da OAB, CREA, CRC, CRM, CRA e outros
órgãos reguladores do exercício de atividades profissionais (Tributos no Brasil, os
2016).
30

2.3 Regimes Tributários

De acordo com a forma de tributação e regime tributário adotados


influenciará na carga tributária que incidirá sobre determinada empresa. Alguns
regimes possuem mais obrigações acessórias que outros, sendo assim os meios
tributáveis permitidos se diferenciam tanto pela quantidade total de tributos
resultantes como pelo ônus burocrático que produz (SANTIAGO e SILVA, 2006).
Ao que se refere à definição adequada da forma de tributação, Costa e Yoshitake
(2004) relatam que é indispensável para a cautela e para o avanço da empresa que
está iniciando no mercado.
De acordo com Ricci (2007), através de minuciosas análises de maneira específica
para cada empresa a opção do regime tributário deve ser decidida, torna-se
indispensável e imprescindível compreender e dominar amplamente a legislação
tributária, observando sua forma e estrutura de funcionamento, a área de atuação,
o porte, por exemplo, e, apesar disso,.
Conforme Costa e Yoshitake (2004), os regimes de tributação que possui
maior aplicabilidade atualmente no Brasil são três: Lucro Real, Lucro Presumido e
Simples Nacional. Todas essas formas de tributação precisam estar enquadradas
dentro das diversas normas, regulamentos vigentes e na restrições, e a escolha do
regime tributário abrange todo ano-calendário. A opção pelo regime tributário se
estende até o último dia útil do mês de janeiro, embasado no Boletim do
Empreendedor do SEBRAE, para o Lucro Real, para o Lucro Presumido e para o
Simples Nacional, a escolha é determinada mediante o recolhimento da 1ª guia que
vence do ano-calendário. Demonstrando assim, a seguir, a definição dos regimes
tributários, suas características e particularidades.

2.3.1 Lucro Real

A apuração pelo Regime do Lucro real, segundo Crepaldi (2015), é realizada


com o resultado contábil, oriundo do cálculo das receitas menos os custo e
despesas do período. Ou seja, ajustado por adições ou exclusões de valores
autorizados pela legislação. Na apuração desta modalidade os impostos incidentes
de âmbito federal são PIS, COFINS, que incidem sobre o lucro as alíquotas de,
31

Imposto de Renda (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)

incidem sobre esse regime alíquotas de 15% ou 25% do IRPJ e 9% do CSLL, sendo
os dois primeiros são apurados mensamente como o cálculo dos impostos de
âmbito estadual e municipal, já o recolhimento do IRPJ e CSLL pode ser
trimestralmente ou anual.
A empresa que optar pelo lucro real deverá apurar o lucro contábil, que será
a base de cálculo para os impostos sobre o lucro líquido.

Aplica-se sobre esta modalidade os impostos de


PIS – com alíquota de 1,65%, COFINS – 7,6%, o imposto de Renda e a
Contribuição Social devem ser apurados somente sobre o Lucro da
empresa, obtido através da DRE (demonstração do resultado do exercício)
(SILVA; GOMES; SILVA, 2015, p. 6).

O lucro real das pessoas jurídicas deve ser apurado na data de


encerramento do período de apuração seguindo a Lei nº 9.430, de 1996, artigos.
1º e 2º (BRASIL, 1996, p. 1).
Os responsáveis pela apuração e pagamento devem se atentar, pois sem o
prejuízo do balanço de que trata o art. 21, da Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de
1995, e art. 6º da Lei nº 9.648 de 27 de maio de 1998, e sobre a responsabilidade
por sucessão, o resultado do período, que servirá de base para apuração do
imposto, nos casos de extinção, incorporação, fusão ou cisão da pessoa jurídica,
compreenderá para realizar a apuração os fatos geradores ocorridos até a data do
evento (BRASIL, 2016).

2.3.2 Lucro Presumido

O lucro presumido é um regime de tributação que é autorizado para


determinadas empresas, pela receita federal, desde que comprovem os requisitos
mínimos exigidos para se enquadrarem.

O lucro presumido ou estimado também é conceito tributário. Tem a


finalidade de facilitar o pagamento do IR, sem ter que recorrer à complexa
apuração do lucro real que pressupõe contabilidade eficaz, ou seja, capaz
de apurar o resultado antes do último dia do mês subsequente ao
encerramento do trimestre. (FABRETTI, 2003, p.224).
32

No lucro presumido apuração dos principais impostos, como PIS E COFINS,


IRPJ e CSLL incidem sobre o valor total do faturamento, sem deduções ou adições

de valores. A apuração do IRPJ e CSLL ocorrem trimestralmente, a alíquota de


cada tributo (15% ou 25% de IRPJ e 9% CSLL) incide sobre o valor da receita com
base no percentual de presunção variável (1,6% até 32% do faturamento de acordo
com a atividade da empresa).

Essa opção de tributação foi introduzida pela primeira vez pelo Decreto-Lei no
5.844/43 e era restrita às pequenas empresas. As restrições envolviam tanto o capital,
quanto o faturamento e a forma societária das empresas e, já na origem, se pode notar
a irrevogabilidade da opção escolhida, conforme o texto legal:

Art. 33 É facultado às pessoas jurídicas, salvo às sociedades por ações e


às
por quotas de responsabilidade limitada, optar pela tributação baseada no
Lucro Presumido, segundo a forma estabelecida no art. 40.
§ 1° O disposto neste artigo não se aplica às pessoas jurídicas cujo capital
exceder a R$ 50.000,00 ou cujo movimento bruto anual for superior a R$
200.000,00, nem às filiais, sucursais ou agências no país das firmas e
sociedades com sede no estrangeiro, as quais serão sempre tributadas pelo
Lucro Real.
§ 2° A opção é irrevogável e será feita, em cada exercício, na própria
declaração de rendimentos, devidamente subscrita. (BRASIL,1943).

2.3.3 Lucro Arbitrário

E definido por uma forma coercitiva de apuração do IRPJ e do CSLL em


substituição do lucro presumido e real, quando o contribuinte não possui fiscal nem
contábil, ou não mantém documentação que embase a escrituração.
Neste sentido, o artigo 530 do RIR:

Art. 530. O imposto, devido trimestralmente, no decorrer do ano-calendário,


será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando (Lei no
8.981, de 1995, art. 47, e Lei no 9.430, de 1996, art. 1º): III – o contribuinte
deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da
escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa, na hipótese do parágrafo
único do art. 527; VI – o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo
as normas contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizadas para
resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no
Diário. (BRASIL, 1999).
33

2.3.4 Simples Nacional

De acordo com a Brasil (2019), é um regime tributário diferenciado e é o mais


simplificado e favorecido se comparado aos demais regimes. Existem benefícios
específicos e estão previstos na Lei Complementar nº 123, de 2006, aplicáveis às
Microempresas e às Empresas de Pequeno Porte, a partir de 01.07.2007.
Como o próprio nome sugere é um regime mais simples, onde suas
obrigações e alíquotas são menores, facilitando deste modo para os empresários
administrarem e faz com que muitas empresas busquem se enquadrar neste
regime, mas vale lembrar que nem sempre o que parece realmente acontece, pois,
este regime foi feito para ajudar empresas que estão começando ou que ainda não
têm um faturamento elevado, caso contrário a empresa pode acabar pagando mais.
A apuração é realizada de forma simplificada, onde existe um pagamento
mensal unificado correspondente à aplicação de um percentual específicos, no qual
está alíquota era apontada através do faturamento acumulado dentro do ano em
exercício, agora é encontrada com base no saldo acumulado de faturamentos dos
últimos doze meses. Tal alíquota contemplam tais tributos (IRPJ, CSLL, COFINS,
PIS, IPI, ICMS, ISS, e até mesmo o INSS que e relativa o empregador com exceção
de algumas atividades de prestação de serviço) sobre a receita bruta mensal.
Mensalmente o valor devido pela microempresa e empresa de pequeno
porte, optante do Simples Nacional, será determinado mediante aplicação de várias
tabelas a seguir mencionadas, o contribuinte deverá considerar, para fim de
pagamento:

1) as receitas decorrentes da revenda de mercadorias;


2) as receitas decorrentes da venda de mercadorias industrializadas pelo
contribuinte;
3) as receitas decorrentes da prestação de serviços, bem como a de locação
de bens móveis;
4) as receitas decorrentes da venda de mercadorias sujeitas a substituição
tributária; e as receitas decorrentes da exportação de mercadorias para o
exterior, inclusive as vendas realizadas por meio de comercial exportadora
ou do consórcio previsto nesta Lei Complementar.
34

Os anexos à Lei Complementar 123/2006 refere-se aos percentuais


aplicáveis a Receita Bruta das empresas enquadradas nos seguintes ramos de
atividades:

 Anexo I – Comércio
 Anexo II – Indústria
 Anexo III – Serviços e Locação de Bens Móveis
 Anexo IV – Serviços
 Anexo V – Empresas segundo o montante de sua folha de pagamentos

2.3.5 MEI (Microempreendedor individual)

Refere-se ao um registro oficial no governo para aqueles que trabalham


como profissional autônomo ou tem um micro negócio. Os impostos são pagos
mensamente, porem de forma bem simplificada, em taxa única, que varia de R$
47,95 a R$ 52,85. Desta contribuição, parte é direcionada para Previdência Social,
para o ICMS e ISS. Quando aos demais tributos quem é MEI ficam isento de pagar
impostos como IRPJ, PIS, COFINS, IPI e CSLL. Nos valores citados acima, já estão
inclusas as contribuições de Previdência Social, ICMS e/ou ISS.

2.3.6 Influência do regime tributário no custo

As empresas estão cada vez mais competitivas no mercado e evoluídas na


gestão econômico-financeira, exigindo o conhecimento de todos os custos para a
determinação do preço de venda ou serviços. Com o conhecimento destes valores
a empresa evita resultados negativos em sua gestão e realiza a formação de preços
mais justa, de acordo com os custos e carga tributária existente. Observando que
o Brasil possui uma carga tributária muito complexa pela existência de uma grande
quantidade de tributos, é de grande relevância que verificar como deve ser
calculado o custo de aquisição, considerando as possibilidades, ou vedações, de
acordo com as opções tributárias adotadas pelas empresas fornecedoras e
também pela que está adquirindo (NISHIYAMA; LORENZIAN; NASCIMENTO,
2013, p. 2).
35

A correta fixação do preço de venda é de extrema importância para os bons


resultados da organização, e para isso é necessário verificar a carga tributária
existente em seu regime tributário adotado, reduzindo seus custos e oferecendo o
melhor preço de venda, de forma que seja competitivo no mercado e acessível aos
seus clientes. Conforme Bruni e Famá (2012), é necessário ter cuidado na
elaboração do preço de venda e se atentar aos tributos cumulativos e não
cumulativos existentes no regime tributário. O tributo cumulativo não gera crédito
fiscal e a empresa não pode aproveitar o tributo pago. Já o não cumulativo permite
a empresa recuperar parte do valor pago do tributo, na aquisição, quando da
apuração do saldo final do período a ser pago ao Estado.

2.4 Planejamento Tributário

Maggi (2009, p.55), dispõe o seguinte esclarecimento,

Entende-se como planejamento tributário, o planejamento empresarial que


tendo como objeto os tributos e seus reflexos na organização, visa obter
economia de impostos, adotando procedimentos estritamente dentro das
normas legais. O planejamento tributário é na verdade a atividade
empresarial estritamente preventiva, que tem como fatos tributáveis e
seus efeitos, comparando-se os resultados prováveis, para os diversos
procedimentos possíveis, de tal forma a possibilitar a escolha da alternativa
menos onerosa, sem extrapolar o campo da licitude.

Segundo Ricci (2007 apud Moraes, 2001, p. 12), o planejamento pode ser
estabelecido como um “processo consciente e sistemático de tomar decisões sobre
objetivos e atividades que uma pessoa, um grupo, uma unidade de trabalho ou uma
organização buscarão no futuro”. Muniz (2012, p. 4) considera o ato de planejar “uma
ferramenta administrativa, que possibilita perceber a realidade, avaliar os caminhos,
construir um referencial futuro, estruturando o trâmite adequado e reavaliar todo o
processo a que o planejamento se destina, para que possa nesse caso dar melhores
resultados para a empresa”. Assim Ricci (2007, p. 12) definirá o planejamento como
o “alicerce para as empresas nortearem suas ações, sejam elas de controle ou
processos administrativos”. Por isso, considera de extrema relevância conhecer a
estrutura e funcionamento da organização, bem como sua composição tributária, ao
se elaborar um planejamento que envolva a redução dos tributos e custos com as
atividades (RICCI, 2007).
36

Segundo Siqueira (2011), “o planejamento envolve análises detalhadas da


forma de constituição da empresa (contrato social, subordinação à legislação
específica, deveres para com a sociedade – papel social -, maior ou menor
facilidade em se realizar novos processos na criação de novas empresas, etc.); de
contabilidade; tributário (identificação da carga tributária total que incide na empresa,
de acordo com as atividades operacionais que desenvolve e da forma como
desenvolve. Nessa avaliação estão inseridas todas as espécies de tributo existentes
– municipais, estaduais e federais, inclusive as contribuições sociais e trabalhistas);
e estratégica de mercado (relativamente a forma de estruturação dos contratos com
fornecedores, clientes, terceiros contratados, etc.).
Segundo Chiomento (2010), todas as esferas do poder legislativo pode
implementar o planejamento tributario, quer seja municipal, estadual ou federal,
empreendimentos, associações e entidades. Afim de estar presente no
aproveitamento de incentivos fiscais, no pagamento de juros sobre o capital, na
distribuição de lucros, nas diversas formas de tributação das pessoas jurídicas, e de
seus acionistas e cotistas. Além de ser um direito, o planejamento tributário e uma
ferramenta obrigatória pra um bom Administrador de qualquer entidade.
De acordo com Maggi (2009, p.56),

O Planejamento Tributário vem sendo realizado pelas empresas com o


objetivo de reduzir o pagamento dos impostos. Ele tornou-se indispensável,
pois a legislação tributária brasileira é muito complexa, com inúmeras leis e
constantes alterações, o que dificulta a interpretação dos empresários,
assim como em se manterem atualizados em virtude dos diversos
influenciadores na gestão empresarial. Porém, é de grande importância
realizar uma análise administrativa com base na estratégia das empresas,
visando reduzir custos e, principalmente, aprofundar o conhecimento de
uma importante ferramenta para a competitividade no mercado.

O planejamento tributário, também possui importância quando levamos em


conta a perspectiva temporal da empresa, ou seja, resultados obtidos através do
planejamento efetuado a médio e longo prazo, pois permitem que a empresa se
organize e invista seus recursos de modo que reflitam nos preços praticados,
prazos, volumes de operações e etc. (CASTELLI, 1999).
Conforme Amaral (2002):

Existem três principais finalidades para a utilização do planejamento


tributário:
I) não permitir a criação do fato gerador, a fim de evitar a incidência do tributo;
37

II) Diminuição da carga tributária, por meio de procedimentos que reduzam


a alíquota ou sua base de cálculo; e
III) postergar o recolhimento do tributo, utilizando-se de métodos que
possuem essa finalidade, sem ocasionar em multas.

Planejamento tributário quando efetuado de maneira preventiva, ou seja,


antes da criação do fato gerador do tributo, resulta na elisão fiscal, isto é, reduz a
carga tributária permitindo permanecer em conformidade com a lei. O risco de
efetuar o planejamento de maneira indevida é resultar na evasão fiscal, que é a
Diminuição da carga tributária ilegalmente e que é apontada como crime de
sonegação fiscal (FARÁG, 2001).
A eficácia do planejamento tributário está exclusivamente ligada ao
cumprimento do objetivo geral buscado, ou seja, deter a criação do fato gerador,
reduzir, adiar ou evitar a incidência do tributo. Em busca da eficácia, torna-se
indispensável que o planejamento tributário considere as particularidades e
características de tributação dos ativos obtidos pelo contribuinte (POHLMANN,
2010).

2.5 Elisão Fiscal

A elisão fiscal pode ser definida como forma de economia lícita de tributos, no
ato do cumprimento da obrigação. A palavra Elisão é proveniente do latim “Elisione”,
e significa ato ou efeito de elidir, eliminar, suprir. É uma forma de diminuição da carga
tributaria nas entidades de acordo com a lei.
Definida como arma essencial na economia fiscal para os contribuintes em
todos os âmbitos, a elisão, que está diretamente catalogada com o planejamento
tributário, já o fato de elidir esta diretamente ligado a evitar, reduzir o montante ou
retardar o pagamento do tributo por omissões de forma lícita do sujeito passivo ao
tributo, anteriores à ocorrência do fato gerador.
Conforme Fabretti (2003, p. 153):

A economia tributária resultante da adoção da alternativa legal menos


onerosa ou lacuna da lei denomina-se Elisão Fiscal. A elisão fiscal é
legítima e lícita, pois é alcançada por escolha feita de acordo com o
ordenamento jurídico, adotando-se a alternativa legal menos onerosa ou
utilizando-se de lacunas da lei. (FABRETTI, 2003, p. 153)
38

Segundo Fabretti (2003, p. 153):

Embora parte significativa da doutrina não admita que possam existir


lacunas na lei, não se pode esquecer que a legislação tributária brasileira é
casuística, haja vista a torrencial edição e reedição de medidas provisórias,
a boa técnica legislativa recomenda que a lei seja genérica, cabendo à
interpretação aplicá- las aos casos concretos. Por mais que a norma
procure discriminar e abranger todos os casos possíveis, sempre surgirão
novos casos além dos previstos. (FABRETTI, 2003, p. 153).

A elisão fiscal se caracteriza por ser uma obra da criatividade dos planejadores
tributários, já que os mesmo utilizando das chamadas “brechas nas leis” com o foco
na redução carga tributaria, que por desconhecimento ou outro motivo ali foram
instituídas pelos legisladores, de forma que os contribuintes possam se aproveitar da
situação e com isso reduzirem os valores a serem recolhidos aos cofres públicos. Ou
seja, utilizando de meios legais permitidos ou não proibidos na norma, visando à
efetivação do negócio com o menor ônus possível.
Para Amaral (2002, p.49),

A elisão fiscal é um conjunto de procedimentos previstos em lei ou não


vedados por ela que visam diminuir o pagamento de tributos. O contribuinte
tem o direito de estruturar o seu negócio da maneira que melhor lhe pareça,
procurando a diminuição dos custos de seu empreendimento, inclusive dos
impostos. Se a forma celebrada é jurídica e lícita, a fazenda pública deve
respeitá-la. (AMARAL, 2002, p.49).

De acordo com Marins (2002, p. 31), a elisão fiscal é:

A adoção pelo contribuinte de condutas lícitas que tenham por finalidade


diminuir, evitar ou retardar o pagamento do tributo é considerada como
prática elisiva. Dá-se através de expedientes, omissivos ou comissivos, que
evitam licitamente a prática do fato imponível da obrigação tributária.
(MARTINS, 2002, P. 31)

.
Sendo assim, Carvalho (2004, p. 90), evidencia que:

Um particular que celebra um negócio jurídico de forma que não seja


tributado ou que seja tributado de maneira menos onerosa não pratica
qualquer ilícito. Atua dentro do campo da licitude, pois escolhe, dentre
vários caminhos, aquele que lhe é menos custoso. Trata-se apenas de um
planejamento tributário feito licitamente, no intuito de diminuir os custos
daquele particular, seja pessoa física ou jurídica. É dever de o bom
administrador adotar medidas menos onerosas na condução de seus
39

negócios, o que repercute inclusive na incrementarão sua produção ou


melhoria na prestação de seus serviços. Tal fato apenas contribui para uma
maior oferta de empregos como também para um impulso na economia
local, regional ou nacional. (CARVALHO,2004,P.90)

Antes da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária na entidade, ocorre


a realização da elisão fiscal pelos administradores, não ocorrendo assim à incidência
do tributo e, deste modo, extinguindo a necessidade do pagamento do tributo.

De acordo com Coelho (1998, p.174):

O único critério seguro (para distinguir a fraude da elisão) é verificar se os


atos praticados pelo contribuinte para evitar, retardar ou reduzir o
pagamento de um tributo foram praticados antes ou depois da ocorrência
do respectivo fato gerador: na primeira hipótese, trata-se de elisão, na
segunda trata-se de fraude fiscal.

E imprescindível se atentar para o fator cronológico, a elisão deve ocorrer


antes do fato gerador do tributo. Uma vez que o fato gerador for concretizado, o
pagamento do tributo e devido, e dessa forma, o pagamento só será mitigado, se
houver geração de credito tributário a favor da entidade. Sendo assim, não havendo
credito a favor da entidade e sim do Estado, este por sua vez corresponde ao
pagamento do tributo. Assim, se o contribuinte estiver utilizando de atos lícitos na
lacuna da lei, não estará cometendo práticas fraudulentas.
Segundo HUCK (1997, p. 32) e possível conceituar pontos de aproximação de
elisão e evasão fiscal, alegando:

A elisão fiscal, como obra da criatividade e engenho dos planejadores


tributários, aspira a uma condição de legalidade que a distinga da evasão.
Entretanto, é muito tênue a linha divisória existente entre elas, não faltando
quem já tenha sugerido uma análise conjunta dos dois institutos devido a
seu notável grau de semelhança, muitas vezes de complementaridade, e,
sobretudo pelo impacto análogo que causam nos sistemas tributários
modernos. É certo que a análise e o enquadramento dos conceitos variam
profundamente no cenário mundial, de país para país, dependendo das leis
internas e dos tratados internacionais existentes, como também diferem em
função de ideologias políticas com que são analisados. Um planejamento
tributário pode ser legal em determinado país e ilegal em outro. Certas
legislações consideram como fraude a simples frustração do objetivo da lei
tributária, ainda que o agente se tenha utilizado de formas legais em seu
ato ou negócio. Não seria exagero afirmar que a elisão se distingue da
evasão tão-somente por uma questão de tempo. Essa diferença é posta não
no sentido de que a fuga ou redução do imposto teria uma outra
característica se ocorrida antes ou depois da ocorrência do fato imponível,
como antes já comentado, mas sim por uma questão de tempo histórico,
pois um planejamento tributário específico, em certo momento, pode ser
considerado como elisão fiscal, segundo um sistema tributário nacional e,
40

sendo detectado e identificado pelas autoridades fiscais, passa a ser por


elas expressamente proibido, transformando-se, desse ponto em diante.
(HUCK, 1997, p. 32).

2.6 Evasão Fiscal

A evasão fiscal de tributos é economicamente alcançada de forma ilegal ou


de maneira fraudulenta, pois sua prática dá-se por não cumprir as regras de conduta
tributária. Transgredir, ou seja, infringir as regras tributárias denomina-se evasão
fiscal (MARINS, 2002).
Se por um lado a elisão fiscal é a alternativa de uma economia tributária,
estruturando a empresa de forma legal, na evasão fiscal, por outro lado, pressupõe-
se que o contribuinte está ciente que opta pelo caminho da ilegalidade e da fraude.
Na evasão fiscal, o indivíduo almeja tornar maior o seu ganho ou obter vantagens,
tendo em vista que assumirá uma relação entre custo/benefício com o risco que será
criado. Nesse contexto, o contribuinte analisa o nível de vantagem e ganhos que irá
obter, contra a possibilidade de detecção da ilegalidade pelo Fisco. Caso haja de fato
a autuação do fisco, o contribuinte estará sujeito a recolher (como penalidade) as
multas e juros decorrentes da operação fraudulenta. Vale acrescentar que ainda há
o custo da insegurança psicológica para aqueles que conscientemente infringiram a
lei (HUCK,1997).
O Portal Tributário (2017) determina que evasão fiscal é o uso consciente de
métodos que infringem a legislação fiscal ou suas disposições, normas e
regulamentos. É a conduta do contribuinte em posicionar-se de maneira contrária à
lei. Consiste em um ato voluntarioso praticado pelo contribuinte buscando omitir o
imposto devido.
Neste contexto, constitui crime de sonegação fiscal:

I - Prestar declaração falsa ou omitir, total ou parcialmente, informação que


deva ser produzida a agentes das pessoas jurídicas de direito público
interno, com a intenção de eximir-se, total ou parcialmente, do pagamento
de tributos, taxas e quaisquer adicionais devidos por lei;
II - Inserir elementos inexatos ou omitir, rendimentos ou operações de
qualquer natureza em documentos ou livros exigidos pelas leis fiscais, com
a intenção de exonerar-se do pagamento de tributos devidos à Fazenda
Pública;
III - alterar faturas e quaisquer documentos relativos a operações mercantis
com o propósito de fraudar a Fazenda Pública;
IV - Fornecer ou emitir documentos graciosos ou alterar despesas,
41

majorando-as, com o objetivo de obter dedução de tributos devidos à


Fazenda Pública, sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis.
V - Exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário da
paga, qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida do
imposto sobre a renda como incentivo fiscal. (BRASIL,1965)

A problemática que gira em torno da sonegação fiscal tem origem do fato de


que as condições que descrevem a base tributária, ou seja, as vendas, as rendas, os
rendimentos, as riquezas, etc., não são observados com frequência. Em outras
palavras, um ente externo não pode identificar a real responsabilidade tributária do
indivíduo. Desse modo, os contribuintes podem iludir a administração tributária, pois
levam vantagem sobre a falta de informação do ente tributante e da ineficácia da do
sistema de fiscalização (SIQUEIRA; RAMOS, 2005).
Ainda inseridos na mesma linha de raciocínio, a sonegação fiscal, por meio
de sua natureza ilegal, torna dificultoso seu processo de mensuração, por conta de
mecanismos e procedimentos que permitam alcançar a grande maioria dos
contribuintes. Alguns métodos foram criados visando diminuir esse problema
tributário, entretanto, todos eles demonstram problemas de difícil resolução. Um
deles tem como finalidade mensurar a tendência ou o nível da evasão fiscal a partir
de agrupamento de dados. Entretanto, a maioria das transações não declaradas é
efetuada em dinheiro vivo, o que torna o trabalho dos órgãos de fiscalização ainda
mais árduos.
De acordo com Lemos (1999), quanto aos efeitos da sonegação fiscal, é
importante e válido destacar que tal crime torna-se extremamente prejudicial ao
Estado, quando pensamos nos resultados econômicos do país, quando
contrapostos com demais crimes previstos no Código Penal, como o estelionato e
a apropriação indébita, por exemplo. Dessa forma o Estado, por conta desses
delitos cometidos por parte do contribuinte, acaba ficando enfraquecido em termos
econômicos, e sua capacidade de propiciar às pessoas as mínimas condições de
sobrevivência, como investimento em saúde, saneamento básico, segurança,
educação, ocasiona, por outro lado, o desinvestimento, desestabilizando assim, o
investimento nos setores informados e possibilitando o aumento da onerosidade de
outros contribuintes.
42

2.7 Fatores que motivam a sonegação

De acordo com Pinto (2008), os motivos de maior importância que induzem


os contribuintes a exercer ou não suas responsabilidades para com o Fisco, são:
A percepção de que a carga tributária é justa ou excessiva, em referência
aos benefícios gerados à sociedade;
I. A percepção de que o governo aplica adequadamente a
arrecadação ou não oferece contrapartida à altura dos recursos
escolhidos.
II. O sentimento do contribuinte de que o governo é capaz ou não de
fiscalizar com eficiência os casos de fraude fiscal;
III. A facilidade ou dificuldade de entender o sistema tributário e lidar
com suas complexidades e formalidades, decorrente de burocracia
de serviços e processos fiscais, falta de clareza da legislação e
excessivas alterações das normas;
IV. A percepção de equidade ou iniquidade em relação ao tratamento
dado pelo sistema fiscal aos contribuintes em condições idênticas
(PINTO, p.120, 2008).

Para Siqueira e Ramos (p. 560, 2005), a obediência à lei tributária está
basicamente relacionada:

V. à declaração da verdadeira base tributária;


VI. ao cálculo correto da obrigação tributária; e
VII. ao pagamento das quantias devidas. A maior parte da sonegação
envolve o primeiro ponto: a maioria dos sonegadores ou não
declara toda a sua obrigação, ou a declara somente em parte
(SIQUEIRA E RAMOS, p. 560, 2005).
43

3 METODOLOGIA

3.1 Classificações da pesquisa

3.1.1. Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos esta pesquisa é classificada em explicativa.


A pesquisa explicativa, de acordo com Vergara (2013, p. 47) “tem como
principal objetivo esclarecer quais fatores contribuem de alguma forma para a
ocorrência de determinado fenômeno”. Esta pesquisa se classifica como explicativa,
porque irá avaliar a aplicação do planejamento tributário com ferramenta para redução
de carga tributária de forma legal.

3.1.2. Quanto à abordagem do problema

Quanto à abordagem do problema esta pesquisa é classificada como


qualitativa e quantitativa.
A pesquisa qualitativa, conforme evidenciado por Didio (2014) estuda as
particularidades de um fenômeno em torno de seus significados, aprofundando-se
nos conceitos de determinado assunto. De acordo com os referidos autores a
pesquisa qualitativa analisa e apresenta resultados predominantemente em
formato de texto corrido, ideias, observações, comparações e análise. A pesquisa
apresentará as observações decorridas da verificação da aplicação do
planejamento tributário e analise dos valores das despesas com tributos, as
comparações e analises das despesas 2018 até 2019.
A pesquisa quantitativa de acordo com Filho (2015) coleta, quantifica e trata
dados obtidos através do uso de técnicas numéricas e ou estatísticas de
amostragem e ou população. Ela apresenta resultados através de tabelas, gráficos
que serão analisados posteriormente. Nesta pesquisa os dados coletados serão
analisados, e os valores referentes a apuração dos tributos recolhidos deste
período estando no Simples Nacional e os valores de comparação dentre os demais
regimes que a entidade de enquadra serão demonstrados através de tabelas e
gráficos para auxiliar na demonstração das informações coletadas e das análises
realizadas.
44

3.1.3. Quanto aos procedimentos

Quanto aos procedimentos técnicos esta pesquisa se classifica como


bibliográfica, documental, estudo de caso, etc.
A pesquisa bibliográfica segundo Marconi e Lakatos (2014) apresenta um
levantamento da bibliografia publicada, com a finalidade de colocar o pesquisador
em contato com o que que já foi dito sobre determinado assunto. Nesta pesquisa
são apresentadas as principais bibliografias pesquisadas sobre a temática
proposta, estas foram consultadas em livros, trabalhos acadêmicos, pesquisas e
redes eletrônicas.

Pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em


material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é,
material acessível, ao público em geral. Fornece instrumental analítico para
qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si
mesma. (VERGARA, 2013, p.43).

A pesquisa documental de acordo com Filho (2015) apresenta como fonte de dados
documentos, eles irão auxiliar o pesquisador a responder as questões da pesquisa,
os documentos serão uma fonte de apoio. Serão utilizados as informações
contábeis e fiscais da empresa do período de início de 2018 a final de 2019, os
livros escrituração fiscal, DRE (Demonstração de Resultado do Período).
O estudo de caso conforme Gil (2011) consiste no estudo profundo e
exaustivo de um ou mais objetos de maneira que permita seu amplo e detalhado
conhecimento. É muito utilizado como delineamento de estudos contemporâneos
dentro do contexto real.

O estudo de caso é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas


como pessoa, família, produto, empresa, órgão público, comunidade ou mesmo
país. Tem caráter de profundidade e detalhamento. Pode ou não ser realizado no
campo. Utiliza métodos diferenciados de coleta de dados. (VERGARA, 2013, p. 44).

Esta pesquisa é também classificada como um estudo de caso, pois serão


analisadas as apurações de tributos da entidade. Serão aplicados objetivos
definidos e serão analisadas as informações fiscais, para verificar e quantificar os
valores referentes aos tributos no período de 2018 á 2019.
45

3.2 Caracterização da organização / amostra

Nesta parte da investigação será contextualizada a entidade ou entidades


pesquisadas, será informado o perfil jurídico da entidade, o objeto operacional, data
de fundação, sua missão, seus valores, tempo de atuação no mercado. Segundo
Filho (2015) a caracterização da organização deverá apresentar informações
relevantes sobre a(s) empresa(s) objeto do estudo.
A entidade pesquisada é uma fundação jurídica de direito privado, com
autonomia financeira, administrativa e política nos termos da lei e de seu estatuto
com prazo de duração indeterminado. Foi instituída em 2012, tipo de sociedade
Limitada (LTDA).
Código da atividade principal: 47.24-5-00 - Comércio varejista de
hortifrutigranjeiros
Código da atividade secundaria: 47.12-1-00 - Comércio varejista de
mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios -
minimercados, mercearias e armazén.
Tem como finalidade comercio de produtos hortifrutigranjeiros.
Sua missão é ser uma empresa do setor alimentício altamente qualificada.
Sua visão é na dependência de Deus, ser reconhecida como uma empresa
de varejo que promove a melhor experiência para o cliente.
Seus valores são:

 Somos cristãos.
 O amor como atitude.
 Alegria em Servir.
 Compromisso com a eficiência.
 Pro-atividade.

3.3 Coleta dos dados

Na coleta de dados o leitor deve ser informado como pretende obter dados
de que precisa para responder ao problema. Não se esquecendo de correlacionar
os objetivos aos meios para alcançá-los. (VERGARA, 2013).
46

Neste contexto e apresentados abaixo os objetivos da pesquisa:

 Identificar o melhor regime tributário, de acordo com o faturamento da


empresa e ramos de atividade.

 Avaliar das informações contábeis/fiscais da entidade, para enquadramento


corretor do regime.
 Verificar o regime tributário adequado, para implantação desde o período de
atualização da legislação do Simples Nacional, que atualmente e o o regime
que a entidade está enquadrada.

3.4 Tratamento dos dados

Para Didio (2014), o tratamento de dados refere-se àquela seção na qual se


torna explicito para o leitor como se pretende tratar os dados a coletar, justificando
por que tal tratamento é adequado aos propósitos do projeto. Poderão ser utilizados
cálculos matemáticos, elaboração de gráficos, aplicação de estatística, etc.
Serão avaliadas as apurações de tributos de 2018 á 2019 da entidade, com
o objetivo de aplicar o planejamento tributário como ferramenta para redução da
carga tributária. Para atingir o objetivo será necessário obter as despesas com
tributos pagos a partir de 2018, para interpretação dos dados apresentados dos
demonstrativos, serão elaborados gráficos e tabelas para demonstrar as
informações coletadas.

3.5 Limitações da pesquisa

A metodologia proposta para a pesquisa tem possibilidades e limitações. De


acordo com Vergara (2013, p. 61) “o pesquisador deve explicitar quais as limitações
que o método escolhido para a pesquisa oferece, mas que ainda assim o justificam
como o método mais adequado aos propósitos da investigação”.

Esta proposta de pesquisa apresenta as seguintes limitações: o período de


abrangência para análise das despesas com tributação, já que o presente estudo
utilizara do período de início de 2018 até o final do ano de 2019, e a entidade foi
instituída em 2012. Sendo assim não há possibilidade de um aprofundamento nos
dados devido a pesquisar se desenvolvida de forma imparcial.
47

4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

Neste capitulo seram apresentados os resultados a cerca da pesquisa, por


meio da utilização de textos, figuras, tabelas e/ou gráficos que organizem os dados
de maneira informacional para os leitores.
Após a coleta de todos os dados necessários para a avaliação deste trabalho,
será demonstrado a seguir as simulações através de tabelas, dos pagamento das
Guias de DAS, assim como as respectivas análises comparativas, de maneira sucinta
todos os dados do ano de 2018 e 2019 que foram extraídos do extrato PGDAS e são
verídicos.
Referente ao calculo do Lucro Presumido e Real são simulações baseadas nas
receitas auferida no ano de 2018 e 2019 no Simpes Nacional.

4.1 Regime Tributario Atual

A empresa em questão e optante pelo Simples Nacional desde sua abertura, a mesma
se enquadra no anexo I, no qual segue a baixo as faixas de enquadramento.

Figura 1 – Anexo I no Simples Nacional

Fonte: Brasil n° 123 (2018)


48

Figura 2 – Percetual de Repartição dos tributos Anexo I no Simples Nacional

Fonte: Brasil n° 123 (2018)

A seguir será demonstrado as tabelas, com os valores dos tributos devidos pela
empresa no regime do Simples Nacional nos periodos de Janeiro a Dezembro, dos
anos de 2018 e 2019.
49

4.1.1 Simples Nacional

Tabela 1 – Apuração do Simples Nacional ano de 2018


Receita
Receita Aliquota da Alíquorta
Periodo Faturamento Receita Tributada Substituição Faixa Dedução Simples Nacional
Acumulada tabela Efetiva
tributaria
Janeiro R$ 97.620,79 R$ 96.451,88 R$ 1.168,91 R$ 1.270.880,95 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,9296% R$ 8.682,11
Fevereiro R$ 87.808,32 R$ 82.135,06 R$ 5.673,26 R$ 1.249.801,22 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,8997% R$ 7.645,55
Março R$ 90.930,42 R$ 86.150,46 R$ 4.779,96 R$ 1.239.801,40 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,8852% R$ 7.937,07
Abril R$ 89.957,80 R$ 85.387,91 R$ 4.569,89 R$ 1.200.778,52 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,8262% R$ 7.804,75
Maio R$ 99.883,06 R$ 96.692,63 R$ 3.190,43 R$ 1.177.587,45 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,7893% R$ 8.685,09
Junho R$ 95.920,68 R$ 93.431,50 R$ 2.489,18 R$ 1.168.453,87 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,7744% R$ 8.343,28
Julho R$ 86.982,94 R$ 85.655,68 R$ 1.327,94 R$ 1.167.237,07 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,7724% R$ 7.591,45
Agosto R$ 106.945,96 R$ 105.427,71 R$ 1.518,25 R$ 1.152.264,40 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,7473% R$ 9.310,42
Setembro R$ 93.764,74 R$ 92.556,81 R$ 1.207,93 R$ 1.147.378,26 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,7390% R$ 8.158,74
Outubro R$ 92.220,28 R$ 90.008,29 R$ 2.211,99 R$ 1.139.792,47 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,7260% R$ 7.982,44
Novembro R$ 94.935,06 R$ 94.157,16 R$ 777,90 R$ 1.125.441,16 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,7008% R$ 8.237,42
Dezembro R$ 99.939,32 R$ 97.804,82 R$ 2.134,50 R$ 1.127.487,57 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,7044% R$ 8.636,89
TOTAL R$ 1.136.909,37 R$ 99.015,21
Fonte: Elaborado pela autora.
50

Tabela 2 – Apuração do Simples Nacional ano de 2019


Receita
Receita Aliquota da Alíquorta
Periodo Faturamento Receita Tributada Substituição Faixa Dedução Simples Nacional
Acumulada tabela Efetiva
tributaria

Janeiro R$ 109.018,51 R$ 108.853,70 R$ 164,81 R$ 1.136.909,36 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,7210% R$ 9.502,64


Fevereiro R$ 115.287,73 R$ 114.622,43 R$ 665,30 R$ 1.148.307,08 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,7406% R$ 10.057,35
Março R$ 120.594,11 R$ 120.029,36 R$ 564,75 R$ 1.175.836,50 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,7865% R$ 10.579,24
Abril R$ 106.569,91 R$ 106.357,01 R$ 212,90 R$ 1.205.450,19 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,8335% R$ 9.407,54
Maio R$ 95.675,03 R$ 95.194,42 R$ 480,61 R$ 1.222.062,30 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,8589% R$ 8.461,43
Junho R$ 95.496,29 R$ 95.288,50 R$ 207,79 R$ 1.217.854,27 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,8525% R$ 8.447,64
Julho R$ 94.195,22 R$ 94.003,09 R$ 192,13 R$ 1.217.429,88 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,8518% R$ 8.332,34
Agosto R$ 97.110,54 R$ 96.915,38 R$ 195,16 R$ 1.224.642,16 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,8627% R$ 8.600,85
Setembro R$ 99.168,50 R$ 98.845,11 R$ 323,39 R$ 1.214.806,74 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,8479% R$ 8.764,70
Outubro R$ 100.270,82 R$ 96.142,92 R$ 4.127,90 R$ 1.220.210,50 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,8561% R$ 8.757,58
Novembro R$ 87.365,76 R$ 85.684,21 R$ 1.681,55 R$ 1.228.261,04 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,8681% R$ 7.697,76
Dezembro R$ 94.112,73 R$ 92.444,49 R$ 1.668,24 R$ 1.220.691,74 4° 10,70% R$ 22.500,00 8,8568% R$ 8.285,88
TOTAL R$ 1.214.865,15 R$ 106.894,95
Fonte: Elaborado pela autora.
51

4.2 Comparação com o Lucro Presumido

Depois de demonstradas as apurações da legislações do Simples Nacional, a


seguir será demonstrado as tabela comparativa com os valores dos tributos devidos.
Para um melhor estudo da tributação da empresa, foi de suma importância a
realização da apuração dos seus impostos na tributação como Lucro Presumido, para
que seja possível realizar um planejamento tributário em fase da comparação entre a
Tributação como Lucro Presumido e a Legislação LC 155/2016 do Simples Nacional.
O Lucro Presumido é um regime de tributação em que a base de cálculo do IR
e da CSLL são obtidas por meio da aplicação de um percentual definido em lei sobre
a receita bruta. Como o próprio nome já diz, trata-se de uma presunção de lucro que
servirá de base de cálculo do IR e da CSLL, independentemente de a empresa ter
apurado lucro ou prejuízo no trimestre de apuração. Para fins de comparação entre o
Lucro Presumido e o Simples Nacional, levantados na empresa os valores apurados
durante o exercício de 2018 e 2019, referentes a receita e aos tributos Federais,
Estaduais e Municipais para simulação dos tributos no Lucro Presumido.
O IRPJ foi é calculado trimestralmente, aplicando sobre o faturamento trimestral
para definição da base de cálculo e alíquota competente a Empresa, resultando,
portanto, no percentual de 8%. E o valor do imposto corresponde a 15% da base de
cálculo.
A CSLL foi calculada também trimestralmente, aplicando sobre o faturamento
trimestral para a definição da base de cálculo a alíquota 12%. E posteriormente
aplicada sobre a base de cálculo a alíquota de 9%, e deduzindo as Retenções.
Os tributos Federais PIS e COFINS foram calculados conforme dispõe a
legislação para os estabelecimentos tributados pelo regime do Lucro Presumido, os
percentuais de 0,65% e 3% respectivamente, percentuais estes aplicados diretamente
sobre o faturamento bruto mensal, que corresponde a totalidade das receitas.
Referente a Risco de Acidente do Trabalho (RAT) e contribuição adicional, se
for o caso, 1%,2% ou 3% , variando conforme o grau derisco, acrescido do Fator
Acidentário de Prevenção (FAP) a partir de janeiro/2010.
Quanto ao calculo do ICMS, a maioria dos produtos possuem isenção, sendo
assim, foi aplicada a liquota de 18% sobre os produtos que era devido a apuração. A
empresa em questão não possui creditos de ICMS, uma vez que a venda dos produto
e para uso e consulmo.
52

Tabela 3 – Simulação Lucro Presumido ano de 2018


Receita IRPJ CSLL TOTAL
Receita PIS COFINS ICMS
Periodo Faturamento Substituição (BC 8%) (BC 12%) RAT TRIBUTAÇÃO
Tributada (0,65%) (3%) (18%)
tributaria (Aliq 15%) (Aliq 9%) MENSAL

Janeiro R$ 97.620,79 R$ 96.451,88 R$ 1.168,91 R$ 634,54 R$ 2.928,62 R$ 210,40 R$ 3.773,56


Fevereiro R$ 87.808,32 R$ 82.135,06 R$ 5.673,26 R$ 570,75 R$ 2.634,25 R$ 1.021,19 R$ 3.316,32 R$ 2.984,68 R$ 6.900,30 R$ 17.427,49
Março R$ 90.930,42 R$ 86.150,46 R$ 4.779,96 R$ 591,05 R$ 2.727,91 R$ 860,39 R$ 4.179,35
Abril R$ 89.957,80 R$ 85.387,91 R$ 4.569,89 R$ 584,73 R$ 2.698,73 R$ 822,58 R$ 4.106,04
Maio R$ 99.883,06 R$ 96.692,63 R$ 3.190,43 R$ 649,24 R$ 2.996,49 R$ 574,28 R$ 3.429,14 R$ 3.086,22 R$ 7.313,60 R$ 18.048,97
Junho R$ 95.920,68 R$ 93.431,50 R$ 2.489,18 R$ 623,48 R$ 2.877,62 R$ 448,05 R$ 3.949,16
Julho R$ 86.982,94 R$ 85.655,68 R$ 1.327,94 R$ 565,39 R$ 2.609,49 R$ 239,03 R$ 3.413,91
Agosto R$ 106.945,96 R$ 105.427,71 R$ 1.518,25 R$ 695,15 R$ 3.208,38 R$ 273,29 R$ 3.452,33 R$ 3.107,10 R$ 7.451,57 R$ 18.187,81
Setembro R$ 93.764,74 R$ 92.556,81 R$ 1.207,93 R$ 609,47 R$ 2.812,94 R$ 217,43 R$ 3.639,84
Outubro R$ 92.220,28 R$ 90.008,29 R$ 2.211,99 R$ 599,43 R$ 2.766,61 R$ 398,16 R$ 3.764,20
Novembro R$ 94.935,06 R$ 94.157,16 R$ 777,90 R$ 617,08 R$ 2.848,05 R$ 140,02 R$ 3.445,13 R$ 3.160,50 R$ 9.534,34 R$ 19.745,12
Dezembro R$ 99.939,32 R$ 97.804,82 R$ 2.134,50 R$ 649,61 R$ 2.998,18 R$ 384,21 R$ 4.032,00
TOTAL R$ 1.136.909,37 R$ 7.389,91 R$ 34.107,28 R$ 5.589,03 R$ 13.642,92 R$ 12.338,50 R$ 31.199,81
TOTAL DA TRIBUTAÇÃO ACUMULADA 2018 R$ 104.267,45
Fonte: Econet Editora 2020
53

Tabela 4 - Simulação Lucro Presumido do ano de 2019


Receita IRPJ CSLL TOTAL
Receita PIS ICMS
Periodo Faturamento Substituição COFINS (3%) (BC 8%) (BC 12%) RAT TRIBUTAÇÃO
Tributada (0,65%) (18%)
tributaria (Aliq 15%) (Aliq 9%) MENSAL

Janeiro R$ 109.018,51 R$ 108.853,70 R$ 164,81 R$ 708,62 R$ 3.270,56 R$ 29,67 R$ 4.008,84


Fevereiro R$ 115.287,73 R$ 114.622,43 R$ 665,30 R$ 749,37 R$ 3.458,63 R$ 119,75 R$ 4.138,80 R$ 3.724,93 R$ 7.732,77 R$ 19.924,26
Março R$ 120.594,11 R$ 120.029,36 R$ 564,75 R$ 783,86 R$ 3.617,82 R$ 101,66 R$ 4.503,34
Abril R$ 106.569,91 R$ 106.357,01 R$ 212,90 R$ 692,70 R$ 3.197,10 R$ 38,32 R$ 3.928,12
Maio R$ 95.675,03 R$ 95.194,42 R$ 480,61 R$ 621,89 R$ 2.870,25 R$ 86,51 R$ 3.572,90 R$ 3.215,61 R$ 7.732,77 R$ 18.099,93
Junho R$ 95.496,29 R$ 95.288,50 R$ 207,79 R$ 620,73 R$ 2.864,89 R$ 37,40 R$ 3.523,02
Julho R$ 94.195,22 R$ 94.003,09 R$ 192,13 R$ 612,27 R$ 2.825,86 R$ 34,58 R$ 3.472,71
Agosto R$ 97.110,54 R$ 96.915,38 R$ 195,16 R$ 631,22 R$ 2.913,32 R$ 35,13 R$ 3.485,69 R$ 3.137,12 R$ 7.767,91 R$ 17.970,38
Setembro R$ 99.168,50 R$ 98.845,11 R$ 323,39 R$ 644,60 R$ 2.975,06 R$ 58,21 R$ 3.677,86
Outubro R$ 100.270,82 R$ 96.142,92 R$ 4.127,90 R$ 651,76 R$ 3.008,12 R$ 743,02 R$ 4.402,91
Novembro R$ 87.365,76 R$ 85.684,21 R$ 1.681,55 R$ 567,88 R$ 2.620,97 R$ 302,68 R$ 3.380,99 R$ 3.042,89 R$ 7.975,83 R$ 17.891,24
Dezembro R$ 94.112,73 R$ 92.444,49 R$ 1.668,24 R$ 611,73 R$ 2.823,38 R$ 300,28 R$ 3.735,40
TOTAL R$ 1.214.865,15 R$ 7.896,62 R$ 36.445,95 R$ 1.887,22 R$ 14.578,38 R$ 13.120,55 R$ 31.209,28
TOTAL DA TRIBUTAÇÃO PAGA EM 2019 R$ 105.138,00
Fonte: Econet Editora 2020
54

4.3 Comparação com o Lucro Real

O Lucro Real é um regime de tributação tributação no qual o cálculo do IRPJ, e


da CSLL é feito com base no lucro real da empresa. Ou seja, neste regine o imposto
é determinado a partir do lucro contábil, apurado pela pessoa jurídica, acrescido de
ajustes (positivos e negativos) requeridos pela legislação fiscal.
Para fins de comparação entre o Lucro Real e o Simples Nacional, foram
levantados na empresa os valores apurados durante o exercício de 2018 e 2019,
referentes a receita e aos tributos Federais, Estaduais e Municipais para simulação
dos tributos no Lucro Real.
O IRPJ foi é calculado trimestralmente, aplicando sobre o faturamento liquido
trimestral a alíquota de 25%.
A CSLL foi calculada também trimestralmente, aplicando sobre o faturamento
liquido trimestral, a alíquota de 9%.
Os tributos Federais PIS e COFINS foram calculados conforme dispõe a
legislação para os estabelecimentos tributados pelo regime do Lucro Real, os
percentuais de 1,65% e 7,6% respectivamente, percentuais estes aplicados
diretamente sobre o faturamento liquido mensal, que corresponde a totalidade das
receitas tributadas de PIS e COFINS que não possuem aliquota zero, substraindo as
deduções da base de cálculo da Receita sobre alguns pagamentos feitos a outras
pessoas jurídicas.
Referente a Risco de Acidente do Trabalho (RAT) e contribuição adicional, se
for o caso, 1%,2% ou 3% , variando conforme o grau derisco, acrescido do Fator
Acidentário de Prevenção (FAP) a partir de janeiro/2010.
Quanto ao calculo do ICMS, a maioria dos produtos possuem isenção, sendo
assim, foi aplicada a liquota de 18% sobre os produtos que era devido a apuração. A
empresa em questão não possui creditos de ICMS, uma vez que a venda dos produto
e para uso e consulmo.
55

Tabela 5 - Simulação Lucro Real do ano de 2018


Receita TOTAL
Receita PIS COFINS ICMS IRPJ CSLL
Periodo Faturamento Substituição RAT TRIBUTAÇÃO
Tributada (1,65%) (7,6%) (18%) (Aliq 25%) (Aliq 9%)
tributaria MENSAL

Janeiro R$ 97.620,79 R$ 96.451,88 R$ 1.168,91 R$ 7,60 R$ 88,84 R$ 210,40 R$ 2.412,05 R$ 2.718,89


Fevereiro R$ 87.808,32 R$ 82.135,06 R$ 5.673,26 R$ 36,88 R$ 431,17 R$ 1.021,19 R$ 7.812,95 R$ 4.687,77 R$ 2.163,01 R$ 16.152,96
Março R$ 90.930,42 R$ 86.150,46 R$ 4.779,96 R$ 31,07 R$ 363,28 R$ 860,39 R$ 2.325,24 R$ 3.579,98
Abril R$ 89.957,80 R$ 85.387,91 R$ 4.569,89 R$ 29,70 R$ 347,31 R$ 822,58 R$ 2.230,61 R$ 3.430,21
Maio R$ 99.883,06 R$ 96.692,63 R$ 3.190,43 R$ 20,74 R$ 242,47 R$ 574,28 R$ 7.954,13 R$ 4.772,48 R$ 2.703,77 R$ 16.267,87
Junho R$ 95.920,68 R$ 93.431,50 R$ 2.489,18 R$ 16,18 R$ 189,18 R$ 448,05 R$ 2.379,31 R$ 3.032,72
Julho R$ 86.982,94 R$ 85.655,68 R$ 1.327,94 R$ 8,63 R$ 100,92 R$ 239,03 R$ 2.271,16 R$ 2.619,74
Agosto R$ 106.945,96 R$ 105.427,71 R$ 1.518,25 R$ 9,87 R$ 115,39 R$ 273,29 R$ 7.767,12 R$ 4.660,27 R$ 2.476,64 R$ 15.302,57
Setembro R$ 93.764,74 R$ 92.556,81 R$ 1.207,93 R$ 7,85 R$ 91,80 R$ 217,43 R$ 2.703,77 R$ 3.020,85
Outubro R$ 92.220,28 R$ 90.008,29 R$ 2.211,99 R$ 14,38 R$ 168,11 R$ 398,16 R$ 2.412,05 R$ 2.992,70
Novembro R$ 94.935,06 R$ 94.157,16 R$ 777,90 R$ 5,06 R$ 59,12 R$ 140,02 R$ 6.276,94 R$ 3.766,16 R$ 3.376,86 R$ 13.624,16
Dezembro R$ 99.939,32 R$ 97.804,82 R$ 2.134,50 R$ 13,87 R$ 162,22 R$ 384,21 R$ 3.745,43 R$ 4.305,74
TOTAL R$ 1.136.909,37 R$ 201,83 R$ 2.359,81 R$ 5.589,03 R$ 29.811,14 R$ 17.886,68 R$ 31.199,90
TOTAL DA TRIBUTAÇÃO ACUMULADA R$ 87.048,38
Fonte: Econet Editora 2020
56

Tabela 6 - Simulação Lucro Real do ano de 2019


Receita TOTAL
Receita PIS COFINS ICMS IRPJ CSLL
Periodo Faturamento Substituição RAT TRIBUTAÇÃO
Tributada (1,65%) (7,6%) (18%) (Aliq 25%) (Aliq 9%)
tributaria MENSAL

Janeiro R$ 109.018,51 R$ 108.853,70 R$ 164,81 R$ 2,72 R$ 12,53 R$ 29,67 R$ 2.541,54 R$ 2.586,45


Fevereiro R$ 115.287,73 R$ 114.622,43 R$ 665,30 R$ 10,98 R$ 50,56 R$ 119,75 R$ 11.170,79 R$ 6.181,48 R$ 2.622,65 R$ 20.156,21
Março R$ 120.594,11 R$ 120.029,36 R$ 564,75 R$ 9,32 R$ 42,92 R$ 101,66 R$ 2.568,58 R$ 2.722,47
Abril R$ 106.569,91 R$ 106.357,01 R$ 212,90 R$ 3,51 R$ 16,18 R$ 38,32 R$ 2.565,61 R$ 2.623,63
Maio R$ 95.675,03 R$ 95.194,42 R$ 480,61 R$ 7,93 R$ 36,53 R$ 86,51 R$ 7.312,43 R$ 4.792,48 R$ 2.622,65 R$ 14.858,53
Junho R$ 95.496,29 R$ 95.288,50 R$ 207,79 R$ 3,43 R$ 15,79 R$ 37,40 R$ 2.514,50 R$ 2.571,12
Julho R$ 94.195,22 R$ 94.003,09 R$ 192,13 R$ 3,17 R$ 14,60 R$ 34,58 R$ 2.622,65 R$ 2.675,01
Agosto R$ 97.110,54 R$ 96.915,38 R$ 195,16 R$ 3,22 R$ 14,83 R$ 35,13 R$ 7.445,42 R$ 4.467,25 R$ 2.528,02 R$ 14.493,87
Setembro R$ 99.168,50 R$ 98.845,11 R$ 323,39 R$ 5,34 R$ 24,58 R$ 58,21 R$ 2.617,25 R$ 2.705,37
Outubro R$ 100.270,82 R$ 96.142,92 R$ 4.127,90 R$ 68,11 R$ 313,72 R$ 743,02 R$ 2.652,39 R$ 3.777,24
Novembro R$ 87.365,76 R$ 85.684,21 R$ 1.681,55 R$ 27,75 R$ 127,80 R$ 302,68 R$ 7.390,47 R$ 4.619,63 R$ 1.081,50 R$ 13.549,82
Dezembro R$ 94.112,73 R$ 92.444,49 R$ 1.668,24 R$ 27,53 R$ 126,79 R$ 300,28 R$ 4.241,94 R$ 4.696,54
TOTAL R$ 1.214.865,15 R$ 172,99 R$ 796,82 R$ 1.887,22 R$ 33.319,11 R$ 20.060,84 R$ 31.179,28 87416,26443
TOTAL DA TRIBUTAÇÃO ACUMULADA 2019 R$ 87.416,26
Fonte: Econet Editora 2020
57

4.4 Comparação entre os três Regimes Tributarios

A partir dos estudos realizados nos três regimes de tributação abordados neste
trabalho, elaborou-se uma tabela comparativa referente ao ano de 2018 é 2019 da
tributação:

Tabela 7 - Comparação das Tributações


REGIMES PERIODO TOTAL TOTAL GERAL

2018 R$ 99.015,21
Simples Nacional R$ 205.910,16
2019 R$ 106.894,95
2018 R$ 104.267,45
Lucro Presumido R$ 209.405,45
2019 R$ 105.138,00
2018 R$ 87.048,38
Lucro Real R$ 174.464,64
2019 R$ 87.416,26
Fonte: Elaborado pela autora.

Tabela 8 – Economia na mudança de Regime (%)


Comparativo Simples Nacional Lucro Real Diferença Economia %

Empresa X R$ 205.910,16 R$ 174.464,64 R$ 31.445,52 16%


Fonte: Elaborado pela autora.

Analisando a Tabela 7, verificou-se que o atual regime tributário da empresa, o


Simples Nacional, não é o regime ideal de enquadramente, uma vez que, a
contribuição com os impostos no periodo deo inicio de 2018 ao final de 2019 foi o
segundo maior.
Levando em consideração a atividade exercida pela empresa, e a simulação
da apuração nos três regimes, o enquadramento correto e pelo Lucro Real, uma vez
que, a venda da maioria dos produtos possui isenção de ICMS, e aliquota zero de PIS
e COFINS para alguns produtos. Além da base de calculo da apuração de IRPJ e
CSLL ser liquida, ou seja, que corresponde a totalidade das receitas substraindo as
deduções da base de cálculo da Receita sobre alguns pagamentos feitos a outras
pessoas jurídicas.
Sendo assim pode se afirmar com base na contribuição de R$ 174.464,64 do
Lucro Real, nota-se, a economia de um regime tributário para o outro seria de 16%
nos anos de 2018 é 2019.
58

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao término deste trabalho ficou demonstrado teoricamente que o planejamento


tributário deve fazer parte do cotidiano de qualquer empresa. Trata-se de uma decisão
estratégica que pode determinar o sucesso ou não de um negócio, visto que uma
decisão errada pode resultar na descontinuidade de suas atividades ou até em
falência.
O principal objetivo do trabalho consiste em realizar o planejamento tributário
na empresa, é destacar que ele pode ser utilizado como uma importante ferramenta
de redução de tributos. É sabido que a escolha do sistema de tributação adequado
depende de vários fatores que devem cuidadosamente ser analisados. É a fim de
encontrar o regime tributário mais favorável de acordo com o ramo da empresa, os
produtos revendidos pela mesma, é a legisção vigente. Este trabalho teve por
finalidade, analisar, por meio de um estudo comparativo, o melhor regime de
tributação para uma microempresa levando em consideração as três das quatro,
formas de tributação permitidas no Brasil, o Simples Nacional, o Lucro Presumido e o
Lucro Real.
A empresa objeto deste trabalho é optante pelo regime de Simples Nacional
dede 2012, com a nova legislação do Simples que passou a vigorar em 1° de janeiro
de 2018, é a alta carga tributaria paga atualmente pela entidade, se fez necessário
verificar em que aspectos as novas mudanças, e os beneficios de acordo com cada
regime afetaram a empresa e se foram benéficas para a organização.
Desta forma foi realizado o levantamento de dados com base em informações
disponibilizadas pela empresa, referente ao período de 2018 é 2019. Foi realizado,
apuração dos impostos: ICMS, PIS, COFINS, IRPJ, CSLL, e RAT; e de acordo com o
criterio de apuração de cada imposto. Foi identificado o regime adequado e a redução
no pagamento dos tributos, caso houvesse sido adotado o regime condizente para o
periodo em questão. De acordo com as simulações das apurações, e o comparativo
realizado entre o pagamento dos tributos de cada regime, foi indentificado que, o
regime do Lucro Real, seria a opção mais benéfica para a empresa comercial,
trazendo uma economia total na carga tributaria de 16% nos anos 2018 e 2019.
Como seu próprio nome diz, no Lucro Real, traz em todas as suas apurações
a realidade dos fatos, ou seja, os impostos sobre as vendas e resultados somente
serão pagos caso, seus resultados sejam positivos.Sendo assim, pode-se afirmar que
59

o esté regime de tributação é mais justo, pois baseia-se nos resultados efetivamente
ocorridos.
A conclusão deste trabalho se refere a empresa estudada. Porem, e
recomendável de uma forma geral, a todas empresas possuir um setor encarregado,
e/ou profissionais qualificados para que estudos dessa natureza sejam mantidos em
caráter permanente face a complexidade de nossa legislação tributária atual.
60

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